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AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA SOCIAL PARA DISCUSSÕES

SOBRE TRANSGÊNERO
THE CONTRIBUTIONS OF SOCIAL PSYCHOLOGY FOR DISCUSSIONS
ABOUT TRANSGENDER

BARBOSA,Tasiane¹
SILVA, Marlene
SIQUEIRA, Paula
SOUSA, Silvania
DE LUIZ, George²

RESUMO

Este artigo apresenta contribuições da psicologia social para as discussões sobre


transgeneridade, tem como objetivo evidenciar o papel do psicólogo na ressignificação e
na compreensão sobre o humano diante da diversidade de gênero. Destaca-se neste
estudo a contribuição da Psicologia para a desmistificação da visão da sociedade sobre
as pessoas Transgênero. Este trabalho, ao considerar a atuação do psicólogo, busca
delinear o acolhimento e apoio emocional às famílias e ao indivíduo. Os Transgêneros
são pessoas que possuem a compreensão de não pertencerem ao gênero designado pela
sua natureza biológica, ou seja, uma pessoa que se percebe como pertencente ao gênero
oposto ou nenhum dos dois sexos tradicionais, não correspondente à sua realidade, ou o
que foi lhe atribuído ao nascer. Para o desenvolvimento deste trabalho utilizamos a
pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico e documental, embasada em procedimentos
teóricos de autores e artigos especializados no tema discutido, oferecendo suporte e
conhecimentos específicos para certificação e veracidade dos dados previamente
constituídos. Como resultado é possível destacar que, a partir dos estudos realizados, se
faz necessária a interferência junto a sociedade em relação aos padrões previstos
culturalmente. Trata-se de uma investigação orientada pela perspectiva da Psicologia
Social, através da revisão bibliográfica, que problematiza os sentidos que cercam a
Transgeneridade, buscando um novo olhar crítico e reflexivo em relação à identidade de
gênero, bem como sobre a importância do psicólogo nesse contexto.

Palavras - chave: Psicologia. Transgênero. Identidade de gênero. Família. Social.

ABSTRACT

This article presents contributions from social psychology to the discussions about
transgeneracy, aiming to highlight the role of the psychologist in the re - signification
and understanding about the human face of gender diversity. It is highlighted in this
study the contribution of Psychology to the demystification of the society's view of
Transgender people. This work, when considering the performance of the psychologist,
seeks to delineate the emotional support and support to families and the individual.
Transgenders are people who have the understanding that they do not belong to the
genus designated by its biological nature, that is, a person who perceives himself as
belonging to the opposite gender or neither of the two traditional sexes, not

___________________________
¹ Graduandas do curso de Psicologia do Centro Universitário de Várzea Grande: Marlene Silva -
[email protected] ; Paula Siqueira - [email protected] ; Silvania Sousa -
[email protected] ; Tasiane Barbosa - [email protected] .
² Professor titular do Curso de Psicologia do Centro Universitário de Várzea Grande, doutor em
Psicologia Social pela PUC-SP.
corresponding to his reality, or what was attributed at birth. For the development of this
work, we used qualitative bibliographic and documentary research, based on theoretical
procedures of authors and articles specialized in the topic discussed, offering support
and specific knowledge for certification and veracity of data previously constituted. As
a result, it is possible to emphasize that, based on the studies carried out, it is necessary
to interfere with society in relation to culturally prescribed standards. It is an
investigation guided by the perspective of Social Psychology, through a bibliographical
review, that problematizes the senses that surround the Transgeneridade, seeking a new
critical and reflexive look at the gender identity, as well as on the importance of the
psychologist in this context.

Key - words: Psychology. Transgender. Gender identity. Family. Social.

1. INTRODUÇÃO

A denominação Transgênero envolve grupos variados de indivíduos que não se


identificam com o seu corpo e não se percebem de forma correspondente ao sexo
biológico e padrões atribuídos a eles ao nascimento, seja em comportamentos, papéis
determinados culturalmente ou psicologicamente, visto que a distinção entre homens e
mulheres é algo considerado natural na sociedade, ou seja, completamente de ordem
biológica e pouco perceptíveis como construção social (JESUS, 2012).
Os estudos de gênero, a partir dos resultados das manifestações de liberdade,
relacionados aos movimentos sociais feministas, foram iniciados entre os anos de 1960
a 1968. No entanto, no Brasil foi entre os anos de 1970 a 1980 que surgiram os campos
de estudos relacionados ao gênero, com objetivo de discutir à busca da igualdade, na
questão da diferença e reconhecimento cultural do gênero (ARAÚJO, 2005).
Nesse tocante, a partir dos estudos a respeito do Feminismo surge a Teoria
Queer nos Estados Unidos na década dos 80, com intuito de compreender as diferenças
do gênero na construção social, através da elaboração de novas formas de se repensar
tais processos de binarismo (crença construída em uma dualidade simples e fixa entre
indivíduos dos sexos feminino e masculino) como algo cultural, independente do sexo
biológico. A Teoria Queer foi incorporada no Brasil nos anos 90, com objetivo de
contestar os diversificados padrões de normalidades dos sujeitos, até então,
considerados e rotulados como “ilegítimos” à margem social (SILVA, BEZERRA e
QUEIROZ, 2015).

2
Para Jesus (2012), a sexualidade é formada por três elementos: orientação
sexual, identidade de gênero e sexo biológico.
A orientação sexual diz respeito à atração afetiva ou sexual de cada indivíduo
(erótico-afetivo), que substitui atualmente o termo “opção sexual”: bissexual,
heterrossexual e homossexual; enquanto à identidade de gênero refere-se à forma como
o indivíduo se vê e como deseja ser reconhecido pelas pessoas: transexual, travesti,
crossdresser, drag queen/transformista, drag king, transgênero e cisgênero; e já o sexo
biológico seria as características biológicas de cada indivíduo possui e como se
relaciona com a existência dos órgãos genitais (pênis, vagina ou ambos): macho
(homem) e fêmea (mulher).
De acordo com Silva et al. (2017), o termo gênero opõe-se ao sexo, pois há uma
diferenciação que os distingue, visto que, enquanto o gênero se refere ao aspecto social
construído, o sexo refere-se ao caráter biológico da identidade sexual.

