Orçamento Público Ou Governamental Waldir LAdeira

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Orçamento Governamental
Waldir Jorge Ladeira dos Santos, Doutor
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Sumário
1. Programa da disciplina
1.1 Ementa 4
1.2 Carga horária total 4
1.3 Objetivos 4
1.4 Conteúdo programático 4
1.5 Metodologia 5
1.6 Bibliografia recomendada 5
1.7 Curriculum resumido do professor 5

2. Introdução ao Orçamento Público 6


3. Receitas e Despesas Aplicadas ao Setor Público: Enfoques
Orçamentário e Patrimonial 15
4. Exercícios e Cases 93

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa
Introdução ao Estado. Orçamento Público. Receita Pública. Despesa Pública.
Variações Patrimoniais.

1.2 Carga horária total


24 horas/aula

1.3 Objetivos
• Identificar o Campo de Aplicação: Estado
• Entender o Orçamento Público.
• Identificar e calcular as Receita Pública, Despesa Pública e Variações
Patrimoniais.

1.4 Conteúdo programático


I. Introdução ao Estado
II. Orçamento Público
III. Receita Pública
IV. Despesa Pública
V. Variações Patrimoniais.

4
1.5 Metodologia
Exposição dos conceitos e incentivo à discussão e troca de experiências,
exercícios de fixação e dinâmica de grupo, apresentação de casos práticos
para fixação dos conceitos apresentados

1.6 Bibliografia recomendada


BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. São Paulo:
Atlas.
BRASIL, Ministério da Fazenda. Manual de contabilidade aplicada ao setor
público: aplicado à União, aos Estados, ao distrito Federal e aos municípios:
válido para o exercício de 2012, Brasília: STN;
BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Normas de Contabilidade Técnica
Aplicadas ao Setor Público – NBC T ASP 16
REIS, Heraldo da Costa Reis, JÚNIOR, J. Teixeira Machado, A Lei 4.320
Comentada, Rio de Janeiro: IBAM;
SILVA, Lino Martins, Contabilidade Governamental, São Paulo: Atlas.

1.7 Curriculum resumido do professor


Waldir Jorge Ladeira dos Santos é Doutor em Políticas Públicas e
Formação Humana pelo PPFH/UERJ, Mestre em Contabilidade Financeira pela
FAF/UERJ, Pós-graduado em Auditoria Interna, em Administração de Recursos
Humanos e em Docência Superior, Contador e Administrador de Empresas.
Sua experiência profissional inclui os cargos de Oficial do Exército
Brasileiro na 1ª. Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, Professor
Universitário, Secretário Municipal de Fazenda, de Controle Interno e
Executivo, Coordenador em diversas IES e Co-autor dos livros Tópicos
Contemporâneos de Gestão Pública: Finanças em Foco (ed. Freitas Bastos);
Planejamento, Controle e Informação (ed. Interciência), Contabilidade Geral I e
II (ed. CEDERJ); Contabilidade dos Investimentos em Participações Societárias
e Contabilização de Ativos Financeiros em Participações Societárias (ed. FGV);
Membro de Bancas de Concursos Públicos, Membro do Conselho Editorial da
Revista Científica Pensar Contábil do CRCRJ e da Revista Educação e
Pesquisa em Contabilidade do CFC, Conselheiro (2002/21) e Presidente do
CRC/RJ (2018/19), detentor das Medalhas: Alumni UNESA, Tiradentes, da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Pedro Ernesto, da
Câmara Municipal do Rio de Janeiro, de Mérito Contábil, da Câmara Municipal
de Duque de Caxias-RJ e Orlando Martins Pinto, do CRCRJ.
Atualmente é sócio da WL Capital Intelectual, Capacitação e
Treinamento, Consultor, Professor Titular da Faculdade de Administração e
Finanças - FAF/UERJ desde 2002, onde leciona no Mestrado de Ciências
Contábeis e nas Graduações de Administração e Ciências Contábeis,
Professor Adjunto da UFRJ desde 2014 e Professor Convidado de Pós
Graduação MBA da Fundação Getúlio Vargas – FGV desde 1999, Acadêmico
da Academia de Ciências Contábeis do Estado do Rio de Janeiro – ACCERJ e
da Academia Nacional de Economia e Políticas Sociais – ANE.

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2 Introdução ao Orçamento Público

Definimos orçamento como o instrumento que é materializado pela Lei


Orçamentária, onde o governo, em quaisquer de seus níveis, relaciona de
forma legal seu programa de trabalho, contendo planos de custeio,
investimentos, inversões e obtenção de recursos, tudo para o preenchimento
de suas necessidades funcionais e evolutivas.
O orçamento, no que tange a previsão da receita e a fixação da
despesa, leva ao governo a buscar o maior ajuste possível entre os recursos
previstos e os realizados pela administração em seus programas de trabalho,
projeto e atividades.
O Orçamento Tradicional foi substituído pelo Orçamento Programa,
que põe em destaque as metas, os objetivos e as intenções do governo,
constituindo-se assim num planejamento. No orçamento clássico, o Estado era
fator neutro da economia e a Administração Pública exercia tão somente
gastos elementares (Defesa, Justiça, Segurança).
As teorias modernas do Estado defendem que além de assegurar a
cobertura das despesas públicas, o mesmo tem de intervir na economia,
exercendo mecanismos diversos de pressões sobre a cadeia produtiva,
modificando a distribuição da renda. O desenvolvimento do capitalismo trouxe
a tona a situação que o Estado não mais poderia ser um fator neutro, mas um
elemento catalisador das variáveis econômicas, conforme esclarece o Prof.
Lino, enfocando que o Estado ao invés de proibir a importação de um produto,
bastaria elevar a sua tarifa aduaneira; dar incentivos fiscais para incentivar a
iniciativa privada a investir em determinado segmento que o Estado considera
importante para satisfazer as necessidades da coletividade.
O planejamento, a programação e o orçamento como um sistema
integrado de gerência têm por objetivo avaliar os custos para a consecução das
metas traçadas em comparação com os benefícios a serem esperados dos
mesmos, e assim tomar o uso inteligente de recursos pelo setor público.
O Orçamento-Programa deve, pois, ser entendido como uma etapa do
planejamento e compreende os seguintes aspectos:
✓ Instrumento de ação administrativa para execução dos
planos de longo, médio e curto prazo;

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✓ Previsão das receitas e fixação das despesas com o
objetivo de atender às necessidades coletivas definidas no programa de
Ação do Governo;
✓ Instrumento de aferição e controle da autoridade e da
responsabilidade dos órgãos e agentes da administração orçamentária e
financeira, permitindo, outrossim, avaliar a execução dos programas de
trabalho do Governo.

Giacomoni faz uma comparação entre o orçamento tradicional, adotado


no Brasil no início do Erário público, e o orçamento-programa, atualmente
adotado, conforme Quadro 01.

Quadro 01 - Orçamento Tradicional X Orçamento-programa - características comparativas


Orçamento Tradicional Tópico analisado Orçamento Programa
elo de ligação entre o
Dissociado dos processos de
planejamento e programação. Processo orçamentário planejamento e as funções
executivas da organização.

visa à consecução de objetivos e


visa à aquisição de meios Alocação de recursos metas.

São tomadas tendo em vista as são tomadas com base em


necessidades das unidades
Decisões avaliações e análises técnicas
organizacionais. orçamentárias das alternativas possíveis.

são considerados todos os


são consideradas as
necessidades financeiras das
Elaboração do custos dos programas, inclusive
orçamento os que extrapolam o exercício.
unidades organizacionais.
está voltada para os aspectos
dá ênfase aos aspectos
Estrutura do administrativos e de
contábeis da gestão. orçamento planejamento.

Unidades administrativas e Principal(is) critério(s) funcional-programática.


elementos. classificatório(s)
Inexistem sistemas de utilização sistemática de
acompanhamento e medição de Mensuração de indicadores e padrões de
trabalho, assim como dos resultado medição do trabalho e dos
resultados. resultados.
Visa avaliar a honestidade dos
visa avaliar a eficiência, a
agentes governamentais e a
legalidade no cumprimento do Controle eficácia e a efetividade das
ações governamentais.
orçamento.
Fonte: SANTOS, Dissertação de Mestrado, UERJ, 1999

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2.1 Características básicas do Orçamento Público:

✓ O período de tempo para o qual se estima a receita e se


fixa a despesa.
✓ A estimativa da receita que estabelece os limites de nossos
gastos e da satisfação de nossas necessidades e desejos; se estes
forem maiores que nossas receitas, teremos que nos endividar, pedindo
emprestado.
✓ A programação das despesas, ou seja, após a identificação
de nossos problemas, definir a ordem de prioridades de nossas
necessidades e desejos, determinando as que pretendemos satisfazer
dentro dos limites fixados pela receita.
✓ Não podemos deixar de registrar detalhe de profunda
importância: as necessidades são infinitas, já a receita é limitada.
Motivo pelo qual começamos a definir quais as prioridades que
devemos ter para aplicabilidade dos ingressos financeiros que
obteremos, seja a qualquer nível de Pessoa Jurídica ou esfera
governamental.

Tipos de elaboração:
O orçamento pode ser elaborado conforme os seguintes tipos (Silva,
2000, p. 48):

Legislativo: é o orçamento cuja elaboração, votação e aprovação é da


competência do Poder Legislativo, cabendo ao Executivo a sua execução.
Utilizado em países sob o regime Parlamentar.
Executivo: é o orçamento cuja elaboração, aprovação, execução e
controle é de competência do Poder Executivo. Utilizado em países sob regime
de poder autoritário, absoluto.
Misto: é o orçamento elaborado e executado pelo Poder Executivo,
cabendo ao Poder Legislativo a sua votação e controle. Utilizado no Brasil.

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São quatro os aspectos orçamentários a saber (Silva, 2000, p. 58-60):
✓ aspecto político;
✓ aspecto jurídico;
✓ aspecto econômico;
✓ aspecto financeiro.

O primeiro aspecto refere-se ao Plano de Governo ou Programa de


Ação do grupo ou facção partidária que detém o poder. Já o segundo, é o que
define a Lei Orçamentária no conjunto de leis do país. O aspecto econômico é
o resultado da evolução das características políticas do orçamento. É nesse
aspecto que o governo assume o papel de regulador da economia. O último
aspecto refere-se ao fluxo monetário de ingressos e dispêndios.

