Curso de Robótica Básica
Curso de Robótica Básica
Curso de Robótica Básica
DE ROBÔS
Edição 01 - 2014
Prezado(a) Aluno(a),
Na última unidade, estudaremos como programar três modelos de robôs: Kawasaki, ABB e
Fanuc; compreenderemos como funcionam os eixos e juntas dos robôs.
Bons estudos!
• SUMÁRIO •
Ementa
Fundamentos de Robótica, Tipos de Robôs e Estruturas, Conhecendo o Teach Pe-
dant, Instruções de Movimentos, Instruções de Movimento usando OffSet. Instruções
Matemáticas, Instruções de IO, Instruções de Espera, Instrução de Fluxo de Progra-
ma, Instrução IF.
Competências:
• Conhecer e compreender os métodos de segurança na operação de um robô
industrial;
• Conhecer as linguagens de programação e controle de robôs.
Habilidades:
• Analisar os métodos de segurança na operação de um robô industrial;
• Distinguir os tipos de programação de robôs: programação via microcomputa-
dor e programação manual.
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• UNIDADE 1: HISTÓRIA DA ROBÓTICA •
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Nesta primeira unidade, você estudará a história da robótica desde a sua criação até os con-
ceitos de automação.
Bons estudos!
Objetivos da unidade:
Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de:
• Conhecer o histórico dos robôs;
• Identificar os tipos de automação.
Conteúdos da unidade:
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1. HISTÓRICO
Figura 1: Asimo
Fonte: http://www.plasticpals.com/http://www.plasticpals.com/wp-content/uploads//2011/12/ASIMO-wo-
Visor.jpg
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1.1 Automação
Automação é uma tecnologia que faz o uso de sistemas mecânicos, elétricos, eletrônicos e de
computação para o controle de processos produtivos. Basicamente, seria uma junção dos co-
nhecimentos e tecnologias elétricas, eletrônica, mecânica e de informática. Alguns exemplos
de processos de automação nas indústrias são:
• Linhas de montagem automotiva;
• Integração de motores – linha “transfer”;
• Maquinas operatrizes do tipo CNC;
• Robôs.
Fonte: http://www.coficpolo.com.br/2012/imagens/fotos2.jpg
a) Automação fixa
Na automação fixa, as máquinas são específicas para o produto a ser criado. Elas produzem
grande quantidade de um único produto, ou produtos com pequenas variações entre eles.
O volume de produção é elevado, bem como o custo da máquina, pois é projetada para um
produto específico. Por outro lado, como o volume de produção é alto, o custo do produto, em
geral, é baixo.
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Tais máquinas são encontradas em linhas transfer de motores, produção de lâmpadas, fa-
bricação de papel e de garrafas. Neste tipo de automação, deve-se ter cuidado com o preço
final do produto, pois, como o investimento de aquisição da máquina é alto, a amortização só
acontece com vendas elevadas. Além disso, se o produto sair do mercado por obsolescência,
o investimento é perdido.
b) Automação flexível
c) Automação programável
Embora haja uma tendência de dotar os robôs industriais de mais habilidade humana, eles
ainda não possuem forma humana.
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Figura 3: Distribuição dos processos de automação quanto à diversidade de produtos
e volume de produção
Fonte: http://www.profelectro.info/wp-content/uploads/rob6.jpg
• SÍNTESE DA UNIDADE •
Vimos o histórico da robótica, os tipos de automação e onde o robô industrial entra nesse
panorama.
• EXERCÍCIOS•
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2) Qual foi a utilização dos primeiros robôs?
Os robôs foram, neste período, criados especialmente para executarem tarefas difíceis, peri-
gosas e impossíveis para um ser humano.
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• UNIDADE 2: SEGURANÇA EM ROBÓTICA •
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Nesta unidade, estudaremos alguns conceitos sobre robôs, com fins industriais, depois o foco
fica na área de segurança, tanto das máquinas como no trabalho com robótica.
Bons estudos!
Objetivos da unidade:
Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer alguns conceitos sobre robótica;
• Descrever os itens de segurança no trabalho com robôs;
• Identificar os componentes de segurança.
Conteúdos da unidade:
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1. INTRODUÇÃO
Os robôs industriais têm uma grande importância na indústria, devido à versatilidade e rapidez
com que executa as tarefas. Além disso, contribuem para a economia da empresa por realizar
múltiplas funções e substituir vários equipamentos. No entanto, essas características que os
robôs possuem exigem aspectos importantes relacionados à segurança. Com isso, os riscos
de acidentes com robôs aumentam, conforme a potência e a capacidade de operação deles
serem maior. Dessa forma, este trabalho irá abordar os pontos mais importantes associados
com a segurança no manuseio dos robôs.
O princípio de segurança na robótica começa com a utilização correta dos robôs manipula-
dores. Ou seja, na indústria, o conhecimento e a experiência do operador é essencial para
uma operação segura. Além disso, muito erro está em achar que um treinamento ou a fa-
miliarização com o robô possa eliminar a chance de um acidente, pelo contrário, deve-se
manter sempre atento a cada movimento do manipulador; independente do tempo em que o
funcionário esteja nesse cargo. A figura 4 apresenta um funcionário fazendo, provavelmente,
a fiscalização ou executando alguma função no robô.
Ao decorrer do tempo, novas normas internacionais de segurança robótica estão sendo ela-
boradas por uma equipe de especialistas mundiais. Abaixo, algumas das normas mais impor-
tantes dentro de indústrias:
Essa norma [ISO 10218, 2011] foi criada devido aos riscos particulares presentes nos siste-
mas robotizados. Fornece orientações sobre as considerações de uso, projeto de segurança,
construção, programação, operação, manutenção e reparo de robôs industriais e sistemas
robóticos. Além disso, essa norma especifica um espaço de proteção para o operador, como
mostra a figura 5.
12
Figura 5: Exemplo de espaço restrito e espaço protegido
Essa norma destaca que se deve avaliar e quantificar o grau de risco a que são expostos os
operadores das máquinas ou células em questão para determinar a categoria de segurança
que deve ser empregada na instalação. Essa é a norma NBR 14153 [ABNT, 1998].
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Figura 6: Causa de acidentes
Causadores de imprevisto
Causa Humana
Causado pelo robô
Contudo, em ambos os casos há erro humano pelo robô, de certa forma, ainda depender do
operador que faz as configurações do mesmo; é fato que, nos dois casos, quem sai perdendo
é o humano. O robô é uma máquina como qualquer outra, porém ela movimenta-se no espaço
(Figura 7).
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O risco do robô pode ser classificado quanto ao seu tamanho e a força que ele exerce. Como
na imagem, robôs de menor porte possuem, geralmente, uma movimentação mais lenta com
movimentos mais simples, portanto, oferecem um risco menor. O risco aumenta conforme o
porte do robô, muitas vezes o robô é potente, mais ágil e flexível. O risco está diretamente
relacionado à habilidade que o robô possui (Figura 8).
Aumenta
o risco
Potente, ágil e
flexível
Alguns casos de ataques acidentais foram constatados das seguintes maneiras (Figura 9):
• Um sinal externo é acionado por terceiros, quando se está próximo do robô;
• Proximidade ao robô durante a sua operação e movimentação brusca;
• Trocas inesperadas de programa, ou realizar a troca sem conhecimento do mesmo;
• Não execução de passos do programa, havendo movimentos não esperados;
• Acionamento do comando manual em um momento incorreto, interrompendo a rotina;
• Peças que caem sobre operadores;
• Configurações de velocidade incorretas;
• Dispositivos de segurança com falhas, por falta de manutenção.
