Curso Completo de Português para Concurso

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Livro Eletrônico

Aula 00

Passo Estratégico de Língua Portuguesa p/ STJ (AJAJ)-Pós-Edital

Professor: Charles Souza


Passo Estratégico
Língua Portuguesa p/ STJ
(AJAJ, AJAA e AJOJ)
Analista Charles Souza
Aula 0 Ortografia Oficial e
Acentuação Gráfica

Aula 0 – Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica

Apresentação...........................................................................01
Introdução...............................................................................02
Língua Portuguesa – CESPE..............................................03
Conteúdo Programático Português – STJ..........................04
Análise Estatística....................................................................05
Orientações de Estudo e de Conteúdo
Acentuação Gráfica...........................................................08
Ortografia ........................................................................14
Análise de Questões.................................................................32

Apresentação

Olá, pessoal. Meu nome é Charles Souza, sou Auditor-Fiscal da Receita


Federal e coach do Estratégia Concursos. Antes de ingressar na RFB,
trabalhei durante 6,5 anos no Banco do Brasil, sendo três anos em agência
e três anos e meio na área de TI.

Sou Engenheiro de Computação, tendo feito ainda especialização em


Engenharia Elétrica. Apesar da formação em engenharia – o que me ajudou
bastante no concurso da Receita Federal –, sempre gostei muito de
Português, desde a época de escola. Muito por influência de minha mãe,
professora de Língua Portuguesa à época – hoje aposentada.

O Passo Estratégico de Língua Portuguesa para os cargos de Analista


Judiciário da Área Judiciária (AJAJ), Analista Judiciário da Área
Administrativa (AJAA) e Analista Judiciário – Oficial de Justiça (AJOJ) do STJ

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será dividido em 12 aulas, incluindo esta demonstrativa, sendo 9 de


conteúdo e 3 simulados com questões inéditas, conforme abaixo:

 Aula 0 – Ortografia Oficial. Acentuação Gráfica.


 Aula 1 – Compreensão e Interpretação de Textos. Tipologia Textual.
 Aula 2 – Emprego das Classes de Palavras
 Aula 3 – SIMULADO 1
 Aula 4 – Sintaxe da Oração e do Período
 Aula 5 – Concordância (Verbal e Nominal). Vozes Verbais.
 Aula 6 – Regência (Verbal e Nominal) e Crase
 Aula 7 – SIMULADO 2
 Aula 8 – Pontuação
 Aula 9 – Significação das Palavras. Coesão e Coerência.
 Aula 10 – Correspondência Oficial
 Aula 11 – SIMULADO 3

Introdução

O Passo Estratégico é um projeto do Estratégia Concursos cuja proposta


é levar ao aluno dicas importantes para o estudo de cada disciplina, que
irão ajudá-lo na resolução das questões. Além disso, o Passo Estratégico
será um guia para revisão da matéria.

Como a banca organizadora do concurso da STJ é o Cebraspe (antigo


CESPE), nossas dicas terão como foco as questões dessa banca,
procurando explorar ao máximo suas características, de maneira a ajudar
o aluno, não apenas a revisar os tópicos já estudados, mas também a
resolver as questões da prova.

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Antes de entrarmos especificamente nos assuntos cobrados na prova de


Língua Portuguesa, gostaria de falar um pouco de algumas características
das provas do CESPE.

Língua Portuguesa – CESPE

O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de


Eventos (CESPE) é uma associação civil de direito privado, criada para dar
continuidade aos trabalhos do antigo CESPE/UnB (Centro de Seleção e de
Promoção de Eventos da Universidade de Brasília).

O CESPE é a banca de concurso público mais popular do país. Além disso,


é bastante temida pelos alunos. Muito em função de sua metodologia de
correção, em que, muitas vezes, uma questão errada anula uma certa,
característica que inviabiliza o “chute” na prova.

Dica para questões do tipo Certo/Errado


Se observar que determinada questão está “meio certa” ou “meio errada”,
não tenha dúvida em assinalá-la como ERRADA. Ainda que a questão
esteja “quase certa”, um simples erro faz com que seja
considerada ERRADA.

É comum a banca colocar questões aparentemente certas, mas com uma


palavra que altera todo o sentido. Palavras como “sempre”, “nunca”,
“exclusivamente” merecem toda a atenção, pois pode tratar-se de uma
pegadinha. Cuidado para não ser pego!

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Outra característica das provas do CESPE é que exigem mais que


memorização do candidato. É preciso ter capacidade de interpretação e
de entendimento interdisciplinar.

Por fim, uma última característica nas provas de Língua Portuguesa


especificamente, que poderá ser observada na análise estatística: o CESPE
não costuma cobrar todo o conteúdo programático do edital. Alguns
assuntos são bem mais explorados que outros, daí a importância de
resolver muitas questões de provas anteriores para se familiarizar
com os conteúdos mais frequentes, bem como, com a forma de abordagem
de cada um deles.

Conteúdo Programático Língua Portuguesa – STJ

Feita essa explanação inicial a respeito das principais características das


provas do CESPE, em especial, no que diz respeito às provas de Língua
Portuguesa, vamos falar agora especificamente do conteúdo programático
de Língua Portuguesa. Tomaremos como base os assuntos cobrados no
edital do STJ:

1. Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados


2. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais
3. Domínio da ortografia oficial
4. Domínio dos mecanismos de coesão textual
5. Domínio da estrutura morfossintática do período
6. Reescrita de frases e parágrafos do texto
7. Finalidade dos expedientes oficiais

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Análise Estatística

Antes de falar especificamente da incidência dos assuntos Ortografia


Oficial e Acentuação Gráfica nas provas do CESPE, vou explicar como
foi feita a Análise Estatística nas provas de Língua Portuguesa.

