MAPA EM 3ano V4 Ciencias Da Natureza PF

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MATERIAL DE

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

3º Ano Ensino Médio


4º Bimestre
Ciências da Natureza
e suas Tecnologias
VOLUME 4
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
SUMÁRIO

BIOLOGIA....................................................................................................... pág. 1
Planejamento 1: Doenças infecto-parasitárias...................................... pág. 1
Planejamento 2: Bacterioses e protozooses........................................ pág. 8
Planejamento 3: Helmintíases............................................................. pág. 15

FÍSICA......................................................................................................... pág. 22
Planejamento 1: Ondas Eletromagnéticas.......................................... pág. 22
Planejamento 2: Radioatividade, fissão e fusão nuclear.................... pág. 29
Planejamento 3: O efeito fotoelétrico................................................. pág. 34
Planejamento 4: O Sol como fonte de energia.................................... pág. 39

QUÍMICA...................................................................................................... pág. 43
Planejamento 1: Isometria Espacial e Plana........................................ pág. 43
Planejamento 2: Variações dos números de oxidação entre os
participantes de uma reação química.................................................. pág. 51
Planejamento 3: Macromoléculas e polímeros..................................... pág. 61
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Biologia Ciências da Natureza e suas tecnologias

COMPETÊNCIA
EIXO TEMÁTICO

Nossa forma de estar no mundo.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)

Doenças infecto-parasitárias: Identificar as principais doenças endêmicas e mortalidade infan-


Vírus. til da região em que os estudante moram ou do Brasil, e relacio-
Viroses. ná-las com as condições ambientais e qualidade de vida, como:
destino do esgoto e lixo, água, moradia, acesso a atendimento
médico e a educação.
Identificar modos de transmissão e prevenção das doenças
infectocontagiosas e parasitárias comuns à região.

PLANEJAMENTO

TEMA: Doenças infecto-parasitárias


DURAÇÃO: 3 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor (a), em 30 de janeiro de 2020, a organização mundial de saúde OMS declarou que o surto
do novo coronavírus era uma emergência de saúde pública internacional e, em 2022, ainda estamos
lutando para controlar a propagação do vírus. Portanto, para iniciar o estudo sobre viroses, sugiro uma
roda de conversa sobre a pandemia da COVID_19 e que se acenda a retomada acerca da bioquímica
viral, de como o vírus infecta o hospedeiro e de seu ciclo dentro da célula. Como ocorre a relação para-
sita-hospedeiro? Quais outras doenças são causadas por vírus? Afinal, como um organismo tão sim-
ples, que se comporta na maioria do tempo como uma partícula cristalizada, pode fazer tanto estrago
a ponto de parar o mundo? Tão importante quanto estudar os quadros comparativos de doenças virais
e “memorizar” agente etiológico, profilaxia, dentre outros ítens, é levar o estudante a compreender a
ecologia do vírus e como ele se comporta no ambiente e na célula, oportunizando, também, reflexões
sobre o impactos ambientais antrópicos e o surgimento de pandemias.

1
Sugestão de leitura:

→ Impactos ambientais antrópicos e o surgimento de pandemias. UNIFESSPA.


Disponível em: https://acoescovid19.unifesspa.edu.br/images/conteudo/Impactos_
ambientais_antr%C3%B3picos_e_o_surgimento_de_pandemias_Ananza_e_Danielly.pdf.

B) DESENVOLVIMENTO
Momento 1: Vírus, parasitas intracelulares obrigatórios
Professor (a) , inicie sua aula com um uma pergunta básica: Vírus são seres vivos ou não?
Certamente você já trabalhou estes conceitos com seus estudantes, mas neste momento de estudo
específico sobre as doenças virais, torna-se relevante retomar alguns pontos, pois o conhecimento
pode não ter sido consolidado. Deixe os estudantes discorrerem sobre o assunto, confirmando
ou confrontando opiniões. Em seguida, esclareça que há os que que defendem que o vírus não é
um ser vivo, estes baseiam-se no fato de que ele não tem vida livre, sendo dependentes de uma
célula hospedeira, caso contrário, se cristalizam; Mas, há aqueles que o classificam como ser vivo
mediante sua capacidade de replicação e presença de material genético. Lembre-os que apesar
de ter material genético, os vírus não possuem aparato enzimático necessário à replicação, sendo
dependentes de uma célula para tal.
Solicite aos estudantes que esquematizem o diagrama geral do ciclo de vida de um vírus na célula
hospedeira:

Fonte: INTRODUÇÃO aos vírus. Khan Academy, [s. l.], [2022].

Explique que o vírus pode infectar células animais, vegetais ou de outros microrganismos.
Interessante evidenciar as propriedades físico-químicas que tornam os vírus capazes de se ligar
a receptores de membrana específicos, presentes nas células hospedeiras. Esta afinidade por
células específicas irá influenciar no tipo de doença causada.

2
Sugestão de texto:

→ ACE: Conheça a proteína presente em nosso organismos que facilita a entrada do SARS-
CoV-2. Bioemfoco.
Disponível em: https://bioemfoco.com.br/noticia/ace2-proteina-que-facilita-entrada-do-
-sars-cov-2-no-organismo/.
Sugestão de esquema: Abaixo, a figura representa a interação da proteína ACE2 da célula hospe-
deira com a proteína spike do Vírus. Os estudantes podem desenhar o esquema ou fazer modelo
com massinha de modelar.

Fonte: CASTRO, Rodrigo Araújo e; Ana Carolina; Jéssica Assunção. Estimativa de contágio por Covid-19 no metrô da cidade de São
Paulo após a reabertura da economia. Instituto health Lake, [s. l.], [2022].

Momento 2: Interação parasita- hospedeiro


O que faz um parasita manter-se fiel ao seu hospedeiro e como um parasita pode atacar outro
hospedeiro?

“Para começar uma interação parasita-hospedeiro, o parasita deve: (i) ter contato com o hospe-
deiro; (ii) vencer suas defesas; (iii) utilizar o hospedeiro como fonte de alimentos e outros recursos;
(iv) prolongar a associação a tempo de multiplicar-se e disseminar seus descendentes. O hospe-
deiro por sua vez reage (contra-ataca) de modo a resistir ou sofrer um impacto não muito danoso,
atenuando o problema. Essa briga de gato x rato pode levar o parasita a se especializar tanto que
acaba ficando dependente do hospedeiro, tornando-se incapaz de parasitar outros organismos.”
Fonte: MANUTENÇÃO da associação parasita-hospedeiro. UNESP. [s. l.] [2022].

Professor (a), é muito interessante abordar a co-evolução parasita-hospedeiro! Enquanto os para-


sitas evoluem para maximizar a capacidade de infectar células, por exemplo, os hospedeiros têm
de responder para reduzir a infectividade e a virulência dos parasitas. Essa teoria considera que
não há vantagens para o parasita eliminar seu hospedeiro (o que acarretaria sua própria extinção)!
Apresente o trecho abaixo a seus estudantes e inicie uma discussão sobre o assunto:

3
"Existem hospedeiros e parasitas que, no curso da evolução adaptam-se uns aos outros, che-
gando a um estado de equilíbrio, de tolerância mútua, quase perfeita. Aliás, um caráter da asso-
ciação parasita-hospedeiro é o de permitir, em geral, que ambos vivam e propaguem a espécie.
Quando isso se torna difícil ou mesmo impossível, trata-se de parasitismo mal ajustado".
Fonte: PESSÔA. S. B. & MARTINS, A. V. Parasitologia médica. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 1982.

Em seguida, trabalhe um texto, que pode ser resumido pelo professor (a) ou enviado por meio de
link, para leitura em casa no formato sala de aula invertida.
Sugestão de texto:

→ Vírus HIV está reduzindo multiplicação no organismo humano. Saúde plena.


Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/12/02/noticias-
-saude,191097/virus-hiv-esta-reduzindo-multiplicacao-no-organismo-humano.shtml.

As seguintes perguntas podem ser feitas com base no texto:

1. Explique a frase: “Não é favorável para um patógeno que o organismo que o abriga — no caso
do vírus HIV, o corpo humano — morra imediatamente após a infecção.”
2. O aumento da utilização de antirretrovirais poderia contribuir para uma remoção da popula-
ção com vírus de maior virulência?

Momento 3: Doenças causadas por vírus


Diante da pandemia de COVID-19, falar sobre vírus tornou-se algo rotineiro nas rodas de conver-
sas informais e, principalmente, na sala de aula. Portanto, oportunizar aos estudantes meios de
compreender como os vírus se comportam, as doenças que causam, as medidas de prevenção e
combate, são noções indispensáveis para o desenvolvimento de um senso de responsabilidade
individual e de consciência coletiva acerca das doenças virais e os controles de disseminação.

Professor (a), inicie a aula com uma bolha de palavras contendo as principais viroses, conforme
modelo:

Fonte: Arquivo da autora - ARAÚJO, Marisa M.

4
Incentive seus estudantes a pesquisarem sobre as doenças virais, formando grupos de estudo.
Sugira que façam trabalhos manuscritos ou, se tiverem acesso a computadores e internet, ela-
borarem powerpoint para apresentação em sala. Outra opção interessante é a produção de vídeos
sobre a matéria estudada, tendo os próprios estudantes como explanadores do assunto ou por
meio de entrevista com agentes de saúde de sua cidade. É muito importante que disponibilize um
roteiro básico de pesquisa:
1. Nome da Virose.
2. Agente etiológico.
3. Vetor ( se houver).
4. Sintomas.
5. Modo de transmissão.
6. Profilaxia.
7. Estatística da doença no Brasil e/ou região onde a escola está inserida.
8. Ilustração.
9. Referências bibliográficas.
Obs: A divisão de grupos de trabalhos e disponibilização de fontes de pesquisa poderá ser feita na
1ª aula para que a culminância ocorra na 3ª aula. Para controle do tempo, você pode sortear dois
grupos para apresentarem o trabalho, desde que garanta o acesso aos demais trabalhos por meio
de portfólio ou arquivos digitais.

Reflexão e ação: Solicite que os estudantes, com base nos resultados de suas pesquisas, apon-
tem uma ou duas doenças virais mais presentes em sua região. No caso da dengue, por exem-
plo, vale sugerir a construção de ações individuais e coletivas, na escola e/ou comunidade, com
a finalidade de minimizar a incidência da doença. Faça com que eles ajam como agentes multi-
plicadores de ideais de conservação ambiental e de promoção da saúde, consolidando assim o
protagonismo juvenil.

RECURSOS:
Projetor de Multimídia, textos e reportagens.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As pro-
duções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa etc) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais), deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

ATIVIDADES

1 - Doenças Virais: (ENEM 2011) Vírus: Durante as estações chuvosas, aumentam no Brasil as cam-
panhas de prevenção à dengue, que têm como objetivo a redução da proliferação do mosquito
Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Que proposta preventiva poderia ser efetivada
para diminuir a reprodução desse mosquito?

a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito necessita de ambientes cobertos e
fechados para sua reprodução.
b) Substituição de casas de barro por casas de alvenaria, haja vista que o mosquito se repro-
duz na parede das casas de barro.

5
c) Remoção dos recipientes que possam acumular água, porque as larvas do mosquito se
desenvolvem nesse meio.
d) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas do mosquito se desenvolvem nesse
tipo de substrato.

2 - Doenças Virais: (ENEM 2009 adaptado) Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões de
pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções
continuam crescendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia,
uma vacina contra o HIV teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria
um marco na história planetária e também uma esperança para as populações carentes de tra-
tamento antiviral e de acompanhamento médico.
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).

Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:

a) Induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral.


b) Ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas.
c) Produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do
organismo humano.
d) Ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do
vírus para os seres humanos.

3 - A esperada teoria da imunidade de rebanho naturalmente induzida pela infecção de boa parte
da população não se concretizou na prática. Ou pelo menos na pandemia de Covid-19, associada
do coronavírus SARS-CoV-2, possivelmente não veremos fenômenos semelhantes.
(DUARTE, Rafael. Teoria da imunidade de rebanho para Covid-19 funciona? Portal PEBMED. [s. l.] 19 fev. 2021.)

a) Defina imunidade de rebanho.


b) A vacinação é pensada como medida de proteção coletiva e não individual. Por quê?

REFERÊNCIAS

ACE: Conheça a proteína presente em nosso organismos que facilita a entrada do SARS-CoV-2.
Revista bioemfoco, [s. l.], [2022]. Disponível em:< https://bioemfoco.com.br/noticia/ace2-pro-
teina-que-facilita-entrada-do-sars-cov-2-no-organismo/>. Acesso em: 20 maio 2022.
AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020.
160 p. v. 6 volumes.
CASTRO, Rodrigo Araújo e; Ana Carolina; Jéssica Assunção. Estimativa de contágio por Covid-19 no
metrô da cidade de São Paulo após a reabertura da economia. Instituto health Lake, [s. l.], [2022].
Disponível em: <https://healthlake.com.br/estimativa-de-contagio-por-covid-19-no-metro-da-ci-
dade-de-sao-paulo-apos-a-reabertura-da-economia/>. Acesso em: 29 maio 2022.
DUARTE, Rafael. Teoria da imunidade de rebanho para Covid-19 funciona? Portal PEBMED, [s. l],
2021. Disponível em:<https://pebmed.com.br/teoria-da-imunidade-de-rebanho-para-covid-
-19-funciona/?utm_source=artigoportal&utm_medium=copytext)>. Acesso em: 01 jun. 2022.

6
INTRODUÇÃO aos vírus. Khan Academy, [s. l.], [2022]. Disponível em:<https://pt.khanacademy.
org/science/biology/biology-of-viruses/virus-biology/a/intro-to-viruses>. Acesso em: 20 maio
2022.
MANUTENÇÃO da associação parasita-hospedeiro. UNESP. [s. l.], [2022]. Disponível em: < http://
www1.rc.unesp.br/ib/ceis/mundoleveduras/2010/Manuten%C3%A7%C3%A3o%20da%20asso-
cia%C3%A7%C3%A3o%20parasita.pdf>. Acesso em: 20 maio 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
PESSÔA. S. B. & MARTINS, A. V. Parasitologia médica. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan, 1982.
RABELLO, Ananza Mara; OLIVEIRA, Danielly Brito de. Impactos ambientais antrópicos e o sur-
gimento de pandemias .UNIFESSPA. Disponível em:< https://acoescovid19.unifesspa.edu.br/
images/conteudo/Impactos_ambientais_antr%C3%B3picos_e_o_surgimento_de_pandemias_
Ananza_e_Danielly.pdf >. Acesso em: 22 maio 2022.
SENSEVE, Bruna. Vírus HIV está reduzindo a multiplicação no organismo humano. Saúde plena,
[s. l.], [2022]. <Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/12/02/noticias-
-saude,191097/virus-hiv-esta-reduzindo-multiplicacao-no-organismo-humano.shtml>. Acesso
em: 20 maio 2022.
SM EDUCAÇÃO et al, (org.). Ser Protagonista: Ciências da Natureza e suas Tecnologias. 1. ed. São
Paulo: Editora SM, 2020. 160 p. v. 6 volumes.

7
EIXO TEMÁTICO

Nossa forma de estar no mundo.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Doenças infecto- parasitárias. Identificar as principais doenças endêmicas e mortalidade


Bacterioses e protozoonoses. infantil da região em que os estudante moram ou do Brasil,
e relacioná-las com as condições ambientais e qualidade de
vida, como: destino do esgoto e lixo, água, moradia, acesso a
atendimento médico e a educação.
Analisar dados em tabelas e gráficos sobre doenças infecto-
contagiosas e parasitárias, considerando a idade.
Associar a presença de lixo a doenças infectocontagiosas e
parasitárias.
Comparar a incidência de doenças endêmicas, na região onde
mora, com dados de outras regiões do Brasil e associar às
condições de vida.26.1.4. Identificar modos de transmissão
e prevenção das doenças infectocontagiosas e parasitárias
comuns à região.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Bacterioses e protozooses


DURAÇÃO: 3 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A)CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA
Professor (a), ao estudar doenças causadas por bactérias e protozoários deve-se fazer um link
entre saúde humana, meio ambiente e políticas de saneamento básico. Afinal, todos estes fatores
se interconectam para a promoção da qualidade de vida de uma população. Importante que os
estudantes reflitam que sem infraestrutura de saneamento básico, os microorganismos encon-
tram condições ideais para proliferar e infectar pessoas e causar doenças.
A fragmentação de conteúdos expostos em “caixinhas separadas” deve ser evitada a todo custo,
em contrapartida deve-se promover a contextualização dos assuntos estudados com as diferentes
realidades dos educandos: Como é a rua onde você mora? Passa um rio? Limpo ou sujo? Como
você interage com este rio? Até que ponto a saúde deste rio afeta a sua saúde? O que posso fazer
enquanto cidadão para modificar esta realidade? Desta forma, conduza seus estudantes a aplica-
rem o conhecimento na resolução de problemas cotidianos, tornando-os agentes transformadores
de realidade.

B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento: Doenças bacterianas e Saneamento ambiental
Professor (a), uma sugestão para trabalhar parasitoses dentro deste contexto é pela leitura de
textos que relacionem doenças parasitárias com saneamento.

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Sala de aula invertida:
Sugestão de texto: resumo ou link para que os estudantes possam ler e refletir em casa.

→ Blog BRK ambiental. Saúde: 10 doenças causadas por falta de saneamento básico.
Disponível em: https://blog.brkambiental.com.br/saude-saneamento-basico/.

Em sala, leia o texto com os estudantes de forma reflexiva e, seguida, proponha as seguintes ativi-
dades em grupo:

1. Com base em fragmentos do texto responda as perguntas que se seguem:


a) “Em diversas partes do mundo, o saneamento básico é um privilégio da população mais
rica. Em 2019, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,1 bilhões
de pessoas em todo o planeta não tinham acesso à água potável em casa.”
• Liste as possíveis consequências da deficiência de saneamento básico para a saúde humana.

b) “No entanto, não são apenas as crianças que são afetadas pela falta de saneamento ade-
quado. As  infecções gastrointestinais também fazem com que os adultos se afastem de
suas atividades laborais, o que gera custos para as empresas e perda de desempenho por
parte dos profissionais.”
• Cite parasitas (bactérias, protozoários e vírus) que podem estar relacionados com as infec-
ções gastrointestinais.

2. Faça um quadro comparativo com as doenças causadas por bactérias ou protozoários cita-
das no texto colocando: agente etiológico, vetor (se houver), sintomas, modo de transmis-
são e profilaxia. (Observação: Professor (a), disponibilize outras fontes de pesquisa além do
texto, como o livro didático ou sites.).

Bacterioses
Agente Modo de
e Vetor Sintomas Profilaxia
etiológico transmissão
protozoozes

Durante a realização das atividades, incentive a participação dos estudantes nos grupos, monito-
rando sempre que possível. Oportunize momento para apresentação dos resultados por integran-
tes escolhidos pelos grupos, para que haja socialização e troca de informações.

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2º momento: Ciclo de doenças parasitárias (Protozooses)
Professor (a), inicie sua abordagem situando os protozoários no Reino Protista e evidenciando suas
características principais como eucariontes unicelulares e heterotróficos. Retome conceitos lem-
brando-os de que sua única célula realiza todas as funções vitais e podem ter diferentes estrutu-
ras locomotoras; estas são utilizadas como critérios de classificação separando-as em grupos de
ciliados, flagelados, sarcodíneos e esporozoários. Relembre que estes podem ser de vida livre ou
parasitas, neste caso tendo importância médica como causadores de várias doenças.
Para o desenvolvimento das habilidades propostas, deve-se promover o entendimento por parte
dos estudantes da associação entre protozoários e doenças infectocontagiosas e parasitárias.
Oferecer atividades diversificadas, interativas e lúdicas podem facilitar o processo de ensino e
aprendizagem de ciclos reprodutivos, tornando-os mais fáceis de entender, desvinculando-os a
uma nomenclatura biológica complexa e difícil. Uma boa sugestão é propor aulas interdisciplinares
com a área de linguagens para a confecção de diversas modalidades de material didático de acordo
com as diferentes realidades das escolas e seus estudantes, como:
→ MODELOS DE ESTUDO E/OU CARTAZES.
→ ELABORAÇÃO DE CARTILHAS EDUCATIVAS.
→ CRIAÇÃO DE JOGOS EDUCATIVOS.
→ ELABORAÇÃO DE MATERIAL POR MEIO DE RECURSO MULTIMÍDIA COMO ANIMAÇÕES.
→ SIMULAÇÕES DE CICLOS REPRODUTIVOS NO COMPUTADOR OU CONFECÇÃO DE VÍDEOS
COM USO DE CELULARES.
As atividades propostas podem ser modificadas de acordo com o tempo e número de aulas dispo-
níveis para o desenvolvimento do assunto, mas nesta sequência, sugiro a disponibilização prévia de
imagens e fonte de textos sobre ciclos reprodutivos da MALÁRIA, LEISHMANIOSE TEGUMENTAR
E/OU VISCERAL, DOENÇA DE CHAGAS E TOXOPLASMOSE. Divida os estudantes em grupos e soli-
cite-os a escolha da modalidade de trabalhos e convide-os a colocar a mão na massa! Muito impor-
tante a socialização dos trabalhos e explanação dos mesmos por parte dos estudantes para os
demais colegas de turma e/ou comunidade escolar.
Segue links de material pedagógico para consulta e inspiração:

→ PIBID biologia UEPB. Protozoários de massinha. Disponível em: http://pibid-bio-uepg.


blogspot.com/p/protozoarios-de-massinha.html.
→ Vértices. O Ensino da Doença de Chagas através de Ferramenta Pedagógica Lúdica.
Disponível em: <https://oaji.net/articles/2020/8925-1595244976.pdf.
→ Revista Brasileira de Educação Básica. Jogo didático protoozes do Brasil. Disponível
em:http://rbeducacaobasica.com.br/jogo-didatico-protozooses-do-brasil/.
→ Dom total. Game criado por pesquisadora da USP ensina sobre a malária e doença
de Chagas. Disponível em: https://domtotal.com/noticia/1493538/2021/01/
game-criado-por-pesquisadora-da-usp-ensina-sobre-a-malaria-e-doenca-de-chagas/.
→ Uma dica boa é a plataforma para criar e jogar quizzes. Disponível em: https://kahoot.com/
https://porvir.org/kahoot-como-usar-para-deixar-suas-aulas-mais-divertidas/.

