Fundamentacao Teorica Abecedario e Silabario

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MÉTODO FONOMÍMICO Paula Teles®

Abecedário e Silabário
INTRODUÇÃO
Na sociedade atual a competência leitora é uma das mais importantes competências
cognitivas e comunicativas. A leitura é o “veículo” que permite o acesso a todos os outros
saberes. Ensinar as crianças a ler e a escrever, a expressar as suas ideias com clareza são das
mais importantes funções dos professores.
Porque o baixo nível de capacidade leitora afeta seriamente todas as áreas da vida, o
conhecimento das suas causas, dos processos cognitivos envolvidos na sua aquisição e a
elaboração de métodos de ensino mais eficientes, são uma necessidade e um desafio que se
colocam com urgência a pais e educadores.
Como resposta a esta necessidade e desafio, apoiada nos conhecimentos resultantes da
investigação científica e nos resultados da prática psico-pedagógica, como professora e
psicóloga educacional, ao longo de mais de quatro décadas, fui desenvolvendo e aperfeiçoando
diversos materiais, que fui partilhando com colegas e pais.
Assim foram nascendo e tomando forma os diversos materiais que deram origem ao
MÉTODO FONOMÍMICO Paula Teles , um método de ensino da Leitura e da Escrita, Fónico
®

e Multissensorial.
O meu propósito é que os professores e os pais das crianças com dislexia, ou outras
dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita, encontrem neste trabalho um recurso útil a
nível da atualização, reflexão e consolidação do conhecimento sobre este tema e possam dispor
de materiais e estratégias de intervenção que os apoiem no seu trabalho diário.

LINGUAGEM FALADA E LINGUAGEM ESCRITA


Falar, ouvir a fala, ler e escrever são atividades linguísticas. A linguagem escrita é uma
competência que se apoia na linguagem falada e entre ambas existe uma relação de influência
recíproca.
Pese embora esta relação de interdependência e reciprocidade, existem entre ambas
enormes diferenças não só a nível dos processos cognitivos que lhe estão subjacentes, mas
também a nível filogenético e ontogenético.
A nível filogenético o seu aparecimento surgiu com uma enorme distância temporal.
A linguagem falada surgiu há cerca de 50 mil anos. O Homo sapiens sapiens já utilizava a fala
como modo de comunicação. Existe uma predisposição biológica para a linguagem oral, a
linguagem é inata.
A linguagem escrita alfabética surgiu há cerca de 3500 anos, é uma competência muito
recente na história da humanidade, é um produto da sua evolução histórica e cultural.
A nível ontogenético também a linguagem falada precede a linguagem escrita. As crianças
aprendem as primeiras palavras por volta dos doze meses de idade e só iniciam a aprendizagem
da leitura, por volta dos cinco ou seis anos, quando iniciam a escolaridade.
A linguagem falada é adquirida naturalmente. As vocalizações, as palavras, as frases e a
fluência verbal surgem na mesma sequência em prazos cronológicos idênticos.
A espécie humana possui um processamento fonológico implícito, ou automático, isto é,
sem atenção consciente e sem esforço, que permite estabelecer relações entre os sons da fala
e o seu significado. Aprende-se a falar naturalmente sem necessidade de ensino formal e
explícito.
A linguagem escrita foi inventada pelo homem, não segue um processo biologicamente
determinado, utiliza códigos específicos para representar a fala. Estes códigos não são
aprendidos naturalmente, necessitam de ser ensinados explícita e formalmente.
Para aprender a ler e a escrever, numa escrita alfabética, é necessário tornar explícito, tornar
consciente, o que na linguagem oral é um processo cognitivo implícito e inconsciente.
Esta aprendizagem é difícil para algumas crianças. A tomada de consciência desta
dificuldade tem incentivado a realização de inúmeros estudos com o objetivo de encontrar
uma explicação neurocientífica para as suas causas, para os processos cognitivos que lhe estão
subjacentes e para a elaboração de métodos de ensino que facilitem a sua aprendizagem.

DISLEXIA

1. Que definição?
Desde que a dislexia mereceu a atenção da comunidade científica, a procura de uma
definição tem sido uma questão recorrente.
Em 2003, a Associação Internacional de Dislexia propôs a seguinte definição:
“Dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de origem neurobiológica. É
caracterizada por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras e por baixa
competência leitora e ortográfica.
Estas dificuldades resultam de um Défice Fonológico, inesperado, em relação às outras
capacidades cognitivas e às condições educativas.
Secundariamente podem surgir dificuldades de compreensão leitora e experiência de leitura
reduzida que pode impedir o desenvolvimento do vocabulário e dos conhecimentos gerais.”
Esta definição veio clarificar algumas questões:
• A dislexia tem origem neurobiológica;
• A suas características distintivas são as dificuldades específicas a nível da leitura e da
ortografia;
• Estas dificuldades são causadas por um défice fonológico;
• Todas as outras competências cognitivas são independentes deste défice.

