Didáctica Geral
Didáctica Geral
Didáctica Geral
Delegação de Nampula
Código: 708221267
Juma Nicolau
Didáctica
Delegação de Nampula
Código: 708221267
Juma Nicolau
Didáctica
Armindo Atusse
Índice
Introdução.........................................................................................................................................4
Didáctica...........................................................................................................................................5
Conceito............................................................................................................................................5
Avaliação..........................................................................................................................................7
Elementos da didáctica...................................................................................................................10
Objectivos.......................................................................................................................................12
Conclusão.......................................................................................................................................15
Bibliografia.....................................................................................................................................16
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Introdução
Para iniciarmos nossos estudos sobre Didáctica Geral e as várias etapas que a compõem,
necessitamos primeiramente conceituar o que é “Didáctica”. O termo didáctico é derivado do
grego didaktiké, que significa, em outras palavras, “arte de ensinar”. Actualmente, diversas são as
definições para didáctica, mas quase a totalidade delas refere-se como técnica, ciência ou arte de
ensinar.
Segundo (Houaiss & Villar, 2001), didáctica pode ser definida como “parte da Pedagogia que
trata dos princípios científicos que direccionam a actividade educativa, com o objectivo de torná-
la mais eficiente”. Deste modo, a Pedagogia é vista como a ciência e a arte da educação,
enquanto a Didáctica pode ser definida como a arte e a ciência do ensino.
A Didáctica, até o final do século XIX, baseou-se quase que de forma exclusiva na Filosofia, com
ênfase para os trabalhos de Rousseau (1712-1778), Pestalozzi (1746-1827), Herbart (1777-1841),
entre outros pedagogos desta época, mostrando-se bastante avançada em relação às concepções
psicológicas daquele tempo.
A partir do final do século XIX, a Didáctica passou a buscar concepções também nas ciências,
com ênfase na Psicologia e na Biologia. Tais estudos (já no início do século XX) deram origem a
movimentos de reforma escolar, tanto na América quanto na Europa, pois reconheciam a
limitação da didáctica em sua forma tradicional, ao mesmo tempo em que buscavam uma
educação que contemplasse os aspectos psicológicos envolvidos no processo de
ensino/aprendizagem.
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Didáctica
Conceito
(Libaneo, 1994), a “Didáctica é o principal ramo de estudo da Pedagogia. Ela investiga os
fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino”. A ela cabe converter os
objectivos sócio-políticos e pedagógicos em objectivos de ensino, seleccionar conteúdos e
métodos em função desses objectivos estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo
em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos.
(NÉRICI, 1991), Didáctica é “o conjunto de recursos técnicos que tem em mira dirigir a
aprendizagem do educando, tem em vista leva-lo atingir um estado de naturalidade que lhe
permita encontrar se com a realidade circundante, de maneira consciente equilibrada e eficiente
em agir como um cidadão participante responsável”.
Para (MONJANE, DAVUCA, & ROMÃO, 1999), a Didáctica pode ser definida em dois
sentidos:
Didáctica no sentido Amplo, que se preocupa somente como os procedimentos que levam
o educando a aprender algo. Não tem conotações sócio-morais.
A Didáctica investiga as condições e formas que vigoram no ensino e ao mesmo tempo factores
reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais) de condicionamento das relações entre a
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Internamente, a acção didáctica se refere à relação entre o aluno e a matéria, com o objectivo de
apropriar-se dela com a mediação do professor. O professor tem propósitos definidos no sentido
de assegurar o encontro directo do aluno com a matéria.
O ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a aprendizagem. A unidade entre ensino e
aprendizagem fica comprometida quando:
O ensino se caracteriza pela memorização;
Professor com postura de ‘detentor’ de todo conhecimento;
Alunos são deixados sozinhos com o pretexto de que o professor somente deve facilitar a
aprendizagem e não ensinar.
Avaliação
Verificação contínua quanto aos objectivos e do rendimento das actividades, seja dos alunos, seja
em relação ao trabalho do próprio professor; Domínio de meios e instrumentos; Verificar as
dificuldades para tomar decisões.