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Figura 9: Casos de acidentes com robôs
Esses ricos podem ter variáveis causas, como, por exemplo, a capacidade do robô. Um robô
menos potente, lento e com movimentos simples pode ser mais seguro do que um potente,
ágil e flexível. A figura 10 mostra um robô de pequeno porte, mais confiável e seguro, porém
não muito rápido e versátil. Já a figura 11 apresenta um robô de grande porte, ou seja, rápido,
flexível e forte. Entretanto, uma empresa de grande porte não procura robôs com qualidades
desfavoráveis ao seu processo de fabricação, pois isso poderia diminuir sua produtividade e
rapidez.
Figura 10: Robô de pequeno porte Figura 11: Robô de grande porte
16
A maioria dos acidentes ocorre durante a programação do robô, reparação, ou treinamento
de processos de aprendizagem de um novo procedimento, quando técnicos estão na zona de
risco e as ações do robô são menos previsíveis do que em condições normais.
Alguns tipos de acidentes são comuns e podem acarretar em sérios problemas ao operador.
As causas dos acidentes são, muitas vezes, a falta de atenção e problemas no próprio mani-
pulador.
Quando a causa do acidente tem relação com problemas técnicos do manipulador, pode ser
mau contato ou ruído eletromagnético. Dessa forma, potência elétrica que era alta passa a ser
baixa, e, quando chega ao CPU do robô (alta potência), acaba dando erro no robô, deixando a
vida do operário em risco. Como os componentes que realizam a parte da microeletrônica são
de baixa potência elétrica, eles possuem uma extrema sensibilidade. São facilmente influen-
ciados, danificados por ruídos eletromagnéticos, fazendo com que o circuito seja danificado
causando efeitos no circuito de alta potência, possivelmente gerando acidentes, como mostra
a figura 12.
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Fonte: Segurança em Robótica (2007)
Outra causa de acidente é a falta de atenção (figura 13) ou excesso de confiança (figura 14)
por parte do operador. Como dito antes, o operador deve estar completamente centrado na
tarefa e ter consciência do perigo que o robô manipulador pode lhe causar.
A falta de atenção é um fator que ainda gera muitos acidentes na indústria. A deficiência na
aplicação das normas de segurança acarreta em falhas e ocorrências que não são desejadas,
provocando, em ocasiões, sequelas irreversíveis no operador.
18
A questão do excesso de confiança é algo que atrapalha e muito a vida profissional do traba-
lhador, pois ele perde o “medo” e os cuidados no ambiente de trabalho, esquece as normas
de segurança ignorando as medidas necessárias... Esse caso é muito visto em operadores
que possuem alguns anos de profissão, muitos alegam já ter o conhecimento total do equipa-
mento.
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Um exemplo de acidente ocorreu em uma fábrica ao norte de Estocolmo, onde um robô com
defeito atacou e quase matou um trabalhador. O incidente aconteceu em junho de 2007,
quando o trabalhador estava realizando manutenção em uma máquina defeituosa, normal-
mente utilizada para levantar pedras pesadas. Imaginando que tinha cortado o fornecimento
de energia, o trabalhador aproximou-se do robô sem precaução. O robô, de repente, começou
a funcionar e agarrou com toda força a cabeça da vítima. O homem conseguiu se defender,
mas sofreu ferimentos graves e quebrou 4 costelas. A empresa foi multada em 3.000 dólares
e foi punida por procedimentos inadequados de segurança, mas também responsabilizou em
parte, o trabalhador (Segurança em Robótica, 2007).
Dessa forma, a culpa foi tanto do trabalhador pela falta de atenção, pois ele imaginou que blo-
queou a energia, mas não o fez, quanto da empresa em relação às normas, procedimentos,
divisão e compartilhamento de tarefas e treinamento de pessoal.
20
Durante a manutenção, é importante que haja uma ação em conjunto, se possível é indicado
que haja alguém (um operador vigia) que possa permanecer no painel, a fim de que, no caso
de alguma ação indesejada do robô, o mesmo possa parar a máquina (Figura 16).
Como em qualquer área industrial, manter a atenção é indispensável, pois se está lidando
com equipamentos que trazem riscos que são agravados pela ausência de atenção (Figura
17).
21
Figura 17: Situação de perigo
Treinar grupos que atuam em diferentes situações é uma excelente medida, visto que, em
alguns momentos, as situações de trabalho exigem diferentes conhecimentos e tomadas de
atitudes. É importante saber que segurança nunca é suficiente e vem cada vez mais sendo
discutida a forma de como manter o bem-estar no ambiente de trabalho (Figura 18).
22
]
Para atender a norma ISO 10218 e NR-12, deve haver associado a qualquer barreira de
proteção móvel algum tipo de intertravamento, que é por definição uma chave de segurança
mecânica, eletromecânica, magnética ou óptica e sensor indutivo de segurança. A figura 19
apresenta chaves de segurança com bloqueio.
Fonte: http://www.automatizesensores.com.br/imagens/Chave_de_seguran%C3%A7a_com_bloqueio.
jpg
23
A chave de segurança é um componente que é associado a uma proteção, utilizado para
interromper o movimento de perigo e manter a máquina parada, enquanto a proteção ou porta
estiver aberta para uma eventual manutenção, por exemplo.
Existe outro tipo de segurança que é a chave magnética, mostrada na figura 20, que consiste
em dispositivos formados por um bulbo de vidro no interior do qual existem lâminas feitas de
materiais, que podem sofrer a ação de campos magnéticos.
Sensores ópticos são componentes eletrônicos que são utilizados em sinalização e coman-
do, que executam detecção de qualquer material sem que haja contato mecânico entre eles.
O princípio de funcionamento do sensor óptico baseia-se na existência de um emissor e um
receptor de luz. A luz gerada pelo emissor deve atingir o receptor com intensidade suficiente
para fazer com que o sensor identifique seu sinal. O sinal de luz gerado pelo emissor do sen-
sor óptico é modulado numa determinada frequência, ou seja, o emissor gera um sinal com
uma frequência determinada. Ao receptor do sinal do sensor é acoplado um filtro que somente
considera válidos os sinais com a mesma frequência do emissor. Esta característica é em-
pregada no sensor óptico para minimizar os efeitos de possíveis interferências causadas por
outras fontes luminosas, que não o emissor.
O sensor óptico de detecção por barreira de luz possui o emissor e o receptor montados em
duas partes separadas. Estes dois componentes, ao serem alinhados, criam entre si uma bar-
reira de luz. A presença de um objeto que interrompa esta barreira faz com que o sensor seja
ativado. Um exemplo de aplicação é ilustrado na figura 21.
24
Figura 21: Detecção por barreira
Sensores ópticos de reflexão difusa, esse sensor óptico de detecção por reflexão-difusa pos-
sui o emissor e o receptor montados no mesmo corpo. A luz gerada pelo emissor cria uma
região ativa em que a presença de um objeto faz com que a luz seja refletida de forma difusa,
de volta ao receptor, ativando o sensor.
