Monografia Andrea Elia

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NÚCLEO PARADIGMA DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

ANDREA HERMINIA ELIA PINHEIRO

O USO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA NA


ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: REVISÃO DA LITERATURA BRASILEIRA

São Paulo
2020
ANDREA HERMINIA ELIA PINHEIRO

O USO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO TERAPÊUTICA NA


ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: REVISÃO DA LITERATURA BRASILEIRA

Projeto de Monografia apresentado ao


Paradigma Centro de Ciências do
Comportamento, como parte dos requisitos do
curso de Qualificação Avançada em Análise
Clínica Analítico Comportamental, sob
orientação da professora Ma. Gabriella Abbud

São Paulo
2020
RESUMO
Vincular-se a um cliente nem sempre é uma tarefa fácil e o estabelecimento de uma relação
terapêutica boa é muito mais do que ter um relacionamento agradável com o cliente, pois
comportamentos do terapeuta e comportamentos do cliente podem dificultar ou facilitar o
processo de mudança do cliente. A relação terapêutica parece ser parte fundamental para o
andamento do processo, sendo que muitos terapeutas aceitam que a qualidade dessa relação
implica no processo e diversas abordagens teóricas trataram desse assunto. Parece haver certo
consenso na literatura a respeito da importância do vínculo terapêutico para obtenção de bons
resultados na psicoterapia. Mediante a importância dessa variável torna-se importante verificar-
se como esse dado é mensurado ou avaliado pelo psicólogo, e, nesse sentido entender se os
analistas do comportamento estão usando instrumentos para mensurar a qualidade da relação
terapêutica. O presente trabalho apresenta uma revisão sistemática das publicações brasileiras
sobre avaliação da aliança terapêutica com a utilização de instrumentos. A busca foi realizada
com 13 (treze) descritores, sendo 9 (nove) deles protocolos mais encontrados na literatura
como sendo os mais utilizados. As bases de dados foram: Scielo, Bireme, Capes e Lilacs.
Foram selecionados 8 artigos para análise, sendo que apenas 3 eram da Análise do
Comportamento. Com base nas análises dos artigos selecionados, aspectos importantes dos
estudos foram mencionados. Por fim, verificou-se a escassez de estudos na área, de forma que
mais pesquisas empíricas sejam realizadas.
Palavras-chave: relação terapêutica; instrumentos; avaliação.

Lista de Tabelas
Tabela 1 Instrumentos para a avaliação da Relação Terapêutica 13
Tabela 2 Apresentação dos artigos encontrados na Fase Exploratória 18
Tabela 3 Apresentação das publicações brasileiras que noticiam a utilização de escalas 18
como medida da relação terapêutica
Lista de Siglas

ARM Agnew Relationship Measure


BeMus Beziehungs-Muster Fragebogen
CALPAS California Psychotherapy Alliance Scale
CRB Comportamentos Clinicamente Relevantes
EUS Empathic Understanding Scale of Relationship Inventory
FAP Psicoterapia Análitica Funcional
GTAS Group Therapy Alliance Scale
HAQ Helping Alliance Questionnarie
VPPS Vanderbilt Psychotherapy Process Scale
WAI Working Alliance Inventory
SUMÁRIO

Introdução ..................................................................................................................................7
Objetivo .....................................................................................................................................15
Método ........................................................................................................................,..............16
Resultados e Discussões.............................................................................................................18
Considerações Finais.................................................................................................................28
Referências ...............................................................................................................................29
7

proQua
Pode-se dizer, a grosso modo, que o encontro terapêutico cria um espaço diferenciado
de todos os outros espaços da vida cotidiana do cliente. O setting terapêutico é único, onde o
cliente e o terapeuta interagem e seus comportamentos influenciam-se mutuamente e de
forma dinâmica. (Peuker et al, 2009)
Vincular-se a um cliente nem sempre é uma tarefa fácil. O estabelecimento de uma
relação terapêutica boa é muito mais do que ter um relacionamento agradável com o cliente,
pois comportamentos do terapeuta e comportamentos do cliente podem dificultar ou facilitar o
processo de mudança do cliente (Meyer, 2001).
O que se verifica é que, conforme Zamignani et al (2019), várias pesquisas na área,
bem como artigos sobre práticas clínicas, fornecem indícios de que independentemente do tipo
de tratamento, a relação terapêutica “contribui de forma substancial e consistente para o
resultado da psicoterapia”. (p.19).
Portanto, quando o assunto é psicoterapia, a relação terapêutica parece ser parte
fundamental para o andamento do processo, sendo que muitos terapeutas aceitam que a
qualidade dessa relação implica no processo e diversas abordagens teóricas trataram desse
assunto. (Shinohara, 2000).
Para o Behaviorismo Radical, modelo filosófico que fundamenta as práticas científicas
da análise experimental do comportamento e também este trabalho, o comportamento pode ser
definido como a relação entre o organismo e o ambiente, e seus determinantes devem ser
buscados nas histórias da evolução de uma espécie, de vida de um indivíduo e da evolução
de práticas culturais (Skinner, 2003).
Skinner, influenciado pelo mecanismo de seleção natural proposto por Darwin para a
evolução das espécies, elaborou o modelo de seleção pelas consequências, em 1969. Este
modelo propõe que a seleção não atuaria somente na variabilidade anatômica e fisiológica
exibida pelos indivíduos, mas também na variabilidade comportamental. De acordo com
Skinner (1984), o comportamento de um indivíduo seria resultado de contingências
filogenéticas (atuando no nível das espécies), de contingências ontogenéticas (atuando no
nível dos repertórios comportamentais individuais) e de contingências culturais (atuando
no nível das práticas grupais).
A explicação do comportamento humano exige que se considere cada um destes níveis
de determinação e a inter relação entre eles. Portanto, o vínculo e o vincular-se enquanto
comportamento é multideterminado e selecionado por contingências evolutivas (filogênese),
pela história particular de cada indivíduo (ontogênese) e por práticas culturais e devem ser
8

