Universidade Federal de Minas Gerais Curso de Especialização em Estratégia Saúde Da Família

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

YENISEY FRÓMETA DOMINGUEZ

PLANO DE AÇÃO PARA ESTIMULAR ESTILOS DE VIDA MAIS


SAUDÁVEIS ENTRE OS HIPERTENSOS DA ÁREA DE
ABRANGÊNCIA DA ESF NOVA ESPERANÇA

GOVERNADOR VALADARES - MG
2015
YENISEY FRÓMETA DOMINGUEZ

PLANO DE AÇÃO PARA ESTIMULAR ESTILOS DE VIDA MAIS


SAUDÁVEIS ENTRE OS HIPERTENSOS DA ÁREA DE
ABRANGÊNCIA DA ESF NOVA ESPERANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Especialização em Estratégia Saúde da
Família, Universidade Federal de Minas Gerais,
para obtenção do Certificado de Especialista.

Orientadora: Daniela Coelho Zazá

GOVERNADOR VALADARES - MG
2015
YENISEY FRÓMETA DOMINGUEZ

PLANO DE AÇÃO PARA ESTIMULAR ESTILOS DE VIDA MAIS


SAUDÁVEIS ENTRE OS HIPERTENSOS DA ÁREA DE
ABRANGÊNCIA DA ESF NOVA ESPERANÇA

Banca Examinadora

Profª. Daniela Coelho Zazá (orientadora)


Profª. Maria Dolores Soares Madureira (examinadora)

Aprovado em Belo Horizonte: 04/ 02/ 2015


AGRADECIMENTOS

Aos meus pais: por me trazerem a este mundo, incentivarem fortes valores na minha
educação, e por serem sempre meus maiores exemplos a seguir.
Aos meus irmãos: por estarem presentes em todo momento.
Ao meu amado esposo: por ser parte da minha vida, pelo apoio incondicional,
cumplicidade, fidelidade e confiança.
À Tutora Presencial Fernanda Magalhães Rocha: pela compreensão e contribuição
durante o desenvolvimento do curso de especialização.
À professora Daniela Coelho Zazá: pelas sugestões, compreensão, orientação e
dedicação.
À Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): por ter me dado a possibilidade de
ser uma melhor profissional.
Ao Programa “Mais Médicos”: pela oportunidade de adquirir uma experiência
indescritível na minha vida pessoal e profissional.
Aos professores Eliani Morais e Fábio Lima pelo ensino de português.
A todos aqueles que de uma forma ou de outra, tornaram possível a realização
desta especialização.
RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica constitui um importante problema de saúde pública.


No diagnóstico situacional da área de abrangência da Estratégia Saúde da Família
Nova Esperança observou-se elevado número de hipertensos. Sendo assim, este
estudo teve como objetivo elaborar um plano de ação para estimular estilos de vida
mais saudáveis entre os hipertensos da área de abrangência da Estratégia Saúde
da Família Nova Esperança. A metodologia foi executada em três etapas: realização
do diagnóstico situacional; revisão de literatura e desenvolvimento de um plano de
ação. Neste estudo foram selecionados os seguintes nós críticos: falta de
conhecimento da população sobre a doença; hábitos de vida inadequados; estrutura
dos serviços de saúde ineficiente e; processo de trabalho da equipe de saúde da
família inadequado. Baseado nesses nós críticos foram propostas as seguintes
ações de enfrentamento: criação dos projetos “Saber +” para aumentar o nível de
conhecimento da população sobre a HAS; “+Saúde” para modificar hábitos e estilos
de vida; “Cuidar Melhor” para melhorar a estrutura do serviço para o atendimento
dos hipertensos e; “Linha de Cuidado” para implantar a linha de cuidado para
atenção à pacientes hipertensos.

Palavras chave: Hipertensão, Hábitos de vida, Processo de trabalho, Atenção


primária.
ABSTRACT

Hypertension is an important public health problem. Situational diagnosis of the area


covered by the Family Health Strategy Nova Esperança was observed a high number
of hypertensive patients. Therefore, the purpose of this study was to develop an
action plan to promote healthy lifestyles among hypertensive patients of the area
covered by the Family Health Strategy Nova Esperança. The methodology is carried
out in three stages: realization of situational diagnosis; literature review and the
development of action plan. In this study we selected the following critical node: lack
of knowledge by the population about the disease; inadequate lifestyle; inefficient
structure of health services and; inappropriate process of work at the family health
team. Based on these critical nodes were proposed the following actions to oppose:
creation of projects "knowing +" in order to increase the level of knowledge of the
population about hypertension; "+ Health" in order to change habits and lifestyles;
"Best care" in order to improve the structure of services for the care of hypertensive
patients and; "Care Line" in order to implement the care line for the care of
hypertensive patients.