Scanners de área utilizam esse princípio, gerando pulsos de luz utilizando um sistema laser.
Um espelho rotativo espalha os pulsos de luz por toda a área de trabalho e, quando objetos
ou pessoas entram nessa área, o scanner recebe a reflexão dos pulsos emitidos. Conforme
o tempo de reflexão da luz, a distância a que isso ocorreu é mensurada. Caso esteja dentro
da área de proteção pré-programada, leva a máquina a um estado seguro, exemplificado na
figura 22.
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Dispositivos lógicos desempenham o papel central da parte relacionada à segurança do
sistema de controle, realizando a verificação e acompanhamento do sistema.
Rearme monitorado manual: Conforme o Item 12.40 da norma NR-12, é necessário que a
máquina não reinicie imediatamente, quando a proteção de segurança for fechada. Um rear-
me ou reset manual necessita uma mudança de condição do circuito de rearme, após a porta
ser fechada. A figura 23 mostra uma configuração típica de uma chave de rearme conectado
no circuito de monitoração da saída de um relé de segurança, com a função de rearme ma-
nual. Os contatos auxiliares ligados mecanicamente e normalmente fechado dos contatos do
interruptor são ligados em série com um botão de pressão momentânea. Após a proteção ser
aberta e fechada novamente, o relé de segurança não vai permitir que a máquina reinicie, até
que haja uma mudança de estado no botão de rearme. No caso de robôs industriais, a norma
ISO 1218 prevê a obrigatoriedade desse botão no próprio gabinete de controle do equipamen-
to, posicionado externamente.
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Figura 24: Supervisão do trabalho
Treinamentos e capacitações dos funcionários do ramo devem ser sempre feitos, e o mais im-
portante: manter a atenção pode evitar acidentes. Nessa área não se brinca com segurança,
acidentes acontecem e podem ter consequências fatais.
• SÍNTESE DA UNIDADE •
Vimos, nessa unidade, várias normas sobre segurança, sobre trabalho com programação,
operação e manutenção com robôs manipuladores industriais, estudamos também vários
equipamentos e componentes de segurança, a fim de garantir a segurança do funcionário
que irá utilizar o robô.
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• EXERCÍCIOS•
5) Cite casos de ataques acidentais que foram constatados na indústria com manipula-
dores robóticos.
Um sinal externo é acionado por terceiros, quando se está próximo do robô;
Proximidade ao robô durante a operação;
Trocas inesperadas de programa, ou realizar a troca sem conhecimento do mesmo;
Não execução de passos do programa, havendo movimentos não esperados;
Acionamento do comando manual em um momento incorreto interrompendo a rotina;
Peças que caem sobre operadores;
Configurações de velocidade incorretas;
Dispositivos de segurança com falhas por falta de manutenção.
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risco e as ações do robô são menos previsíveis do que em condições normais.
29
• UNIDADE 3: FUNDAMENTOS DA TECNOLOGIA DE ROBÔS •
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Nesta unidade, você estudará a nomenclatura utilizada nos robôs, como funcionam as juntas
dos mesmos, o que é grau de liberdade, cadeias cinemáticas, quais as configurações dos
robôs, seus aspectos construtivos e seus volumes de trabalho.
Bons estudos!
Objetivos da unidade:
Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer as anatomias dos braços mecânicos industriais;
• Descrever os aspectos construtivos de robôs;
• Identificar os volumes de trabalho dos robôs.
Conteúdos da unidade:
30
1. INTRODUÇÃO
1.1 Nomenclatura
As máquinas robóticas podem ser classificadas segundo critérios distintos. Por exemplo, po-
dem ser agrupadas quanto à aplicação, quanto à cadeia cinemática, quanto ao tipo de atuado-
res, quanto à anatomia, etc. O termo robô não possui um significado único; pode tanto repre-
sentar um veículo autônomo quanto um humanoide ou um simples braço com movimentos. O
grau de interatividade com agentes externos permite classificá-los em totalmente autônomos,
programáveis, sequenciais ou inteligentes. De certa forma, dada uma quantidade de apli-
cações que surgem a cada momento, é praticamente impossível haver uma única forma de
classificação. Para concentrar esforços ao nosso propósito, limitaremos a abrangência deste
manuscrito a robôs industriais. Eles são, em sua grande maioria, máquinas projetadas para
substituir o trabalho humano em situações de desgaste físico, mental, ou situações perigosas
e repetitivas no processo produtivo em indústrias. Com isso, descartam-se aqueles que pos-
suem o atrativo da forma humanoide, mas que são de pouca serventia no ramo industrial. Veí-
culos autônomos e outras formas robóticas também ficam de fora. Na nossa terminologia, um
robô será composto de um circuito eletrônico computadorizado de controle e um mecanismo
articulado, denominado manipulador. Porém, usaremos sem distinção os termos que passam
a representar, portanto, o mesmo dispositivo:
• Robô;
• Braço mecânico;
• Mecanismo robótico;
• Manipulador;
• Manipulador mecânico;
• Manipulador robótico.
Para compreender melhor a tecnologia robótica, serão analisados, a seguir, alguns fatores
que caracterizam os manipuladores e que são, em grande parte, responsáveis por tornar
uma determinada configuração de braço mais adequada a uma dada automação. Entre estas
características, citam-se:
• Anatomia;
• Volume de trabalho;
• Sistemas de acionamentos;
• Sistema de controle;
• Desempenho e precisão;
• Órgãos terminais;
• Sensores;
• Programação.
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2. ANATOMIA DOS BRAÇOS MECÂNICOS INDUSTRIAIS
O braço robótico é composto pelo braço e pulso. O braço consiste de elementos denomina-
dos elos unidos por juntas de movimento relativo, ao qual são acoplados os acionadores para
realizarem estes movimentos individualmente, dotados de capacidade sensorial, instruídos
por um sistema de controle. O braço é fixado à base por um lado e ao punho pelo outro.
O punho consiste de várias juntas próximas entre si, que permitem a orientação do órgão
terminal nas posições que correspondem à tarefa a ser realizada. Na extremidade do punho
existe um órgão terminal (mão ou ferramenta) destinado a realizar a tarefa exigida pela apli-
cação. A figura 25 mostra esquematicamente uma sequência de elos e juntas de um braço
robótico. Nos braços reais, a identificação dos elos e juntas nem sempre é fácil, em virtude da
estrutura e de peças que cobrem as juntas para protegê-las no ambiente de trabalho (CAR-
RARA, 2010).
Figura 25: Esquema de notação de elos e juntas num braço mecânico ilustrativo
Numa junta qualquer, o elo que estiver mais próximo da base é denominado elo de entrada. O
elo de saída é aquele mais próximo do órgão terminal, como ilustrado na figura 26.
32
A figura 27 mostra um braço robótico industrial com todas as suas partes.
2.1 Juntas
Segundo Carrara (2010), as juntas podem ser rotativas, prismáticas, cilíndricas, esféricas,
parafuso e planar. Suas funcionalidades são descritas a seguir, e na figura 28 podem ser
visualizadas.
• A junta prismática ou linear move-se em linha reta. São compostas de duas hastes que
deslizam entre si.
• A junta rotacional gira em torno de uma linha imaginária estacionária chamada de eixo
de rotação. Ela gira como uma cadeira giratória e abrem e fecham como uma dobradiça.