3º Momento: Incidência de doenças endêmicas - Análise de gráficos e tabelas


Oportunize atividades que façam seus estudantes compararem a incidência de doenças endêmi-
cas, na região onde mora, com dados de outras regiões do Brasil e associarem às condições de
vida. A análise de gráficos e tabelas, associados a leituras de textos informativos, podem promover
um olhar crítico em relação aos diversos fatores que podem estar relacionados como: a incidência
de doenças infectocontagiosas com as características ambientais e socioeconômicas daquela

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região. Professor (a), para subsidiar esta análise e outras, busque fontes diversas que associem as
principais doenças endêmicas da região com o destino do esgoto e lixo, água, moradia, acesso a
atendimento médico e a educação. Você tem a liberdade para identificar as doenças infectocon-
tagiosas que mais se associam às condições sanitárias da cidade ou região em que sua escola
está inserida. A partir das tabelas e textos disponibilizados para os estudantes, proponha uma roda
de conversa sobre o assunto, levando-os a refletirem sobre a relação entre incidência de doen-
ças infectocontagiosas e as características ambientais e socioeconômicas de uma determinada
região, associando-as às políticas públicas de saneamento Básico. Proponha elaboração de rela-
tórios e atividades para fixação de conteúdo e registro pedagógico. Desta forma, você estará con-
textualizando o tema estudado, dando significado à aprendizagem!
Para exemplificar, veja essa atividade sobre a Leishmaniose. Observe o mapa:

Fonte: BUENO, Marcelo. Classificação de Áreas de Transmissão da Leishmaniose Visceral no Estado de Minas Gerais – 2020. Portal
da Vigilância em Saúde, [s. l.], 26 out. 2020.

Inicialmente, solicite aos estudantes que localizem sua cidade ou microrregião no mapa e pergunte
em que classificação ela se encontra. A partir deste mapa, diversos questionamentos podem ser
feitos: podemos relacionar a causa do alto índice de transmissão em certas áreas do mapa (em
vermelho) com aspectos ambientais, sociais ou econômicos locais?

Sugestão de texto para subsidiar as análises sobre leishmaniose:

Texto 1: Diversos estudos de análise de distribuição espacial da leishmaniose em diferentes


cidades do Brasil, vem demonstrando que taxas médias de incidência da doença ocorrem em
zonas de intenso crescimento populacional. Sendo assim, podemos refletir sobre a dinâmica
epidemiológica da Leishmania ligada à ocupação humana, bem como o reflexo do desmata-
mento para a adaptação dos flebotomíneos às casas e seu entorno, favorecendo o encontro
entre vetor e hospedeiros (cão e o homem).  Pesquisas revelam que a incidência da doença
prevalece dentro do grupo socioeconômico menos rico que não desfrutam do benefício de
medidas de saneamento básico. Observe no mapa a classificação de áreas de transmissão da
leishmaniose visceral no estado de MG-2020.

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Texto 2: Leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania. Estes
microrganismos infectam diversos animais mamíferos, dentre eles, o homem. No Brasil, a
transmissão ocorre pela picada de insetos vetores que são hematófagos, isto é, alimentam-se
de sangue. Seu nome é Lutzomyia longipalpis, inseto que tem grande facilidade de se adaptar
às variadas temperaturas. Eles podem ser encontrados tanto no interior de domicílios quanto
nos abrigos dos animais domésticos. Estudos apontam que logo após a estação chuvosa a
população do inseto aumenta e, consequentemente, esse é o período de maior transmissão da
Leishmania. Tendo o cão doméstico como sendo o principal reservatório, este é o responsável
pela manutenção do parasito em áreas urbanas. Esses animais, quando infectados, são consi-
derados fonte de infecção para o agente transmissor, especialmente os cães assintomáticos,
representando a maior fonte de transmissão para humanos em áreas endêmicas da doença.
Fonte: PEREIRA, F. B.; VIEIRA, A. L. S.; BICALHO, E. A. G.; PEREIRA, S. G.; CARDOSO, S. R. A. Avaliação da tendência temporal e
da prevalência de Leishmaniose visceral canina e humana dentre os anos de 2010 a 2019 em municípios de Minas Gerais - Brasil.
Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, Umuarama, v. 24, n.

Obs: o texto 2 é apenas um pequeno trecho do trabalho de PEREIRA et al. Cabe a você, profes-
sor(a), explorar mais informações do artigo, se houver necessidade, ou buscar outras fontes
complementares.

RECURSOS:
Projetor de Multimídia, textos e reportagens.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As pro-
duções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa etc) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais), deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

ATIVIDADES

1 - (UFRR) O protozoário do gênero Plasmodium, parasita que causa a malária, vive em mosquitos
e em alguns vertebrados, como o homem. Essa doença aflige aproximadamente 300 milhões de
pessoas nos trópicos, causando inúmeras mortes todos os anos. A pessoa com malária, dentre
outros sintomas, pode apresentar dores musculares, arrepios e febres periódicas. Esses sinto-
mas aparecem nas pessoas:

a) Quando o mosquito pica a pessoa, injetando os esporozoítos de Plasmodium e substâncias


tóxicas no sangue.
b) Quando os esporozoítos penetram nas células do fígado da pessoa.
c) Quando os esperozoítos rompem os glóbulos vermelhos, liberando substâncias tóxicas no
meio.
d) Quando os merozoítos rompem os glóbulos vermelhos, liberando substâncias tóxicas no
meio.
e) Quando o mosquito pica a pessoa, injetando os merozoítos do Plasmodium e substâncias
tóxicas no sangue.

12
2 - (Enem 2012) Medidas de saneamento básico são fundamentais no processo de promoção de
saúde e qualidade de vida da população. Muitas vezes, a falta de saneamento está relacionada
com o aparecimento de várias doenças. Nesse contexto, um paciente dá entrada em um pronto
atendimento relatando que há 30 dias teve contato com águas de enchente. Ainda informa que
nesta localidade não há rede de esgoto e drenagem de águas pluviais e que a coleta de lixo é
inadequada. Ele apresenta os seguintes sintomas: febre, dor de cabeça e dores musculares.
Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados com as condições sanitárias da localidade, há indica-


ções de que o paciente apresenta um caso de

a) difteria.
b) botulismo.
c) tuberculose.
d) leptospirose.
e) meningite meningocócica.

3 - Leia o texto e responda a pergunta que se segue:


São doenças provocadas devido à ingestão direta de água contaminada, em geral, em locais
onde não há sistema de abastecimento de água tratada, e os grupos populacionais fazem uso de
minas, poços, bicas, ou então, utilizam água mineral de fontes contaminadas. Eventualmente,
acidentes no sistema de abastecimento de água tratada, ou problemas em sua manutenção
podem acarretar contaminações e causar doença na população que se serve do mesmo. Muitas
dessas doenças causam diarréia aguda; segundo a OMS, 80% das diarréias agudas no mundo
estão relacionadas ao uso de água imprópria para consumo, não tratada, a sistema de esgoto
ausente ou inadequado ou a práticas de higiene insuficientes, especialmente em países ou
áreas onde são precárias as condições de vida. Estes casos resultam em 1,5 milhão de mortes a
cada ano, afetando principalmente crianças menores de 5 anos, devido à desidratação. As prin-
cipais doenças relacionadas à ingestão de água contaminada são: cólera, febre tifóide, hepatite
A e doenças diarréicas agudas de várias etiologias: bactérias ‐ Shigella, Escherichia coli; vírus
– Rotavírus, Norovírus e Poliovírus (poliomielite – já erradicada no Brasil); e parasitas – Ameba,
Giárdia, Cryptosporidium, Cyclospora.
SES/SP. DOENÇAS RELACIONADAS À ÁGUA OU DE TRANSMISSÃO HÍDRICA. Disponível em:< http://www.saude.sp.gov.br/
resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/
doc/2009/2009dta_pergunta_resposta.pdf>. Acesso em 30 de maio de 2022.

Qual das doenças a seguir não apresenta a ingestão de água contaminada como forma de
transmissão?

a) Hepatite.
b) Giardíase.
c) Dengue hemorrágica.
d) Rotavírus.
e) Cólera.

13
REFERÊNCIAS
AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020.
160 p. v. 6 volumes.
BRAGA, Natalia Camargos; MACHADO, Vera de Mattos; FERREIRA, Alda Maria Teixeira. Jogo didá-
tico protoozes do Brasil. Revista Brasileira de Educação Básica, [s. l.], [2022]. Disponível em: <
http://rbeducacaobasica.com.br/jogo-didatico-protozooses-do-brasil/ >. Acesso em: 25 maio
2022.
BUENO, Marcelo. Classificação de Áreas de Transmissão da Leishmaniose Visceral no Estado de
Minas Gerais – 2020. Portal da Vigilância em Saúde, [s. l.], 26 out. 2020. .Disponível em:<http://
vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/classificacao-de-areas-de-transmissao-da-
-leishmaniose-visceral-no-estado-de-minas-gerais-2020/>. Acesso em: 06 maio 2022.
DIAS, Letícia Paschoaletto; ROCHA, Gregório Kappaun; WERNECK, Jane Margaret Costa de Frontin.
O Ensino da Doença de Chagas através de Ferramenta Pedagógica Lúdica. VÉRTICES. RJ, 2020.
Disponível em: < https://oaji.net/articles/2020/8925-1595244976.pdf >. Acesso em: 25 maio 2022.
GAME criado por pesquisadora da USP ensina sobre a malária e doença de Chagas. Dom total, [s.
l.], 13 jan.. 2021. Disponível em:< https://domtotal.com/noticia/1493538/2021/01/game-criado-
-por-pesquisadora-da-usp-ensina-sobre-a-malaria-e-doenca-de-chagas/ >. Acesso em: 25 maio
2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
PEREIRA, F. B.; VIEIRA, A. L. S.; BICALHO, E. A. G.; PEREIRA, S. G.; CARDOSO, S. R. A. Avaliação
da tendência temporal e da prevalência de Leishmaniose visceral canina e humana dentre os
anos de 2010 a 2019 em municípios de Minas Gerais - Brasil. Arquivos de Ciências Veterinárias e
Zoologia da UNIPAR, Umuarama, v. 24.
PROTOZOÁRIOS de massinha. PIBID biologia UEPB, [s. l.], [2022]. Disponível em:< http://pibid-bio-
-uepg.blogspot.com/p/protozoarios-de-massinha.html >. Acesso em: 25 maio 2022.
RABELLO, Ananza Mara; OLIVEIRA, Daniely Brito de. Impactos ambientais antrópicos e o surgi-
mento de pandemias. UNIFESSPA, [s. l.], [2022]. Disponível em: <https://acoescovid19.unifesspa.
edu.br/images/conteudo/Impactos_ambientais_antr%C3%B3picos_e_o_surgimento_de_pande-
mias_Ananza_e_Danielly.pdf >. Acesso em: 22 maio 2022.
SAÚDE: 10 doenças causadas por falta de saneamento básico. Blog BRK Ambiental Saúde, [s.
l.], Ago. 2021. Disponível em: <https://blog.brkambiental.com.br/saude-saneamento-basico/>.
Acesso em: 22 maio 2022.
SM EDUCAÇÃO et al, (org.). Ser Protagonista: Ciências da Natureza e suas Tecnologias. 1. ed. São
Paulo: Editora SM, 2020. 160 p. v. 6 volumes.