Keywords: Hypertension, Lifestyle, Work processes, Primary care.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1 Classificação diagnóstica da hipertensão arterial em maiores de 18


anos .................................................................................................... 16
Quadro 1 Priorização dos problemas identificados na ESF Nova Esperança .... 18
Quadro 2 Desenho das operações para os “nós críticos” selecionados ............ 20
Quadro 3 Recursos críticos para enfrentamento dos problemas apresentados 22
Quadro 4 Proposta de ação para motivação dos atores .................................... 22
Quadro 5 Elaboração do plano operativo ........................................................... 23
Quadro 6 Planilha de acompanhamento do projeto: Saber + ............................ 25
Quadro 7 Planilha de acompanhamento do projeto: +Saúde............................. 25
Quadro 8 Planilha de acompanhamento do projeto: Cuidar Melhor ................. 25
Quadro 9 Planilha de acompanhamento do projeto: Linha de Cuidado ........... 26
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 08
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 11
3 OBJETIVO ............................................................................................. 12
4 METODOLOGIA .................................................................................... 13
5 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 14
5.1 Hipertensão arterial sistêmica (HAS) ..................................................... 14
5.2 Diagnóstico e Classificação da HAS ...................................................... 15
5.3 Prevenção Primária ............................................................................... 16
6 PLANO DE AÇÃO ................................................................................. 18
6.1 Primeiro passo: definição dos problemas .............................................. 18
6.2 Segundo passo: priorização de problemas ............................................ 18
6.3 Terceiro passo: descrição do problema selecionado ............................. 19
6.4 Quarto passo: explicação do problema .................................................. 19
6.5 Quinto passo: seleção dos “nós críticos” ............................................... 19
6.6 Sexto passo: desenho das operações ................................................... 20
6.7 Sétimo passo: identificação dos recursos críticos ................................. 21
6.8 Oitavo passo: análise de viabilidade do plano ....................................... 22
6.9 Nono passo: elaboração do plano operativo .......................................... 23
6.10 Décimo passo: gestão do plano ............................................................ 24
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 27
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 28
8

1 INTRODUÇÃO

Ipatinga é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais.


Pertencente à mesorregião e microrregião do Vale do Rio Doce. Localiza-se a 215
km de Belo Horizonte, possui uma área de 164,884 Km² e conta, atualmente, com
uma população de aproximadamente 255.266 habitantes (IBGE, 2014). Os limites do
município são com os municípios de Coronel Fabriciano (a oeste), Mesquita e
Santana do Paraíso (norte), Caratinga (a leste) e Timóteo (sul). Em 2010 a
população urbana representava aproximadamente 98,96% da população total e a
população rural representava 1,04% (ADHB, 2013).
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Ipatinga era
0,771 em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano Alto
(IDHM entre 0,7 e 0,799) (ADHB, 2013). Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais
cresceu em termos absolutos foi Educação (com crescimento de 0,122), seguida por
Longevidade e por Renda(ADHB, 2013).
A renda per capita média de Ipatinga cresceu 106,48% nas últimas duas
décadas, passando de R$417,92 em 1991 para R$613,05 em 2000 e R$862,91 em
2010 (ADHB, 2013).
O serviço de abastecimento de água e coleta de esgoto é feito pela
Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e atinge 100% da
população. O recolhimento de resíduos sólidos é realizado pela prefeitura municipal
através de uma empresa terceirizada, que transporta toda a produção para o aterro
sanitário localizado na divisa com Caratinga e também atinge 100% da população
(ADHB, 2013).
Ipatinga caracteriza-se por uma forte presença siderúrgica e industrial em sua
economia. O Produto interno bruto - PIB de Ipatinga é o maior de sua microrregião,
sendo seguido por Timóteo, destacando-se na área industrial (IBGE, 2010).
A agricultura tem pouca importância em Ipatinga. De todo o PIB da cidade
1.299 mil reais é o valor adicionado bruto da agropecuária. Segundo o IBGE em
2008 o município possuía um rebanho de 2602 bovinos, 402 suínos, 92 equinos, 39
Muares, 165 Ovinos e 3467 aves, dentre estas 1940 galinhas e 1527 galos, frangos
e pintinhos. Em 2008 a cidade produziu 564 mil litros de leite de 537 vacas. Foram
produzidos sete mil dúzias de ovos de galinha e 2289 quilos de mel de abelha. Na
9

lavoura temporária são produzidos principalmente o milho (368 toneladas), o arroz