• A junta esférica funciona com a combinação de três juntas de rotação, realizando a
rotação em torno de três eixos.
• A junta cilíndrica é composta por duas juntas, uma rotacional e uma prismática.
• A junta planar é composta por duas juntas prismáticas, realiza movimentos em duas
direções.
• A junta parafuso é constituída de um parafuso que contém uma porca ao qual executa
um movimento semelhante ao da junta prismática, porém, com movimento no eixo central
(movimento do parafuso).
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Figura 28: Tipos de juntas empregadas em robôs
Em geral, robôs industriais utilizam juntas rotativas e prismáticas. A junta planar pode ser
considerada como uma junção de duas juntas prismáticas, e, portanto, é também utilizada. As
juntas rotativas podem ser classificadas de acordo com as direções dos elos de entrada e de
saída, em relação ao eixo de rotação. Têm-se, assim, as seguintes juntas rotativas:
• Rotativa de torção ou torcional T: Os elos de entrada e de saída têm a mesma dire-
ção do eixo de rotação da junta.
• Rotativa rotacional R: Os elos de entrada e de saída são perpendiculares ao eixo de
rotação da junta.
• Rotativa revolvente V: O elo de entrada possui a mesma direção do eixo de rotação,
mas o elo de saída é perpendicular a este.
A figura 29 mostra uma representação esquemática destas juntas e também da junta prismá-
tica.
34
Robôs industriais adotam soluções que tornam o reconhecimento das juntas mais complexo
com frequência. De fato, dependendo da forma com que os elos são construídos numa repre-
sentação esquemática, a nomenclatura do braço pode ser ambígua.
Em geral, os braços são dotados de 3 acionadores e uma configuração 3GL, que permita que
o órgão terminal alcance um ponto qualquer dentro de um espaço limitado ao redor do braço.
Pode-se identificar 3 movimentos independentes num braço qualquer:
Os punhos são compostos de 2 ou 3 graus de liberdade. As juntas dos punhos são agrupadas
num pequeno volume de forma a não movimentar o órgão terminal em demasia, ao serem
acionadas. Em particular, o movimento do punho possui nomenclaturas específicas, conforme
descritas a seguir, e mostradas na figura 31.
• Roll ou rolamento: Rotação do punho em torno do braço.
• Pitch ou arfagem: Rotação do punho para cima ou para baixo.
• Yaw ou guinada: Rotação do punho para a esquerda e para a direita.
35
Figura 31: Movimentos de um punho com 3 GL, nas direções guinada, arfagem e
rolamento
Uma das principais características de um braço industrial é sua capacidade de carga, isto
é, o peso máximo que ele consegue manipular (erguer) sem que sua precisão seja afetada.
Esta capacidade é sempre medida na posição mais crítica, o que significa, em geral, uma
posição de máxima extensão do braço. Várias soluções podem ser adotadas para aliviar o
peso do próprio manipulador e, consequentemente, aumentar a capacidade de carga, como,
por exemplo, a adoção de acionamento indireto, que será visto mais adiante. Outra forma é
utilizar cadeias cinemáticas fechadas ou parcialmente fechadas (CARRARA, 2010).
Um robô de cadeia cinemática aberta é aquele que, partindo da base, chega ao punho por
meio de um único caminho numa sequência elo-junta-elo. Um braço articulado, do tipo revo-
luto, é um exemplo típico de cadeia aberta. Já num braço de cadeia fechada, não existe um
único caminho para se chegar ao punho. Vários elos podem estar conectados entre si, de
tal forma que é possível percorrer, por exemplo, um caminho que parta da base e retorne a
ela por outro caminho, após atingir o punho. Exemplos deste tipo de manipuladores são os
robôs pórticos (“gantry”), utilizados em operações de manipulação e armazenagem de mate-
rial. Existem braços que apresentam parte da cadeia aberta e parte fechada, denominados
de cadeia parcialmente fechada. A figura 32 mostra um esquema de um braço com cadeia
parcialmente fechada. Percebe-se, neste esquema, que o braço possui apenas um grau de
liberdade, embora possua 4 articulações e 3 elos. O acionamento deste braço deve ser feito
com um único motor, conectado a uma das duas articulações da base. Tais cadeias permitem
que o motor de acionamento de uma dada junta possa ser fixado mais próximo da base, o que
permite reduzir a inércia do conjunto e aumentar a velocidade e precisão do manipulador. Um
braço revoluto com cadeia parcialmente fechada, fabricado pela ABB, é mostrado na figura
33, ao lado de um manipulador de cadeia fechada (paralelo), produzido pela Fanuc.
36
Figura 32: Representação esquemática de braço robótico com cadeia cinemática
parcialmente fechada
37
Figura 34: Cinemática aberta
38
A representação esquemática de junções ou articulações não motoras nos braços com cadeia
fechada é diferente daquela utilizada nas juntas motoras. Costuma-se utilizar a mesma repre-
sentação daquela utilizada nas juntas, porém em tamanho menor. Além disso, é frequente,
em tais braços, a existência de 3 ou mais articulações ou juntas fixadas ao mesmo elo (ver
figura 33). A figura 36 mostra alguns exemplos de representação de articulações não motoras
em tais braços.
A configuração física dos robôs está relacionada com os tipos de juntas que ele possui. Cada
configuração pode ser representada por um esquema de notação de letras, como visto ante-
riormente. Considera-se primeiro os graus de liberdade mais próximos da base, ou seja, as
juntas do corpo, do braço e, posteriormente, do punho. A notação de juntas rotativas, prismá-
ticas e de torção foram vistas na figura 28.
Como visto anteriormente, um braço mecânico é formado pela base, braço e punho. O braço
é ligado à base e esta é fixada ao chão, à parede ou ao teto. É o braço que efetua os movi-
mentos e posiciona o punho, o qual é dotado de movimentos destinados a orientar (apontar)
o órgão terminal, cujo elemento executa a ação, mas não faz parte da anatomia do braço
robótico, pois depende da aplicação a ser exercida pelo braço. A movimentação do braço e a
orientação do punho são realizadas por juntas, que são articulações providas de motores. Em
resumo, a base sustenta o corpo, que movimenta o braço, que posiciona o punho, que orienta
o órgão terminal, que executa a ação. Em geral, utilizam-se 3 juntas para o braço e de 2 a 3
juntas para o punho. Os elos do braço são de grande tamanho, para permitir um longo alcan-
ce. Por outro lado, os elos do punho são pequenos, e, às vezes, de comprimento nulo, para
que o órgão terminal desloque-se o mínimo possível durante a orientação do punho. Adota-se
uma nomenclatura para os manipuladores com base nos tipos de juntas utilizadas na cadeia
de elos, que parte da base em direção ao órgão terminal (CARRARA, 2010).
O arranjo das hastes e juntas em um braço manipulador tem um importante efeito nos graus
de liberdade da ferramenta - Este arranjo é chamado de CINEMÁTICA. Três GDL são neces-
sários para posicionar os objetos e 3 GDL são necessários para orientá-lo. As juntas de um
robô podem ser divididas em dois grupos:
• As três primeiras, perto da base, são as chamadas juntas principais, porque elas per-
39
mitem posicionar a ferramenta em qualquer posição no espaço;
• As três finais, perto da ferramenta, são chamadas juntas do punho, permitem orientar
a ferramenta.