14
EIXO TEMÁTICO

Nossa forma de estar no mundo.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Doenças infecto- parasitárias. Identificar as principais doenças endêmicas e mortalidade


Helmintíases. infantil da região em que os estudante moram ou do Brasil,
e relacioná-las com as condições ambientais e qualidade de
vida, como: destino do esgoto e lixo, água, moradia, acesso a
atendimento médico e a educação.
Analisar dados em tabelas e gráficos sobre doenças infecto-
contagiosas e parasitárias, considerando a idade.
Associar a presença de lixo a doenças infectocontagiosas e
parasitárias.
Comparar a incidência de doenças endêmicas, na região onde
mora, com dados de outras regiões do Brasil e associar às
condições de vida.
Identificar modos de transmissão e prevenção das doenças
infectocontagiosas e parasitárias comuns à região.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Helmintíases


DURAÇÃO: 3 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Professor (a), sabemos que estudar a parasitologia é de grande importância para a vida dos estu-
dantes, afinal as doenças parasitárias fazem parte da história evolutiva do ser humano. A biolo-
gia acerca das doenças parasitoinfecciosas foi cada vez mais compreendida, graças à evolução
dos estudos científicos para o entendimento dos ciclos reprodutivos, da ecologia dos parasitas
no ambiente e em seus hospedeiros. Estudos comprovam que as condições de vida da popula-
ção afetam diretamente os índices de contaminação, sendo maiores em países subdesenvolvidos,
como em algumas regiões do Brasil, onde serviços de saneamento básico são precários e a defi-
ciência alimentar assola grande parte da população.
Por tudo isto, esta sequência busca propor atividades para desenvolver habilidades necessárias
para que os estudantes possam reconhecer as diferentes doenças causadas por representantes
do Filo Platyhelminthes e Nematoda, dando-lhes condições de agir de forma preventiva, evitando a
contaminação. Faz-se necessário que eles compreendam as questões sanitárias, sociais e econô-
micas que envolvem a dinâmica das doenças no ambiente e sociedade.

15
B) DESENVOLVIMENTO:
1º Momento
Professor (a), inicie a aula explicando o conceito de Helmintos e sua importância médica. Esclareça
que os helmintos ou vermes podem ser de vida livre ou parasitas, mas que os últimos necessitam
de um ou mais hospedeiros para obter nutrientes e completar seu ciclo reprodutivo. Elabore, jun-
tamente com os estudantes, uma nuvem de palavras sobre as parasitoses causadas por vermes
achatados e cilíndricos (platelmintos e nematelmintos) como o representado abaixo:

Fonte: Imagem do autor

Professor (a), organize os estudantes em grupos e solicite-os que separem as palavras em dois
grupos: aquelas que se referem à platelmintos e aquelas que se referem à nematelmintos. Sugira
que cada grupo escolha uma ou duas doenças parasitárias para pesquisa.
Roteiro de Pesquisa.
1. Nome da doença.
2. Agente etiológico.
3. Sintomas.
4. Modo de infecção.
5. Profilaxia.
6. Tratamento.
7. Ciclo reprodutivo ( esquema).
8. Condições ambientais e sanitárias que favorecem a ocorrência da doença.
9. Estatística da doença na região e no Brasil.
10. Referências Bibliográficas.
Uma boa sugestão de apresentação dos trabalhos (que foge do tradicional em sala de aula ) é a
elaboração de pôster ou banner para exposição em um ambiente da escola. Promova a visitação
dos trabalhos por outras turmas.

2º Momento
Professor (a), Inicie a aula instigando os estudantes a pensarem sobre as possíveis adaptações
morfológicas, biológicas e fisiológicas que fortaleceram a relação dos parasitas com os seus
hospedeiros.

16
Perguntas instigadoras:
→ Que adaptações morfológicas os vermes parasitas precisam para se fixar no aparelho diges-
tivo de seu hospedeiro?
→ De que maneira estes organismos conseguem anular os efeitos das enzimas digestivas pro-
duzidas pelo hospedeiro?
→ Que adaptações fisiológicas são necessárias para garantir o sucesso reprodutivo dos para-
sitas no hospedeiro?
→ Como a resposta imunológica e hábitos de vida do hospedeiro podem interferir na virulência
dos parasitas?

Em seguida, proponha a leitura do texto abaixo:

Adaptação dos parasitas


O  parasitismo  é definido como uma interação onde um organismo parasita obtém recursos
através de um ou vários indivíduos hospedeiros, provocando danos e reduzindo sua aptidão.
Assim, são necessárias diversas estratégias para colonizar o hospedeiro, uma vez que é mais
vantajoso que o  hospedeiro  permaneça vivo e que seu  sistema imunológico  não detecte a
infecção. Essas estratégias podem ocorrer antes, durante e depois da entrada no hospedeiro,
e são adaptações desenvolvidas ao longo do tempo que garantem o sucesso reprodutivo e a
perpetuação das espécies de parasitas.
Algumas adaptações são gerais e contemplam a maior parte das espécies de parasitas, como o
ciclo de vida curto e a elevada taxa de reprodução, dando origem a muitos descendentes em um
único evento reprodutivo. Dessa forma, os parasitas garantem a manutenção da espécie rapi-
damente e em grande quantidade. Há também adaptações particulares, que dependem de inte-
rações específicas com o hospedeiro. Essas adaptações podem ser comportamentais, mor-
fológicas, fisiológicas ou ainda estarem relacionadas a diferentes fases de desenvolvimento e
investimento reprodutivo.
Assim, diferentes parasitas apresentam tamanhos e formatos adaptados aos seus respecti-
vos hospedeiros. O protozoário Plasmodium sp. é um parasita intracelular, atingindo as células
através da corrente sanguínea, e assim apresenta um tamanho pequeno de corpo. Já parasitas
como  Taenia  e  Ascaris  apresentam tamanho de corpo maior na fase adulta, uma vez que se
alojam no sistema digestório. Além disso possuem estágios larvais que contribuem para sua
ingestão pelo hospedeiro, infecção e posterior crescimento.
Uma vez dentro do hospedeiro, os parasitas apresentam diferentes adaptações visando a sua
fixação e permanência no organismo. As espécies do gênero Taenia, por exemplo, apresentam
estruturas desenvolvidas para garantir a aderência do parasita nas paredes do sistema diges-
tório. Na região do escólex estão presentes ventosas, e até mesmo ganchos no caso da Taenia
solium. Para parasitas do trato intestinal existem também adaptações às enzimas digestivas,
como o corpo revestido por uma cutícula protetora no caso do gênero  Ascaris, ou por  tegu-
mento em indivíduos de Taenia solium. Além disso, esses parasitas costumam secretar substân-
cias que neutralizam as enzimas digestivas do hospedeiro, viabilizando assim sua permanência
no intestino. Algumas adaptações consistem ainda em mudanças no  antígeno  dos parasitas
em diferentes fases do desenvolvimento, como o vírus HIV, causador da AIDS, e também o pro-
tozoário Plasmodium. Essa estratégia dificulta uma detecção e resposta imunológica por parte
do hospedeiro, e também torna complicada a produção de um medicamento completamente
eficaz em todas as fases.
Fonte: MANZZANO, Maria Carolina Rosella. Adaptação dos parasitas. INFOESCOLA. [s. l.] 2022. Disponível em: https://www.
infoescola.com/evolucao/adaptacao-de-parasitas/ . Acesso em: 28 maio 2022.

17
Atividades:
1. Faça uma reflexão sobre as adaptações abordadas no texto (e outras) junto aos estudantes.
2. Solicite que os estudantes respondam as perguntas instigadoras.
3. Solicite aos estudantes que observem as imagens (Figuras 6, 7, 8 e 9) e expliquem que adap-
tações parasitárias elas correspondem.

Fonte: AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências Fonte: AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências
da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020. da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020.

Fonte: AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências Fonte: AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências
da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020. da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020.

3º Momento
Professor (a), realize uma atividade para que os estudantes possam trocar informações e conso-
lidar o conhecimento sobre as helmintíases. Esta metodologia torna a revisão de conteúdo um
momento dinâmico e lúdico, gerando mais interesse em participar da atividade. Inspirada na meto-
dologia do Word café.
1. Disponha os estudantes em grupos.
2. Entregue uma cartolina e um pincel (de cor específica por grupo) por grupo; obs: Escreva no
título o nome de uma doença parasitária.
3. Solicite que cada grupo escreva palavras ou frases relacionadas àquela doença (Nome do
agente causador, sintomas, modo de infecção, profilaxia, ciclo do parasita, etc.) na cartolina.
4. Marque o tempo ( 3 a 5 minutos).
5. Solicite que cada grupo troque de cartolina com o outro.
6. Oriente aos grupos que leiam as informações do cartaz recebido e complemente com novas
informações.

18
Repita os itens 5 e 6 até que todos os grupos tenham acesso a todos os cartazes, complementando-os.
No final, solicite que cada grupo apresente um cartaz para os demais colegas. Neste momento,
faça as correções e complementações necessárias.

RECURSOS:
Projetor de Multimídia, textos e reportagens.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As pro-
duções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa etc) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais), deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

ATIVIDADES

1 - (ENEM/2013 – PPL). Dupla humilhação destas lombrigas, humilhação de confessá-las a Dr.


Alexandre, sério, perante irmãos que se divertem com tua fauna intestinal em perversas inda-
gações: “Você vai ao circo assim mesmo? Vai levando suas lombrigas? Elas também pagam
entrada, se não podem ver o espetáculo? E se, ouvindo lá de dentro, as gabarolas do palhaço,
vão querer sair para fora, hem? Como é que você se arranja?” O que é pior: mínimo verme, quinze
centímetros modestos, não mais — vermezinho idiota — enquanto Zé, rival na escola, na queda
de braço, em tudo, se gabando mostra no vidro o novelo comprovador de seu justo gabo orgu-
lhoso: ele expeliu, entre ohs! e ahs! de agudo pasmo familiar, formidável tênia porcina: a solitá-
ria de três metros.
ANDRADE, C. D. Boitempo. Rio de Janeiro: Aguiar, 1988.

O texto de Carlos Drummond de Andrade aborda duas parasitoses intestinais que podem afetar
a saúde humana. Com relação às tênias, mais especificamente, a Taenia solium, considera-se
que elas podem parasitar o homem na ocasião em que ele come carne de

a) peixe mal-assada.
b) frango mal-assada.
c) porco mal-assada.
d) boi mal-assada.
e) carneiro mal-assada.

2 - (ENEM/2019) A esquistossomose (barriga-d’água) caracteriza-se pela inflamação do fígado e do


baço causada pelo verme Schistosoma mansoni (esquistossomo). O contágio ocorre depois que
larvas do verme são liberadas na água pelo caramujo do gênero Biomphalaria, seu hospedeiro
intermediário, e penetram na pele humana. Após o diagnóstico, o tratamento tradicional utiliza
medicamentos por via oral para matar o parasita dentro do corpo. Uma nova estratégia tera-
pêutica baseia-se na utilização de uma vacina, feita a partir de uma proteína extraída do verme,
que induz o organismo humano a produzir anticorpos para combater e prevenir a doença.
Instituto Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Fiocruz anuncia nova fase de vacina para esquistossomose.
Disponível em: http://agencia.fiocruz.br. Acesso em: 3 maio 2019 (adaptado).

19
Uma vantagem da vacina em relação ao tratamento tradicional é que ela poderá
a) impedir a penetração do parasita pela pele.
b) eliminar o caramujo para que não haja contágio.
c) impedir o acesso do esquistossomo especificamente para o fígado.
d) eliminar o esquistossomo antes que ocorra contato com o organismo.
e) eliminar o esquistossomo dentro do organismo antes da manifestação da doença.

3 - (Mackenzie-SP) A elefantíase é uma verminose provocada por um nematódeo, e seu principal


sintoma é o inchaço de pés e pernas. Esse inchaço é provocado:
a) Pelo acúmulo de vermes nos vasos linfáticos, impedindo a reabsorção de linfa, que se acu-
mula nos espaços intercelulares.
b) Pelo entupimento de vasos sanguíneos, causado pela coagulação do sangue na tentativa de
expulsar os vermes.
c) Pelo aumento no número de vermes nas células musculares das regiões infectadas.
d) Pelo acúmulo de vermes nos capilares sanguíneos, dificultando o retorno do sangue.
e) Pela reação do sistema imunológico à presença dos vermes.