(64 toneladas) e o milho (42 toneladas) (WIKIPÉDIA, 2014).
A indústria atualmente é o setor mais relevante para a economia
ipatinguense. 2.664.623 reais do PIB municipal são do valor adicionado bruto da
indústria (setor secundário). Cerca de 20 a 30% da produção industrial do município
é gerada pela Usiminas - Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais - e sua subsidiária a
Usiminas Mecânica (USIMEC), produtora de estruturas metálicas, máquinas
pesadas e vagões de trens. A siderúrgica foi criada, graças ao Plano de metas de
JK, que previa a construção de uma usina de grande porte, para produzir aço. A
Usiminas exerce uma grande participação na cultura e na vida ativa da cidade, tendo
interferido, inclusive, em seu planejamento urbano (DRUMOND, 2012).
1.992.439 mil reais do PIB municipal são de prestações de serviços (terciário).
O setor terciário atualmente é a segunda maior fonte geradora do PIB ipatinguense.
De acordo com o IBGE a cidade possuía no ano de 2008, 6.453 empresas e
134.026 trabalhadores. O principal centro comercial de Ipatinga é o Shopping do
Vale do Aço, sendo ainda um dos mais movimentados da região do Vale do Rio
Doce (WIKIPÉDIA, 2014).
100% da população do município são usuários do SUS. O Programa Saúde
da Família foi implantado no município em 2012 e conta atualmente com 40 equipes
de saúde da família.
Estou inserida na ESF Nova Esperança desde janeiro de 2014. A ESF Nova
Esperança está dividida em sete microáreas que atendem 423 famílias cadastradas,
totalizando 2725 moradores.
A equipe de saúde da família é composta por uma médica, uma enfermeira,
duas técnicas de enfermagem, uma auxiliar de enfermagem e sete agentes
comunitárias de saúde (ACS). Além disso, contamos com um auxiliar de serviços
gerais e uma recepcionista.
O espaço físico compreende uma recepção, consultório médico, consultório
de enfermagem, sala de curativo, sala de nebulização, sala de vacina, sala de
medicação, sala de reunião, acolhimento, sala de espera do segundo pavimento,
farmácia, cozinha e área de serviço.
Após realização do diagnóstico situacional da área de abrangência da ESF
Nova Esperança foi possível identificar diferentes problemas, os quais por ordem de
prioridade são: elevado número de hipertensos, alta prevalência de Diabetes Mellitus
10

(DM), alta incidência de dislipidemias, maus hábitos alimentares, elevado número de


fumantes, alta incidência de doenças mentais, alta incidência de doenças
respiratórias e alta incidência de doenças dermatológicas.
11

2 JUSTIFICATIVA

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um importante problema de


saúde pública no Brasil e no mundo (BRASIL, 2006), pois tem alta prevalência e
baixas taxas de controle (BRANDÃO et al., 2010). Além disso, é um dos mais
importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
cerebrovasculares e renais (BRASIL, 2006).
Este estudo se justifica pelo elevado número de hipertensos na área de
abrangência da ESF Nova Esperança no município de Ipatinga. De acordo com
dados da equipe mais de 50% dos usuários estão com hipertensão arterial
descompensada, o que constitui uma das causas mais frequentes de consulta
médica. Acredita-se que dentre os principais motivos para estes índices tão
elevados da pressão arterial estão o excesso de peso, os hábitos alimentares
inadequados, o uso excessivo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo.
O projeto pretende subsidiar os profissionais da ESF na atenção ao usuário
hipertenso, com ênfase em mudanças de estilos de vida, pois mudanças nos estilos
de vida são recomendadas não só na prevenção da HAS, mas também no controle
da mesma (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
12

3 OBJETIVO

Elaborar um plano de ação para estimular estilos de vida mais saudáveis


entre os hipertensos da área de abrangência da ESF Nova Esperança.
13

4 METODOLOGIA

Inicialmente foi realizado um diagnóstico situacional da área de abrangência


da ESF Nova Esperança. Para isso utilizou-se a Estimativa Rápida. “A Estimativa
Rápida é um método utilizado para elaboração de um diagnóstico de saúde de
determinado território” (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010, p.35).

