Raio X
Raio X
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO
II. HISTÓRICO
III. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
• Visão geral
• Diagrama de Blocos:
o Tubo de raios-X
o Painel de Controle
o Gerador de raios-X
o Sistema de Detecção e Display
o Colimadores e Filtros
o Controle automático de exposição (AEC)
• Processadora automática de filmes e impressora “dry”
• PACS: LAN/WAN – RIS/HIS
• Scanner de filmes
• Novos parâmetros da qualidade de imagem radiológica
VII. BIBLIOGRAFIA
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I. INTRODUÇÃO
A radiologia geral de diagnóstico foi a primeira técnica de diagnóstico por imagem e
continua sendo hoje uma das mais importantes modalidades. Suas principais aplicações
são em traumatologia e ortopedia (obtenção de imagens do crânio e do sistema
esquelético) e estudo dos órgãos respiratórios. Outras modalidades de raios-X são
utilizadas em cardiologia (angiografia), urologia, dosimetria óssea (medida da densidade
óssea), mielografia (imagens da medula óssea) e neuroradiologia.
II. HISTÓRICO
1896: Röntgen tornou pública sua descoberta em 1896, sem registrar patente, por
considerá-la um patrimônio da humanidade. Como resultado, a técnica teve uma
rápida difusão. Röntgen recebeu o primeiro prêmio Nobel de Física, em 1901;
1896: Ratcliffe e Hall-Edwards utilizaram a técnica para obter uma imagem da mão de
uma paciente, fornecendo uma cópia impressa em um substrato de brometo de
prata. Esta imagem foi utilizada no dia seguinte pelo cirurgião J. H. Clayton,
consistindo na primeira cirurgia guiada por um exame de raios-X;
1913: Coolidge, físico pesquisador da General Electric Corp., desenvolveu em 1913 uma
técnica para tornar o tungstênio flexível No mesmo ano, Coolidge construiu o
primeiro tubo a vácuo com catodo excitado com altas tensões, utilizando um
filamento de tungstênio flexível como fonte de elétrons para serem acelerados
através do tubo. A implementação ficou conhecida como tubo de Coolidge e é a
base de todas as unidades de raios-X atuais;
1914: Os raios-X são utilizados na primeira guerra mundial para detectar fraturas;
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III. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
1) Visão Geral:
O raio-X é radiação eletromagnética (freqüência de 1017 a 1021 Hz) composta por fótons
de alta energia. Nos tubos de raios-X dedicados à radiografia de diagnóstico, esta
radiação é produzida quando um feixe de elétrons de alta energia cinética (acelerados por
uma grande diferença de potencial – entre 25 e 150 kV) é colimado em um pequeno ponto
focal metálico. A rápida desaceleração destes elétrons ao colidir com o alvo metálico
(Figura 01) produz uma grande quantidade de calor e uma pequena parte da energia (1%)
é convertida em um espectro contínuo de raios-X chamada radiação Bremsstrahlung .
A corrente aplicada no tubo (entre 25 a 1.200 mA) afeta o número de elétrons acelerados
e, conseqüentemente, o número de fótons de raios-X produzidos. A tensão aplicada no
tubo afeta a energia dos fótons do raio-X, definindo, portanto, a sua penetração ou
qualidade.
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Sumariamente, para uma dada penetração desejada (selecionada pelo kVp), a dose é
controlada pelo ajuste do corrente (mA) e do tempo de exposição (s). Refere-se à
capacidade de ajuste de dose pelo produto da corrente e o tempo da exposição (mAs).
Uma vez que os raios-X entram em contato com o paciente, os diferentes tecidos
absorvem diferentes quantidades de radiação em diferentes energias. A radiação
resultante é registrada por um detector (usualmente filmes), gerando uma imagem de
transmissão (projeção plana) das absorções geradas pelos tecidos. Quanto maior a
diferença de absorção entre os tecidos, maior o contraste da imagem.