Na classificação de robôs, somente as três juntas principais são consideradas. Isto porque
elas determinam o tamanho do espaço de trabalho e as propriedades mecânicas do braço.
O robô de coordenadas cartesianas, ilustrado na figura 37, usa três juntas lineares. É o robô
de configuração mais simples, desloca as três juntas, uma em relação à outra. Este robô ope-
ra dentro de um envoltório de trabalho cúbico.
40
Fonte: Carrara (2010)
Este braço possui na base uma junta prismática, sobre a qual se apoia uma junta rotativa;
uma terceira junta do tipo prismática é conectada na junta rotativa formando uma configura-
ção PRP, como mostra a figura 40. Este braço apresenta um volume de trabalho cilíndrico e
pode-se apresentar na configuração RPP também.
41
Figura 40: Robô PRP
42
2.7 Robô esférico ou polar
Este tipo de braço robótico foi projetado para suportar grandes cargas e ter grande alcance.
É bastante utilizado para carga e descarga de máquinas, embora o braço revoluto seja mais
comum nestas aplicações. Ele conta com duas juntas rotativas, seguida de uma junta prismá-
tica, como observado na figura 42. A primeira junta move o braço ao redor de um eixo vertical,
enquanto a segunda junta gira o conjunto ao redor de um eixo horizontal. O volume de traba-
lho é um setor esférico, de onde este manipulador obteve seu nome. A denominação “polar”
deve-se às coordenadas polares de sistemas de eixos cartesianos, caracterizadas por duas
coordenadas angulares (juntas rotativas) e uma coordenada radial (junta prismática). Este
tipo de braço está em desuso, sendo substituído pelos braços revolutos (CARRARA, 2010).
43
Fonte: Carrara (2010)
Este é um braço bastante utilizado, pois é compacto, tem grande precisão e repetibilidade,
embora com um alcance limitado. Estas características o tornam próprios para trabalhos em
montagem mecânica ou eletrônica, que exigem alta precisão. Possui duas juntas rotativas e
uma junta linear, que atua sempre na vertical, como visto na figura 44. O volume de trabalho
deste braço é cilíndrico, porém, como utilizam juntas rotativas, é também considerado articu-
lado. O nome é um acrônimo de Selective Compliance Assembly Robot Arm, ou Braço Robó-
tico de Montagem com Complacência Seletiva.
44
Figura 45: Robô RRP (SCARA)
45
2.9 Robô articulado verticalmente, revoluto ou antropomórficos - RRR
Estes tipos de robôs possuem 3 juntas rotativas, conforme ilustrada a figura 47. Eles são os
mais usados nas indústrias, por terem uma configuração semelhante ao do braço humano,
(braço, antebraço e pulso). O pulso é unido à extremidade do antebraço, que propiciam juntas
adicionais para orientação do órgão terminal.
Este modelo de configuração é o mais versátil dos manipuladores, pois assegura maiores
movimentos dentro de um espaço compacto. Os braços revolutos podem ser de dois tipos:
cadeia aberta ou cadeia parcialmente fechada. Nos primeiros, pode-se distinguir facilmente a
sequência natural formada por elo-junta, da base até o punho. Nos braços de cadeia parcial-
mente fechada, o atuador da terceira junta efetua o movimento por meio de elos e articulações
não motorizadas adicionais.
46
Figura 49: Robô RRR
Figura 50: Um robô do tipo pórtico (“gantry”), à esquerda, fabricado pela BMI, e um
robô cilíndrico feito pela ST Robotics, à direita
47
Figura 51: Um braço revoluto de cadeia aberta, comercializado pela Panasonic (à es-
querda) e o robô paralelo Quattro produzido pela Adept (à direita)
Cada grupo de robô tem característica própria, a qual permite selecionar uma estrutura espe-
cifica para uma determinada tarefa.
3.1 Rigidez
A rigidez mecânica de uma estrutura é a medida de como ela se distorce pela ação de cargas
atuando sobre ela. Uma alta rigidez mecânica é desejável em robôs, pois a posição do braço
irá ser menos sensível às cargas impostas sobre ele. De um modo geral, juntas prismáticas
são mais rígidas do que juntas de revolução, consequentemente, os robôs cartesianos são
mais rígidos do que os outros robôs.
48
Algumas tarefas requerem grande rigidez em uma direção
No caso da figura 53, o robô deve ser rígido na direção Z, mas não, necessariamente, nas
direções X e Y.
O número de cálculos necessários para mover o braço para uma dada posição.
Estas forças e torques complicam bastante o controle, desde que eles não sejam iguais em
todos os pontos no envelope de trabalho.
3.3 Cálculos
Os cálculos necessários para mover a ferramenta para certo ponto dependem da cinética do
robô.
Um ponto alvo (o ponto para o qual é pretendido mover a ferramenta) é definido em coorde-
nadas cartesianas.
Em robôs cartesianos, a distância a ser percorrida por cada eixo é calculada diretamente pela
coordenada cartesiana do ponto.
Com robôs não cartesianos (robôs cilíndricos, por exemplo), o cálculo é complexo e torna-se
mais e mais complexo com o aumento do número dos graus de liberdade de rotação e o au-
mento do número total de graus de liberdade.
O envelope de trabalho é a forma geométrica que envolve o volume de trabalho, o qual inclui
49
todos os pontos que podem ser alcançados pela ferramenta. Qualquer objeto a ser alcançado
ou operação a ser realizada pelo robô deve estar localizada dentro do envelope de trabalho
do robô.
Desde que muitos robôs industriais não são móveis, mas fixos no chão, o volume de trabalho
deve ser o maior possível.
Considerações para comparação entre os volumes de trabalho dos diferentes tipos de robôs:
• Todas as hastes dos robôs devem ter o mesmo comprimento L;
• As extensões do movimento linear de todas as juntas prismáticas devem ser iguais a
A;
• Todas as juntas de revolução podem girar 360º.
V = A1 ∙ A2 ∙ A3
50
3.6 Volume de trabalho do robô cilíndrico
51
Figura 56: Volume esférico
52
Figura 57: Robô SCARA
53
Figura 58: Robô articulado verticalmente
Cartesiano V = L3
Cilíndrico V = 3 π L3
Esférico V = [28/3] π L3
Horizontal V = 4 ∙ L3
Vertical V = [32/3] π L3
Quanto mais juntas de revolução tiver o robô, maior será seu volume de trabalho.
Os volumes de trabalho teóricos são, na realidade, maiores do que os volumes reais de tra-
balho dos robôs.
FATORES:
• As juntas reais têm várias limitações mecânicas. Por exemplo, quase todas as juntas
de revolução são incapazes de girar 360º.
54
• A habilidade de mover a ferramenta a um ponto do envelope de trabalho nem sempre
é suficiente para executar uma tarefa.
• SÍNTESE DA UNIDADE •
Vimos, nesta unidade, a nomenclatura utilizada na robótica, estudamos a anatomia dos bra-
ços mecânicos industriais, quais os tipos e como funcionam as juntas do robô, o que são
graus de liberdade, cadeias cinemáticas, descrevemos as configurações dos robôs, aspectos
construtivos de robôs e seus volumes de trabalho.
• EXERCÍCIOS•
55
3) Quais os tipos de juntas nos robôs?
As juntas podem ser rotativas, prismática, cilíndrica, esférica, parafuso e planar.
7) As juntas de um robô podem ser divididas em dois grupos quanto ao seu grau de
liberdade, explique cada um.
Três GDL são necessários para posicionar os objetos e 3 GDL são necessários para orientá-
-lo. As juntas de um robô podem ser divididas em dois grupos:
As três primeiras, perto da base, são as chamadas juntas principais porque elas permitem
posicionar a ferramenta em qualquer posição no espaço.
As três finais, perto da ferramenta, são chamadas juntas do punho, permitem orientar a fer-
ramenta.
56
• UNIDADE 4: ÓRGÃO TERMINAL •
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Bons estudos!
Objetivos da unidade:
Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer os órgãos terminais;
• Descrever as garras mecânicas;
• Identificar as garras não mecânicas.
Conteúdos da unidade:
57
1. INTRODUÇÃO
Na robótica, órgão terminal é usado para descrever a mão ou ferramenta que está conectada
ao pulso, como, por exemplo, uma pistola de solda, garras, pulverizadores de tintas, entre
outros. O órgão terminal é o responsável por realizar a manipulação de objetos em diferentes
tamanhos, formas e materiais, porém esta manipulação depende da aplicação ao qual se
destina.
É válido ressaltar que, os órgãos terminais requerem cuidados ao serem projetados, pois é
necessário controlar a força que está sendo aplicada num objeto. Para isso, alguns órgãos
terminais são dotados de sensores que fornecem informações sobre os objetos.
Existe uma grande variedade de modelos de garras que podem ser utilizadas em diversas
aplicações, como, por exemplo:
• Garra de dois dedos;
• Garra para objetos cilíndricos;
• Garra articulada.
A garra de dois dedos, como pode ser visualizada na figura 59, é um modelo simples e com
movimentos paralelos ou rotacionais. Este modelo de garra proporciona pouca versatilidade
na manipulação dos objetos, pois existe limitação na abertura dos dedos. Desta forma, a di-
mensão dos objetos não pode exceder esta abertura.
A garra de objetos cilíndricos, como pode ser visualizada na figura 60, também consiste de
dois dedos com semicírculos, os quais permitem segurar objetos cilíndricos de diversos diâ-
metros diferentes.
58
Figura 60: Modelo de garra para objetos cilíndricos
A garra articulada tem a forma mais similar à mão humana, a qual proporciona uma versatili-
dade considerável para manipular objetos de formas irregulares e tamanhos diferentes.
Esta característica está relacionada com a quantidade de elos, como pode ser visto na figura
61. Estes elos são movimentados por cabos ou músculos artificiais, entre outros.
59
Figura 62: Garra robótica
Fonte: http://multilogica-shop.com/imagens/SparkFun/Garra_robotica_M.jpg
Ferramentas: Usado para realizar algum trabalho sobre a peça, e não apenas manuseá-la:
• Soldagem a ponto;
• Soldagem a arco;
• Pintura.
60
Mecânicas: Usa dedos mecânicos acionados por um mecanismo de pega. Os dedos são
apêndices da garra que fazem contato direto com o objeto.
Podem ser:
Não mecânicas: Dispositivo de pega no qual são usados princípios não mecânicos tais com
imãs, copos de sucção, etc. Alguns tipos usuais são:
• Copos de sucção (ventosas);
• Garras magnéticas;
• Garras adesivas;
• Ganchos, cadinhos e outros dispositivos.
61
2.1 Garras mecânicas
Construção física:
Dedos são projetados de acordo com a geometria da peça, não permitindo sua movimenta-
ção.
Figura 66: Garra mecânica
Dedos devem aplicar uma força que é suficiente para reter a peça por atrito contra a gravida-
de, acelerações ou qualquer outra força durante o ciclo de trabalho. Almofadas aumentam o
coeficiente de atrito e protegem a peça de danos.
62
Figura 68: Dispositivo de pega simples
63
Fonte: Carrara (2010)
64
• Movimento linear: Os dedos deslocam-se entre si paralelamente, abrindo-se e fe-
chando-se; normalmente são utilizados trilhos como guias.
65
Figura 74: Garra tipo parafuso
66
Figura 76: Garra com ventosas
Capacidade de levantamento:
F = PxA.
F = força de levantamento.
A = área efetiva do copo.
P = pressão negativa.
Obs.: É comum a utilização de um fator de segurança para compensar eventuais acelerações
do objeto, etc.
Vantagens:
• Apenas uma superfície de pega;
• Distribuição uniforme de pressão;
• Garra relativamente leve;
• Aplicável à grande variedade de materiais.
67
Figura 77: Magnetos
Vantagens:
• Tempo de pega rápido;
• Garra não precisa ser projetada para um determinado tamanho de peça;
• Manuseio de peças ferrosas com furos;
• Necessidade de apenas uma superfície de pega.
Desvantagens:
• Magnetismo residual da peça de trabalho;
• Possíveis deslizamentos naturais;
• Menor precisão de manuseio;
• Não é possível pegar apenas uma chapa de uma pilha sem dispositivos adicionais.
Tipos:
• Garras eletromagnéticas: Controlam facilmente a liberação da peça ao final do ciclo
de trabalho necessitam de uma fonte de CC e de uma unidade de controle adequada.
• Garras com imãs permanentes: Não exigem fonte de energia; Não controlam a libe-
ração da peça ao final do ciclo de trabalho sem um separador.
68
2.6 Garras não mecânicas - Adesivas
Utilizam substância adesiva para operação de pega. Indicadas para manusear tecidos e ou-
tros materiais leves.
Problema: substância adesiva perde aderência pelo uso repetido. Contorna-se esta limitação
carregando o material adesivo na forma de fita contínua
• Ganchos: Indicado para o manuseio de peças que tenham algum tipo de punho atra-
vés do qual o gancho possa segurá-las, tais como caixas, etc.
Fonte: http://www.carbografite.com.br/upload/produto/SuperZoom/564.jpg
69
2.8 Órgãos terminais - Ferramentas
A ferramenta manipulada pelo robô é presa diretamente ao punho. Exemplos de órgãos termi-
nais do tipo ferramentas utilizados na robótica:
• Ferramenta para soldagem a ponto ou arco;
• Bicos de pintura por pulverização;
• Mandris para usinagem;
• Aplicadores de cimento ou adesivo líquido para montagem;
• Ferramentas de corte por água ou laser.
70
• SÍNTESE DA UNIDADE •
Vimos, nessa unidade, os tipos de órgãos terminais utilizados nos robôs industriais, estuda-
mos as classificações e mecanismos dos mesmos. Dentre os órgãos terminais descrevemos
as garras mecânicas, copos de sucção, magnéticas, adesivas, ferramentas entre outras.
• EXERCÍCIOS•
5) As garras não mecânicas - copos de sucção (ventosas) são indicados para que tipo
de peças?
Planos, lisos e limpos de modo a permitirem a formação do vácuo entre objeto e copo.
71
Objeto macio material do copo duro.
Objeto duro material do copo macio (borracha, plástico).
72
• UNIDADE 5: PROGRAMAÇÃO DE ROBÔS •
Prezado(a) Aluno(a),
Seja bem-vindo(a)!