A Estimativa Rápida constitui um modo de se obterem informações


sobre um conjunto de problemas e dos recursos potenciais para o
seu enfrentamento, num curto período de tempo e sem altos gastos,
constituindo importante ferramenta para apoiar um processo de
planejamento participativo. Seu objetivo é envolver a população na
identificação das suas necessidades e problemas e também os
atores sociais, autoridades municipais, organizações governamentais
e não governamentais que controlam recursos para o enfrentamento
dos problemas (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010, p.36).

Após a realização do diagnóstico situacional foi realizada uma revisão de


literatura em bases de dados eletrônicas como Biblioteca Virtual em Saúde (bvs) e
Scientific Eletronic Library Online (SciELO) por meio dos seguintes descritores:
hipertensão, fatores de risco, estilo de vida e saúde da família.
Por fim, com as informações do diagnóstico situacional e da revisão de
literatura foi proposto um plano de ação realizado através do método Planejamento
Estratégico Situacional (PES).
14

5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Hipertensão arterial sistêmica (HAS)

“A HAS é definida como pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg
e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não
estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva” (BRASIL, 2006, p.14).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) a HAS é uma
condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de
pressão arterial (PA). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou
estruturais dos órgãos-alvo e a alterações metabólicas, com consequente aumento
do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2006). Por ser uma doença crônica, ela pode ser controlada,
mas não curada (ARAÚJO; GARCIA, 2006).
A HAS é um dos mais importantes problemas de saúde pública. Apesar de
apresentar alta prevalência, ainda existe uma grande porcentagem de indivíduos
que desconhecem serem portadores da HAS (PEDROSA; DRAGER, 2010).
Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, aproximadamente 24,3% da população
brasileira tem hipertensão arterial (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO,
2013).
A HAS é uma doença basicamente assintomática, pois a maioria dos casos é
diagnosticada após vários anos de existência no organismo. Desta forma, torna-se
muito importante a investigação clínica, identificando a etiologia da hipertensão, o
grau de comprometimento dos órgãos alvo envolvidos e outros fatores de risco
associados, que possam influenciar no prognóstico (CUPPARI, 2005).
Os fatores de risco para a HAS podem ser classificados em dois grupos: os
fatores não modificáveis e os fatores modificáveis. Dentre os fatores não
modificáveis estão a hereditariedade, a idade e a raça e entre os fatores
modificáveis estão o sedentarismo, o tabagismo, a ingestão de sal e de álcool, a
obesidade e o estresse (MINAS GERAIS, 2006).
“Mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção primária da
HAS, notadamente nos indivíduos com PA limítrofe” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010, p.3). “As principais recomendações não medicamentosas
para prevenção primária da HAS são: alimentação saudável, consumo controlado de
15

sódio e álcool, ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo”


(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010, p.3).
Uma dieta com conteúdo reduzido de teores de sódio (< 2,4 g/dia), baseada
em frutas, verduras e legumes, cereais integrais, leguminosas, leite e derivados
desnatados, quantidade reduzida de gorduras saturadas, trans e colesterol mostrou
ser capaz para prevenir e reduzir a HAS (BRASIL, 2006). Além disso, pessoas
fisicamente ativas apresentam menor probabilidade de desenvolver hipertensão
quando comparadas a pessoas sedentárias (GONÇALVES et al., 2007). Por isso, a
mudança no estilo de vida é uma das ferramentas mais importante para a redução
efetiva da PA (OLMOS; BENSENOR, 2001).

5.2 Diagnóstico e Classificação da HAS

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010, p.4) a HAS é


“diagnosticada pela detecção de níveis elevados e sustentados de pressão arterial
(PA) pela medida casual. A PA deve ser realizada em toda avaliação por médicos de
qualquer especialidade e demais profissionais da saúde”.
É importante considerar no diagnóstico da HAS, além dos níveis tensionais, o
risco cardiovascular global estimado pela presença dos fatores de risco, a presença
de lesões nos órgãos-alvo e as comorbidades associadas. Deve-se ter cautela antes
de rotular alguém como hipertenso, não só pelo risco de um diagnóstico falso-
positivo, mas também pela repercussão na própria saúde do indivíduo e o custo
social resultante (BRASIL, 2006).
Os procedimentos de medida da pressão são simples e de fácil realização.
Algumas condutas podem evitar erros, como o preparo apropriado do paciente, o
uso de técnica padronizada e de equipamento calibrado (OGIHARA et al. apud
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Para a medida confiável da pressão arterial algumas considerações são
importantes, como por exemplo, certificar-se de que o paciente não tenha fumado,
ingerido café e bebidas alcoólicas, não esteja com a bexiga cheia, etc. além de
deixa-lo no mínimo 5 minutos de repouso antes de efetuar a medida (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
A medida da PA pode ser realizada pelo método indireto, com técnica
auscultatória com uso de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide, ou
16

com técnica oscilométrica pelos aparelhos semiautomáticos digitais de braço


validados, estando todos calibrados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2010).
A linha demarcatória que define HAS considera valores de PA sistólica ≥ 140
mmHg e∕ou de PA diastólica ≥ 90 mmHg em medidas de consultório (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Na tabela 1 estão apresentados os valores que classificam os indivíduos
acima de 18 anos.