Procuramos analisar todos os concursos realizados pelo CESPE para cargos


de nível superior de tribunais nos últimos 5 anos. Foram analisadas 15
provas, totalizando 470 assertivas, considerando provas do tipo “Certo
ou Errado” e com 4 ou 5 alternativas. As provas analisadas foram as
seguintes:


Ano Concurso Cargo Tipo de Prova
Itens
TRE-PE AJAJ 5 alternativas 35

2017 TRE-BA AJAJ/AJAA 5 alternativas 30

TRT – 7ª Região AJAJ/AJAA 4 alternativas 40

TRE-PI AJAJ/AJAA 5 alternativas 60


2016
TRE-PE AJAA 5 alternativas 35

STJ AJAA Certo/Errado 22

TRE-MT AJAJ/AJAA 5 alternativas 40


2015
TRE-GO AJAJ/AJAA Certo/Errado 28

TRE-RS AJAA 5 alternativas 30

TRE-MS AJAJ/AJAA 5 alternativas 60

2013 AJAJ Certo/Errado 15


CNJ
AJAA Certo/Errado 20

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STF AJAA Certo/Errado 15

TRT – 10 Região AJAJ/AJAA Certo/Errado 20

TRT – 17 Região AJAJ/AJAA Certo/Errado 20

TOTAL 470

Como a análise estatística das provas do CESPE foi feita antes da publicação
do edital desse concurso do STJ, tomamos como referência os concursos
anteriores organizados pelo CESPE. Observamos, então, que os tópicos
cobrados em Língua Portuguesa, para os cargos de AJAJ, AJAA e AJOJ,
foram geralmente os seguintes:

1. Ortografia Oficial e Acentuação Gráfica


2. Compreensão e Interpretação de Textos e Tipologia Textual
3. Classes de Palavras
4. Termos da Oração
5. Relações de Coordenação e de Subordinação entre Orações
6. Concordância (Verbal e Nominal) e Vozes Verbais
7. Regência (Verbal e Nominal) e Crase
8. Pontuação
9. Reescrita de frases e palavras do texto
9.1. Significação das palavras
9.2. Substituição de palavras ou de trechos do texto
9.3. Reescrita de textos de diferentes gêneros
10. Correspondência Oficial

Correspondência Oficial
Dos 10 assuntos listados acima, o único que não costuma estar presente
em todas as provas do CESPE – mas que, quando previsto no edital,

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costuma ser bastante explorado na prova – é Correspondência Oficial.


Por acaso, esse assunto não foi cobrado em nenhuma das provas
do CESPE realizadas em 2017.

Em seguida, procuramos observar a incidência de cada um dos 10 assuntos


nas provas do CESPE. Alguns deles serão agrupados em uma mesma aula,
observando a relação entre os assuntos. Nesta primeira aula, vamos
tratar especificamente de dois deles: Ortografia Oficial e Acentuação
Gráfica.

Considerando todos os concursos de tribunais para cargos de AJAJ e


AJAA, observamos que, nos últimos 5 anos, o CESPE cobrou Ortografia
e Acentuação Gráfica da seguinte maneira:

Quantidade de provas, Quantidade de concursos que % de incidência do


ASSUNTOS cujos concursos previam efetivamente cobraram o assunto nas provas
o assunto em edital assunto em prova da banca

Ortografia e
15 5 33,3%
Acentuação Gráfica

Tabela 1

Total de assertivas Total de assertivas % de incidência do assunto


ASSUNTOS das provas de Língua em que o assunto no conjunto de questões das
Portuguesa foi abordado provas da disciplina

Ortografia e 470 6 1,3%


Acentuação Gráfica

Tabela 2

O primeiro ponto a ser destacado (Tabela 1) é que, das 15 provas para


cargos de AJAJ e AJAA de concursos para tribunais organizados pelo
CESPE nos últimos 5 anos, os assuntos Ortografia e Acentuação

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Gráfica foram cobrados em apenas 5 delas, o que representa apenas


um terço das provas.

Por sua vez, analisando a quantidade de assertivas que abordaram os


dois assuntos em relação ao total de questões de Língua Portuguesa,
observa-se uma incidência de apenas 1,3%. (Tabela 2).

De qualquer forma, ainda que os assuntos Ortografia e Acentuação


Gráfica não tenham sido tão explorados nas provas (de nível superior)
do CESPE dos últimos anos, é importante estudá-los, a fim de garantir
pontos preciosos na prova, caso se depare com alguma questão a
respeito.

Passemos, então, aos principais pontos desses dois assuntos...

Orientações de Estudo e de Conteúdo

A Ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita


das palavras. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever
e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.

Além disso, o conhecimento das regras de Ortografia é de fundamental


importância, não apenas para a prova objetiva, mas também para a
prova discursiva, onde pequenos deslizes podem custar pontos preciosos.

Antes de falarmos das regras de Ortografia propriamente ditas, vamos ver


as regras de Acentuação Gráfica.

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Acentuação Gráfica

Tomando-se como base qualquer gramática, percebe-se que são inúmeras


as regras de acentuação (e suas exceções), com inúmeros exemplos, o que
torna o estudo um tanto maçante. Então, para facilitar a compreensão do
assunto, procurei condensar as regras de acentuação no menor número
possível, a fim de facilitar a memorização.

