Livro Planta Medicinais e Aromáticas 31.10.2013 2
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INTRODUÇÃO
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forma 2n. Em Mentha spicata a forma 4n produziu cerca de 10% de mentol
produzido pela forma 2n.
A maioria das espécies medicinais utilizadas não são cultivadas.
Trabalhos de seleção e melhoramento de plantas medicinais são escassos, ou
inexistentes, na maioria das espécies, sendo necessários estudos relacionados
à adaptação e às condições de cultivo (KAMADA, 1998).
A aplicação da genética na agricultura tem possibilitado plantas de
maior vigor, maior taxa de crescimento, aumento da resistência a doenças, a
estresses e aumento da produção e da atividade dos constituintes. A base
genética da planta assegura parcialmente a eficiência de crescimento e de
produção de compostos. A amplitude de variabilidade do fenótipo em função de
mudanças ambientais, é específica de cada genótipo (KAMADA, 1998 e
TÉTÉNY, 1983).
Nas espécies Hesperozygis ringens e Hesperozygis rhododon
cultivadas em mesmo ambiente houve diferenças nos rendimentos do óleo
essencial das folhas em 4% e 1% respectivamente. O óleo volátil de H. ringens
é caracterizado pela concentração de pulegona (79%). Foram encontrados
derivados oxigenados, ausentes no óleo de H. rhododon na qual o maior
constituinte é a mentona (43,4%), enquanto que a pulegona é apenas 30% de
sua fração volátil (ANDRADE, 1999).
As espécies Senna occidentalis, Senna tora e Senna alata contêm
saponinas e esteróides enquanto que flavonas e flavonóides estão presentes
apenas em S. alata e S. tora (SOARES, 1994).
A obtenção de novas e melhores variedades é possível desde que haja
variabilidade genética (ANDRADE, 1999). Essa variabilidade natural foi
detectada em funcho com significativas diferenças quanto a quantidade e
qualidade do óleo essencial em dez cultivares de Foeniculum vulgare crescidos
em mesmo ambiente. A estabilidade do comportamento de cultivares nos
ambientes é diferenciada, significando que o melhor genótipo em determinado
ambiente dificilmente será novamente melhor em ambientes diversos
(KAMADA, 1998).
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Analisando os constituintes das raízes de Camellia sinensis (TAKEO,
1981) foi observado na cultivar Assamica maior teor linalol e no cultivar
Sinensis maior produção de geraniol, enquanto nos clones provenientes do
Japão e nos híbridos da China as características foram intermediárias. Houve
maior rendimento de digoxina e de digitoxina na espécie Digitalis lanata quando
foi propagada a partir de sementes de linhagens melhoradas provenientes da
Europa (MAGALHÃES, 1997).
EFEITOS DO AMBIENTE
FATORES BIÓTICOS
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mudanças naturais nas interações entre a planta e os insetos. Os botões e
flores de plantas polinizadas por insetos estabelecem relação mutualística e os
compostos secundários voláteis atuam como atrativo dos polinizadores. Os
metabólitos primários teriam a função de nutrir os insetos (ZANGERL. 1997).
FATORES ABIÓTICOS
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fenólica. Variou também a atividade antimicrobiana e espasmolítica
(NAVARRO, 1989).
Em Peumus boldus crescido na região de Tuscany, Itália houve melhor
qualidade que o crescido no Chile, por causa do óleo, rico em ascaridol e
outros constituintes aromáticos, e por causa dos níveis dos constituintes
tóxicos (MIRALDI e FERRI, 1996). Os constituintes do exudado da folha de
Aloe ferox proveniente de 34 localidades não variaram quanto ao conteúdo dos
majoritários, mas variaram em função dos constituintes minoritários (WYK,
1995). Houve variações nos teores de glicosídeos flavonóides das plantas de
Chaerophillum aerum coletadas em diversas localidades (GONNET, 1983).
a) Latitude
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b) Altitude
c) Temperatura
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A temperatura controla a variação estacional da produção de
flavonoides, de leucoantocianinas e também o crescimento de Asplenium
thichomanes. Em temperaturas baixas (12°C), a biossíntese de flavonóides é
mais favorecida que a síntese de leucoantocianinas pois aparentemente é
menos sensível ao fator calor do ambiente (VOIRIN e LEBRETON, 1972).
d) Luminosidade
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somente luz natural (LETCHAMO e GOSSELIN, 1996). Nas plantas de Centella
erecta quando expostas ao sol ocorre aumento no diâmetro do pecíolo, maior
número de células parenquimáticas no limbo foliar e maior teor de saponinas
triterpênicas (AZEVEDO, 1996) evidenciando efeitos ambientais. Em plantas de
Justicia pectoralis (chambá) expostas ao sol ocorre maior teor de cumarinas.
Em plantas de Mikania laevigata o teor de cumarina não variou
significativamente quando estavam ao sol ou à sombra, mas houve tendência
de maiores teores por efeito da luz solar (0,85%) comparado ao efeito da
sombra (0,66%) (REHDER, 1998 e BARROS 1992). Em plantas Tropaeolum
majus o número de flores e a produção de sementes decresce em função do
sombreamento. O sombreamento não influenciou o rendimento de óleo ou de
ácido erúcico extraídos da semente. Os rendimenos decrescem por efeito da
menor exposição solar, indicando que há limites de tolerância amplos quanto
ao efeito da luz (CASTELLANI, 1997).
e) Disponibilidade de água
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estresse. Após uma semana de estresse osmótico, não houve alteração na
produção total de óleo pelas folhas. Após duas semanas, a produção total de
óleo foi significativamente reduzida conforme a intensidade do estresse.
Quanto a composição do óleo, os monoterpenos não tiveram variações
significativas, mas a proporção relativa de sesquiterpenos aumentou com o
estresse osmótico (CHARLES, 1990).
Nas plantas de Mentha piperita, as altas produções de óleo foram
associadas a altos níveis de irrigação, porém a composição do óleo não foi
significativamente alterada em função da irrigação (CLARK e MENARY, 1980).
Houve menor número de glândulas de óleo essencial e
consequentemente menor conteúdo de óleo nas plantas de Thymus vulgaris
quando crescidas em condições de estresse hídrico. As plantas com
compensação nestas condições realizaram maior deposição de cera na
superfície foliar como barreira física a perdas dos óleos voláteis (LETCHAMO e
GOSSELIN, 1996). Nas plantas Thymus capitatus o estresse hídrico induziu
altas produções de óleo essencial e declínio da fração fenólica. A irrigação
aumentou a quantidade total de hidroxifenóis, particularmente de ácido
clorogênico, gálico e cafeíco (DELITALA, 1986). O estresse hídrico reduz o teor
de ácido ascórbico, a produção de matéria seca e a taxa de crescimento da
vinagreira (Hibiscus sabdariffa L.) (ALCÂNTARA e NOGUEIRA, 1992).
A produção de flores e o conteúdo de óleo de Matricaria chamomilla
aumentou com frequentes aplicações de baixos níveis de água. Resultados
semelhantes também foram obtidos em Artemisia dracunculus e Pimpinella
anisum L., mas que receberam irrigação acima da capacidade de campo nas
fases críticas do desenvolvimento. No caso da Atropa beladona, a intensa
irrigação teve efeito positivo em todas as fases de desenvolvimento. O nível de
alcalóides diminui com o desenvolvimento e não foi afetado pela irrigação
(FRANZ, 1983).
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f) Nutrição
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Nas plantas de Cordia verbenaceae houve aumento na produção de
artemetina e hidroxiartemetina com o uso do adubo mineral NPK mineral
(MONTANARI JÚNIOR, 1992).
Nas plantas Digitalis lanata e Digitalis purpurea não houve variações na
produção de biomassa e nos teores de digitoxina e digoxina quando foi feita a
adubação mineral com NPK, comparadas às plantas sem adubação
(MAGALHÃES, 1994).
Na pesquisa sobre a influência da fertilização no crescimento e
conteúdo do óleo essencial da planta Rosmarinus officinalis houve efeito
significativo da fertilização na altura, na biomassa e na produção de óleo
essencial. As maiores produções de óleo foram obtidas nas plantas que
receberam menor fertilização (BOYLE e CRAKER, 1991).
Quanto a aplicação de nitrogênio as respostas são variadas. Quando o
nitrogênio está deficiente no solo a papoula (Papaver somniferum) e a
beladona (Atropa belladona) aumentam a concentração de alcalóides enquanto
na lobélia (Lobelia inflata) há redução dos alcaloides (MARTINS, 1994). O
aumento de NPK incrementou a produtividade de folhas sem alterar os teores
de escopolamina em Atropa belladona (MAGALHÃES, 1997). As plantas de
Catharanthus roseus respondem favoravelmente à adubação nitrogenada
(MAGALHÃES, 1992).
Houve aumento no teor de óleo essencial de camomila após aplicação
de nitrogênio e de fósforo. Houve diminuição com aplicação de potássio. A
quantidade de bisaboloides e bisaboloxide cresceu com a aplicação de
nitrogênio e decresceu com a aplicação de potássio (FRANZ, 1983). Em
plantas de Mentha piperita L. crescentes aplicações de nitrogênio, promovem
aumentos significativos de biomassa e do teor de óleo essencial (CLARK e
MENARY, 1980).
g) Manejo da cultura
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marianum L.) foram obtidos no espaçamento 70cm entre fileiras e na
densidade 125000 plantas/ha.
Em plantas de Mentha x villosa há aumento na produção de biomassa
e de óleo à medida que é aumentado o arranjo espacial entre plantas. O
espaçamento 0,60 x 0,35m é o mais indicado (MATTOS, 1996).
A porcentagem de curcumina em rizomas de Curcuma longa L. não
varia em função do espaçamento conforme verificado por Cecílio Filho (1996).
Importa então saber se em espaçamentos menores aumenta a biomassa e
consequentemente a porcentagem de Curcumina.
Práticas como cobertura morta, tutoramento, consórcios, também são
possíveis na condução dos cultivos das plantas medicinais, dependendo de
particularidades do local de plantio e da planta.
25
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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As práticas da agricultura, objetivando maior quantidade e qualidade de
compostos medicinais devem considerar as relações das plantas com o
ambiente.
As espécies com resistência ou tolerância à deficiência hídrica são
originadas em locais áridos. Plantas originadas em maiores altitudes preferem
temperaturas mais amenas. Plantas de origem tropical preferem dias curtos.
Plantas de origem temperada preferem dias longos.
27
CAPÍTULO 2
COLHEITA
INTRODUÇÃO
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Estão disponíveis algumas recomendações gerais do momento de
colheita. Há variações devido à características particulares da espécie. Quando
a parte colhida é casca e “entre casca”, a colheita é quando a planta está
florida. Quando a parte colhida são flores, é no início da floração. Quando
frutos e sementes, são na maturação. Quando raiz, é na fase adulta. Quando
talos e folhas, são antes do florescimento.
A colheita deve ser realizada com o tempo seco e após o orvalho
secar. A colheita após algum período prolongado de chuvas pode reduzir o teor
de compostos ativos em função do aumento do conteúdo de água nos tecidos
das plantas (CORREA JÚNIOR, 1994, MARTINS, 1994 e ANDRADE, 1999 ).
OPERAÇÕES PÓS-COLHEITA
32
A secagem deve ser iniciada no mesmo dia da colheita, com exceção
das raízes e rizomas. As plantas medicinais não devem ser secas ao sol devido
a presença de compostos voláteis. Os raios solares muito intensos endurecem
as células superficiais dos vegetais e a água fica retida sem ter saída e
evaporar. É possível a pré-secagem à pleno sol por poucas horas. O calor
facilita a separação quando há interesse em separar as folhas dos talos.
(MAGALHÃES, 1997).
Há vários processos de secagem, com destaque de dois grupos:
secagem natural e secagem artificial. Dependendo das propriedades físicas
dos compostos presentes na planta, um ou mais processos podem ser
utilizados (ANDRADE, 1999).
Não é recomendado lavar as plantas medicinais antes da secagem.
Nas plantas de manjericão houve maior teor de óleo essencial quando não
haviam sido lavadas (em água ou em solução de hipoclorito de sódio). Nas
plantas não lavadas, e nas lavadas em água a qualidade microbiológica foi
caracterizada por valores até 60.000 UFC/g. Conforme a Portaria do Ministério
da Saúde de 28/01/87 as condições higiênicas foram insatisfatórias. Houve
maior carga microbiológica nas folhas de Vernonia ferruginea não lavadas
antes da secagem em relação às lavadas com água, porém não foi avaliada a
qualidade fitoquímica (COSTA, 1996).
Antes da secagem as plantas devem ser separadas por espécie.
Plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folha, flor, semente, fruto e raiz)
seca em separado, por causa do tempo de secagem ser diferente. As plantas
devem ser separadas de modo a permitir a circulação do ar, pois evita a
formação de mofo e fermentações. Na secagem em bandejas, organizar
camadas finas com 3 cm de folhas e 15-20 cm de flores ou sumidades floridas
(CORREA JÚNIOR, 1991 e MARTINS, 1994).
SECAGEM NATURAL
33
outros, também são comuns. A secagem natural é procedimento tecnicamente
lento. Não é feita ao sol. O local deve ser ventilado visando evitar fungos e
facilitar a saída da água. O local também deve estar higienizado, protegido de
poeira, de insetos e de outros animais.
A velocidade da secagem natural depende da ventilação, da umidade
relativa e de temperatura. Quando alguma condição climática for desfavorável,
a secagem é muito lenta resultando em perdas de qualidade. A secagem
natural só é viável em regiões com baixa umidade relativa. Estando com 50%
de umidade relativa será eficiente, rápida e com qualidade (MARTINS, 1994 e
ANDRADE, 1999).
Na comparação da secagem natural com os métodos de secagem em
estufa e em sala com desumidificador, a secagem natural possibilitou
aparência e aroma inadequados. Estes resultados foram justificados pelas
condições de alta umidade relativa do local.
SECAGEM ARTIFICIAL
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conveniente minimiza perdas visuais e perdas na composição (SILVA e
CASALI, 2000).
Há grandes perdas no teor de óleo das plantas de Mentha piperita
quando submetida a secagem, causadas por volatizações (COURT, 1993).
Nas plantas de Mikania laevigata houve variação no teor de cumarinas
entre as folhas frescas e as folhas submetidas ao processo de secagem. Nas
folhas frescas o teor foi significativamente maior (1,14%) que as folhas secas
(0,49% e 0,69%, respectivamente na secagem à 30°C por 4 dias e à 45°C em 1
dia) (REHDER, 1998).
Houve melhor qualidade visual nas folhas de Mikania glomerata
quando secas em estufa com circulação forçada de ar à 37°C, comparada a
câmara com desumidificador (ANDRADE, 1999).
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Há fatores técnicos e particularidades na manutenção da qualidade
final das plantas medicinais. É importante otimizar: ponto de colheita, tipo de
secagem, embalagem e o tempo de armazenamento.
Há carência de pesquisas e respectiva continuidade. Há grande
número de variáveis envolvidas e grande número de espécies utilizadas como
recurso terapêutico. A pesquisa foi intensificada recentemente e ainda está
muito limitada. Os resultados das pesquisas já realizadas estão muito
dispersos.
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CAPÍTULO 3
METABOLISMO SECUNDÁRIO
INTRODUÇÃO
METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
38
fotossíntese. Compostos do metabolismo secundário são essenciais durante o
desenvolvimento dos vegetais e também na fase pós-colheita (KAYS, 1991).
Os metabólitos secundários são função da particularidade química das
plantas e diferem qualitativa e quantitativamente, são sintetizados em
pequenas quantidades. As rotas do metabolismo secundário são codificadas
genéticamente, são ativadas durante em estágios do crescimento e
desenvolvimento, ou em períodos de estresse, ou de defesa dos
microorganismos e dos insetos. O potencial do metabolismo secundário
depende da base genética da planta em responder a estímulos internos ou
externos (MANN, 1987 e MARTINS, 1994).
O precursor do metabólito secundário pode ser usado na biossíntese
de metabólitos secundários (proteínas, ácidos graxos, dentre outros), Várias
dessas reações, na maioria reverssíveis, são catalizadas por enzimas de
oxidação, redução, alquilação, hidrólise, hidroxilação, que utilizam cofatores
como adenosina trifosfato (ATP), coenzima A (CoASH), e nicotinamida adenina
dinucleotídeo (NAD(P)+/ NAD(P)H ) (MANN, 1987 e MARTINS, 1994).
39
c) acetato, que por meio de duas rotas biossintéticas origina compostos como
poliacetilenos, polifenóis, terpenos, esteróides, carotenóides dentre outros.
Os metabólitos secundários sintetizados pelas plantas lenhosas, com
alguma atividade biológica determinada, são aproximadamente 940 compostos
ativos, de dezenas de classes químicas (ANDRADE, 1999).
Os alcalóides e os terpenos são as classes químicas com maior
potencialidade de fornecer compostos com atividade farmacológica, seguidos
de lignanas, flavonóides, cumarinas e outras (MANN, 1987).
40
estocado na forma de quinato. Algumas rotas são produtoras de compostos
secundários provenientes direta ou indiretamente da rota do Shiquimato
(ANDRADE, 1999).
FENILPROPANÓIDES
41
ÁCIDOS HIDROXICINÂMICOS E ESTERES
42
A rota de formação das cumarinas e hidroxicumarinas segue a
formação do hidroxinâmico fenilalanina divergindo na formação de 2
hidroxilações (STRACK, 1997). Em Melilotus alba (Fabaceae), foi verificado a
formação de cumarinas a partir do 2-O-glucosídeo. No vacúolo é transformada,
há isomerização induzida por luz UV in vitro. Em condições naturais há
evidências que no vacúolo não ocorra tal dependência. No final do processo de
formação da cumarina ocorre espontaneamente a lactonização e deglicolização
catalizada pela enzima O- glicosidase, quando o tecido é danificado por
exemplo por injúria mecânica. Em tecidos intactos, ou não danificados, a O-
glicosidase e o 2-O- glicosídeo estão separados em níveis celulares, sendo que
o glicosídeo está localizado no vacúolo e a O - glicosidase está associada a
parede celular ou localizada em espaços intercelulares (STRACK,1997).
Segundo Dixon e Paiva (1995) a produção de cumarinas é induzida por
danos de herbívoros. Atinge níveis tóxicos aos herbívoros e causa efeito
estrogênico e anticoagulante. Mann (1987) relatou propriedades
anticoagulantes de cumarinas em ratos, exercendo efetivo controle na
população.