Tabela 1 - Classificação diagnóstica da hipertensão arterial em maiores de 18 anos

Classificação Pressão sistólica Pressão diastólica


(mmHg) (mmHg)

Normal <130 <85


Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão estágio I 140-159 90-99
Hipertensão estágio II 160-179 100-109
Hipertensão estágio III ≥ a 180 ≥ a 110

Fonte: Adaptado de Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010, p.8).

5.3 Prevenção Primária

Mudanças no estilo de vida são recomendadas na prevenção primária da


HAS. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), hábitos saudáveis de
vida devem ser adotados desde a infância e adolescência.
A HAS pode ser controlada através de medidas medicamentosas e não
medicamentosas. Dentre as medidas não medicamentosas, a mudança no estilo de
vida é considerada uma terapia definitiva para alguns indivíduos e uma terapia
coadjuvante para todos os outros indivíduos hipertensos. Mesmo que as mudanças
diárias não consigam o completo controle da pressão arterial elas poderão ajudar a
aumentar a eficácia dos agentes farmacológicos (MAHAN; SCOTT- STUMP, 2002).
“Dentre as principais recomendações não medicamentosas para prevenção
primária da HAS pode-se citar: alimentação saudável, consumo controlado de sódio
17

e álcool, ingestão de potássio, combate ao sedentarismo e ao tabagismo”


(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010, p.3).
Dentre as modificações do estilo de vida pode-se citar: controle do peso;
redução da ingestão de sódio; aumento da ingestão de potássio; redução ou
abandono da ingestão de álcool; prática de exercícios físicos e suplemento de cálcio
e magnésio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 1998).
O peso deve ser mantido na faixa ideal, aferido pelo índice de massa corporal
(peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros), entre 20 kg/m² e
25 kg/m². A ingestão diária de sódio deve ser no máximo de 2,4 g de sódio ou 6 g de
cloreto de sódio. Recomenda-se que a ingestão diária de potássio fique entre 2 g e 4
g, contidos em uma dieta rica em frutas e vegetais frescos. O consumo diário de
álcool deve ser abandonado ou limitado a 30 ml de etanol para os homens (720 ml
de cerveja, 240 ml de vinho e 60 ml de bebida destilada) e à metade dessas
quantidades para as mulheres. Deve-se praticar exercícios físicos aeróbios, de 30 a
45 minutos por dia, três ou mais vezes por semana e manter a ingestão adequada
de cálcio e magnésio (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 1998).
Além disso, recomenda-se também interromper o tabagismo. Sua interrupção
reduz o risco de acidente vascular encefálico, de doença isquêmica do coração e de
doença vascular arterial periférica, além de evitar seus outros efeitos deletérios
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 1998).
18

6 PLANO DE AÇÃO

6.1 Primeiro passo: definição dos problemas

Após realização do diagnóstico situacional da área de abrangência da ESF


Nova Esperança e após análise e discussão com a equipe de saúde foi possível
identificar diferentes problemas, os quais por ordem de prioridade são:
1. Elevado número de hipertensos;
2. Alta prevalência de Diabetes Mellitus (DM);
3. Alta incidência de dislipidemias;
4. Maus hábitos alimentares;
5. Elevado número de fumantes;
6. Alta incidência de doenças mentais;
7. Alta incidência de doenças respiratórias e;
8. Alta incidência de doenças dermatológicas.

6.2 Segundo passo: priorização de problemas

Após a identificação dos problemas, os mesmos foram classificados de


acordo com a sua importância, urgência e capacidade de enfrentamento. O quadro 1
apresenta a priorização dos problemas identificados.

Quadro 1- Priorização dos problemas identificados na ESF Nova Esperança.


