Habilidades de Via e HIV-SIDA

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 22

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Drogas

Tipos de Droga, efeitos para a saúde e Sociedade

Alda Lizete Vasco Ombe

708201342

Licenciatura em ensino de Português


Habilidades de Vida e HIV/SIDA
Tutora: Ana Sambo

2oano
Maputo, Agosto, 2021

Folha de Feedback
Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Conteúdo  Articulação e
domínio do
discurso académico
2.0
(expressão escrita
Análise e cuidada, coerência /
discussão coesão textual)
 Revisão
bibliográfica 2.
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_______________
Índice
1. Introdução..................................................................................................................1
1.1. Objectivo Geral......................................................................................................2
1.1.1. Objectivos Específicos........................................................................................2
2. Drogas........................................................................................................................3
2.1. Classificação das drogas.........................................................................................3
2.1.1. Depressores do Sistema Nervoso Central...........................................................3
1. Álcool (Etanol)...........................................................................................................3
1.1. Efeitos na Saúde.....................................................................................................4
2. Opiáceos (morfina, codeína, heroína)........................................................................5
2.1. Efeitos.........................................................................................................................5
3. Solventes ou Inalantes................................................................................................6
3.1. Efeitos.....................................................................................................................6
4. Benzodiazepínicos......................................................................................................6
4.1. Efeitos.....................................................................................................................7
2.1.2. Estimulantes do Sistema Nervoso Central..........................................................7
1. Cocaína.......................................................................................................................7
1.1. Efeitos.....................................................................................................................7
2. Tabaco........................................................................................................................8
2.1. Efeitos.....................................................................................................................8
3. Antidepressivos..........................................................................................................8
4. ICE.............................................................................................................................9
5. Anabolizantes.............................................................................................................9
6. Anfetaminas e Anorexígenos.....................................................................................9
2.1.3. Perturbadores do Sistema Nervoso Central........................................................9
1.1. Efeitos...................................................................................................................10
2. Êxtase.......................................................................................................................10
2.1. Efeitos...................................................................................................................10
2.1.4. Alucinógenos....................................................................................................11
1. LSD-25.....................................................................................................................11
1.1. Efeitos...................................................................................................................11
3. Epidemiologia..........................................................................................................11
4. Efeitos Na sociedade................................................................................................12
5. Referencias...............................................................................................................14
1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre as drogas, sendo que as drogas, segundo a OMS,
(2006) são substâncias naturais ou sintéticas que ao entrarem em contato com o
organismo, através das vias de administração são absorvidas e atuam no sistema
nervoso central, resultando em mudanças fisiológicas e alterações de comportamento,
humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis
de autoadministração. Lopes & Gricoleto (2011) São substâncias que pode determinar
dependência física ou psíquica, ou seja, que está relacionado ao nosso psiquismo (o que
sentimos e pensamos).
O uso dessas substâncias é definido de acordo com seu status sócio legal, em lícitas
(legais) e ilícitas (ilegais). As lícitas são aquelas de uso medicinal, porém o mesmo é
restrito e o consumo só pode ser através de orientação médica, por meio de um sistema
de prescrição. Enquanto as ilícitas são aquelas proibidas por lei, que não podem ser
comercializadas, sendo a venda passível de criminalização e repressão.
As drogas depressoras são aquelas que diminuem a atividade mental, reduzido o tônus
psíquico, ou seja, faz com que o cérebro funcione lentamente, reduzindo a atividade
motora, a concentração e a capacidade intelectual. As drogas estimulantes são aquelas
que potencializam a atividade mental, ou seja, aceleram a atividade de determinados
sistemas neuronais, trazendo como implicação um estado de insônia e aceleração dos
processos psíquicos. Por fim, as drogas perturbadoras são aquelas que causam confusão
mental, agem modificando qualitativamente produzindo desvios de percepções de
tempo e espaço, ou seja, produzem distorções no funcionamento do cérebro, como a
alucinação e delírios. Lisboa, (2001)
Os principais efeitos nocivos decorrentes do uso da substância psicotrópica podem ser
divididos em quatro categorias. Em primeiro lugar, existem efeitos biológicos da
substância na saúde, agudos ou a curto prazo. Em segundo lugar, existem efeitos
crônicos na saúde, como por exemplo, o álcool, isso inclui cirrose hepática e uma série
de outras.