Em 2013, o Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais, DSM V, incluiu o


termo “Dificuldades Específicas de Aprendizagem” e define os critérios de diagnóstico:
A. Dificuldades na aprendizagem e na aplicação das competências académicas, que
persistem, por um período de pelo menos 6 meses, apesar de ter sido proporcionada
intervenção adequada. Presença de, pelo menos, um dos seguintes sintomas:
1. Leitura de palavras incorreta, ou lenta e esforçada.
2. Dificuldade em compreender o significado do que é lido.
3. Dificuldades na ortografia.
4. Dificuldades na expressão escrita.
5. Dificuldades em dominar o sentido de número, os fatos numéricos e o cálculo mental.
6. Dificuldades no raciocínio matemático.
B. As competências académicas afetadas são substancialmente, e quantitativamente,
inferiores ao esperado para a faixa etária e interferem, significativamente, nas atividades
escolares, quotidianas e profissionais.
C. As dificuldades iniciam-se em idade escolar, mas podem manifestar-se apenas na idade
adulta.
D. Para concluir o diagnóstico devem ser eliminados défices cognitivos, visuais e auditivos,
problemas mentais e neurológicos e condições adversas (problemas psicossociais, ensino
inadequado…).

Nota: Dislexia é um termo alternativo usado para referir um padrão de dificuldades


caracterizado por problemas com o correto e fluente reconhecimento das palavras,
descodificação e ortografia pobres. Se o termo Dislexia for usado é também importante
especificar as dificuldades adicionais que estão presentes, como as dificuldades na
compreensão e no raciocínio matemático.

2. Qual a sua origem?


Até há poucos anos pensava-se que a dislexia era uma perturbação comportamental que
primariamente afetava a leitura. Os recentes conhecimentos da genética molecular e as novas
tecnologias de imagem vieram contribuir para a construção de um conhecimento mais
rigoroso desta perturbação. Os estudos genéticos mostram que a dislexia é uma perturbação
parcialmente herdada. Os estudos neuroanatómicos mostraram diferenças, a nível da estrutura
cerebral, entre os leitores eficientes e os leitores disléxicos.
Os estudos funcionais, ao permitir observar o funcionamento cerebral durante as atividades
de leitura, identificaram diferenças entre os leitores eficientes e os leitores disléxicos. Estes
estudos vieram facultar uma prova visível e incontornável. A Perturbação da Leitura e Escrita
– Dislexia e Disortografia – é uma perturbação de génese neurobiológica, de base genética,
causada por um défice no funcionamento das zonas cerebrais intervenientes nas atividades de
leitura, um défice fonológico.
Este défice fonológico dificulta a discriminação e processamento dos sons da fala, a
consciência de que a fala é formada por palavras, as palavras por sílabas, as sílabas por fonemas
e o conhecimento de que os carateres do alfabeto são a representação gráfica desses fonemas.
O défice fonológico afeta unicamente a descodificação. Todas as competências cognitivas
superiores, necessárias à compreensão, estão intactas: a inteligência geral, o vocabulário, a
sintaxe, o discurso, o raciocínio e a formação de conceitos.
3. Quais as suas manifestações?
As manifestações da dislexia variam de pessoa para pessoa dependendo do grau de
severidade, da precocidade e da eficiência da intervenção. As manifestações mais comuns são
perturbações da linguagem expressiva, dificuldades na memorização de lengalengas e rimas e
dificuldades na aprendizagem da leitura e da ortografia.
Se não houver uma intervenção, atempada e eficiente, estas dificuldades poderão afetar a
autoestima, a autoconfiança, a motivação em relação às aprendizagens e conduzir ao abandono
escolar. A dislexia situa-se num contínuo de dificuldades desde as mais ténues às mais severas,
segue o modelo da curva de Gauss em que existe uma continuidade entre população disléxica
e não disléxica.
Tal como os comportamentos se modificam ao longo do tempo, também os sintomas da
dislexia melhoram com a aprendizagem e as intervenções compensatórias, contudo o défice
fonológico, que lhe está subjacente, persiste ao longo da vida. A dislexia não é uma perturbação
que apenas aparece na idade escolar e que desaparece na vida adulta, não é uma preocupação
exclusiva da infância, é um “fardo” que se tem de carregar por toda a vida.

4. Quais os indicadores?
Sendo a dislexia uma perturbação causada por dificuldades a nível do processamento
fonológico, manifesta-se, por vezes, a nível da linguagem oral antes do início da aprendizagem
da leitura.
No jardim-de-infância e pré-escolar: atraso na aquisição da linguagem; palavras mal
pronunciadas; linguagem “bebé” persistente; dificuldade em memorizar (lengalengas, rimas,
nomes das cores, noções temporais…); em aprender os nomes das letras e em escrever o seu
nome.
No 1.º ano de escolaridade: dificuldades fonológicas (identificação, substituição e deleção
de sílabas e fonemas); em aprender as correspondências grafema-fonema; em aprender o
princípio alfabético; em fazer a fusão fonémica e as fusões silábicas sequenciais; em segmentar
as palavras em sílabas e fonemas; em automatizar a leitura; queixas em relação à dificuldade de
leitura; recusa ou adiamento sistemático das tarefas de leitura; história familiar de dificuldades
leitoras e ortográficas.
A partir do 2.º ano de escolaridade: progresso muito lento na aprendizagem da leitura;
leitura oral sincopada, trabalhosa, apoiada no contexto; erros de substituição, omissão e
adição de fonemas; dificuldades em ler palavras desconhecidas, multissilábicas e funcionais;
falta de gosto pela leitura recreativa; os trabalhos de casa parecem não ter fim; ortografia
desastrosa; escrita irregular, por vezes ilegível…

5. Mitos e terapias não suportadas pela investigação científica


O desconhecimento das causas e do tipo de défices subjacentes à dislexia contribuíram para
o surgimento de diversos mitos:
- Deve evitar-se diagnosticar as crianças disléxicas;
- Existe uma relação entre dislexia e inteligência;
- Só se deve reeducar depois do insucesso escolar;
- É uma dificuldade temporária;
- É um problema de visão;
- É um problema psicomotor e de orientação espacial.

Estes mitos deram origem a intervenções terapêuticas sem qualquer validação científica:

- Utilização de lentes prismáticas ou lentes coloridas;


- Utilização de “ouvido dicotómico”;
- Treino psicomotor e de lateralidade;
- Utilização de leitoris, apoios de pés, colchões e sapatos ortopédicos;
- Terapêuticas farmacológicas.

MATERIAIS QUE PRECEDEM O ABECEDÁRIO E SILABÁRIO


O MÉTODO FONOMÍMICO Paula Teles é constituído por diversos materiais especifi-
®

camente elaborados para ensinar as diferentes competências envolvidas na aprendizagem da