Capacidade de Seleção
Principais problemas Importância Urgência
Enfrentamento
Elevado número de Alta 9 Parcial 1
hipertensos
Alta prevalência de Alta 9 Parcial 1
Diabetes Mellitus (DM)
Alta incidência de Alta 8 Parcial 2
dislipidemias
Maus hábitos alimentares Alta 7 Parcial 3
Elevado número de Média 5 Parcial 4
fumantes
Alta incidência de doenças Média 5 Parcial 4
mentais

Alta incidência de doenças Média 5 Parcial 4


respiratórias
19

Alta incidência de doenças Média 4 Parcial 5


dermatológicas

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.3 Terceiro passo: descrição do problema selecionado

A equipe definiu o elevado número de hipertensos como o problema prioritário


depois de constatar que mais de 50% da população maior de 15 anos sofre com a
doença. Além disso, constitui uma das causas mais frequentes de assistência a
consulta médica.

6.4 Quarto passo: explicação do problema

A HAS constitui um importante problema de saúde pública no Brasil e no


mundo e é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
cerebrovasculares e renais. Além disso, é responsável por pelo menos 40% das
mortes por AVC e 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em
combinação com o diabete, é responsável por aproximadamente 50% dos casos de
insuficiência renal terminal (BRASIL, 2006).
Considero muito importante avaliar este problema, pois a HAS é uma doença
assintomática e tem alta prevalência na área de abrangência da ESF Nova
Esperança. Em nossa área de abrangência são muito frequentes fatores de risco
que tem influência na aparição da HAS como o excesso de peso, hábitos
alimentares inadequados, o uso excessivo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo.
Além disso, é possível verificar problemas relacionados à estrutura dos serviços de
saúde e ao processo de trabalho da equipe.

6.5 Quinto passo: seleção dos “nós críticos”

Depois desta análise identificamos como "nós críticos" do elevado número de


hipertensos:
 Falta de conhecimento da população sobre a doença;
 Hábitos de vida inadequados;
 Estrutura dos serviços de saúde ineficiente;
20

 Processo de trabalho da equipe de saúde da família inadequado.

6.6 Sexto passo: desenho das operações

O plano de ação é composto de operações elaboradas para enfrentar


e impactar as causas mais importantes (ou os “nós críticos”) do
problema selecionado. As operações são conjuntos de ações que
devem ser desenvolvidas durante a execução do plano (CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2010, p.66).

O quadro 2 apresenta o desenho das operações para os “nós críticos”


selecionados.

Quadro 2 - Desenho das operações para os “nós críticos” selecionados.


Nó Crítico Operação / Resultados Produtos Recursos
Projeto Esperados Esperados Necessários
Falta de Saber + População Campanhas Cognitivo:
conhecimento Aumentar o mais educativas conhecimento sobre
da população nível de informada através de grupos o tema e sobre
sobre a conhecimento sobre, operativos; estratégias de
doença da população prevenção, campanhas comunicação
sobre a HAS. riscos e educativas na e pedagógicas;
complicações rádio local;
Organizacional:
da HAS. capacitação dos
organização da
ACS.
agenda;
Político: articulação
inter setorial
(parceria com o
setor educação) e
mobilização social.
Hábitos de +Saúde Aumentar o Aumento da Organizacional:
vida Modificar número de prática de organização dos
inadequados hábitos e estilos hipertensos atividade física grupos operativos;
de vida. fisicamente através de grupos Cognitivo:
ativos e com operativos informação sobre o
alimentação (grupos de tema;
equilibrada. caminhada, Político: conseguir
dança, etc.); local, mobilização
grupos operativos social, articulação
para orientação inter setorial com a
nutricional. rede;
Financeiros: para
recursos
audiovisuais,
folhetos educativos.
21

Estrutura Cuidar Melhor Garantia de Profissionais de Organizacional:


dos serviços Melhorar a medicamentos saúde envolvimento da
de saúde estrutura do e exames capacitados para equipe
ineficiente. serviço para o previstos nos oferecer aos Políticos: decisão
atendimento dos protocolos. hipertensos de recursos para
hipertensos serviços de estruturar o serviço;
qualidade Financeiros:
aumento de oferta
de exames.
Processo de Linha de Cobertura de Protocolos Cognitivo:
trabalho da Cuidado 80% da implantados; elaboração do
equipe de Implantar a linha população recursos projeto da linha de
saúde da de cuidado acima dos 15 humanos cuidado e de
família segundo anos. capacitados; protocolos;
inadequado protocolo para gestão da linha Político: articulação
atenção à de cuidado. entre os setores da
pacientes saúde e adesão dos
Hipertensos. profissionais;
Organizacional:
adequação de
fluxos.
Fonte: Autoria Própria (2015)

6.7 Sétimo passo: identificação dos recursos críticos

O processo de transformação da realidade sempre consome algum tipo de


recurso. Entretanto, essa transformação vai depender da disponibilidade de
determinados recursos, a favor ou contra as mudanças desejadas (CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2010).