4 - No exame de fezes de um paciente hipotético foi verificada a presença de ovos do tipo” b” e do


tipo ”d”.

Ovos encontrados nas amostras de fezes: (a) Ancilostomídeo, (b) Ascaris


lumbricoides, (c) Rodentolepis nana, (d) Schistosoma mansoni.

Fonte: FILHO, Altamir de Almeida et al. Ocorrência de enteroparasitoses em feirantes e seu papel como disseminadores em
Vitória, Espírito Santo, Brasil. Journal Salus. Espírito Santo. 11 maio 2016.

Com base nesta informação, responda:


a) Quais sintomas o paciente deve estar sentindo?
b) De que forma o paciente pode ter se contaminado com o parasita b?
c) Qual o hospedeiro intermediário do parasita d?
d) Cite medidas profiláticas para evitar nova contaminação pelo parasita d.

20
REFERÊNCIAS
ACE: Conheça a proteína presente em nosso organismos que facilita a entrada do SARS-CoV-2.
Revista bioemfoco, [s. l.], [2022]. Disponível em: <https://bioemfoco.com.br/noticia/ace2-pro-
teina-que-facilita-entrada-do-sars-cov-2-no-organismo/>. Acesso em: 20 maio 2022.
AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2020.
160 p. v. 6 volumes.
FILHO, Altamir de Almeida et al. Ocorrência de enteroparasitoses em feirantes e seu papel como
disseminadores em Vitória, Espírito Santo, Brasil. Journal Salus. Espírito Santo. 11 maio 2016.
Disponível em: http://www.salusjournal.org/magazine/ocorrencia-de-enteroparasitoses-em-fei-
rantes-e-seu-papel-como-disseminadores-em-vitoria-espirito-santo-brasil/. Acesso em: 11 maio
2022.
MANZZANO, Maria Carolina Rosella. Adaptação dos parasitas. Infoescola. [s. l.] 2022. Disponível
em:< https://www.infoescola.com/evolucao/adaptacao-de-parasitas/ >. Acesso em: 28 maio
2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
RABELLO, Ananza Mara; OLIVEIRA, Daniely Brito de. Impactos ambientais antrópicos e o surgi-
mento de pandemias. UNIFESSPA, [s. l.], [2022]. Disponível em: https://acoescovid19.unifesspa.
edu.br/images/conteudo/Impactos_ambientais_antr%C3%B3picos_e_o_surgimento_de_pande-
mias_Ananza_e_Danielly.pdf . Acesso em: 22 maio 2022.
SENSEVE, Bruna. Vírus HIV está reduzindo a multiplicação no organismo humano. Saúde plena,
[s. l.], [2022]. Disponível em: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/12/02/noticias-
-saude,191097/virus-hiv-esta-reduzindo-multiplicacao-no-organismo-humano.shtml. Acesso em:
20 maio 2022.
SM EDUCAÇÃO et al, (org.). Ser Protagonista: Ciências da Natureza e suas Tecnologias. 1. ed. São
Paulo: Editora SM, 2020. 160 p. v. 6 volumes.

21
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Física Ciências da Natureza e suas tecnologias

COMPETÊNCIA
EIXO TEMÁTICO

Eletromagnetismo.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)

Ondas eletromagnéticas. Compreender o conceito de onda eletromagnética e suas


aplicações.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Ondas Eletromagnéticas


DURAÇÃO: 4 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), sempre crie situações didáticas varia-
das, em que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades. Isso pressupõe
que o planejamento inclua diferentes modalidades organizativas: projetos didáticos, atividades per-
manentes e sequências didáticas. A abordagem metodológica CTS (Ciências, Tecnologia e Sociedade)
descrita por Bazzo (2003), Santos e Mortimer (2002) e Delizoicov (2002), entre outros, apontam para a
necessidade de uma proposta de trabalho que possa contribuir para um maior significado ao aprendi-
zado das disciplinas do núcleo das ciências naturais. Desse modo, a CTS será auxiliadora para o traba-
lho dos objetos de conhecimento deste planejamento: As propriedades de uma onda eletromagnética,
conhecer o espectro eletromagnético, debater os riscos, benefícios e aplicações, no cotidiano, de uma
onda eletromagnética. Ao fim, espera-se que o estudante compreenda os fenômenos eletromagnéti-
cos e suas aplicações. Será interessante ainda que os estudantes consigam compreender que a luz é
uma onda eletromagnética.

B) DESENVOLVIMENTO:
Esta sequência didática (SD) que, na prática, são conteúdos seriados com o intuito de levar às finali-
dades almejadas, sendo metodicamente estruturadas e organizadas, foi pensada para ser aplicada no
ensino médio nas modalidades regular e EJA. No decorrer dessa SD será abordado o conceito de ondas
eletromagnéticas e suas aplicações.

22
1º Momento: Sensibilização
• Sensibilize os estudantes para aproximarem a teoria científica, contida nos livros de ciên-
cia, do seu cotidiano.
• Destaque a importância das Ciências para o desenvolvimento tecnológico da nossa
sociedade.
• Desmistifique a visão de que cientistas são pessoas muito inteligentes sempre vestidas de
jaleco branco, fechados nos laboratórios e muito distante do contexto dos estudantes. 

Contexto histórico
É importante que inicie o tema com uma abordagem histórica sobre ondas, tipos de ondas, natureza
das ondas, apresentada uma breve introdução histórica do desenvolvimento do Eletromagnetismo,
em que são apontadas as descobertas das radiações ultravioleta e infravermelho, além da unifica-
ção da eletricidade e do magnetismo com as equações de Maxwell.
Sugestão: Para aprofundar seus conhecimentos e/ou trabalhar o tema sob a perspectiva da histó-
ria das ciências, sugerimos a leitura do artigo “A metodologia de J. C. Maxwell e o desenvolvimento
da teoria eletromagnética”, de Paulo C. C. Abrantes, disponível em: http://www.periodicos.ufsc.
br/index.php/fisica/article/view/10075/9300 (acesso em: 23 jun. 2022). Com essa leitura, é possível
propor aos estudantes um debate sobre o desenvolvimento da teoria eletromagnética.
É importante destacar que as ondas eletromagnéticas foram confirmadas experimentalmente
por Hertz. Entretanto, foram inventores como Nikola Tesla e Guglielmo Marconi que empregaram
as descobertas de Hertz para enviar mensagens sem o uso de fios entre receptor e transmissor.
Portanto, uma das consequências das equações de Maxwell foi a previsão das ondas eletromagné-
ticas, que hoje são amplamente empregadas em ciência e tecnologia. 

2º Momento: Diálogo sobre as ondas eletromagnéticas e o cotidiano


Contextualize o tema estimulando os estudantes para um diálogo aberto sobre os seus conheci-
mentos prévios a respeito de algum tipo de onda eletromagnética que eles conheçam, já estuda-
ram e ou leram a respeito.
Solicite aos estudantes a realização deste questionário, para avaliar as concepções prévias deles a
respeito das ondas eletromagnéticas.

1. O que vocês entendem por espectro eletromagnético?


2. Quais são as características comuns das radiações eletromagnéticas?
3. Os raios X fazem mal à saúde?
4. Ao nos comunicarmos com pessoas de outros países pela internet, de que forma as informa-
ções são transferidas?
5. Existe algo em comum entre as imagens de televisão e a comunicação por telefonia celular?
6. Como os alto-falantes inteligentes podem captar nossas ordens com apenas o som da fala?
7. Como os radiotelescópios ou telescópios infravermelhos conseguem identificar elementos
químicos ou compostos orgânicos essenciais à vida?
De acordo com a realidade de seus estudantes, fique à vontade para acrescentar e ou retirar alguma
pergunta.

3º Momento: Formalização do tema


Explique, detalhadamente, para os estudantes o conceito de uma onda eletromagnética e que a
mesma é originada através de cargas elétricas oscilantes. Ressalte o fato de que o tipo de carga e
a frequência com que essas cargas elétricas oscilam definem a onda gerada (Figura 1).

23
→ Ilustre, com essa animação, disponível em: http://www.walter-fendt.de/html5/phpt/elec-
tromagneticwave_pt.htm, as ondas eletromagnéticas para seus estudantes.

Figura 1 – Representação esquemática do modelo da oscilação dos campos elétrico e magnético


de uma onda eletromagnética

Fonte: TEIXEIRA, Mariane Mendes. Mundo Educação. [s. l.], 2022.

É importante apresentar as características das ondas eletromagnéticas, principalmente sua velo-


cidade de propagação no vácuo, a orientação espacial relativa dos vetores campo elétrico, campo
magnético e velocidade de propagação, bem como a relação entre as suas intensidades, de tal
E
modo que v= .
B
Enfatize que, uma das características principais das ondas eletromagnéticas é transmitir ener-
gia em quantidade diretamente proporcional à sua frequência (lei de Planck: E = h. f , assim como
seu poder de penetração diretamente proporcional à frequência (ou inversamente proporcional ao
comprimento de onda).
Apresente o espectro eletromagnético (figura 2) explicitando a relação entre frequência e compri-
mento de onda. Destaque o espectro visível.
Figura 2 – Espectro eletromagnético, com destaque para as radiações luminosas

Fonte: AMABIS, J. M. et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. v 6, 1ª ed. São Paulo. Moderna, 2020. p 28.

É interessante mostrar aos estudantes uma comparação entre tamanhos de certos objetos e com-
primentos de onda de algumas radiações eletromagnéticas para que eles possam ter uma melhor
ideia dessas dimensões. Sugestão de texto que expressa essa comparação. Disponível em: http://
www.if.ufrgs.br/oei/stars/espectro.htm.

24
4º Momento: atividades práticas
Trabalhe os conceitos e as características das ondas eletromagnéticas presentes na construção
de aparelhos eletroeletrônicos. Em seguida, organize a turma em sete grupos e estabeleça um
desafio (descrito a seguir) para cada grupo, solicitando que a solução seja dada segundo os con-
ceitos da Física.

→ Cada grupo deve apresentar para a turma o desafio e o modo como foi solucionado. A cada
apresentação, procure ressaltar os principais conceitos físicos, listando-os, complemen-
tando as explicações do grupo e esclarecendo dúvidas que surgirem ao longo da atividade.
→ Não é uma atividade de seminário escolar, mas uma oportunidade de solução de problemas
com a participação coletiva e ativa para a construção de um conhecimento científico.
→ Se julgar pertinente, proponha ou inclua outras questões para os grupos.

Sugestões de grupos:

Grupo 1. Ondas de rádio AM e FM: mostrar a diferença, em termos de alcance, explicando por
que podemos escutar uma estação AM num local mais distante que o local onde escutamos uma
estação FM.
Grupo 2. Micro-ondas: como o forno de micro-ondas “aquece” os alimentos?
Grupo 3. Infravermelho: como funcionam as câmeras de segurança que “registram o calor
humano”?
Grupo 4. Luz: Qual é a faixa de frequências e de comprimentos de onda das radiações eletro-
magnéticas às quais nossos olhos são sensíveis? Se o “homem invisível” existisse, ele seria
cego! Por quê?
Grupo 5. Ultravioleta: qual é a relação entre camada de ozônio, bronzeamento natural e artificial
e lâmpadas fluorescentes?
Grupo 6. Raios X: uma das proezas do Superman é a sua “visão” de raios X. Há, pelo menos,
um erro científico nesse superpoder. Qual? Radiografia, tomografia e ressonância magnética:
como se diferenciam?
Grupo 7. Raios gama: Dr. Bruce Banner (o Incrível Hulk) estava fazendo uma tomografia quando
teve seus genes alterados. Isso é possível na realidade?