1
Objectivo Geral
Lakatos & Marconi (1992) O objectivo geral refere-se a uma visão global e abrangente
do tema de pesquisa. Ele está relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenómenos,
dos eventos ou das ideias estudadas (p.105). Diante deste conceito apresentamos o
nosso objectivo que é:
 Estudar as droga o seu efeito para a saúde e sociedade.

1.1.1. Objectivos Específicos


De acordo com Lakatos e Marconi (1992) os objetivos específicos apresentam um
carácter mais concreto. (p.106) A sua função é intermediária e instrumental porque
auxilia no alcance do objetivo geral e, ainda, permite aplicá-lo em situações
particulares.
 Definir droga o seu efeito para a saúde e sociedade;
 Compreender o seu efeito para a saúde e sociedade;

2
2. Drogas
Segundo a OMS, (2006) As drogas psicotrópicas, “são substâncias naturais ou sintéticas
que ao entrarem em contato com o organismo, através das vias de administração são
absorvidas e atuam no sistema nervoso central, resultando em mudanças fisiológicas e
alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade
reforçadora sendo, portanto, passíveis de autoadministração” (p.50).
Lopes & Gricoleto (2011) São substâncias que pode determinar dependência física ou
psíquica, ou seja, que está relacionado ao nosso psiquismo (o que sentimos e pensamos).

2.1. Classificação das drogas


De acordo com a ação das drogas psicotrópicas no organismo do indivíduo e os efeitos
na saúde e na sociedade pode-se destacar alguns deles.

2.1.1. Depressores do Sistema Nervoso Central


1. Álcool (Etanol)
O etanol, cuja fórmula é C2H5OH, é um líquido incolor encontrado em todas as bebidas
alcoólicas. Nem todas as pessoas estão igualmente propensas a se tornar dependentes do
álcool. Para que a dependência alcoólica ocorra, é fundamental que haja vulnerabilidade
e suscetibilidade à dependência, fomentadas por condições biológicas, psicológicas,
sociais e ambientais.
Katzung (2010) Do ponto de vista médico, é relevante o fato de que as enzimas que
metabolizam o álcool no organismo diferem de indivíduo para indivíduo, o que se
chama vulnerabilidade biológica.
O álcool constitui a causa mais estável de morbidade e mortalidade em comparação com
todas as outras drogas combinadas, à exceção ao tabaco. Não é surpreendente constatar
o fato de que os polimorfismos da álcool-desidrogenase e da aldeído-desidrogenase, que
levam um acúmulo aumentado de aldeído e seu rubor facial associado a náuseas,
hipotensão, parecem proteger contra o alcoolismo Katzung (2010).
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) define o alcoolista como um
bebedor excessivo, cuja dependência em relação ao álcool é acompanhada de
perturbações mentais, da saúde física, da relação com os outros e do comportamento
social e econômico Heckmann & Silveira (2009).