A identificação dos recursos críticos a serem consumidos para


execução das operações constitui uma atividade fundamental para
analisar a viabilidade de um plano. São considerados recursos
críticos aqueles indispensáveis para a execução de uma operação e
que não estão disponíveis e, por isso, é importante que a equipe
tenha clareza de quais são esses recursos, para criar estratégias
para que se possa viabilizá-los (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010,
p.66).

No quadro 3 estão apresentados os recursos críticos para a execução das


operações.
22

Quadro 3 - Recursos críticos para enfrentamento dos problemas apresentados.


Operação/Projeto Recursos críticos
Saber + Político: articulação inter setorial (parceria com o
Aumentar o nível de setor educação) e mobilização social.
conhecimento da população
sobre a HAS.
+Saúde Político: conseguir local, mobilização social,
Modificar hábitos e estilos de articulação inter setorial com a rede;
vida. Financeiros: para recursos audiovisuais, folhetos
educativos.
Cuidar Melhor Políticos: decisão de recursos para estruturar o
Melhorar a estrutura do serviço serviço; Financeiros: aumento de oferta de
para o atendimento dos exames.
hipertensos
Linha de Cuidado Político: articulação entre os setores da saúde e
Implantar a linha de cuidado adesão dos profissionais;
segundo protocolo para atenção
à pacientes Hipertensos.
Fonte: Autoria Própria (2015)

6.8 Oitavo passo: análise de viabilidade do plano

A ideia central desse passo é de que o ator que está planejando não
controla todos os recursos necessários para a execução do seu
plano. Sendo assim, ele precisa identificar os atores que controlam
os recursos críticos para definir as operações estratégicas capazes
de construir viabilidade para o plano (CAMPOS; FARIA; SANTOS,
2010, p.70).

O quadro 4 apresenta a proposta de ação para motivação dos atores.

Quadro 4 - Proposta de ação para motivação dos atores.


Operações/ Recursos críticos Controle dos recursos Ação
Projetos críticos estratégica
Ator que Motivação
controla
Saber + Aumentar Político: articulação Secretário de Favorável Não é
o nível de inter setorial (parceria Saúde necessária
conhecimento da com o setor
população sobre a educação) e
HAS. mobilização social.
+Saúde Político: conseguir Secretaria de Favorável Não é
Modificar hábitos e local, mobilização Educação necessária
estilos de vida. social, articulação
inter setorial com a
23

rede;
Financeiros: para Secretário de Favorável
recursos Saúde
audiovisuais, folhetos
educativos.
Cuidar Melhor Políticos: decisão de Prefeito Favorável Apresentar
Melhorar a recursos para Municipal projeto de
estrutura do estruturar o serviço; Secretário de Favorável estruturação
serviço para o Financeiros: Saúde da rede.
atendimento dos aumento de oferta de Secretário Favorável
hipertensos exames. Municipal de
Saúde
Fundo Indiferente
Nacional de
Saúde.

Linha de Cuidado Político: articulação Secretário Favorável Não é


Implantar a linha entre os setores da Municipal de necessária
de cuidado saúde e adesão dos Saúde
segundo protocolo profissionais;
para atenção à
pacientes
Hipertensos.
Fonte: Autoria Própria (2015)

6.9 Nono passo: elaboração do plano operativo

O plano operativo tem como objetivo designar os responsáveis por cada


operação e definir os prazos para a execução das operações. Sendo assim, após
reunião com todas as pessoas envolvidas no planejamento ficou definido, por
consenso, a divisão de responsabilidades por operação e os prazos para a
realização de cada produto, conforme o quadro 5.

Quadro 5 - Elaboração do plano operativo.