2.2 Princípios Orçamentários

A matéria princípios orçamentários requer bastante discussão, pois não


temos unanimidade dos estudiosos do assunto sobre a correta interpretação do
texto Legal. É de salientar que alguns Princípios encontram-se consagrados no
próprio instrumento Legal.
Para a elaboração do orçamento, estudaremos os princípios, segundo
o Prof. Lino Martins da Silva, que divide em três categorias a saber:
• Substanciais: anualidade, unidade, universalidade, equilíbrio e
exclusividade;
• Formais ou de apresentação: especificação, publicidade, clareza
e uniformidade;
• Específico às receitas: não afetação da receita, legalidade de
tributação.

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O quadro 02 resume a definição de cada princípio:

Quadro 02 – Princípios Orçamentários

Princípio Definição
A vigência do orçamento deve ser limitada de um ano,
coincidindo com o ano civil (art. 34, Lei 4.3620/64). A
Anualidade razão institucional que fundamenta esta regra é ao fato
que o controle prévio e subsequente por parte do
Legislativo, deve ser de maneira mais frequente
possível.
Todas as receitas e despesas devem estar contidas
numa só lei orçamentária, visa a prática da
Unidade movimentação financeira do Tesouro (princípio de
unidade de caixa), objetivando o cumprimento da
fiscalização orçamentária e financeira por parte do
Poder Legislativo.
O Orçamento é um plano financeiro global, também
chamado de orçamento bruto, pois mantém as receitas
e as despesas pelos seus totais. Como exemplo temos
Universalidade o recolhimento de impostos por parte do Estado com
obrigatoriedade de distribuição de cota parte aos
municípios. O Estado deverá reconhecer a Receita pelo
total e a Despesa pelo valor de transferência.
Fator neutro da economia (teoria clássica). Catalisador
das variáveis econômicas (teoria moderna). Superávits
continuados (não satisfação das necessidades da
Equilíbrio população sem reverter carga tributária em benefícios).
Proibição de operações de crédito que excedam o
montante das despesas de capital. Déficits em alguns
exercícios válido em momentos de depressão.
Exclusividade A lei orçamentária não conterá matéria estranha à
previsão da receita e à fixação da despesa.
Classificação e designação dos itens que devem
constar do orçamento, de forma a apresentar o
Especificação planejamento mais analítico possível. Proibições:
Créditos ilimitados; início de programas ou projetos não
incluídos na LOA.
Publicidade Torna o orçamento público à sociedade
O orçamento deve evidenciar de forma fácil seus
Clareza quadros e planejamentos, sem se descuidar das
exigências das técnicas orçamentárias.
O mesmo que consistência, ou seja, o orçamento deve
Uniformidade manter uma padronização ou uniformização de seus
dados, a fim de possibilitar que os usuários possam
realizar comparações entre os diferentes anos.
O recolhimento de todos os recursos a uma caixa única
Não afetação da
do Tesouro, sem discriminação quanto a sua
receita destinação. Algumas exceções:IR na fonte sobre
rendimentos; IPTR; IPVA; ICMS; IPI; FUNDEF.

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Limita o Estado quanto seu poder de tributar. Algumas
proibições: cobrar tributos no mesmo exercício em que
Legalidade da haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
tributação
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos
antes da vigência da lei; tratamento desigual entre
contribuintes em situação equivalente.

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2.3 Instrumentos Constitucionais

É princípio fundamental do Estado moderno que os Poderes


Legislativo, Executivo e Judiciário devem organizar e exercer suas atividades
com planejamento permanente, atendendo às peculiaridades locais e aos
princípios técnicos convenientes ao desenvolvimento econômico e social.
O orçamento público é exigido pela Carta Magna e é obrigatório, para
todas as entidades do governo, quando da aprovação pelo Legislativo e sanção
do Chefe do Poder Executivo. O processo orçamentário é concretizado pelos
seguintes instrumentos:
a) Plano Plurianual de Investimentos (PPA) - elaborado no
primeiro ano de mandato do governo eleito e se estende aos próximos
quatro anos. É o instrumento pelo qual o governo ordena suas ações com a
finalidade de atingir seus objetivos e suas metas. É instituído por lei,
estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para aquelas referentes a programas de duração continuada
(despesas correntes). Os investimentos cuja execução seja levada a efeito
por períodos superiores a um exercício financeiro, só poderão ser iniciados
se previamente incluídos no PPA ou se nele incluídos por autorização
legal.

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b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - tem a finalidade
principal de orientar a elaboração dos orçamentos fiscal, de investimento
das empresas estatais e da seguridade social. Busca sintonizar a Lei
Orçamentária Anual com as diretrizes, objetivos e metas da administração
pública, estabelecidas no PPA. De acordo com o § 2º do art. 165 da
Constituição Federal, a LDO compreende as metas e prioridades da
administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orienta a elaboração da LOA, dispõe sobre as
alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento.

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c) Lei de Orçamento Anual (LOA) - visa concretizar os objetivos e
metas propostas no PPA, segundo as diretrizes estabelecidas pela LDO.
Compreende os três tipos distintos de orçamentos:
✓ Orçamento Fiscal – demonstrará a ação governamental
dos Poderes, seus fundos, órgão e entidades da administração direta e
indireta;
✓ Orçamento de Seguridade Social - compreende todos os
órgãos e entidades, a quem compete executar ações nas áreas de
saúde, previdência e assistência social, quer sejam da administração
direta ou indireta;
✓ Orçamento de Investimento das Empresas Estatais –
orçamento de investimentos de todas as empresas, indicando os
objetivos e metas compatibilizados com o PPA e as diretrizes
orçamentárias, discriminando as receitas e despesas operacionais para
poder evidenciar o déficit ou o superávit resultante.

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3. Receitas e Despesas Aplicadas ao Setor Público: Enfoques
Orçamentário e Patrimonial

Para desenvolvermos os estudos propostos é necessário resgatar os


conceitos de receitas e despesas públicas no aspecto orçamentário com
discussões sobre o aspecto patrimonial.

3.1 Receita Pública

As receitas constituem os recursos financeiros auferidos pelo Estado


para atender as necessidades da Administração, aumentando sua
disponibilidade, e que podem ou não incorporar definitivamente o patrimônio
público.

Classificações da Receita

Quanto à Categoria Econômica

Receitas Correntes – são compostas pelas Receitas Tributária,


Patrimonial, Industrial, Agropecuária, Serviços, Contribuições, Transferências
Correntes de pessoas de direito público ou privado, para atender às despesas
classificáveis como despesas correntes.

Tributária ou Derivada: é a receita resultante da cobrança de tributos


pagos pelos contribuintes. Entende-se por Tributos toda prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada. Os Tributos podem se apresentar das
seguintes formas:

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✓ Imposto
Segundo o CTN, art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação
tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”

✓ Taxa
“A taxa tem por fato gerador o exercício regular do poder de
polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.” (CTN, art. 77).

✓ Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária,
tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Patrimonial e Industrial: são receitas originárias. Resultam da ação


direta do Estado na exploração de atividades comerciais, industriais,
agropecuárias, bem como das rendas obtidas na aplicação de fundos em
inversões financeiras, ou de produto da renda de bens de propriedade do
Estado;

Transferências Correntes: são recursos recebidos de outras entidades


de direito público ou privado e destinados a despesas correntes;

Receitas Diversas: são as provenientes de multas, cobrança de Dívidas


Ativas, indenizações, restituições e outras que não têm classificação
específicas.

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Receitas de Capital – são compostas Operações de Crédito
(constituição de dívida), Alienações de Bens, Amortizações, Transferências de
Capital pessoas de direito público ou privado, para atender às despesas
classificáveis como despesas de capital. Também classificada como receitas
por mutações patrimoniais, pois ocorre de forma permutativa (não alteram a
situação patrimonial, mas “trocam” os valores em seu aspecto qualitativo).
Operações de Créditos: são os empréstimos e os
financiamentos;
Alienação de Bens: são as conversões em espécie (dinheiro)
de bens e direitos;
Amortização de Empréstimos: consiste no recebimento de
valores antes emprestados a outras entidades de direito público;
Outras receitas de capital: são as receitas de capital não
especificada em lei;
Superávit da execução do orçamento corrente: diferença
positiva entre a arrecadação da receita corrente com a execução da
despesa corrente.

CATEGORIA Receitas Correntes


ECONÔMICA Receitas de Capital

Quanto à Natureza
Se dividem em Receitas Orçamentárias e Receitas Extraorçamentária.
As Receitas Orçamentárias são aquelas de propriedade da
Administração, que têm origem orçamentária. São compostas pelas Receitas
Correntes e de Capital.
As Receitas Extraorçamentárias não têm origem do orçamento, são
simples entradas de caixa de valores que posteriormente serão devolvidos.
Neste caso a Administração Pública funciona como depositário do valor.
Vejamos alguns exemplos:
✓ Depósitos judiciais
✓ ARO (operação de crédito por antecipação de receita)
✓ Depósitos de Diversas Origens (DDO), tais como de
terceiros, pagamentos a servidores não reclamados
✓ Depósitos em caução

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QUANTO A Receitas Orçamentárias
NATUREZA
Receitas Extraorçamentária

Quanto ao Poder de Tributar


Cada receita está prevista em nossa Constituição acerca de que esfera
administrativa cabe o poder de tributação, podendo as receitas terem a
seguinte divisão:

ESFERA
COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA
FEDERAL UNIÃO
ESTADUAL ESTADOS
MUNICIPAL MUNICÍPIOS

Quanto à Coercitividade

Receitas Originárias ou de
QUANTO A Economia Privada
COERCITIVIDADE Receitas Derivadas ou de
Economia Pública

Quanto à Afetação Patrimonial


Quanto a esta classificação, temos que analisar de que maneira a
receita vai afetar o patrimônio líquido. Temos que separar as receitas que
geram um Fato Permutativo das que geram um Fato Modificativo.