Para começar, vou juntar as regras dos Monossílabos Tônicos e das


Oxítonas. Apesar de serem regras diferentes, elas podem ser juntadas
para facilitar sua memorização.

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Monossílabos Tônicos e Oxítonas

São acentuados os monossílabos tônicos terminados em: a, e, o,


éu, éi, ói (seguidos ou não de s).
 lá, pé, só, dói.

Já no caso das oxítonas (palavras que apresentam a sílaba tônica na


última sílaba) são acentuadas as que apresentam as mesmas
terminações listadas acima, além das terminadas em: em e ens.
 sofá(s), jacaré(s), paletó(s), ninguém, armazém.
Importante: Muitos verbos, ao se combinarem com pronomes
oblíquos, produzem formas oxítonas ou monossilábicas que devem ser
acentuadas por acabarem assumindo alguma das terminações
contidas nas regras citadas.
 jogar + o = jogá-lo
 escrever + la = escrevê-la

Paroxítonas

Palavras cuja sílaba tônica é a penúltima. Todas as paroxítonas são


acentuadas, exceto as terminadas em: a, e, o, éu, éi, ói, em, ens.
 caráter, tórax, hífen, útil.

Dica: Como se pode perceber, a regra das paroxítonas é oposta à das


oxítonas. Ou seja, se estiver na dúvida se uma palavra oxítona é ou
não acentuada, procure observar se uma paroxítona com a mesma
terminação seria acentuada. Caso positivo, a oxítona não terá acento.
Por outro lado, para saber se uma paroxítona deve ou não ser

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acentuada, deve-se observar a oxítona com a mesma terminação. Se


tiver acento, a paroxítona não terá.
 Por exemplo, se estiver em dúvida se a palavra caráter deve ou
não receber acento, imagine uma oxítona com a mesma
terminação (comer, por exemplo). Como ela não leva acento, a
paroxítona certamente levará (caráter).
Importante: De acordo com o novo acordo ortográfico, as
paroxítonas que contenham ditongo aberto não são mais
acentuadas.
 ideia, assembleia, heroico, paranoico.

Não confundir com as oxítonas terminadas em ditongo aberto,


pois essas levam acento.
 coronéis, lençóis.

Proparoxítonas
Palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima. Todas as
proparoxítonas são acentuadas. Sem exceção!
 médico, lúdico, ártico.

Acentuação dos Hiatos

Um caso especial de acentuação é o das palavras que contêm hiato


(encontro de duas vogais em sílabas diferentes). Nesses casos, o
acento se faz necessário para diferenciar da pronúncia do ditongo
(encontro de duas vogais na mesma sílaba).
 Ca-í / cai

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Podemos, então, resumir a regra de acentuação dos hiatos da seguinte


maneira: Devemos acentuar o i e o u tônicos, em hiato com
vogal ou ditongo anterior, formando sílaba sozinhos ou com s.
 fa-ís-ca, Pa-ra-í-ba, e-go-ís-ta.

Por outro lado, não devem ser acentuados os hiatos quando


formam sílaba com letra que não seja s.
 ca-ir, as-in-do, ju-iz, ru-im.

Exceção 1:
Hiato seguido de nh na próxima sílaba não deve ser acentuado.
 ra-i-nha, mo-i-nho.

Exceção 2:
Em oxítona, deve ser acentuado o i e o u após um ditongo. Ou
seja, a regra das paroxítonas se sobrepõe à das oxítonas. Isso porque,
se fôssemos levar em consideração a regra das oxítonas, essas
palavras não seriam acentuadas.
 Pi-au-í, tui-ui-ú.
Porém, se o u tônico não estiver no final, não deve ser
acentuado.
 fei-u-ra

Vejamos duas questões muito semelhantes do CESPE que cobraram regras


de acentuação.

(CESPE – TRT-17 2013 – AJAJ/AJAA) 14. Os vocábulos “prejuízos” e


“benefícios” são acentuados de acordo com a mesma regra de
acentuação gráfica.

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Comentário:
A palavra “prejuízos” é acentuada de acordo com a regra dos hiatos. Por
sua vez, a palavra “benefícios” é acentuada pela regra geral das
proparoxítonas. Outra forma de justificar o acento em “benefício” seria
por tratar-se de paroxítona terminada em ditongo crescente. Portanto,
a alternativa está ERRADA.

(CESPE – CNJ 2013 – AJAJ/AJAA) 34. A mesma regra de acentuação


gráfica, justifica o emprego de acento gráfico nas palavras “construída”
e “possíveis”.

Comentário:
A palavra “construída” é acentuada de acordo com a regra dos hiatos.
Por sua vez, a palavra “possíveis” é acentuada pela regra geral das
paroxítonas. Outra forma de justificar o acento em “possíveis” seria por
tratar-se do plural de “possível” – paroxítona terminada em “l”.
Portanto, a alternativa está ERRADA.

Importante: De acordo com a nova ortografia, não se acentuam os


hiatos formados por letras iguais (ee, oo).
 creem, leem, voo, enjoo.

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Acentos Diferenciais

Com o advento do novo acordo ortográfico, caiu a maioria dos


acentos diferenciais. Então, para evitar confusão, o ideal é procurar
memorizar a forma correta atualmente.
Um dos poucos que continuaram foi o acento do verbo pôr, para
diferenciar da preposição por. Da mesma forma, a forma no pretérito
perfeito do indicativo pôde continua acentuada, diferenciando-se da
forma no presente do indicativo pode.
 A galinha não quer pôr os ovos.
 A saída é por aqui.
 Ele não pôde comparecer ontem.
 Ele não pode comparecer agora.