No momento em que estabelece a separação sexo: biológico/gênero: social, a


linha de argumentação das diferenças de gênero baseadas na socialização
permite que o do fenômeno transgênero seja visto e compreendido fora da
moldura patológica em que é inevitavelmente posto dentro da linha de
argumentação baseada em determinismos biológicos (LANZ, 2014, p. 50).

Portanto, quando acontece a divisão entre sexo biológico (órgão sexual) e social
(construído socialmente), o transgênero é entendido como não patológico.
Para Bettcher e Garry (2009), o estudo acerca do Transgênero se inicia na
década de 90 nos Estados Unidos, a partir dos estudos feministas e da teoria Queer.

Estudos transgêneros surgiram no início dos anos 90 em estreita ligação com


a teoria queer. Pode ser melhor caracterizada como a vinda de voz de
(algumas) pessoas trans que há muito foram os objetos pesquisados de
sexologia, psiquiatria, psicanálise e teoria feminista (não trans). O pioneiro
de Sandy Stone, em seguida, Empire Strikes Back: Um Manifesto pós-
transgeneral" (1991) procurou ir além dessa bolsa, escrevendo a partir da
posição sujeito de uma (pós) transsexual. Ao reconhecer as pessoas trans
como seres humanos de carne e sangue com acesso a experiências de trans
nessa opressão transfóbica como ponto de partida, os estudos trans visam
abrir uma forma de teorizar trans, para pessoas trans e não-trans, que
idealmente resiste, Em vez de reforçar, mecanismos de transfobia. A
publicação do The Transgender Studies Reader em 2006 é evidência do
notável crescimento dos estudos trans pela sua idade (BETTCHER; GARRY,
2009, p. 1).

Desse modo, esses estudos de gênero e Transgênero são considerados


fundamentais para a compreensão dos impactos desses fenômenos gerados por sua
identificação em tais contextos (SILVA; BEZERRA; QUEIROZ, 2015).

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Partindo desse pressuposto, Lanz (2014) ressalta que os conflitos enfrentados
pela pessoa transgênero no meio social, na maioria das vezes, é em virtude de sua
conduta, seja ela por vestimentas, adereços ou mudanças físicas, aos quais são rotuladas
como infratores de normas e regras estabelecidas socialmente. Nesse sentido, é
relevante compreender o sujeito na sua trajetória de vida e, principalmente, que o
entenda a partir de sua subjetividade.
Conforme Lanz (2014), o gênero é uma construção social:

A construção social do gênero, desde as perspectivas avançadas na


Antropologia e Sociologia contemporâneas, envolve questões de poder e
dominação, mas remete também à especificidade humana de criar cultura-
símbolos, representações e identidades. Por outro lado, se bem podemos
afirmar que as sociedades humanas dão origem a diversas e ilimitadas formas
de interpretar e organizar o "sexo biológico", ressalta-se também que a
sociedade ocidental contemporânea ainda se apega à construção de gênero
conforme produzido pela poderosa "máquina binária" que continua
fabricando formas de pensar e agir profundamente dicotomizadas (LANZ, p.
47-48, 2014).

Diante do exposto, nota-se que a principal problematização no processo de


construção do gênero é a identificação do corpo. Isso considerando a autonomia do
indivíduo em que as representações, percepções, normas, valores culturais, que no caso
dos transgêneros, são vistos como “desviantes” e carregam para a vida do indivíduo a
estigmatização no seu processo de desenvolvimento, que gera a exclusão social de
reconhecimento da pessoa como tal, perante a sociedade (WAIMER, 2016).
Segundo Guimarães (2018), dentre as medidas para amparar os LBGTs
destacam-se o Projeto de Lei 122/2006, intitulado PL 5003 e apresentado em 2001 pela
então deputada federal Iara Bernardi (PT) de SP, com objetivo de inserir na Lei do
Racismo (nº 7.716/1989), os crimes por orientação sexual e identidade de gênero. Nesse
sentido:

O STF iniciou o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por


Omissão (ADO) e do Mandado de Injunção (MI), que discutem suposta
omissão do Congresso Nacional em editar lei que efetive à criminalização
para atos de homofobia e transfobia. Partes e entidades interessadas se
manifestam no STF sobre criminalização da homofobia. O tema está em
discussão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) e do
Mandado de Injunção (MI), ajuizadas, respectivamente, pelo Partido Popular
Socialista (PPS) e pela (ABGLT)-Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e
Transgêneros (STF, p. 1, 2019).

Atualmente, no Brasil, a LGBTFobia é considerada crime, equiparado ao


racismo, de acordo com o STF (2019), amparado pela Lei n. 7.719/89,

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[...] medida em que tais condutas importam em atos de segregação que
inferiorizam membros integrantes do grupo LGBT, em razão de sua
orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, ainda, porque tais
comportamentos de homotransfobia ajustam-se ao conceito de atos de
discriminação e de ofensa a direitos e liberdades fundamentais daqueles que
compõem o grupo vulnerável em questão (STF, p.1, 2019).