analisadas segundo essas três classes de variação e seleção. Também tem como característica
ser um comportamento que se faz e se mantém em contexto social, na medida em que afeta e é
afetado por outros seres e humanos.
A Análise do Comportamento é uma ciência alinhada ao modelo de seleção natural,
que visa compreender a relação do homem e seu meio através dos seus processos de
aprendizagem de novos comportamentos e mudanças comportamentais, mantidos por
contingências de reforçamento nos três níveis de seleção, como viu-se. O terapeuta analítico-
comportamental, analisa o sofrimento produzido ao indivíduo, como critério para verificar se
um problema clínico merece ou não atenção especial, tanto para o cliente, quanto para as
pessoas de seu convívio (Vilas Boas, Banaco & Borges, 2012).
Como abordagem da psicologia, a Análise do Comportamento não se foca em rotular
os pacientes pelo diagnóstico de uma patologia. O psicólogo clínico desta abordagem busca
compreender funcionalmente os comportamentos de seu cliente, focando em reduzir a
estimulação aversiva ao qual este está exposto e aumentar seu acesso a reforçadores,
independente do diagnóstico que receba (Vilas Boas, Banaco & Borges et al 2012).
Segundo Skinner (1953), o cliente está em sofrimento e qualquer promessa de alívio é
reforçadora. Isto é, para Skinner, uma das características essenciais para que a relação
terapêutica seja satisfatória, leva em consideração o fato de que o terapeuta deve colocar-se
diante de seu cliente de forma não punitiva. Assim, o terapeuta oferece ao seu cliente um
ambiente seguro e de aceitação no que se refere a intimidade e particularidades dos clientes,
sendo chamado por Skinner (1953) de audiência não punitiva.. Ou seja, essa aceitação
incondicional do terapeuta demonstra ao cliente que ele pode ser ele mesmo, falar o que
precisar e não ser punido por tal comportamento.
Nesse sentido, o cliente é único e também é única a sua maneira de vincular-se nessa
relação e estão sendo modificados, pois trata-se, além de tudo, de uma relação humana entre
sujeitos com suas potencialidades, limites e saberes (Monteiro, 2010).
Apesar da aparente obviedade da importância do tema em psicoterapia, por algum
tempo os terapeutas comportamentais tinham como principal frente de trabalho a aplicação de
técnicas e não se levava muito em consideração o contexto da relação terapêutica como uma
variável importante a ser considerada (Shinohara, 2000). Isto é, os terapeutas comportamentais
nem sempre foram reconhecidos por entenderem a relação terapêutica como uma variável
relevante na análise funcional de um caso. Acredita-se que isso difundia ainda mais a
concepção errônea do Behaviorismo Radical como uma abordagem mecanicista e reducionista
do comportamento. (Cunha, 2013).
9

Os métodos de pesquisa aplicados à psicoterapia, dentro da Análise do Comportamento


tornaram-se mais objetivos, padronizados e rigorosos a partir da década de 1950. (Peuker et al,
2009) e de acordo com Braga (2006) e Leonardi e& Meyer (2015), as pesquisas empíricas
sobre psicoterapia tiveram o seu marco com o artigo de Eysenck, em 1952.
Nesse artigo, Eysenck postulou que não havia comprovação de resultados de eficácia
na terapia na época e, segundo Leonardi (2015), o que se tinha na época em termos de dados
não possuíam garantias nem tampouco fidedignidade de resultados.
O estudo de Eysenck foi importante porque demonstrou que avaliar a eficácia da
aplicação das técnicas não era o único dado que poderia vir a demonstrar a efetividade do
tratamento psicológico e que, era necessário dar mais foco a outros fatores, tais como
qualidades do terapeuta, aceitação e auto revelação. Segundo o autor, esses fatores são
considerados como fundamentais de uma relação humana positiva.
Leonardi (2015) descreveu que “essa evolução ficou conhecida como a ‘virada
relacional’ na comunidade científica preocupada com questões empíricas referentes à eficácia
da terapia”. (p.308). Observa-se então que avaliar a eficácia das técnicas pressupunha assumir
que dados da relação terapêutica influenciariam nos resultados.
Nesse caminho, e até por conta da evolução do questionamento de se o contexto
terapêutico e a relação estabelecida entre as partes era ou não preditor de resultados positivos,
esse passou a ser tema de interesse, em algum nível, de todas as abordagens psicoterápicas
(Shinohara, 2000). Entre os analistas do comportamento, foi na terceira onda das terapias
comportamentais que a relação terapêutica passou a ser cuidada em primeiro plano no
processo terapêutico. (Leonardi, 2015).
A Terapia Analítica Funcional (Functional Analytic Psychotherapy, FAP),
desenvolvida por Kohlenberg e Tsai (1991/2001) tornou-se uma interessante influência na
Análise do Comportamento no que concerne a relação terapeuta-cliente, e ensina que essa
interação é instrumento para mudança de comportamentos clinicamente relevantes do cliente.
Dentro deste modelo se postula que a boa relação terapêutica é aquela capaz de
simular, na terapia, os problemas do cotidiano do cliente, o que permite lidar com eles em um
contexto mais afetivo e reforçador. E, os autores consideram o relacionamento que ocorre em
terapia o principal mecanismo de mudança do cliente.
Conclui-se então que, sob a perspectiva da Análise do Comportamento, o terapeuta não
é visto como um agente neutro e de acordo com Banaco, (1993) o terapeuta é uma pessoa que
tem sua história de reforçamento e deve-se levar em conta seus sentimentos e pensamentos.
Portanto, ao recebe-lor o cliente em seu consultório, o terapeuta comportamental sabe
10

que a relação que será estabelecida será usada como base para o desenvolvimento de
comportamentos mais adaptativos no cliente (Fernandes, 2012).
É talvez nesse constructo terapeuta-cliente, o qual pode-se grosso modo chamar-se de
vínculo, que poderá estar a raiz terapêutica das psicoterapias. O vínculo é visto como tão
essencial para a existência da psicoterapia, que é concebido como condição anterior a qualquer
concepção de Psicologia. (Borges, 2012).
Dentre esses quesitos ou comportamentos do terapeuta, Borges (2011) dá destaque para
a observação que esse terapeuta deverá ter acerca dos possíveis efeitos do relacionamento
terapêutico sobre o processo de mudança do cliente. Essa relação e suas interações poderão
formar, provavelmente, corpo do qual dependerá o andamento do processo e seu conseguinte
sucesso, aliás, pesquisas em várias abordagens tem revelado que a aliança terapêutica está
intensamente acoplada a resultados positivos. (Martins, 2012).
Vários autores propuseram-se a discutir e posteriormente elencar alguns
comportamentos importantes e/ou necessários do terapeuta para que a relação terapêutica
alcançasse esse patamar de importância. Dentre eles, Bandeira (2006) apresenta algumas
habilidades pessoais desejadas do terapeuta, tais como, ouvir, com atenção a fala da outra
pessoa, observar, com atenção, no outro, expressões verbais relevantes, ajudar o outro a
identificar, nomear e expressar seus sentimentos, expor, com clareza e objetividade, conteúdos
relevantes ao trabalho desenvolvido, etc. Zamignani (1999) pontuou que as reações do
terapeuta em sessão devem ser diferentes das mesmas disponíveis no ambiente natural do
cliente, exigindo do terapeuta algumas habilidades além daquelas especíificas e singulares que
possui. Mais recentemente, Pieta e Gomes (2017) apresentaram um exame das metanálises
em aliança terapêutica, com foco no sucesso do tratamento e concluiram que a importância da
relação terapêutica para os resultados da psicoterapia tem aberto um amplo e diversificado
campo de investigação na área e acrescentam que os achados sobre a relação terapêutica e
seus resultados tem relevantes implicações clínicas, sendo estrutural sua disseminação entre
profissionais da área, para uma prática mais eficiente e produtiva.
Diante do panorama exposto, parece haver certo consenso na literatura a respeito da
importância do vínculo terapêutico para obtenção de bons resultados na psicoterapia.
Mediante a importância dessa variável, é razoável pensar sobre e necessidade de verificar
como esse dado é mensurado ou avaliado pelo psicólogo.
De acordo com Peuker et al (2009), “o uso de instrumentos padronizados pode
contribuir de muitas maneiras para a avaliação de intervenções e tratamentos e, assim, auxiliar
11