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Receitas Efetivas ou Quantitativas Aumentativas (Fato Modificativo)
São aquelas que passam a integrar ao patrimônio público sem
nenhuma contra prestação no passivo, aumentando a riqueza, isto é, o
patrimônio líquido.
Como exemplo de Receitas Efetivas, temos as Receitas Correntes,
exceto a Cobrança da Dívida Ativa, pois esta gera uma mutação patrimonial.

Receitas por Mutações Patrimoniais ou Qualitativas (Fato Permutativo)


São aquelas que se realizam com uma mutação, seja uma
contrapartida no passivo ou com uma diminuição do ativo e nada acrescem ao
patrimônio líquido.
Como exemplo de Receitas por Mutações Patrimoniais, temos as
Receitas de Capital, exceto as transferências de Capital por se tratar de
recursos sem contraprestação de bens ou serviço, mas apenas a prestação de
contas.

Receitas Efetivas Fatos Modificativos


QUANTO A
AFETAÇÃO Receitas por Mutações
PATRIMONIAL Patrimoniais Fatos Permutativos

Quanto à Regularidade
Esta classificação verifica a periodicidade da receita, se ela realiza com
frequência ou não, se dividindo em:
✓ Receitas Ordinárias – são receitas arrecadas de forma regular
aos cofres públicos. São compostas por taxas e impostos
cobrados regularmente por todas as esferas administrativas, tais
como ISS, IPVA, IPI, taxa de incêndio, taxa de lixo e etc.
✓ Receitas Extraordinárias – são receitas que são arrecadadas de
forma inconstante e/ou excepcional, tais como impostos
instituídos para cobrir despesas com guerras, doações e etc.

Interessante é que Receitas Extraordinárias podem se tornar


Ordinárias. Como exemplo tivemos a cobrança da CPMF, que passou a valer
em todos exercícios financeiros.

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Receitas Ordinárias
QUANTO A
REGULARIDADE Receitas Extraordinárias

Estágios da Receita
Estágios da receita como sendo etapas, períodos, operações,
classificados para efeitos didáticos, que guardam relação com definições legais
específicas e com a sistemática adotada pela administração financeira pública.
O Código de Contabilidade Pública de 1922, em seu art. 139 definiu
três estágios para a receita:
✓ Fixação
✓ Arrecadação
✓ Recolhimento

Pela Lei 4.320/64 os estágios da receita passam por quatro fases:

✓ Previsão – art. 51
✓ Lançamento – art. 52 e 53
✓ Arrecadação – art. 55
✓ Recolhimento – art. 56

Previsão – 1º Estágio
O estágio da Previsão da Receita é a expectativa, estimativa, da
receita que se espera arrecadar durante o exercício financeiro.
A Previsão compreende um estudo prévio de expectativa de
arrecadação que consubstanciará a proposta orçamentária e posteriormente a
proposta é convertida no Orçamento, que chamamos de ato legislativo.

Lançamento – 2º Estágio
O lançamento da receita é o ato da repartição competente, que verifica
a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o
débito desta, ou seja, é a identificação do devedor ou do contribuinte. Esta
definição está restrita para impostos diretos.

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A Administração Pública utiliza modalidades de lançamento da receita,
na qual é a forma que o contribuinte toma conhecimento de seu débito com o
Tesouro Público.

Modalidades de Lançamento
✓ Lançamento “Ex Ofício” (por Ofício) ou Direto – Baseado no
cadastro existente, a Administração executa o lançamento sem a
interferência do contribuinte. Ex.: IPVA, IPTU, IPTR
✓ Lançamento por declaração – Lançamento pelo pela
Administração Pública com o auxílio de do próprio contribuinte.
Ex.: IRPJ
✓ Lançamento por homologação – Lançamento feito pelo próprio
contribuinte, no qual só será averiguado posteriormente pela
Administração Pública, que tem cinco anos para validar a
cobrança e o pagamento. Ex.: Carnê-Leão, ICMS, IPI, CPMF,
ISSQN

Arrecadação – 3º Estágio
È o momento em que o contribuinte paga o seu débito a um agente de
arrecadação. Neste momento o contribuinte fica quite com o tesouro Público,
embora, os recursos ainda não tenham sido recolhidos aos cofres do Governo.
Os agentes de arrecadação podem ser Públicos (tesourarias, postos
fiscais) e Privados (bancos autorizados).
A arrecadação pode ser realizada de forma Direta e Indireta.
A forma Direta o próprio contribuinte comparece às repartições fiscais
para saldar sua dívidas (por unidade administrativa) ou se dirige aos
estabelecimentos bancários credenciados pela Administração (por via
bancária)
Na forma Indireta a Administração transfere a terceiros o dever de
recolher as receitas da própria Administração. A mais comum é o que
chamamos de recolhimento na fonte.

Recolhimento-– 4º Estágio
É o ato pelo qual os agentes arrecadadores repassam o numerário
arrecado ao Tesouro Público.

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Dívida Ativa
Representa a diferença entre a receita lançada e arrecadada. Também
chamado de Restos a Arrecadar, evidencia, de forma clara, o valor que o
Estado deixou de receber dos contribuintes inadimplentes. Esta conta deverá
ser classificada no Ativo Não Circulante.

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3.2 Despesa Pública

As Despesas constituem os recursos financeiros gastos pelo Estado


para atender as necessidades da Administração (atividades fim e meio),
diminuindo sua disponibilidade, e que podem ou não incorporar definitivamente
o patrimônio público.

Classificações das Despesas

Quanto à Categoria Econômica

Despesas Correntes –
são as Despesas que geram uma diminuição
do patrimônio, ou seja, não resultam em
compensação patrimonial. custeio e outras
despesas): despesas com pessoal (salários e
encargos sociais – FGTS, INSS, entre
outras); despesas com materiais
(combustível, material de escritório, entre
outras); e contratação de serviços de
terceiros (pagamento por serviços prestados
para a prefeitura), a chamada terceirização.
Um exemplo é a contratação de empresas
privadas para coleta de lixo.

Despesas de Capital –

são as Despesas que ao contrário da


Corrente, resultam em compensação
patrimonial, onde não geram uma diminuição
do patrimônio. investimentos e outras
despesas): despesas com novos
equipamentos e infra-estrutura urbana
(construção e ampliação de escolas, hospitais
e postos de saúde, pavimentação, expansão
da rede de água e esgoto, etc.).

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CATEGORIA Despesas Correntes
ECONÔMICA Despesas de Capital

Despesas de Investimentos: são aquelas necessárias ao planejamento e à


execução de obras, à aquisição de instalações, equipamentos, material
permanente.

Inversões Financeiras: aquisição de imóveis, de bens de capital já em


utilização, aquisição de títulos de capital de entidade de qualquer espécie.

Transferências de capital: são as amortizações de dívida pública, transferência


de bens numerários a outras entidades que devem realizar investimentos ou
inversões financeiras.

Quanto à Natureza
Se dividem em Despesas Orçamentárias e Despesas Extra-
Orçamentária.
As Despesas Orçamentárias são aquelas que estão autorizadas
no Orçamento e se destinam à manutenção das atividades do Estado e a
ampliação dos serviços à população. São compostas pelas Despesas
Correntes e de Capital.
As Despesas Extra-Orçamentárias não têm origem do orçamento,
são simples saídas de caixa de valores que anteriormente ingressaram como
Receita Extra-Orçamentária.

Despesas Orçamentárias
QUANTO A
NATUREZA Despesas Extraorçamentária

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Quanto à competência político-institucional
Cada Despesa está prevista em nossa Constituição acerca da
esfera administrativa, podendo as ter a seguinte divisão:

ESFERA
COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA
FEDERAL UNIÃO
ESTADUAL ESTADOS
MUNICIPAL MUNICÍPIOS

Quanto à Afetação Patrimonial


Quanto a esta classificação, temos que analisar de que maneira a
Despesa vai afetar o patrimônio líquido. Temos que separar as Despesas que
geram um Fato Permutativo das que geram um Fato Modificativo.

Despesas Efetivas ou Quantitativas (Fato Modificativo)


São aquelas que geram uma diminuição do patrimônio público,
diminuindo a riqueza, isto é, o patrimônio líquido.
Como exemplo de Despesas Efetivas, temos as Despesas Correntes,
tais como Serviços de Terceiros de Pessoa Jurídica, Pessoa Física, Pessoal e
encargos sociais, juros e etc.

Despesas por Mutações Patrimoniais ou Qualitativas (Fato


Permutativo)

São aquelas que se realizam com uma mutação, ou seja, não


contribuem para uma diminuição do patrimônio público.
Como exemplo de Despesas por Mutações Patrimoniais, temos as
Despesas de Capital., tais como investimentos, inversões financeiras,
amortização da dívida lançada no Exigível a Longo Prazo e etc.

Despesas Efetivas Fatos Modificativos


QUANTO A
AFETAÇÃO Despesas por
PATRIMONIAL Mutações Fatos Permutativos
Patrimoniais

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Quanto à Regularidade
Esta classificação verifica a periodicidade da Despesa, se ela realiza
com frequência ou não, se dividindo em:
Despesas Ordinárias – são Despesas que ocorrem em todos os
exercícios. São compostas por despesas com pessoal, serviços de terceiros
(pessoa jurídica e pessoa física), material de consumo, encargos da dívida etc.

Despesas Extraordinárias – são Despesas, ao contrário das Ordinárias,


que ocorrem em circunstância de situações não perenes aos exercícios, isto é,
são despesas inconstantes e/ou excepcionais, tais como despesas com
guerras, calamidades públicas etc.

Despesas Ordinárias
QUANTO A
REGULARIDADE Despesas Extraordinárias

Estágios da Despesa
De acordo com a Lei 4.320/64, a despesa orçamentária apresenta os
estágios de empenho, liquidação e pagamento.

Fixação
É o estágio existente para fins contábeis. Representa a programação
da despesa através dos créditos orçamentários ou créditos adicionais. É a
abertura de crédito disponível para a execução do empenho, ou seja, não se
pode realizar nenhuma despesa pública se não existir o crédito. É neste
estágio que a administração pública pode iniciar seu processo de aquisição,
pois com o conhecimento quantitativo do crédito existente, é que o gestor
poderá definir sua aquisição, se há ou não necessidade de licitação, quanto e o
que pode adquirir e que projeto ou que atividade será atendida.
O Estágio de Fixação da despesa, que antecede ao empenho, não é
mencionado pela Lei.
Este estágio não está expressamente determinado em Lei como já
dissemos, mas é um estágio obrigatório com base dispositivos da Constituição
Federal.