Consonante ao STF (2019) está o código de ética que rege a atuação do


profissional de Psicologia. Isso pois, no que se refere aos atos homofóbicos e
transfóbicos, que traduzem aversão e ódio, proveniente da identidade de gênero ou da
orientação sexual do indivíduo, é possível considerar que traduzem um tipo de racismo
social, sejam por motivos reais ou falsos, que advém de condutas preconceituosas e
discurso ofensivo em relação ao direito e liberdades.
Nesse sentido, segundo o código de ética (2005), o psicólogo pode ser um
importante aliado na orientação da pessoa, dos familiares e da população em geral, a
respeito da discriminação em função da identificação de gênero e, desse modo,
contribuir tanto na inserção do indivíduo no contexto social quanto em seu
reconhecimento como pessoa ativa, em processo de construção.
O CFP (2018) possui uma “Campanha contra discurso de ódio e a violência”,
que envolve a luta contra a transfobia, com a finalidade de proibir o discurso de ódio
direcionados à população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, às
pessoas que fazem uso de drogas, às mulheres, às pessoas usuárias de serviços de saúde
mental, às crianças e adolescentes vulnerabilizados, às pessoas privadas de liberdade e
àquelas com diferenças funcionais.
A atuação do psicólogo em face aos pacientes transgêneros deve ser orientada
pelos princípios do Código de Ética Profissional, visando a promoção da saúde e o
fortalecimento e ampliação de direitos, através do acolhimento psicológico, a partir do
qual será possível conhecer a história de vida da pessoa, mantendo uma relação de
respeito com ela, o que possibilita que a mesma tenha autonomia para tomar suas
próprias decisões. Tais ações promovem o autoconhecimento e o desenvolvimento da
sua nova identidade, ajudando a superar as crenças e enfrentar os desafios quanto ao
preconceito e discriminação (CFP, 2005).
De acordo com os princípios éticos da profissão de psicólogo (CFP, 2005), que
visam a qualidade de vida para os indivíduos, suas identidades deveriam ser tratadas de
maneira digna e igualitária com valorização da cidadania, com direitos de ir e vir em
qualquer espaço social. Dito isso, questionamos: como a Psicologia Social pode

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contribuir para ressignificar o olhar da Sociedade brasileira sobre as pessoas
Transgêneros?
Partindo desse pressuposto, este trabalho aborda as produções acadêmicas sobre
o Transgênero na perspectiva da Psicologia Social. Segundo Lane (2006), pode se dizer
que são inúmeros os estudos e pesquisas baseadas na identificação do próprio sujeito em
seu corpo, tema este de extrema relevância para a contribuição de maior entendimento
junto a sociedade.
Para subsidiar este estudo foram utilizados artigos, revistas e livros sobre a
temática, trazendo conhecimento sobre as características físicas e biológicas, pois essas
nada têm a ver com as escolhas, em que cada experiência de vida é distinta e única para
cada sujeito. E, em relação ao contexto atual do transgênero, é fundamental a
conceituação da identificação do eu, a partir da subjetividade do sujeito e como o
mesmo se percebe na interação social.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Psicologia Social

Segundo Lane (2006), a Psicologia Social estuda o comportamento de


indivíduos, levando em conta o meio no qual estão inseridos culturalmente.
O indivíduo desde seu nascimento possui seu contexto histórico, em que é
imposto um padrão com regras, desenvolvidas por cada sociedade, sendo considerado o
modo correto de viver. Isso “Significa que a sociedade tem normas e/ou leis que
institucionalizam aqueles comportamentos que historicamente vêm garantindo a
manutenção desse grupo social” (LANE, 2006, p.13).
Nesse sentido, no contexto histórico-social é que a identidade se relaciona com
a multiplicidade, visando destacar que os indivíduos são diferentes e, por possuírem sua
própria particularidade, há uma confrontação com outras pessoas, sendo isso relevante
para a constituição da identidade social (LANE, 2006).
Ainda, para Lane (2006, p.64):

Enquanto o homem não recuperar para si a sua atividade que é, psicológica,


social e historicamente, pensamento e ação, e que só ocorre através da sua
relação com os outros homens, concretizando o pensamento na comunicação
e a atividade em ações cooperativas, ele estará alienado de sua própria
realidade objetiva, com uma falsa consciência social e, consequentemente,
com uma falsa consciência de si.

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Dessa forma, de acordo com Lane (2006), o indivíduo realiza a construção do
seu “eu” a partir da relação com outras pessoas e através do processo de interação que é
desenvolvida a sua identidade social. No entanto, poderá haver mudanças em sua
identidade, por meio da consciência de si, quando o indivíduo busca questionar os
papéis determinados dentro do grupo social em que se encontra inserido.
Sendo assim, a partir dos estudos relacionados ao Transgêneros, podemos
observar que fomos moldados na infância e “crescemos sendo ensinados que homens
são assim e mulheres são assado”, porque “é da sua natureza”, e “costumamos
realmente observar isso na sociedade”, de modo que somos construídos socialmente
desde o nascimento, sem sequer existir o direito de escolhas (JESUS, 2012, p. 7).

2.2 Psicologia Social e Transgênero

A Psicologia inicia seus estudos sobre o transgênero através da sexualidade, no


século XIX, com direcionamentos “para a psicofísica e para as pesquisas sobre as
relações dos sistemas sensoriais-incluindo à excitação sexual e as chamadas respostas
sexuais”. E, já no século XX, podem ser constatados na obra de Foucault, os saberes
“psicológicos”, “sociais” e “médicos” que juntamente explicitam à construção social do
gênero, do qual o “sexo” entra como discurso a partir do moralismo burguês,
alcançando o poder de demonstrar a verdade do indivíduo e seu interior (TONELI,
2008, p. 63-64).
Ainda, segundo Toneli (2008), a sexualidade teve seu marco histórico no campo
da Psicologia a partir das influências dos modelos “fisicalistas” (universalista, redutor à
natureza, próximo do essencialismo biomédico), modelos “românticos” (simbolizantes e
psicossociológicos) e com a produção científica que marca a expressão do gênero, ora
em busca da perspectiva generalista (visão com amplo conhecimento) ora na busca da
singularização (de acordo com a particularidade). Além disso, é preciso ressaltar, por
último à influência biomédica, identificada até na atualidade.
O Conselho de Psicologia através dessa identificação, contribui para alertar os
psicólogos brasileiros sobre a questão da homossexualidade, expressando seus
conhecimentos de que a sexualidade não constitui doença, perversão e nem distúrbio,
permitindo assim, esclarecimentos de saberes a respeito da temática abordada no
contexto da atuação profissional (CFP, 2005).