na identificação das variáveis que podem estar atreladas ao sucesso e/ou fracasso do
tratamento psicoterápico. ” (p.443)
Yoshida (1998) ensina que a produção em pesquisas sobre os aspectos da relação
terapêutica que podem contribuir para a mudança ainda permanecem no patamar de grande
desafio e acrescenta que: “Dentro deste quadro, portanto, procurar compreender em que
circunstâncias a relação terapêutica leva à mudança e como ela ocorre nos diferentes
tratamentos, surge quase que como uma decorrência natural de um processo de investigação”.
(p.2).
Considerando a importância do vínculo como variável relevante no processo
psicoterápico e a necessidade de medidas mais objetivas para mensurá-lo, nos últimos anos
foram criados diversos instrumentos com esse objetivo. Maia, Araújo, Silva e Maia, (2017)
apresentam um estudo com o objetivo de revisar os instrumentos disponíveis na literatura para
avaliar aspectos da aliança terapêutica. Foram encontrados nove instrumentos, sendo que sete
poderiam ser usados em qualquer abordagem, um de aborgadem psicanálitica e um especíifico
para a Terapia Cognitivo-comportamental. Contudo, segundo os pesquisadores, verificou-se
que apenas quatro estudos referentes ao constructo terapeuta-cliente são brasileiros e sugerem
a necessidade de incentivo a pesquisas sobre o tema em âmbito nacional.
Ainda dentro dessa problemática, os analistas do comportamento que antes pareciam
negligenciar o vínculo terapêutico como parte importante do trabalho clínico passaram a falar
sobre a importância do vínculo como fundamental para o resultado da terapia, bem como, ser
de extrema importância métodos objetivos para a comprovação dessa afirmação. Meyer
(2001) afirmou que: “Há evidência suficiente de que a relação terapêutica pode ser avaliada
no início da terapia por intermédio de instrumentos de avaliação e que esses são preditivos de
participação e resultados na terapia”. (p. 204).
A autora apresenta uma proposta onde se discute a importância de pesquisas na área de
terapia comportamental relacionando resultados de instrumentos padronizados com categorias
comportamentais. Para Meyer (2001),

: “Aa pesquisa na área de relação terapêutica demonstra resultados consistentes os


quais, por sua vez, relacionam uma boa aliança com resultados positivos na terapia, e
que a relação terapêutica tem sido um conceito-chave investigado nas duas últimas
décadas. ” (p.203).
A autora acrescenta ainda que é muito importante reconhecer a relação terapêutica
como um fator relevante e que deveria ser tema de pesquisas comportamentais, pois
12

certamente contribuiria para diminuir o sofrimento das pessoas que buscam tratamento
psicológico.
Considerando os apontamentos até aqui realizados, parece relevante verificar se os
analistas do comportamento estão usando instrumentos para mensurar a qualidade da relação
terapêutica.
Preocupado com o uso desses instrumentos não só por analistas do comportamento
mas pelos terapeutas de todas as abordagens, Martins (2012) realizou uma revisão sistemática
das publicações brasileiras sobre avaliação da relação terapêutica com a utilização de escalas.
Para nortear a pesquisa supra citada, Martins baseou-se na metanálise realizada por
Horvath et al, 2011 (apud Martins, 2012), a qual revelou a existência de mais de trinta
diferentes escalas criadas para mensurar a aliança/relação terapêutica. Os autores, segundo
Martins, observaram que dois terços desses estudos utilizaram quatro escalas. Por conta disso,
o autor utilizou como ponto de referência esses quatro instrumentos, a saber, California
Psychotherapy Alliance Scale (CALPAS), o Helping Alliance Questionnaire (Haq), a
Vanderbilt Psychotherapy Process Scale (VPPS) e o Working Alliance inventory (WAI).
Os resultados obtidos foram de apenas 12 publicações no Brasil e conclui que: “(...) os
terapeutas não avaliam sistematicamente a intervenção que oferecem, apenas baseando-se em
impressões e inferências superficiais” (p.18). E, acrescenta que o interesse pela pesquisa de
escalas em aliança terapêutica e seu uso ainda se mostra insipiente, o que sugere a demanda
para futuros trabalhos.
No mesmo caminho para a verificação do assunto, Maia et al (2017) realizaram um
estudo que tinha como objetivo revisar os instrumentos disponíveis na literatura para avaliar
aspectos da aliança terapêutica. De acordo com os autores, o objetivo era revisar os
instrumentos disponíveis na literatura para avaliar aspectos da aliança terapêutica. Trata-se de
uma revisão integrativa de literatura. Contudo, foram encontrados 9 (nove) instrumentos
quantitativos e de auto relato para avaliação de aspectos da aliança terapêutica. Os autores
informam que a revisão evidenciou os diversos instrumentos existentes para mensurar a
aliança terapêutica disponíveis na literatura. E, para eles “tais achados são relevantes, pois
podem subsidiar na escolha metodológica para o uso em pesquisas em psicologia e
psicoterapia” (p.55).
Considera-se importante apresentar informações acerca dos referidos instrumentos, e,
para isso, apoiar-se-á na tabela oferecida por Maia, et al (2017) que descreve brevemente cada
protocolo citado.
13

Tabela 1
Instrumentos para a Avaliação da Relação Terapêutica
Nome, Autor e Ano Público Alvo Objetivo Teoria

Empathic Understanding Paciente e Avaliar a percepção Não apresenta


Scale of Relationship Terapeuta de cliente e
Inventory (EUS). Barrett- terapeuta sobre a
Lennard. 1978 empatia deste

Vanderbilt Psychotherapy Paciente e Mensurar a aliança Não apresenta


Process Scale Terapeuta terapêutica a partir dos
(VPPS). O’Malley, Suh aspectos: processo de
& Strupp. 1983 exploração de
informações,
envolvimento do
paciente
relacionamento
oferecido
pelo terapeuta.