3
1.1. Efeitos na Saúde
As vias neuronais que utilizam o ácido GAMA – aminobutírico (GABA) desempenham
importante ação inibitória sobre as demais vias nervosas. Katzung (2010) Assim, a sua
ativação promove, entre outros efeitos, uma elevação no limiar convulsivo, devido a
uma inibição generalizada do encéfalo; hipnoindução, por sua ação sobre neurônios do
sistema reticular ativador ascendente; relaxamento muscular, através da contenção das
vias motoras; e incoordenação, decorrente da inibição cerebelar.
A ingestão de etanol pode causar alguns efeitos sobre o sistema nervoso central, dentre
eles temos três principais teorias que apresentam a ação do mesmo: Potencialização da
inibição mediada pelo GABA, semelhante à ação dos benzodiazepínicos.
O etanol potencializa a ação do GABA agindo sobre os receptores de GABAA de modo
semelhante às benzodiazepínicos. Contudo, sue efeito é menor e menos consistente do
que os dos benzodiazepínicos e nenhum efeito claro sobre a transmissão sináptica
inibitória no sistema nervoso central foi demonstrado pelo etanol. Dentro dos
antagonistas benzodiazepínicos, o flumazenil reverte às ações depressoras centrais do
etanol, mas isto parece resultar do antagonismo fisiológico e não de uma interação
farmacológica direta.
Os efeitos da intoxicação aguda pelo etanol em seres humanos são bem conhecidos e
incluem fala arrastada, incoordenação motora, autoconfiança aumentada e euforia.
Além dos efeitos agudos do etanol sobre o sistema nervoso, a administração crônica
também causa efeitos neurológicos irreversíveis. A maioria dos alcoolistas crônicos
mostra um grau de demência associado com o alargamento ventricular detectável por
técnicas de imagem cerebral. A degeneração do cerebelo e em outras regiões específicas
do cérebro também pode ocorrer, assim como neuropatia periférica. Algumas dessas
alterações não são causadas pelo próprio etanol, mas pela deficiência de tiamina que o
acompanha, que é o comum em alcoólicos. Rang, H. P et al. (2012).
O etanol potencializa de modo significativo – algumas vezes em uma extensão perigosa
– os efeitos depressores sobre o sistema nervoso central de muitos outros fármacos
incluindo benzodiazepínicos, antidepressivos, antipsicóticos e opiáceos. A adaptação a
esses níveis de exposição permanentemente elevados que estimulam artificialmente a
ação GABAérgica seria a responsável por uma subatividade dessa mesma ação na
ausência do etanol, produzindo assim os sinais e sintomas da síndrome de abstinência
Silva (2006).

4
2. Opiáceos (morfina, codeína, heroína)
Katzung (2010) Os opiáceos são substâncias extraídas de uma planta chamada
popularmente de papoula, a Papaver somniferum, que após o seu corte, a casca da
semente da papoula exsuda uma substância branca, semelhante a um suco leitoso, que
ao secar passa a ser chamado ópio.
Os opiáceos são drogas com grande importância na medicina, pois são poderosos
agentes analgésicos. Porém, também são usados como drogas de abuso, levando o
usuário a dependência rapidamente Duarte & Formigoni (2017)
O ópio pode ser fumado, sendo esse hábito muito difundido no Oriente, principalmente
em séculos passados. Nele contém várias substâncias com grande atividade
farmacológica. A mais conhecida é a morfina, porém o ópio contém mais substâncias,
sendo a codeína que também é bastante conhecida. E ainda temos outra substância, a
heroína, ao fazer uma modificação química na fórmula da morfina. A heroína é
classificada como uma substância seminatural.
Todas essas substâncias são chamadas de opiáceos, ou seja, procedente do ópio, que por
sua vez, podem ser opiáceos naturais, quando não sofrem nenhuma alteração ou
opiáceos seminaturais, quando são modificados a partir da substância natural e, nesse
caso, são chamadas de derivadas.
Carlini (2011) Entretanto, existem aquelas fabricadas em laboratórios com ação
semelhante aos opiáceos, que são a meperidina, a oxicodona, o propoxifeno e a
metadona. Essas substâncias sintéticas são chamadas opioides, todas são, via de regra
em forma de comprimidos e utilizadas como medicamentos.