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Segundo o médico e psicólogo Havelock (1859-1939) em seus estudos na área
da psicologia transgênero, com concordância de Hirschefeld em relação ao fenômeno,
mesmo que não usando o mesmo termo de travestismo os indivíduos gozavam de
perfeito equilíbrio mental e levavam uma vida normal, sem causar danos nem a si e nem
a outrem (LANZ, 2014).
Portanto, de acordo com Lanz (2014), o termo Transgênero é uma busca de
adequação e reconhecimento da pessoa frente a sua aparência. A partir dessa
denominação, o indivíduo percebe-se no corpo biológico que, em razão de sua natureza,
seus comportamentos são considerados como violadores das regras estabelecidas pela
sociedade.
O transgênero se refere à uma identidade que não é correspondente ao órgão
genital de nascimento, ocasionando um conflito interno para à pessoa, o qual é
denominado na forma de se identificar e ser identificado, seja ele masculino ou
feminino perante a sociedade (JESUS, 2012).

As pessoas podem se descobrir e/ou se revelar transgêneras em qualquer


estágio ou circunstância das suas vidas: ainda como crianças ou em plena
adolescência, adultos jovens, na meia idade ou já idosos, casados, solteiros,
divorciados, com ou sem filhos. Algumas pessoas transgêneras vão se
revelando naturalmente, na medida em que crescem, simplesmente tendo a
coragem de adotarem posturas diferentes dos demais, como uma mulher que
se expressa publicamente de modo considerado masculino ou um homem que
faz coisas consideradas femininas. Para essas pessoas, não existe a questão da
visibilidade e muito menos da revelação pública, uma vez que elas já
abraçam abertamente a sua própria diversidade de gênero, enfrentando toda a
pesada carga de sanções sociais pelo seu “desvio de gênero” (LANZ, 2014, p.
138).

Todavia, segundo a autora supracitada, o transgênero está para além do sexo,


pois envolve a auto percepção de si mesmo em relação à identificação e a forma como a
pessoa se expressa socialmente. Uma pessoa é um ser único, tanto na forma de ser
quanto na maneira de agir, seja em características ou identificação. Nesse entender
todos são distintos uns dos outros, pois possuem diferenças em questões de gostos, raça,
gêneros, condição social, idade, religião, lugar onde nasce e se desenvolve, habilidades
psicológica e física, dentre outras extensões que distinguem a variedade de modos
vivenciados pelo mesmo, ao qual o gênero vai além do que se percebe no aspecto de
desenvolvimento humano, ou seja, o transgênero não é definido pela genitália, e sim
pelo identificação do corpo e como o mesmo se percebe.

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No que diz respeito ao registro civil, é importante destacar que a identificação do
gênero não é idêntica ao psicológico da pessoa, tal reconhecimento concebe uma
importante abertura para a efetivação dos direitos constitucionais referentes à igualdade,
fazendo com que diminua as implicações psicológicas e impeça constrangimentos nos
contextos em que as pessoas se inserem (SANTOS, 2017).
Conforme o Parecer do Conselho Nacional de Combate à discriminação e
promoção dos direitos de lésbicas, gays. travestis e transexuais; a Resolução Nº 12 De
Janeiro de 2015, do Governo Federal diz respeito às decisões que são reconhecidas
como direitos do grupo LGBT, com o objetivo de garantir as condições de acesso e
existência, em vários campos sociais dos indivíduos que possuem sua identidade de
gênero não respeitada pela sociedade (CNCD/LGBT, 2015).
A resolução Nº 12 (p. 1-2) destaca que:

Art. 1°- Deve ser garantido pelas instituições e redes de ensino, em todos os
níveis e modalidades, o reconhecimento e adoção do nome social àqueles e
àquelas cuja identificação civil não reflita adequadamente sua identidade de
gênero, mediante solicitação do próprio interessado.

Art. 2°- Deve ser garantido àqueles e àquelas que o solicitarem, o direito ao
tratamento oral exclusivamente pelo social, em qualquer circunstância, não
cabendo qualquer tipo de objeção de consciência.

Art.3°- o campo “nome social” deve ser inserido nos formulários e sistemas
de informação utilizados nos procedimentos de seleção, inscrição, matrícula,
registro de frequência, avaliação e similares.

Art. 4°- Deve ser garantido, em instrumentos internos de identificação, uso


exclusivo do nome social, mantendo registro administrativo que faça a
vinculação entre o nome social e a identificação civil.

Art. 5°- recomenda-se a utilização do nome civil para a emissão de


documentos oficiais, garantindo concomitantemente, com igual ou maior
destaque, e referência ao nome social.

Art.6°- Caso haja distinções quanto ao uso de uniformes e demais espaços


segregados por gênero, quando houver, de acordo com identidade de gênero
de cada sujeito.

Art.7°- Caso haja distinção quanto ao uso de uniforme e demais elementos de


indumentária, deve ser facultado o uso de vestimentas conforme e identidade
de gênero de cada sujeito.

Art.8°- A garantia do reconhecimento da identidade de gênero deve ser


estendida também a estudantes adolescentes, sem que seja obrigatória a
autorização do responsável.

Art. 9°- Estas orientações se aplicam, também, os processos de acesso às


instituições e sistemas de ensino, tais como concursos, inscrições, entre

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outros, tanto para as atividades de ensino regular ofertadas continuamente
quanto para atividades eventuais.

Art.10°- Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

De acordo com o site de Academia do Psicólogo (2017), no que diz respeito aos
direitos dos transgêneros no Brasil, pode se perceber que os profissionais não estão
preparados o suficiente para atender e identificar este público alvo. Sendo assim, é de
extrema relevância que o profissional psicólogo, em sua atuação, busque compreender
minuciosamente sobre a temática gênero, promovendo a ressignificação e bem-estar
social das pessoas que atendem.
A Resolução do CFP N° 001/99 de 22 de março de 1999 "[...] estabelece normas
de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual", ao qual
busca a compreensão do indivíduo em seu contexto (CFP, 1999, p.1):

CONSIDERANDO que o psicólogo é um profissional da saúde;

CONSIDERANDO que na prática profissional, independentemente da área


em que esteja atuando, o psicólogo é frequentemente interpelado por
questões ligadas à sexualidade.