Observa-se que a radiografia convencional oferece alto contraste entre ar, ossos e
músculo. Conseqüentemente, a radiografia é eficiente na representação de estruturas
ósseas ou em imagens do pulmão. No entanto, oferece pouco contraste na distinção de
tecidos “moles” (sangue e músculos). De fato, para tornar vasos sanguíneos visíveis aos
raios-X são utilizados agentes de contrastes (materiais com alta absorção, que são
injetados na corrente sanguínea). Na Figura 02, tem-se uma radiografia de uma mão,
onde se observa alto contraste em tecidos “duros” (tecido ósseo) e baixo contraste em
tecidos moles (músculos).
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O raio-X é uma radiação ionizante. Isto significa que a sua exposição, acima de
determinada dose, é considerada um forte fator cancerígeno. Portanto, deve ser aplicado
apenas na área de interesse, evitando exposição desnecessária ao paciente e ao
operador.
2) Diagrama de Blocos:
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melhorar a qualidade da mesma, por intensificação ou diminuição de artefatos. Dentre os
sistemas de detecção disponíveis, tem-se os filmes radiográficos, as telas de
fluorescência, as matrizes de CCD (chage coupled devices), matrizes amorfas (FPD – flat
panel detector) de selênio (Se) ou silício (Si) e as placas de PSPL (photo-stimulable
phosphor layer).
Desta forma, pode-se descrever o seguinte diagrama de blocos (Figura 04) para as
diversas modalidades de sistemas de radiologia de diagnóstico, onde:
Display Display
HIS
Impressora Sistema
WAN “Dry Printer” Display de
Gravação
RIS
Gerador de Sistema de
raios-X Tubo de Colimador detecção
(alta tensão) raios-X e Filtros
AEC
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2.1) Tubo de raios-X:
A função principal do tubo (ampola) de raios-X é a geração dos raios-X. O tubo de raios-X
geralmente não é visível externamente, pois está contido em uma calota protetora de
chumbo (cabeçote) com apenas uma janela por onde pode ser emitida a radiação. Desta
forma, o tubo de Raios-X fica inacessível ao operador. Os componentes do tubo podem
ser identificados na figura 05 e são estudados separadamente.
O interior do tubo de raios-X é lacrado a vácuo. Para resistir à grande quantidade de calor
gerada quando da interação dos elétrons sobre o anodo e manter o vácuo, a parte
externa do tubo é feita de PYREX. O vácuo é importante para aumentar a eficiência da
produção de raios-X e garantir a durabilidade do tubo. Se não houver vácuo aumenta-se a
geração de calor. Se de alguma forma entrar gás dentro do tubo, a produção de Raios-X
diminuirá e o tubo começará a falhar.
A janela do tubo por onde passa o feixe útil é uma parte do tubo de vidro, formando um
quadrado de aproximadamente 5 cm de lado, permitindo a passagem de Raios-X com o
mínimo de absorção possível.
! CATODO
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por uma capa carregada negativamente de maneira a manter os elétrons mais unidos
e concentrá-los numa área menor do anodo.
! ANODO
1) Anodo fixo: O anodo fixo é utilizado em tubos onde não são necessárias altas
correntes, como em aparelhos de raios-X odontológicos, unidades portáteis, etc.
2) Anodo giratório: A maioria dos tubos de unidades de diagnóstico possui anodo
rotatório devido à utilização de altas intensidades de Raios-X em tempo curto.
ALVO: O alvo (target) é a área do anodo onde ocorre o impacto direto dos elétrons. No
anodo fixo o alvo é uma pequena parte do anodo feito de uma liga de tungstênio e rênio,
enquanto que no anodo giratório o alvo é toda uma região circular do disco, também feito
de uma liga de tungstênio e rênio mais molibdênio, tendo alta resistência aos impactos do
movimento de rotação.