Permita que os grupos apresentem suas respostas, e discutam entre si, as seções sobre ondas de
rádio, micro-ondas, luz (espectro visível) e raios X apresentadas no livro. Note que as frequências
do infravermelho e do ultravioleta já foram trabalhadas anteriormente, então sugerimos retomá-
-las com os estudantes e/ou indicar leituras complementares.

RECURSOS:
Livro didático, quadro, giz ou pincel, projetor, acesso à internet.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As produ-
ções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa, etc.) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais) deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

25
ATIVIDADES
1 - (UFRN, adaptada) Mauro ouviu no noticiário que os presos do Carandiru, em São Paulo, estavam
comandando, de dentro da cadeia, o tráfico de drogas e fugas de presos de outras cadeias pau-
listas, por meio de telefones celulares. Ouviu também que uma solução possível para evitar os
telefonemas, em virtude de ser difícil controlar a entrada de telefones no presídio, era fazer uma
blindagem das ondas eletromagnéticas, usando telas de tal forma que as ligações não fossem
completadas. Mauro ficou em dúvida se as telas eram metálicas ou plásticas. Resolveu, então,
com seu celular e o telefone fixo de sua casa, fazer duas experiências bem simples:
1ª) Mauro lacrou um saco plástico com seu celular dentro. Pegou o telefone fixo e ligou para o
celular. A ligação foi completada.
2ª) Mauro repetiu o procedimento, fechando uma lata metálica com o celular dentro. A ligação
não foi completada.
O fato de a ligação não ter sido completada na segunda experiência, justifica-se porque o inte-
rior de uma lata metálica fechada:

a) permite a polarização das ondas eletromagnéticas diminuindo a sua intensidade.


b) fica isolado de qualquer campo magnético externo.
c) permite a interferência destrutiva das ondas eletromagnéticas.
d) fica isolado de qualquer campo elétrico externo.
e) permite a polarização das ondas eletromagnéticas diminuindo a sua velocidade.

2 - (UFMT) É possível transmitir informações (sinais de rádio, TV, celular etc.) entre duas espiras
situadas a uma certa distância uma da outra. A explicação desse fenômeno é formulada:

a) pelas leis de Faraday e Coulomb, combinadas, pois a transmissão de sinais dá-se por meio
de ondas eletromagnéticas.
b) pela lei de Faraday, pois trata-se de um fenômeno magnetostático.
c) pela lei de Ampère, pois trata-se de um fenômeno de magnetização.
d) pela lei de Coulomb, pois trata-se de um fenômeno eletrostático.
e) pelas leis de Faraday e Ampère, combinadas, pois trata-se de um fenômeno que envolve
tanto a geração de campos por correntes elétricas como a geração de correntes por campos
eletromagnéticos.

3 - (UNIRG-TO, adaptada) O funcionamento de televisores, rádios e celulares se dá por meio da


transmissão da informação a partir da antena do emissor até o aparelho do usuário. A propaga-
ção dessa informação ocorre sob a forma de ondas

a) eletromagnéticas, que são formadas pela oscilação de campos elétricos e magnéticos per-
pendiculares entre si.
b) sonoras, que transportam energia e entram em ressonância com os elétrons das antenas
desses equipamentos.
c) de pressão, que oscilam em movimento harmônico simples (MHS) com amplitude proporcio-
nal à frequência do sinal.
d) gravitacionais, que são ondulações na curvatura espaço-tempo, previstas pela teoria da
relatividade geral.
e) sísmicas, que transportam energia devido ao movimento das placas tectônicas no interior
da Terra.

26
4 - (UEMG) Marque a alternativa que apresenta os nomes corretos dos conceitos descritos abaixo.

I. Tipo de onda que precisa de um meio de propagação.


II. Onda que se propaga em duas dimensões.
III. Onda que possui a direção de propagação perpendicular à vibração.

a) Ondas eletromagnéticas, ondas unidimensionais, ondas transversais.


b) Ondas eletromagnéticas, ondas bidimensionais, ondas transversais.
c) Ondas mecânicas, ondas bidimensionais, ondas longitudinais.
d) Ondas eletromagnéticas, ondas tridimensionais, ondas longitudinais.
e) Ondas mecânicas, ondas bidimensionais, ondas transversais.

5 - (UFPR 2010) O primeiro forno de micro-ondas foi patenteado no início da década de 1950 nos
Estados Unidos pelo engenheiro eletrônico Percy Spence. Fornos de micro-ondas mais práticos
e eficientes foram desenvolvidos nos anos 1970 e a partir daí ganharam grande popularidade,
sendo amplamente utilizados em residências e no comércio. Em geral, a frequência das ondas
eletromagnéticas geradas em um forno de micro-ondas é de 2450 MHz. Em relação à Física de
um forno de micro-ondas, considere as seguintes afirmativas:
1. Um forno de micro-ondas transmite calor para assar e esquentar alimentos sólidos e líquidos.
2. O comprimento de onda dessas ondas é de aproximadamente 12,2 cm.
3. As ondas eletromagnéticas geradas ficam confinadas no interior do aparelho, pois sofrem
reflexões nas paredes metálicas do forno e na grade metálica que recobre o vidro da porta.
Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.


b) Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
c) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

REFERÊNCIAS

ABRANTES, Paulo C. C. A metodologia de J. C. Maxwell e o desenvolvimento da teoria eletro-mag-


nética. UFSC. [s. l.], 2022. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/
view/10075/9300. Acesso em: jul 2022.
AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. V6, 1. ed. São Paulo. Moderna,
2020.
A NATUREZA da luz. UFRGS. [s. l.], 2022. Disponível em: http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/espectro.
htm. Acesso em: jul. 2022.
GODOY, L. P. et al. Multiversos: ciências da natureza. 1. ed. – São Paulo: Editora FTD, 2020.
HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 9ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
ONDA eletromagnética. Casa das Ciências. 23 dez. 2017. Disponível em: https://www.walter-fendt.
de/html5/phpt/electromagneticwave_pt.htm. Acesso em: jul. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:

27
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
ROEHRIGS; S. A. G., ASSIS; K. K., CZELUSNIAKI; S. M. A Abordagem CTS no Ensino de Ciências:
Reflexões sobre as Sistema de Educação da Educação Básica. INEP, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_
referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
TEIXEIRA, Mariane Mendes. Mundo Educação. [s. l.], 2022. Disponível em: https://mundoeduca-
cao.uol.com.br/fisica/o-que-sao-ondas-eletromagneticas.htm. Acesso em: jul. 2022.

28
EIXO TEMÁTICO

Física Moderna.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Radioatividade. Compreender o fenômeno da radioatividade e suas aplicações.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Radioatividade, fissão e fusão nuclear


DURAÇÃO: 8 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), sempre crie situações didáti-
cas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades.
Isso pressupõe que o planejamento inclua diferentes modalidades organizativas: projetos didáti-
cos, atividades permanentes e sequências didáticas. A abordagem metodológica CTS (Ciências,
Tecnologia e Sociedade) descrita por Bazzo (2003), Santos e Mortimer (2002) e Delizoicov (2002),
entre outros, apontam para a necessidade de uma proposta de trabalho que possa contribuir
para um maior significado ao aprendizado das disciplinas do núcleo das ciências naturais. Desse
modo, a CTS será auxiliadora para o trabalho dos objetos de conhecimento deste planejamento:
As propriedades da radioatividade, da fissão e fusão nuclear. Ao fim, espera-se que o estudante
compreenda os fenômenos radioativos dos elementos químicos. Será interessante ainda que os
estudantes consigam compreender as aplicações da radioatividade na medicina nuclear em diag-
nósticos e tratamentos médicos, produção de energia elétrica a partir de uma usina eletronuclear
e datação de fósseis e rochas.

B) DESENVOLVIMENTO:
Esta sequência didática (SD) que, na prática, são conteúdos seriados com o intuito de levar às finali-
dades almejadas, sendo metodicamente estruturadas e organizadas, foi pensada para ser aplicada
no ensino médio nas modalidades regular e EJA. No decorrer dessa SD será abordado o conceito
de radioatividade, fissão e fusão nuclear e suas aplicações tecnológicas.

1º Momento: Sensibilização
• Sensibilize os estudantes para aproximar a teoria científica, contida nos livros de ciência,
do seu cotidiano.
• Destaque a importância das Ciências para o desenvolvimento tecnológico da nossa
sociedade.
• Desmistifique a visão de que cientistas são pessoas muito inteligentes sempre vestidas de
jaleco branco, fechados nos laboratórios e muito distante do contexto dos estudantes.

29
Contexto histórico
Inicie o tema apresentando o contexto histórico da radioatividade, os elementos químicos radioa-
tivos e instáveis, a biografia de Marie Curie.
Sugestão: O professor Paulo Valim, apresenta uma websérie completa em 12 episódios, sobre a
radioatividade. Vale a pena explorá-la seja como referência ou material pedagógico. Segue o link do
Episódio 1: https://www.youtube.com/watch?v=bDeXT0DBNTE, que aborda o contexto histórico.
Segue também o episódio 2: https://www.youtube.com/watch?v=ZpaU64BpOi8, que retrata a vida
e obra de Marie Curie e sua importância para a Ciência.

2º momento: a Radioatividade e o cotidiano


Quando se pensa em Radioatividade, logo vem à mente: mutação, câncer, bombas atômicas, aci-
dentes nucleares como o de Chernobyl, em 1986. É importante desmistificar tais boatos a respeito
da radioatividade. Faça um debate com seus estudantes enumerando o que eles pensam a respeito
do tema, argumentando:
• A importância das mulheres no desenvolvimento da Ciência, em especial, na Radioatividade.
• A importância da medicina nuclear na obtenção de diagnósticos por imagens, tratamentos
de doenças e o papel da radioatividade nesse contexto.
• A energia elétrica produzida por usinas eletronucleares, impactos e benefícios.

3º Momento: Formalização do tema


Salientamos que este tema deva ser trabalhado de forma interdisciplinar entre física, química e bio-
logia, para que o ensino sobre radioatividade seja o mais integral possível. Por isso a indicação e
utilização da websérie acima, como suporte.
Explique, qualitativamente, para os estudantes o conceito de decaimento Alfa, Beta e Gama.
Explicite também, a ideia e como calcular tempo de meia-vida. Apresente também a definição de
fissão e fusão nuclear.

→ Para aprofundar nas radiações alfa, beta e gama: https://www.youtube.com/


watch?v=0lZtt0D-UNs.
→ O conceito de meia vida pode ser melhor estudado com base nesse vídeo: https://www.
youtube.com/watch?v=Z87ehtkggq4.
→ Para o conceito de datação por carbono 14, este vídeo traz uma explicação muito didática
sobre o tema. https://www.youtube.com/watch?v=FlVvuFXEKZI.
→ Sobre fissão e fusão nuclear, segue este vídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=3Grwn2yWv04.

RECURSOS:
Quadro, giz ou pincel, livro didático, projetor, acesso à internet

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As produ-
ções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa, etc.) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais) deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

30
ATIVIDADES

1 - Quantas meias vidas devem transcorrer para que ocorra o decaimento nuclear de 93,75% de
uma amostra de determinado radionuclídeo?