Operações Resultados Produtos Ações Profissionais Prazo
estratégicas Envolvidos
Saber + População Campanhas Não é Equipe de Três meses
Aumentar o mais educativas necessária Saúde. para o início
nível de informada através de das
conhecimento sobre, grupos atividades.
da população prevenção, operativos;
sobre a HAS. riscos e campanhas
complicações educativas
da HAS. na rádio
local;
capacitação
dos ACS.
24

+Saúde Aumentar o Aumento da Não é Equipe de Início em


Modificar número de prática de necessária Saúde. quatro
hábitos e hipertensos atividade meses;
estilos de vida. fisicamente física através Avaliações a
ativos e com de grupos cada
alimentação operativos semestre;
equilibrada. (grupos de
caminhada,
dança, etc.); Início em dois
meses
grupos
operativos
para
orientação
nutricional.
Cuidar Garantia de Profissionais Apresentar Secretaria de Quatro meses
Melhor medicamentos de saúde projeto de Saúde para
Melhorar a e exames capacitados estruturação apresentação
estrutura do previstos nos para oferecer da rede. do projeto e
serviço para o protocolos. aos oito meses
atendimento hipertensos para
dos serviços de aprovação e
hipertensos qualidade liberação dos
recursos;
quatro meses
para compra
dos
equipamentos
início em
quatro meses
Linha de Cobertura de Protocolos Não é Secretaria de Início em três
Cuidado 80% da implantados; necessária Saúde meses
Implantar a população recursos
linha de acima dos 15 humanos
cuidado anos. capacitados;
segundo gestão da
protocolo para linha de
atenção à cuidado.
pacientes
Hipertensos.
Fonte: Autoria Própria (2015)

6.10 Décimo passo: gestão do plano

“O sucesso de um plano, ou pelo menos a possibilidade de que ele seja


efetivamente implementado, depende de como será feita sua gestão” (CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2010, p.75). Os quadros 6 a 9 apresentam a situação atual das
25

operações e os campos a serem preenchidos durante o acompanhamento das


mesmas.

Quadro 6 - Planilha de acompanhamento do projeto: Saber +.


Operação: Saber +
Produtos Responsável Prazo Situação Justificativa Novo prazo
esperados atual
Campanhas Equipe de Três meses Aguardando
educativas Saúde para o início implantação
através de das
grupos atividades.
operativos;
campanhas
educativas
na rádio
local;
capacitação
dos ACS.
Fonte: Autoria Própria (2015)

Quadro 7 - Planilha de acompanhamento do projeto: +Saúde.


Operação: +Saúde
Produtos Responsável Prazo Situação Justificativa Novo prazo
esperados atual
Aumento da Equipe de Início em Aguardando
prática de Saúde. quatro implantação
atividade meses;
física através Avaliações a
de grupos cada
operativos semestre;
(grupos de
caminhada,
dança, etc.); Início em
dois meses
grupos
operativos
para
orientação
nutricional.
Fonte: Autoria Própria (2015)

Quadro 8 - Planilha de acompanhamento do projeto: Cuidar Melhor.


Operação: Cuidar Melhor
Produtos Responsável Prazo Situação Justificativa Novo prazo
esperados atual
Profissionais Secretaria de Quatro meses Aguardando
de saúde Saúde para implantação
capacitados
26

para oferecer apresentação


aos do projeto e
hipertensos oito meses
serviços de para
qualidade aprovação e
liberação dos
recursos;
quatro meses
para compra
dos
equipamentos
início em
quatro meses
Fonte: Autoria Própria (2015)

Quadro 9 - Planilha de acompanhamento do projeto: Linha de Cuidado.


Operação: Linha de Cuidado
Produtos Responsável Prazo Situação Justificativa Novo prazo
esperados atual
Protocolos Secretaria de Início em três Aguardando
implantados; Saúde meses implantação
recursos
humanos
capacitados;
gestão da
linha de
cuidado.
Fonte: Autoria Própria (2015)
27

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após estudos sobre a questão da hipertensão arterial na área de abrangência


da ESF Nova Esperança no município de Ipatinga foi possível concluir que o melhor
controle da mesma depende de mudanças no estilo de vida da população e no
processo de trabalho da equipe. Acredita-se que dentre os principais motivos para o
elevado número de hipertensos estão o excesso de peso, os hábitos alimentares
inadequados, o uso excessivo de álcool, o tabagismo, o sedentarismo, além do
processo de trabalho inadequado da equipe.
Sendo assim, a finalidade do plano de ação foi de propor ações para
aumentar o nível de conhecimento da população sobre a hipertensão e também
auxiliar na modificação de hábitos e estilos de vida, assim como melhorar a estrutura
do serviço para o atendimento aos hipertensos.
Acredita-se que o plano de ação poderá estimular estilos de vida saudáveis
entre os hipertensos da área de abrangência da ESF Nova Esperança por meio de
informações sobre prevenção, riscos e complicações da HAS; do aumento do
número de hipertensos fisicamente ativos e com alimentação equilibrada e também
por meio de um serviço de saúde de qualidade.
28

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Ipatinga/MG. Disponível em http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil/ipatinga_mg .
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29

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30/09/2014.

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