Nesta unidade será estudado o controlador do robô, como funciona o controle ou teach-pen-
dant (TP) para controle e programação. Estudaremos os eixos, juntas e programação para
movimentação dos robôs dos fabricantes: Kawasaki, ABB e Fanuc.
Bons estudos!
Objetivos da unidade:
Ao concluir esta unidade, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer os controles dos robôs;
• Descrever os eixos e juntas dos robôs;
• Identificar os movimentos por juntas, lineares e circulares dos robôs;
• Programação de robôs.
Conteúdos da unidade:
73
1. VISÃO GERAL DO CONTROLADOR DO ROBÔ
A figura 83 mostra uma vista externa do lado da frente e do lado esquerdo do controlador do
robô da Kawasaki. Um interruptor de alimentação de controle, um dispositivo de memória
externa, um painel de operação, etc., são equipados no lado da frente do controlador. Utilizar
o “teach-pendant” (controle) ligando o cabo para o conector localizado, no lado da frente do
controlador, e colocá-lo no lado superior do controlador, quando não em uso.
Esta seção descreve o painel de operação e os vários tipos de interruptores equipados com
este controlador. Interruptores e suas funções são descritas na tabela 01, o painel de opera-
ção é mostrado na figura 84.
74
Figura 84: Painel de operação Kawasaki
Motor Botão de energia Pressionando este botão liga a potência do motor (liga
7
com lâmpada os drivers). A lâmpada acende, se tudo estiver correto.
75
1.2 Teach-Pendant (TP)
A seguir, mostraremos alguns detalhes dos TPs (controle) dos robôs da Kawasaki, ABB e de
FANUC.
1.3 TP – Kawasaki
A figura 85 mostra a visão geral do TP, o qual fornece botões de hardware e interruptores,
que são necessários para a operação manual do robô e edição de dados, e uma tela para a
exibição de vários tipos de dados. A figura 86 mostra o arranjo dos botões de hardware do TP.
76
Figura 86: Vista dos botões do TP da Kawasaki
Move a posição do cursor entre as etapas, itens, telas, etc., pela chave
única ou operação de chave dupla.
Cancela a operação.
Fecha o menu inferior.
Retorna para a tela original.
77
Chave “A”: Faz uma operação ou função disponível.
Às vezes, usa-se com chaves listra azul.
78
Jogs robôs no modo de programação ou modo de verificação.
Nota: A partir apenas enquanto pressiona a tecla.
79
Teclado numérico
1.4 TP - ABB
80
Funções dos botões do TP da ABB.
1.5 TP – FANUC
81
Figura 88: TP da FANUC
82
83
2. EIXOS E JUNTAS DO ROBÔ
Um robô, normalmente, está equipado com seis eixos, como mostrado na figura 89. Estes
eixos são chamados JT1 para JT6.
84
2.1 Movimento do robô por juntas
O robô se movimenta por juntas individuais, ou seja, pode-se movimentar cada junta por vez.
A figura 90 mostra os movimentos das juntas do robô da Kawasaki.
85
Figura 91: Juntas do robô da ABB
86
Figura 93: Movimento linear do robô Kawasaki
87
Figura 94: Os três tipos de movimentos do robô Fanuc
88
Figura 95: Movimento e rotação linear do robô ABB
Na figura 96, vemos as direções dos eixos, agora, em relação à ferramenta do robô da Kawa-
saki, ou seja, é necessário saber para onde a ferramenta (ponta do robô) está apontando e se
está rotacionada para poder traçar os eixos x, y, z.
89
Fonte: Kawasaki (2003)
A figura 97 mostra, com mais detalhes, o movimento de capa eixo e cada rotação do robô
Kawasaki.
90
Fonte: Kawasaki (2003)
Temos três comandos básicos para movimentação do braço robótico, que são:
• Movimento pelas Juntas: É o movimento que o robô faz saindo de um ponto e che-
gando ao ponto de destino movendo todas as juntas necessárias e, de qualquer forma,
para chegar. Este movimento obtêm as maiores velocidades, mas a trajetória além de não
ser reta, não pode ser determinada com exatidão.
• Movimento Linear: É o movimento utilizado para fazer trajetórias retas.
• Movimento Circular: É o movimento utilizado para fazer trajetórias circulares.
Basicamente, todo fabricante tem comandos para esses tipos de movimentação. A seguir, os
comandos básicos para os fabricantes: Kawasaki, ABB e Fanuc.
91
2.5 Comandos de movimentação para o robô da Kawasaki
JMOVE
Move o robô por movimentação das juntas.
Exemplo: levando em consideração o ponto inicial em A.
JMOVE B
A
B
LMOVE
Move o robô por movimentação linear.
Exemplo: levando em consideração o ponto inicial em A.
LMOVE B
A
C1MOVE
C2MOVE
Move o robô para um ponto especifico em movimentação circular
C1MOVE- instrução para movimentar para um ponto no meio do caminho da trajetória circular.
C2MOVE- Instrução que move para o fim da trajetória circular.
92
Outros Comandos:
HOME
Move o robô por movimentação de juntas para uma posição definida por HOME.
Se essa posição (HOME) não for definida, o ponto de origem (todas as juntas em “0”) é assu-
mido como a posição HOME.
DRIVE
Movimenta uma única junta do robô.
Parâmetros:
1. Número da junta que se deseja movimentar.
2. Especifica a quantos graus se deseja movimentar a junta especificada pelo parâmetro 1.
3. Especifica a velocidade do movimento em porcentagem; se não for especificado o programa
considera 100%.
Exemplo:
Drive 2,-10,75
XMOVE
Move o robô até um ponto determinado em movimento linear, essa instrução interrompe o
movimento quando um sinal de entrada é acionado.
Sinais de entrada:
Sinais externos de entrada (1001 até 1032)
Sinais Internos (Auxiliares) (2001 até 2512)
Exemplo:
XMOVE B TILL 1001
LMOVE C
93
SPEED
Especifica a velocidade de movimento do robô.
Normalmente, a velocidade é especificada em porcentagem entre 00.1 até 100%, a veloci-
dade ainda por ser programada em mm/s e mm/min. Se a unidade for omitida, o programa
considera o valor em %.
Exemplo:
SPEED 50 – Próximo movimento em 50%.
SPEED 100 – Próximo movimento em 100%.
SPEED 200 – Próximo movimento em 100% (velocidade acima de 100% é considerada 100%)
SPEED 70 ALWAYS (Velocidade do movimento em 70% até a próxima instrução de SPEDD)
SPEED 5S – Faz o próximo movimento em 5 segundos.
ACCURACY
Especifica a acuracidade em milímetros.
Exemplo:
ACCURACY 10 ALWAYS
RAIO 10 MM
94
SIG
Retorna valor lógico do status do sinal lido.
SIGNAL
Liga ou desliga saídas externas (1-32) ou sinais internos (2001 – 2512).
Se o sinal for positivo, a saída é ligada.
Se o sinal for negativo, a saída é desligada.
Exemplos:
SIGNAL 2001 – Liga o sinal 2001.
SIGNAL -2001 – Desliga sinal 2001.
SIGNAL 2002 –2005,20 – Liga o Sinal 2002, desliga o sinal 2005 e liga a saída 20.
BREAK
Segura a execução do próximo passo do programa até o movimento atual do robô terminal.
TWAIT
Segura a execução do programa por um tempo programado.