Empenho

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É definido no art. 58 da Lei 4.320/64, como “ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento
pendente ou não de implemento de condição”.
O empenho é a utilização do crédito disponível e representa a intenção
de compra ou contratação estabelecida entre o governo e o fornecedor que
gera o Estado uma perspectiva de pagamento.
No o art. 60, existe a expressão “é vedada a realização da despesa
sem prévio empenho”. Quando da emissão do empenho, o Órgão deve
observar a necessidade ou não da licitação, conforme preconizado na Lei
Federal nº 8.666/93, que viabiliza a competição pública em igualdade de
condição para qualquer fornecedor, com a finalidade do Estado adquirir o bem
ou o serviço de qualidade desejada e pelo menor preço praticado no mercado.
O empenho apresenta as fases de autorização, que é a liberação da
execução por parte do agente responsável, denominado gestor ou ordenador
de despesas; e a de formalização, que representa a própria emissão da nota
de empenho.
O empenho apresenta três modalidades distintas:
✓ ordinário, que representa o empenho da despesa de
montante previamente conhecido e com pagamento único;
✓ estimativo, que representa o empenho que normalmente
recebe vários reforços durante o exercício financeiro, haja
vista o seu montante não ser de prévia determinação,
comum para as despesas que envolvem as concessionárias,
por exemplo, despesa com água, luz, telefone, gás; e
✓ global, que é o empenho de montante conhecido, mas seu
pagamento é feito por parcelas durante o exercício
financeiro.

Liquidação
Representa o estágio em que o Órgão atesta o recebimento do material
adquirido ou do serviço prestado por terceiros, comprovado por documento
fiscal (nota fiscal, fatura ou equivalente). É caracterizado pela apropriação da
despesa, ou seja, o reconhecimento da despesa por parte da administração,
que obriga o Estado a efetuar o pagamento da despesa incorrida. È neste

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estágio que o Estado passa a ter uma obrigação de pagamento com o
fornecedor.
Como descrito n Lei 4.320/64 em seu art. 63, a liquidação de despesa
consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1º Essa verificação tem por fim apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços
prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega do material ou da prestação do
serviço.

Pagamento
Representa o último estágio da despesa, é a extinção da obrigação da
despesa empenhada, realizado concomitante ou após a liquidação da despesa.

Classificação Funcional-Programática
Com a finalidade de programação, elaboração e controle da execução
dos planos e das ações diretas ou indiretas do Governo, as DESPESAS foram
agrupadas em FUNÇÕES e estas, por sua vez divididas em SUBFUNÇÕES.
A classificação FUNCIONAL recebe a seguinte definição:
“A classificação funcional, composta de um rol de funções e
subfunções pré fixadas, servirá como agregador dos gastos públicos por área
de ação governamental, nas três esferas. Trata-se de uma classificação
independente dos programas.
Por ser de aplicação comum e obrigatória no âmbito dos Municípios,
dos Estados e da União, a classificação funcional permitirá a consolidação
nacional dos gastos do setor público”.
A Função representa o maior nível de agregação das diversas áreas
de despesa que competem ao setor público.

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A Estrutura Programática
As FUNÇÕES e respectivas SUBFUNÇÕES desdobram-se em
PROGRAMAS, que se destinam a efetivação da integração entre os planos e
os orçamentos, organicamente articulados, servindo de ligação entre o
planejamento de longo e médio prazo e o Orçamento Anual.
O Manual Técnico de Orçamento/MTO - 2000, com base na Portaria
042, de 1999, institui a ESTRUTURA PROGRAMÁTICA, tal a importância
assumida pelo Programa no planejamento orçamentário a partir da publicação
do Decreto 2.829/98 e daquela Portaria. Esta importância é ressaltada pelo
referido Manual da seguinte forma:
A partir da Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, os programas
deixaram de ter o caráter de classificador e cada nível de governo passou a ter
a sua estrutura própria, adequada à solução dos seus problemas. A origem dos
Programas passou a estar no processo de planejamento desenvolvido durante
a formulação do Plano Plurianual – PPA.
Há convergência entre as estruturas do plano plurianual e do
orçamento anual a partir do programa, “módulo” comum integrador do PPA
com o Orçamento. Em termos de estruturação, o plano termina no programa e
o orçamento começa no programa, o que confere a esses documentos uma
integração desde a origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma
compatibilização entre módulos diversificados. O programa age como único
módulo integrador, e os projetos e as atividades, como instrumento de
realização dos programas.
Cada programa contém, no mínimo, objetivo, indicador que quantifica a
situação que o programa tem por fim modificar e os produtos (bens e serviços)
necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas dão origem aos
projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um
produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dá origem à meta.

Adiantamentos ou Suprimentos de Fundos


Ocorre quando o Ordenador de Despesas entrega numerário a servidor
para que este efetue despesas na qual não possam subordinar-se ao trâmite
normal dos estágios da despesa. Desta maneira verificamos que o Ordenador
de Despesas é a única autoridade que tem competência para conceder o

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Adiantamento, assim como para aprovar ou não a comprovação de sua
aplicabilidade.
O servidor para que seja o agente suprido não poderá estar
enquadrado nas seguintes condições estabelecidas pelo Decreto 93.872/86 (§
3º do art. 45):
✓ A responsável por dois suprimentos;
✓ A servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização
do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro
servidor;
✓ A responsável por suprimento de fundos que, esgotado o
prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação;
✓ A servidor declarado em alcance;
✓ A servidor que esteja respondendo inquérito administrativo.

Entende-se por alcance o servidor que não efetuar a prestação de


contas dos recursos recebidos dentro do prazo legal ou quando a sua
prestação de contas tiver sido rejeitada no total ou em parte pelo Ordenador de
Despesas.

Dívida Passiva
Também chamada de Dívida Pública, representam os compromissos
assumidos pelo Estado para com terceiros. Pode apresentar-se de duas
formas:
a) Dívida Flutuante - não dependem de autorização legislativa,
restringe-se à área nacional. São classificadas com flutuante: as
receitas extraorçamentárias, os Restos a pagar e os débitos de
tesouraria; e
b) Dívida Fundada - pode ser interna ou externa, e depende de
autorização legislativa para ser contraída. Divide-se em Consolidada
(com emissão de título) e não Consolidada (assinatura de contrato)

Restos a Pagar
Representam as despesas empenhadas mas pendentes de pagamento
em 31 de dezembro.

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As despesas empenhadas e liquidadas, dão origem ao que chamamos
de RP processados. Estes, já inscritos em obrigações (fornecedores), são
transferidos automaticamente para a mesma conta no ano seguinte, compondo
o passivo financeiro do balanço patrimonial.
A fonte invertida, devido a inscrição de fornecedores sem o respectivo
numerário, dá origem, no exercício seguinte, à conta recursos de restos a
pagar a receber na mesma fonte (conta de ativo). Esta será subtraída a medida
que for liberado os recursos para pagamento do RP através da conta
transferências no país, não podendo confundir, com os recursos recebidos para
pagamento das despesas correntes ou de capital do ano em curso, que será
repassado pela conta sub-repasse no país.
O pagamento de tal R.P. constituirá uma despesa extraorçamentária.
As despesas empenhadas mas não liquidadas, representadas pela
inscrição na conta empenhos a liquidar, com conta-corrente do número do
empenho, no final do ano (31 dez), dão origem aos RP não processados, pois
não estão inscritos em nenhuma conta de exigibilidade.
No início do ano seguinte, surge a conta representativa desses RP não
processados, que pertence ao grupo do passivo financeiro de acordo com a Lei
4.320/64, que será subtraída a medida que ocorrer sua liquidação para
posterior pagamento.
É possível resumir a lógica das despesas públicas conforme as figuras
01 e 02 a seguir:

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Figura 01 - Fluxograma da autorização da despesa orçamentária

Necessidade de
realizar Despesa

Não
Crédito aprovado Solicitar crédito
pelo orçamento? especial

Sim
Conce-
Sim dido?

Não Despesa não


Autorizada

Não

Não

Suficiente? Solicitar crédito Conce


suplementar
-dido?

Sim
Sim
Despesa Autorizada

Fonte: SANTOS, Dissertação de Mestrado, UERJ, 1999

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Figura 02 - Fluxograma dos estágios da despesa orçamentária

Necessidade de Realizar Despesa

Abertura de crédito quantitativamente Necessidade de


suficiente realizar Licitação?

Não Sim

Sim Realização de
Pagto Valor Conhecido? Emitir Licitação - Lei
Empenho 8666/93
único?

Sim Não

Empenho
Não Estimativo

Fornecedor entregou o bem N


Empenho ou prestou o serviço com Aguardar
Global documento hábil?

Empenho
Ordinário Sim

Realizar
Liquidação
Aguardar
Transferência
Financeira

Não
Tem $$?

Suficiente?
Sim

Efetuar
pagamento

Fonte: SANTOS, UERJ, 1999

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3.3 Objeto de Estudo: Patrimônio

A contabilidade aplicada no setor público é um ramo das Ciências


Contábeis e apresenta como base de sua aplicação a Lei 4.320, de 17 de
março de 1.964, que trata de Normas Gerais de Direito Financeiro para
Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, recentemente o Conselho Federal de
Contabilidade emitiu as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao
Setor Público número 16 (dezesseis) com onze seções que tratam da chamada
convergência da contabilidade aos padrões internacionais, o que tem gerado
grande transformações nas rotinas e procedimentos dos diversos gestores para
melhor apresentar os fatos a serem registrados e demonstrados pela
contabilidade a todo sociedade.
Definimos a Contabilidade aplicada ao setor público como sendo o
ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a previsão e a
execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública, o patrimônio
público e suas variações.