2.1. Efeitos
Os opiáceos têm basicamente os mesmos efeitos no sistema nervoso central: diminuindo
sua atividade, que por sua vez, produz analgesia e hipnose (aumenta o sono e diminui a
dor). Carlini (2011).
Os opiáceos exercem sua ação ao ligar-se a receptores do sistema límbico no sistema
nervoso central - SNC. Ao nível molecular, a ligação da morfina a esses receptores ativa
a cascata de sinalização celular via ativação da proteína G. A ativação dessa proteína
desencadeia uma cascata de eventos, fechamento de canais de cálcio voltagem
dependentes, redução na produção de monofosfato de adenosina cíclico (AMPs) e
estímulo ao efluxo de potássio resultando em hiperpolarização celular. Assim, o efeito

5
final é a redução da excitabilidade neuronal, resultando em redução da neurotransmissão
de impulsos nociceptivos. Mcpherson & Pincus (2012).

3. Solventes ou Inalantes
São substâncias altamente voláteis, têm a propriedade de evaporar-se muito facilmente,
por isso podem ser facilmente inalados. Entretanto, muitas vezes são referidas como
inalantes, um termo que engloba um grupo diversificado de substâncias químicas
psicoativas que são definidos pela via de administração, ao invés de seu mecanismo de
ação no SNC. São encontrados em uso domésticos e industriais prontamente acessíveis,
tais como: esmaltes, colas, tintas, gasolina e outros. Ramsey (2014).
Essas substâncias pertencem a um grupo químico chamado de hidrocarbonetos, como o
tolueno, xilol, n-hexano, acetato de etila, tricloroetileno etc. Carlini (2011).

3.1. Efeitos
O efeito é considerado bifásico, pelo motivo de causar a excitação inicial seguida de
uma depressão do funcionamento cerebral, causando alucinações. Carlini (2011) Após a
substância ser inalada, os solventes alcançam os alvéolos e capilares pulmonares e são
distribuídos pelas membranas lipídicas do organismo. Os efeitos após a aspiração é
rápido, o pico plasmático é atingido entre 15 a 40 minutos e logo desaparecem. Carlini,
(2011). Os efeitos são divididos em 4 fases:
a) Primeira Fase (excitação e efeitos indesejados): tonturas, pertubações auditivas e
visuais, náuseas, espirros e tosse;
b) Segunda Fase (depressão inicial do SNC): confusão mental, desorientação, etc.;
c) Terceira Fase (depressão média do SNC): fala pastosa e perda de reflexos;
d) Quarta Fase (depressão profunda do SNC): inconsciência, convulsões e até mesmo
morte súbita. Formigoni (2016).

4. Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos são substâncias ansiolíticas e hipnóticas, também conhecidas
como calmantes, tranquilizantes e sedativos, foram introduzidos no mercado desde
1960. Marco et al. (2015).
O uso prolongado desses medicamentos, quando utilizados em doses elevadas, pode
levar o usuário a desenvolver tolerância, dependência e crises de abstinência durante a
retirada desses medicamentos. Nunes & Bastos (2016)

6
4.1. Efeitos
Atuam seletivamente no recetor GABA a, que medeiam a transmissão sináptica
inibitória em todo o sistema nervoso central Rang, H. P, et al. (2001). Eles ligam-se a
um sítio regulatório do receptor, diferente do sítio de ligação do GABA, promovendo
um aumento da frequência de abertura dos canais de cloreto com um maior influxo de
íons cloreto, hiperpolarizando os neurônios pós sinápticos, inibindo a excitação celular
Katzung, (2010).
Mcpherson & Pincus (2012) Em casos mais graves pode causar sonolência, confusão,
convulsões e coma. Em outras situações, também causa hipotensão, depressão
respiratória e parada cardíaca. A suspensão repentina do medicamento pode causar
sudorese, alucinações diarreia e convulsões.