Group Therapy Alliance Paciente Mensurar a aliança Não apresenta


Scale(GTAS). Pinsof & terapêutica em
Catherall. 1986 psicoterapia de grupo

Working Alliance Inventory Paciente, Avaliar a aliança Não apresenta


(WAI). Horvath & terapeuta e terapêutica por
Greenberg observador meio do vínculo,
1989 objetivos
da psicoterapia
e tarefas a serem
cumpridas.

California Psychotherapy Paciente, Investigar a aliança Não apresenta


Alliance Scale terapeuta e psicoterapêutica
(CALPAS). Gaston et al. examinador através da capacidade
1991 externo de trabalho
e comprometimento
do cliente,
compreensão e
envolvimento do
terapeuta e consenso
da estratégia
e intervenções.

Helping Alliance Paciente e Investigar a aliança Não apresenta


Questionnarie terapeuta terapêutica a partir
HAQ). Luborsky et al. 1996 de aspectos positivos
e negativos da
aliança
14

Agnew Relationship Paciente e Estimar a aliança Não Apresenta


Measure (ARM). Agnew- terapeuta terapêutica a partir
Davies da percepção do cliente
et al. 1998 e do terapeuta
no processo, além
da relação da díade.
Inventário Cognitivo- Terapeuta Estimar a aliança Cognitivo-
Comportamental de terapêutica Comportamental
Avaliação da Aliança especificamente
Terapêutica. Araújo e Lopes. sobre colaboração,
2015 feedback e visão da
terapia da perspectiva
do paciente e
autoavaliação das
suas reações.

Beziehungs-Muster Cliente investiga, então, o Psicanálise


Fragebogen padrão de
(BeMus-3) relação baseado na
resposta do indivíduo à
conduta de outra pessoa
(RS), no que o
indivíduo imagina ser a
resposta de outra
pessoa à sua conduta
(RO), e como esse
indivíduo age após o
confronto com essa
pessoa (nível
introjetivo).
15

Objetivo

O presente trabalho objetiva realizar uma revisão sistemática das publicações


brasileiras sobre avaliação da aliança terapêutica com a utilização de instrumentos, ampliando
o alcance do trabalho realizado por Martins (2012), e seguindo a linha metodológica de Maia
et al (2017) e visa responder as seguintes indagações:

 Quantas publicações brasileiras existem que noticiam a utilização de escalas com


medidas para a relação terapêutica?
 Os terapeutas comportamentais estão utilizando de instrumentos para avaliar a relação
terapêutica?
 Quantos trabalhos com referencial teórico analítico comportamental existem sobre o
tema no Brasil?
16

Método

Foi realizada uma revisão das publicações brasileiras acerca da existência de trabalhos
que se propuseram a verificar a qualidade da relação terapêutica por meio de instrumentos.
Nesse contexto, a procura por publicações realizou-se pela utilização dos descritores utilizados
por Martins (2012): “Working Alliance Inventory”, “Helping Alliance Questionnaire”,
“Vanderbilt Psychotherapy Process Scale”, “California Psychotherapy Alliance Scale”,
“relação terapeutica”, “aliança terapêutica”, “aliança de trabalho” e “vínculo terapêutico”.
Contudo, o trabalho realizado por Maia, et al (2017), semelhante ao de Martins (2012),
acrescentou cinco protocolos nos termos de busca. Com o intuito de ampliar o alcance da
busca realizada na presente pesquisa, tais descritorem também foram utilizados: “Emphatic
Undertanding Scale os Relationship Inventory (EUS)”, “Beziehungs-Muster Fragebon
(BEMUS)”, “Inventário Cognitivo Comportamental para Avaliação da Relação Terapeutica”,
“Group Therapy Alliance Scale (GTAS)” e “Agnew Relationship Measure (ARM). Em todas
as bases de dados, o operador booleano utilizado entre os termos de busca foi “OR”, por ser
este o que combina os termos da pesquisa garantindo assim que cada resultado contivesse ao
menos um dos termos buscados.
As bases de dados utilizados no presente trabalho foram as mesmas descritas por Maia
et al (2017): LILACS, BIREME, SCIELO e CAPES. A base de dados MEDLINE foi usada no
trabalho mencionado mas não foi incluída na presente pesquisa por não alcançar artigos na
língua portuguesa. Por essa mesma razão, excluiu-se também a plataforma PSYCINFO
descrita no trabalho de Martins (2012). A escolha por essas bases se deu também em razão do
acesso gratuito às mesmas e garantia de resgate na íntegra aos artigos revisados.
O procedimento de busca nas bases de dados descritas foi realizado em abril de 2020.
Os descritores foram buscados nos títulos dos trabalhos e o período escolhido foi entre 2013 e
2020, com o intuito de ampliar o alcance do trabalho de Martins (2012).
Os seguintes critérios de inclusão foram adotados: conter no título ao menos um dos
descritores da pesquisa, ter sido publicado entre 2013 e 2020, estar em português.
Esse procedimento resultou em 160 artigos. Seguindo o que se previu na análise como
1ª. Fase do método, realizou-se a Leitura Exploratória de todo o material selecionado (leitura
17

rápida que objetivou verificar se o artigo encontrado era de interesse para o trabalho). Após
essa leitura, excluiu-se então 136 artigos, restando 24.
Num segundo momento, ainda no que se considerou 1ª. Fase, realizou-se uma Leitura
Seletiva (leitura mais aprofundada) com o objetivo de selecionar os artigos que tratavam da
mensuração do sucesso da relação terapêutica com o uso de escalas, ou protocolos. Em
seguida, foram excluídos os materiais duplicados entre as bases e os trabalhos que, apesar de
conter um dos descritores no título, tratavam de assuntos não pertinentes ao interesse dessa
pesquisa. Ao final desse procedimento, foram selecionados para leitura na íntegra 8 artigos.
Nessa etapa, que considerou-se a 2ª. Fase, registrou-se as informações extraídas das
fontes (autores, ano, método, resultados e conclusões), bem como, a proposta conceitual dos
termos em análise (relação terapêutica, vínculo e sucesso da terapia ou similar).
Pretendeu-se também avaliar quantos dos achados eram da Análise do
Comportamento.
Objetivando caracterizar a produção encontrada, organizaram-se os achados com base
nas seguintes informações que tinham como objetivo responder as perguntas que são eixos
dessa pesquisa. As indagações são:
 Quantas publicações brasileiras existem que noticiam a utilização de escalas com
medidas para a relação terapêutica?
 Os terapeutas comportamentais estão utilizando instrumentos para avaliar a relação
terapêutica em pesquisas?
 Quantos trabalhos dentro da Análise do Comportamento existem sobre o tema?