CONSIDERANDO que a forma como cada um vive sua sexualidade faz


parte da identidade do sujeito, a qual deve ser compreendida na sua
totalidade;

CONSIDERANDO que a homossexualidade não constitui doença, nem


distúrbio e nem perversão;

CONSIDERANDO que há, na sociedade, uma inquietação em torno de


práticas sexuais desviantes da norma estabelecida sócio-culturalmente;

CONSIDERANDO que a Psicologia pode e deve com seu conhecimento para


o esclarecimento sobre as questões da sexualidade, permitindo a superação de
preconceitos e discriminações.

De acordo com o CFP (1999), a Psicologia coopera com informações e


esclarecimentos em relação a sexualidade, dando suporte e condições para que o sujeito
reflita sobre seu modo de viver e reconheça sua compreensão de si como algo que não
pode ser entendido como patológico.
Portanto, mediante a seguridade social dessa resolução 001/99 do CFP, há
questões relacionadas à sexualidade, as quais o psicólogo atua de forma a: esclarecer,
compreender, superar a estigmatização, promover reflexões, ressignificar o olhar
humano, evitar quaisquer danos e prejuízos emocionais, facilitar a convivência nas
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relações sociais estabelecidas, atravessar os preconceitos e ações de exclusão, intervir
com cuidados profissionais qualificados e aptos, cooperar para o bem-estar e inclusão
do indivíduo.
No entanto, os itens citados acima, são considerados de extrema importância na
atuação do profissional da Psicologia, na redução da angústia e do sofrimento psíquico
da pessoa. Assim, torna-se pertinente reafirmar que:

Art. 1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão


notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e
bem-estar das pessoas e da humanidade.

Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma


reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e
estigmatização contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas
homoeróticas.

Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a


patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão
ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não
solicitados. Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e
serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de


pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a
reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais
como portadores de qualquer desordem psíquica.

Art. 5° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 6° - Revogam-se todas as disposições em contrário (CONSELHO


FEDERAL DE PSICOLOGIA, 1999, p. 2).

De acordo com o CFP (2013), o psicólogo deve ter interesse em pesquisas e


estudos culturais na área de gênero e sexualidade com objetivo de procurar amparo
teórico para compreensão desse contexto social para suplantação da
heteronormatividade.
Partindo também nessa direção, a Resolução 001/2018 na data de 01 de janeiro
de 2018, “[...] estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em
relação às pessoas transexuais e travestis”, e por meio das atribuições legais da
profissão, aos quais o código de ética sustenta a atuação, de acordo com os direitos e
deveres previstos nos princípios fundamentais (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2018, p. 1).
Segundo o Programa Nacional de Direitos Humanos, Brasil (2002), o sujeito
necessita ser valorizado e incentivado em seu processo de transformação, envolvendo a

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capacidade de constituir novos significados no contexto social, visando liberdade,
igualdade e qualidade de vida dos mesmos, buscando melhores alternativas para lidar
com os anseios e valores culturais estabelecidos pela sociedade, levando em
consideração a interação com o mundo na construção de sua subjetividade.
Nesse sentido, se faz necessário ao profissional que atua junto a população trans:

114. Propor emenda à Constituição Federal para incluir a garantia do direito à


livre orientação sexual e a proibição da discriminação por orientação sexual.

115. Apoiar a regulamentação da parceria civil registrada entre pessoas do


mesmo sexo e a regulamentação da lei de redesignação de sexo e mudança de
registro civil para transexuais.

116. Propor o aperfeiçoamento da legislação penal no que se refere à


discriminação e à violência motivadas por orientação sexual.

117. Excluir o termo ‘pederastia’ do Código


Penal Militar.

118. Incluir nos censos demográficos e pesquisas oficiais dados relativos à


orientação sexual (BRASIL, 2002, p. 12).

Assim, de acordo como Programa Nacional dos Direitos Humanos, Brasil


(2002), a pessoa deve ser amparada com seguridade, integridade, e direitos igualitários,
independentemente da orientação sexual que possua, sendo necessário oferecer suporte
em ações informativas, com garantias de direito à liberdade de expressão, incluindo
campanhas publicitárias administradas por profissionais da saúde, da comunicação e dos
direitos.
Tais ações podem promover a conscientização sobre as diferenças subjetivas de
cada ser humano, através da precaução ao combate da violência, da discriminação e do
preconceito, com prestação de esclarecimentos estatísticos da situação populacional e
capacitação dos profissionais da área da educação, do social, do jurídica, dentre outras,
além de incentivar a inclusão de programas tanto familiar, quanto escolar, em defesa do
livre-arbítrio e cidadania, utilizando-se do amparo e proteção das instâncias
especializadas, seja no Poder Judiciário, no Ministério Público, ou no Sistema de
Segurança Pública.

3. METODOLOGIA

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Para a realização deste estudo optou-se pela pesquisa qualitativa de cunho
bibliográfico e documental. Bibliográfico, pois a revisão da literatura oferece suporte
para o embasamento dos conhecimentos teóricos sobre a temática à luz das
contribuições da Psicologia Social.
Foram considerados para esta pesquisa, documentos que pautam a atuação do
profissional de Psicologia, como: Código de Ética; Direitos Humanos; Resolução do
CFP N° 001/99; Resolução do CFP N° 001/2018 e Resolução N° 12. O presente estudo
se ancora no referencial teórico-metodológico da Psicologia Social de base crítica.
Para tanto, a pesquisa qualitativa trata essencialmente de conjuntos de técnicas a
serem adotadas para construir uma realidade que visa trabalhar o universo de crenças,
valores, significados e outros construtos profundos das relações (MINAYO, 2001).
No entanto, a pesquisa bibliográfica, que tem como objetivo colocar o
pesquisador em contato com as referências já existentes sobre determinado assunto,
possibilitando analisar e descrever o que já foi dito e contribuir a partir de uma nova
perspectiva foi um recurso utilizado (LAKATOS; MARCONI, 2003).
Para elaboração deste artigo foram descritos os resultados da pesquisa
documental e bibliográfica, com de coleta de dados a partir de fontes secundárias,
utilizando ideias de artigos, livros e revistas de autores renomados e especializados no
assunto em questão.
Neste sentido, foram utilizados artigos publicados entre os anos de 2005 a 2018,
baseados em análises do objeto de estudo, ou seja, o Transgênero, visando maior
entendimento do pesquisador sobre o tema estudado, visto que o profissional da
Psicologia atua pautado na ética, de acordo com os documentos que asseguram os
direitos humanos e estabelecem resoluções que dão à população LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros), apoio quanto aos direitos
relacionados à promoção da qualidade de vida e bem-estar.
O levantamento foi realizado a partir de artigos e documentos científicos, nas
plataformas Scielo, Pepsic, revistas e livros científicos, com base nas palavras chave:
Psicologia; Transgênero; Identidade de gênero; Família; e Social. Foram feitos recortes
de artigos, livros e revista com o intuito de contribuir com informações de novas
perspectivas sobre o tema abordado.
A partir das análises do tema estudado e diante das temáticas apoio e aceitação
na interação do Transgênero com o meio social, foi possível problematizar os assuntos