Quando os elétrons se chocam contra o anodo, mais de 95% de sua energia cinética é
transformada em calor. Este calor precisa ser conduzido para fora rapidamente, para não
derreter o anodo. O anodo giratório (Figura 06) tem uma área de impacto centenas de
vezes maior que a de um anodo fixo, com mesmo tamanho de foco. Com isso, o calor
resultante fica distribuído, possibilitando a utilização de altas correntes.
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Curvas de Resfriamento do Anodo: O conjunto do anodo tem uma capacidade limitada de
armazenar o calor. Embora seja continuamente dissipado, existe a possibilidade de que a
capacidade térmica do anodo seja excedida mediante o uso prolongado ou de múltiplas
exposições. Em aplicações de Raios-X a energia térmica é expressa em UC (unidades de
calor):
1 UC = 1 kV x 1 mA x 1 segundo
! MOTOR DE INDUÇÃO
! CABEÇOTE
(B)
(A)
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No cabeçote, o tubo é arrefecido por óleo, para dissipar a intensa produção de calor no
anodo durante a produção de raios-X. Ao sair pela abertura (janela) do cabeçote, a
radiação passa pela fenda de um colimador, onde a radiação que não se dirige à região
de interesse é retida.
O gerador de raios-X (gerador de alta tensão) provê a tensão necessária para aceleração
dos elétrons do catodo ao anodo do tubo de raios-X. O circuito de alta tensão consiste
basicamente de um transformador elevador de alta tensão. Este tranformador é capaz de
gerar tensões de saída de até 150 kV. O transformador de alta-tensão é imerso em um
tanque de óleo. Embora haja produção de uma certa quantidade de calor no
transformador, o óleo é usado principalmente para isolamento elétrico. A Figura 08
apresenta um diagrama de blocos dos demais componentes do gerador de raios-X.
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Figura 08 - Diagrama de blocos do circuito do gerador de raios-X.
! CIRCUITO DO FILAMENTO
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Existem dois tipos de retificadores: meia-onda e onda completa. Tipicamente, os
retificadores utilizados em circuitos de raios-X são de onda completa. Os retificadores de
onda completa são realizados pela associação de dois retificadores de meia onda com
direções de corrente em oposição.
Vmáximo − Vmínimo
FR = .100%
Vmáximo
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retificadores, resultando em 12 pulsos de radiação por ciclo (720 pulsos por segundo)
(Figura 10). O fator de ripple de um retificador trifásico com 6 pulsos/ciclo é 13,5%.
• Geradores de alta freqüência: Geradores de alta freqüência (multipulsos) utilizam um
retificador monofásico ou trifásico para gerar uma tensão próxima a um sinal DC. A
seguir, convertem este sinal DC em um sinal de alta freqüência (100 kHz) através de
um inversor de potência (oscilador). O sinal resultante é utilizado em um único
transformador elevador de alta tensão. A retificação de onda completa no secundário
do circuito de alta tensão dobra o número de pulsos, (da ordem de 200.000 por
segundo) (Figura 10). Um capacitor de alta-tensão reduz o ripple final a cerca de 2 %.
A alimentação destes geradores com trifásico ou monofásico não altera suas formas
de onda. Os transformadores de alta freqüência costumam ocupar 1/3 do espaço de
um transformador trifásico de 12 pulsos. Transformadores de alta freqüência para
baixos kV podem ser montados juntamente com o tubo de raios-X, eliminando a
necessidade de cabos de alta tensão.
• Geradores de potencial constante: Os geradores de potencial constante produzem
tensões verdadeiramente contínuas (DC). São variantes dos transformadores trifásicos
de 12 pulsos/ciclo. Dois triodos (3 eletrodos) ou um quatrodo ( 4 eletrodos) controlam
tubos de vácuo na saída do transformador secundário. O catodo e o anodo dos tubos
alimentam o tubo de raios-X. Cada tubo contém um eletrodo de controle chamado
grade (“grid”). Variações na tensão da grade alteram a resistência do tubo, controlando
a tensão na saída. Em suma, os tubos funcionam como “grandes válvulas”. Um
circuito comparador na tensão de saída dos tubos ajusta a tensão de BIAS da grade a
fim de manter um potencial constante. A resposta do circuito é quase que instantânea,
de forma que o sinal final é praticamente DC (Figura 10). Alguns geradores de
potencial constante usam transistores de efeito de campo (FET) de potência no lugar
de tubos triodos/tetrodos.