Importante: Permanece sendo utilizado o acento diferencial de


número dos verbos ter, vir e seus derivados (manter, entreter,
intervir, advir...). Esses verbos costumam aparecer com
frequência em provas de concurso.
 Ele tem um carro. / Eles têm um carro.
 Ela vem a pé. / Elas vêm a pé.

Dica: Uma palavra em especial possui acento facultativo de acordo


com o novo acordo ortográfico: forma/fôrma.
 Maria comprou uma forma/fôrma de bolo.

Outra mudança trazida pelo novo acordo ortográfico foi a abolição do uso
do trema. Então, o correto é escrever: arguir, cinquenta, frequente,
linguiça, tranquilo, todos sem trema.

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Ortografia

Hífen

O uso do hífen é um dos casos que mais geram dúvidas na língua


portuguesa. Principalmente, após as mudanças trazidas pelo novo
acordo ortográfico. A boa notícia é que o CESPE não costuma
cobrar tanto o uso do hífen em suas provas. De toda sorte, é
importante conhecer as principais regras de utilização do hífen pois,
há sempre a possibilidade de aparecer na prova.

Aqui, vale o mesmo que foi dito em relação às mudanças trazidas em


relação à acentuação: não vale a pena tentar comparar como era
antigamente e como é atualmente. O ideal é procurar aprender
como se escreve nos dias de hoje.
São inúmeras as regras de uso do hífen. Então, vou procurar me ater
às principais mudanças trazidas no novo acordo ortográfico, pois são
as que as bancas mais costumam cobrar em prova. Vamos às regras:

1. Palavras iniciadas com h: separa.


 Pré-história, anti-higiênico, super-homem.

2. Letras iguais: separa.


 Anti-inflamatório, arqui-inimigo, supra-auricular.

3. Letras diferentes: junta.


 Autoatendimento, extraoficial, semicírculo.

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4. Prefixo terminado em vogal, seguido por palavra iniciada


com r ou s: a consoante deverá ser dobrada.
 Suprarrenal, minissaia, contrarregra, antisséptico.

5. Prefixo terminado em consoante, seguido por palavra


iniciada com r ou s: não se junta.
 Sub-reino, ab-rogar, sob-roda.

Vejamos agora algumas situações em que continua sendo utilizado


o hífen:

1. Com os prefixos: ex-, sota-, soto-, vice- e vizo-.


 Ex-diretor, sota-piloto, soto-mestre, vice-presidente.

2. Depois de pós-, pré- e pró-, quando têm som forte e acento.


 Pós-doutorado, pré-natal, pró-labore.

3. Depois de pan- e circum-, quando juntos de vogais.


 Pan-americano, circum-escolar.

4. Com os prefixos bem- e mal-.


 Bem-vindo, mal-educado.
Porém, se a palavra for derivada de querer ou de fazer, não
se utiliza o hífen.
 Malfeito, benquerer.

Por fim, vejamos algumas situações em que não se utiliza o hífen:

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1. Com os prefixos co-, re- e pre- (sem acento).


 Coordenar, reedição, refazer, preestabelecer, prever.
2. Entre palavras com elemento de ligação.
 Mão de obra, cão de guarda, café com leite, cara de pau.
Exceções: mais-que-perfeito, cor-de-rosa, água-de-colônia,
pé-de-meia, gota-d’água. Espécies botânicas: cravo-da-índia,
pimenta-do-reino.

3. Entre palavras repetidas.


 Dia a dia, corpo a corpo, face a face.
Porém, se não houver elemento de ligação, deve-se
utilizar o hífen.
 Corre-corre, pega-pega

Regra Geral Uso do Hífen


Se estiver em dúvida se determinada palavra deve ser escrita junto
ou com hífen, lembre-se da regra geral: o hífen separa vogais e
consoantes iguais! As diferentes se atraem e não devem ser
"separadas" por hífen. Ou seja, entre vogais e consoantes
diferentes não deve haver hífen, nem entre vogal e consoante.

Veremos, a seguir, outras regras de ortografia. Porém, como são inúmeras


as regras, vamos procurar dar prioridade às mais importantes,
àquelas mais cobradas nas provas de concurso.

E, para praticar e conhecer as palavras mais cobradas pela banca, vamos


mostrar algumas questões dos últimos concursos. Importante ser dito
também que a melhor forma de aprender a grafia correta das

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palavras é por meio da leitura e da consulta ao dicionário sempre


que surgir dúvida.

Para começar, vejamos a regra geral de grafia das palavras.

REGRA GERAL
Para saber como se escreve determinada palavra, você deve obedecer
à seguinte regra: a palavra derivada mantém as letras da palavra
primitiva.

(FCC – ICMS-SP 2013) 10 - Talvez seja exagero prever uma


"Primavera Europeia" em países como Espanha, Grécia e Portugal, caso
ali persistam os atuais índices de desemprego. É inegável, entretanto,
que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de aflições.

Considerando o trecho acima transcrito, é correto afirmar que:

(D) A substituição de Talvez seja exagero por "Talvez seja escessivo"


preserva a correção da frase original.

Comentário:
A alternativa está incorreta, pois o correto seria escrever “excessivo”,
palavra derivada de “excesso”.