Exemplo: TWAIT 0.5 (espera por 0.5 segundos).
OPEN
OPENI
Abre a garra do robô.
OPEN – O sinal de abertura da válvula não é mandado para a saída até o próximo movimento
inicie.
OPENI – Se o robô está em movimento, o sinal será enviado para a válvula depois que o
movimento terminar.
Se o robô estiver parado, o sinal é enviado imediatamente para a válvula.
Exemplos:
OPEN – O sinal de abrir garra é envidado para a válvula 1 quando começar o próximo movi-
95
mento.
OPENI 2 – O sinal de abrir garra é enviado para a válvula 2 quando o robô terminar o movi-
mento.
CLOSE
CLOSEI
Fecha a garra do robô.
CLOSE – O sinal de fechar a válvula não é enviado para a saída até o próximo se inicie.
CLOSEI – Se o robô está em movimento, o sinal será enviado para a válvula depois o movi-
mento terminar.
Se o robô estiver parado o sinal de fechar da garra é enviado imediatamente para a válvula.
Exemplos:
CLOSE2 – O sinal de fechar a garra é enviado para a válvula2 começar o próximo movimento.
CLOSEI – O sinal fechar a garra é enviado para a válvula 1 assim que o robô terminar o mo-
vimento
RELAX
RELAXI
RELAX - Desliga os solenoides de abrir e fechar a garra quando começar o próximo movi-
mento.
RELAXI – Desliga os solenoides de abrir e fechar a garra instantaneamente, ou quando o
movimento atual terminar.
.PROGRAM quadrado()
JMOVE PAPROX
LMOVE A
LMOVE B
LMOVE C
LMOVE D
LMOVE A
LMOVE PAPROX
HOME
.END
POINT
Comando usado para definir uma posição usando outro ponto ou outra posição definida.
96
Exemplo: POINT B = A + Trans (x, y, z).
POINT B=Trans(x, y, z) + A.
Define ponto B como sendo uma coordenada x, y, z em mm em relação ao ponto A.
Nessa instrução está com a referência base do robô.
.PROGRAM quadrado()
POINT B=Trans(1000,0,0)+A
POINT C=Trans(1000,1000,0)+A
POINT D=Trans(0,1000,0)+A
POINT PAPROX=Trans(0,0,50)+A
JMOVE PAPROX
LMOVE A
LMOVE B
LMOVE C
LMOVE D
LMOVE A
LMOVE PAPROX
HOME
.END
MoveL phome,v500,z5,tool0
Na instrução acima:
O robô esta se movendo para
PHOME
A uma velocidade de
500 mm/s
Com uma zona de
5mm
E um
TCP TOOL0
97
A instrução ZX é a precisão com a qual o robô passa pelo ponto e é dada em milímetros, ou
seja, na instrução acima o robô passa pelo ponto com um raio de 5mm.
Quando se quer que o robô seja preciso ao passar pelo ponto, deve-se dar a instrução FINE,
então, no lugar do Z fica FINE.
Para mudar alguma coisa de uma instrução, você move o cursor para a parte que se deseja
e pressiona ENTER.
moveJ phome,v1000,z10,tool0
moveJ paprox1,v1000,z10,tool0
moveL p1,v500,fine,tool0
moveL p2,v500,fine,tool0
moveL p3,v500,fine,tool0
moveL p4,v500,fine,tool0
moveL p1,v500,fine,tool0
moveJ paprox1,v1000,z10,tool0
moveJ phome,v200,fine,tool0
moveJ paprox,v1000,fine,tool0
moveL p1,v200,fine,tool0
moveC p2,p3,v200,z10,tool0
moveC p4,p1,v200,z10,tool0
moveJ paprox,v200,fine,tool0
moveJ phome,v200,fine,tool0
P1 é o ponto inicial.
P2 é o primeiro ponto de passagem do círculo ou ponto intermediário.
P3 é o primeiro ponto destino.
P4 é o segundo ponto de passagem do círculo ou ponto intermediário.
P1 é o segundo ponto destino & ponto final.
Uma instrução de movimento direciona o robô para movê-lo por um caminho especificado.
Uma instrução de movimento inclui:
98
Informação de posicionamento – Para onde irá movimentar-se.
Exemplo:
J P[2] 50% FINE
Neste tipo de movimento, o robô sabe que deve chegar ao ponto programado e irá executá-lo
da forma mais otimizada possível (usando menor quantidade de motores). O movimento de
cada eixo inicia e para simultaneamente.
A velocidade é especificada como uma porcentagem sobre a velocidade máxima para cada
eixo, ou em segundos. A velocidade atual de movimento depende da velocidade do eixo mais
lento.
99
Figura 100: Movimento pelas juntas FANUC
Movimento Linear
Exemplo:
L P[2] 100mm/sec FINE
O robô irá executar o movimento do ponto central de ferramenta em uma linha reta a partir da
posição inicial até a posição de destino.
100
Figura 101: Movimento linear FANUC
O movimento linear também pode ser usado para rotacionar a ferramenta ao redor de um pon-
to central de ferramenta, mantendo esta posição fixa. A velocidade deste tipo de movimento
é em graus por segundo.
Movimento Circular
Exemplo:
C P[2]
P[3] 100mm/sec
FINE
O robô irá movimentar o ponto central da ferramenta em um arco, a partir da posição de início,
a partir de uma posição intermediária até uma posição de destino.
Quando você usar a instrução de movimento circular, as seguintes linhas irão aparecer na
tela.
101
automaticamente gravada na posição atual do robô, quando você adiciona esta instrução. A
seguinte posição, P[3] no exemplo, é a posição de destino.
• SÍNTESE DA UNIDADE •
Vimos, nessa unidade, os Teach-Pendant (TP) dos robôs Kawasaki, ABB e Fanuc, estudamos
os eixos e juntas do Robô, e diferenciamos os movimentos do robô por juntas, pelo sistema de
coordenadas com origem na base e por coordenada com base na ferramenta (tool), e, ainda,
vimos os comandos básicos para movimentações do robô.
102
• EXERCÍCIOS•
1) O que é um TP?
Teach-Pendant, O TP fornece botões de hardware e interruptores que são necessários para
a operação manual do robô e edição de dados, e uma tela para a exibição de vários tipos de
dados, ou seja, é o controle remoto do robô.
5) Qual é a junção do comando JMOVE do robô da Kawasaki e qual seu similar no robô
da ABB e Fanuc?
Move o robô por movimentação das juntas.
ABB MOVEJ
Fanuc J P[n]
6) Qual é a junção do comando LMOVE do robô da Kawasaki e qual seu similar no robô
da ABB e Fanuc?
Move o robô por movimentação linear.
ABB MOVEL
Fanuc L P[n]
103
7) Qual é a junção do comando C1MOVE e C2MOVE do robô da kawasaki e qual seu
similar no robô da ABB e Fanuc?
Move o robô para um ponto específico em movimentação circular.
ABB MOVEC
Fanuc C P[n]
104
REFERÊNCIAS
ABB, Curso de Programação Básica do Robô S4, 1997. Acesso em: 21 mar. 2007.
ISO 10218-1:1992, Robots and robotic devices - Safety requirements for industrial robots -
Part 1: Robots
PILZ, Tecnologia de sensores de segurança PSEN, catálogo Sistem de Sensores PSEN, 2010.
105