Os conteúdos científicos,
As condições e meios que mobilizam o aluno para o estudo activo e seu desenvolvimento
intelectual.
Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e possível dos conhecimentos científicos;
Criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e habilidades
intelectuais de modo que dominem métodos de estudo e de trabalho intelectual visando a
sua autonomia no processo de aprendizagem e independência de pensamento;
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Para que o professor possa atingir efectivamente os objectivos, é necessário que realize um
conjunto de operações didácticas coordenadas entre si.
São o planejamento
Avaliação.
Domínio seguro do conteúdo das matérias que lecciona e sua relação com a vida e a
prática, bem como dos métodos de investigação próprios da matéria, a fim de poder fazer
uma boa selecção e organização do seu conteúdo, partindo das situações concretas da
escola e da classe;
Para além, pois, dos requisitos profissionais específicos, é preciso uma formação teórica e
política que resulte em convicções profundas sobre a sociedade e as tarefas da educação. Tal é o
objectivo de disciplinas como Filosofia...
Elementos da didáctica
Para o pleno desenvolvimento das actividades pedagógicas, isto é, para que a mediação no
processo de ensino aconteça de maneira eficaz, a prática educacional deve ser orientada e
organizada com base em elementos que constituem a didáctica, os quais, elencados por (Libaneo
J. C., 1993), são: Objectivos e conteúdos; os métodos de ensino; avaliação; a aula como forma de
organização do ensino; planejamento escolar; relação professor-aluno. Nesse sentido é que, uma
vez que a acção pedagógica é reflectida e aplicada, concretiza-se como acção intencional e
sistemática, considerando o processo de ensino-aprendizagem na relação professor-aluno.
Um dos elementos elencados por Libâneo são os objectivos e conteúdos. Esses elementos
constituem condição fundamental quanto a espera de resultados e/ou processos almejados no
trabalho entre professor e aluno. Desta forma, antecipar os objectivos com base no contexto dos
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Isso significa que a elaboração dos objectivos pressupõe, da parte do professor, uma avaliação
crítica com das referências que utiliza, balizadas pelas suas opções em face dos determinantes
sócio-políticos da prática educativa. Assim, o professor precisa saber avaliar a pertinência dos
objectivos e conteúdos propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medidas
atendem exigências de democratização política e social; deve, também, saber compatibilizar os
conteúdos com necessidades, aspirações, expectativas da clientela escolar, bem como torná-los
exequíveis face às condições sócio-culturais e de aprendizagem dos alunos [...] (p. 121).
Nessa perspectiva dos elementos de ensino, Cordeiro relata a importância da realização do ensino
por meio da relação triádica professor-conteúdo-aluno. Ele menciona que “é necessário reafirmar
essa ideia tão simples, mas que está um pouco desprestigiada nos dias de hoje, em que parece não
existir consenso a respeito dos objectivos da escola e do ensino” (2017, p. 22). No entanto, para
ensinar é necessário ensinar algo a alguém. Para a concretização dos objectivos e conteúdos, é
essencial o uso dos métodos de ensino. A fim de conceituar o termo método, (Libaneo J. C.,
1993), afirma que:
A avaliação por sua vez, é uma das tarefas mais importantes durante o processo de ensino-
aprendizagem, pois possibilita a reflexão acerca das práticas trabalhadas no decorrer do processo.
O fato de avaliar não é tarefa fácil, prescinde preparação e organização da forma de avaliação.
Nesse contexto, trazemos aqui um conceito de avaliação de Luckesi Apud (Libaneo J. C., 1993),
a qual a avaliação pode ser concebida como “uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes
do processo de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu
trabalho” (p.196). Dessa forma, a avaliação também se caracteriza como um componente
fundamental na orientação das actividades didácticas posteriores.
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A fim de que os processos citados acima sejam alcançados, o bom planejamento deve ser
pensado. Para o exercício da profissão docente a racionalização, coordenação de actividades,
contextos internos e externos escolares precisam ser considerados. É dessa maneira que o
planejamento precisa acontecer, uma vez que, Isso significa que os elementos do planejamento
escolar - objectivos, conteúdos, métodos - estão recheados de implicações sociais, têm um
significado genuinamente político. Por essa razão o planejamento é uma actividade de reflexão
acerca das nossas opções e acções; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que devemos dar
ao nosso trabalho ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na
sociedade. (Libaneo J. C., 1993), no elemento, a aula como forma de organização do ensino,
compreende-se que é na aula que todos os aspectos citados até então acontecem, esta então
efectiva-se no diálogo entre professor-aluno, com perspectivas pelas quais o professor realiza a
mediação do conhecimento.
Segundo (Libaneo J. C., 1993), devemos entender a aula como o conjunto de meios e condições
pelos quais o professor dirige e estimula o processo de ensino em função da actividade própria do
aluno no processo da aprendizagem escolar, ou seja, a assimilação consciente e activa dos
conteúdos. (p. 177)
Objectivos
No capítulo anterior vimos que um dos componentes básicos da didáctica são os objectivos.
Vimos também que os objectivos consistem em descrição clara dos resultados que desejamos
alcançar com a nossa actividade. Vejamos agora outros aspectos relacionados com os objectivos.
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Tipos de objectivos
Segundo (Piletti, 2004) Os objectivos podem ser educacionais ou instrucionais.
Objectivos educacionais (ou gerais) são proposições gerais sobre mudanças comportamentais
desejadas. Decorrem de uma filosofia da educação e surgem do estudo da sociedade
contemporânea e do estudo sobre o desenvolvimento do aluno e sobre os processos de
aprendizagem.
Objectivos instrucionais (ou específicos) consistem numa maior especificação dos objectivos
educacionais e numa operacionalização dos mesmos. Os objectivos instrucionais, portanto, são
proposições específicas sobre mudanças no comportamento dos alunos, que serão atingidos
gradativamente no processo de ensino-aprendizagem.
Os objectivos educacionais ou instrucionais, por sua vez, podem referir-se aos domínios
cognitivo, afectivo e psicomotor.
Domínio afectivo refere-se aos valores, às atitudes, às apreciações e aos interesses. Exemplos:
cooperar para manter a ordem, a conservação, limpeza e embelezamento da comunidade;
valorizar a função social das diferentes instituições da comunidade: igrejas, escolas, sindicatos e
outros.
Embora os diferentes tipos de objectivos representem três domínios do ser humano, eles referem-
se apenas a uma realidade total: o homem concreto, como uma unidade física, psicológica,
intelectual, social e moral. A divisão em três domínios serve apenas para a análise da função
didáctica. No trabalho educacional, qualquer atitude ou iniciativa contraria a esta visão unificada
do homem é antieducativa.
Divisão da didáctica
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Didáctica é uma disciplina técnica que tem como objectivo especifico a técnica de ensino
(direcção técnica da aprendizagem). A didáctica, portanto, estuda a técnica de ensino em todos os
seus aspectos práticos e operacionais, podendo ser definida como:
De acordo com (Piletti, 2004), a didáctica como ciência educacional divide-se em: didáctica geral
e didáctica especial.
Didáctica geral estuda os princípios, as normas e técnicas que devem regular qualquer tipo de
ensino, para qualquer tipo de aluno. No entanto, ela nos dá uma visão geral da actividade
docente.
Conclusão
Terminado o trabalho sobre didáctica, conclui-se que a educação escolar é uma tarefa
eminentemente social, a didáctica não apenas permite que os alunos dominem os conteúdos mas,
também, diz como faze-lo, isto é, investigando objectivos e métodos seguros e eficazes para
assimilação dos conhecimentos.
Bibliografia
Houaiss, A., & Villar, M. S. (2001). Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Objectiva.
NÉRICI, I. G. (1991). Didáctica Geral (16 ed.). São Paulo: Edições Atlas.