! CIRCUITO DE CHAVEAMENTO:
! GRADES DE ABSORÇÂO
Os raios-X podem interagir com a matéria de vários modos, como atravessar a secção
transversal sem qualquer desvio, ser absorvido, refletido, ou pode ainda chocar-se com
um elétron e sofrer um desvio de trajetória. Esta última parcela de radiação recebe o
nome de radiação de espalhamento e leva à perda de resolução do sistema.
Para reduzir a radiação de espalhamento e desta forma melhorar a qualidade da imagem,
uma grade (tela) de absorção, estática ou móvel, é utilizada em conjunto com bandeja do
filme. A grade de absorção consiste de uma série de fatias de chumbo intercaladas com
plástico, fibra de carbono, de forma que somente feixes que incidam diretamente não
sofram interação e feixes que incidam obliquamente sejam absorvidos (Figura 11).
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Nas grades de absorção lineares, as tiras de chumbo são paralelas longitudinalmente, e
inclinadas na direção do feixe de raios-X, de forma que permitem a passagem de fótons
primários.
A razão da grade é a grandeza que mede a relação entre a largura dos intervalos de
absorção e a distância entre eles, indicando a eficiência da grade em remover radiação
oblíqua. Não obstante, o aumento da razão implica em redução do contraste, de modo
que quase sempre é necessário elevar a dose de radiação exposta ao paciente.
As grades móveis, denominadas Pooter-Bucky ou Bucky grid, são utilizadas para eliminar
as sombras provocadas pela grade. Durante a produção de raios-X, a grade se move de 1
a 3 cm em movimento de ida e volta. A movimentação da grade tem como vantagem a
eliminação de linhas na imagem correspondente à grade porém demanda aumento na
dose fornecida ao paciente e a vibração pode gerar artefatos. Acrescente-se ainda que o
próprio mecanismo de movimentação da grade costuma apresentar defeitos.
! FILMES RADIOGRÁFICOS
emulsão
Base
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As telas fluoroscópicas consistem em um aperfeiçoamento do diagnóstico por raios-X.
Estas telas são formadas de material que possui a capacidade de gerar grande
quantidade de fótons de menor energia (no visível) quando estimulado por um fóton de
raios-X. Desta forma a sensibilização é muito mais eficiente. Também se deve considerar
a redução do ruído de origem quântica (que se reduz com a raiz do número de fótons).
Contudo, o espalhamento destes fótons (usualmente na faixa do visível) reduz a
resolução do sistema.
! SENSORES DIGITAIS:
Nos sensores digitais diretos, a radiação é primeiramente convertida em luz visível por
telas fluoroscópicas (iodeto de césio dopado com tálio). A luz obtida é então detectada por
uma matriz de sensores digitais. Os sensores digitais podem ser do tipo CCD (charge-
coupled devices) ou por matrizes de fotodiodos (FPD - flat panel detector) (Figura 13).
Nestes sistemas, cada pixel (picture element) corresponde a um elemento ativo de estado
sólido. Alguns sistemas chegam a possuir matrizes de até 2000 x 2000 elementos, com
dimensões de pixel entre 40 e 200 µm.
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(A)
(B)
Figura 13 - Sistemas de radiografia de tórax: (A) convencional (com filme) e (B) digital (sem filme).
Em destaque um flat-panel detector (FPD).