Objetivo:
Fornecer informações atualizadas, úteis e exatas:
• À administração para subsidiar as tomadas de decisões;
• Aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da
legislação;
• Às instituições governamentais e a particulares (informações
estatísticas e outras de interesse dessas instituições).
Campo de Aplicação:
É aplica aos quatro níveis de governo: Federal, Estadual, Municipal,
Distrito Federal, aos três Poderes constituídos, bem como as suas autarquias e
fundações.
A seguir estão descritas as NBC T SP 16 1 e 2, bem como a Resolução
CFC 1111/07, que tratam da base da Contabilidade aplicada ao Setor Público:

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NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
NBC T 16 – NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
NBC T 16.1 – CONCEITUAÇÃO, OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO

Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO 3–6
CAMPO DE APLICAÇÃO 7–8
UNIDADE CONTÁBIL 9 – 10

DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Esta Norma estabelece a conceituação, o objeto e o campo de aplicação da
Contabilidade Aplicada ao Setor Público.

DEFINIÇÕES
2. Para efeito desta Norma, entende-se por:
Campo de Aplicação: espaço de atuação do Profissional de Contabilidade que
demanda estudo, interpretação, identificação, mensuração, avaliação, registro,
controle e evidenciação de fenômenos contábeis, decorrentes de variações
patrimoniais em:
(a) entidades do setor público; e
(b) ou de entidades que recebam, guardem, movimentem, gerenciem ou apliquem
recursos públicos, na execução de suas atividades, no tocante aos aspectos
contábeis da prestação de contas.
Entidade do Setor Público: órgãos, fundos e pessoas jurídicas de direito público
ou que, possuindo personalidade jurídica de direito privado, recebam, guardem,
movimentem, gerenciem ou apliquem dinheiros, bens e valores públicos, na
execução de suas atividades. Equiparam-se, para efeito contábil, as pessoas físicas
que recebam subvenção, benefício, ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.268/09)
Instrumentalização do Controle Social: compromisso fundado na ética
profissional, que pressupõe o exercício cotidiano de fornecer informações que
sejam compreensíveis e úteis aos cidadãos no desempenho de sua soberana
atividade de controle do uso de recursos e patrimônio público pelos agentes
públicos.
Normas e Técnicas Próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público: o
conjunto das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público,
seus conceitos e procedimentos de avaliação e mensuração, registro e divulgação
de demonstrações contábeis, aplicação de técnicas que decorrem da evolução
científica da Contabilidade, bem como quaisquer procedimentos técnicos de

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controle contábil e prestação de contas previstos, que propiciem o controle social,
além da observância das normas aplicáveis.
Patrimônio Público: o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,
onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou
utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um
fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos
ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.
Projetos e ações de fins ideais: todos os esforços para movimentar e gerir
recursos e patrimônio destinados a resolver problemas ou criar condições de
promoção social.
Recursos controlados: ativos em que a entidade mesmo sem ter o direito
de propriedade detém o controle, os riscos e os benefícios deles
decorrentes. (Incluído pela Resolução CFC nº. 1.268/09)
Setor Público: Espaço social de atuação de todas as entidades do setor público.

CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO


3. Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica,
no processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas
contábeis direcionados ao controle patrimonial de entidades do setor público.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.437/13)
4. O objetivo da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é fornecer aos usuários
informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor
público e suas mutações, em apoio ao processo de tomada de decisão; a adequada
prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle
social.
5. O objeto da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o patrimônio público.
6. A função social da Contabilidade Aplicada ao Setor Público deve refletir,
sistematicamente, o ciclo da administração pública para evidenciar informações
necessárias à tomada de decisões, à prestação de contas e à instrumentalização do
controle social.

CAMPO DE APLICAÇÃO
7. O campo de aplicação da Contabilidade Aplicada ao Setor Público abrange todas
as entidades do setor público.
8. As entidades abrangidas pelo campo de aplicação devem observar as normas e as
técnicas próprias da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, considerando-se o
seguinte escopo:
(a) integralmente, as entidades governamentais, os serviços sociais e os
conselhos profissionais;
(b) parcialmente, as demais entidades do setor público, para garantir
procedimentos suficientes de prestação de contas e instrumentalização do
controle social.

UNIDADE CONTÁBIL
9. A soma, agregação ou divisão de patrimônio de uma ou mais entidades do setor
público resultará em novas unidades contábeis. Esse procedimento será utilizado
nos seguintes casos:

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(a) registro dos atos e dos fatos que envolvem o patrimônio público ou suas
parcelas, em atendimento à necessidade de controle e prestação de contas, de
evidenciação e instrumentalização do controle social;
(b) unificação de parcelas do patrimônio público vinculadas a unidades contábeis
descentralizadas, para fins de controle e evidenciação dos seus resultados;
(c) consolidação de entidades do setor público para fins de atendimento de
exigências legais ou necessidades gerenciais.

10. Unidade Contábil é classificada em:


(a) Originária – representa o patrimônio das entidades do setor público na
condição de pessoas jurídicas;
(b) Descentralizada – representa parcela do patrimônio de Unidade Contábil
Originária;
(c) Unificada – representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou mais
Unidades Contábeis Descentralizadas;
(d) Consolidada – representa a soma ou a agregação do patrimônio de duas ou
mais Unidades Contábeis Originárias.

37
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T 16 – NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE


APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
NBC T 16.2 – PATRIMÔNIO E SISTEMAS CONTÁBEIS

Índice Item
DISPOSIÇÕES GERAIS 1
DEFINIÇÕES 2
PATRIMÔNIO PÚBLICO 3
CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O ENFOQUE
4–9
CONTÁBIL
SISTEMA CONTÁBIL 10
ESTRUTURA DO SISTEMA CONTÁBIL 11 – 13

DISPOSIÇÕES GERAIS

1. Esta Norma estabelece o conceito de patrimônio público, sua classificação sob o


enfoque contábil, o conceito e a estrutura do sistema de informação contábil.

DEFINIÇÕES

2. Para efeito desta Norma, entende-se por:


Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até o
término do exercício seguinte.
Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis até
doze meses da data das demonstrações contábeis. (Redação dada pela Resolução CFC
n.º 1.437/13)
Conversibilidade: a qualidade do que pode ser conversível, ou seja, característica
de transformação de bens e direitos em moeda.
Exigibilidade: a qualidade do que é exigível, ou seja, característica inerente às
obrigações pelo prazo de vencimento.
Não Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis
após o término do exercício seguinte.
Não Circulante: o conjunto de bens e direitos realizáveis e obrigações exigíveis
após doze meses da data das demonstrações contábeis. (Redação dada pela Resolução
CFC n.º 1.437/13)
Unidade Contábil: a soma, a agregação ou a divisão de patrimônios autônomos de
uma ou mais entidades do setor público.

38
PATRIMÔNIO PÚBLICO

3. Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,


onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou
utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um
fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos
ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.

CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO SOB O ENFOQUE


CONTÁBIL

4. O patrimônio público é estruturado em três grupos:


(a) Ativo – compreende os direitos e os bens, tangíveis ou intangíveis adquiridos,
formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelo setor público,
que represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro.
(b) Passivo – compreende as obrigações assumidas pelas entidades do setor
público ou mantidas na condição de fiel depositário, bem como as
contingências e as provisões.
(c) Patrimônio Líquido – representa a diferença entre o Ativo e o Passivo.

4. O patrimônio público é estruturado em três grupos:


(a) Ativos são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios
econômicos futuros ou potencial de serviços;
(b) Passivos são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos
passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de
serviços;
(c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de
deduzidos todos seus passivos. (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09)

5. A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em


“circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e
exigibilidade.

6. Os ativos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um dos


seguintes critérios:
(a) estarem disponíveis para realização imediata;
(b) tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte.
(b) tiverem a expectativa de realização até doze meses da data das demonstrações
contábeis. (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)

7. Os demais ativos devem ser classificados como não circulante.

8. Os passivos devem ser classificados como circulante quando satisfizerem a um


dos seguintes critérios:
(a) corresponderem a valores exigíveis até o término do exercício seguinte;
(a) corresponderem a valores exigíveis até doze meses da data das demonstrações
contábeis; (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)

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(b) corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a
entidade do setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo
de exigibilidade. (Excluída pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
(c) sejam pagos durante o ciclo operacional normal da entidade; (Incluída pela
Resolução CFC n.º 1.437/13)
(d) sejam mantidos essencialmente para fins de negociação. (Incluída pela Resolução
CFC n.º 1.437/13)

9. Os demais passivos devem ser classificados como não circulante.

SISTEMA CONTÁBIL

10. O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação,


mensuração, registro, controle, evidenciação e avaliação dos atos e dos fatos da
gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de
decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social.

ESTRUTURA DO SISTEMA CONTÁBIL

11. A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é organizada na forma de sistema de


informações, cujos subsistemas, conquanto possam oferecer produtos diferentes
em razão da respectiva especificidade, convergem para o produto final, que é a
informação sobre o patrimônio público.

12. O sistema contábil está estruturado nos seguintes subsistemas de informações:


(a) Orçamentário – registra, processa e evidencia os atos e os fatos relacionados
ao planejamento e à execução orçamentária;
(b) Financeiro – registra, processa e evidencia os fatos relacionados aos ingressos
e aos desembolsos financeiros, bem como as disponibilidades no início e final
do período; (Excluída pela Resolução CFC n.º 1.268/09)
(c) Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos não financeiros
relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio
público;
(c) Patrimonial – registra, processa e evidencia os fatos financeiros e não
financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do
patrimônio público; (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09)
(d) Custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços,
produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública;
(d) Custos – registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços,
produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública, consoante a NBC T
16.11; (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
(e) Compensação – registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos
possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público,
bem como aqueles com funções específicas de controle.

13. Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de


informações de modo a subsidiar a administração pública sobre:
(a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;

40
(b) avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com
relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade;
(b) avaliação dos resultados obtidos na execução das ações do setor
público com relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à
efetividade; (Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.437/13)
(c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
(d) avaliação dos riscos e das contingências;
(e) conhecimento da composição e movimentação patrimonial. (Incluída pela
Resolução CFC n.º 1.437/13)

41
RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.111/07

Aprova o Apêndice II da
Resolução CFC nº. 750/93 sobre
os Princípios de Contabilidade.
(Redação dada pela Resolução
CFC nº. 1.367/11)

O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano deve


ser sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a
ideologia de determinado sistema, seus postulados básicos e seus fins. Vale
dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais da
ordem que institui.
Os princípios possuem o condão de declarar e consolidar os altos
valores da vida humana e, por isso, são considerados pedras angulares e
vigas-mestras do sistema.
Adicionalmente, as novas demandas sociais estão a exigir um novo
padrão de informações geradas pela Contabilidade Pública, e que seus
demonstrativos – item essencial das prestações de contas dos gestores
públicos – devem ser elaborados de modo a facilitar, por parte dos seus
usuários e por toda a sociedade, a adequada interpretação dos fenômenos
patrimoniais do setor público, o acompanhamento do processo orçamentário, a
análise dos resultados econômicos e o fluxo financeiro.

1. INTERPRETAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE SOB A


PERSPECTIVA DO SETOR PÚBLICO (Redação dada pela Resolução CFC
nº. 1.367/11)

1.1. O PRINCÍPIO DA ENTIDADE


Perspectivas do Setor Público
O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e
responsabilização do patrimônio a ele pertencente.
A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio
e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos
agentes públicos.

1.2. O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE


Perspectivas do Setor Público
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito
cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade
da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade.

1.3. O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE


Perspectivas do Setor Público
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à
fidedignidade dos processos de reconhecimento, mensuração e evidenciação
da informação contábil, dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o
patrimônio da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de
Contabilidade aplicadas ao Setor Público. (Redação dada pela Resolução CFC
nº. 1.367/11)
A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as
variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do

42
cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência, visando ao completo
atendimento da essência sobre a forma.

1.4. O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL


“Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os
componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores
originais das transações, expressos em moeda nacional”.
§ 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus
distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos
ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo
valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na
data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores
dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou,
em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para
liquidar o passivo no curso normal das operações; e
II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio,
os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer
variações decorrentes dos seguintes fatores:
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores
em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser
pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem
adquiridos na data ou no período das demonstrações
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores
em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que
seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou
no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em
caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser
obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos
são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal
das operações da Entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de
caixa que se espera seja gerado pelo item no curso
normal das operações da Entidade. Os passivos são
mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro
de saída líquida de caixa que se espera seja necessário
para liquidar o passivo no curso normal das operações da
Entidade;
d) Valor Justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado,
ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras,
dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos;
e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder
aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos
registros contábeis mediante o ajustamento da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.

43
Perspectivas do Setor Público
Nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor
original dos componentes patrimoniais.
Valor Original, que ao longo do tempo não se confunde com o custo
histórico, corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com
agentes internos ou externos, com base em valores de entrada – a exemplo de
custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída –
a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do fluxo
de benefício do ativo e valor justo.

1.5. O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA


“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das
transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se
referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a
simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11)

Perspectivas do Setor Público


O Princípio da Competência aplica-se integralmente ao Setor Público.
(Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.367/11)

1.6. O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA


Perspectivas do Setor Público
As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a
aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram montantes, menores
para ativos, entre alternativas igualmente válidas, e valores maiores para
passivos.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um
passivo já escriturado por determinados valores, segundo os Princípios do
Valor Original, surgirem possibilidades de novas mensurações. (Redação dada
pela Resolução CFC nº. 1.367/11)
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a
situações classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de
passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em consonância
com os Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve constituir
garantia de inexistência de valores fictícios, de interesses de grupos ou
pessoas, especialmente gestores, ordenadores e controladores.

44
3.4 Principais diferenças entre a Contabilidade Societária e a
Contabilidade Pública:

Existem algumas diferenças básicas entre as técnicas de contabilidade


utilizadas por cada uma dessas especializações da Ciência Contábil, como
podemos observar no quadro 01.
Quadro 01 - Contabilidade Societária e Contabilidade Pública – diferenças principais
Contabilidade Societária Tópico Analisado Contabilidade Pública

Lei 6.404/76, 11.638/07 e Lei 4.320/64, 8.666/93, LC101/00 e


11.941/09 Legislação básica NBCT ASP 16
Orçamentário = misto
Competência Regime Contábil competência para as despesas e
de caixa para as receitas;
Patrimonial = competência
superávit / déficit da gestão;
lucro ou prejuízo do Resultado satisfação das necessidades
exercício sociais
responsável pelo responsável pelo cumprimento da
cumprimento das decisões legislação e a delimitação da
diretivas, através da Controle Interno responsabilidade dos agentes
auditoria interna públicos
Balanços:
Balanço Patrimonial; - Orçamentário;
Demonstrações: - Patrimonial;
- do Resultado do Exercício; - Financeiro;
- do Fluxo de Caixa; Demonstrações Demonstrações:
- das Mutações do - das Variações Patrimoniais;
Patrimônio Líquido; - do Fluxo de Caixa;
- do Valor Adicionado - das Mutações do PL
Notas Explicativas
Conselho administrativo e Poder Legislativo (Tribunal de
proprietários (acionistas) Prestação de contas Contas) e à população
Operacional ou financeiro; Orçamento Programa, Lei de
flexível; consecutivo Orçamento Diretrizes Orçamentárias e Lei
Orçamentária Anual
sistema único que abrange orçamentário, patrimonial,
todas as contas existentes Sistemas de contas compensação e de custos
principalmente os fatos Registros atos e fatos
Receitas e Despesas Contas de resultado Ingressos e Dispêndios
permitido fazer o que a Lei Autorizativa (permitido fazer o
não proíbe Legalidade que a Lei autoriza).
Presidente, Diretor, constantes do Rol de
Gerentes, Chefes etc. Agentes responsáveis Responsáveis: Ordenador de
despesas, Encarregados por
bens e valores
Princípios de Contabilidade Princípios PC e Princípios Orçamentários

45
4 EXERCÍCIOS E CASES:

1. Responda ao que se pede:

1. Conceitue orçamento público utilizando o que diz cada princípio

substancial:

2. Explique os aspectos do orçamento público:

3. O que é e quais são os instrumentos constitucionais do Orçamento

Programa?

4. Relacione as principais etapas orçamentárias e seus respectivos

Poderes responsáveis:

5. Qual a finalidade do FUNDO na administração pública?

6. Como fazer para o orçamento público ser menos rígido durante sua

execução?

7. O que é Janela orçamentária?

8. Qual a consequência prática em razão da aplicação do princípio da

exclusividade para a contabilidade pública que a diferencia da

contabilidade societária?

46
9. Quais os enfoques dados a Contabilidade Pública pela Lei 4.320/64 e

pelas NBC T SP 16, respectivamente?

10. Qual a importância para o resultado com a implantação regime contábil /

patrimonial adotado nas NBCTASP16?

11. Qual a importância do cumprimento das NBC T SP 16 para

Contabilidade Pública?

12. O que diz, na essência, as Leis, Normas ou Artigos selecionados abaixo:

a. Lei 4.320/64 -

b. LC 101/00 -

c. Artigo 165 da CF/88 -

d. Lei 8.666/93 -

e. NBCTASP16 –

47
2. Marque a única alternativa correta em cada questão abaixo:

Introdução ao Orçamento Público

1. Marque a alternativa que representa a combinação correta das sentenças abaixo:


( ) Orçamento Público, em termos financeiros, é uma Lei.
( ) O processo orçamentário é realizado através do Plano Plurianual de Investimentos, Lei de
Diretrizes orçamentárias e Lei Orçamentária anual.
( ) A elaboração e execução orçamentária compreende as fases substanciais, formais ou de
apresentação e específica às receitas.

1) V, V, V 2) F, F, F 3) V, F, F 4) F, V, V 5) F, V, F

2. O aspecto orçamentário, onde o Governo assume o papel de regulador da economia é o:


A. legal;
B. jurídico;
C. financeiro;
D. econômico;
E. político

3. O tipo de orçamento cuja concepção está direcionada ao planejamento de médio prazo de


um governo, ultrapassando a ideia de simples documento financeiro, tornando-se um
instrumento de operacionalização das ações do governo a fim de viabilizar seus objetivos é
denominado:
A. orçamento base zero
B. orçamento-programa
C. orçamento tradicional
D. orçamento consecutivo

4. O orçamento elaborado no Brasil é do tipo:


A. Aristotélico;
B. Executivo;
C. Marxista;
D. Legislativo;
E. Misto

5. Os Poderes envolvidos no ciclo orçamentário brasileiro na esfera municipal são:


A. judiciário e executivo
B. judiciário e legislativo
C. legislativo e executivo
D. judiciário, legislativo e executivo

6. As fases do ciclo orçamentário denominadas Elaboração, Execução e Controle são


respectivamente de responsabilidade dos seguintes Poderes:
A. Legislativo, Executivo e Judiciário
B. Executivo, Executivo e Judiciário
C. Executivo, Executivo e Legislativo
D. Judiciário, Executivo e Legislativo

7. Marque a alternativa que completa a seguinte sentença: “Os investimentos cuja execução
seja levada a efeito por períodos superiores a um exercício financeiro, só poderão ser iniciados
se previamente incluídos no(a) ____________________ ou se nele(a) incluídos por
autorização legal.”
A. plano plurianual
B. lei orçamentária anual
C. lei de créditos adicionais
D. lei de diretrizes orçamentárias

8. A lei orçamentária anual compreende três tipos de orçamento, são eles:


A. saúde, educação e previdência
B. investimentos, fiscal e seguridade social
C. plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anula

48
D. saúde, educação e outras funções governamentais

9. A lei orçamentária anual compreende três tipos de orçamentos sendo um deles destinado
aos recursos a serem aplicados na função Saúde que se denomina:
A. orçamento fiscal
B. orçamento da seguridade social
C. orçamento-programa
D. orçamento do fundo nacional do sistema único de saúde

10. (Consultor de Orçamento/SF/96) A alternativa incorreta quanto às inovações no que tange


à lei orçamentária anual a partir da Constituição Federal de 1988 é:
A. ( ) A inclusão do orçamento de investimentos das empresas estatais, que era
controlado somente pelo Poder Executivo, de maneira mais abrangente, pois
considerava também as receitas e as despesas operacionais.
B. ( ) A inclusão de todas as operações de crédito no orçamento fiscal, uma vez que a
grande parte delas constava somente do orçamento monetário.
C. ( ) a inclusão das entidades de Seguridade Social que, por não receberem recursos à
conta de orçamento fiscal, ficavam inteiramente à margem do processo legislativo-
orçamentário.
D. ( ) A inclusão da possibilidade de autorização para a contratação de qualquer
modalidade de operação de crédito.
E. ( ) A inclusão da possibilidade irrestrita de concessão de majoração de vencimentos
e vantagens ao servidores públicos.