Também foi fruto dessa pesquisa, entender o que os autores das produções encontradas
apresentam como entendimento do que seria sucesso terapêutico e nesse sentido, já catalogar
constructos do que por ventura esteja sendo considerado e definido como “Relação
terapêutica”,“vínculo” e “sucesso da terapia” ou similar. Portanto, foi realizada uma análise
descritiva das publicações selecionadas, buscando uma maior compreensão das mesmas para
construir respostas que alcançassem os objetivos acima descritos.
18

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tabela 2
Apresentação dos Artigos encontrados na fase exploratória
Base de dados Artigos Artigos Artigos com Artigos da Análise
Selecionados protocolos do
comportamento
LILACS 38 8 3 1
BIREME 33 9 2 1
SCIELO 29 3 3 1
CAPES 60 4 0 0

TOTAL 160 24 8 3

Como dito anteriormente, das 24 (vinte e quatro) publicações encontradas e


selecionadas e a partir dos critérios de exclusão e inclusão, restaram oito8 artigos, que foram
agrupados em três categorias, conforme as questões que são os nortes dessa pesquisa, já
mencionadas.
Depois de analisados os textos, o conteúdo foi transformado em categorias de dados,
conforme a Tabela 3.

Tabela 3
Apresentação das publicações brasileiras que noticiam a utilização de escalas como medida
para a relação terapêutica

Referência do Estudo Referencial Teórico Istrumento de medida Possível Possível


da relação terapêutica descrição de descrição de
Relação “Sucesso em
Terapêutica Terapia”

Carvalho, Cibele, Psicanálise TASCP “Ela é definida Não menciona


Fiorini, Guilherme como uma
Pacheco, & Ramires, relação positiva e
Vera Regina Röhnelt. estável entre
(2015). Aliança terapeuta e
terapêutica na paciente, que
psicoterapia de crianças: permite levar a
uma revisão cabo uma
19

sistemática. Psico, 46(4), psicoterapia”.
503-512 (p.504)
Araújo, Mara Livia de,
T.C.C
& Lopes, Renata Inventário Cognitivo- “Tem sido “O sucesso
Ferrarez Fernandes. comportamenta para descrita como um em terapia é
(2015). Avaliação da Aliança elemento composto por
Desenvolvimento de um Terapêutica fundamental do critérios que
inventário cognitivo- processo estão
comportamental para psicoterapêutico relacionados à
avaliação da aliança por ser uma das colaboração, ao
terapêutica. Revista variáveis feedback do
Brasileira de Terapias relacionadas tanto paciente, à visão
Cognitivas, 11(2), 86-95 à adesão quanto que o paciente
ao resultado
tem da terapia e
do tratamento”
às reações do
(p.86)
terapeuta”. (p.87)

Oliveira, Natacha Psicanálise WAI “como se É necessário


Hennemann, & Benetti, referindo a investigar os
Sílvia Pereira da Cruz. aspectos fatores
(2015). Aliança conscientes e específicos
terapêutica: racionais da relacionados a
estabelecimento, relação eficácia e a
manutenção e rupturas terapêutica na efetividade dos
da relação. Arquivos qual não há processos
Brasileiros de distorção e sim psicoterápeuticos,
Psicologia, 67(3), 125- colaboração visando a
138 entre paciente e qualificar os
terapeuta. É atendimentos
baseada no ego, psicoterápicos.”
aproveita a (p.134)
experiência
passada e dessa
forma
possibilita a
manutenção do
tratamento.
(p.196)

Becker, Natacha Psicanálise CALPAS “A AT é Não menciona


Hennemann de Oliveira, composta por três
& Benetti, Sílvia Pereira características
da Cruz. (2014). Fatores essenciais: 1)
associados à formação acordo nos
da aliança terapêutica na objetivos do
psicoterapia obrigatória. tratamento entre
Estudos de Psicologia paciente e
(Natal), 19(4), 296-304 terapeuta, 2)
acordo nas tarefas
e 3)
desenvolvimento
do vínculo
(confiança e
20

apego) entre a
dupla.” (p.298)
Fernandes, F. A. D.
(2015). Relação Análise do Não menciona “sugere que o
terapêutica: uma Comportamento SMCCIT terapeuta tem
análise dos condições
comportamentos de singulares durante
terapeuta e cliente em as sessões para
sessões iniciais de observar e evocar
terapia. Dissertação de os comportamentos
Mestrado, Instituto de problemas e desta
Psicologia, forma,
Universidade de São promovendo a
Paulo, São Paulo longo prazo a
diminuição do
sofrimento” (p.10)
Martins da Silveira, J., & Análise comportamento Programa “uma via de “Consideraram
de Cássia Guenzen, L. QuestionPro mão dupla na que a intimidade
(2017). Intimidade na qual o terapeuta influencia o
relação terapêutica: Uma influencia o tratamento e que
caracterização da cliente por meio um processo
palavra por terapeutas do impacto que essencialmente
analítico- o cliente tem bidirecional.”
comportamentais. sobre ele. É um (p.547)
Psicologia Argumento, tipo de relação
31(74). na qual nem
cliente nem
terapeuta pode
sair sem ser
transformado”.
a relação
terapeuta/cliente
é um exemplo
de relação
íntima, nela “o
terapeuta
interage de
maneira
carinhosa,
atenta,
reforçadora,
róxima à
autorrevelação
do paciente”.
(p.549)

Prado, Oliver Zancul e Análise do WAI Não menciona Não Menciona


Meyer, Sonia Beatriz. Comportamento
(2016). Avaliação da
relação terapêutica na
terapia assíncrona via
internet. Psicologia em
Estudo , 11 (2), 247-257

Ferreira, Eliane Psicanálise BeMus-3 Para a A diminuição do


Bernadete, Nunes, Maria psicanálise, a sofrimento e
Lúcia Tiellet, Kurth, ferramenta mais consequente
Regina A., Pokorny, importante para o sucesso na terapia
Dan, Terra, Luciana, terapeuta é o só acontece quando
Hauck, Simone, & mecanismo da a transferência é
21

Ceitlin, Lúcia Helena transferência. A manejada com


Freitas. (2016). relação sucesso.
Desenvolvimento da terapêutica só
versão em português do torna-se bem
Brasil do questionário sucedida e,
sobre padrão de portanto, eficaz,
relacionamentos se a transferência
Beziehungs-Muster acontece. Para a
Fragebogen. Revista de abordagem,
Psiquiatria do Rio realçao
Grande do Sul, 28(3), terapêutica é,
276-288. grosso modo,
transferência.