2 - (Enem 2004) O debate em torno do uso da energia nuclear para produção de eletricidade per-
manece atual. Em um encontro internacional para a discussão desse tema, foram colocados os
seguintes argumentos:

I. Uma grande vantagem das usinas nucleares é o fato de não contribuírem para o aumento
do efeito estufa, uma vez que o urânio, utilizado como “combustível”, não é queimado, mas
sofre fissão.
II. Ainda que sejam raros os acidentes com usinas nucleares, seus efeitos podem ser tão graves
que essa alternativa de geração de eletricidade não nos permite ficar tranquilos.
A respeito desses argumentos, pode se afirmar que:

a) o primeiro é válido e o segundo não é, já que nunca ocorreram acidentes com usinas
nucleares.
b) o segundo é válido e o primeiro não é, pois de fato há queima de combustível na geração
nuclear de eletricidade.
c) o segundo é válido e o primeiro é irrelevante, pois nenhuma forma de gerar eletricidade
produz gases do efeito estufa.
d) ambos são válidos para se compararem vantagens e riscos na opção por essa forma de
geração de energia.
e) ambos são irrelevantes, pois a opção pela energia nuclear está se tornando uma necessi-
dade inquestionável.

3 - (Enem 2005) Um problema ainda não resolvido da geração nuclear de eletricidade é a destinação
dos rejeitos radiativos, o chamado “lixo atômico”. Os rejeitos mais ativos ficam por um período
em piscinas de aço inoxidável nas próprias usinas antes de ser, como os demais rejeitos, acon-
dicionados em tambores que são dispostos em áreas cercadas ou encerrados em depósitos
subterrâneos secos, como antigas minas de sal. A complexidade do problema do lixo atômico,
comparativamente a outros lixos com substâncias tóxicas, se deve ao fato de

a) emitir radiações nocivas, por milhares de anos, em um processo que não tem como ser
interrompido artificialmente.
b) acumular-se em quantidades bem maiores do que o lixo industrial convencional, faltando
assim locais para reunir tanto material.
c) ser constituído de materiais orgânicos que podem contaminar muitas espécies vivas,
incluindo os próprios seres humanos.
d) exalar continuamente gases venenosos, que tornariam o ar irrespirável por milhares de anos.
e) emitir radiações e gases que podem destruir a camada de ozônio e agravar o efeito estufa.

4 - (Enem 2013) Glicose marcada com nuclídeos de carbono 11 é utilizada na medicina para se obter
imagens tridimensionais do cérebro, por meio de tomografia de emissão de pósitrons. A desin-
tegração do carbono 11 gera um pósitron, com tempo de meia vida de 20, 4 min, de acordo com
a equação da reação nuclear:

31
A partir da injeção de glicose marcada com esse nuclídeo, o tempo de aquisição de uma imagem
de tomografia é de cinco meias vidas. Considerando que o medicamento contém 1,00 g do car-
bono 11, a massa, em miligramas, do nuclídeo restante, após a aquisição da imagem, é mais
próxima de
A) 0,200 B) 0,969 C) 9,80 D) 31,3 E) 200

5 - (Unopar PR) Uma amostra de carvão mineral, originada pelo soterramento de árvores, numa
devastação de floresta, revelou conter 25% de teor de carbono 14 existente na atmosfera. O
tempo, em anos, em que essa árvore foi soterrada é (t1/2 do C14 = 5.730 anos)
A) 2.865. B) 5.730. C) 8.595. D) 11.460. E) 17.190.

REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. V6, 1. ed. São Paulo. Moderna,
2020.
As emissões radioativas | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 7]. 2022. 1 vídeo (26 min). Publicado
pelo canal Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0l-
Ztt0D-UNs. Acesso em: jul. 2022.
A vida de Marie Curie | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 2]. 2022. 1 vídeo (8 min). Publicado pelo
canal Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZpaU64B-
pOi8. Acesso em: jul. 2022.
CONTEXTO Científico e Histórico | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 1]. 2022. 1 vídeo (12 min).
Publicado pelo canal Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=bDeXT0DBNTE. Acesso em: jul. 2022.
DATAÇÃO com C14 | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 9]. 2022. 1 vídeo (10 min). Publicado pelo
canal Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FlVvu-
FXEKZI. Acesso em: jul. 2022.
GODOY, L. P. et al. Multiversos: ciências da natureza. 1. ed. – São Paulo: Editora FTD, 2020.
HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 9ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
MEIA Vida | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 8]. 2022. 1 vídeo (19 min). Publicado pelo canal
Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Z87ehtkggq4.
Acesso em: jul. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.

32
REAÇÕES de Fusão e Fissão Nuclear | WEBSÉRIE RADIOATIVIDADE. [s. l.: 10]. 2022. 1 vídeo (9 min).
Publicado pelo canal Química com Prof. Paulo Valim. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=3Grwn2yWv04. Acesso em: jul. 2022.
ROEHRIGS; S. A. G., ASSIS; K. K., CZELUSNIAKI; S. M. A Abordagem CTS no Ensino de Ciências:
Reflexões sobre as Sistema de Educação da Educação Básica. INEP, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_
referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.

33
EIXO TEMÁTICO

Física Moderna.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Efeito Fotoelétrico. Compreender o efeito fotoelétrico e suas aplicações.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O efeito fotoelétrico
DURAÇÃO: 6 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), sempre crie situações didáti-
cas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades.
Isso pressupõe que o planejamento inclua diferentes modalidades organizativas: projetos didáti-
cos, atividades permanentes e sequências didáticas. A abordagem metodológica CTS (Ciências,
Tecnologia e Sociedade) descrita por Bazzo (2003), Santos e Mortimer (2002) e Delizoicov (2002),
entre outros, apontam para a necessidade de uma proposta de trabalho que possa contribuir para
um maior significado ao aprendizado das disciplinas do núcleo das ciências naturais. Desse modo,
a CTS será auxiliadora para o trabalho dos objetos de conhecimento deste planejamento: As pro-
priedades físicas do efeito fotoelétrico. Ao fim, espera-se que o estudante compreenda a ener-
gia de um quantum, a função trabalho dos metais e suas aplicações. Será interessante ainda que
os estudantes consigam reconhecer o funcionamento de uma célula fotoelétrica e a obtenção de
energia elétrica através de uma usina fotovoltaica.

B) DESENVOLVIMENTO:
Esta sequência didática (SD) que, na prática, são conteúdos seriados com o intuito de levar às
finalidades almejadas, sendo metodicamente estruturadas e organizadas, foi pensada para ser
aplicada no ensino médio nas modalidades regular e EJA. No decorrer dessa SD será abordado o
conceito do efeito fotoelétrico e suas aplicações tecnológicas

CONTEXTUALIZAÇÃO:
1º Momento: Sensibilização
• Sensibilize os estudantes para aproximar a teoria científica, contida nos livros de ciência,
do seu cotidiano.
• Destaque a importância das Ciências para o desenvolvimento tecnológico da nossa
sociedade.
• Desmistifique a visão de que cientistas são pessoas muito inteligentes sempre vestidas de
jaleco branco, fechados nos laboratórios e muito distante do contexto dos estudantes.
Introduza o tema abordando conceitos importantes da Física quântica, que são base para com-
preender a estrutura e a evolução do Universo. Entre eles o efeito fotoelétrico, proposto por A.
Einstein ao estudar da quantização da energia hf proposta por Max Planck.

34
→ Nesta ilustração, explica-se de maneira bem didática o efeito fotoelétrico, Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=I9WG6IWpc20.

2º momento: Efeito fotoelétrico e o cotidiano


Debata com os estudantes sobre o conceito do efeito fotoelétrico, sendo o principal efeito por
trás das tecnologias de sensores de luz, amplamente utilizados em diversos equipamentos de uso
doméstico e até no desenvolvimento das ciências de ponta, como a Astrofísica, a Astrobiologia, a
Física de partículas, a Física dos materiais, dentre outras.
Destaque que o uso do termo fotoelétron é apenas uma forma de diferenciar os elétrons gerados
pelo efeito fotoelétrico dos elétrons livres em um metal ou circuito.
3º momento: Formalização do Tema
Caro professor, inicie o tema enfatizando o fato de que há uma diferença entre a intensidade de
uma fonte luminosa e a energia da radiação emitida por essa fonte. Aumentar a intensidade da
fonte luminosa, emitindo assim mais fótons com a mesma energia, não é suficiente para desenca-
dear a emissão fotoelétrica. Para que o efeito ocorra, a fonte deve emitir radiação com frequência
maior que a frequência de corte do metal.
Ressalte que o comportamento ondulatório da luz não explica o fenômeno. Assim, é necessária
uma mudança de paradigmas para uma correta compreensão do efeito fotoelétrico.
Uma breve retomada histórica pode ser útil para mostrar que as características quânticas pouco
dependem da subjetividade humana, uma vez que descreve fenômenos em uma escala à qual não
temos acesso em nosso mundo macroscópico.
Tomando como base o vídeo da seção inicial, explique que o fenômeno fotoelétrico é a capacidade
de arrancar elétrons de uma superfície, através de uma energia hf característica.

Fonte: AMABIS, J. M. et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. v 6, 1ª ed. São Paulo. Moderna, 2020. p 98.

Na visão de Einstein, cada fóton cede toda a sua energia hf a um único elétron do metal. Parte dessa
energia é usada para “desligar” o elétron da superfície do metal – energia de ligação. A essa parcela
de energia Einstein denominou função trabalho do material, que representamos por W. O restante
da energia do fóton incidente aparece na forma de energia cinética do fotoelétron.
Assim, temos a equação de Einstein para o efeito fotoelétrico, dada por:

35
Explique cada termo dessa equação e sua função. Enfatize também o conceito da unidade elétron-
-volt, em que

Exemplo demonstrativo: Professor, tente mostrar esta demonstração para os estudantes. Simples
e objetiva. https://www.youtube.com/watch?v=VVka6Mp5vyA.

Dualidade Onda-Partícula
Enfatize a teoria do efeito fotoelétrico de Albert Einstein como sendo uma forte evidência em favor
da teoria corpuscular da luz. Esse fenômeno nos mostra que, ao interagir com a matéria, a luz de
frequência f atua como se fosse constituída por partículas com energia hf. Entretanto, a difração
e a interferência só podem ser explicadas considerando a luz como uma onda. Essa aparente dua-
lidade onda-partícula levanta uma questão fundamental: A luz é uma onda ou é um conjunto de
partículas?
Questione os estudantes: Se, por um lado, somente o modelo de fótons explica adequadamente
o efeito fotoelétrico, por outro somente o modelo ondulatório explica a difração e a interferência.
Então, qual modelo é o correto? A resposta é simples: os dois! Devemos aceitar ambos os modelos!
A saber, a verdadeira natureza da luz e das demais radiações eletromagnéticas não devem ser des-
critas apenas por um único modelo teórico. O fóton, necessário para explicar o efeito fotoelétrico,
e a onda, necessária para explicar a difração e a interferência, complementam-se mutuamente.
A luz e as demais radiações eletromagnéticas têm natureza dual, isto é, exibem características
tanto de onda quanto de partícula, dependendo da natureza do fenômeno do qual elas participam.
Niels Bohr resumiu isso em uma frase, conhecida como princípio da complementaridade: No
níquel quântico, ambos os aspectos, o corpuscular e o ondulatório, são necessários para uma des-
crição completa do fenômeno estudado.
Louis de Broglie, estendeu o conceito de dualidade onda-partícula dos quanta de luz de Einstein
(os fótons) as partículas da matéria (elétrons, prótons etc.). O aspecto dual da matéria:

O aspecto ondulatório é representado pelo comprimento de onda λB , e o aspecto corpuscular pela


quantidade de movimento mv.