Após à regra geral de grafia das palavras, passemos agora às principais


regras de Ortografia – as mais cobradas em concurso.

X ou CH

Emprega-se o X:

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1. Após um ditongo.
 Caixa, frouxo, peixe.
Exceção: recauchutar e seus derivados.
2. Após a sílaba inicial en.
 Enxame, enxada, enxaqueca.
Exceção: palavras iniciadas por ch que recebem o prefixo
en-: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento,
preencher).

3. Após a sílaba inicial me.


 Mexer, mexerica, mexicano, mexilhão.
Exceção: mecha.

4. Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras


inglesas aportuguesadas.
 Abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu.

5. Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa,


lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame,
xadrez, xarope, xícara, xale, xingar etc.

Emprega-se o CH, nos seguintes vocábulos: bochecha, bucha,


cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo,
debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha,
salsicha, tchau etc.

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G ou J
Emprega-se o G:

1. Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem.


 Barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem.
Exceção: pajem.

2. Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.


 Estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio.

3. Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g.


 Engessar (de gesso), massagista (de massagem),
vertiginoso (de vertigem).

4. Nos seguintes vocábulos: algema, auge, bege, estrangeiro,


geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge,
rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1. Nas formas dos verbos terminados em -jar ou –jear.


 Arranjar: arranjo, arranje, arranjem;
 Despejar: despejo, despeje, despejem;
 Gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando;
 Enferrujar: enferruje, enferrujem;
 Viajar: viajo, viaje, viajem (não confundir com o substantivo
viagem)

2. Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica.

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 Biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji.

3. Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j.


 Laranjeira (laranja), lojista (loja), lisonjeado (lisonja),
nojeira (nojo), ajeitar (jeito), cerejeira (cereja), varejista
(varejo), enrijecer (rijo).

4. Nos seguintes vocábulos: berinjela, cafajeste, jeca, jegue,


majestade, jeito, jejum, laje, traje.

S ou Z
Emprega-se o S:
1. Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no
radical.
 Analisar (análise), catalisador (catálise), casebre (casa),
alisar (liso).
2. Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou
origem.
 Burguês/burguesa, inglês/inglesa, chinês/chinesa,
milanês/milanesa.
3. Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso, -osa.
 Gostoso/gostosa, amoroso/amorosa, teimoso/teimosa,
catarinense, fluminense.
4. Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa.
 Catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
metamorfose, virose.
5. Após ditongos.
 Coisa, pouso, lousa, náusea.

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6. Nas formas dos verbos pôr e querer e seus derivados.


 Pus, pôs, pusemos, puseram...
 Quis, quisemos, quiseram...
 Repus, repusera, repusesse...
7. Nos seguintes vocábulos: abuso, asilo, através, aviso, besouro,
brasa, cortesia, decisão, despesa, empresa, freguesia, fusível,
maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio,
querosene, raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo,
visita etc.

Emprega-se o Z:
1. Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no
radical.
 Deslizar (deslize), razoável (razão), esvaziar (vazio),
enraizar (raiz), cruzeiro (cruz).
2. Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a
partir de adjetivos.
 Invalidez (inválido),
3. Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar
substantivos.
 Civilizar/civilização, hospitalizar/hospitalização,
colonizar/colonização, realizar/realização.
4. Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita.
 Cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha.
5. Nos seguintes vocábulos: azar, azeite, azedo, amizade, buzina,
bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza,
vizinho, xadrez, verniz.
6. Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste
entre o S e o Z.

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 Cozer (cozinhar) / coser (costurar);


 Prezar (ter em consideração) / presar (prender);
 Traz (forma do verbo trazer) / trás (parte posterior).

Importante: Em muitas palavras, o X soa como Z, tais como, exame,


exato, exausto, exemplo, existir, exótico, inexorável.

Emprego do S, Ç, X e dos dígrafos SC, SÇ, SS, XC e XS

Emprega-se o S nos substantivos derivados de verbos terminados


em -andir, -ender, -verter e -pelir.
 expandir/expansão, pretender/pretensão, repelir/repulsão,
converter/conversão, suspender/suspensão.

Emprega-se o Ç nos substantivos derivados dos verbos ter e torcer.


 ater/atenção, deter/detenção, manter/manutenção,
torcer/torção, distorcer/distorção, contorcer/contorção.

Emprego do X: em alguns casos, a letra X soa como S ou SS.


 Auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe,
texto, trouxe.

Emprega-se SC nas seguintes palavras:


 Acréscimo, ascensorista, consciência, descender, disciplina,
fascínio, imprescindível, miscigenação, plebiscito, rescisão,
transcender.

Emprega-se SÇ na conjugação de alguns verbos:

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 Nascer – nasço, nasça;


 Crescer – cresço, cresça;
 Descer – desço, desça.

Emprega-se SS nos substantivos derivados de verbos terminados em


-gredir, -mitir, -ceder e -cutir.
 Agredir/agressão, demitir/demissão, ceder/cessão,
discutir/discussão, progredir/progressão, exceder/excesso,
transmitir/transmissão, repercutir/repercussão.

Emprega-se XC e XS em dígrafos que soam como SS.


 Exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar.

(FCC – TRT-1 2014 – Analista Judiciário TI) 8. Está plenamente


correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
(E) Seria mesmo difícil de se imaginar a balbúrdia que se proclamou
entre os expectadores que assistiam o julgamento de um escravo
cuja defesa era de Luís Gama.