Na Tabela 3 é possível observar as publicações brasileiras encontradas que noticiam a


utilização de instrumentos de medida da relação terapêutica. Contudo, importante frisar que
das 8 (oito) publicações, Ferreira e& Freitas, (2016) apresentam uma tradução da escala
Beziehungs-Muster Fragebogen (BeMus-3).
Achou-se interessante acrescentar esse artigo à pesquisa, muito embora não
respondesse ao objetvo desta, porque tal trabalho atende, em partes, aos objetivos específicos
deste.
Como primeiro questionamento, pretendia-se entender como outras abordagens, bem
como os analistas do comportamento definiam o que é o vínculo ou relação terapêutica.
Ferreira et al (2016) apresentam a idéia de que o questionario avalia o padrão central
da relação terapêutica dentro da psicanálise, ou seja, a transferência.
Numa leitura comportamental, a Psicoterapia Analítica Funcional, embasada na
filosofia do Behaviorismo Radical e nos princípios da Análise do Comportamento, emprega os
conceitos freudianos de transferência e contratransferência de forma anti-mentalista ao
explicitar que a relação interpessoal entre cliente e terapeuta é um poderoso instrumento de
atuação nos processos de mudança comportamental (Leonardi, 2007).
Pelo que demonstra o estudo, a relação terapêutica assim definida pelos psicanalistas,
coloca a relação entre as partes como algo central para o que a abordagem define como sendo
o sucesso em terapia.
Uma aproximação interessante pode ser feita entre o estudo de Ferreira et al (2016) e
Martins da Silveira e , J., & de Cássia Guenzen, L. (2017), sendo o de Martins da Silveira
(2017) último da Análise do Comportamento.
Segundo Martins da Silveira e de Cássia et al (2017), somente na década 80, com o
advento da terceira onda das terapias comportamentais, a relação terapêutica alcançou patamar
de investigação e, relatam que “Kohlenberg e Tsai sistematizaram os eventos do contexto
22

clínico em uma estratégia terapêutica: a Psicoterapia Analítica Funcional. A FAP utiliza a


relação terapêutica como instrumento para mudanças clínicas”. (p.548). Aqui, a relação
terapêutica é o próprio instrumento para avaliação do sucesso da terapia.
De acordo com os Kohlenberg e Tsai (ano), a FAP é um modelo de terapia
comportamental baseado na relação terapêutica. Para esse modelo o cliente dentro da sessão
emite comportamentos clinicamente relevantes (CRB´s) que são, a grosso modo, os mesmos
que ele emite na sua vida cotidiana. Isso proporciona ao terapeuta FAP a possibilidade de
intervir sobre eles.
Como mencionado, Ferreira et al (2016) apresentam uma tradução do protocolo
BeMus-3. Tal protocolo se aproxima bastante do que poderíamos chamar de CRB´s, ou
Comportamentos Clinicamente Relevantes, isso porque o protocolo serve “para aferição do
padrão central de relacionamentos ou dos clichês que se repetem no decorrer da vida”. (p.277).
Poder-se-ia relacionar esse “clichês que se repetem”, com os CRB’s.
Não obstante a essa aproximação do protocolo psicanalítico com a FAP, ele também
demonstra ser ferramenta para a Análise Funcional que é o caminho em que os terapeutas
comportamentes se utilizam para estudar o comportamento de seus clientes.
O BeMus-3 é apresentado em quatro escalas, segundo os autores, ele busca conhecer:
“o padrão de relação baseado na resposta do indivíduo à conduta de outra pessoa (RS), no que
o indivíduo imagina ser a resposta de outra pessoa à sua conduta (RO), e como esse indivíduo
age após o confronto com essa pessoa”. (p.278).
Fazendo-se uma aproximação entre os eixos de pesquisa do BeMus-3 com os eixos de
pesquisa utilizados pelos analistas comportamentais, é possível verificar uma linha de
interesse bastante similiar.
Nesse sentido, importante mencionar o caminho de estudo usado pelos estudiosos do
comportamento humano, mais precisamente os analistas do comportamento. Para eles, a
fórmula que se utiliza para estudar e entender o comportamento é o estudo da tríplice
contingência.
Quando se fala em tríplice contingência, o que se pretende demonstrar é uma relação
de interdependência entre estímulos e respostas e essa interdependência altera a probabilidade
de emissão de uma classe de respostas no futuro. A contingência é a forma de representar
como determinados comportamentos surgiram e se mantêm. É a formula que a análise do
comportamento se utiliza para estudar e entender como certos comportamentos foram
formados e como eles se mantêm atualmente.
23

Comportamento é a relação entre estímulos antecedentes e conseqüentes a uma


resposta e o instrumento do analista do comportamento é análise funcional na tríplice
contingência.
Portanto, repete-se que eixos de investigações do BeMus-3 e os da Análise do
Comportamento parecem apresentar muitas confluências.
Segundo o que se verificou sobre o protocolo BeMus-3, o mesmo oferece escores para
escalas que avaliam a relação estabelecida entre o terapeuta e cliente, isto é, os
comportamentos do terapeuta influenciam nas respostas que o cliente dá em sessão. É
oferecido um score também para os sentimentos que o cliente tem sobre esse encontro. Parece,
grosso modo, que o protocolo poderia ser capaz de fazer uma análise fruncional desse
encontro.
A introdução, em nosso meio, de instrumentos desenvolvidos para avaliação dos
padrões comportamentais do terapeuta e do cliente, em sessão, poderá propiciar suporte para
melhorar o entendimento de nosso paciente, visto que o tema envolve grande parte de seus
processos comportamentais.
No entanto, é mister que mais pesquisas empíricas sejam desenvolvidas para verficar
se esse instrumento poderia enquadrar-se como útil para a análise das variáveis importantes
para o analista do comportamento.
Carvalho, Fiorini, Pacheco,, & Ramires e, Röhnelt. (2015) discutem a importância da
relação terapêutica para o processo de mudança, através de uma revisão sistemática e
incluíram em seu trabalho uma categoria específica para analisar instrumentos para avaliar a
relação terapêutica. Os autores afirmam que a forte avaliação da aliança criança-terapeuta
estava associada a muitas melhoras no quadro geral de sintomas. Contudo, evidenciam a falta
de estudos, relatando que os achados na área eram em sua maioria de abordagem cognitivo-
comortamental e reforçam a importância de mais pesquisas sobre essa temática.
Araújo , Mara Livia de, e& Lopes , Renata Ferrarez Fernandes (2015) destacam a
importância da aliança entre terapeuta e paciente para o progresso do tratamento
psicoterapêutico., e Os autores realizaram umo estudo que teve como objetivo a elaboração de
um instrumento para a avaliação. Os resultados apresentados pelos autores, segundo eles,
demonstram um score alto de confiabilidade e sendo assim, disponibilizam o instrumento
como um meio para avaliar o vínculo terapêutico.
Esse artigo ressalta que “o interesse por pesquisar escalas de aliança terapêutica no
cenário nacional ainda é bastante incipiente e identifica a inexistência de uma escala elaborada
para amostras brasileiras, o que amplia a importância deste instrumento”. (p.94).
24