2.1.2. Estimulantes do Sistema Nervoso Central


1. Cocaína
A cocaína é o principal alcaloide ativo existente extraído da planta Erythroxylon coca,
encontrado em forma de arbusto na região do Andes na América do sul. Atinge o
sistema nervoso central após ser absorvida pela mucosa do nariz (inalada), pelas
vilosidades intestinais (ingestão oral) ou pelos capilares pulmonares (fumada). Porém
em alguns casos, os usuários preferem injetar direto na corrente sanguínea. Oliveira
(2014)
O processo da extração ocorre com a maceração das folhas com solventes, como o
querosene, até que se obtenha a pasta de coca. Essa pasta tratada com ácido clorídrico
para formação de cloridrato de cocaína, que é o “pó” utilizado para inalar. Quando
aquecido em uma solução alcalina o cloridrato é transformado em cocaína base livre ou
em crack, os quais podem ser fumados. Também tem a merla, que é um produto não
refinado e contaminado com as substancias utilizadas na extração das folhas, preparada
de uma forma diferente do crack, mas também pode ser fumada. Carlini (2011)
Oliveira (2014) Em situações onde a cocaína é misturada com substâncias como a
lactose, anestésicos locais e estimulantes aos quais podem também potencializar seus
efeitos e provocar reações adversas indesejadas nos toxicodependentes ou até a morte.

7
1.1. Efeitos
A cocaína liga-se mediante ao bloqueio ou inversão da direção dos transportadores de
neurotransmissores responsáveis pela captura da dopamina e da norepinefrinanas,
terminações nervosas potencializando os efeitos periféricos da atividade nervosa
simpática e produzindo acentuado efeito estimulante psicomotor. Essa droga pode
causar delírios e paranoias, efeitos que podem estar associados à potencialização da
neurotransmissão nas projeções dopaminérgicas para o córtex, o tálamo e a amígdala
que podem estar relacionadas à esquizofrenia. Também pode causar movimentos
involuntários mediante ação nos gânglios da base. Golan (2009)

2. Tabaco
O tabaco é uma planta cujo nome científico é Nicotiana tabacum, da qual é extraída uma
substância chamada nicotina. Começou a ser utilizada aproximadamente no ano 1000
a.C., nas sociedades indígenas da América Central. Cunha (2007).
Olivetti (2013) O tabagismo tem sido considerado um problema de saúde pública
mundial, resultando em uma alta mortalidade.
Meirelles (2009) A forma mais comum de consumo é pelos cigarros, e as outras formas
são através de charuto, cachimbos, cigarrilha, cigarro de palha, rapé, tabaco mascado e
narguilé.

2.1. Efeitos
A nicotina ativa os receptores nicotínicos da acetilcolina centrais, periféricos e na
junção neuromuscular. Em nível central, a nicotina provoca forte dependência, e a
“fissura” por cigarros está associada à diminuição dos níveis plasmáticos de nicotina.
Os neurônios colinérgicos originados na área tegmental laterodorsal (perto da borda
mesencéfalo e da ponte) ativam receptores nicotínicos e muscarínicos de acetilcolina em
neurônios dopaminérgicos na área tegmental ventral; a estimulação desses receptores
nicotínicos pela nicotina ativa a via de recompensa encefálica dopaminérgica. Golan et
al., (2009).

3. Antidepressivos
Os antidepressivos são medicamentos que ajudam no tratamento médico de uma doença
chamada depressão. Não costumam ser classificados nem como calmantes, nem como
estimulantes. Podem causar sintomas como visão embaçada, taquicardia, retenção

8
urinária, constipação intestinal e secura na boca. Também podem levar à confusão
mental e delírio, especialmente se combinados com tranquilizantes.

4. ICE
O ice, vendido em pedras transparentes semelhantes a cristais, pode ser dissolvido em
bebidas, fumado ou até injetado. Provoca excitação, aumenta a atividade cerebral, os
batimentos cardíacos e a pressão arterial, podendo provocar parada cardíaca e
degeneração das células do cérebro, além de descolamento da retina, depressão, delírio
de perseguição e crises de paranóia.

5. Anabolizantes
Os anabolizantes são drogas estimulantes sintéticas relacionadas ao hormônio
masculino testosterona. Aumentam os músculos, a força e a resistência, mas têm efeitos
colaterais graves. No homem, os testículos diminuem de tamanho e podem ocorrer
impotência, infertilidade, calvície, desenvolvimento de mamas, dificuldade ou dor para
urinar e aumento da próstata.
Na mulher, é comum o crescimento de pelos faciais, alterações ou ausência do ciclo
menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição dos seios. Se usados por
adolescentes, podem levar à maturação esquelética prematura e puberdade acelerada.

