Aula 03 - Identidades Macroeconômicas

Identidades Macroeconômicas
Faculdade de Ciências Econômicas

Departamento de Ciências Econômicas
ECN 205 – Contabilidade Social
1
PIB: ótica da demanda
 O Produto Interno Bruto (PIB) é o valor total dos
gastos efetuados pelos agentes econômicos em
um dado período de tempo
 Quais são estes componentes de gasto?
Nota: dispêndio = demanda = gastos, etc.
2
PIB: ótica da demanda
 Os componentes de gasto do PIB são:
➢ Consumo (C)
➢ Investimento (I)
➢ Gastos do Governo (G)
➢ Exportações Líquidas (EL=X-M)
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Os Quatro Elementos do PIB
 Consumo (C):
Despesas das famílias com bens e serviços, excetuando-se a aquisição de
nova moradia
Tipos de bens de consumo

(i) Duráveis: bens em que se consome o serviço
Ex: automóveis e eletrodomésticos
(ii) Não-duráveis: bens de consumo imediato

Ex: alimentação e vestuário
(iii) Serviços: trabalhos prestados aos consumidores

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Ex: entregas e conservação
 Investimento (I):
Despesas com equipamento de capital, estoques e construções,
incluindo as aquisições de novas moradias pelas famílias
➢ Bens para uso futuro
Tipos de investimento:
(i) investimento fixo das empresas
(ii) investimento residencial
(iii) estoques
 O fator de produção capital é um estoque formado pelo acúmulo de

investimentos em novos capitais (fluxo)
5
Variável de fluxo versus variável de
estoque
 Estoque é a quantidade medida em um instante do
tempo enquanto o fluxo é medido por unidade de
tempo
Exemplos:
(i) salário e riqueza
(ii) criação de emprego e total de empregados
(iii) déficit do governo e dívida pública
6
 Investimento (I): variação do estoque de capital
K = Kt – Kt-1 = Ilt
Ilt = IBt – Dt
 Onde:
 é o operador de primeira diferença
Kt é o estoque de capital em t
Ilt é o investimento líquido em t
IBt é o investimento bruto em t
Dt é a depreciação do capital em t
7
 Investimento (I): variação do estoque de capital
IBt = FBKF + Variação de estoques (desejadas ou não)
Como Ilt = IBt – Dt:

Ilt = FBKF + Variação de estoques (desejadas ou não) - Dt
 Onde:
FBKF é a formação bruta de capital fixo (máquinas, equipamentos
e construção)
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 Gastos do Governo (G):
Despesas com bens e serviços pelos governos federal,
estadual e local
 Exportações Líquidas (EL):

Valor das exportações (X) menos as importações (M)
 Por que excluir as importações? Para se evitar uma dupla

contagem, já que os outros componentes de demanda
incluem possíveis importações
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Identidade fundamental
 Em uma economia aberta e com governo:
Demanda total = C + G + I + X
Oferta total = Y + M
 Em equilíbrio:
Y=C+G+I+X–M
 Questão: aumento das importações reduz o PIB?

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1. Economia fechada e sem governo
➢ Pelo lado da demanda por produto, temos
Y = C + Ip
Onde
Y é o PIB (equivale à RPD)
C são os gastos em consumo das famílias
Ip são os gastos em investimento do setor privado
11
➢ Pelo lado do uso da renda, temos
Y=C+S
Onde
S é a Poupança do setor privado, ou a renda não-gasta:
S=Y–C
Note: RPD = C + S
12
➢ Igualando as expressões:
Y = C + Ip
Y=C+S
C+ Ip = C + S
Ip = S
➢ Ou seja, numa economia fechada e sem governo, o

investimento é igual a poupança do setor privado
13
14
15
 As identidades macroeconômicas não implicam relações
macroeconômicas de causa e efeito
➢ Uma identidade contábil A ≡ B não implica nenhuma

relação de causa e efeito da variável A para a variável B e
vice-versa
➢ A identidade entre poupança e investimento não diz

nada sobre a relação econômica envolvendo estas duas
variáveis: Poupança gera investimento ou o contrário?
16
2. Economia fechada e com governo
Y=C+I+G
Onde
Y é o PIB (equivale à RND)
I são os gastos em investimento do setor público e privado
G são os gastos correntes do governo
17
Y = C + S + RLG
Onde
RLG é a Receita Líquida do Governo, com RLG =
Impostos (T) – Subsídios
Note: RND = RPD + RLG = C + S + RLG

18
Y=C+I+G
Y = C + S + RLG
C+ I + G = C + S + RLG
I = S + RLG - G
➢ Definindo a Poupança do Governo por

Sg = RLG – G, temos:
I = S + Sg
➢ Ou seja, numa economia fechada e com governo, o investimento é igual

19 a poupança do setor público e privado
I = S + RLG – G, com
Sg = RLG – G
➢ O investimento é financiado pela poupança pública mais a poupança

privada
➢ Se RLG>G: a poupança do governo é positiva e é usada para financiar os

investimentos (junto com a poupança privada)
➢ Se RLG<G: a poupança do governo é negativa, parte da poupança

privada é usada para cobrir os excessos de gastos públicos
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Sg = RLG – G
➢ Superávit primário = RLG – G – Ig
➢ No conceito de poupança do governo, subtrai-se apenas os gastos G. Os

investimentos públicos, que entram no conceito de superávit primário
não entram
➢ Ou seja, haverá um déficit se Sg < Ig
➢ Superávit nominal = Superávit primário – despesas com juros da dívida
21
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• Governo é definido pelas três esferas administrativas (federal, estadual e

municipal mais as autarquias). As empresas estatais e de capitais misto
não entram nesta conta
➢ Questão contábil importante:

- Os bens e serviços produzidos pelo governo não possuem preço (bens
públicos gratuitos)
- O valor agregado pelo setor governamental é medido pelos custos
(salários pagos aos funcionários públicos)
- Os gastos com material de consumo (nacional e importados) são
contabilizados como consumo intermediário (na ótica da demanda, entra
junto com os salários)
23
3. Economia aberta e com governo
Y=C+I+G+X-M
Onde
Y é o PIB
I são os gastos em investimento do setor público e privado
G são os gastos correntes do governo
X – M é o saldo de exportações menos as importações de bens e
serviços não-fatores
24
Y = C + S + RLG + RLEE – TU
Onde
RLEE é a Receita Líquida Enviada ao Exterior
TU é o saldo das Transferências Unilaterais recebidas
25
Y=C+I+G+X–M
Y = C + S + RLG + RLEE – TU
C+ I + G + X-M = C + S + RLG + RLEE – TU
I = S + (RLG – G) + [(RLEE – TU) – (X-M)]
➢ Definindo a Poupança Externa por

SE = [(RLEE – TU) – (X-M)], temos:
I = S + Sg + SE
➢ Ou seja, numa economia aberta e com governo, o investimento é

26 financiado pela poupança do setor público e privado mais a poupança do
setor externo
I = S + (RLG – G) + [(RLEE – TU) – (X-M)], com

SE = (RLEE – TU) – (X-M)
➢ O investimento é financiado pela poupança pública mais a poupança

privada mais a poupança externa
➢ Se (RLEE – TU) – (X-M) > 0: quando o investimento superar as

poupanças privadas e do governo, haverá necessidade de poupança
externa positiva
➢ Se (RLEE – TU) – (X-M) < 0: a poupança externa é negativa e as
poupanças domésticas excedem o investimento
27
28
Economia aberta
S P + RLG + RLEE − TUR = I + G + X nf − M nf
(M nf − X nf ) + RLEE − TUR = (I − S P ) + (G − RLG )
SE
 Definindo a poupança externa (SE) como o saldo do balanço

de pagamentos (com sinal trocado):
S E = (M nf − X nf ) + RLEE − TUR
CONTA CORRENTE RENDA DO TRANSF.

CAP E TRAB UNILATERAIS
Economia aberta
 Um déficit em transações correntes do balanço de
pagamentos está associado a um excesso de investimento
público e/ou privado sobre a poupança privada e/ou a um
déficit corrente do governo
(M nf − X nf ) + RLEE − TUR = (I − S P ) + (G − RLG )
SE
+ + +
Economia aberta
 Quando um país apresenta déficits na conta de transações
correntes diz-se que absorve mais recursos do que produz
Sp + (RLG – G) +(Mnf – Xnf ) + RLEE – TUR = I
 Em uma economia aberta o investimento doméstico é

financiado pela soma da poupança privada (Sp), mais a
poupança do governo (RLG-G) e mais a poupança externa
(Mnf - Xnf ) + RLEE – TUR, ou seja, SE
Economia aberta
 Lembrem-se das identidades contábeis relevantes:
Demanda pelo produto

Uso da renda
Igualdade de poupança e investimento
Bibliografia
 Feijó, C. e Ramos, R. L. O. (Org.) (2008). Contabilidade
Social: A Nova Referência das Contas Nacionais do
Brasil. Rio de Janeiro: Campus. 3ª. Edição, cap. 2.

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 Quais são estes componentes de gasto?

Nota: dispêndio = demanda = gastos, etc.

Tipos de bens de consumo

(ii) Não-duráveis: bens de consumo imediato

(iii) Serviços: trabalhos prestados aos consumidores

 O fator de produção capital é um estoque formado pelo acúmulo de

Como Ilt = IBt – Dt:

 Exportações Líquidas (EL):

 Por que excluir as importações? Para se evitar uma dupla

 Questão: aumento das importações reduz o PIB?

➢ Pelo lado da demanda por produto, temos

➢ Pelo lado do uso da renda, temos

➢ Ou seja, numa economia fechada e sem governo, o

➢ Uma identidade contábil A ≡ B não implica nenhuma

➢ A identidade entre poupança e investimento não diz

➢ Pelo lado da demanda por produto, temos

➢ Pelo lado do uso da renda, temos

Note: RND = RPD + RLG = C + S + RLG

➢ Definindo a Poupança do Governo por

➢ Ou seja, numa economia fechada e com governo, o investimento é igual

➢ O investimento é financiado pela poupança pública mais a poupança

➢ Se RLG>G: a poupança do governo é positiva e é usada para financiar os

➢ Se RLG<G: a poupança do governo é negativa, parte da poupança

➢ Superávit primário = RLG – G – Ig

➢ No conceito de poupança do governo, subtrai-se apenas os gastos G. Os

➢ Ou seja, haverá um déficit se Sg < Ig

➢ Superávit nominal = Superávit primário – despesas com juros da dívida

• Governo é definido pelas três esferas administrativas (federal, estadual e

➢ Questão contábil importante:

➢ Pelo lado da demanda por produto, temos

➢ Pelo lado do uso da renda, temos

➢ Definindo a Poupança Externa por

➢ Ou seja, numa economia aberta e com governo, o investimento é

I = S + (RLG – G) + [(RLEE – TU) – (X-M)], com

➢ O investimento é financiado pela poupança pública mais a poupança

➢ Se (RLEE – TU) – (X-M) > 0: quando o investimento superar as

 Definindo a poupança externa (SE) como o saldo do balanço

CONTA CORRENTE RENDA DO TRANSF.

(M nf − X nf ) + RLEE − TUR = (I − S P ) + (G − RLG )

Sp + (RLG – G) +(Mnf – Xnf ) + RLEE – TUR = I

 Em uma economia aberta o investimento doméstico é

Demanda pelo produto

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