Esse achados são similares aos de Becker e& Benetti (2015), que apresentam a idéia de
que ao longo do tempo as pesquisas sobre a relação terapêutica tornaram-se mais específicas,
assim como as medidas utilizadas para aferi-la. Afirmam os autores a existência de mais de 50
diferentes instrumentos destinados à sua avaliação e acrescentam que o interesse e a utilidade
desse constructo têm crescido. Contudo, assim como em todos os artigos selecionados,
ressaltam a escassez de pesquisas nacionais sobre o tema.
O estudo menciona a utilização de algumas escalas que seriam importantes para a
avaliação e posterior ampliação de saberes sobre a aliança terapêutica. Assim como a pesquisa
de Ferreira et al (2016), a pesquisa de Becker et al (2015) torna-se relevante, pois apresenta
em suas considerações que os protocolos utilizados pelos pesquisadores demonstraram que:

O resultado foi surpreendente, pois mostrou que as variáveis do terapeuta (como


o monitoramento de sua contribuição para a AT e seu treinamento) na AT
foram consideradas como preditoras de resultados da terapia. Ao contrário, as
variáveis do paciente não estavam relacionadas com os resultados do
tratamento. Dessa forma, a pesquisa apontou que os terapeutas formam fortes
alianças com seus seus pacientes, o que depende de treinamento específico
voltado para desenvolver, monitorar e manter a AT. Essa conduta propicia aos
terapeutas fornecer um feedback ao paciente sobre as da aliança, ao mesmo
tempo em que reorganizam o tratamento, conforme o resultado da avaliação da
AT. (p.128)

Becker e& Benetti , Sílvia Pereira da Cruz. (2015) utilizaram os instrumentos


mencionados na Tabela 2 para identificar de que forma se estabelece a aliança terapêutica
(AT) em pacientes encaminhados de forma obrigatória para a psicoterapia, em comparação aos
pacientes que buscam atendimento psicoterapêutico voluntariamente. Suas conclusões
demonstraram que os instrumentos utilizados foram capazes de realizar tal aferição.
Aqui, ressalta-se a importância de tais instrumentos para a averiguação de questões
bastante subjacentes à relação terapêutica em si, como por exemplo, a obrigatoriedade ou não
em ir a sessões de terapia. Pelo que demonstraram os autores, os instrumentos foram capazes
de informar que, embora carecessem de mais estudos no tema, a obrigatoriedade ou não, como
variável, pode ser mensurada.
25

Dentre os artigos selecionados, apenas dois possuem seu referencial teórico na análise
do comportamento, o que parece ser um preditivo de que os analistas do comportamento não
estão pesquisando muito sobre o tema.
Meyer et al (2016) apresentam uma proposta de estudo da formação da relação
terapêutica por meio de sessões online. Nesse trabalho utilizou-se a escala WAI e parece ter
sido a única pesquisa encontrada que atende, quase que completamente, os objetivos deste
estudo.
Isso se dá porque fora realizado um estudo que avalia a relação terapêutica com uso de
escalas e de acordo com os autores, a medida utilizada foi capaz de mensurar se há ou não
formação de aliança terapêutica via internet, não descartando que mais estudos se fazem
necessários.
Nesse estudo não se questionou sucesso da terapia, porém, os autores reafirmam que,
sendo a formação de uma boa relação terapêutica condição fundamental para se alcançar tal
estágio, e que sendo construída essa relação nas terapias via internet, então o que se define
como “sucesso terapêutico” fora alcançado.
Para Fernandes (2015), estudar a relação terapeuta-cliente só é possível se a mesma for
analisada empiricamente, isto é, na proposta da autora, se os comportamentos do terapeuta e
do cliente forem categorizados no início da terapia. Para isso, a autora sugere a utilização do
SMCCIT (Sistema Multidimensional de Categorização de Comportamentos na Interação
Terapêutica).
Destaca que a relação terapêutica têm sido estudada de diversas formas e que sua
avaliação de bons resultados podem ser medidas através de instrumentos.
O trabalho é bastante relevante porque apresenta uma revisão dos estudos referentes a
avaliação da relação terapêutica e conlcui que profissionais deveriam:“regularmente monitorar
as respostas de seus pacientes para a relação terapêutica e para o que está acontecendo no
momento do tratamento.” (p.47)
A autora sustenta a importância de mais pesquisas de caráter empírico sobre a relação
terapêutica.
Com relação aos outros dados que pretendeu-se avaliar, importante ressaltar que em
todas as pesquisas constructos como “relação terapêutica”, “vínculo terapêutico” foram
descritos como fatores esseênciais para o bom desenvolvimento da terapia. Parece ser
unanimidade nas abodargens encontradas.
26

Acrescenta-se que os artigos que foram encontrados, (a despeito da abordagem),


afirmam que em sua grande maioria, que é a terapia cognitivo-comportamental que mais
estuda o tema.
Com relação ao número de achados, podemos afirmar que não houve aumento das
publicações se compararmos aos achados de Martins (2012) que foram de 12 publicações.
Ressalta-se que, na pesquisa referida, o mesmo também o fizera com o critério de
exclusão para artigos estrangeiros. Isto quer dizer que no período que engloba os anos de 2013
à 2020, o número de publicações sobre o tema ainda é bastante reduzido, o que nos permite
inferir a falta de interesse nessas pesquisas no cenário nacional. Por outro lado, essa escassez
pode ser compreendida como motivação para trabalhos que possam disseminar a importância
da avaliação da relação terapêutica.
A pesquisa de Maia (2017), que se propôs a analisar os instrumentos usados para
avaliar a relação terapêutica, apresenta idéia semelhante. Em seu trabalho, foram achados
apenas quatro estudos brasileiros que investigaram o constructo no processo psicoterápico.
Isso demonstra, mais uma vez a importância de pesquisas sobre o tema. Isso porque, segundo
o autor, o terapeuta quando está em posse de uma ferramenta, tem condições de avaliar sua
performance, reformular o plano terapêutico, rever comportamentos e, desta forma, garantir a
manutenção e continuidade do processo.
Acrescenta-se ainda à essa idéia, a de que, os instrumentos podem contribuir
sobremaneira para se entender o fenômeno, que possui muitas variáveis, tais como, a empatia,
sentimentos e emoções.
Chega-se, portanto, a outra questão de suma relevância que é a relativa àsobre a
promoção da discussão sobre a prática baseada em evidências, e, portanto, a utilização de
dados empíricos como fundamento para o trabalho clínico.
A psicologia baseada em evidências tem sido alvo de estudos já há alguns anos e
tornou-se a mais importante estratégia científica de esclarecimentos em todas as especialidades
envolvidas na promoção e nos cuidados de saúde. (Leonardi et al, 2015).
Sua principal função precípua seria ao de prencher a lacuna existente entre a ciência e a
prática em psicologia. Isso porque seu mote é o avanço científico, o desenvolvimento da
ciência em Psicologia e, portanto, da sociedade como um todo.
Essa questão torna-se importante porque, o que se vê no cotidiano de alguns terapeutas
é a utilização de práticas muito mais intuitivas ou a “contrario sensu”, a escolha por
determinadas técnicas que muitas vezes não se afinam com as demandas específicas de seus
27