6. Anfetaminas e Anorexígenos
O Brasil é um dos campeões mundiais do uso de anfetaminas, que são drogas
estimulantes produzidas em laboratório e comercializadas de forma legal ou ilegal como
moderadores de apetite.
As anfetaminas fazem o cérebro trabalhar mais depressa, deixando as pessoas com
menos sono, fome e cansaço. Aumentam o batimento cardíaco e a pressão sangüínea e
dilatam as pupilas. Em doses altas, causam psicose anfetamínica, um estado com delí-
rios de perseguição, paranóia e alucinações. Podem ocorrer convulsões.

2.1.3. Perturbadores do Sistema Nervoso Central


1. Cannabis
Essa planta contém aproximadamente 400 substâncias químicas, e dentre elas destacam-
se pelo menos 60 alcalóides conhecidos como canabinóides. Eles são os responsáveis
pelos seus efeitos psíquicos e classificados em dois grupos: os canabinóides psicoativos

9
(Delta-8-THC, Delta-9-THC) e os não psicoativos (canabidiol e canabinol). Porém, o
principal componente psicoativo da planta é o delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC), é
a substância mais abundante e potente desses compostos Ribeiro & Marques (2002).
Entretanto, a quantidade utilizada de THC irá depender de vários fatores (solo, clima,
estação do ano, época da colheita e o tempo decorrido entre a colheita e o uso), levando
ao aumento ou diminuição da sua potência, ou seja, pode produzir mais ou menos
efeitos Carlini (2011).

1.1. Efeitos
O THC liga-se ao receptor neural para canabinoide pré-sináptico – o CB1. E essa
ligação resulta na liberação do neurotransmissor inibitório GABA no hipocampo,
amígdala e córtex cerebral. A maconha pode ser introduzida tanto pelos pulmões,
fumaça, como pelo trato gastrointestinal (GI), por meio de sua ingestão com alimentos
por via oral. As alterações preponderantes observadas na intoxicação por maconha
afetam a percepção e o estado psíquico do usuário. Com as doses baixas, pode haver
euforia, relaxamento, passividade e alteração da percepção. E com doses elevadas, o
usuário pode apresentar paranoia, alucinações e desorientação. Mcpherson & Pincus,
(2012)

2. Êxtase
Êxtase é o nome popular dado a uma substancia quimicamente conhecida como 3,4-
metilenodioximetanfetamina (MDMA), derivado sintético da anfetamina Xavier et al.,
(2008). É classificado como alucinógeno em razão do seu potencial de causar
alucinações quando utilizado em doses altas. OMS (2007).
Velho et al., (2008) Essa droga é utilizada por via oral, na forma de comprimidos,
cápsula ou em pó e é mais comumente consumida em festas raves, porém é utilizada em
outros ambientes por causa da sua popularização.

2.1. Efeitos
O MDMA interfere em diferentes neurotransmissores. Os efeitos sobre o humor são
mediados por dois neurotransmissores, dopamina e serotonina. Além disso, após a
administração do MDMA, ocorre o aumento do cortisol nos níveis sanguíneos. Inibe os
transportadores do monoaminas, principalmente o transportador de 5-hidroxitriptamina

10
(5-HT), que também libera 5-ht, sendo o efeito resultante de um grande aumento de 5-
HT livre em certas regiões do cérebro, seguido de depleção Rang, H. P, et al. (2001).
É provável que o aspecto mais importante do uso do êxtase a longo prazo é o risco de
efeitos neuropsiquiátricos irreversíveis Xavier, (2007).
Carlini (2011) O êxtase causa, também, diminuição do apetite, dilatação das pupilas,
aceleração do batimento cardíaco, aumento da temperatura do corpo (hipertermia),
rangido de dentes e aumento na secreção do hormônio antidiurético.