RECURSOS:
Quadro, giz ou pincel, projetor, acesso à internet

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As produ-
ções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa, etc.) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais) deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo.

36
ATIVIDADES
1 - Determine a frequência de corte para um metal cuja função trabalho seja 2,3 eV. Dados:
Considere a constante de Planck como h = 4,0.10 – 15 eV.s

2 - (UFC) A função trabalho de um dado metal é 2,5 eV.

a) Verifique se ocorre emissão fotoelétrica quando sobre esse metal incide luz de compri-
mento de onda λ = 6,0×10-7 m. A constante de Planck é h = 4,2×10-15 eV∙s e a velocidade da luz
no vácuo é c = 3,0×108 m/s.
b) Qual é a frequência mais baixa da luz incidente capaz de arrancar elétrons do metal?

3 - Sobre o efeito fotoelétrico, marque a alternativa correta:

a) O efeito fotoelétrico depende da intensidade da radiação incidente sobre a placa metálica.


b) Não há frequência mínima necessária para a ocorrência desse fenômeno.
c) A frequência de corte é fruto da razão entre a função trabalho e a constante de Planck.
d) A energia cinética dos fotoelétrons é diretamente proporcional ao comprimento de onda da
radiação incidente.

4 - Sobre o efeito fotoelétrico são apresentadas as afirmações a seguir.


I. Para haver emissão fotoelétrica em uma superfície metálica, basta aumentar a intensidade da
radiação incidente, independentemente de sua frequência.
II. Para cada metal, existe uma frequência mínima necessária para que a radiação incidente
possa extrair elétrons dele, denominada frequência de corte f0.
III. A energia necessária para um fóton extrair elétrons de um metal deve ser maior que a função
trabalho do metal, que é representada por W.
IV. A frequência de corte f0 e a função trabalho W são grandezas características do metal.
Podemos dizer que:

a) todas as afirmações estão corretas;


b) todas as afirmações estão incorretas;
c) apenas a afirmação I está incorreta;
d) estão corretas as afirmações II e III;
e) estão corretas as afirmações II e IV.

5 - A tabela abaixo mostra as frequências para três tipos distintos de ondas eletromagnéticas que
irão atingir uma placa metálica cuja função trabalho corresponde a 4,5 eV. A partir das suas
frequências podemos afirmar que:

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Dados: Considere a constante de Planck como h = 4,0.10 – 15 eV. s, e a velocidade da luz no vácuo
c = 3,0.108m/s

a) A onda C possui frequência menor que a frequência de corte.


b) A energia cinética do fotoelétron atingido pela onda D é de 13,5eV.
c) O efeito fotoelétrico não ocorrerá com nenhuma das ondas.
d) A razão entre a frequência de corte e a frequência da onda A é 0,085.
e) O comprimento de onda referente à onda B é 2,0.10 – 10 m.

REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. V6, 1. ed. São Paulo. Moderna,
2020.
EFEITO Fotoelétrico - O Nobel de Einstein. [s. l.: s. n.]. 19 jul. 2018. 1 vídeo (4 min). Publicado pelo
canal Universo narrado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=I9WG6IWpc20. Acesso
em: jul. 2022.
GODOY, L. P. et al. Multiversos: ciências da natureza. 1. ed. – São Paulo: Editora FTD, 2020.
HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 9ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
ROEHRIGS; S. A. G., ASSIS; K. K., CZELUSNIAKI; S. M. A Abordagem CTS no Ensino de Ciências:
Reflexões sobre as Sistema de Educação da Educação Básica. INEP, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_
referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
TEMA 01 - Luz | Experimentos - Efeito fotoelétrico. [s. l.: s. n.]. 26 set. 2016. 1 vídeo (2 min). Publicado
pelo canal Física Universitária. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VVka6Mp5vyA.
Acesso em: jul. 2022.

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EIXO TEMÁTICO

Energia e Vida da Terra.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

O Sol e as fontes de energia. Reconhecer o Sol como nossa principal fonte de energia e
origem de quase todas as fontes existentes na Terra.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: O Sol como fonte de energia


DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o Currículo Referência de Minas Gerais (CRMG), sempre crie situações didáti-
cas variadas, em que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades.
Isso pressupõe que o planejamento inclua diferentes modalidades organizativas: projetos didáti-
cos, atividades permanentes e sequências didáticas. A abordagem metodológica CTS (Ciências,
Tecnologia e Sociedade) descrita por Bazzo (2003), Santos e Mortimer (2002) e Delizoicov (2002),
entre outros, apontam para a necessidade de uma proposta de trabalho que possa contribuir para
um maior significado ao aprendizado das disciplinas do núcleo das ciências naturais. Desse modo,
a CTS será auxiliadora para o trabalho dos objetos de conhecimento deste planejamento: A discus-
são das fontes de energias e o fato de o Sol ser a principal fonte de energia para o planeta Terra. Ao
fim, espera-se que o estudante compreenda a energia proveniente do sol é devida à fusão nuclear.
Será interessante ainda que os estudantes consigam entender que na fusão nuclear há conversão
de matéria em energia.

B) DESENVOLVIMENTO:
Esta sequência didática (SD) que, na prática, são conteúdos seriados com o intuito de levar às
finalidades almejadas, sendo metodicamente estruturadas e organizadas, foi pensada para ser
aplicada no ensino médio nas modalidades regular e EJA. No decorrer dessa SD será abordado o
conceito de o Sol ser a principal fonte de energia para a vida no planeta Terra.
CONTEXTUALIZAÇÃO:
1º Momento: Sensibilização
• Sensibilize os estudantes para aproximar a teoria científica, contida nos livros de ciência,
do seu cotidiano.
• Destaque a importância das Ciências para o desenvolvimento tecnológico da nossa
sociedade.
• Desmistifique a visão de que cientistas são pessoas muito inteligentes sempre vestidas de
jaleco branco, fechados nos laboratórios e muito distante do contexto dos estudantes.

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2º momento: Contextualização do tema com o cotidiano
Inicie o tema abordando que o sol é a maior fonte de energia para a vida da Terra. Leve o estudante
a compreender que as condições necessárias para a harmonia de existência de vida, como conhe-
cemos, se devem às radiações infravermelhas (calor) e luminosidade provenientes do Sol.

3º momento: Formalização do tema


Explique que o Sol é uma estrela amarela localizada no centro do Sistema Solar. Cerca de 74% da
massa solar deve-se ao gás hidrogênio (H2) e 24%, ao gás hélio (He); os 2% restantes distribuem-se
entre elementos como oxigênio, carbono, ferro, enxofre e níquel, entre outros.
Enfatize que a energia emitida pelo Sol, principalmente nas formas de luz e calor, é proveniente de
reações de fusão nuclear em que núcleos de hidrogênio se fundem, transformando-se em hélio. É
essa energia que possibilita a existência de vida na Terra: certos componentes da radiação solar
aquecem o solo, as massas de água e o ar, propiciando um ambiente favorável à vida, e certos com-
ponentes da radiação solar são captados pelos seres fotossintetizantes para sintetizar moléculas
orgânicas.

4º momento: Leitura coletiva com outras áreas como humanidades, química e Biologia

→ Sugestão: fazer uma roda. Antes, questione os estudantes sobre o papel do Sol na utiliza-
ção de automóveis movidos a álcool e a gasolina. É importante ficar claro que a maior parte
dos seres vivos em nosso planeta depende da energia do Sol para sobreviver e que cada ser
vivo está relacionado a vários outros.

A Ecologia é um ramo científico multidisciplinar que reúne conhecimentos em Biologia, Química,


Física e áreas das Ciências Humanas. O objeto de estudo da Ecologia é a biosfera, ou seja, o
conjunto de ecossistemas da Terra. A energia da luz solar – principal fonte de energia da bios-
fera – além de fornecer calor, o que torna as temperaturas terrestres confortáveis para os seres
vivos, é captada pelas plantas e movimenta praticamente todo o mundo vivo. Não é exagero
dizer que é a energia do Sol que está “iluminando” nosso pensamento neste momento.
Vivemos de luz. Não é à toa que muitas civilizações antigas reverenciavam o Sol como um deus.
Os assírios personificavam o astro-rei como o deus Shamash, e os egípcios o chamavam de
Rá. Na visão mítica egípcia, Rá desfilava diariamente pelo céu em sua carruagem dourada e
brilhante, espalhando a vida sobre a Terra e marcando o ciclo do dia e da noite.
O Sol é uma presença tão cotidiana em nossa vida que às vezes nem nos lembramos de sua
importância: ele supre de energia quase a totalidade da biosfera terrestre. Sem a energia solar,
a vida em nosso planeta, caso existisse, se restringiria a poucas espécies de bactérias quimio-
litoautotróficas, capazes de, literalmente, tirar energia “das pedras”. Se você só pensa no Sol
na hora de se bronzear, saiba que ele fornece energia, entre outras coisas, para levá-lo à praia.
Se você for de ônibus ou de carro, pode estar utilizando a energia de derivados do petróleo,
combustível fóssil que se formou a partir da matéria orgânica de seres vivos microscópicos que
viveram há milhões de anos nos mares da Terra primitiva. De onde esses seres obtinham ener-
gia para viver? Pode-se dizer que eles obtinham energia por meio da fotossíntese, processo em
que são produzidas moléculas orgânicas tendo como fonte de energia a luz solar.
E se o veículo que você usasse para ir à praia fosse movido a etanol, a resposta seria a mesma.
O etanol é álcool, formado por moléculas orgânicas provenientes da fermentação de açúcares
que as plantas produzem por meio da fotossíntese. De novo, a luz solar!

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Se você estiver a pé, lembre-se de que obtemos a energia metabólica para andar e para tudo o
que fazemos daquilo que comemos. Vegetais como a alface de sua salada obtêm energia dire-
tamente do Sol pela fotossíntese; a carne tem moléculas ricas em energia provenientes de ani-
mais que se alimentaram de plantas: sua energia, portanto, veio indiretamente do Sol.
Vivemos de luz, sim, mas indiretamente. Não acredite se alguém disser que parou de se alimen-
tar e passou a viver diretamente de luz solar; a Ciência contesta essa ideia. É melhor deixar isso
com os especialistas: os seres fotossintetizantes.
Tomar consciência de que nossa vida depende da energia do Sol nos une ao Cosmo, contri-
buindo para que tenhamos uma visão mais integrada da natureza. O estudo das transferências
de energia e de matéria nos ecossistemas têm revelado fatos importantes sobre a teia da vida
na Terra. Quanto maior nosso conhecimento a respeito da rede de relações entre os seres vivos
e o ambiente, mais condições teremos de preservar os ecossistemas do nosso planeta, um dos
grandes desafios do século XXI.
A energia da luz solar é captada pelos seres fotossintetizantes e transferida para o sistema vivo
quando os organismos se alimentam uns dos outros. Do ponto de vista da energética alimentar
na natureza, há os que produzem e os que consomem. E é por meio dessas relações alimentares
que a energia flui no sistema vivo.
A energia flui unidirecionalmente na parte viva da natureza, dissipando-se pouco a pouco na
forma de calor, o que pode ser observado nas representações gráficas denominadas pirâmides
ecológicas.
Outros aspectos importantes a serem considerados são os ciclos biogeoquímicos de alguns
elementos fundamentais à vida. Diferentemente do fluxo unidirecional da energia, que se dis-
sipa ao longo dos níveis tróficos, os elementos químicos são continuamente reciclados na natu-
reza. […] