TCC Finalizado
TCC Finalizado
TCC Finalizado
RESUMO
Este artigo buscou pesquisar sobre a compreensão de gênero e identidade de gênero e do impacto social da
marginalização, invisibilidade e preconceitos e violências em níveis interpessoais e organizacional que
ocorrem a transexuais e travestis. A metodologia utilizada foi à pesquisa explorativa.. Esse método de
pesquisa visa aumentar a sua objetividade, colocando-o para mais próximo da realidade. Os resultados aqui
obtidos foram retirados da base de dado do Scielo e Google Acadêmico. Dificuldades foram encontradas
durante a busca de materiais para a construção deste artigo, como encontrar artigos e materiais que
abrangessem o tema em geral, e demonstrassem a própria invisibilidade, mostrando assim a validade dos
objetivos pesquisados. A partir dessa pesquisa concluímos que a invisibilidade, preconceitos e violências
experenciadas por transexuais e travestis trespassa nossa sociedade em vários meios, familiar, social,
escolar e organizacional e até mesmo em negação de direitos e que isso está relacionado a um preconceito
LGBT estruturalizado que as colocam em situação desfavorável.
Palavras-Chave: Gênero, Invisibilidade, Transfobia, Brasil.
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO.
2.2 Transgeneralidades
Tendo o conhecimento sobre a diversidade de formas de compreender “gênero”,
é interessante olhar dois aspectos quando estamos discutindo sobre o assunto, até mesmo
para separar questões de vivência sobre o próprio meio, questões de expressões e
diferentes condições da vivência do gênero como a) Identidade: o que caracteriza as
pessoas transexuais e travestis; b) funcionalidade: representação feita por crossdressers,
drags queens, entre outros (JESUS, 2012). O autor ainda relata que levando em
consideração também que existem pessoas que se não se encaixam em nenhum gênero,
mesmo que haja um consenso na intitulação dessas pessoas principalmente no Brasil,
podemos chamar elas de queers, outros como a antecessora denominação, andrógeno e
também a utilização da palavra transgênero para definir essas pessoas.
Jesus (2012) diz também que o termo “transfobia” é utilizado para denominar
qualquer tipo de preconceito que possíveis transexuais e travestis sofrem de forma geral.
Muito ainda tem que ser conquistado para que essas pessoas possam ter o mínimo de
dignidade para o respeito da identidade de gênero de pessoas trans e travestis, além da
quebra de vários preconceitos. Alguns estereótipos ainda levam as pessoas a não
acreditarem que pessoas transgêneros vivenciam todos os aspectos da sua humanidade,
além daqueles que possuem relação a sua identidade de gênero, que ele/a não possa ser
nada além de rotulado como “transsexual”. Sendo uma pessoa que possui raça, cor, classe
social, origem, religião, idade, uma bagagem de vivências, para além da sua condição
enquanto trans e/ou travesti (JESUS, 2012).
Dessa maneira, podemos começar nossa discussão sobre o que é ser um/uma
transexual e uma travesti para que possamos entender questões relacionadas a elas.
Assim, será focado nessas duas identidades de gênero, pois foi o que foi escolhido para
entrar em debate nesse trabalho. Podemos dizer que a transexualidade é uma questão de
identidade, não sendo uma doença mental, um capricho pessoal, uma escolha, uma
questão de perversão sexual ou nem mesmo uma questão de um adoecimento debilitante
e contagioso, sendo identificada em toda a história do mundo todo (JESUS, 2012). Desse
modo, primeiramente podemos dizer que trans são seres humanos que ao nascerem ou no
sexo masculino e feminino, se perceberam em outro gênero que não fosse o biológico.
Uma pessoa considerada ao nascer estando no sexo masculino, mas que em
qualquer momento da vida se descobriu no gênero feminino é uma mulher transexual,
sendo respeitada a questão de auto anunciar a sua identidade de gênero, da mesma forma
que uma mulher que se autodeclara homem será um homem trans (ALMEIDA, 2016).
É normal que trans usem de vários procedimentos para se sentirem melhor em sua
adequação de gênero que ela/e passou a vivenciar. Investimentos como roupas, cabelo,
cirurgias, hormônios, o que acaba sendo muito importante para a sua autoestima e
convívio social. Mesmo que o indivíduo não tenha feito nenhum processo de
feminilização ou masculinização, ainda assim o mesmo/a mesma deve ser considerado/a
como trans e para além disso deve ser respeitado o seu gênero enquanto homem ou mulher
dependendo da sua autodeclaração (ALMEIDA, 2016).
Os avanços médicos permitem que esses homens e mulheres transexuais consigam
ter uma fisiologia e uma semelhança muito parecida ao que desejarem ter e se
identificarem. Devemos entender que cada trans lida em graus diferentes com a sua
transição e adequação ao gênero que se identificam, mesmo que ninguém tenha uma
resposta concreta e conclusiva do motivo que existem trans, as razões ainda são
explicadas de forma social e biológica (JESUS, 2012).
De acordo com Spizziri (2017) nesse processo devemos levar em consideração a
disforia de gênero que é a falta de relação entro o sexo biológico e como ele é percebido
e experenciado pela pessoa, que vem acompanhado por uma carda de angústia muito
grande, mesmo que nem todos sintam a disforia muitos sentiram, entrando de acordo com
Jesus (2012) por isso explica se a necessidade de se adequarem também seu corpo a sua
pisque. Algumas pessoas demoram mais que outras a se posicionarem dessa forma até
mesmo pela repressão que acomete as pessoas da nossa sociedade, sendo ela uma busca
do reconhecimento enquanto homem ou mulher, levando em consideração que pessoas
transexuais podem ser bissexuais, heterossexuais ou homoafetivas (JESUS, 2012).
As travestis de acordo com Almeida (2016), são definidas como pessoas que
foram registradas no sexo masculino, com apenas a certificação do sexo biológico, e que
procuram inserir em seus corpos símbolos do universo feminino, elas tendem a se
considerar uma variante do ser mulher, e embora elas possuam características que as
deixem femininas perante a sociedade, elas tendem a não querer mudar de sexo, sendo
ele algo muito importante no seu processo de ser feminino.
Conforme Jesus (2012), diante a sua perspectiva travestis são pessoas que
vivenciam os papeis de gênero feminino, mas não se reconhecem como homem ou como
mulher. São membros de um terceiro gênero ou de um gênero não binário. Devemos
pensar que independente disso elas preferem ser tratadas e reconhecidas no feminino,
sendo insulto as submeterem a adjetivos masculinos. Algumas travestis não desejam
serem mulheres, embora se coloquem mais femininas, tendo a mesma questão de se
adequarem com roupas, unhas, maquiagem, hormônios e procedimentos estéticos para
retirada de pelos, algumas buscam processos mais definitivos, não sendo uma regra a
todas, mas todas buscam ter um nome feminino pelo quais querem ser reconhecidas.
(ALMEIDA, 2016).
3. METODOLOGIA
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTRA - Associação Nacional de Travestis e Transexuais. Violência: Assassinatos de
pessoas trans voltam a subir em 2020. Disponível em
<https://antrabrasil.org/category/violencia/>. (Acesso em 08/12/2020)
BENEVIDES, Bruna G., NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê dos assassinatos
e da violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2019. São Paulo: Expresso
Popular, ANTRA, IBTE. 2019.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MEZAN, R. Tempo de muda: ensaios de psicanálise. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
SALIH, Sara. Judith Butler e a Teoria Queer. Rio de Janeiro (RJ): Autêntica, 2002.
SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. In: Revista Educação e
Realidade. Porto Alegre: UFRGS, 1990.
STOLLER, Robert. Recherches sur l’Identité Sexuelle. Paris: Gallimard, 1978 (tradução)