2.1.4. Alucinógenos
1. LSD-25
A dietilamida do ácido lisérgico (LSD) é uma droga alucinógena sintetizada
artificialmente, derivado dos alcalóides do esporão do centeio, também conhecidos
como alcalóides do ergot, produtos do metabolismo do fungo Claviceps purpurea que
corresponde à vigésima quinta de uma série de modificações químicas da molécula
básica Nishimura (2007).
Pode ser encontrada em diversas formas, em papéis absorventes, onde é impresso
imagens para encobrir a oxidação e deixar mais atrativo, tablete de gelatina, cubos de
açúcar, capsula e na forma de micro pontos Lisboa et al. (2011).

1.1. Efeitos
O LSD afeta vários sítios do SNC e que pode atuar no receptor de serotonina pré-
sináptico, inibindo a liberação da serotonina, e consequentemente, diminuindo sua
atividade. Este processo, por sua vez, pode provocar um estado de hipervigilância no
SNC. Ele atua sobre os sentidos do corpo, porém os efeitos visuais são mais fortes.
Incluem as alterações da percepção temporal, ilusões visuais ou alucinações, visão
desfocada ou “ondulante” e sinestesias. Os casos de morte decorrem de traumas
secundários a erros de julgamento por parte do usuário. Indivíduos psicóticos e
deprimidos limítrofes (boderline) estão associados ao risco de tentativas precipitadas de
suicídio ou episódios psicóticos prolongados decorrentes do uso do LSD. O retorno dos
efeitos, conhecidos como flashback, também ocorre dias ou meses após a ingestão da
droga. Tais episódios ocorrem quando o usuário sofre recaídas a partir de uma
experiência alucinógena anterior, sem ter ingerido a droga Mcpherson & Pincus (2012).

11
3. Epidemiologia
Os levantamentos epidemiológicos sobre o consumo de álcool e outras drogas entre os
jovens no mundo mostram que é na passagem da infância para a adolescência que se
inicia esse uso. Nos Estados Unidos, estima-se que cerca de três milhões de crianças e
adolescentes fumem tabaco. O álcool é usado pelo menos uma vez por mês por mais de
50% dos estudantes das últimas séries do que corresponde ao nosso ensino médio,
sendo que 31% chega a se embriagar mensalmente.
Dryfoos encontrou na população jovem americana (13 a 18 anos) as seguintes taxas de
uso de tabaco, álcool e drogas: 12% de fumantes pesados (um maço ou mais ao dia);
15% de bebedores pesados (cinco ou mais doses por dia em três ou mais dias dos
últimos 15); 5% fazem uso regular de maconha (20 ou mais dias no último mês); e 30%
fazem uso frequente de cocaína (três ou mais vezes no último mês). O uso de drogas
varia de acordo com o sexo e, em meninos, esse uso aparece associado com mais
frequência à delinquência.

4. Efeitos Na sociedade
Em relação às drogas psicotrópicas e direção perigosa, apesar do álcool estar
relacionado com os acidentes de trânsito e que esse fato é sempre discutido e divulgado
com frequência pela média nacional. Entretanto, a participação das drogas nos acidentes
é um tema pouco abordado, divulgado e analisado em Moçambique. As drogas
interferem na segurança do ato de dirigir veículos automotores estimulando as funções
cognitivas e psicomotoras, promovendo uma direção veicular insegura, aumentando as
chances de acidentes fatais.
O efeito sobre o humor varia entre os indivíduos, a maioria tornando – se mais falantes
e mais gastadores, mas alguns tornando – se melancólicos e mais reservados. Em níveis
mais elevados de intoxicação, o humor tende a se tornar altamente lábio, com euforia e
melancolia, agressão e submissão, com frequência ocorrendo de modo sucessivo e,
outro ponto documentado e a relação entre o álcool e a violência.
Diante do exposto, é preocupante o uso dessas substâncias na sociedade contemporânea,
principalmente quando relacionado à direção veicular. Por isso, há necessidade de mais
estudo, para assim, instituir medidas eficazes para reduzir o problema.
Portanto, se faz necessária uma campanha maciça de conscientização sobre o uso e
efeitos sobre essas drogas juntamente a uma estratégia multidisciplinar de intervenção,
prevenção e diálogo, uma vez que a falta de conhecimento sobre os efeitos e suas

12
consequências, podem elevar o número de usuários e direção perigosa, expondo as
pessoas a situações trágicas, que podem e devem ser evitadas.

