Nutrição E Adubação de Pomares
Nutrição E Adubação de Pomares
Nutrição E Adubação de Pomares
8 NUTRIÇÃO E
ADUBAÇÃO DE
POMARES
Gilmar Ribeiro Nachtigall
Clori Basso
Cláudio José da Silva Freire
Fotos: C. Basso
do Sul, até o ano de 1991, 28% dos pomares
comerciais encontravam-se com teores de
fósforo nas folhas entre 1,0 e 1,5 g kg-1,
enquanto que 71% apresentavam teores entre
1,5 e 3,0 g kg-1.
A escolha da fonte de fósforo baseia-
se na sua eficiência agronômica. Se a reação
de uma fonte fosfatada for muito lenta, a
velocidade de reposição de fósforo na A
solução não será adequada ao crescimento
das plantas. Por sua vez, se a reação for
muito rápida, haverá risco de parte
substancial do fósforo ser imobilizada.
Potássio
Existe variabilidade quanto à defini- (Fig. 2). Por seu turno, altos teores de
ção do nível crítico de potássio em folhas. potássio e de magnésio, oriundos de
Para as condições da Itália, um teor médio adubações com desequilíbrio desses
de potássio nas folhas de 10 g kg-1 é consi- nutrientes, também podem causar bitter
derado ótimo. Para pomares de macieira pit, tanto direta como indiretamente, já
do sul dos Estados Unidos, teores de 15 a que podem induzir a baixos teores de cálcio
18 g kg-1 são considerados suficientes, na planta. Em condições extremas, este
enquanto que plantas com teor de 10 g kg- distúrbio pode ocorrer até mesmo no
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não apresentam sintomas visíveis nas pomar, quando se aproxima a colheita.
folhas. No entanto, as frutas não têm ta- Entretanto, a maioria dos sintomas é
manho, nem cor normal. No Rio Grande observada durante ou após o armazena-
do Sul e em Santa Catarina, a interpretação mento das frutas. Baixas concentrações de
dos teores foliares de potássio é feita se- cálcio nas frutas são, principalmente,
gundo os valores e as faixas nutricionais resultantes da ação de fatores ambientais e
apresentados na Tabela 2. No Rio Grande culturais, embora os teores de cálcio no
do Sul, até o ano de 1991, 20% dos poma- solo possam influenciar. A deficiência de
res comerciais encontravam-se com teores cálcio não é caracterizada por sintomas
de potássio nas folhas entre 8,0 a 12 g kg- visíveis nas folhas.
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, enquanto que 28% apresen-tavam teo-
Cálcio
B
Fotos: G. R. Nachtigall
na maioria dos casos, baixos ou deficientes.
Na fruta, considera-se que teores inferiores
a 2,5 - 3,0 mg 100g-1 de polpa fresca podem
ser indicativos de incidência de bitter pit.
Pulverizações com cálcio via foliar
têm sido utilizadas para evitar e/ou reduzir
distúrbios fisiológicos nas frutas de
macieira. Quanto a fontes de cálcio, as
mais utilizadas são o cloreto de cálcio, o
nitrato de cálcio e o cálcio quelatizado,
todos com a mesma eficiência técnica
quando aplicada a mesma dose do elemento
cálcio.
Magnésio
Foto: C. Basso
podem proporcionar desenvolvimento
precoce de cor, aumento na incidência de
degenerescência e mudança na firmeza.
Resultados obtidos no Brasil, com a cultivar
Gala, mostram que a aplicação de boro
antecipa a colheita e aumenta a coloração
das frutas, sem afetar negativamente a
firmeza da polpa e os teores de sólidos
solúveis (Fig. 4).
Foto: C. Basso
estrutura da clorofila. Os sintomas de
deficiência deste nutriente se caracterizam
pela clorose internerval nas folhas novas
(Fig. 6). Este sintoma tende a desaparecer
à medida que as folhas envelhecem.
No RS e em SC, a interpretação dos
teores foliares de B é feita segundo os valores
e as faixas nutricionais apresentados na
Tabela 2. No Rio Grande do Sul, até o ano de
1991, 1% dos pomares comerciais encon-
travam-se com teores de ferro na folha
inferiores a 50 mg kg-1, enquanto 87%
apresentavam teores entre 50 e 250 mg kg-1.
Foto:C. Basso
Tabela 2. Interpretação dos resultados de análise foliar da macieira para amostras colhidas no período
de 15 de janeiro a 15 de fevereiro.
Nutrientes
Faixas
nutricionais N P K Ca Mg
Nutrientes
Fe Mn Zn Cu B
Fig. 11. Exemplo de certificado de análise foliar da macieira, de interpretação dos resultados e de
recomendação de adubação feito em microcomputador.
Fonte: C. J. de S. Freire.
Frutas do Brasil, 37 Maçã Produção 75
Tabela 3. Teores considerados normais de nitrogênio, potássio, cálcio e magnésio na fruta fresca de
macieira em três diferentes tipos de amostragem.
Tipos de amostragem
Nutrientes
Fatia longitudinal Amostra equatorial Película
Tabela 4. Relação dos fertilizantes usuais para a cultura da macieira e respectivos teores de nutrientes.
Fertilizante Característica
Tabela 5. Índices de conversão dos nutrientes aplicados na forma orgânica para a mineral em cultivos
sucessivos.
Índices de conversão
Nutrientes
Primeiro cultivo Segundo cultivo Terceiro cultivo
N 0,5 0,2 -
P2O5 0,6 0,2 -
K2O 1,0 - -
Fonte: Comissão (1995).
Tabela 6. Concentração média de N, de P2O5 e de K2O em base seca e teor de matéria seca de alguns
materiais orgânicos.