leitura e da escrita.
Para ler, descodificar o código escrito, é necessário saber que a fala é formada por palavras
– Consciência das Unidades Lexicais; de que as palavras são formadas por sílabas –
Consciência Silábica; de que as sílabas são formadas por fonemas – Consciência Fonémica; e
de que as letras do abecedário têm um nome e correspondem a um, ou mais, sons da fala –
Conhecimento do Princípio Alfabético.
Os Cartões Fonomímicos, as Cantilenas do Abecedário e o livro A Magia dos Sons das
Letras são os materiais que precedem o Abecedário e Silabário. Foram elaborados com o
objetivo de desenvolver a consciência silábica e fonémica, iniciar a aprendizagem do princípio
alfabético e as correspondências fonema-grafema.
As crianças observam as imagens de cada “animal-fonema”, ouvem e cantam as suas
histórias-cantilenas, mimam os respetivos gestos, descobrem e memorizam as relações entre
os sons da fala e as letras do alfabeto. Através destas atividades, atrativas e divertidas, as
crianças sentem-se estimuladas e motivadas a iniciar a aprendizagem da leitura e da escrita.
Os Cartões Fonomímicos, as Cantilenas do Abecedário e o livro A Magia dos Sons das
Letras podem ser utlizados nos diversos anos de escolaridade simultaneamente com o
Abecedário e Silabário e os livros A Magia da Leitura 1, 2 e 3, sempre que estas competências
ainda não estejam automatizadas.
Abecedário e Silabário
Diversos estudos referem que o ensino da leitura e da escrita deve ser sistemático e
cumulativo, seguindo a sequência lógica da aquisição da linguagem oral. Deve iniciar-se com
os elementos mais básicos e fáceis, progredindo gradualmente até aos mais complexos e
difíceis.
Após a aquisição da consciência silábica e fonémica e das correspondências fonema-
grafema, com o recurso aos Cartões Fonomímicos, às Cantilenas do Abecedário e ao livro A
Magia dos Sons das Letras, é necessário aprender a ler conjuntamente dois, ou mais, fonemas,
isto é, a realizar a Fusão Fonémica.
A Fusão Fonémica, a leitura conjunta de dois, ou mais, fonemas é referida por diversos
investigadores como a tarefa com maior grau de dificuldade para o leitor iniciante.
A leitura de sílabas não pode ser realizada como se de fonemas adjacentes se tratasse. Para
ler uma sílaba é necessário fazer uma operação mental de fusão, de integração, dos fonemas
que a constituem. Se pronunciarmos “pê” e “a” não conseguimos chegar à pronúncia de “pá”,
mas sim “pê-a”, por mais rápido que pronunciemos os dois fonemas em sequência.
A operação mental de fusão fonémica é crucial na aprendizagem da leitura. O seu ensino
deve ser iniciado logo que forem apresentados os dois primeiros grafemas - fonemas e
prosseguir de forma continuada à medida que forem sendo ensinadas novas correspondências
grafo-fonémicas.
Os leitores disléxicos têm dificuldades acrescidas neste complexo processo de fusão
fonémica porque manifestam também défices a nível da memória fonológica de trabalho, da
capacidade de nomeação rápida e de automatização.
Porque é uma operação de difícil aquisição, necessita ser explicitamente ensinada e treinada
até à sua realização com sucesso. Da sua automatização depende a capacidade de aceder à
leitura sequencial das sílabas que formam as palavras – de realizar as Fusões Silábicas
Sequenciais – de as guardar na memória de trabalho e de encontrar a pronúncia correta para
poder aceder ao significado das palavras lidas – à leitura compreensiva.
A automatização da fusão fonémica e das fusões silábicas sequenciais é, pois, indispensável a
uma leitura correta, fluente e compreensiva.
1. Quais os seus objectivos?
O Abecedário e Silabário foi elaborado na sequência e em complementaridade com os
Cartões Fonomímicos.
Tem como objetivos:
• Consolidar e automatizar os conteúdos ensinados nos Cartões Fonomímicos e
Cantilenas do Abecedário;
• Ensinar a ler conjuntamente dois, ou mais, fonemas, ou seja, ensinar a realizar a
operação mental de Fusão Fonémica e treinar até conseguir a sua automatização;
• Ensinar a ler em sequência várias sílabas, isto é, a realizar as Fusões Silábicas
Sequenciais, competência necessária à leitura das palavras e textos apresentados nos
livros A Magia da Leitura 1, 2 e 3.

Deve ser utilizado paralela e interativamente com os Cartões Fonomímicos e os livros A


Magia da Leitura 1, 2 e 3 recorrendo a um, ou a outro, em função das competências que
necessitam de ser aprendidas ou reforçadas.

2. A quem se destina?
Às crianças, sem quaisquer dificuldades, que estão a iniciar a aprendizagem da leitura e da
escrita, estimulando e otimizando estas aprendizagens.
Às crianças e jovens que revelam dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita e que
necessitam de uma intervenção especializada.
Podem ser usados na sala de aula e nas sessões de apoio educativo, independentemente do
método de ensino e do livro de Língua Portuguesa adotado.
Podem ser usados em casa, como apoio e reforço das aprendizagens escolares.
São materiais apelativos que facilitam uma reeducação multissensorial, sistemática e
cumulativa que proporcionam um progresso significativo e quantificável das competências de
leitura e de escrita.
3. Quais os critérios de elaboração?
O Abecedário e Silabário foi elaborado tendo em consideração os seguintes critérios:
Nas correspondências grafia → fonia são apresentadas:
- As letras vogais com duas correspondências fonémicas “i” e “u” seguidas das letras vogais
com mais do que duas correspondências fonémicas “a” “e” “o”;
- As letras consoantes com apenas uma correspondência fonémica seguidas das letras
consoantes com mais do que uma correspondência fonémica, os dígrafos e as regras
contextuais;
- São apresentadas as consoantes “g” e “q” nos dígrafos “gue - gui” e “que - qui” em que a
vogal “u” não se pronuncia;
- A referir que existem situações nas sílabas “gue - gui” e “que - qui” em que a vogal “u” é
pronunciada (aguentei, antiguidade, cinquenta, tranquilo…).
- As letras vogais são representadas por cinco amigos, a Inês, o Ulisses, a Olga, a Aida e o
Egas. Cada personagem é apresentada com uma imagem associada a uma “história-cantilena”
e a um gesto;
- As letras consoantes são representadas por “animais-fonema”. Cada animal é apresentado
com uma imagem associada a uma “história-cantilena” e a um gesto;
- Os ditongos orais e nasais são apresentados com imagens associadas a lengalengas;
- As fusões fonémicas são precedidas das imagens dos respetivos “animais-fonema”;
- As fusões fonémicas são apresentadas na forma de sílabas consoante-vogal CV, sílabas
consoante-ditongo CVV, sílabas vogal-consoante VC, sílabas com regras contextuais, sílabas
com dígrafos, sílabas consoante-vogal-consoante CVC e sílabas CCV (com a consoante l),
sílabas CVC e CCV (com a consoante r), sílabas CVCC e CVCC, consoante-consoante-vogal-
consoante CCVC e as sílabas consoante-consoante-vogal-consoante-consoante CCVCC;
- Os ditongos, sílabas e dígrafos utilizados foram retirados do Portulex: uma base de dados lexical
do vocabulário escrito do 1.º ao 4.º ano do Ensino Básico (Teixeira, C. e Castro, S. L., 2006). Nas
sequências silábicas foram também incluídas sílabas não existentes em palavras, a fim de treinar
a automatização;
- Foram utilizadas letras com serifas (pequenos traços) porque fornecem mais informação;
- Com o objetivo de facilitar a leitura, foram utilizados diversos Sinais Diacríticos:
• Cores diferentes: letras vogais → cor vermelha; letras consoantes → cor azul (azul escuro
e azul claro para diferenciar as que têm valores fonémicos diferentes); letras sem
correspondência fonológica → cor amarela; consoante “h” nos dígrafos ch, lh, nh →
cor-de-laranja;
• As vogais “e” e “i” são mágicas, quando estão depois das consoantes “c” e “g” fazem a
magia de lhes mudar o som e a cor “c=s” e “g=j”;
• As letras vogais “ ” e “ ” às vezes são mentirosas, cresce-lhes um nariz, como o do
Pinóquio, quando assumem os sons das letras “i” e “u” respetivamente.
• As letras vogais, quando têm sons nasais, são escritas “ä”, “ë”, “ ”, “ö”, “ü” para assinalar
a saída do ar pelas duas narinas.

4. Como utilizar?
- Apresentar o Cartão Fonomímico correspondente a cada fonema → grafema, cantar a
história-cantilena e fazer o respetivo gesto;
- No Abecedário Ilustrado identificar cada letra do alfabeto, dizer o nome e o som;
- Consultar o quadro das Correspondências Grafia → Fonia sempre que for sentida a
necessidade de clarificar e refletir sobre as diferentes correspondências fonémicas de
determinada letra;
- Identificar a personagem de cada vogal, cantar a história-cantilena e fazer o respetivo gesto.
Treinar até realizar esta tarefa automaticamente;
- Ler a sequência das vogais no sentido esquerda → direita: a → e → i → o → u e no sentido
inverso u → o → i → e → a. Para facilitar a memorização e a automatização poderá ser
utilizado o xilofone. Colocar um autocolante, com as letras vogais escritas, sobre as teclas “dó
– ré – mi – fá – sol” e tocar, nos dois sentidos, enquanto lê as sequências vocálicas;

- Ler as vogais alternadamente: a → i → o → e → u;

- Ler as vogais aleatoriamente: ? → ? → ? → ? → ?;

- Ler duas vogais formando ditongos: a + i → ai; e + u → ;o+u→ ;


- Identificar a personagem de cada consoante, cantar a história-cantilena e fazer o respetivo
gesto. Treinar até realizar esta tarefa automaticamente;
- Ler cada consoante, dizer o seu nome e o seu som;
- Ler a consoante e as sequências silábicas no sentido esquerda → direita: p → pa → pe →
pi → po → pu e no sentido inverso pu → po → pi → pe → pa → p. Utilizar também o
xilofone nos exercícios com as consoantes;
- Ler a consoante e as sequências silábicas no sentido esquerda → direita, repetindo a
consoante antes de cada sílaba: p → pa p → pe p → pi p → po p → pu e no sentido
inverso p → pu p → po p → pi p → pe p → pa;
- Ler a consoante e as sequências silábicas alternadamente:
p → pa p → pi p → pu p → pe p → po;
- Ler a consoante e as sequências aleatoriamente: p → ? → ? → ? → ? → ?;
- Ler as vogais, as consoantes e as sílabas no sentido vertical descendente e ascendente:
a → pa → ta → ma… ma → ta → pa → a;

– Ler as sílabas na diagonal em sentido descendente ↘ e ascendente ↗:


pa → te → mi… mi → to → pu;

- Ler sílabas em sequência, realizar fusões silábicas sequenciais de modo a formar palavras de
dificuldade crescente:
pa + to → pato; mo + ta → mota; tu + li + pa → tulipa…

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