Comentário:

A palavra “espectadores” foi escrita de forma incorreta. Além


disso, o pronome “se” deveria ter sido utilizado após a forma no
infinitivo “imaginar”. Por fim, o verbo “assistir” com sentido de
“ver” é transitivo indireto. Ou seja, deveria ter sido utilizada a
preposição “a” (assistiam ao julgamento).

(FCC – TRT-3 2015 – AJAA) 6. ...para ser levado a sério, um jornal


precisa dar a impressão de concretude em seu conteúdo.
O conteúdo expresso acima está preservado, em formulação
condizente com a norma-padrão, em:

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(E) um jornal tendo a intensão de ser levado a sério, não pode


abdicar quanto à impressão de concretude em seu conteúdo.

Comentário:

A alternativa está incorreta, pois foi utilizado o substantivo


“intensão”, derivado do verbo “intensar”, que quer dizer “aumentar
a tensão”. Porém, de acordo com o sentido da oração, deveria ter
sido utilizado o substantivo “intenção”, que quer dizer “vontade”.

Vamos passar agora à análise de algumas expressões que costumam


confundir os alunos. E, não por acaso, são as preferidas das bancas
de concurso. Vamos a elas:

Mal x Mau

Mal: oposto de bem. Advérbio. Geralmente acompanha um verbo ou um


adjetivo.
 Não passou porque estava mal preparado.
 Mal cheguei, fui interrompido. (sentido de tempo)

Mau: oposto de bom. Adjetivo. Acompanha um substantivo, dando a ele


a qualidade de “maligno”.
 Não passou porque era um mau candidato.

Porque x Por que x Por quê x Porquê


Porque: conjunção explicativa ou causal, ou seja, introduz uma
explicação ou causa da oração anterior.
 Estudo porque sei que minha hora vai chegar.

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Por que: é usado em frases interrogativas, diretas ou indiretas (com ou


sem ponto de interrogação), ou pode ser Por (preposição) + Que
(pronome relativo), equivalente a pelo qual, pela qual.
 Por que você não foi à festa ontem? (por que motivo)
 Não sei por que você se foi. (por que motivo)
 Só eu sei as dificuldades por que passei. (pelas quais passei)
Por quê: É o mesmo caso acima, quando ocorre em final de período.
 Nunca fumou e morreu de câncer. Por quê?
Porquê: É substantivo. Equivale a “motivo”, “razão”; vem acompanhado
de artigo.
 Não foi aprovado e ninguém sabe o porquê.

As regras de uso do “por que” são bastante cobradas nas provas do


CESPE. Segue um exemplo de questão que abordou o assunto.

(CESPE – TRE-PI 2016 – AJAJ/AJAA) 8. Acerca das estruturas


linguísticas do texto, assinale a opção correta.

(A) As ideias originais e a correção do texto seriam mantidas caso a


oração ‘por que é que se obedece’ (l. 24 e 25) fosse reescrita da seguinte
forma: obedece-se por quê?

Comentário:

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Conforme foi visto, “por quê” deve ser utilizado quando aparece no final
de frases interrogativas. Portanto, a alternativa está correta e seria a
resposta da questão.

Há x A
Há: Verbo impessoal haver, sentido de existir; tempo passado.
 Há dias em que sinto falta de fumar. Há dez anos não fumo.
A: Preposição, sentido de limite, distância ou futuro.
 O cinema fica a 2Km daqui. Chegaremos daqui a 15 minutos.

Importante: A expressão “nada a ver” deve ser utilizada para indicar que
algo não está relacionado, não correspondendo ou não dizendo respeito a
outra coisa. Pode ser substituída pela expressão “nada que ver”.

 A letra dessa música não tem nada a ver comigo.


 Isso não tem nada a ver com minha ideologia de vida.
 Não tenho nada que ver com isso.

(FCC – TRE-AP 2015 – AJAJ/AJAA) 7. Ao se reescrever livremente


um segmento do texto, a frase cuja REDAÇÃO se manteve inteiramente
clara e correta é:
(C) Uma característica fundamental da obra de Saint-Hilaire tem haver
com a exposição particularmente clara e simples, cuja profundidade do
julgamento se assemelha à simples bom senso.

Comentário:
A alternativa apresenta dois erros: o primeiro, por ter usado
indevidamente a expressão “tem haver”, quando o correto seria “tem
a ver”. E, o segundo, pelo uso indevido da crase em “à simples bom
senso” (não se utiliza crase antes de palavra masculina)”.

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Onde x Aonde
Onde: Usado para verbos que pedem a preposição em.
 Onde você mora? Moro em S
Aonde: Usado para verbos que pedem a preposição a.
 Aonde você for, irei acompanhá-la.

Mas x Mais
Mas: Conjunção adversativa. Equivale a porém.
 Ela come muito, mas não engorda.
Mais: Advérbio de intensidade. Oposto de menos.
 Estudei um pouco de manhã. À noite, estudei mais.

A fim x Afim
A fim: Locução prepositiva com sentido de “propósito”, “para”.
 Estou aqui a fim de te orientar sobre os estudos.
Afim: Adjetivo. Semelhante, correlato.
 Matemática e Estatística são matérias afins.

(FCC – TRT-20 2016 – AJAA) 10. A frase escrita de acordo com a


norma-padrão da língua está em:

(D) Em 1861, Tobias Barreto viajou a Bahia afim de seguir a carreira


eclesiástica; não suportando, porém sua rígida disciplina e sem vocação
firme, abandonou o seminário; tempos depois, mudou-se para
Pernambuco.