! INTENSIFICADORES DE IMAGEM
A imagem resultante pode ser captada por câmeras ou matrizes de CCD. Assim, a
imagem pode ser exibida em uma tela de TV, gravada em vídeo (VHS), película,
digitalizada e armazenada em disco. Os intensificadores são descritos por meio do
diâmetro da superfície fosforescente, de acordo com o procedimento e a vista desejada.
e-
e-
Anodo
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Uma das principais aplicações da fluoroscopia é na angiografia, onde intensificadores
fluoroscópicos são utilizados para a visualização dos vasos sanguíneos (Figura 15 e
Figura 16).
As imagens de fluoroscopia digital obtidas com câmeras CCD são preferíveis para
exames de angiografia digital de subtração (DSA – digital subtraction angiograph), onde
temos a subtração digital de uma imagem de uma estrutura com e sem contraste
radiológico, de forma que temos a visualização somente dos vasos sanguíneos. As
câmeras de vídeo CCD também são referidas como possuindo melhor resolução, redução
de ruído e artefatos que outras modalidade de obtenção da imagem fluoroscópica.
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intensificadoras. Estes sensores permitem reduzir a dose de radiação e melhorar a
qualidade da imagem, sendo propostos como a evolução dos sistemas fluoroscópicos.
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Os colimadores são basicamente conjuntos de fendas de chumbo, que regulam a área a
ser irradiada, de modo que apenas a área de interesse para diagnóstico seja irradiada.
Os filtros são elementos metálicos que visam eliminar a radiação de baixa energia.
Normalmente são utilizados filtros de alumínio e cobre. Ao selecionarmos a tensão de
pico do tubo de raios-X, selecionamos a máxima energia da radiação. Através do uso de
filtros, determinamos a mínima energia do feixe resultante. Somente fótons com energia
superior à necessária para atravessar o filtro estarão presentes no feixe secundário.
Desta forma, pode-se realizar controle da energia da radiação incidente.
A necessidade de filtração ocorre nos casos de exames onde é utilizada radiação de alta
energia. Neste caso, fótons de baixa energia são quase totalmente absorvidos pelo
organismo, não chegando a impressionar o detector de radiação. Desta forma, estes
fótons em nada contribuem para a formação da imagem, aumentando significativamente a
dose recebida pelo paciente, de forma que nestes casos é fortemente recomendado o uso
de filtros.
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kVp, de forma que o processo é repetido até que seja detectada uma exposição
suficiente.
Em alguns sistemas a faixa de kVp para determinados tipos de exame é pré-programada,
de forma que o técnico apenas escolhe qual o tipo de exame a realizar. A ajuste é
realizado pela “falling load”.
As impressoras “dry” (secas) (Figura 20) produzem imagens de alta resolução em filmes
de vários formatos baseado em imagens digitais adquiridas em radiologia digital,
fluoroscopia computadorizada (DSA), tomografia computadorizada (CT), ressonância
nuclear magnética (MRI), ultra-som (US) e medicina nuclear (NM). Estes dispositivos
podem ser interfaceados na maioria dos equipamentos ou conectados na rede do hospital
(PACS). O processo térmico de impressão é semelhante ao das impressoras a laser para
computadores e dispensa o uso de químicos.
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A compatibilidade entre todos os sistemas é garantida pelo Protocolo de Comunicação em
Medicina (DICOM - Digital Communication in Medicine), definido pela ACR/NEMA, que
assegura a troca de dados entre dispositivos de imagem independentemente de
fabricantes e marcas. Desta forma, todo o hardware, aplicações, servidores de bases e
dados, rede e periféricos (compartilhamento de impressoras, estações de arquivamento,
dispositivos de visualização, etc) se comunicam sem necessidade de padronização de
interfaces.
2.10) CAD:
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tomar decisões. São usados para diagnóstico por imagem nos mais diversos sistemas,
como mamografia, TC, MRI, etc. Estes sistemas têm seu uso facilitado dentro de PACS,
pois pode ser configurado para a realização do laudo eletrônico automaticamente, e ao
receber o exame pela rede, o especialista fornece o seu laudo no prontuário eletrônico
tendo as informações do sistema.