11. (TCE) As metas e prioridades da administração para o exercício financeiro subsequente


estão compreendidas:
A. ( ) na lei do orçamento plurianual de investimentos
B. ( ) na lei das metas prioritárias
C. ( ) na lei de diretrizes orçamentárias
D. ( ) na lei do plano plurianual

12. A Lei Orçamentária Anual


A. ( ) estabelece as diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as
despesa de capital e programas especiais de duração continuada
B. ( ) compreende o Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investimentos e o Orçamento da
Seguridade Social.
C. ( ) compreende as metas e prioridades da administração pública.
D. ( ) dispõe sobre as alterações na legislação e estabelece a política de aplicações
oficiais de fomento.
E. ( ) dispõe sobre a estrutura e organização dos orçamentos.

13. O modelo orçamentário definido pelo Art 165 da Constituição Federal de 1988 prevê os
seguintes instrumentos legais.
A. ( ) o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias, a lei orçamentária anual, as leis
de créditos adicionais e a lei complementar sobre finanças públicas.
B. ( ) a Lei nº 4.320/64, que foi recepcionada, a lei complementar sobre finanças públicas
e lei orçamentária anual.
C. ( ) o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias, a lei orçamentária anual e as
leis de créditos adicionais.
D. ( ) a lei orçamentária anual, a lei de diretrizes orçamentárias e da lei do plano
plurianual.
E. ( ) a lei complementar sobre finanças públicas, a lei orgânica do TCU e a Lei nº
4.320/64.

14. O PPA tem como finalidade principal:


A. ( ) estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da
Administração Pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e
para os programas de duração continuada;
B. ( ) promover a regionalização dos investimentos públicos e privados, reduzindo as
desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional;
C. ( ) definir as diretrizes sobre a programação das despesas de capital para a
elaboração do orçamento do exercício seguinte;

49
D. ( ) orientar a ação do governo em termos de investimentos e dos projetos nacionais de
natureza estratégica;
E. ( ) nenhuma das opções.

15. Os Princípios Orçamentários Substanciais, são:


A. anualidade, unidade, universalidade, equilíbrio e exclusividade, especificação,
publicidade, clareza e uniformidade, não afetação da receita, legalidade de tributação.
B. especificação, publicidade, clareza e uniformidade, não afetação da receita,
legalidade de tributação.
C. anualidade, unidade, universalidade, equilíbrio e exclusividade
D. não afetação da receita, legalidade de tributação.
E. anualidade, unidade, universalidade, exclusividade, legalidade de tributação

16. O princípio orçamentário que tem a finalidade de possibilitar a comparação dos orçamentos
de diversos anos:
A. anualidade; B. universalidade C. equilíbrio; D. uniformidade;

17. O princípio orçamentário que define a periodicidade do orçamento brasileiro é denominado:


A. plurianualidade
B. consecutividade
C. anualidade
D. unidade

18. O princípio orçamentário que define que todas as receitas devem ser arrecadadas numa
conta única para que não haja vinculação prévia de sua destinação é denominado:
A. não afetação da receita
B. universalidade
C. equilíbrio
D. legalidade da tributação

19. A exigência de inclusão na lei orçamentária anual das despesas de custeio, bem como das
referentes aos investimentos como, por exemplo, aquisição de máquinas e equipamentos, que
representa um fato permutativo ou de mutação patrimonial, tem como base da técnica
orçamentária o princípio denominado:
A. universalidade
B. unidade
C. orçamento bruto
D. exclusividade

20. A técnica orçamentária de relacionar todas as receitas e todas as despesas que um


governo planeja executar está relacionada ao principio denominado:
A. Exclusividade
B. Anualidade
C. Universalidade
D. Equilíbrio

50
3. Enumere os títulos abaixo com as respectivas definições:

( ) É o ato pelo qual é dado a conhecer que


(1) SANÇÃO
uma lei nova está em vigor.
( ) Fase dos trabalhos orçamentários
(2) LDO
consagrada ao debate em Plenário.
( ) O Poder Executivo está obrigado aos
(3) DISCUSSÃO prazos da Lei para apresentação do projeto
de lei orçamentária ao Legislativo.
(4) PUBLICAÇÃO ( ) Prevê Receita e Fixa Despesa

(5) INICIATIVA VINCULADA ( ) É o plano de ação governamental de médio


prazo
( ) É definida como a aquiescência do titular
(6) DUODÉCIMO do Poder Executivo ao projeto de lei
aprovado pelo Poder Legislativo.
( ) Compõe a programação do orçamento na
(7) PPA
busca do equilíbrio da execução
( ) Tem a finalidade principal de orientar a
(8) LOA
elaboração do orçamento.

51
4. Receitas e Despesas Públicas

1. Marque a alternativa que representa a combinação correta das sentenças abaixo:


( ) Pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele
legalmente empenhadas;
( ) Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas pagas ou não até 31 de
dezembro, distinguindo-se em processadas e não processadas;
( ) O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o
Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição;

1) V, F, V; 2) F, V, V; 3) V, F, F; 4) V, V, F; 5) V, V, V

2. Quanto aos estágios da receita e da despesa pública, correlacione a coluna da direita com a
da esquerda e marque a alternativa que identifique a combinação correta:

1. Empenho ( ) Torna, em princípio, líquido e certo o direito do credor


contra a Fazenda Pública.
2. Lançamento ( ) Ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado uma obrigação de pagamento.
3. Arrecadação ( ) Ato da repartição competente que verifica a
procedência do crédito fiscal, a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta.
4. Liquidação ( ) Ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e
demais créditos a ele devidos.

A. 4, 1, 2, 3
B. 2, 1, 4, 3
C. 3, 2, 4, 1
D. 1, 3, 2, 4
E. 2, 4, 1, 3

3. Cronologicamente, os estágios da receita podem ser assim apresentados:


A. previsão, arrecadação, lançamento e recolhimento
B. previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento
C. previsão, recolhimento, arrecadação e lançamento
D. previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação
E. previsão, arrecadação, recolhimento e lançamento

4. Em que estágio da Receita é que o numerário fica disponível para o governo:


A. Empenho C. Recolhimento
B. Arrecadação D. Previsão E. Pagamento

5. Recursos financeiros, recebidos de outras pessoas de Direito Público e de Direito Privado e


destinados à manutenção de serviços anteriormente criados, são classificados como:
A. Receitas de Transferências de Capital
B. Doações
C. Receita Patrimonial
D. Receita de Transferências Correntes
E. Receita Industrial

6. É classificada como de “Receita Corrente” a conta de:


A. Impostos, Operações de Créditos, Taxas, Serviços;
B. Transferências Correntes, Amortização de Empréstimos, Multas;
C. Cobrança da Dívida Ativa, Contribuições de Melhoria, Multas, Serviços;
D. Restos a Pagar, Operações de Créditos, Depósito de Terceiros, Cauções;
E. Operações de Créditos, Alienação de Bens, Amortização de Empréstimo

7. Dentre as receitas abaixo, a única classificada como Capital é:


A. Tributária C. Patrimonial
B. Agropecuária D. Alienação de Bens E. Transferência Corrente

52
8. As receitas extraorçamentária e orçamentária, nessa ordem, são as da alternativa:
A. dividendos recebidos e consignações retidas
B. depósito de terceiros recolhidos e restos a pagar cancelados
C. multas arrecadadas e cobrança da dívida ativa
D. depósito de caução recebido e aluguéis ativos arrecadados
E. consignações recolhidas ou pagas e impostos arrecadados

9. Marque a alternativa que representa a combinação correta das sentenças abaixo:


( ) O Empenho é o primeiro estágio da Despesa;
( ) A Liquidação independe da entrega do material ou da prestação do serviço;
( ) O pagamento é o último estágio da Despesa

A) V; V; V C) F; V; V E) F; F; V
B) F; V; F D) V; F; V

10. A emissão de empenho para atender despesas cujo pagamento se processa de uma só
vez corresponde ao empenho chamado de:
A. Global C. Plurianual
B. Ordinário D. Estimativo E. Extraordinário

11. A liquidação da despesa é o ato através do qual a administração pública procura verificar
os direitos dos:
A. credores e devedores com os quais mantém transações
B. agentes responsáveis por seus numerários
C. devedores com os quais mantém transações
D. credores com os quais mantém transações
E. ordenadores de despesa responsáveis por numerários

12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:


A. despesas de custeio e transferências correntes.
B. despesas correntes e despesas de capital.
C. despesas de pessoal, material de consumo e serviços de terceiros.
D. investimentos, inversões financeiras e transferências de capital.
E. obras públicas, equipamentos e instalações e investimentos.