Comentário:

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A alternativa está incorreta, pois deveria ter sido utilizado “a fim”


(com a finalidade de). Além disso, deveria ter sido utilizada a crase em
“viajou à Bahia” (voltou da Bahia).

A par x Ao par
A par: Informado.
 Não estou a par desse novo edital.
Ao par: Equivalente em valor.
 Sonhei que o dólar estava ao par do real.

Acerca x A cerca
Acerca: Sobre algum assunto. Atentar para a regência (acerca de
alguma coisa)
 Discutiremos acerca do aumento de salário.
A cerca: a (artigo) + cerca (substantivo).
 A cerca não resistiu ao vento e desabou.

(CESPE – TRE-PI 2016 – AJAJ/AJAA) 2. Assinale a opção correta


com relação a aspectos linguísticos do texto:

(D) A expressão “sobre a” (R.1) poderia ser substituída, mantendo-se


a correção e o sentido do texto, por a cerca da.

Comentário:

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A alternativa está ERRADA, pois a expressão “sobre a” poderia ser


substituída por “acerca da”.

Cessão x Sessão x Seção


Cessão: Ato de ceder.
 Vou assinar um contrato de cessão de direitos com você.
Sessão: Período de tempo que dura algum evento.
 A sessão legislativa vai atrasar de novo.
Seção: Ponto ou local onde algo foi cortado ou dividido.
 Procure seu liquidificador na seção de eletrodomésticos.

Ao invés de x Em vez de
Ao invés de: fazer o contrário, o inverso. Usado com antônimos.
 Ao invés de se entregar ao nervosismo, permaneceu calmo.
Em vez de: uma coisa no lugar da outra.
 Em vez de você ficar pensando nele, pense em mim!

De mais x Demais
De mais: oposto a “de menos”.
 Não acho nada de mais desse filme.
Demais: muito, o restante.
 Esse filme é bom demais.
 O líder fala, os demais ouvem.

Senão x Se não

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Senão: pode assumir as seguintes funções:


1. Conjunção alternativa, podendo ser substituída por “caso
contrário”.
 Devemos trabalhar, senão o contrato será cancelado.
2. Conjunção adversativa, sendo possível trocá-la por “mas”.
 Vencemos a partida de futebol não por sorte, senão por
competência.
3. Preposição, tendo o mesmo significado de “com exceção de”
ou “exceto”.
 A quem, senão a ele, devo fazer referência durante a
palestra.
4. Substantivo masculino, significando “falha” ou “defeito”.
 Minha namorada é quase perfeita. Ela só tem um senão.

Se não: só deve ser usado quando o “se” é conjunção condicional


(substituível por “caso”) ou integrante (podendo ser trocada, com a
oração que ela introduz, por “isso”, “isto” ou “aquilo”).
 Se não chover, irei encontrar meus amigos. (Caso não chova)
 Perguntei se não iriam chegar atrasados. (Perguntei isso)

Afora x A fora

Afora: como advérbio, significa principalmente algo que ocorre em


direção ao lado de fora ou ao longo de alguma coisa. Como
preposição, é sinônimo de “à exceção de” e “para além de”.
 Seguiu pela estrada afora sem olhar para trás. (Advérbio)
 Saiu correndo pelo portão afora. (Advérbio)
 Lembrarei desse acontecimento pela vida afora. (Advérbio)

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 Afora Caio, todos os alunos tiveram boas notas. (Preposição)

A fora: usado unicamente nas expressões “de dentro a fora” e “de


fora a fora”.
 Meu terreno, de fora a fora, tem 750 metros de comprimento.

Eminente x Iminente

Eminente: refere-se a alguém ou alguma coisa superior, excelente,


ilustre, de grande importância.
 O eminente violinista deu um concerto magnífico.
 Livrou-se da condenação graças à brilhante defesa do eminente
advogado.
Iminente: refere-se a alguma coisa que está prestes a acontecer,
muito proximamente ou imediatamente.
 A minha promoção na empresa está iminente.
 O prédio está em risco de perigo iminente.

(FCC – ISS Teresina 2016) 06. Palavras ou locuções do texto


motivaram a escrita das frases abaixo, que devem, entretanto, ser
consideradas independentes dele. A redação que está clara e correta,
segundo a norma-padrão da língua, é:

(C) As observações do assessor jurídico, feitas ontem, torna eminente


a decisão do coordenador por receber ou não, os projetos
extemporâneos, pois somente a ele cabe ter a última palavra em litígio
de natureza acadêmica.

Comentário:

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A alternativa apresenta dois erros gramaticais. O primeiro, de


concordância (“As observações do assessor jurídico, feitas ontem,
tornam”). E, o segundo, de ortografia – o correto seria utilizar
“iminente”, pois diz respeito a algo que está prestes a ocorrer.

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Análise de Questões

A seguir, veremos mais algumas questões do CESPE que abordaram os


assuntos Ortografia e Acentuação Gráfica. Como não foram tantas
questões do CESPE sobre esses assuntos, incluí também algumas da FCC.

É sempre bom lembrar que a melhor maneira de aprender a forma


correta de escrever cada palavra é por meio da prática. Ou seja, você
deve procurar praticar bastante! E, sempre que surgir dúvida em
relação à escrita de determinada palavra, não hesite em consultar
o dicionário, ok?

(CESPE – TRT-10 – AJAJ/AJAA) 5. As palavras “países”, “famílias” e


“níveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação
gráfica.