Contudo, o parâmetro mais robusto para a qualidade da imagem é apontado como uma
normalização da relação sinal/ruído pela dose de radiação, denominado eficiência na
detecção de quanta (DQE). Quanto maior este parâmetro (entre 0 e 1) maior a relação
sinal/ruído da imagem para uma menor dose.
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VII. NECESSIDADES ESPECIAIS DE INSTALAÇÃO
1) Proteção radiográfica:
2) Espaço físico:
3) Instalações elétricas:
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Entretanto, as instalações elétricas das salas devem ficar internamente ao revestimento
de chumbo ou barita, tomando-se o cuidado na fixação das tubulações e caixas, sempre
protegendo as cabeças de pregos e parafusos com chumbo, de forma a evitar
vazamentos de radiação.
Em uma sala de radiologia convencional são previstas duas tomadas em cada parede,
com potência de 400 VA, a 1,20 m do chão, sendo pelo menos duas com tensão de 220
V. Os condutores elétricos são dimensionados segundo a norma NBR5410, seguindo a
padronização do hospital de 3 pinos, com um bom aterramento. Os circuitos elétricos das
tomadas devem ser bem definidos de forma a alimentar no máximo 2 salas.
• Aparelho de raios-X:
• Mesa radiográfica; planígrafo; buck mural;
• Recursos complementares:
• Escada de 2 degraus; mesa instrumental; negatoscópio; 2 cadeiras; biombo
plumbífero (protetor portátil de Raios-X); avental plumbífero; 2 luvas plumbíferas;
armazém de filmes de raios-X; suporte de hamper; biombo;
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VIII. CUIDADOS ESPECIAIS NA OPERAÇÃO
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VIII. ASPECTOS DE MANUTENÇÃO
A grande maioria das falhas de equipamentos de radiografia está relacionada com suas
partes mecânicas. Costumam ocorrer falhas mecânicas no colimador e na grade de
absorção. Dentre outras aspectos de manutenção, têm-se:
• Nas grades de absorção em que movimento vibratório é gerado por bobinas, relata-se
que estas costumam queimar. Também são comuns falhas de mau-contato nos relês
envolvidos com este sistema;
• No caso de dispositivos de posicionamento automático (a movimentação do tubo
segue a movimentação do cassete do filme), deve-se testar a coincidência do feixe na
CFOV (central field of view), representada pela região central de 70% da área útil.
• Em alguns sistemas a centralização é realizada manualmente, utilizando como
referência um feixe de luz visível. É referido o desalinhamento deste feixe de luz na
CFOV. A mesma lâmpada também costuma queimar.
• Os servomecanismos mecânicos utilizados para posicionamento das estruturas de teto
ou de chão podem falhar. Pode haver desgaste dos cabos de alta-tensão. As
alavancas do painel de controle podem travar. Deve-se realizar inspeção da
segurança mecânica da montagem. Devem ser checados o suporte de montagem,
pedestal ou outro mecanismo de fixação. Checar os rodízios (no caso de unidades
móveis);
• Partes mecânicas móveis devem ser lubrificadas;
• Procedimentos de controle de qualidade em sistemas de radiodiagnóstico baseados
em filmes devem realizar testes de contato entre o filme e tela intensificadora e da
qualidade dos químicos utilizados. Os químicos devem ser verificados quanto à
contaminação e em seu correto preparo. Deve-se checar a centralização do feixe e a
operação do AEC.
• As telas intensificadoras e os cassetes devem ser identificados com uma numeração
radiopaca, de forma a que possam ser visualizados nos filmes;
• Todos os cassetes e telas intensificadoras devem ser controlados quanto a seus tipos,
datas de aquisição e fabricante.
• As telas intensificadoras e os cassetes devem ser limpos e a acumulação de pó deve
ser controlada através de escovas antiestáticas.