13
existentes, evidenciando o importante papel da Psicologia Social para a contribuição
sobre questões de desmistificação, exclusão, preconceito e da discriminação do sujeito,
na visão da sociedade.
Inicialmente foram encontrados 830.000 termos referentes ao tema LGBT. E,
após a leitura, foram selecionados e categorizados pelas temáticas: três artigos sobre
Interação Social, quatro artigos sobre Apoio social, três artigos sobre a Aceitação
familiar e três artigos sobre o Contexto de Sociabilidade sob a perspectiva psicológica:
Construcionista, Sócio histórica, Psicologia Social e no Contexto escolar.
Foram utilizados para a presente discussão, 13 artigos, 4 sites, sendo 5 livros e 4
documentações da atuação do profissional da psicologia na promoção de direitos
estabelecidos e assegurados nos direitos humanos, sendo todos fundamentados em
pesquisas bibliográficas, para estudos e verificações sobre o assunto abordado.
Sobre os critérios aplicados para inclusão, foram analisados os artigos
publicados entre os anos de 2005 a 2018, a partir das palavras chave, artigos escritos em
português, artigos on-line, livros científicos, revistas que buscam a melhoria na
qualidade de vida através do respeito, da aceitação, do apoio e do suporte na construção
do sujeito, com contribuições da psicologia para a interação social.
Os critérios de inclusão, foram artigos atuais, que relacionam o tema,
problematizando o preconceito, a agressão, o risco, a vulnerabilidade e a discriminação
do transgênero no contexto social.
Inicialmente foram feitas as análises de dados em estudos focados em indivíduos
Transgêneros, a partir das pesquisas encontradas em artigos e livros científicos, levando
em consideração as publicações fundamentadas, conforme a contribuição da Psicologia
Social na ressignificação do social. Tendo em vista o objetivo de selecionar artigos que
buscavam discutir a promoção da igualdade de gênero em todos os contextos existentes,
sejam esses na: isonomia, inserção, dignidade e na luta contra a violência.

4. RESULTADOS

Em consonância com os itens revisados, foram encontrados respectivamente oito


artigos, os quais embasam o tema abordado, ou seja, o Transgênero. O material foi
dividido em categorias temáticas, perspectivas psicológicas e palavras chave do assunto
em questão.

14
Tabela I: Resultado de Busca de Artigos
Artigos (2005-2018)
Categorias temáticas Perspectiva Palavras-Chaves
Psicológica
Interação Social (III) Construcionista Interação, construção do eu,
identidade social, contribuição,
psicologia.
Apoio Social (III) Psicologia Social Apoio/suporte social, Identidade do
eu, estado social, psicologia.
Aceitação familiar (III) Sócio Histórico Modificação corporal,
transformação, preconceito,
aceitação, gênero, exclusão.
Contexto de Sociabilidade Social Risco, vulnerabilidade, aparência,
(III) convivência, violência.

Discriminação e violência Contexto Escolar Preconceito, insulto, agressão,


escolar (I) discriminação, exclusão,
estigmatização.

Fonte: elaborada pelas autoras.

A partir de levantamento de pesquisas acadêmicas realizadas de 2005 a 2018 no


Brasil, houve um crescimento em estudos desenvolvidos sobre a contribuição da
Psicologia com enfoque nos transgênero.
Essa pesquisa, a partir das plataformas Scielo, Pepsic, artigos e livros, permitiu
perceber as contribuições da Psicologia para discussão sobre os transgêneros. Nessa
concepção, os estudos retratam as dificuldades enfrentadas pelos Transgêneros na
socialização.
Em seguida, é apresentada a síntese dos trabalhos encontrados, buscando
compreender o tema em questão e abordando os termos utilizados para a conceituação
relacionada ao sexo, gênero e orientação sexual, com base em teorias fundamentadas
por diversificados autores, destacando a vivência da população LGBT e os impactos
resultantes dos sofrimentos enfrentados, devido à discriminação, desrespeito,
desigualdade e exclusão do indivíduo. Nesse sentido, são apontadas as contribuições da
Psicologia, visando o sujeito em sua integralidade, promovendo meios de igualdade,
inclusão e respeito na produção da subjetividade de cada um.
Alvarenga e Felipe (2012) relatam a importância em reduzir o preconceito entre
gêneros que não sejam heterossexuais. Para tal empreitada tais autores, abordam para a

15
contribuição que a produção acadêmica pode dar na ampliação de conhecimentos sobre
o tema.
Araújo (2005) busca compreender a subjetividade e mudanças nos impactos em
que as transformações causam nas relações de transgêneros, conforme apontado no
artigo, debates que visam uma nova forma de construção da diferença e igualdade nas
relações de gênero se fazem necessários.
Benedet et. al. (2013) propôs que a psicologia faça uma análise sobre as
possibilidades de diagnosticar sujeitos que experimentaram a transexualidade sem se
submeter a processos biomédicos, tal estudo possibilitou a esses sujeitos ter uma
percepção de sua imagem antes e depois das mudanças vivenciadas.
Borges et.al. (2013) destacam a importância da investigação através de pesquisa
no meio acadêmico para analisar se a psicologia ao estudar sobre gênero, sexualidade,
homossexualidade e\ou homossexual(is), observa algum fator de mudança na
significação desseobjeto de estudo.
Carvalho (2015) aborda que no decorrer dos tempos gênero e sua compreensão
passaram por mudanças, transformações, mais que apesar da modernidade o
preconceito, a exclusão, a discriminação ainda é algo comum que causa efeitos e
sentimentos ruins, sendo assim, destaca que a psicologia necessita propor uma reflexão
a respeito do entendimento acerca dos aspectos psicológicos inerentes à temática.
Guimarães (2018) analisa as categorias de pertencimento acerca do indivíduo
LGBT, com propostas da Câmara dos deputados de projeto de lei contra a homofobia,
com objetivo de incluir tais ações de discriminação, na lei de crime racial.
Lanz (2014) apresenta o questionamento sobre a transição de gênero, uma vez
que se torna desrespeitosa ao dispositivo binário de gênero.
Lomando e Nardi (2013) destacam que a revisão de literatura nacional sobre as
conjugalidades nas experiências de travestis e, mulheres e homens transexuais pode
contribuir para maior compreensão acerca de como a sexualidade é vivenciada no
contexto desses indivíduos.
Silva e Santos (2014), ao desenvolverem um estudo acerca da contribuição da
psicologia para a noção de diversidade sexual, destacam que o cenário contemporâneo
está enredado pelos processos de medicalização e psicopatologização das diferenças.
Silva et.al. (2015) apresentam pesquisas realizadas de 2013 a 2014 com objetivo
de entender o resultado dos “impactos das identidades do transgênero na sociabilidade

16
de travestis e mulheres transexuais” (p.364), o resultado do referido estudo evidenciou
que as identidades de transgênero refletem de forma negativa no meio social, forçando a
situação de vulnerabilidade e causando vários tipos de sofrimento.
Silva et.al. (2017) identificaram as interpretações de pessoas transgênero durante
seu trajeto de vida. Tal estudo contribui para compreensão acerca da construção de si do
transgênero
Toneli (2008), em seu artigo, coloca em debate o entendimento da diversidade
sexual no contexto contemporâneo algo que de certo modo é trabalhado nos estudos
descritos anteriormente
Waimer et.al. (2016), promovem discussões a respeito da identidade com foco
nas identidades transgênero, tal trabalho contribui para despatologização da identidade
trans.
Em síntese, o levantamento das pesquisas possibilitou conhecer as perspectivas
elencadas pelos autores, bem como as contribuições da Psicologia para a compreensão
sobre a relevância da visibilidade do indivíduo como um todo, tendo em vista a
aceitação, a interação social, o apoio e a inclusão social, no processo de
despatologização da forma de olhar para o transgênero, devido às diversidades
existentes.

5. DISCUSSÃO

Diante dos dados apresentados, foi possível encontrar perspectivas relevantes


que contribuem para a compreensão da temática abordada neste estudo. Por meio dos
artigos, no que se especifica a efetividade da pesquisa, sendo respectivamente
representados através do: Construcionista, Psicologia Social, Sócio-histórico, Social e
Contexto Escolar.
Nesse sentido, torna-se importante destacar que a linha Construcionista: por
meio de Silva e Santos (2014); Borges et. al. (2013), visa a categoria da interação social
do transgênero, na construção de identidade com contribuições da psicologia social na
inclusão das desigualdades e compreensões da naturalização entre os sexos e
principalmente, na integração do sujeito em prol dos direitos humanos, com promoção
de apoio e suporte, perante a aceitação do mesmo, ao meio social no enfrentamento da
estereotipia do gênero.

17
A Psicologia Social: subsidia a categoria de apoio social, segundo Toneli
(2008), Benedet. et. col. (2013), Lomando e Nardi (2013), na qual a lógica transcende
pela não patologização por sua condição é defendida, devido ao preconceito e
discriminação do mesmo, e pensando nessa direção, há uma extrema necessidade de
uma rede que favoreça esse universo trans, de maneira que se sintam aceitos e inseridos
nas relações sociais, tanto nas amizades, quanto na família ou grupos constituídos, de
modo que seja satisfatório o seu pertencimento diante da identidade e estado social do
transgênero.
Na compreensão Sócio-histórica: de acordo com Araújo (2005) e Carvalho
(2015), a aceitação familiar pode ser vista a partir das relações sociais estabelecidas
pensada sob a perspectiva sócio histórica, na qual prevalece a cultura conservadorista,
afetando, assim, fortemente à população trans, sendo predominado pelas ações e valores
estabelecidos, de maneira que o preconceito e à discriminação se torna influenciável no
modo de pensar a postura do outro. E em contrapartida a essa ideia, pode se pensar nas
dificuldades e conflitos enfrentados pela população transgênero diante dos familiares,
na busca da valorização, reconhecimento e principalmente na representatividade em
relação ao sexo pertencente.
A perspectiva Social: com autores como Silva et. col. (2015), Lanz (2014),
Waimer et. col. (2016), traz a categoria do Contexto de Sociabilidade, que tem como
perspectiva psicológica o Social, em que foi demonstrado que a expressão do
transgênero reflete de forma negativa, em sua convivência, incluindo a sua aparência e o
seu comportamento, tendo como consequências, a vulnerabilidade social, violência,
riscos à sua integridade física, moral e pessoal. No ambiente social, todos os indivíduos
são distintos, porém, na vivência social muitas vezes não são aceitos e respeitados.
Contexto Escolar: no que se refere à categoria de discriminação e violência
escolar, os autores Silva et. al. (2017), Alvarenga e Felipe (2012) e Guimarães (2018),
evidenciam que o indivíduo sofre discriminação, exclusão, agressão, e encontram
dificuldades para expressar sua identidade. Para os autores, no contexto escolar são
comuns os relatos de dificuldade para serem identificados, pelo nome social nas listas
de presença, utilização do uniforme de acordo com o gênero, como também o uso dos
banheiros e vestiários. E, é na construção de novas formas, que a escola, ajuda que o
indivíduo construir sua singularidade, possibilitando a compreensão e respeito de sua
identidade, e principalmente a desconstrução do preconceito.

18
Sendo assim, no que se refere ao conteúdo dos trabalhos e suas temáticas
supramencionadas, três assuntos foram identificados sobre a interação social, dois a
respeito do apoio social, três de aceitação familiar, três no contexto de sociabilidade e
por último, um sobre discriminação e violência escolar.
E, de acordo com a pesquisa realizada, os autores Silva e Santos (2014), Borges
et. al. (2013), quando se menciona a temática de interação social, a qual a perspectiva
psicológica é construcionista, as relações são constituídas e estabelecidas entre pessoas
no meio social, sendo empregadas as palavras chaves de interação, construção do eu,
identidade social e contribuição, principalmente da psicologia, ao qual se torna
necessária nesta colaboração da constituição diária, nas relações sociais.
No quesito de apoio social, nos três artigos dos autores Toneli (2008), Benedet.
et. al. (2013), Lomando e Nardi (2013), apresentam a realidade na inserção do indivíduo
ao convívio familiar e em sociedade, ao qual a psicologia social entende que o mesmo
se desenvolve a partir das experiências vivenciadas em sociedade e dentro das mesmas,
muitas vezes esses aspectos sociais se ausentam em questão de suporte na identidade do
eu, de forma subjetiva ao seu estado social, devido ao meio no qual está inserido.
E referente a aceitação familiar, três artigos Araújo (2005), Carvalho (2015),
Silva et. al. (2017), estão direcionados pelo entendimento sócio histórico, em que o
indivíduo se constrói e se transforma de acordo ao que está a sua volta, o que
infelizmente, nem sempre é favorável para a constituição como pessoa em sociedade, ao
qual a cultura determina e acredita em regras impostas de forma coletiva com normas
que devam ser seguidas, tendo comportamentos da não aceitação na modificação
corporal do indivíduo em relação ao gênero, com preconceitos e exclusão social na vida
social dos mesmos.
Com base no contexto da sociabilidade, foram apresentados três artigos dos
autores Toneli (2008), Benedet. et. al. (2013), Lomando e Nardi (2013), que propagam a
vivência na perspectiva social, de maneira a qual a realidade seleciona e discrimina o
indivíduo por sua origem ou gênero no convívio social, por considerar ser um sexo
diferenciado dos demais, que superficialmente são estimados como “normais”,
envolvendo alguns desconfortos à pessoa transgênero, que devido a sua aparência e em
muitos casos, a vulnerabilidade social, sofrida constantemente no processo de exclusão,
causa risco à violência por parte da sociedade, fazendo com que o indivíduo deixe de
desfrutar seus direitos e deveres como pessoa.

19
E em relação à discriminação e violência, foi evidenciado em um artigo do autor
Silva et. al. (2017) no contexto escolar, em que o indivíduo sofre preconceitos e
encontra dificuldades por fugir de padrões determinantes e por comportamentos
inadmissíveis pela sociedade, e a partir dessa premissa sofrem insultos, discriminação,
estigmatização, exclusões e em muitos casos agressões, tanto verbalmente, quanto
fisicamente.
Portanto, no que se refere ao tema abordado, as categorias evidenciam fortes
indícios de que a sociedade é extremamente crítica por ter dificuldades em aceitar a
forma de interação da pessoa transgênero, em face de como ela se percebe, ou seja, o
gênero que a mesma se sente, a fim de ser compreendido pelo social, de modo
particular, e que a influência da sociedade tem grande valor na construção do eu e nas
relações constituintes.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se inferir, a partir desta análise e discussões trazidas pelos autores citados,
que se faz necessária a interferência junto a sociedade em relação aos padrões previstos
culturalmente no meio social, compreendendo que, a construção de ser do transgênero,
não é vista como adequada às normas aceitáveis ao olhar da coletividade que, na
maioria das vezes traz a visão estigmatizadora e discriminatória ao modo de ser da
pessoa, seja homem ou mulher.
E consequentemente, a partir deste trabalho, foi possível compreender que o
indivíduo Transgênero enfrenta dificuldades tanto em pontos de aceitação, quanto de
visibilidade e inserção como pessoa no mundo, pelo fato do mesmo se perceber em
corpos opostos ao que lhe foi atribuído ao nascimento, e principalmente na forma de se
constituir e se transformar no meio no qual está inserido e nas relações sociais em que o
indivíduo estabelece a valorização de si.
Nesse sentido, a Psicologia pode contribuir para ressignificação de uma nova
percepção em relação aos transgênero. E, no que se refere ao estudo em questão, foi
limitado acerca da psicologia social no Brasil.
É diante desta questão que, segundo Lane (2006), a Psicologia Social tem
objetivo de contribuir com auxílio e desenvolvimento de autonomia no indivíduo,
respeitando os aspectos subjetivos de cada um, garantindo à sobrevivência na relação

20
entre indivíduo e sociedade, levando em consideração as influências sociais que o cercam,
seja em costumes ou culturalmente.
Uma ênfase importante é que a Psicologia Social pode facilitar um novo olhar
crítico e reflexivo, a fim de desmistificar a visão discriminatória e estigmatizada sob o
indivíduo, na referente problemática das representações de papéis na identidade social,
tendo em vista fomentar a reflexão e a ressignificação, atribuindo assim, novos
significados em seu trajeto de vida.
Partindo dessa premissa, um novo estudo pode ser feito no âmbito familiar, o
que contribuirá para o acolhimento e compreensão em relação ao indivíduo transgênero.
Ao abranger o estudo acerca da família, será fundamental ajudar e fortalecer a estrutura
emocional e os desafios e preconceitos enfrentados pelos transgêneros. E, através deste
estudo foi constatado que, quando identificado pela sociedade, o transgênero tende a ser
visto como alguém que foge às normas e regras sociais, enfrentando preconceitos e até
retaliações.
Por fim, a percepção como um todo da problemática existente, está relacionado
ao processo de mudança de um novo olhar da sociedade em relação aos indivíduos
transgêneros, em que o preconceito está culturalmente enraizado.

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