Comentário:

A palavra “países” é acentuada de acordo com a regra dos hiatos. Por sua
vez, a palavra “famílias” é acentuada pela regra geral das paroxítonas.
Outra maneira de justificar o acento em “famílias” é por tratar-se de
paroxítona terminada em ditongo crescente. Finalmente, a palavra “níveis”
é acentuada de acordo com a regra geral das paroxítonas. Outra forma de
justificar o acento em “níveis” seria por tratar-se do plural de “nível” –
paroxítona terminada em “l”. Portanto, a alternativa está ERRADA.

(CESPE – ABIN 2010 – Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item


a seguir no que se refere à correção gramatical e à coerência das ideias:
14. Os crimes transnacionais proliferam à velocidade altíssima, por
conseguinte, beneficiam-se do avanço das telecomunicações, razão
porque a inteligência torna-se essencial para o combate dos mesmos.

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Comentário:

Deveria ter sido utilizado “por que”, já que pode ser substituído por “pela
qual”. Portanto, a assertiva está ERRADA.

(FCC – TRF-1 2014 – Analista Judiciário TI) 15 – Considere a tirinha


reproduzida abaixo.

==0==

Seguindo-se a regra determinada pelo novo acordo ortográfico, tal como


referida no primeiro quadrinho, também deixaria de receber o acento
agudo a palavra:

(A) Tatuí
(B) graúdo
(C) baiúca
(D) cafeína
(E) Piauí

Comentários:

Questão que cobrou uma das regras do novo acordo ortográfico: a que fala
que não se deve mais acentuar o “i” e o “u” tônicos de palavras paroxítonas
quando essas vogais vierem precedidas de um ditongo.

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Como a regra fala em “paroxítonas”, de cara, já podemos eliminar as letras


“A” e “E”, que trazem palavras oxítonas.

Dentre as três alternativas restantes, a única que apresenta “i” ou “u” tônico
seguido de ditongo é a letra “C” (bai-u-ca), que é a resposta da questão.

(FCC – SEFAZ-RJ 2014) 19. A redação que se apresenta de modo


claro e em concordância com a modalidade escrita formal é:
(A) Recebeu o valor extipulado e cumpriu com todas as obrigações
às quais tinha se comprometido a realizar, mas mesmo assim, muitos
não o consideraram um profissional à altura do empreendimento.
(D) Nem sempre as pessoas fazem juz ao crédito que nelas se
deposita, muito por indiscutíveis falta de preparo e experiência para
as funções que exercem, mas também por ansiar rápidas promoções
na carreira.

Comentários:

Na letra “A”, o correto seria escrever “estipulado”. Portanto, a alternativa


está incorreta.

Na letra “D”, o correto seria escrever “jus”, pois diz respeito a “fazer
justiça”. Portanto, a alternativa também está incorreta.

(FCC – TRT-4 2015 – AJAJ) 12. Considerados o contexto e a


norma-padrão:
(C) as palavras opróbrio e ignomínia estão corretamente grafadas e
acentuadas, assim como o estão as palavras desta frase: "A ausência
de rúbrica nos documentos é mais um deslise para o qual ela tem o
intuíto de reinvindicar tratamento de excessão.".

Comentário:
A alternativa apresenta vários erros de ortografia. O correto seria
escrever “rubrica” (palavra paroxítona), “deslize” (derivada do verbo

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deslizar), “intuito” (in-tui-to), “reivindicar” e “exceção” (não confundir


com excesso).

(FCC – TRF-3 2016 – AJAA) 21. Atente para as afirmativas abaixo:


I. Em ... presta homenagem às potências dominantes... (1o
parágrafo), o sinal indicativo de crase pode ser suprimido excluindo-
se também o artigo definido, sem prejuízo para a correção.
II. O acento em "têm" (2o parágrafo) é de caráter diferencial, em
razão da semelhança com a forma singular "tem", diferentemente do
acento aplicado a "porém" (3o parágrafo), devido à tonicidade da
última sílaba, terminada em "em".
III. Os acentos nos termos "excelência" (2o parágrafo) e "necessário"
(3o parágrafo) devem-se à mesma razão.
Está correto o que consta em
(A) I, II e III.
(B) I, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) II e III, apenas.

Comentários:
A afirmativa I está correta pois, com a retirada do sinal indicativo de crase,
bem como, do artigo definido (as), a frase ficaria “... presta homenagem a
potências dominantes...”, a qual está correta (quem presta homenagem,
presta homenagem a algo/alguém.
A afirmativa II está correta, pois o acento em “têm” é utilizado para
diferenciar da forma no singular “tem”. Por sua vez, o acento em “porém”
se dá por ser uma palavra oxítona terminada em “em” (também, armazém
etc.).

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A afirmativa III também está correta, pois ambas as palavras são


acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente
(espécie, martírio etc.).
Portanto, a resposta da questão é a letra “A” (I, II e III estão corretas).

(FCC – TRT-11 2017 – AJAJ/AJAA) 13. Considerada a norma-padrão


da língua, a frase que se apresenta correta é:
(C) Sua averção a novidades da tecnologia poderá fazer com que ele
pleitee uma transferência para outro setor, em que não precise ser tão
desafiado por elas.

Comentário:
A alternativa apresenta dois erros gramaticais: o correto seria escrever
“aversão” e “pleiteie”, conjugação do verbo “pleitear” no presente do
subjuntivo. Portanto, a alternativa está incorreta.

Forte abraço e bons estudos!

Charles Souza

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