• Medidas mensais devem ser realizadas para avaliar a tensão de pico do tubo
(utilizando um medidor de kVp), o timer de raios-X (utilizando um timer de raios-X), a
abertura focal efetiva e a precisão do foto-temporizador do dispositivo AEC;
• O foto-temporizador do dispositivo AEC (usualmente câmaras de ionização) pode
falhar devido a mau contato elétrico, que devem ser checados periodicamente;
• É recomendada a limpeza diária da processadora de filmes (roletes e sistema de
transporte), assim como o controle de qualidade (contaminação, proporção da mistura
- mix) dos químicos;
• Químicos devem ser utilizados logo após o preparo, sob pena de perda na qualidade
da imagem;
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• Filmes deformados, irregularidades na espessura do filme e no seu alinhamento, altas
temperaturas e umidade podem danificar os dispositivos de transporte do filme.
• Testes de sensitometria devem ser realizados de forma a detectar problemas na
processadora de filmes;
• A ventilação apropriada das processadoras de filme é necessária para dissipar o calor
excessivo e vapores dos químicos que podem causar doenças respiratórias agudas e
crônicas em pessoal técnico;
• Problemas mecânicos e elétricos são associados às mesas de exames radiográficos.
Estes dispositivos costumam sair das especificações técnicas devendo ser avaliados e
ajustados;
• São freqüentes as falhas nos dispositivos de chaves eletromagnéticas;
• Existem várias causas responsáveis pelas falhas do tubo e todas estão relacionadas
com as características térmicas do mesmo. Quando a temperatura do anodo é
excessiva durante uma simples exposição, a superfície de interação (alvo) se funde e
ocorrem pequenas perfurações no anodo, resultando na variação e redução do fluxo
de radiação. Se a fusão da superfície for em alto grau, o tungstênio pode ser
vaporizado e depositado no interior do tubo de vidro, causando uma filtração adicional
do feixe de Raios-X ou interferindo na passagem dos elétrons do catodo para o anodo.
Caso a temperatura do anodo aumente muito rapidamente, a rotação torna-se instável
e o tubo é inutilizado. Este tipo de falha é particularmente importante, num sistema
trifásico. Técnicas radiográficas máximas nunca devem ser usadas quando o anodo
estiver frio. Se estas condições forem necessárias para um determinado tipo de
exame, o anodo deve antes ser aquecido com exposições de baixos valores.
• O segundo tipo de falha resulta da utilização do anodo a temperaturas elevadas
durante prolongados períodos de tempo. Durante exposições que duram de 2 a 3
segundos a temperatura do anodo pode ser suficiente para torná-lo incandescente. No
intervalo entre as exposições, o calor é dissipado através do óleo no qual o tubo está
imerso. Entretanto, uma quantidade de calor é conduzida através do braço de
molibidênio, que forma o conjunto do rotor, e isto pode causar um subseqüente
aquecimento dos suportes do rotor. Um excesso de calor aumenta a fricção rotacional
causando também um desequilíbrio do conjunto rotor-anodo, constituindo-se num dos
defeitos mais freqüentes.
• Na fluoroscopia, a capacidade térmica do sistema do anodo e da blindagem do tubo
limita sua operação mesmo considerando-se que a corrente do tubo é geralmente
menor que 5 mA. Sob estas condições a faixa de dissipação de calor do alvo giratório
tende a equilíbrio com a faixa de calor gerado, raramente suficiente para causar danos
superficiais ao alvo. O tubo pode falhar, todavia, devido ao calor continuamente
liberado através do conjunto do rotor, banho de óleo e da blindagem do tubo. Os
suportes do rotor podem falhar, o tubo de vidro pode quebrar e a calota do tubo ficar
danificada.
• O último tipo de problema que pode causar o dano do tubo é relacionado ao filamento.
Devido a sua alta temperatura, os átomos do tungstênio são lentamente vaporizados e
se depositam no interior do protetor de vidro. Com o calor excessivo do filamento,
devido à operação com alto mA em uso prolongado, a quantidade de tungstênio
vaporizada aumenta. O filamento se torna mais frágil e casualmente se rompe,
exatamente como numa lâmpada comum.