pacientes. Diante disso, parece-nos correto que os terapeutas devam embasar suas ações em
dados empíricos.
Se por um lado temos a validação da importância do constructo “relação terapêutica”
como preditor de bons resultados em terapia, do outro devemos ter os meios que possam
comprovar tal afirmação. Buscar dentre as publicações brasileiras artigos que possam discorrer
sobre tais variáveis é buscar respaldo empírico para as ações práaticas em psicologia.
Leonardi et al. (2015) também ressalta a relevância da prática baseada em evidências e
acrescenta que o assunto ainda é pouco discutido na Psicologia brasileira.
O autor destaca que o modelo de intervenção que o terapeuta escolhe e sua prática
clínica fundamenta-se, quase que ordinariamente, em sua experiência profissional (p.1140).
No entanto, destaca que o interesse em uma pratica baseasa em evidências vem crescendo
dentro da Psicologia internacional.
Segundo o autor, o tema é pouco discutido no cenário brasileiro e são poucas as
pesquisas na língua portuguesa (p.1141).
Numa segunda proposta de estudo, Leonardi (2016) traz a aproximação da prática
baseada em evidências com a Análise do Comportamento e aqui nos oferece dados bastante
reveladores e assustadores. Segundo ele, algumas práticas e técnicas das quais se utilizam os
terapeutas comportamentais carecem de sustenção empírica. (p.135).
Para nós, parece um contrasensu que terapeutas comportamentais, tão comprometidos
na sustenção de sua teoria e técnica, não se debrucem com afinco e dedicação na validação de
seus procedimentos, até porque bebem da fonte máxima extraída das obras de Skinner.
Não seria demais mencionar que Skinner desenvolveu a análise do comportamento e
fundou uma escola de pesquisa experimental em psicologia - a análise experimental do
comportamento.
Uma das características definidoras da Análise do Comportamento Aplicada é o forte
comprometimento com a sustentação empírica de seus procedimentos de intervenção,
portanto, parece-nos lógico que a Análise do Comportamento Clinica ou a Terapia Analíco-
Comportamental devem ser cientificamenteífica embasadas.
Portanto, nossa proposta é a de que analistas do comportamento não devem poupar
esforços para que mais programas de pesquisa sejam implementados para validar a eficácia de
suas práticas e como sugestão, a utilização de protocolos para a avaliação de sua performance.
Não só nas questões relativas à sua técnica de intervenção, como também, nas questões que
envolvem a potência da relação terapêutica como ítem de máxima importância para o sucesso
desta.
28

É extremamente importante que os aAnalistas do cComportamento abram mão, do que


Leonardi (2016) chama de “seu excesso de confiança” e façam o esforço de, gradualmente,
buscar comprovação empírica da eficácia de suas intervenções.
Portanto, é importante que pesquisadores dentro da Analise do Comportamento
comecem a prestar mais atenção à maneira pela qual informam a sociedade de suas práticas.
Isto é, como afirmar que tal técnica, ou que tal manejo produz resultados satisfatórios para o
cliente, se não se possui dados cientificamente consolidados?
E, ainda segundo Leonardi (2016), “a produção de evidências empíricas de eficácia
acerca de uma terapia, (...) requer algum tipo de medida que represente o estado clínico do
cliente antes e depois do processo terapêutico” (p.1470). Aqui claramente uma afirmação da
importância de se utilizar instrumentos para avaliação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa revisão revelou que estudos que versam sobre a avaliação da relação terapêutica
com a utilização de instrumentos como uma expressão do encontro entre as partes no setting
ainda revelam-se escassos. Os artigos que versam sobre o tema e acrescidos de instrumentos
que possam averiguar sua efetividade, ainda menos.
Outros pontos bastante significativos revelados pela pesquisa, são os de que, parece
que com relação ao método escolhido, o mais utilizado por aqueles que compartilham do
mesmo interesse são as Revisões Sistemáticas.
Nesse sentido, e nem tampouco excesso de relevância, outro ponto que merece
destaque refere-se à carência de estudos dentro da análise do comportamento. Embora
identificados dois artigos dentro dessa revisão, os mesmos não se mostraram capazes, por si
só, de responderem as questões que foram objetivos deste trabalho.
Ainda dentro dessa linha de análise, a Teoria Cognitivo-Comportamental parece ser a
abordagem que mais se preocupa com tal proposta. A Psicanálise carece de poucos estudos.
Sobre isso, o trabalho de Carvalho et al. (2015) afirma que, muito embora tenha sido Freud a
estabeler importância na aliança terapêutica, tal abordagem carece de estudos empíricos na
área.
29

Portanto, é muito importante que, para uma melhor compreensão do fenômeno, sejam
realizadas mais pesquisas no sentido de averiguar se protocolos podem ser usados para avaliar
a relação terapêutica e sendo assim, indicar quais protocolos que porventura se adequariam a
tal proposta.
Para nós, a despeito do WAI ser o instrumentos mais mencionado na literatura como
sendo a mais utilizada pela Análise do Comportamento, torna-se interessante mencionar como
o BeMus-3 parece se ajustar para a realização de uma anáalise funcional dos comportamentos
das partes (cliente-terapeuta) em sessão.
Espera-se que este trabalho tenha germinado o interesse pelo tema e desta forma,
alavancar pesquisas que possam contribuir para o aperfeiçoamento não só do terapeuta
comportamental, como o de outras aborgagens. Isso porque, esforços conjuntos das diversas
teorias contribuirão para o desenvolvimento da psicologia como ciência e profissão.

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