13
5. Conclusão
Diante do que foi discorrido, pode-se afirmar que todas as substâncias psicotrópicas
atuam sobre o sistema nervoso central produzindo modificações comportamentais, pois
agem diretamente na atividade metabólica dos neurônios, podendo causar além da morte
celular a degeneração do cérebro.
De modo geral, é importante ressaltar que as substâncias provocam efeitos agudos e
crônicos, somáticos e psíquicos sobre o organismo. Além dos prejuízos no âmbito da
saúde, que são irreparáveis e muitas vezes incontroláveis, há um prejuízo imensurável
no que diz respeito à vida social, familiar, emocional e psicológica do indivíduo.

14
5. Referencias
 Carlini, Elisaldo Araujo, et al. (2001). Drogas Psicotrópicas – O que são e como
agem. Revista Imesc, n. 3, p. 9-35.
 CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas.
Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2 Set 2007. Disponível em: <
http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1335266771livreto_informativo_sob
re_droga_psicotropicas_parte_001.pdf>. Acesso em: 23 Jun. 2017.
 Cunha, Gilmara Holanda da. et al.( 2007) Nicotina e tabagismo. REPM,
Fortaleza, v. 1, n. 4, p. 1-10.
 Duarte, Paulina do Carmo A. V.; Formigoni, Maria L. O de Souza. (2017).
Efeitos de substâncias psicoativas. Secretaria Nacional de Políticas sobre
Drogas, Brasília, módulo 2, ed. 11, p. 146.
 Formigoni, Maria L. S de. (2014). O uso de substâncias psicoativas no Brasil.
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Brasília, módulo 1, ed. 7, p. 139.
 Golan, David E. et al.( 2009). Princípios de Farmacologia. 2. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
 Heckmann, W; Silveira, C. M. (2009). Dependência do álcool: aspectos clínicos
e diagnósticos. In: Andrade AG, Anthony JC, Silveira CM. Álcool e suas
consequências: uma abordagem multiconceitual. Minha Editora - Barueri (SP),
p. 67-87.
 Katzung, B. G. (2010). Farmacologia Básica e Clínica. 10. Ed. São Paulo:
Artmed, p 323.
 Laranjeira, R. et al. Usuários de substâncias psicoativas: abordagem, diagnóstico
e tratamento. 2. ed. Lisboa, Caroline; Santos, Marina M.; Netto, Gabriel C. A
utilização da dietilamida do ácido lisérgico (LSD) na terapeutica clínica. Revista
Mirante/ Curso Ciências Biológicas, Rio Grande do Sul. p. 5-10, Dez/2011.
 Lisboa, Fernanda Nascimento. (2011). O uso de drogas ilícitas habitualmente ou
em serviço. 14-19 p. Monografia (Conclusão do Curso de Direito) –
Universidade do Vale do Itajaí, São José.
 Lopes, Letícia M. B; Gricoleto, Andréia R. L. (2011). Uso consciente de
psicotrópicos: responsabilidade dos profissionais da saúde. Braz J Health, São
Paulo, v. 1, p. 1-14.

15
 Marangoni, Sônia Regina; Oliveira, Magda Lúcia Félix de. (2013). Fatores
desencadeantes do uso de drogas de abuso em mulheres. Texto Contexto
Enfermagem, Florianópolis, n. 22, p. 662.
 São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Associação
Médica Brasileira, 2003.
 SEIBEL, S.D. (2000). Dependência de drogas. São Paulo: Ateneu.

16

Você também pode gostar