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• Telas intensificadores gradualmente se deterioram por danos induzidos pela radiação,
causando redução na qualidade da imagem, geração de artefatos e aumentando a
dose de radiação requerida ao paciente. No caso específico de angiografia, a tela
intensificadora deve ser trocada em 5 anos, no entanto, esta mesma tela pode ser
utilizada em sistemas de fluoroscopia geral, onde os requisitos são mais brandos;
• Mesmo nos circuitos eletrônicos, é importante verificar a limpeza das placas de circuito
impresso, pois a presença de circuitos de alta-tensão pode resultar em acúmulo de
poeira e poluição condutiva.
• Observar marcações, avisos, precauções de operação e outras indicações gráficas no
corpo do equipamento;
• No caso de sistemas radiográficos digitais, o papel térmico das Dry Printers deve ser
protegido do calor, luz e químicos;
• Em sistemas radiográficos digitais baseados em placas de armazenamento de fósforo,
as placas de PSPL, que são reutilizáveis e caras para reposição, podem ser
danificadas pelo manuseio descuidado. As placas devem ser mantidas limpas e
manuseadas com cuidado para prevenir arranhões. Os sistemas radiográficos digitais
apresentam o dobro da escala dinâmica dos filmes convencionais, maior relação
sinal/ruído (SNR), maior eficiência na detecção de quanta (DQE), podendo reduzir a
dose de radiação ao paciente em até 90%, dispensam o processamento de filmes e a
utilização de químicos. Como único cuidado, as leitoras de placas devem ser mantidas
limpas de poeira, que pode comprometer a qualidade da imagem.
• Os sistemas de digitalização de filmes (scanner ópticos) costumam ser muito sensíveis
à temperatura, umidade e variações de tensão da rede. Além disso, estes sistemas
apresentam estreita faixa de sensibilidade à luz e baixa resolução espacial (devido ao
espalhamento do laser de varredura), fornecendo imagens degradadas com baixas
relações sinal/ruído.
• Timer de Raio-X (Ex.: Gammex RMI 231A; Nuclear Associates 07-453 Digital X-Ray
Pulse Counter/Timer);
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• Dosímetros (Ex.: Gammex RMI 242; Nuclear Associates 06-526-5290 Rad Check
Mammo; RADCAL 3036 Dosimeter/Ratemeter/Timer; UNFORS Mult-O Meter 300
Series; Victoreen 4000+; Inovision TRIAD Model 10500 AM);
• Medidores de KVp e mA (Ex.: Gammex RMI 242; Nuclear Associates 07-492 Digital
kVp Meters; UNFORDS Test-O-Meter 9001 RAD/FLU; UNFORDS Test-O-Meter 9002
DENT);
• Sensitômetros;
• Phantoms específicos para radiografia (Ex.: Nuclear Associates 07-637 Fluroscopic
Quality Control; Nuclear Associates 76-700 Digital Subtratiocn Angiography).
(*) – Os phantoms também podem ser confeccionados segundo os padrões definidos em norma.
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KVp, mA e tempo de exposição;
• Resolução: É calculada a resolução através de um phantom de pares-de-linha nas
direções paralela e perpendicular ao tubo. A resolução deve ser medida com a
grade de absorção ativada, e é dada pelo menor par-de-linha indistinguível
visualmente.
• Qualidade do feixe: Expresso em temos da camada semi-redutora. A camada
semi-redutora é a espessura de um material absorvente (alumínio ou cobre) capaz
de reduzir a dose de radiação à metade. Muitos medidores multiparamétricos
realizam esta medida;
• Distorção linear: Medida horizontal e vertical do desvio máximo de um padrão de
grade de absorção;
• Avaliação do gerador de raios-X: Medição do kVp, mA e temporização nominais
através dos respectivos medidores de kV, mA e timer de raios-X;
Proteção Radiológica:
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