As hidroxicumarinas podem estar na forma de agliconas ou
conjugadas, por exemplo o chicórico. As rotas de substituição de
hidroxicumarinas têm sido determinadas pelos níveis de cumarinas, por
substituições seqüencias do hidroxicinâmico fenilalanina. Os cumaratos são
precursores da umbelliferona. Exemplo são as biossínteses a partir da
umbelliferona originando escopoletina (STRACK, 1997).
A escopoletina, é potente estimulante de germinação (em
concentrações de 2-20ppm). A umbeliferona é também de importância
comercial, pela absorção de radiação UV, em muitas preparações (MANN,
1987). De acordo com Strack (1997) muitas hidroxicumarinas são derivadas da
umbelliferona, como as furanocumarinas e dihidropiranocumarinas.
Recentes pesquisas metabólicas do fungo Aspergillus variecolor,
demonstram que as cumarinas não são derivadas apenas do shiquimato, mas
também do acetato. Exemplo é a isocumarina, 6-methoxymellin, produzida pela
cenoura em resposta a infestação de fungos (MANN, 1987). Muitas
43
furanocumarinas são tóxicas e frequentemente são fitoalexinas que inibem a
germinação de esporos de fungos patogênicos (STRACK,1997).
A cumarina possui efeito antipirético e inibidor da carcinogênese,
enquanto que outras cumarinas tem amplo espectro de ação farmacológica,
como a escopoletina, antiarrítmica, vasodilatadora, hipotensora,
broncodilatadora, bloqueadora da junção neuromuscular, espasmolítica e
simpatolítica. A umbeliferona é inibidora da carcinogênese, antiespasmódica,
antiarrítmica e antimutagênica. A esculetina tem atividades antitumoral,
antimalárica e antifúngica.
Flavonóides e Antocianinas - Os flavonóides compõem a grande
classe de metabólitos secundários. As antocianinas estão dentro dessa classe
especial devido a grande diversidade de cores do composto.
As antocianinas são importantes por desempenharem grandes
funções. A síntese de antocianinas nas pétalas tem a função de atrair
polinizadores, enquanto a síntese nas sementes e frutos tem a função de
garantir a dispersão (HOLTON e CORNISH, 1995).
Antocianinas e outros flavonóides protegem as estruturas do vegetal
dos danos causados pela radiação UV (DIXON e PAIVA, 1995, HOLTON e
CORNISH, 1995).
Segundo Dixon e Paiva (1995) os níveis de antocianinas aumentam em
plantas estressadas de frio e por fatores nutricionais (principalmente fosfato).
Os flavonóides, incluindo as antocianinas, são derivados das rotas
biossintéticas do acetato e shiquimato, tendo como precursores o malonil-CoA,
e p-cumaril CoA. Em muitas plantas, antocianinas e flavonóides são
sintetizados na mesma célula e acumulados no mesmo local (HOLTON e
CORNISH, 1995). Também são denominados pigmentos, possuem como
unidade básica 15 carbonos com dois anéis aromáticos hidroxilados, ligados
entre si por um fragmento de 3 carbonos. Vários compostos possuem
atividades farmacológicas, com destaque a apigenina, taxfolina, morina,
naringenina, genisteína e epicatequina. Vários flavonóides são usados na
produção de odores e sabores de alimentos e bebidas de origem vegetal
(ANDRADE, 1999).
44
Quinonas –
ALCALÓIDES
45
proteção contra insetos e outros herbívoros. São estimulantes, reguladores do
crescimento. São agentes finais da desintoxicação por transformações simples
de outras substâncias cujo acúmulo é nocivo aos vegetais (MARTINS, 1994).
Na célula vegetal estão localizados nos vacúolos. Na forma de sal
ficam nas paredes celulares, de folhas, sementes, raízes e caules, com
concentração muito variada durante o ano. Em certas épocas ficam restritos
somente a determinados órgãos. Apenas 10 a 15% das plantas conhecidas
contem alcalóides (MARTINS, 1994).
Os alcalóides podem ser subdivididos de acordo com a origem. Os
alcalóides podem ser derivados via metabolismo dos aminoácidos alifáticos
ornitina e lisina. Alcalóides podem ser derivados dos aminoácidos aromáticos
fenilalanina, triptofano e tirosina (MANN, 1987).
46
b) Alcalóides da fenilalanina e do triptofano
47
ISOPRENÓIDES: METABÓLITOS DERIVADOS DO MEVALONATO
48
RNA. A bacatina, composto taxânico, tem potente atividade citotóxica (MANN,
1987).
Os diterpenos são encontrados principalmente em plantas superiores e
fungos. As giberelinas são diterpenóides tetracíclicos essenciais no
crescimento e desenvolvimento das plantas. Foram identificadas 90
giberelinas, sendo 79 em plantas superiores e 27 em fungos (BRAMLEY,
1997).
Sesterpenos - São isoprenóides com 25 unidades de carbono.
Ocorrem em pequeno número na natureza e poucos são conhecidos. A maioria
são de origem marinha. São mais comuns em esponjas marinhas, fungos e
liquens (HANSON, 1996).
Triterpenos – São abundantes e há grande número de compostos
ativos. Estão incluídos alguns metabólitos de grande importância biológica
como colesterol, vitamina D, hormônios sexuais dos mamíferos e inúmeros
outros esteróides. São terpenóides com 30 unidades de carbono originados de
vias biossintéticas e modificações secundárias da molécula de esqualeno.
Embora o colesterol e os outros esteróides, possuam apenas 27 a 29 unidades
de carbono, também são classificados como triterpenóides por originarem da
mesma molécula de esqualeno (MANN, 1987).
Aproximadamente 4000 moléculas de triterpenóides já foram
identificadas. Dentre essas apenas 300 moléculas de esteróis ocorrem em
plantas (fitosteróis), incluindo stigmasterol, sitosterol, que desempenham nas
plantas funções análogas as do colesterol nos animais, porem relacionadas ao
crescimento das plantas. Também têm função na manutenção da integridade
das membranas e na regulação da permeabilidade (MANN, 1987 e BRAMLEY,
1997).
As saponinas são triterpenóides glicosídicos encontradas em plantas,
cuja função ainda não está bem compreendida, tendo baixa toxicidade aos
humanos, provavelmente devido a baixa absorção pelo intestino (BRAMLEY,
1997).
Os cardenolideos são esteróides com 23 unidades de carbono, com
atividade cardíaca e conhecidos como glicosídeos cardiotônicos. Exemplo é a
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digitoxina utilizada clinicamente como estimulante do coração. Os
cardenolideos ocorrem em muitas famílias de plantas e também de alguns
insetos (BRAMLEY, 1997).
Tetraterpenos - Os terpenos têm 40 unidades de carbono. Nesta
subclasse de metabólitos está a maioria dos carotenóides. Os carotenóides são
encontrados nas plantas verdes e também em algumas algas, fungos e
bactérias (MANN, 1987). Os carotenóides vegetais podem ser pigmentos
vermelhos, laranja ou amarelo. Estão nas membranas de cloroplastos e em
cromoplastos. Nos estágios finais de desenvolvimento das plantas esses
pigmentos contribuem com a coloração de flores e frutos. A cor final pode ser
mascarada pela clorofila nos tecidos fotossintetizantes (BARTLEY e SCOLNIK,
1995).
Nos tetraterpenos aproximadamente 600 estruturas foram identificadas.
Os carotenóides são divididos em dois subgrupos. Os carotenos são hidratos
de carbono e as xantofilas são derivados oxigenados. Podem ser acíclicos ou
não, todos estão na forma trans, embora haja isômeros cis (KAYS, 1991;
BRAMLEY, 1997).
A função vital dos carotenóides em tecidos fotossintéticos é a proteção
em processos foto-oxidativos. São precursores do ácido abcísico, e da vitamina
D. São amplamente consumidos pelos humanos, principalmente como corante
natural de alimentos. Do ponto de vista farmacológico são compostos de
pequena importância, mas extremamente úteis biológicamente, como é o caso
da vitamina A (BARTLEY e SCOLNIK, 1995; BRAMLEY, 1997).
50
alterações bioquímicas envolvem os metabolismos primário e secundário
(HARBORNE, 1997).
O processo de adaptação das plantas ao ambiente envolve competição
entre as espécies na busca do equilíbrio predador-presa. As espécies podem
ser adaptadas as condições adversas, migrarem até outras áreas, ou serem
extintas.
As plantas terrestres que foram adaptadas aos predadores, herbívoros
insetos e animais, não migraram. Houve dispersão de sementes, por isso
desenvolveram varias rotas de síntese dos metabólitos secundários (MANN,
1987). Muitos metabólitos secundários originados de plantas são portanto
utilizados na defesa. O processo de evolução é contínuo e as plantas são mais
competitivas com os metabolitos secundários. Mas muitos herbívoros e
microorganismos também desenvolveram tolerância aos efeitos químicos dos
metabólitos secundários (ANDRADE, 1999).
Há muitos insetos que são especializados em famílias de plantas
tóxicas não atacadas por outros fitófagos. Os insetos evoluíram a especialidade
nestas plantas pois adquiriram receptores específicos dessas substâncias
tóxicas. Os insetos usam então o metabólito como localizador das plantas que
podem comer. Deste modo garantem a vantagem competitiva na utilização de
recursos alimentares primários, vindos da fotossíntese desses vegetais.
Grande quantidade de plantas são resistentes aos herbívoros por possuírem,
como defesa química, as toxinas ou os repelentes sintetizados pelo
metabólismo secundário. A maioria das classes de metabólitos secundários é
tóxica aos animais (HARBORNE, 1997).
A síntese dos metabólitos secundários tem custo energético alto.
Muitos precursores são desviados do metabolismo primário, junto com
enzimas, e energia. Assim as plantas quando atacadas pelos herbívoros estão
diante do dilema: crescimento ou defesa (HARBORNE, 1997).
Altos custos de defesa implicam em baixas taxas de crescimento, e
vice-versa. A adoção de alguma opção é função do ambiente. A planta terá
mais aptidão de crescimento ou de defesa. Defesa ou crescimento não são
51
excludentes. Essas duas opções dependem da base genética de cada planta
(MARTINS, 1988).
A hipótese do balanço crescimento-diferenciação está fundamentada
na passagem fisiológica entre crescimento-diferenciação. A síntese de
metabólitos secundários implica em diferenciação. Conforme a hipótese, as
plantas perenes podem ser divididas em dois grupos: com crescimento
dominante, rápido, fracas em defesas químicas mas altamente capazes de
induzir a resistência. No segundo grupo a diferenciação é dominante, há baixa
taxa de crescimento, melhor defesa, há sistemas de resistência facilmente
acionados e rápidos.
As diferenças químicas entre as plantas indicam que os aumentos nas
concentrações de metabólitos secundários são respostas a condições de
estresse ambiental. Nos ambientes ricos em recursos há muita competição. O
balanço C/N tende a diminuir. Há aumento do N e são produzidos
temporariamente os metabólitos secundários de rotas nitrogenadas. Se alguma
folha é predada a planta a repõe. Nos ambientes onde há escassez de
recursos, há predação predominando. O êxito vai depender da eficência na
retenção da forma de utilização dos recursos disponíveis. Com alto balanço
C/N, a defesa dependerá dos compostos carbônicos. O processo de
diferenciação predomina nesses ambientes. Como a taxa de fotossíntese,
comparativamente, não é muito alterada, o excesso de carbono economizado
no crescimento, é gasto na defesa química (MARTINS, 1988).
Plantas crescidas em ambientes pobres em nitrogênio e condições de
estresse hídrico cessam a produção de folhas novas. Os precursores e a
energia desse processo são desviados ao metabolismo secundário. Essas
plantas imediatamente estarão mais resistentes a insetos predadores. As taxas
de sobrevivência dos insetos são reduzidas a níveis baixíssimos principalmente
nas folhas mais novas que têm mais terpenos que as folhas velhas
(HARBORNE, 1997).
Os metábolitos secundários associados à resistência aos
microorganismos fitopatogênicos, podem ser classificados em compostos pré e
pós-infeccionais. Os compostos pré-infeccionais são metabólitos constitutivos
52
presentes em concentrações tais que impedem o desenvolvimento de
microorganismos ou em concentrações baixas que aumentam rapidamente
após o início da infecção. Os compostos pós-infeccionais surgem por hidrólise
ou oxidação de precursores inativos presentes nas células. Podem estar
totalmente ausentes nos tecidos da planta saudável sendo sintetizados de novo
no local da infecção com as fitoalexinas (DIETRICH, 1987).
No processo de indução fitoquímica, as fitoalexinas são produzidas
após poucas horas da infecção, no máximo 48 horas da invasão. As folhas
perdem palatabilidade aos herbívoros. O efeito sobre a palatabilidade das
folhas aumenta com o passar de muitos dias da indução. Alguns vegetais
produzem compostos voláteis que atraem insetos parasitóides que ao visitarem
as folhas eliminam os herbívoros (HARBORNE, 1997).
As fitoalexinas podem ter o acúmulo induzido não apenas por
organismos vivos mas também por seus produtos (eliciadores) ou por
condições de estresse como injúria, frio, luz UV e sais de metais pesados
(DIETRICH, 1987).
Está sendo reconhecido que variações na produção dos metabólitos
secundários podem ocorrer ao longo do tempo. As variações são de origem
genética (indivíduo, população) ou ecológica (pressões de variação em clima
ou solos, parasitas, predadores, competidores, patógenos) ou fisiológica
(estágio de desenvolvimento, ritmo estacional ou circadiano, alocação de
energia, hormônios, estado reprodutivo) (BROWN JÚNIOR, 1988). Atualmente
fenômenos epigenéticos estão sendo associados às variações dos metabólitos
secundários.
Os metabólitos que exercem função de proteção das plantas aos
herbívoros, geralmente estão localizados na superfície da planta, onde são
mais percebidos. Têm sido detectados em tricomas, na cêra e resina de folhas,
e exudados dos brotos. Quando presentes nos vacúolos das folhas, são
encontrados nas células da epiderme da superfície superior, e no caso das
plantas laticíferas, estão presentes no látex (HARBORNE, 1997). Variações no
acúmulo desses metabólitos entre folhas e flores, raiz e caule, ocorrem em
função do deslocamento dos compostos pela planta ao longo do
53
desenvolvimento. Assim, por exemplo os alcalóides são sintetizados na raiz e
transportados até as folhas (ANDRADE, 1999).
Muitos compostos secundários produzidos pelas plantas podem
também participar em interações na polinização, dispersão de frutos e
sementes e simbiose radicular com bactérias (MARTINS, 1988). Portanto
podem ser produzidos visando atração (antocianinas, carotenóides, óleos
essenciais) dos polinizadores ou dos agentes da dispersão das sementes ou
estruturas propagativas. São feitas alterações em coloração e odores
objetivando garantir a sobrevivência da espécie. Alguns desses compostos
secundários também podem ter função de suporte estrutural das plantas, como
as ligninas e lignanas.
Interações planta-herbívoro
54
podem atuar como atraentes e repelentes dos insetos. Ocorrem também
algumas interações hormonais entre plantas e insetos (ANDRADE, 1999).
Interações inseto-inseto
Interações planta-planta
55
Interações planta-microrganismos
56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
57
Compostos já identificados e originados da rota biossintética do ácido
shiquímico, são importantes nos vegetais, apesar de considerados como não
essenciais. Exemplo é o grupo das antocianinas que colore pétalas, frutos ou
sementes, atraindo polinizadores e dispersores de sementes, garantindo a
perpetuação da espécie. Esta função é essencial ou vital. Há outras, como a
repelência de herbívoros (ANDRADE, 1999).
Alguns metabólitos derivam de aminoácidos aromáticos que são
produtos finais da rota de degradação do ácido shiquímico. Outros metabólitos
como os alcalóides derivam dos aminoácidos não aromáticos (ANDRADE,
1999).
Os alcalóides têm propriedades alcalinas causadas pelo nitrogênio
amínico. Embora apenas 10-15% das plantas conhecidas tenham em sua
constituição, os alcalóides têm importancia nos vegetais e nas relações
ecológicas. São de grande interesse principalmente da indústria farmacêutica
(MARTINS, 1994).
O acetato é precursor de muitos metabólitos secundários e também
primários como os ácidos graxos. São considerados, depois dos derivados do
ácido shiquímico, a maior classe de compostos presente em plantas. No caso
dos terpenos, há estruturas diferenciadas pelo número de unidades de
isoprenos e ciclizações, e são compostos amplamente distribuídos entre os
vegetais. As espécies vegetais, em sua maioria, contêm grupos de
substâncias, dependendo da codificação genética e dos estímulos
proporcionados pelo meio. Portanto, o metabolismo secundário tem função
muito relacionada a ecologia da planta (ANDRADE, 1999). Atualmente há o
entendimento que mecanismos epigenéticos estão envolvidos.
A capacidade ecológica de interagir e adaptar com o meio contribuiu na
sobrevivência das espécies, nos nichos ecológicos. Possibilitam adaptações ao
longo do tempo. E estão ocorrendo modificações, pois na natureza os
processos são dinâmicos. Há interações e interferências dos humanos na
natureza. Os metabólitos secundários têm função de defesa das plantas aos
herbívoros, microorganismos, ao estresse ambiental, na atração de
58
polinizadores. Tem função estrutural, além de muitas outras particularidades,
mas são essenciais à sobrevivência das espécies (ANDRADE, 1999).
Muitos metabólitos secundários são responsáveis por qualidades
atribuídas aos vegetais ao longo do tempo. Principalmente atributos medicinais
certificados pela pesquisa, tornando cada vez maior o interesse em entender
estes processos, tanto por parte da comunidade científica, quanto interesses
particulares de indústrias (ANDRADE, 1999).
A comunidade científica caminha na tentativa de compreender a
natureza. Mas continua a visão fragmentada e materialista dos fatos. É
percebido nas pesquisas o foco de fragmentar antes de entender (ANDRADE,
1999).
Todos os processos são complexos e interligados, são específicos a
determinadas situações. Cada evento, por mais desprezível que pareça, é
extremamente essencial, importante e particular, pois cada indivíduo é a
manifestação da totalidade (ANDRADE, 1999).
Muitas conclusões são propostas e muitas hipóteses são consideradas
verdadeiras. A pesquisa está sendo feita unilateralmente, só focando eventos
físicos fragmentados.
59
CAPÍTULO 4
60
1.1 – Fotoreceptores
1.2 – Clorofila
1.3 – Fitocromo
62
1.4 – Criptocromos
64
nm) no aumento da toxicidade de compostos fotossensíveis (McCLOUD,
1992).
Os efeitos diretos do aumento da irradiação UVB no DNA das plantas
podem ser menos prejudiciais. Efeitos no DNA podem não ser comuns a todas
as plantas. Quando os efeitos em plantas são considerados, o impacto da
irradiação UVB varia dentro e entre as espécies. Na soja há cultivares
resistentes e susceptíveis a UVB. Há diferença na sensibilidade à UVB entre
várias espécies de plantas (McCLOUD e BEREMBAUM, 1994).
Plantas e seus insetos consumidores (herbívoros) são parte da
diversidade biótica do planeta. Os efeitos do aumento da irradiação UVB
significam a possibilidade de profundas alterações do ecossistema terrestre por
meio das interações entre produtores e consumidores (McCLOUD;
BEREMBAUM, 1994). Os metabólitos secundários são importantes por
constituírem compostos das plantas de atividade medicinal nos animais.
65
Foram feitos estudos sobre qualidade da luz com a aplicação de ondas
curtas de ultravioleta a plantas contendo alcalóides (Nicotiana tabacum, Atropa
caucasica e Datura godronu) (CARVALHO, 1999). Foi constatado maior
conteúdo de alcalóides com o aumento da produção de matéria seca. Ondas
curtas azuis aumentam os níveis de alcalóides de Stephania glabra, Rauwolfia
canescens e Solanum laciniatum (HORNOK, 1997).
66
comprimento de dia 18 horas propiciou pequeno crescimento (BURBOTT e
LOOMIS, 1967).
Os efeitos de fatores ambientais no metabolismo são complexos e
exigem cuidado na interpretação dos dados. Há efeito do fotoperíodo no
florescimento e crescimento vegetativo, mas nenhuma influência direta no
metabolismo de monoterpenos. Além disso, o aumento na quantidade de óleo
essencial reflete intensamente no aumento do crescimento (BURBOTT e
LOOMIS, 1967 e CARVALHO, 1999).
Resultados semelhantes foram citados, porém há redução no conteúdo
de monoterpenos em Hedeoma drummondii. O efeito da luz no metabolismo de
monoterpenos ainda não está bastante elucidado. Pouco é sabido sobre a
função da luz na diferenciação dos tricomas glandulares (YAMAURA, 1989).
Plântulas de Thymus vulgaris, crescidas no escuro por um a sete dias
após germinação, foram irradiadas por 24 horas antes da colheita. O tempo de
exposição das plântulas com 4 dias de idade, estioladas à luz, suficiente em
estimular a produção de timol, foi estimado, após vários períodos de tempo (10
minutos a 10 horas), antes que retornassem a escuridão (Figura 1). Os
resultados significam que a produção de timol foi estimulada até por 10 minutos
de irradiação. Independentemente do tempo de exposição, houve o período de
ausência de 10 horas, antes do timol começar a ser acumulado. Esse período é
presumivelmente necessário na síntese de monoterpenos aromáticos. A
quantidade de timol nos cotilédones aumentou com incremento do tempo de
irradiância. Essa relação foi também observada quando plântulas estioladas
foram expostas à luz continuamente por maior período de tempo (Figura 2),
indicando que a síntese de timol é dependente de Luz (YAMAURA, 1989).
A taxa de biossíntese de giberelinas em plantas de dia longo é maior
em dias longos. Há crescimento da parte aérea e há formação de flores,
comparada a taxa predominante durante o crescimento vegetativo em dia curto
(ZEEVAART e GAGE, 1993).
O aumento na biossíntese de giberelinas nas últimas etapas da rota
implica na reposição mais rápida dos precursores anteriores (CARVALHO,
1999). É esperado que a conversão do geranylgeranyl pirofosfato ent-Kaureno,
67
o primeiro passo na biossíntese de giberelinas, seja estimulada em plantas
crescidas em dias longos (ZEEVAART e GAGE, 1993).
3 – INTENSIDADE LUMINOSA
69
Adaptado de HORNOK, 1997 e CARVALHO, 1999.
70
Adaptado de FEIBERT, E. B, 1988 e CARVALHO, 1999.
71
Adaptado de LI, 1996 e CARVALHO, 1999.
73
Quadro 1 – Capacidade fotossintética máxima e dados anatômicos em folhas
maduras desenvolvidas em alta ou baixa intensidade luminosa, 11
e 0,5 mol fótons m-2 dia-1, respectivamente.
74
A produção de matéria seca, de folhas frescas e de inflorescências
frescas em Plantago major (transagem) foi influenciada pela luminosidade,
sendo mais expressiva em maior luminosidade. Em baixa luminosidade não
houve variações significativas na produção de raízes frescas durante o
crescimento das plantas. Porém em alta luminosidade o acréscimo na
produção de raízes frescas e secas foi significativo e crescente (SOUZA,
1998).
Foram constatados os efeitos da intensidade luminosa nas dimensões
de lâminas foliares de plantas crescidas a 2500 ft-c ou 500ft-c. As lâminas
foliares foram menores a 2500ft-c. Houve redução na expansão celular e no
número de divisões celulares da lâmina foliar (FRIEND e POMEROY; 1970).
75
CONSIDERAÇÕES FINAIS
76
CAPÍTULO 5
ESTRESSE HÍDRICO
77
A característica principal das plantas adaptadas à ambientes pobres de
algum recurso ambiental é o crescimento lento. Essa lentidão é observada em
plantas adaptadas a ambientes inférteis, com pouca água, salinos e muito
sombreados. Devido à inflexível relação entre raiz e parte aérea, essas plantas
podem dispor de quantidade de biomassa insuficiente a produção de
fotossintatos. Além disso, as plantas crescem menos por causa da maior
alocação de recursos em funções associadas à sobrevivência nos ambientes
desfavoráveis (CHAPIN III, 1991).
Resultados significativos das respostas fisiológicas das culturas
agrícolas à ambientes com pouca água são conhecidos. O desempenho das
plantas medicinais e aromáticas em limitada disponibilidade de água é pouco
estudado (SINGH-SANGWAN, 1994; LETCHAMO e GOSSELIN, 1996).
Desde os primórdios da agricultura, os humanos reconhecem o efeito
prejudicial e algumas vezes devastador da seca nas várias espécies agrícolas.
Quase todos os componentes do crescimento das plantas são afetados. É
destaque a produção de matéria seca, o componente que mais contribui na
produção total de qualquer espécie agrícola (NAUTIYAL, 1996).
Concentração de Clorofila
78
Quadro 1 – Efeito do estresse hídrico no conteúdo de clorofilas em folhas de
Pongamia pinnata.
Quadro 2 – Condutância estomática (µmol H2O. M-2 S-1) das folhas, segundo
dois níveis de irrigação em condições controladas, em quatro
horários.
80
Quadro 3 – Taxa de assimilação fotossintética (µmol CO2. M-2 S-1) das folhas
de quatro cultivares, segundo dois níveis de irrigação em condições
controladas e quatro horários.
81
diferenças na resposta ao estresse hídrico. Os teores do ABA das folhas
aumentaram sistematicamente (Figura 1) com o estresse hídrico. A intensidade
desse aumento foi bastante variável entre os cultivares. Os teores mais baixos
foram observados nas plantas-controle dos cultivares C (5,9µg/100g M.S) e D
(6,59 µg/100g M.S.), e aumentaram com o estresse hídrico, atingindo
diferenças máximas nos dois níveis de irrigação. Essas diferenças foram
inferiores no A e no B, nas quais as plantas-controle já possuíam os teores
mais altos em ABA, 17,9 e 23µg/100 g M.S, respectivamente (REGINA e
CARBONNEAU, 1997).
À exceção do cultivar A, as variações na forma de acumular ácido
abscísico (ABA-GE) também foram positivas com o estresse hídrico. Da
mesma forma que ocorre com o ABA-livre, as diferenças foram maiores nos
cultivares D e C, com teores mais baixos (51,8 e 68,8 µg/100 g M.S,
respectivamente) nas plantas-controle.
Os teores de ABA nas folhas e as medições das variações diárias das
trocas gasosas mostraram que esses dois parâmetros estão relacionados na
resposta varietal ao estresse hídrico (CARVALHO, 1999).
82
Adaptado de REGINA, 1997 e CARVALHO, 1999.
83
plantas-controle, e menores variações (nos teores) entre os dois níveis de
irrigação.
Os efeitos do acúmulo de ABA sobre a regulação dos estômatos
podem mudar durante o estresse hídrico. Com o decorrer do tempo, os
estômatos poderiam modificar suas reações, devido a presença constante de
teores altos de ABA. Tal hipótese esclarece o fato das plantas serem capazes
de manter seus estômatos abertos em condições de estresse hídrico e terem
as concentrações mais altas de ABA em condições normais de irrigação
(REGINA e CARBONNEAU, 1997).
84
irrigação necessária na manutenção da capacidade de campo e DW é a
quantidade de água drenada no solo na profundidade de 45cm (NONAMI,
1997).
O crescimento da planta, expresso em área foliar total, número de
folhas e matéria seca foi reduzido significativamente com a aplicação da
irrigação de 0.65 e 0.40x Etm, (Quadro 4) um mês após o tratamento, enquanto
que nenhuma diferença foi encontrada entre o controle e o tratamento 0.85x
Etm (NONAMI, 1997).
Relações Hídricas
85
decréscimo no potencial hídrico (ΨW) indicou que o gradiente de redução do
potencial estendeu ao xilema e fora do xilema até as células em expansão,
durante o crescimento ativo. Houve portanto crescimento induzido pelo
potencial hídrico (NONAMI, 1997).
Poucos minutos após as plântulas terem sido transplantadas, na
vermiculita deficiente em água (-0,28 Mpa), o crescimento começou a ser
inibido. O potencial hídrico dentro do xilema (ΨO) decresceu, mas na zona de
alongamento não decresceu. Assim a diferença (ΨO- ΨW) foi menor, indicando
que o gradiente igualou no lado do xilema. O potencial osmótico (Ψ S)
gradualmente também diminuiu, enquanto os solutos osmoticamente ativos
acumularam nas células da zona de alongamento (ajuste osmótico), a pressão
de turgor (ΨP) foi pouco aumentada (NONAMI, 1997).
Aproximadamente 5 horas após o transplante no meio deficiente em
água, o potencial do xilema caiu até o nível do potencial da zona de
alongamento, e o crescimento induzido pela diferença de potencial foi quase
nulo. Durante o transplante, as raízes foram desconectadas do suprimento
externo de água, e o potencial hídrico do xilema e da zona de alongamento
caiu até próximo a 20 horas, quando a água foi retirada a partir do tecido
maduro até os tecidos em alongamento, eventualmente alcançando – 0.6 Mpa.
Nesse ponto, o potencial osmótico da zona de alongamento foi – 1.0Mpa e o
xilema foi reidratado enquanto as raízes reconectaram com a água da
vermiculita. Com 50 horas, o potencial do xilema tinha aumentado até alcançar
o mesmo valor da vermiculita, restabelecendo, assim, o crescimento induzido
pela diferença de potencial, mas em níveis inferiores (Ψ O= -3 Mpa e ΨW da
zona de alongamento = - 0.6 Mpa). Durante essa reidratação, o crescimento
retomou a taxa moderada, mantida por vários dias. A recuperação do potencial
hídrico do xilema e do crescimento indicou que a água pode novamente ser
absorvida a partir da vermiculita e ser movida até dentro das células
circundantes (NONAMI, 1997).
86
Produção de Matéria Seca
87
Adaptado de CHUMG, 1987 e CARVALHO, 1999.
88
Adaptado de CHUMG, 1987 e CARVALHO, 1999.
89
longo tempo de sobrevivência em condições de seca. (SINGH-SANGWAN,
1994).
Em plantas de Cymbopogon spp. expostas a estresse hídrico por longo
tempo pode ocorrer distúrbios fisiológicos e metabólicos. Singh-Sangwan,
(1994) pesquisaram alguns distúrbios em duas espécies de Cymbopogon
(capim-limão). Verificaram que, como outras plantas, a resposta geral das
espécies de capim limão, a estresse hídrico prolongado in situ, inclui redução
no crescimento e na área foliar da planta (Quadro 6). A maior redução na área
foliar, altura da planta, e matéria seca foliar em C. pendulus indica maior
adaptação a estresse (SINGH-SANGWAN, 1994).
C. nardus
Controle 115 ± 3.6 93 ± 2.8 38.4 ± 1.8 0.96 ± 0.66 ± 0.05
Ameno 88 ± 6.0 76 ± 5.4 25.7 ± 0.7 0.01 0.45 ± 0.04
Moderado 79 ± 4.8 67 ± 2.3 21.6 ± 1.0 0.66 ± 0.43 ± 0.03
C. pendulus 0.04
Controle 77 ± 6.6 64 ± 5.1 30.8 ± 1.7 0.64 ± 0.44 ± 0.01
Ameno 56 ± 4.1 46 ± 3.2 18.0 ± 1.5 0.06 0.43 ± 0.02
Moderado 50 ± 1.5 37 ± 2.5 15.9 ± 0.8 0.31 ± 0.05
0.73 ±
0.04
0.60 ±
0.05
0.45 ±
0.05
Adaptado de SINGH-SANGWAN, 1994.
90
Efeito no conteúdo de prolina
foi maior aos 90 dias do que aos 45 dias, em ambas espécies, tanto nas
91
C) EFEITO SOBRE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
92
Tem ocorrido interação entre os tratamentos e a época de colheita. Foi
significativa a interação quanto a conteúdo de rutina, ácido clorogênico (CHA),
inibidores de proteinases (PI) e polifenol (PPO). O efeito do estresse hídrico
varia com a época de colheita, o que seria esperado até algum limite, pois a
intensidade do estresse hídrico aumenta com o tempo. English-Loeb (1997)
verificou também, na época de colheita efeitos nos níveis totais de compostos
de defesas. Conclusivamente esses níveis mudam, provavelmente, em função
da idade da planta (CARVALHO, 1999).
Diferentemente do nitrogênio, as concentrações de carboidratos
solúveis nas folhas respondem de modo mais consistente com o aumento do
estresse hídrico. Houve efeito significativo da época de colheita nos teores de:
água, nitrogênio, e carboidratos, indicando que os níveis desses compostos
variam com a idade da planta (ENGLISH-LOEB, 1997).
93
Os efeitos de 45 e 90 dias (estresse ameno e moderado) no conteúdo
de óleo essencial (g por 100g de matéria fresca) e na produtividade (g por
planta) em duas espécies são mostrados no Quadro 7. O conteúdo de óleo não
aumentou significativamente aos 45 dias em C. nardus, mas em C. pendulus
houve aumento evidente nas plantas com estresse moderado. Noventa dias de
estresse ameno resultou no aumento do conteúdo de óleo em ambas espécies.
Entretanto, após 90 dias de estresse moderado, a resposta foi especifica. O
teor de óleo diminuiu em relação ao controle em C. nardus. Em C pendulus o
teor de óleo foi mantido no mesmo nível elevado quando no estresse ameno
(SINGH-SANGWAN, 1994).
A produtividade de óleo por planta não diminuiu nas duas espécies no
estresse ameno ou moderado após 45 dias, exceto em C. nardus onde o
decréscimo de 20% foi notado após estresse moderado. O estresse hídrico
moderado por 90 dias resultou no declínio da produtividade de óleo por planta
em C. nardus, enquanto o nível foi quase o mesmo do controle em C. pendulus
(SINGH-SANGWAN, 1994).
C. nardus
Controle 0.32 ± 0.03 0.42 ± 0.02 0.46 ± 0.02 0.60 ± 0.03
Ameno 0.39 ± 0.02 0.57 ± 0.03 0.43 ± 0.01 0.63 ± 0.02
Moderado 0.36 ± 0.02 0.27 ± 0.02 0.37 ± 0.03 0.32 ± 0.03
C. pendulus
Controle 0.59 ± 0.04 0.58 ± 0.04 0.31 ± 0.02 0.30 ± 0.01
Ameno 0.60 ± 0.04 0.81 ± 0.04 0.30 ± 0.02 0.41 ± 0.03
Moderado 0.72 ± 0.04 0.80 ± 0.04 0.29 ± 0.02 0.32 ± 0.03
Adaptado de SINGH-SANGWAN, 1994 e CARVALHO, 1999.
94
Após 45 dias houve aumento significativo na quantidade de geraniol
em relação ao controle em ambas condições de estresse em C. nardus. Em
Cymbopogom pendulus não houve qualquer mudança no conteúdo de geraniol.
A quantidade de citral não variou com estresse moderado (45 dias). Houve
declínio de citral em C. nardus e aumento em C. pendulus, comparando com os
respectivos controles. Com 90 dias houve aumento acima do controle na
quantidade de geraniol em ambas espécies. Em estresse moderado o geraniol
em C. nardus foi reduzido. A quantidade de citral aumentou em C. pendulus no
estresse moderado, enquanto em C. nardus foi diminuindo (SINGH-
SANGWAN, 1994).
Com o objetivo de investigar as possíveis alterações na biogênese de
óleos essenciais, Singh-Sangwan (1994) realizaram estudos com
radiomarcadores. A distribuição relativa da radioatividade entre os principais
monoterpenóides, o citral e geraniol, incorporada nos óleos, consta da Figura 5.
Após 90 dias de estresse hídrico, ameno e moderado, a proporção de
radioatividade presente no geraniol aumentou, enquanto que em citral declinou
após estresse ameno e aumentou com estresse moderado. Assim, a resposta
de C. pendulus foi diferente de C. nardus na biogênese de óleos. Em C.
pendulus aumentou ambos constituintes de óleo nos dois tratamentos de
estresse, comparando com o controle. Os aumentos observados na biogênese
de geraniol em C. nardus e de citral em C. pendulus são similares às
mudanças observadas no acúmulo desses constituintes na presença de
estresse hídrico (SINGH-SANGWAN, 1994).
95
Adaptado de SINGH-SANGWAN, 1994 e CARVALHO, 1999.
96
grama/matéria fresca, o aumento foi mais pronunciado (SINGH-SANGWAN,
1994). Em razão da matéria fresca ter diminuído nas duas espécies (quadro 8),
é mais significativo expressar as alterações em atividade especifica, unidade
por miligrama de proteína (CARVALHO, 1999).
C. nardus
Controle 0.32 ± 0.03 0.42 ± 0.02 0.46 ± 0.020 0.60 ± 0.035
Ameno 0.39 ± 0.02 0.57 ± 0.03 0.43 ± 0.018 0.63 ± 0.023
Moderado 0.36 ± 0.02 0.27 ± 0.02 0.37 ± 0.030 0.32 ± 0.029
C. pendulus
Controle 0.59 ± 0.04 0.58 ± 0.04 0.31 ± 0.021 0.30 ± 0.016
Ameno 0.60 ± 0.04 0.81 ± 0.04 0.30 ± 0.025 0.41 ± 0.031
Moderado 0.72 ± 0.04 0.80 ± 0.04 0.29 ± 0.020 0.32 ± 0.026
Adaptado de SINGH-SANGWAN, 1994 e CARVALHO, 1999.
97
foliar, o que resulta na alta quantidade de óleo acumulado (SINGH-SANGWAN,
1994).
Dependendo da espécie, o estresse hídrico pode aumentar, diminuir ou
não ter efeito sobre os níveis de metabólitos (CARVALHO, 1999). Observações
de campo indicam que no funcho (Foeniculum vulgaris Mill.) há resposta à
irrigação no crescimento. Entretanto, o efeito da irrigação na produtividade de
óleo e anetol não é bem conhecido. Buntain e Chung (1994) relataram que a
irrigação aumentou a porcentagem de óleo nas plantas de funcho acima do
controle, sem irrigação. Há poucas informações sobre a resposta quanto a
produtividade total de óleo ou quanto ao teor de anetol de plantas irrigadas
(BUNTAIN e CHUNG, 1994). Os tratamentos dos experimento foram: (1) sem
irrigação, (2) aplicação de 200mm, desde o início do alongamento até a antese
da primeira umbela, (3) aplicação de 350mm a partir da antese até o
amadurecimento da primeira umbela; e (4) aplicação de 550mm, irrigação
completa, desde o início do alongamento do caule até a maturidade. O
crescimento e desenvolvimento dessa cultura foi considerado normal quando
comparado a maioria dos cultivos comerciais.
As sementes são a principal fonte de óleo em plantas de funcho, com
90-95% do óleo localizado nas umbelas. O efeito da irrigação na produtividade
das sementes de plantas apícolas, incluindo funcho, pode fornecer informações
a respeito do efeito na produtividade de óleo. Há outras plantas que tem
mostrado correlação positiva entre produtividade de sementes (ou frutos) e a
frequência de irrigação. São exemplos: o anis, o coentro e a cenoura. A
composição do óleo também pode variar com o regime de irrigação. Mesmo
quando a produtividade de coendro aumenta, devido a irrigação, o conteúdo de
carvona do óleo é baixo.
Buntain e Chung (1994) pesquisaram o efeito do nitrogênio e da
irrigação sobre a produtividade de funcho. Não houve efeito do nitrogênio em
qualquer dos componentes da produtividade, e não foram encontradas
interações com os tratamentos de irrigação. O efeito da irrigação na massa
seca das plantas inteiras foi distinto dos efeitos sobre os principais
98
componentes da produtividade. A maior produtividade ocorreu na irrigação
completa.
O tomilho (Thymus vulgaris L.) é conhecido pela boa adaptação a
regiões semi-áridas quentes e também a zonas temperadas frias úmidas, tanto
da Europa como da América do Norte. Nestes ambientes produz alta
quantidade de óleo demandado pela indústria. Os vários processos de
adaptação do tomilho a diversas condições de crescimento, as modificações
em características morfológicas ou fisiológicas são pouco conhecidas e
documentadas. Mudanças nas características morfológicas, disposição de cera
epicuticular, taxas de transpiração estomática e cuticular são importantes
indicadores de adaptação, especialmente ao estresse hídrico. A cera
epicuticular em plantas é importante na conservação da água na folha por
reduzir a transpiração cuticular (LETCHAMO e GOSSELIN, 1996).
99
aumento foi 55%. Não foram determinadas as dimensões das glândulas, porem
nas glândulas das plantas crescidas na luz suplementar e com água no nível
50% foram maiores do que aquelas crescidas em luz natural e com maior
disponibilidade de água (LETCHAMO e GOSSELIN, 1996).
101
G) EFEITO NO CRESCIMENTO DE ESTRUTURAS
REPRODUTIVAS
102
solúveis de frutos foram significativamente inferiores com os tratamentos 0.85 e
1.00 xETm. Esses resultados mostram que a deficiência hídrica pode melhorar
significativamente a qualidade dos frutos quanto a sólidos solúveis, mas essa
vantagem é acompanhada do decréscimo da produtividade.
103
CONSIDERAÇÕES FINAIS
104
CAPÍTULO 6
ATIVIDADE QUÍMICA
106
graveolens, Eucalyptus globulus, Tanacetum parthenium, Tanacetum vulgare,
Allium sativum, Mentha pulegium, Rosmarinus officinalis, Ruta graveolens,
Salvia officinalis e Citrus aurantiu. Todas estas plantas sintetizam compostos
aromáticos e óleos essenciais, considerados responsáveis pela atividade
inseticida (LAURENT, 1997). O óleo essencial de Lavandula angustifolia e
alguns dos seus principais constituintes, como linalol, linalil-acetato e cânfora,
segundo Perruci (1996) têm atividade acaricida.
Os parasitas constituem sério problema à saúde na maioria dos países
em desenvolvimento. Os efeitos causados pelo Trypanosoma cruzi, afetam 16
a 18 milhões de pessoas na América Latina. As espécies que transmitem o
tripanosoma diferem conforme a região de ocorrência. Na ausência do
tratamento efetivo a erradicação do Triatominae nas regiões infestadas é
considerado bom método visando impedir a disseminação, particularmente
quando há atenções às condições de moradia e de educação sanitária
(LAURENT, 1997).
As piretrinas sintéticas e as deltametrinas, estão entre os inseticidas
mais efetivos contra Triatominae. O custo do controle do vetor é maior que
recursos econômicos de vários países. Com o possível desenvolvimento de
resistência, a procura por novos compostos, derivados de plantas, significa
importante desafio cientifico (LAURENT, 1997).
Os vetores Triatominae são sensíveis a alguns óleos essenciais de
plantas medicinais. É sabido que o óleo essencial de Melia azederach, por
exemplo, aumenta a taxa de mortalidade de ninfas de T. infestans tratadas com
aplicações tópicas. Laurent (1997) testou a atividade de 63 óleos essenciais
obtidos a partir de algumas plantas bolivianas.
Os principais componentes dos óleos essenciais dessas plantas,
determinados por cromatografia gasosa foram: E-anetol nos óleos anísicos de
Pimpinella anisum (74%), Tagestes pusilla (96%), Foeniculum vulgare (66%) e
Coreopsis fasciculata (23%). Outros destaques são: limonemo (38%) e
ascaridol (35%) de Chenopodium ambrosioides; pulegona (49%) de Hedeoma
mandoniana (79%) e Mynthostachys andina (73%); 1-mentona de
Mynthostachys andina (29%) e Mentha arvensis (73%); 1-8 cineol de
107
Eucalyptus globulus (63%), E-nerolidol de Baccharis sp. (80%); linalol (82%) de
Satureja, metil acetato, lamentol, isomentol e piperitona foram também
encontrados em Mentha arvensis (LAURENT, 1997).
Muitos diterpenos neo-clerodanas, com atividade antidigestoria contra
larvas de insetos, têm sido isolados a partir de plantas medicinais das famílias
Compositae e Labiatae. Espécies como Ajuga, Baccharis, Salvia e Tecrium são
importantes fontes desses compostos Foram testadas e comparadas as
atividades antigestorias de sete compostos clerodanas. Foi verificado que,
dentre estes, os mais ativos foram três tendo como característica estrutural o
sistema αβ – insaturado – γ lactona e, na cadeia lateral, um anel furano (SOSA,
1994).
As plantas da família Piperaceae, nativa dos trópicos, além de
utilizadas como medicinais, têm sido, também úteis no controle de pragas. É
destaque por ser mais ativa a Piper decurrens. A bioatividade do gênero Piper
tem sido atribuída a presença de ligninas e ou amidas, tais como alquil ou
isobutilamidas olefínicas (CHAURET, 1996).
Os componentes voláteis das resinas de espécies medicinais de
Commiphora consistem principalmente de monoterpenos e sesquiterpenos. A
resina volátil de C. rostrata tem atividade de defesa contra pragas e patógenos
potenciais. A casca desta planta não é danificada por insetos e outros animais.
Tem sido observado que os insetos, como as formigas, quando aproximam
dessas plantas e encontram algum corte com resina exposta, imediatamente
são afastadas (McDOWELL, 1988).
108
(CARVALHO, 1999). Atualmente é conhecida a estrutura das principais classes
de tanino e as respectivas rotas de biossíntese (HASLAM, 1994).
Os dois radicais principais da estrutura dos polifenóis são ésteres de
galoil e de hexahidroxidifenol e seus derivados proantocianidinas condensadas.
Há evidencias que suportam a proposição do metabólito β-1, 2, 3, 4 6-
pentagaloil-D-glucose exercer importante função na formação da maioria dos
galotaninos e dos elagitaninos, que ocorrem nas plantas medicinais. Os
galotaninos são taxonomicamente restritos e intimamente associados a tribo
Rhoideae da Família Anacardiaceae. O exemplo mais comum de galotaninos é
o ácido tânico (HASLAM, 1994).
Os elagitaninos são bom exemplo da proliferação de estruturas
secundárias por meio de oxidações e desidrogenações (primariamente),
clivagens hidrolíticas e rearranjos moleculares que dão origem a vários
polifenóis. Esta enorme diversidade estrutural tem importante consequência
medicinal e ecológica significando especificidade na associação dos polifenois
ás varias meléculas, como as proteínas e os polissacarídeos (HASLAM, 1994).
As proantocianidinas condensadas estão presentes como oligômeros
(solúveis), contendo 2 a 5 ou 6 unidades catequinas (núcleo flavano-3-ol
fenólico) e polímeros (insolúveis). Em todas as plantas os polímeros têm
significado quantitativo. A proantocianidinas oligoméricas são, em geral, as
responsáveis por muitas das propriedades das plantas, tipicamente atribuídas
aos taninos condensados. A presença de altos níveis dessas proantocianidinas
está associada a impalatabilidade e a resistência de várias plantas aos vários
herbívoros e aos efeitos medicinais (HASLAM, 1994). Scalbert e Haslam (1987)
citam o estudo da variação no conteúdo de taninos nas folhas da árvore
“Carvalho” (Quercus robus L.) durante a estação de crescimento. A árvore
Carvalho é infestada por insetos na primavera, mas raramente é sujeita à
predação no final desta estação ou na seguinte. O nível de taninos hidrolisáveis
permanece relativamente constante durante essa estação, sendo que taninos
condensados (proantocianidinas) não são sintetizados até o fim da estação
(SCALBERT e HASLAM, 1987).
109
Foi concluído que o período de maior ataque de insetos coincide com o
período em que o conteúdo total de taninos foi menor e os taninos
condensados estavam quase ou totalmente ausentes. Esta conclusão indica
qual a melhor época de coleta das plantas medicinais tanínicas. Foi então
entendido que a resistência das folhas maduras, provavelmente, era o principal
fator que bloqueia o ataque dos insetos. Indiretamente, dentre os possíveis
fatores, seria o declínio na disponibilidade de nitrogênio. Esse período coincide
com o decréscimo nos níveis de proteínas foliares sendo concomitante ao
aumento dos taninos foliares (SCALBERT e HASLAM, 1987). Assim a
presença de insetos e o estádio fenológico das folhas são marcadores das
plantas com vistas à presença de taninos com fins medicinais.
A biossíntese de polifenóis medicinais envolve substancial gasto de
energia. Com base na moderna ecologia química seria esperado que houvesse
algum ganho compensatório pelas plantas que os produzem (CARVALHO,
1999). Tem sido entendido, que os taninos fazem parte da estratégia de defesa
química quantitativa das plantas sendo por isso medicinais. Os taninos repelem
predadores por meio do seu forte e característico efeito adstringente (HASLAM,
1994). É sabido que os taninos têm capacidade de formar complexos insolúveis
com proteínas ricas em prolina implicando no manejo adequado das plantas
com fins medicinais (SCALBERT e HASLAM, 1987).
ALELOQUÍMICOS
110
O fenômeno da alelopatia já foi bastante questionado por alguns
estudiosos (CARVALHO, 1999). Dentre as causas de crítica é o fato da maioria
dos estudos ter sido feita com pouco ou nenhum conhecimento dos compostos
ativos, sua natureza química, modalidade de transporte, quantidade liberada do
agente e concentração nos solos (FISCHER, 1994). No estudo farmacológico
das plantas medicinais vários aleloquímicos tem sido detectados, porém, não
com o objetivo de avaliar os efeitos alelopáticos (CARVALHO, 1999).
Os aleloquímicos também protegem as plantas contra insetos, fungos
patogênicos, bactérias e vírus e outras plantas, com as quais competem. Tais
compostos propiciam às plantas efeitos medicinais e vantagem seletiva em
relação aos herbívoros, devido a toxicidade potencial. Podem inibir ou repelir e
eliminar organismos não adaptados (ROSENTHAL, 1988).
Alguns herbívoros, potenciais consumidores desses compostos tóxicos,
têm evoluído mecanismos que lidam especificamente com os aleloquímicos
(ROSENTHAL, 1988). Em decorrência de algumas famílias estarem
caracterizadas pela presença de algum grupo de aleloquímicos, muitas
espécies de insetos estabeleceram relações particulares com determinadas
espécies de plantas. Porém, há espécies de insetos generalistas. São os
insetos repelidos ou envenenados por aleloquímicos de defesa química,
compostos medicinais ou fármacos ativos. (BOWER e PUTTICK, 1988).
Alguns compostos da mesma classe de fitoquímicos podem ter efeitos
medicinais e ações especificas nos insetos herbívoros (CARVALHO, 1999). A
composição química da planta medicinal e das plantas em geral é importante
na seleção do hospedeiro adequado. Além da combinação de dois ou mais
compostos pode ocorrer efeitos de sinergismo positivo ou negativo tanto nos
insetos ao consumirem essas plantas como nos humanos que utilizam as
plantas com fins medicinais. Portanto, variações qualitativas ou quantitativas na
composição química de plantas medicinais são determinantes na adequação
de insetos, e constituem importante componente da defesa vegetal (BOWER e
PUTTICK, 1988).
Apesar de várias famílias de plantas medicinais serem caracterizadas
por algum grupo particular de composto aleloquímico biossinteticamente
111
relacionado e táxon-específicos, pode haver variação neste padrão. A
composição química pode variar entre as populações da mesma espécie. Pode
variar entre indivíduos dentro da população, e até mesmo entre partes da
planta medicinal, nas quais compostos particulares podem estar presentes em
quantidades variadas. O espectro de compostos químicos medicinais ao qual o
inseto herbívoro é exposto pode variar com a planta, com as populações de
plantas, com a parte da planta e com a fenologia da planta e do inseto. Pode
variar, ainda, com as estações do ano, e em função das condições nas quais a
planta está crescendo (CARVALHO, 1999).
Muitas famílias de plantas são caracterizadas por algum grupo
específico de aleloquímicos. As Crucíferas caracteristicamente contêm
glucosinolatos. As Asclepiadaceas contêm cardenolídeos. Os glicosídeos
iridóides são importantes nas Scrophulariaceas. Glicosídeos iridóides são
compostos derivados do monoterpenos e são encontrados em
aproximadamente 50 famílias de plantas. Como exemplo de glicosídeos
iridóides é destaque a ipolamida, encontrada nas plantas do gênero
Stachytarpheta (Verbenaceae). O especiosideo (glicosídeo iridóide) da Catalpa
speciosa (Bignociaceae) atua como agente desestimulante dos insetos
generalistas tal como a ipolamida (BOWER e PUTTICK, 1988).
Os efeitos fitotóxicos dos monoterpenos variam, tanto quanto a
solubilidade em água. Em muitos casos, esses compostos são ativos mesmo
abaixo dos níveis de solubilidade na água (FISCHER, 1994). Devido à natureza
relativamente apolar os monoterpenos tem sido classificados como voláteis. A
solubilidade em água dos monoterpenos é negligenciável quando comparada
com a solubilidade de outros produtos naturais mais polares. O transporte
aquoso é considerado essencial na eficiência da atividade alelopática. Mas o
transporte na forma volátil tem sido proposto como alternativa de algumas
plantas (FISCHER, 1994) e tem sido meio de detectar a planta com efeito
medicinal (CARVALHO, 1999).
A complexidade das ações alelopáticas em ecossistemas naturais é
devida ao grande número de reações envolvidas no conjunto dinâmico de
transformações simultâneas. Após a liberação de algum composto secundário,
112
potencialmente medicinal, a partir de folhas e ou raízes da planta, ocorre a
sequência de eventos químicos, fotoquímicos e ou microbianos. Há então a
liberação de compostos não tóxicos e ativação de derivados com efeitos
tóxicos e específicos (FISCHER, 1994).
Nos estudos feitos com aleloquímicos do metabolismo secundário tem
sido quantificada a atividade efetiva (CARVALHO, 1999). No entanto,
recentemente foi verificado que muitos produtos naturais, de origem vegetal
(fotossensibilizadores), interagem com a luz, produzindo moléculas em estado
excitado, passíveis de processos tóxicos, inclusive alelopáticos, altamente
energéticos. A maioria das pesquisas com aleloquímicos está relacionada com
os microrganismos. A relação dos insetos com os aleloquímicos e a influência
desses compostos na vida dos insetos começou a receber atenção
(CHAMPAGNE, 1986). A interação das plantas medicinais com insetos é
complexa e pouco estudada. Os usos medicinais têm relações com a presença
de aleloquímicos das plantas (CARVALHO, 1999).
COMPOSTOS FOTOTÓXICOS
113
resultantes nas células são suficientemente intensas e causam o término da
célula. Além disso, em muitas das fotorreações, o composto fotossensível
transfere a energia de excitação até a molécula de oxigênio que
subsequentemente oxida outra molécula. Os compostos fototóxicos podem
inibir o crescimento ou mesmo aniquilar vírus, bactérias, fungos, larvas de
nematóides e insetos (DOWNUM e RODRIQUEZ, 1986). Atividades medicinais
de plantas podem ser devidas à presença destes compostos. Os compostos
tóxicos aos seres humanos são utilizados com fins medicinais, via ciência da
homeopatia, com a tecnologia de dinamizar os extratos de plantas tóxicas.
Compostos fototóxicos ou fotossensibilizadores ocorrem em pelo menos 30
familias de plantas. Consideráveis informações estão disponíveis sobre os tipos
de metabólitos secundários fotossensibilizadores e a natureza não específica
da ação biocida. Mas pouco é sabido sobre a distribuição e a frequência
(DOWNUM e RODRIQUEZ, 1986). Entre os compostos fototóxicos, estão as
quinonas, acetilenos e alcalóides. As furanocumarinas da família Apiaceae são
os fotossensibilizadores mais estudados quanto a função nas interações
planta-inseto (CHAMPAGNE, 1986). As furanocumarinas derivadas da fenil-
alanina, são também características das famílias Rutaceae e Umbelliferae
porem ocorrem também nas famílias Leguminosae, Moraceae, Solanaceae,
Pitosporaceae, Thymeleaceae e Orchidaceae (TOWERS, 1986).
Entre os compostos fotossensibilizadores naturais mais ativos estão
poliacetilenos e respectivos derivados tiofenóis que são característicos da
família Asteraceae, onde são diversos e abundantes. São também encontrados
em várias outras famílias de plantas, como Campanulaceae, Umbelliferae e
outras. Poliacetilenos alifáticos simples têm ação (não fotodinâmico)
independente do oxigênio e pode envolver a formação de radicais livres por
fotoexcitação. Os tiofenóis mais avançados biossinteticamente são compostos
fototóxicos do tipo II que danificam organismos via produção catalítica do
radical superóxido. Poliacetilenos parcialmente ciclizados, intermediários
quanto a estrutura entre acetilenos alifáticos e tiofenóis, aparentemente têm
acesso tanto a mecanismos de ação fotodinâmicas quanto não-fotodinâmicas.
O alvo provável é as membranas (CHAMPAGNE, 1986 e TOWERS, 1986).
114
O acúmulo, em quantidades razoáveis, dos compostos, fototóxicos em
canais resiníferos ou tricomas glandulares, significa ter função desestimulante
sobre organismos, como os insetos. Estes compostos fotoativos provavelmente
não têm funções metabólicas ou fisiológicas nas plantas.
A ação tóxica dos compostos fototoxicos não está restrita a reações
mediadas pela luz. Há vários poliacetilenos e tiofenóis com ação antibiótica. Os
poliacetilenos de funções como fitoalexina são tóxicos a fungos mesmo na
ausência de fotossensibilização. A atividade possivelmente é maior na
presença de luz, com comprimento de onda próximo a faixa da luz ultravioleta
(CHAMPAGNE, 1986).
Os efeitos dos poliacetilenos e tiofenóis em insetos herbívoros e a
razão da fotossensibilização nesta atividade ainda são pouco entendidos
(CHAMPAGNE, 1986). Várias plantas que contêm compostos fototóxicos ou
fotossensíveis são utilizadas na medicina tradicional. Alguma correlação deve
haver entre a fototoxicidade dos extratos de algumas espécies e o respectivo
efeito terapêutico. (MECKES-LOZOYA e GASPAR, 1993).
115
(com néctar). O aroma floral é bom exemplo desses sinais (BORG-KARLSON e
TENGÖ, 1986).
Em muitas categorias de flores a polinização causa rápida mudança no
perianto e estimula a senescência ou abscisão de pétalas ou alguma alteração
na coloração das pétalas. Estas mudanças, provavelmente, orientam
polinizadores potenciais na direção de outras flores ainda não polinizadas.
Desse modo é aumentada a eficiência da polinização (WOLTERING, 1997).
O pólen tem odor característico de cada espécie de planta.
Frequentemente é distinto do odor da flor inteira. Odores de pólen são
considerados, evolucionariamente, como atraentes dos insetos visitantes de
flores, em algumas angiospermas primitivas (DOBSON, 1987).
Há evidências em estudos químicos da presença de revestimento
oleoso dos grãos de pólen como a principal fonte de compostos voláteis. Tem
sido comprovado que extratos de pólen contendo, principalmente, óleos de
revestimento são agentes olfatórios que atraem abelhas produtoras de mel e
consumidoras de pólen. Outras pesquisas indicam que abelhas pólen-
especificas e solitárias discriminam as espécies de plantas por meio dos
odores desse revestimento. Em relação aos componentes químicos do pólen
as pesquisas são muito limitadas. Poucos constituintes dos óleos essenciais
têm sido caracterizados (DOBSON, 1987 e LINSKENS, 1997).
O NÉCTAR E A PROPÓLIS
116
componentes foram identificados na própolis e a maioria é de natureza
fenólica. As abelhas coletam a matéria-prima usada na produção da própolis
em gemas de árvores resinosas. Pouco é conhecido sobre a composição e
origem (BANKOVA, 1994). A própolis tem sido reconhecida como recurso
terapêutico de ampla utilidade.
117
CONSIDERAÇÕES FINAIS
118
CAPÍTULO 7
EFEITOS ESTRESSANTES
119
interações alelopáticas. Por alelopatia a planta pode afetar o desenvolvimento
de qualquer outra, via compostos dissolvidos na água, ou exsudatos
radiculares, ou via substâncias voláteis, como etileno e metil jasmonato
(BRUIN, 1995).
TERPENÓIDES
121
Quadro 1 – Custo dos substratos e cofatores requeridos na biossíntese
dos terpenóides de algumas plantas.
122
Continuação do Quadro 1
a
Os custos foram calculados como quantidade de glicose necessária: nos
percursos, nos reagentes e cofatores necessários à biossíntese, por meio
dos métodos disponíveis b, de acordo com Penning de Vries, 1974, e outros,
citados por GERSHENZON, 1994.
123
Quadro 2 – Custo médio dos substratos e cofatores necessários à biosíntese
de terpenóides e de várias outras classes de metabólitos
primários e secundários.
124
sistema fotossintético determine a capacidade máxima da fotossíntese, a
amplitude dessa capacidade depende de fatores ambientais externos. Durante
o período do dia, pode haver alterações na temperatura, deficiência hídrica,
variações na quantidade de luz, exposição a poluentes, entre outros
(SRIVASTAVA e STRASSER, 1996).
126
150x1012 gramas de carbono por ano, ou seja 0,1 a 0,3% da produtividade
primária global líquida (PEÑUELAS e LLUSIA, 1997).
O conteúdo de terpenos em plantas de Rosmarinus officinalis varia em
torno de 0,2-1% da matéria fresca, em concordância, portanto, com os valores
previamente relatados. Os resultados mostrados nas Figuras 1 a 3 significam
que, embora a dimensão das reservas e a composição de terpenos voláteis
nas plantas estejam sob controle genético, são também influenciadas pelos
fatores ambientais, tais como suprimento de CO2, sazonalidade (maiores
conteúdos no outono), e idade (maiores quantidades nas plantas mais velhas).
Os terpenos mais abundantes nesses óleos foram α-pineno, cineol, canfora,
borneol e verbenona e representam cerca de 75% do total. Outros
monoterpenos também são encontrados em R. officinalis (PEÑUELAS e
LLUSIA, 1997). Nenhuma diferença significativa foi encontrada na composição
de terpenos entre os tratamentos ou estações (CARVALHO, 1999).
Os principais terpenos de R. officinalis foram α-pineno, β-pineno,
myrcene, Δ3-carene, ρ-cymeno, cineoli, γ-terpinene, e linalool na primavera e α-
pineno, camphene, myrcene, Δ3-carene, ρ-cymeno no outono. No outono, os
monoterpenos mais voláteis e, especialmente α-pineno (alcançou cerca de
50%) foram proporcionalmente mais importantes que no verão. Os
monoterpenos menos voláteis, tais como γ-terpinene, linalool e canfora,
estavam presentes em menores porcentagens. Borneol, verbenona e 1, 7, 7-
trimetilbiciclo [2.2.1] heptano-2-ol, voláteis, não foram detectados em grandes
quantidades. A biomassa da planta foi aumentada com a exposição a 700
μmol/mol CO2 (PEÑUELAS e LLUSIA, 1997). A concentração de terpenos
também aumentou com altos níveis de CO2, mas não houve efeito dos altos
níveis CO2 nas taxas de emissão (CARVALHO, 1999).
127
Adaptado de PEÑUELAS e LLUSIA, 1997 e CARVALHO, 1999.
128
Adaptado de PEÑUELAS e LLUSIA, 1997 e CARVALHO, 1999.
129
Adaptado de PEÑUELAS e LLUSIA, 1997 e CARVALHO, 1999.
130
EFEITOS DOS METAIS PESADOS
131
Em plantas Coriandrum sativum expostas a altos níveis de cádmio
(100ppm e 100mg/L), o sintoma visual precoce de toxidade é o aparecimento
progressivo de amarelecimento nas folhas, além da dimuição no comprimento
das raízes ou caules e no número de umbelas. A matéria seca total foi menor
nas plantas crescidas em solos tratados do que nas plantas tratadas com
pulverização foliar (Quadros 3 e 4) (PASQUALE, 1995).
132
O conteúdo de Cádmio nas plantas de Coriandrum sativum, expresso
em ppm de matéria seca, consta da Figura 4. As plantas crescidas em solo
corrigido (com cádmio) mostraram grande acúmulo nas raízes (3,46 e
4,49ppm). O transporte às partes aéreas foi limitado e os frutos continham os
menores conteúdos (0,192 e 0,139ppm). O maior conteúdo de cádmio foi
observado nas folhas das plantas expostas a pulverização (27,18 e 94,55ppm).
Nessas amostras os menores conteúdos de cádmio foram encontradas nas
raízes (0,773 e 2,229ppm) (PASQUALE, 1995).
Solos corrigidos com 100ppm de cádmio causaram modificações
morfológicas significativas na base das células da superfície foliar. Houve
encurvamento (por inchamento) das celulas-guarda estomáticas, presença de
célula com paredes anticlinais sinuosas nas áreas próximas às nervuras e
espessamento da cutícula, em forma de faixa. Nos estômatos houve abertura
intensa (PASQUALE, 1995).
133
Adaptado de PASQUALE, 1995 e CARVALHO, 1999.
134
causa das conseqüências ambientais, tem sido estudado intensivamente por
30 a 40 anos (ZHELJAZKOV e FAIR, 1996). A absorção de chumbo pelas
plantas depende das formas solúveis do elemento nos solos e sua
concentração no solo, assim como, pH e temperatura. O chumbo é muito
pouco transportado das raízes até a parte aérea. Cerca de 90-95% da
concentração de chumbo nas partes superiores das plantas portanto é devida à
absorção foliar (ZHELJAZKOV e FAIR, 1996). As plantas medicinais, cujo uso
predominante é das folhas ou raízes, devem ser colhidas em locais sem
poluição com chumbo. Essa observação é válida no extrativismo e no cultivo.
135
Muitas plantas têm sido relatadas como susceptíveis a espécies de
Fusarium. Esse fungo está amplamente distribuído e várias das suas formas
são hospedeiras de plantas (TRUEMAN e WICK, 1996). Esses fungos causam
murcha nas plantas, consequentemente reduzem a produção e a qualidade em
decorrência das micotoxinas (ANGELINI, 1996).
O gênero Fusarium inclui desde fungos saprófitas do solo até
fitopatógenos de vários tipos. A esse grupo pertencem diversas espécies como
F. graminearum e F. nivale. F. graminearum (ANGELINI, 1996). Nos Estados
Unidos três plantas aromáticas têm sido hospedeiras de F. oxysporum:
Anethum graveolens L., Nepeta cataria L. e Ocimum basilicum L.. Na Índia,
esse fungo tem infectado plantas de Cumunum cyminum L., Coriandrum
sativum L. e Mentha arvensis haplocalyx var. piperascens L. (TRUEMAN e
WICK, 1996).
O controle tem sido feito com agentes biológicos, como a bactéria do
solo Streptomices griseoviridis, rizobactéria promotora do crescimento vegetal
(RPCP). Além disso, o hipoclorito de sódio é usado na desinfecção de
sementes e outras partes das plantas (TRUEMAN e WICK, 1996). Tratamentos
com altas temperaturas também são usados em menor proporção devido aos
danos causados nas sementes com baixa tolerância ao calor.
136
mais notáveis nas espécies, tais como sálvia e hortelã-pimenta, que produzem
óleos complexos contendo múltiplos componentes monoterpênicos. Em alguns
casos tem sido possível correlacionar mudanças no conteúdo de monoterpenos
com alterações no metabolismo de monoterpenos (EL-KELTAWI e CROTEAU,
1987).
Vários herbicidas, pré e pós-emergência, foram testados nas
concentrações de 100-400 ppm, em aplicação foliar, a fim de verificar sua
influência no crescimento e produção de óleos em Sálvia (Salvia officinalis).
Foram observados três categorias gerais de efeitos: (a) plantas em que havia
ligeiro ou pequeno estímulo no crescimento e produção de óleos; (b) plantas
em que havia moderada limitação no crescimento e concomitante decréscimo
na produção de óleo; e (c) plantas que tiveram o crescimento severamente
limitado e significativo decréscimo na produção de óleo. Embora tenha havido
variação nos efeitos sobre o crescimento e produção de óleos, as alterações na
composição foram uniformes (EL-KELTAWI e CROTEAU, 1987).
No Quadro 5 estão os resultados de três herbicidas. Na sálvia, os
autores (EL-KELTAWI e CROTEAU, 1987) entenderam que não houve
nenhuma correlação entre crescimento e formação de óleos essenciais. Em
estudos com o biorregulador DCPTA e o retardante de crescimento AMO 1618
houve limitação do crescimento da planta porem sem redução na produção de
óleo, e com aumento da produção. A citocinina, aumenta a produção de óleos
sem exercer efeito sensível no crescimento ou desenvolvimento. Os sítios
primários de biossíntese de monoterpenos são as glândulas epidérmicas
secretoras, estruturas completamente expostas. Essas estruturas são mais
sensíveis às aplicações foliares do que outras partes da planta (EL-KELTAWI e
CROTEAU, 1987).
137
Quadro 5 – Efeito de alguns herbicidas e substâncias reguladoras de
crescimento no crescimento das plantas de Sálvia e na
produção de óleos essenciais.
138
Continuação do Quadro 5.
139
CONSIDERAÇÕES FINAIS
140
CAPÍTULO 8
PÓS-COLHEITA
141
1 - ASPECTOS DA PÓS-COLHEITA
142
PLANTAS RECÉM-COLHIDAS
PÓS-COLHEITA
Caseiro
Câmara Seca
Galpão
Secadores
Estufa Solar Adaptados
143
Algumas espécies aromáticas e condimentares são fonte de renda
quando comercializadas frescas em feiras, supermercados e restaurantes. As
flores frescas de Tropaeolum majus são muito utilizadas como acompanhante e
como enfeite (CASTELLANI, 1997) e são compradas diretamente.
Nos tecidos vegetais há funcionamento normal de mecanismos
fisiológicos em intervalos limitados de temperatura. Os limites máximos de
temperatura são 30º e 35ºC, porém a susceptibilidade à injúria, no limite
mínimo de temperatura, é bastante variável. A atividade respiratória é reduzida
em baixas temperaturas. Dentro da variação fisiológica própria de cada
espécie, a taxa respiratória normalmente é aumentada com o incremento da
temperatura, principalmente entre 5º e 20ºC (CHITARRA e CHITARRA, 1990).
Lange e Cameron (1994), relatam que a disponibilidade é mais
duradoura quando os ramos de Ocimum basilicum são colhidos ao final da
tarde por haver redução da injúria por frio. Os autores avaliaram a conservação
pós-colheita pelo aparecimento de danos por frio, tais como necrose e
aquosidade dos tecidos, além de clorose e micélio de fungos (Figuras 2 e 3).
144
Altura dos Cortes
PLANTAS SECAS
147
A secagem passou a ser aplicada de forma significativa na primeira
guerra mundial, em razão da necessidade de alimentos destinados a suprir as
tropas em combate. Na segunda guerra mundial, haviam nos Estados Unidos,
técnicas de secagem de 169 espécies de vegetais, destinadas a alimentar
soldados e marinheiros (CRUZ, 1990).
Nos últimos cinquenta anos, tanto na ciência quanto na tecnologia
houve pesquisas no sentido de aprimorar novos sistemas de preservação de
alimentos. Essas pesquisas tornaram viável a secagem de enorme variedade
de produtos com fins comerciais, inclusive as ervas aromáticas (SILVA, 2000).
Atualmente grande parte dos países desenvolvidos utiliza métodos
avançados de secagem possibilitando o comércio amplo por todo o planeta.
148
e) Quando as raízes são volumosas cortar em pedaços ou fatias por facilitar a
secagem.
f) Na secagem de folhas manter os talos, pois preservam a qualidade e
facilitam o manuseio. As camadas devem ser feitas com 3 cm de folhas ou
15 a 20cm de flores e sumidades floridas (CORREA JÚNIOR, 1994).
g) O local deve ser limpo previamente com sanitizantes.
Secagem
149
Na secagem, é muito importante a velocidade da retirada de água, pois
acelerar possibilita degradar os compostos ativos. A secagem não deve ser
conduzida nem muito rápida, nem muito lenta e ser iniciada no mesmo dia da
colheita (SILVA, 2000).
O equilíbrio entre temperatura, circulação e umidade relativa do ar
define a secagem. O sucesso da secagem depende da técnica utilizada ao
aumentar a capacidade higroscópica do ar, isto é, a capacidade do ar em
absorver umidade. Se a temperatura for muito baixa ou a umidade muito alta, a
secagem será lenta permitindo a proliferação de microrganismos. Se a
temperatura for muito alta dará origem a algo como “casca externa” que
impedirá a saída da umidade e causa deterioração da matéria prima (CRUZ,
1990).
São basicamente dois processos de secagem: secagem natural e
secagem artificial. Segundo Bacchi (1996), depende dos compostos ativos da
espécie o processo que pode ser utilizado.
Curvas de Secagem
150
Adaptado de MARTINS, 1995 e SILVA, 2000.
151
Adaptado de FIGUEIREDO, 1995 e SILVA, 2000.
152
adsorção das plantas congeladas rapidamente e embaladas à vácuo
(PÄÄKKÖNEN, 1989),
153
O método de secagem não causou efeito sobre a umidade do aneto
durante o armazenamento. A retenção da cor foi analisada após três e nove
meses. As cores iniciais de armazenamento do produto constam do Quadro 1.
154
Foi relatado que o total de compostos voláteis no aneto fresco diminui
drasticamente após a secagem. No aneto congelado rapidamente e embalado
à vácuo houve mais compostos voláteis comparado ao aneto seco com ar
quente. A diferença no aroma e no sabor, pela avaliação sensorial, foi
intensificada na secagem com ar quente e não foi significativa no aneto
congelado. A avaliação sensorial no aneto congelado revelou significativa
mudança na qualidade do produto (HUOPALAHTI, 1985). Quando
armazenadas à 23ºC as plantas congeladas mantiveram o aroma e o sabor
(Figura 10).
Após seis e doze meses armazenadas houve intensificação no sabor e
no aroma em plantas com embalagens à vácuo e foram significativamente
maiores do que as plantas armazenadas nos potes de vidro ou embalagem de
papel. À 35ºC, o aroma e o sabor foram reduzidos após três meses de
armazenamento, e decresceram independente da embalagem. As avaliações
após três, seis e doze meses de armazenamento mostraram que a embalagem
e a temperatura de armazenamento não causaram efeito significativo no aroma
e no sabor das plantas de aneto secas com ar quente. As condições de
armazenamento foram importantes nas plantas congeladas de aneto e os
efeitos dos processos de deterioração não foram notados após um ano de
armazenamento. Após três anos de armazenamento nos potes de vidro, o
aroma e o sabor foram fracamente diminuídos no aneto congelado. No aneto
seco com ar quente, a resposta foi bastante diferente. Houve intenso aroma e
sabor após um ano de armazenamento (HUOPALAHTI, 1985). Essa
intensidade de aroma e sabor foi mantida após dois anos (Figura 10).
155
Adaptado de HUOPALAHTI, 1985 e SILVA, 2000.
156
O aneto congelado rápido e embalado à vácuo é melhor preservado
em potes de vidro ou sacos de papel. A temperatura no ambiente de
armazenamento intensificou o aroma e o sabor. O armazenamento a 35ºC
reduziu fortemente a intensidade do aroma e do sabor destas plantas
(HUOPALAHTI, 1985). A embalagem não causou efeito significativo, na
qualidade nas plantas após secagem com ar quente.
O mesmo estudo foi realizado em Saturaja hortensis L., cuja folhas e
flores secas são utilizadas na culinária pelas qualidades aromáticas. O aroma é
dado pelo carvacol (30-45%), e outros compostos tais como: a-pinene (7-8%),
p-cymene (30%), dipentene, timol, borneol, 1-linalool, terpineol e 1-carione. As
amostras foram secas por meio de dois métodos. No primeiro, após a colheita,
as plantas foram imediatamente secas por 24h pelo método convencional de
secagem com ar seco em tubos com cloreto de lítio à 35-37ºC. No segundo
método, as amostras foram secas por 12hs e congeladas, em seguida foram
armazenadas à 20ºC aproximadamente. A coloração, nos dois métodos de
secagem, após três e nove meses de armazenamento foi verde amarronzada
(Quadro 2) (PÄÄKKÖNEN, 1989).
158
Efeitos da secagem sobre o conteúdo de compostos voláteis
159
aroma e na concentração dos constituintes voláteis durante a secagem são
frequentemente desconsiderados (SILVA, 2000).
Foram compararados métodos de isolamento de compostos voláteis de
vários sistemas e concluído que HS (headspace), ou sistema do “Efluente
Principal”, é muito dependente da volatilização dos componentes aromáticos,
enquanto “Destilações Simultâneas com Solvente” (SDE) tem demonstrado
bons resultados na determinação do conteúdo de óleo essencial. As análises
de HS-GC podem ser mais correlacionadas com análise sensorial do que as
análises de GC dos aromas concentrados por destilação e extração por
solvente. O método HS detecta a mudança na composição do aroma na fase
vapor e pode ser melhor correlacionado com a avaliação sensorial (LEATHY E
REINECCIUS, 1984). Em geral, ao utilizar HS são determinados mais
compostos do que com destilação e extração. Os sistemas de avaliação não
permitem uniformidade satisfatória, e mais pesquisas devem ser feitas nesta
área (JENNINGS E FILSOOF, 1977).
Foram identificados cerca de 100 compostos voláteis pelos métodos
SDE e HS (Efluente Principal) em tomilho e sálvia. Os compostos que foram
identificados são: cis-hex-3-en-1-ol, tricicleno, α-Thujeno, α-Pineno, Canfeno,
Sabineno, oct-1-em-3-ol, β-Pineno, Mirceno, Octan-3-ol, α-Felandreno, δ-3-
Carene, α-Terpineno, ρ-Cimeno, Limoneno, β-Felandreno, 1,8-Cineole, cis-β-
Ocimeno, trans-β-Ocimeno, γ-Terpineno, trans-Sabineno hifrato, Terminoleno,
Linalol, α-Thujona, cis-Sabineno hifrato, β-Tujona, Cânfora, Isopulegol,
Mentona, Isoborneol, Isomentona, Borneol, Terpinen-4-ol, p-Cimen-8-ol, α-
Terpineol, cis-Dihidrocarvone, Metilchavicol, Citronelol, Nerol, Timol metil éter,
Neral, Carvone, Carvacrol metil éter, Geraniol, Linalil acetato, Geranial, Bornil
acetato, Isobornil acetato, Timol, Carvacrol, Timol acetado, Eugenol, Geranil
acetato, β-Elemeno, β-Cariofileno, α-Ionone, [cis]-α-trans-Bergamoteno, α-
Humuleno, allo-Arpmadendreno, γ-Muroleno, Germacreno D, β-Ionone, α-
Muroleno, β-Bisaboleno, γ-Cadineno, δ-Cadineno, cis-Nerolidol, trans-
Calameneno, trans-Nerolidol, Cariofileno óxido, Viridiflorol, γ-Eudesmol, T-
Cadinol, Farnesol (VENSKUTONIS, 1996).
160
A concentração destes constituintes no tomilho, consta no Quadro 3 e
em sálvia no quadro 4. Os resultados das análises em HS (Efluente Principal)
mostram influência da secagem nos constituintes aromáticos (Quadro 3 e 4).
161
Quadro 4 – Composição (em unidades arbitrárias) dos constituintes principais
da Sálvia em extratos (SDE) e efluente principal (head space, HS).
162
congelamento. Os picos de tomilho no SDE-GC não foram todos detectados e
apenas alguns foram demonstrados. A sálvia foi avaliada por SDE. Outros
trabalhos mostraram que no HS do tomilho ocorreram maiores concentrações
de compostos na secagem em estufa à 60ºC. Na sálvia a maior concentração
foi nas plantas secas-congeladas. Estes constituintes poderiam ser produtos
voláteis sensíveis à temperatura ou ocorreu degradação enzimática durante a
secagem (VENSKUTONIS, 1996).
Houve mudanças no conteúdo total de compostos voláteis pelo método
SDE (Figura 11). Houve influência da secagem em forno sobre o total de
constituintes isolados por SDE sendo similar na sálvia e tomilho
(VENSKUTONIS, 1996).
163
Adaptado de VENSKUTONIS, 1996 e SILVA, 2000.
164
Os compostos voláteis foram determinados nas plantas frescas e
secas, em forno à 60ºC, havendo redução de 31% na sálvia seca em forno
quando comparada com as plantas frescas. O total de compostos voláteis
isolados por SDE em plantas secas-congeladas de sálvia não mudou,
comparado às plantas frescas. O tomilho teve aumento de 20%, no seu
principal componente que é o timol. A porcentagem da concentração de alguns
constituintes voláteis de tomiho e sálvia teve coeficientes de eficiência
determinados e constam do Quadro 5. É interessante notar que em alguns
compostos, os coeficientes são diferentes no tomilho e na sálvia. O coeficiente
de eficiência é calculado com base em plantas secas. As mudanças no
coeficiente de tomilho e sálvia durante a secagem são mostrados na Figura 11.
O efeito da secagem à 30ºC e da secagem com congelamento das
plantas sobre o conteúdo de compostos voláteis isolados por SDE não foi
significativo. As perdas à 60ºC foram 43% no tomilho, e 31% na sálvia. As
mudanças nas concentrações dos componentes voláteis no HS diferiram
significativamente no tomilho e sálvia e foram dependentes do método de
secagem. A extensa relação de voláteis do tomilho seco à 60ºC indica que a
estrutura biológica das glândulas de óleo na planta são fortemente afetadas. A
porcentagem do conteúdo individual dos compostos no HS e SDE pode revelar
mudanças de equilíbrio entre o conteúdo relativo de compostos voláteis e o
óleo essencial volatilizado no HS (VENSKUTONIS, 1996).
165
Quadro 5 – Porcentagem de compostos voláteis e seus coeficientes de
eficiência (C0) em Tomilho e Sálvia recém-colhidos.
166
radiação de interesse primário pela indústria de alimentos é a radiação
eletromagnética (SILVA, 2000).
O espectro de energia eletromagnética abrange larga faixa de radiação
desde ondas de rádio, sem efeito biológico detectável, até raios cósmicos. A
energia é veiculada e ondas agem como se fossem produzidas e enviadas em
discretas quantidades de energia denominada quanta. A energia depende da
frequencia da radiação e quanto maior a frequencia da radiação, maior o
conteúdo de energia e menor o comprimento de onda. A radiação de alimentos
possibilita produtos livres de insetos, reduz ou elimina a contaminação
bacteriana ou fúngica, assim, pode reduzir a deterioração fisiológica. O efeito
das radiações ionizantes sobre microrganismos é dependente do meio de
suspensão, temperatura, atividade de água, atmosfera, estágio de
desenvolvimento e injúria fisiológica (SILVA, 2000).
Nas indústrias, a irradiação é usada como método de esterilização de
plantas medicinais. Há três classes de radiação iônica: eletromagnética (raios
gama e raios X) e partículas (raios betas). A radiação tem efeito biológico
durante o processamento. Tem efeito direto nos eventos químicos como
resultado da energia depositada. Tem efeito indireto pelas consequências da
reatividade, na difusibilidade e nos radicais livres formados. Trabalhos
científicos citam a irradiação das plantas medicinais como ideal na esterilização
bacteriológica. Mudanças nas doses de radiação tem sido adotadas no
tratamento de plantas, assim 10KGy (1Gray representa a absorção de 1
Jaule/Kilo) tem sido usado na destruição de esporos e bactérias e 5KGy
promove suficiente esterilização (SILVA, 2000).
Bachman e Witkowski (1978) detectaram fraca modificação na
composição volátil de manjerona, após a irradiação. Jaddou e Al-Hakim (1978)
mostraram que houve aumento na quantidade de ácido graxo com uso de
irradiação sem modificar o sabor. A irradiação de plantas medicinais incluindo o
tomilho com doses de 50KGy, não causou modificação perceptível nos
compostos voláteis. O mesmo ocorreu na composição química e organoléptica
de paprika após irradiação de 16KGy. O efeito não significativo da irradiação
sobre a composição química das plantas secas pode ser pelo baixo conteúdo
167
de água, limitando as possibilidades na formação de radicais livres. Entretanto,
algumas mudanças no sabor, assim como o aumento na concentração de
aroma dos compostos de pimenta, foi demonstrado nas doses acima de
100KGy.
Venskutonis (1996) comprovou a influencia da secagem e da irradiação
sobre a composição de compostos voláteis de tomilho. Entre os 70
constituintes foram identificados 53. As análises estatísticas evidenciaram
mudanças durante a secagem, irradiação e armazenamento das folhas de
tomilho (Quadro 6). Em decorrência da irradiação, alguns constituintes são
afetados pela secagem e armazenamento. A redução no conteúdo dos
constituintes após secagem foi 1-3% e não diferiu entre os dois métodos de
secagem.
168
Foi utilizada a irradiação nas folhas de manjericão em duas doses de
raios gama com microondas e verificado 47 picos por meio da cromatografia. O
linalol e estragol tiveram aumento com a radiação gama e com microondas. A
composição do óleo essencial foi diferente, exceto em alguns compostos e em
quantidades menores. A radiação gama causou evidentes mudanças na
composição do óleo (ANTONELLI, 1998).
O tratamento de esterilização com radiação mudou o perfil dos
constituintes do óleo essencial de manjericão, discordando de trabalhos
publicados e mostrando a necessidade de mais pesquisas. Foi relatado que
estes tratamentos podem afetar a saúde humana, pois as características
originais do produto são alteradas. O método tem sido aceito por prevenir a
esporulação de microrganismos (SILVA, 2000).
Contudo estes métodos são recentes e deve ser pesquisada a
influência da irradiação sobre as plantas medicinais.
Secagem Natural
Secagem doméstica
169
após a secagem. Neste caso, é utilizado algum saco de papel envolvendo os
ramos da planta. É também usado o saco de papel com plantas nos estrados,
peneiras grandes, bandejas com fundo telado, dentre outros recursos (SILVA,
2000).
Secagem ao sol
170
munidos de duas aberturas. A primeira abertura é na parte inferior, por onde
penetra o ar aquecido. A segunda é na parte superior, onde o ar deverá sair.
Nesse percurso o ar aquecido leva calor e retira a água que evaporou devido
ao aumento de temperatura. Neste processo o ambiente é quente e seco. A
desvantagem do sistema é ser lento e depender das condições climáticas.
A estufa solar é considerada secador eficaz e de fácil construção,
funciona muito bem com presença e ação de raios solares. Pode ser construída
em bambu ou madeira, revestida de plástico, com tela fina na portinhola. É
coberta com sombrite que evita incidência direta dos raios solares. Dentro da
estufa, sobre a bandeja de tela plástica, as plantas são colocadas. Durante o
dia a estufa deve ir ao sol e a noite deve ficar em local coberto.
Avaliando dois métodos de secagem e duas épocas de coleta de assa-
peixe, não foram encontradas diferenças significativas entre o uso da estufa
solar e a câmara seca, quanto ao padrão microbiológico (Quadro 7) (COSTA,
1999).
As médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de
Tukey a 5%.
Adaptado de COSTA, 1999 e SILVA, 2000.
171
Nos últimos anos a demanda por plantas medicinais aumentou. Alguns
países e a Argentina cultivam menta, sálvia e camomila em escala comercial.
Nestes países tanto o cultivo como a colheita são totalmente mecanizados. Por
serem produtos perecíveis, a secagem deve ser imediata visando manter a
qualidade do produto. Geralmente entram na secagem a 30/50ºC com 85% de
água, chegando ao final com 11%. Boa alternativa é fazer coincidir as épocas
de colheita com períodos de insolação e utilizar a energia solar como fonte de
calor (COSTA, 1999).
Foram realizados alguns estudos no Instituto de Agricultura e
Engenharia da Universidade de Honhenheim, visando a construção do sistema
de secagem solar de baixo custo e comercial (MULLER, (S.D)). A estrutura foi
montada em ferro galvanizando retangular, resistente aos ventos e à neve, com
15m nas laterais por 4,4m de altura. A altura é dependente do número de
segmentos. A água é retirada ao longo das partes laterais aproveitando a maior
extensão e maior insolação durante o dia. O ar quente passa pela cobertura da
estufa com algumas modificações. Foram montados perfis de PVC (cloreto de
polivinil) sobre os quais foram instalados duas capas suplementares. A primeira
é preta, absorve 97% da radiação solar. A segunda funciona como bolha de ar
visando reduzir o calor. A capa adicional pode ser removida facilmente e a
estufa é usada na sua função original. Na parte nordeste e sudeste da
cobertura o ar é quente. A cobertura foi feita pelo lado sudeste (Figura 12). A
altura do ar quente atinge 17m e corresponde à área utilizável de 34 m 2 de ar
quente. A secagem das plantas é separada, em quadras com 5 m de largura
por 2m de lateral e 1,2m de altura. As plantas são dispersas sobre o piso de
azulejo. O piso é fixado a 0,5m sobre o concreto formando pequenos
compartimentos. Deve ser mantida a uniformidade e a distribuição de ar no
piso (SILVA, 2000).
A Figura 13 ilustra a radiação no nível horizontal e também no sudeste
e nordeste. A energia instalada na face sul da cobertura foi 7,1 KWh/m 2d, a
face norte recebeu 68% deste valor. Pela manhã e à tarde, a radiação em
ambas as partes da cobertura foi a mesma. A face norte do ar quente contribui
172
consideravelmente no calor do ar de secagem durante as horas de baixa
radiação solar (SILVA, 2000).
173
A velocidade de secagem do ar foi 0,1m/s de acordo com a taxa do
fluxo de ar de 3300m3/hr, por unidade. O total da pressão de vapor mudou, 50
a 100 Pa como na Figura 14. A pressão de vapor do ar quente decresceu na
proporção inversa da temperatura devido a correlação entre resistência do ar e
a expansão térmica do filme plástico e do ar quente. Durante a noite, o fluxo de
ar foi reduzido em 10% devido ao aumento da resistência do ar quente (SILVA,
2000).
174
O aumento da temperatura devido ao aquecimento pelo sol, diminui a
umidade do ar de secagem aproximadamente 20% em relação ao ambiente.
No começo da secagem, no segundo dia de secagem da menta, a mistura
decresce rapidamente, causando aumento da saturação do ar de exaustão.
Inicialmente a quantidade de água absorvida do ar de secagem foi 5g/kg de ar
seco. Durante a secagem este valor é continuamente decrescido com
saturação do ar na exaustão.
175
Adaptado de SILVA, 2000.
Figura 16 – Diferencial da temperatura de secagem do ar e do ambiente em
função da hora do dia.
177
Quadro 8 – Capacidade e consumo de energia de hortelã, sálvia e ópio.
178
Quadro 9 – Percentagem de componentes ativos de sálvia, menta e ópio do
secador convencional e do secador solar.
Foi concluído que durante um ano de teste, a estufa solar provou ser
eficiente na secagem de hortelã e sálvia. O aquecimento do ar de secagem
pela energia solar, aumentou a qualidade das plantas, intensificando a
coloração e o conteúdo de compostos ativos (MULLER, SD). A capacidade do
sistema é eficiente por facilitar a secagem na propriedade e utilizar este espaço
com outros fins após o período de secagem. Pesquisas devem ser feitas
visando otimizar a estufa solar, o aumento da qualidade das plantas e o baixo
custo de energia (SILVA, 2000).
179
Secagem Artificial
180
externa e canalizar o ar quente através de tubulação até o interior do secador.
O monitoramento da temperatura e da umidade é feito pelo termômetro e pelo
higrômetro localizados no centro do galpão. Assim há o controle da entrada e
da saída do ar quente e úmido. Dentro do galpão deve haver estrutura de
madeira ou de metal onde são colocadas as plantas em feixes ou bandejas
(SILVA, 2000).
Outro sistema de secagem bastante interessante e muito utilizado
antigamente na Europa, em particular na França, associa a técnica da sala de
secagem ao sistema de secagem ao sol (Figura 19). No galpão é colocada
uma grade horizontal com pequena distância do piso. Do lado de fora do
galpão, no mesmo nível dessa grade são instaladas placas de zinco ou de
alumínio que absorvem o calor do sol e aquecem o ar que passa debaixo da
grade e envolve as plantas distribuídas sobre a grade (CRUZ, 1990).
Outra experiência é operar o secador com ar aquecido por resistências
elétricas. O ar aquecido é insuflado na parte inferior do secador, formando fluxo
ascendente, e passa pela tela de inox, onde as plantas serão distribuídas. A
lona que cobre a parte superior do secador, tem função de melhorar a
distribuição do ar de secagem. O sistema de prateleiras funciona de modo
similar e possibilita a secagem de algumas espécies simultaneamente
(MAGALHÃES, 1997).
181
O uso do desumidificador de ar na secagem de plantas medicinais é
bastante viável. Foi experimentado nas instalações do Grupo Entre Folhas em
Viçosa/MG. O desumidificador, aparelho elétrico que reduz a umidade relativa
do ar em níveis preestabelecidos, é colocado em sala fechada e escura. Este
sistema é simples, e permite a secagem rápida das plantas, quando a umidade
relativa é fixada em 50 ou 60%. A sala deve ficar fechada. Evitar a entrada de
ar úmido, o que também reduz a deposição de poeira sobre as plantas. São
utilizadas armações de madeira e tela plástica (estrados) sobrepostos, onde as
plantas são depositadas em camadas com poucas plantas (MARTINS, 1994).
Foi pesquisada a secagem do alecrim e da hortelã com
desumidificador. Foi concluído que o desumidificador em sala fechada, ao
abrigo de luz solar direta, foi eficiente na secagem das plantas medicinais.
Além da eficiência, a secagem em temperatura ambiente, ocorre sem riscos de
excessos, como nos sistemas que utilizam ar aquecido e necessitam de
controle constante. A qualidade das plantas secas foi satisfatória, pois a cor e o
aroma permaneceram intensos, provavelmente com poucas perdas (MARTINS,
1995).
A simples caracterização morfológica permite dispor as plantas em
grupos que podem permanecer ao mesmo tempo na sala de secagem. Desde
que não ocupem o mesmo estrado e com tempo de secagem bastante
próximo. Na pesquisa feita com desumidificador foi adotado, como critério de
final de secagem, o estado levemente quebradiço das plantas (MARTINS,
1995).
De acordo com a Figura 20, na estufa de secagem as plantas foram
consideradas secas, ao atingirem o peso constante, ou seja, após três dias. Na
sala com desumidificador as plantas foram consideradas secas após seis dias.
A secagem natural somente foi concluída após 8 dias de exposição ao
ambiente quando a perda de umidade foi estabilizada. Nas plantas secas em
estufa não houve diferença visual entre os métodos de preparo pós-colheita,
como nas plantas secas com desumidificador. As plantas secas naturalmente
não diferiram visualmente entre os métodos de preparo “lavagem com jato de
água” e o método de imersão com hipoclorito de sódio. O método sem lavar
182
diferiu dos demais pois a aparência foi insatisfatória tornando o método
desprezível (SILVA, 1995).
183
óleo da espécie Mentha piperita quando submetida à secagem, devida à
volatilização (COURT, 1993).
Comparando a secagem natural com dois outros métodos de secagem
(estufa solar e sala com desumidificador), foi observado que na secagem
natural houve perdas na aparência e aroma das plantas. Entretanto a estufa
solar foi utilizada em época de clima desfavorável (COSTA, 1996).
Nas plantas de Mikania laevigata também houve variação no teor de
cumarinas entre as folhas frescas e as folhas pós-secagem. Nas folhas frescas
o teor foi significativamente maior que 1,14% e nas secas foi 0,19 e 0,69%,
respectivamente na secagem à 30ºC por 4 dias e à 45ºC por um dia (REHDER,
1998).
A secagem em sala com desumidificador foi adequada, pois manteve
as características da planta como teor de óleo essencial e qualidade
microbiológica (SILVA, 1998).
3 - ARMAZENAMENTO
184
um ano. As embalagens pesquisadas foram: frascos de vidro, sacos de papel e
sacos de polietileno de baixa densidade. A qualidade microbiológica das
plantas foi melhor preservada na embalagem de vidro.
O uso saco de juta é recomendado na embalagem de grandes
volumes. Em todas as situações de armazenagem é recomendado colocar
estrados de madeira sobre o piso. As embalagens não devem permanecer
encostadas na parede. Realizar inspeções periódicas e havendo qualquer
indício de deterioração as plantas devem ser retiradas do local (SILVA, 2000).
Cada lote a ser seco deve ser identificado, numerado, constar o nome
do produtor, período de secagem, tipo de secagem utilizada, início e término da
secagem e conter o visto da pessoa responsável pelo armazenamento. Estes
cuidados garantem a qualidade e a identidade do produto além de possibilitar o
rastreamento (SILVA, 2000).
Embalagens Protetoras
185
estocagem. Experimentações e conhecimentos básicos possibilitam as
escolhas e as otimizações (SILVA, 2000).
Sankat e Maharaj (1996) avaliaram as características pós colheita de
Eryngium foetidum L. e verificaram que a embalagem em polietileno de baixa
densidade retardou a degradação da clorofila e a perda de odor, mantendo o
sabor (Quadro 10).
186
Foi pesquisado o efeito do armazenamento no óleo essencial de
Mentha arvensis e foi concluido que há diferenças na composição do óleo
essencial no decorrer do tempo (SHALABY, 1988).
Foi avaliada a conservação pós-colheita, dos rizomas de gengibre
armazenados em condições ambientais e na câmara fria, com embalagem em
sacola telada e no filme PVC. Foi observado que a refrigeração ampliou o
período de conservação dos rizomas. Houve redução na perda de peso e
inibição da brotação, porém aumentou o crescimento de microorganismos na
superfície do rizoma. O armazenamento em condição ambiente foi limitado pela
brotação acentuada dos rizomas com consequente murcha e enrugamento. A
embalagem com filme de PVC reduziu a perda de peso, aumentou a incidência
de fungos e não influenciou a brotação dos rizomas (LANA, 1993).
Se todos os cuidados durante a colheita, pós colheita e
armazenamento forem realizados, aumenta a chance da cadeia produtiva ser
mais efetiva, ter boas características e a comercialização compensará os
cuidados técnicos (SILVA, 2000).
187
CONSIDERAÇÕES FINAIS
188
Antes da secagem elementos estranhos devem ser eliminados (pedras,
outras plantas, dentre outras). Partes da planta, em condições indesejáveis,
(descoloridas, manchadas, danificadas, etc) devem ser retiradas. O local de
secagem deve ser limpo previamente.
O processo de secagem visa impedir a deterioração por meio da
redução do teor de água mantendo a atividade de água estabilizada evitando o
desenvolvimento de microrganismos indesejáveis e a atividade de enzimas. A
desidratação permite aumentar o percentual de composto ativo em peso.
A aceleração no processo de secagem pode degradar o composto
ativo da planta. A temperatura, circulação e umidade relativa do ar são fatores
da eficiência e eficácia do processo.
A secagem ao ar livre (natural) embora mais econômica, necessita de
vigilância maior quanto a uniformidade das condições, a presença de insetos e
poeira. O local da secagem natural deve ser preferencialmente à sombra, pois
a irradiação solar pode interferir no composto ativo.
Na secagem artificial em estufas com circulação de ar forçada há
renovação do ar. E a secagem é mais rápida. A velocidade e a temperatura do
ar circulante demandam monitoramento constante.
Em Viçosa/MG, no Grupo Entre Folhas – Plantas Medicinais o
processo de secagem é realizado em sala fechada com desumidificador
(aparelho elétrico que reduz a umidade relativa do ar a níveis
preestabelecidos). O sistema é simples e permite a secagem rápida das
plantas, quando visa a umidade relativa entre 50-60%. O processo mantem a
qualidade visual e preserva as características químicas. O método de secagem
vai depender das condições da região e do capital disponível do produtor.
As plantas podem conter grande carga de contaminação
microbiológica, proveniente do local de cultivo ou mesmo introduzidas durante
a manipulação. O manejo no processo de secagem e armazenamento deve
impedir o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis.
É necessário o controle da higiene no local de secagem e
armazenamento por meio de inspeções dos lotes e retirada daqueles que
estejam com suspeita de contaminação.
189
No Brasil não há normas que assegurem a produção de plantas
medicinais. Os profissionais de várias áreas e o saber popular contribuem com
a produção de qualidade e bons resultados no mercado competitivo.
As plantas medicinais são muito especiais e devem ser cultivadas de
modo a preservar o máximo do seu composto ativo.
190
CAPÍTULO 9
ÓLEOS ESSENCIAIS
INTRODUÇÃO
191
Os óleos essenciais são líquidos oleosos voláteis dotados de aroma
forte e quase sempre agradável, provenientes do metabolismo secundário. São
quase duas mil espécies de plantas, distribuídas em 60 famílias, que produzem
óleos essenciais. Estes óleos são normalmente elaborados nas folhas. São
armazenados em espaços extracelulares, entre a cutícula e a parede celular.
São constituídos basicamente pelos terpenos, sintetizados pela rota do ácido
mevalônico. Além dos terpenos, há os isoprenóides hormônios, tais como
giberelinas e ácido abscísico, esteróides, carotenóides e outros. Os gastos
energéticos da biossíntese dos terpenos, por causa da redução química, são
maiores do que aqueles correspondentes à síntese de grande parte dos
metabólitos primários e secundários. Os custos enzimáticos também são altos,
pois as enzimas que atuam na síntese aparentemente não são divididas com
outras vias metabólicas (SILVA, 2000).
Dentre as funções dos metabólitos secundários das plantas é destaque
a defesa contra insetos (pragas) e patógenos, pelo efeito tóxico. Podem ter a
função de atrair insetos polinizadores. Já são conhecidos diversos efeitos
alelopáticos de estímulo, de inibição da germinação de sementes, ou de
regulação da decomposição da matéria orgânica (SILVA, 2000).
Na fitoterapia os óleos voláteis são destaque pelas propriedades
antibacterianas, analgésicas, sedativas, expectorantes, estimulantes e
estomáquicas, dentre outras.
192
principais fontes de óleos brutos, devido políticas de diversificação da
produção. Há também o incremento das exportações ou redução de
importações, procurando equilibrar a balança comercial (VERLET, 1993). A
produção brasileira de óleos essenciais foi estimada em 45 milhões de dólares,
o que corresponde a 13,1% da produção global (SILVA, 2000).
O maior empecilho ao desenvolvimento da agroindústria produtora de
óleos essenciais é a concorrência com similares sintéticos. A indústria que
mais demanda óleos essenciais, a alimentícia, tem substituído os produtos
sintéticos por naturais extraídos de plantas, em função das exigências atuais
dos mercados. O rendimento de óleo essencial é avaliado com base no peso
da matéria seca, e pode ser muito variável, dependendo de vários fatores
(SILVA, 2000).
193
Shalaby (1988) verificou no óleo essencial de Mentha arvensis a
presença de dezoito componentes. Treze foram identificados e houve maior
proporção de menthol. Os componentes variaram conforme o período de
armazenamento. As concentrações de menthol, neomenthol e metil acetato
aumentaram com o desenvolvimento da planta, enquanto a mentona e a
isomentona tiveram maiores concentrações em plantas imaturas. O methofuran
e pulegona estavam mais presentes no florescimento (CURT, 1993).
Em Agastache foeniculum não foi observado efeito de ano ou da
estação sobre o teor de estragol (MAZZA e KIEHN, 1992).
Weyersthal (1992) observaram que em Strobilanthes callosus o teor de
estragol passou por significativa variação, de acordo com o estágio de
desenvolvimento da planta. O teor foi nulo após a floração e atingiu 24% antes
da floração, o que alterou substancialmente o aroma da planta.
Bonnardeaux (1992) observou que em plantas de Ocimum basilicum,
colhidas em plena floração, houve maior conteúdo de óleo essencial. Variações
significativas ocorreram no teor total dos óleos essenciais e de seus
constituintes durante o dia. Houve o desaparecimento do eugenol, em um dos
períodos de coleta. No metileugenol houve leve aroma, mais suave, e é
utilizado na indústria de alimentos. Outros autores observaram que pode
causar alterações histológicas hepáticas em ratos (DEMILLO, 1994).
Bhargava (1996) observaram variações no conteúdo total do óleo de
Brássicas, decorrente do período de cultivo. Segundo Russo (1998), há
correlação entre a composição e os genótipos de algumas populações de
orégano da Itália.
No nectário de Eupatorium maximilliani foi detectado 2,20% de
alcalóides mas não foi detectada a presença dos alcalóides em folhas verdes.
Nas hastes a concentração foi apenas 0,07% (BROWN e MORRA, 1995).
Foi observado que o conteúdo do óleo essencial na planta de Lippia
alba, tratada com ácido giberélico, CCC, e etefon foi variável em todas as
estações do ano. Na primavera houve diminuição no conteúdo, no verão tornou
a aumentar o óleo essencial (Quadro 1) (MING, 1998). Takano e Yamamoto
(1996) pesquisaram o efeito de solução nutritiva no crescimento de Ocimum
194
basilicum. Foi verificado que há proporções específicas que causam aumento
no crescimento da planta e na produção de óleo essencial.
Foi observado em sálvia e tomilho que o nível de luz influiu no
crescimento e nos constituintes do óleo essencial (CRAKER, 1996). A planta
nos estágios de crescimento tem composição diferente no óleo essencial
(Figura 1 e 2). A composição de Valeriana fauriei e de Valeriana officinalis,
cultivadas em regiões especificas tiveram diferenças significativas na
composição de óleo essencial (Quadro 2), significando também que a
intensidade luminosa afeta a quantidade de alguns componentes (LEE, 1996).
COLETAS
Tratamentos Outono Inverno Primavera Verão Médias
GA350 0,1000 0,1500 0,0800 0,2333 0,1408
GA3100 0,1166 0,1833 0,0800 0,2000 0,1450
Ethep. 100 0,1666 0,1166 0,1200 0,1500 0,1383
Ethep. 200 0,1666 0,1366 0,1066 0,2000 0,1525
CCC 1000 0,1033 0,0833 0,1066 0,2000 0,1233
CCC 2000 0,1366 0,2000 0,1333 0,2000 0,1675
Testemunha 0,1600 0,1333 0,0800 0,2000 0,1433
195
Adaptado de CRAKER, 1996 e SILVA, 2000.
196
Adaptado de CRAKER, 1996 e SILVA, 2000.
197
Quadro 2 – Composição do óleo essencial de espécies de Valeriana.
199
Quadro 3 – Efeito do GA, IAA e Cinetina no conteúdo de óleo essencial de
Ocimum basilicum.
200
Quadro 4 – Produção de componentes do óleo essencial (mg/m2) de Ocimum
basilicum durante a ontogênese.
201
Quadro 5 – Conteúdo (%) de flavonóides, tanino, polifenol e óleos voláteis de
Ocimum basilicum durante vários estágios de desenvolvimento.
202
O glicosinolato, produto do metabolismo secundário, é responsável
pelo aroma característico das Brássicas em geral. Foi estudado o conteúdo de
glicosinolatos na folha e na raiz de Brássicas (BRADSHAM, 1993). Foi
constatado que há diferenças entre variedades, indicando variabilidade
genética quanto a síntese de glicosinolato. O glicosinolato possui ação
nematicida e fungicida, além de ser inibidor de germinação (BROWN, 1995).
O óleo de Cymbopogon citratus tem atividade contra insetos,
ocasionando efeito larvicida. É repelente com potencial uso pesticida pós-
colheita de alguns produtos (MISHRA, 1992).
O Citronelal é o componente principal responsável pela atividade
repelente de alguns artropodas. Em experimentos foram testados outros
estratos naturais com bons resultados (Quadro 6) (CARROLL, 1994).
A atividade antioxidante propiciada pelo óleo de oliva é decorrente da
presença de glicosídeos que tem também características organolépticas
(BIANCO, 1998).
Em Ocimum grantissimum há atividades bactericidas. O óleo de
Ocimum basilicum tem moderada atividade antibacteriana e antifúngica. A
ampla atividade de Ocimum grantissimum pode ser atribuída ao timol,
importante constituinte deste óleo essencial (NDOUNGA, 1997). As pesquisas
são importantes pois revelam o uso medicinal do óleo em substituição a alguns
antibióticos. Foi comprovado o uso do óleo de Cochlospermum regium com
atividade antibactericida, podendo a planta ser utilizada no tratamento de
quadros de infecção (BRUM, 1997).
203
Quadro 6 – Compostos detectados em fêmeas adultas de Ornithonyssus
sulviarum.
__________________________________________________________________________
Composto 10g/litro Controle 1.0g/litro Controle
___________________________________________________________________________
a
– Dez indivíduos constavam de cada unidade de alimentação as médias são
de dois grupos de 10 indivíduos em três épocas (total 6 grupos de 10
indivíduos cada). Quando a alimentação foi maior que 10% nas duas primeiras
épocas, no nível 10g/litro, os testes foram cessados.
b
– Mortalidade completa no nível 10g/litro.
c
– Alimentação não reduzida significativamente (P>0.05).
204
O óleo de Pulicaria undulara tem atividade sobre larvas de insetos. São
necessários mais estudos na comprovação desta atividade e sobre os
constituintes envolvidos. Magboul e Bashir (1997), analisaram a atividade
antimicrobiana dos compostos Vernolepin e Vernodalin, testando cada
constituinte isolado em Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus, Pseudomonas
aeruginosa e Escherichia coli, Aspergillus niger e Candida albicans. Concluíram
que na concentração 0.0001%, a atividade é similar a ampicilina e neomicina, e
os isolados tiveram efeitos em bactérias e fungos.
Foi observado que os constituintes voláteis dos frutos de Licania
tomentosa não são apropriados ao consumo humano e podem ser tóxicos
como alimento, (Quadro 7) (ANDRADE, 1997). O alho, além das propriedades
condimentares, tem a alicina com ação no combate de leischimaniose (Figura 3
e 4), que interfere na Acetil-Coa Sintase da bactéria (Mc CLURE, 1996).
205
■ Leishmania mexicana ▓ Leishmania chasi
207
cálculo da área dos picos dos cromatogramas (MARTINS, 1996). As técnicas
cromatográficas possuem as vantagens de rapidez e grande precisão dos
resultados obtidos nas análises (SILVERSTEIN, 1981).
208
CONSIDERAÇÕES FINAIS
209
A utilização dos óleos essenciais pelos humanos tem sido crescente e
diversificada nas indústrias. O consumo direto das plantas verdes ou secas
também é crescente.
Os bons resultados na utilização dos óleos essenciais, e dos demais
compostos terapêuticos das plantas, pela sociedade de consumo, depende dos
conhecimentos integrados sobre fatores ecológicos, dados culturais e
considerações econômicas, das plantas medicinais.
Há necessidade do estudo completo e conjunto da planta, não apenas
dos componentes. Na natureza a planta está na forma integrada ao meio. Os
compostos estão por toda a planta. São produzidos por rotas pouco conhecidas
e de grande importância na defesa da planta. Com o estudo multidisciplinar
destes compostos fármaco-ativos, e dos óleos essenciais é possível descobrir
inseticidas, fungicidas naturais que causem menos danos ao ambiente e a
saúde. É fundamental preservar as plantas de forma racional, realizar cultivos
diferenciados visando a produção de fármacos com qualidade.
210
CAPÍTULO 10
211
Os alcalóides e óleos essenciais estão em maior quantidade nas
manhãs enquanto os glicosídeos, nas tardes (MARTINS, 2003).
O horário de colheita da planta “colônia” exerce influência diretamente
no rendimento de óleo essencial com tendência quadrática ao longo do dia.
Apesar da composição similar do óleo, às 14:30 foi obtido o maior rendimento
de óleo. Há maior produção de óleo essencial no período da tarde com maior
incidência solar e temperatura, neste período é maior também a taxa
fotossintética. Foi observada maior produção de óleo essencial de erva-cidreira
no período da tarde e durante a estação seca (SANTOS, 2012).
Semelhantemente houve maiores teores de óleo essencial de menta quando as
folhas foram colhidas às 13h, com concentração maior de cis-mirtanol
(OLIVEIRA, 2012). Foi observado que o melhor horário de colheita da
alfavaquinha e do alecrim, visando obtenção de óleo, é 8:30 e 16:30
respectivamente. Nas duas espécies o menor percentual de óleo foi obtido na
colheita realizada às 12:30 (GONÇALVES, 2009).
Foi obtida maior concentração de óleo essencial de couve-cravinho em
colheitas realizadas às 7 e 13 horas, enquanto a maior produção de tanino na
planta foi alcançada às 18 horas (FONSECA, 2007).
Não foi detectada influência do horário de colheita na quantidade e
qualidade de óleo essencial de alfavaca cravo (LUZ, 2009). Foram observadas
apenas variações qualitativas no óleo essencial de erva-cidreira em função do
horário de colheita da planta (EHLERT, 2013).
Os trabalhos mostram que apesar do consenso geral há variações de
desempenho em relação a produção de metabólitos secundários.
d) Não havendo recomendação especial então colher folhas e hastes antes que
a planta emita flores.
212
Foi obtido maior rendimento de óleo essencial de alecrim-pimenta na
colheita de ramos aos 180 dias após transplantio. A época de colheita não
coincidiu com a maior produção de massa seca da espécie, a qual ocorreu aos
329 dias após transplantio (FIGUEIREDO, 2009). Foi observado que o teor de
óleo essencial aumenta com o desenvolvimento planta “colônia” e o composto
majoritário terpinenol está presente também em maiores concentrações em
plantas colhidas entre seis e nove meses de idade (SANTOS, 2012). Foi
observado pico de produção de óleo essencial em couve-cravinho aos 105 dias
(pré-floração) enquanto a produção de tanino teve aumento contínuo durante
todo o ciclo da planta (FONSECA, 2007). Foram observadas maiores teores de
óleo essencial em macela aos 135 dias após transplantio. Houve variação entre
a proporção dos compostos majoritários acetato de trans-pinocarveíla, acetato
de mirtenila e β-pineno em função do estádio de desenvolvimento da planta
(BEZERRA, 2008).
Não houve variabilidade sazonal quanto à produção de saponinas em
carqueja produzida no inverno, verão e primavera (BORELLA, 2006). Não
houve variabilidade sazonal na produção de óleo essencial em catuaba e
negramina, embora a colheita seja feita no inverno e outono, respectivamente,
visando manejo sustentável (CASTELLANI, 2006).
213
Algumas espécies possuem diversas camadas de casca, cada camada
com propriedade terapêutica distinta (MARTINS, 2003).
n) Folhas e flores não devem ser lavadas e o manuseio deve ser o mínimo
possível.
214
Após a colheita e seleção, as plantas medicinais seguem basicamente
três destinos distintos: 1- comercialização das plantas frescas, embalagem ou
não; 2- a extração do composto ativo por solventes, destilação ou outros
processos químicos; 3- a conservação por meio da secagem (MARTINS, 1994
e SILVA).
1 - Pós-Colheita
215
eventuais com hormônios ou outros insumos e a embalagem influenciam a
qualidade (GORINI, 1987). As causas de perdas pós-colheita podem ser
classificadas em dois grandes grupos (WILLS, 2007): 1) perdas físicas: podem
ter origem em danos mecânicos, pragas, doenças, evaporação intercelular de
água. 2) perdas de qualidade: por alterações fisiológicas e de composição. As
perdas na qualidade alteram a aparência, gosto ou textura e causam perda da
atratibilidade ao consumidor final. Essas alterações podem ser ocasionadas
pelo metabolismo normal, como a senescência ou pelo metabolismo anormal
como a injúria por frio.
216
processo respiratório influencia diretamente a qualidade pós-colheita de plantas
frescas (KADER, 1987). A taxa respiratória depende de fatores internos e
externos. Embora a temperatura seja o fator mais importante, a taxa
respiratória pode ser influenciada pela espécie, pelo genótipo, estádio de
desenvolvimento, composição química e pela concentração de gases, incluindo
o etileno no ambiente (KADER, 1987).
Na couve e no brócoli, assim como na maioria das plantas medicinais
folhosas, a deterioração pós-colheita envolve a dessecação (FRANCIS, 1987).
A transpiração causa perda de umidade, de aparência, de textura, flavor e
todos os componentes do preço do produto. Há murchamento, encolhimento,
perda de firmeza, perda de suculência e de crocância (BEM-YEHOSHUA,
1987). Após a colheita a transpiração continua e, na ausência de água, a planta
é desidratada em pouco tempo. O potencial hídrico do ar quente e
relativamente sêco é muito menor do que o potencial dos tecidos da planta
(WILLS, 2007). Embora a água constitua o principal componente da matéria
fresca, as plantas medicinais não toleram perdas de peso e demonstram sinais
de murcha e de enrugamento (FINGER e VIEIRA, 1997). Na transpiração, a
troca gasosa é feita através dos estômatos, lenticelas, cutícula e epicutícula,
que separam o espaço intercelular do ambiente externo. De maneira geral, o
xilema de plantas colhidas cessa a operação após o contato com o ar. No
entanto, a água encontra outras rotas, como através da parede contínua das
células (BEM-YEHOSHUA, 1987).
A perda de água pelos órgãos vegetais pode ocorrer pela decadência,
sobrematuração, injúria por frio, injúrias mecânicas e outros processos
fisiológicos indesejáveis (BEM-YEHOSHUA, 1987). A taxa de perda de água
varia, dentre muitos, com a relação entre área superficial e o volume. Outros
fatores são: estrutura, composição da superfície do produto vegetal, umidade
relativa do ar, movimentação do ar e embalagens protetoras (WILLS, 2007).
A redução da superfície evaporativa é importante procedimento de
reduzir a perda de água dos produtos hortícolas (BEM-YEHOSHUA, 1987). O
controle da transpiração pode ser pelo aumento da pressão de vapor da
217
atmosfera (85-95% de umidade relativa). A tranpiração é reduzida por
embalagens protetoras (BEM-YEHOSHUA, 1987).
Muitos procedimentos pós-colheita reduzem a taxa respiratória e a
perda de água. Como consequência reduzem também a incidência de
patógenos e as desordens fisiológicas (GORINI, 1987).
2 - Temperatura de armazenamento
3 - Pré-resfriamento
219
do processo de resfriamento e da condutividade térmica do produto (WILLS,
2007).
A técnica é muito utilizada nas hortaliças folhosas como o ora-pro-
nobis, salsa e alface (BARBOSA, 2012; ÁLVARES, 2007 e FRANÇA, 2011).
O pré-resfriamento deve ser pesquisado e aplicado possibilitando
melhor qualidade pós-colheita das plantas.
4 - Reidratação
5 - Atmosfera modificada
220
1987). No controle da atmosfera são utilizados recipientes fechados e
embalagens em filme plástico (WILLS, 2007).
6 - Embalagens protetoras
221
que estiverem em condições indesejáveis como sujas, descoloridas,
manchadas, doentes, danificadas, etc. Não é recomendada a lavação das
plantas. Exceto quando os órgãos de interesse são rizomas e raízes. Na
secagem das folhas são mantidos os talos por preservarem qualidades,
evitarem danos e facilitarem o manuseio (ANDRADE, 1999 e MARTINS, 1994).
A secagem visa impedir a deterioração e diminuir atividades das
enzimas por desidratação. Evita a perda de qualidade da planta quanto mais
rapidamente for realizada (MARTINS, 1994). Ficam comprometidas as reações
de escurecimento, oxidação, hidrólise. É aumentada a percentagem de
compostos ativos em relação ao peso (SILVA, 2000). Deve ser feita no mesmo
dia da colheita, porém de forma lenta. Ao acelerar a retirada de água dos
tecidos pode comprometer a integridade dos compostos ativos. Os parâmetros
de qualidade da planta são mantidos com a secagem equilibrada quanto à
temperatura, umidade relativa e circulação do ar (SILVA, 2000).
As raízes, caules, folhas, frutos, flores, sementes são separadas pois
os tempos de secagem diferem (MARTINS, 1994 e BOTSARIS, 2002). As
folhas muito grandes devem ser fragmentadas de forma que permita a
secagem mais rápida e uniforme (BOTSARIS, 2002). Foi constatado no capim-
limão, que o comprimento de corte de 2 e 5 cm resultou no maior rendimento
de óleo em relação às folhas de 20 e 30 cm (MARTINAZZO, 2006). A secagem
de capim-limão reduzido à pó, em estufa com circulação forçada de ar,
proporcionou maiores rendimentos de óleo em comparação à folhas
fragmentadas com 1 e 20 cm de comprimento (COSTA, 2005).
A secagem pode ser realizada natural ou artificialmente. A secagem
natural ao ar livre, embora econômica, necessita de maior vigilância que
garanta a uniformidade das condições ambientais durante a operação. A
secagem natural, de uso doméstico, é recomendada em locais com condições
ambientais favoráveis. O longo tempo de secagem aumenta consideravelmente
o risco de ter micro-organismos na matéria-prima vegetal também degradação
dos componentes do óleo essencial, e da perda do óleo essencial por
volatilização natural (OLIVEIRA, 2011).
222
A secagem artificial é feita em: estufas, salas de secagem,
desumidificadores, exaustores, fornos elétricos, fornos de microondas. Estes
equipamentos permitem o controle mais rígido das condições de temperatura,
umidade, circulação de ar e luminosidade. A secagem artificial é fundamentada
no aumento da capacidade do ar em retirar a umidade das plantas, seja pela
maior temperatura ou pela ventilação (AZEVEDO e MOURA, 2010; SILVA,
2000; BOTSARIS, 2002; MARTINS, 1994; BLANCO, 2007).
Foram avaliados os métodos de secagem de duas espécies de boldo.
A secagem em estufa com circulação forçada de ar foi mais eficiente no boldo-
da-terra enquanto a estufa convencional foi mais eficiente na secagem de
boldo-miúdo, quando comparados com micro-ondas e camada delgada
(RODRIGUES, 2011).
Foi observado que a secagem em estufa foi mais rápida e comparada
ao desumidificador preservou: os constituintes do óleo essencial, o aroma e a
coloração original das folhas de manjericão. Nas folhas secas inteiras o teor de
óleo essencial foi maior em comparação com as folhas pulverizadas
(ROSADO, 2011). Houve maior rendimento de flavonoides em carqueja-doce
quando secas em estufa quando comparado à secagem em condições
ambientais e em forno micro-ondas (BORGO, 2010).
A secagem de erva-cidreira-brasileira provocou a redução dos teores
de óleo essencial e o aumento significativo do teor de citral nas folhas em
relação à planta fresca, independentemente da temperatura do ar de secagem
(BARBOSA, 2005). Resultado semelhante foi encontrado na secagem de
Melaleuca alternifolia (LEMOS, 2008). Houve incrementos no conteúdo de citral
de capim limão quando as folhas foram secas em sala com desumidificador,
comparado a estufa com circulação forçada de ar. As pesquisas indicaram que
as plantas podem ser submetidas até a 80ºC, sem alterações expressivas nos
componentes do óleo essencial (COSTA, 2005). A secagem em sala com
desumidificador possibilita o maior conteúdo de óleo essencial total comparado
ao outro método de secagem.
A temperatura em estufas com ventilação deve permanecer entre 20º e
40ºC na secagem de galhos floridos, folhas e flores. Entre 50º e 60ºC na
223
secagem de cascas e raízes. Acima de 45ºC, nas folhas, causa danos nos
conteúdos por efeito de cocção. Secadores especiais que atingem 80ºC podem
ser utilizados em determinadas espécies (AZEVEDO e MOURA, 2010;
MARTINS, 1994). No óleo essencial de Pectisbrevi pedunculata, na secagem
a 40ºC, as temperaturas provocaram rendimentos consideravelmente menores,
com reduções entre 63 a 82%. Essas reduções foram atribuídas à volatilização
do óleo essencial durante o processo de secagem em temperaturas mais
elevadas (50 e 60 °C) e o longo tempo de secagem à temperatura ambiente
(5100 min) (OLIVEIRA, 2011). O mesmo foi observado por David (2006) ao
analisar secagem de Ocimum selloi. O aumento da temperatura ocasionou
redução na proporção relativa entre monoterpenos e sesquiterpenos.
Foram observadas alterações nos teores de flavonoides,
naftodiantronas e floroglucinóis ao submeter a planta “hipérico” à várias
temperaturas de secagem. A secagem a 25 °C causou redução nos teores dos
metabólitos analisados. A 50 °C, os teores de rutina livre ou rutina glicosilada,
de quercetina ou quercitrina glicosilada e de hipericina foram preservados.
Apigenina livre e canferol não tiveram reduções significativas nas
concentrações, independente das temperaturas de secagem (DINIZ, 2007).
Não foram observadas alterações nos rendimentos de p-cimeno e timol
em folhas de alecrim pimenta (Lippia sidoides) secas em várias temperaturas
quando comparado a matéria-prima fresca. O aumento da temperatura do ar de
secagem incrementou o rendimento extrativo de cariofileno (RADUNZ, 2002).
De acordo com Azevedo e Moura (2010) dentre os cuidados com a
secagem devem ser incluídos os procedimentos:
A área de secagem pode ocupar 10 a 20% da área cultivada em função do
tipo de secagem (secagem artificial ou natural).
As plantas podem ser colocadas sobre ripados ou bandejas de tela.
As bandejas podem ser sobrepostas com o espaço de 30cm que permita a
circulação do ar.
Plantas aromáticas devem ser secas separadamente de tal modo que evite a
mistura dos aromas.
224
As camadas de plantas devem ser finas. Devem permitir que o ar circule e
evite infestações de insetos, mofos e fermentações. As camadas de folhas
podem ter 3cm. As camadas de flores e galhos floridos podem ter 15 a 20
cm.
A parte mais suculenta da planta deve ser separada da parte menos
suculenta possibilitando tempos de secagem distintos.
Caso haja secagem irregular, alternar as posições. Não revolver e nem
danificar a matéria prima.
Ao final da secagem, as folhas, flores e galhos floridos devem ter 5 a 10% de
umidade. As sementes, cascas e raízes devem ter 12 a 20%.
7 - Armazenamento e embalagem
225
A composição química de compostos voláteis é complexa e de
significativa contribuição no flavor. Assim como a concentração de
carboidratos, lipídeos e outras moléculas, a composição dos voláteis pode ser
alterada durante o armazenamento (MARTHENS e BAARDSETH, 1987).
Em capim-limão houve queda do teor de óleo essencial em função do
tempo de armazenamento, independentemente da embalagem. Mesmo com o
decréscimo, os teores permaneceram dentro dos limites exigidos pela indústria
brasileira de produtos farmacêuticos. A coloração da planta foi alterada em
função da embalagem utilizada. Quando armazenada em embalagem de
polipropileno, as plantas estavam acinzentadas, pois não houve proteção
contra a luz (MARTINAZZO, 2006).
Na comparação de tipos de embalagem, o papel kraft preservou as
características químicas e físicas da carqueja. Não houve variação no teor de
óleo essencial após um ano de armazenamento. O mesmo não ocorreu com
armazenamento em vidro, pois houve descoloração. Na embalagem de
polietileno de baixa densidade houve perda de metabólitos secundários com o
armazenamento. Houve decréscimo no teor de óleo essencial em folhas de
carqueja, reduzidas a pó e armazenadas, em função do tempo. O mesmo não
ocorreu quando as folhas foram apenas fragmentadas (3-5 cm) (SILVA, 2010).
A moagem causou maior decréscimo do teor de óleo essencial em função do
tempo de armazenamento quando comparado à fragmentação da folha
(COSTA, 2009). Estas pesquisas indicam que a fragmentação possibilita
preservar os tricomas glandulares, as estruturas secretoras do óleo.
Considerando o tempo de armazenamento, a biomassa seca na forma de pó
garante maior superfície de exposição que causa maior perda dos óleos
essenciais.
226
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