13. São classificadas como despesas orçamentárias efetivas:


A. aquisição de bens, obras de construção e investimentos em ações de empresas
B. energia consumida, obras de construção de escola e aquisição de material de
expediente para estoque
C. pessoal ativo, serviços de manutenção e aquisição de material de expediente para
consumo imediato
D. aquisição de merenda para estoque, material de limpeza e combustível consumido
E. depósito de terceiros pagos, consignações recolhidas ao órgão de destino e depósito
de caução restituídos ao fornecedor de bens

14. A restituição ou entrega de valores recebidos pelas entidades públicas, como cauções,
depósitos ou consignações classificam-se como despesas do tipo:
A. correntes C. de capital
B. de custeio D. orçamentárias E. extraorçamentárias

53
CONSIDERE OS DADOS ABAIXO PARA RESPONDER AS QUESTÕES DE 15 a 18:

Uma Unidade Administrativa teve os seguintes fatos durante o ano de 2021:


Total de Créditos Recebidos - 100.000.000,00
Total de Empenhos Emitidos - 90.000.000,00
Total de Empenhos Liquidados- 60.000.000,00
Total de Liquidações(Fornecedores) Pagos- 40.000.000,00

Total de Empenhos pagos diretamente, ou seja,


liquidado e pago no mesmo momento - 10.000.000,00
Total de Empenhos Cancelados - 5.000.000,00

15. Qual o total de Despesa em 2021 pela Lei 4.320/64?


A. 90.000.000,00 C. 85.000.000,00 E. 5.000.000,00
B. 70.000.000,00 D. 100.000.000,00

16. Qual o total de RP inscritos em 2021?


A. 90.000.000,00 C. 85.000.000,00
B. 10.000.000,00 D. 15.000.000,00 E. 35.000.000,00

17. Qual o total de RP Processado em 2021?


A. 90.000.000,00 C. 20.000.000,00
B. 15.000.000,00 D. 5.000.000,00 E. 85.000.000,00

18. Qual o total de RP Não Processado em 2021 pela Lei 4.320/64?


A. 15.000.000,00 C. 20.000.000,00
B. 35.000.000,00 D. 5.000.000,00 E. 90.000.000,00

19. A Dívida Ativa compreende a seguinte situação:


A. obrigações contratuais não saldadas
B. despesa empenhada e não paga no exercício
C. despesa autorizada e não empenhada no exercício
D. receitas tributárias recebidas e não contabilizadas no exercício
E. inscrição da Receita lançada e não arrecadada no exercício de origem

20. A dívida flutuante compreende:


A. as consignações e dívidas ativas
B. os restos a pagar e os depósitos
C. a dívida ativa e os depósitos
D. os créditos e valores
E. os bens e valores

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5. Enumere os títulos abaixo com as respectivas definições:

1. Empenho
2. Créditos Extraordinários
3. Pagamento
4. Previsão
5. Recolhimento
6. Lançamento
7. Créditos Suplementares
8. Fixação
9. Créditos Especiais
10. Liquidação
11. Arrecadação

( ) Torna, em princípio, líquido e certo o direito do credor contra a Fazenda


Pública.
( ) Expectativa da receita por parte da Fazenda Pública e configura o que se
pretende arrecadar no exercício financeiro com objetivo de custear os
serviços públicos programados para o mesmo período.
( ) Créditos que se destinam a atender a despesas para quais não haja
dotação orçamentária específica.
( ) Ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado uma
obrigação de pagamento.
( ) Entrega do numerário, arrecadado pelos agentes públicos ou privados,
ao Banco Oficial. É o momento a partir do qual o valor está disponível
para o Tesouro Público.
( ) Veda que despesas excedam os créditos orçamentários e adicionais.
( ) Ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal,
a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.
( ) Créditos que se destinam a reforçar a dotação orçamentária que se
tornou insuficiente durante a execução do orçamento.
( ) Ato pelo qual a Fazenda Pública satisfaz o credor e extingue a obrigação.
( ) Ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos a ele
devidos.

55
6. Classifique as rubricas abaixo quanto:

(1) Receita ou Despesa;


(2) Orçamentária ou Extraorçamentária;
(3) Categoria Econômica;
(4) Afetação Patrimonial;
(5) Variações Patrimoniais, caso existam.
RUBRICA (1) (2) (3) (4) (5)
ALUGUÉIS PASSIVOS

IMPOSTO DE RENDA

CONSIGNAÇÕES RECOLHIDAS

OU PAGAS

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

MAT. DE CONSUMO PARA

ESTOQUE

DIVIDENDOS RECEBIDOS

OBRAS DE CONSERVAÇÃO

NASCIMENTO DE SEMOVENTES

BAIXA DE BENS INSERVÍVEIS

AUMENTO DE CAPITAL DE

EMPRESAS COMERCIAIS

AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS

COBRANÇA DA DÍVIDA ATIVA

MULTAS ARRECADADAS

JUROS DE DÍVIDA CONTRATADA

AMORTIZAÇÃO DE

EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS

56
7. Com base nos dados abaixo, apure o Resultado Econômico:

FATO
R$ 1.000

1. Aquisição de material para estoque 8.000


2. Inscrição da Dívida Ativa sem reconhecimento patrimonial anterior 5.000
3. Consumo de estoque 5.000
4. Pagamento de Fornecedores 1.500
5. Transferências de capital recebidas 20.000
6. Alienação de bens 6.000
7. Cobrança da Dívida Ativa 11.000
8. Aquisição de bens móveis 15.000
9. Aumento da Dívida Passiva em razão de variação da taxa cambial 1.000
10. Cancelamento de restos a pagar processados 8.000

VARIAÇÕES DIMINUTIVAS VARIAÇÕES AUMENTATIVAS

57
8. Observe as informações a seguir, preencha a tabela abaixo de acordo
com as categorias econômicas e em seguida responda os valores
solicitados que estão listados na tabela própria:

RECEITAS CO/K PREVISÃO LANÇAMENTO ARRECADAÇÃO RECOLHIMENTO

Tributos Co 10.000 7.000 6.300 6.300

Dívida Ativa Co 8.000 5.600 5.600

Alienação de Bens K 7.000 5.600 5.600

Multas de Infração Co 5.000 3.500 3.150 3.150

Aluguéis Ativos Co 10.000 7.000 6.300 6.300

Amortização de Empréstimos K 10.000 8.000 8.000

DESPESAS CO/K FIXAÇÃO EMPENHO LIQUIDAÇÃO PAGAMENTO

Pessoal Ativo Co 15.000 15.000 12.000 12.000

Aquisição de Equipamentos K 10.000 5.000 4.500 4.500

Serviços de manutenção Co 5.000 5.000 4.000 4.000

Material de Consumo Co 12.000 12.000 9.600 5.350

Obras construção UPA k 8.000 4.000 3.600 3.600

Valor da: Pela Lei 4.320/64 Pelas NBC T SP 16


Receita Corrente

Receita de Capital

Despesa Corrente

Despesa de Capital

Restos a Pagar Processados

Restos a Pagar Não Processados

Dívida Ativa

Variação Quantitativa Aumentativa

Variação Quantitativa Diminutiva

Variação Qualitativa da Receita

Variação Qualitativa da Despesa

58
9. Observe as informações a seguir, preencha a tabela abaixo de acordo
com as categorias econômicas e os valores dos Estágios de Receita e
de Despesa:
1. Aprovação da LOA com as seguintes rubricas:
RECEITAS CO / K PREVISÃO LANÇ ARREC RECOL

Tributos CO 100.000

Multas de infração de transito CO 30.000

Cobrança da Dívida Ativa CO 70.000

Alienação de Bens K 50.000

Transferências de Capital K 60.000

DESPESAS CO / K FIXAÇÃO EMPENHO LIQUID PAGTO

Pessoal Ativo CO 120.000

Material de Consumo (Estoque) CO 60.000

Serviços de manutenção CO 20.000

Aquisição de Bens Móveis K 30.000

Obras de construção de Prédio K 80.000

2. Empenhadas 90% das despesas correntes e 80% das despesas de capital;

3. Liquidadas todas as despesas correntes e de capital;

4. Lançamento de 90% das receitas sujeitas ao crédito fiscal;

5. Arrecadadas e recolhidas 80% das receitas correntes já lançadas, todas as receitas


correntes não sujeitas ao lançamento e todas as receitas de capital;

6. Recebidos R$ 10.000, referente a depósitos não identificados e R$12.000 de


consignações retidas da folha de pagamento;

7. Pagamentos efetuados:

a) Pessoal e Fornecedores conforme disponibilidades por fonte de recursos;


b) 50% dos recursos extraorçamentários
8. Inscrição da Dívida Ativa;

9. Inscrição dos Restos a Pagar Processados e Não Processados, caso existam.

59
10. Responda a tabela abaixo com base nas informações do exercício anterior:

Valor da: Pela Lei 4.320/64 Pelas NBC T SP 16


Receita Corrente

Receita de Capital

Despesa Corrente

Despesa de Capital

Restos a Pagar Processados

Restos a Pagar Não Processados

Dívida Ativa

Variação Quantitativa Aumentativa

Variação Quantitativa Diminutiva

Variação Qualitativa da Receita

Variação Qualitativa da Despesa

60
11. Observe as informações a seguir, preencha a tabela abaixo de acordo
com as categorias econômicas e os valores dos Estágios de Receita e
de Despesa:
1. Aprovação da LOA com as seguintes rubricas:

RECEITAS CO / K PREVISÃO LANÇ ARREC RECOL

Tributos CO 8.000

Aluguéis ativos CO 2.000

Cobrança da Dívida Ativa CO 6.000

Transferências Correntes CO 4.000

Dividendos da Petrobrás CO 3.000

Multas de infrações CO 4.000

SOMA RECEITAS CORRENTES 27.000

Alienação de Bens K 3.000

Empréstimos Contraídos K 3.000

Transferências de Capital K 1.000

SOMA RECEITAS DE CAPITAL 7.000

61
DESPESAS CO / K FIXAÇÃO EMPENHO LIQUID PAGTO

Pessoal Ativo CO 10.000

Material de Consumo para Estoque CO 6.000

Serviços de manutenção predial CO 3.000

SOMA DESPESAS CORRENTES 19.000

Aquisição de Equipamentos K 8.000

Empréstimos Concedidos K 2.000

Obras de construção de UPP K 5.000

SOMA DESPESAS DE CAPITAL 15.000

2. Empenhadas todas as despesas correntes e metade das despesas de


capital
3. Liquidadas todas as despesas, sendo os Empréstimos Concedidos
desembolsados neste momento (liquidação com pronto pagamento)
4. Lançamento de 80% das receitas sujeitas ao crédito fiscal
5. Arrecadas e recolhidas:
a) 70% das receitas correntes já lançadas
b) metade das receitas correntes não sujeitas ao lançamento
c) 90% as receitas de capital
6. Pagamentos efetuados de Pessoal e Fornecedores conforme
disponibilidades por fonte de recursos e na ordem de apresentação da
tabela, exceto Empréstimos Concedidos;
7. Inscrição da Dívida Ativa
8. Inscrição dos Restos a Pagar Processados e Não Processados, caso
existam

62
12. Responda a tabela abaixo com base nas informações do exercício
anterior:

Valor da: Pela Lei 4.320/64 Pelas NBC T SP 16


Receita Corrente

Receita de Capital

Despesa Corrente

Despesa de Capital

Restos a Pagar Processados

Restos a Pagar Não Processados

Dívida Ativa

Variação Quantitativa Aumentativa

Variação Quantitativa Diminutiva

Variação Qualitativa da Receita

Variação Qualitativa da Despesa

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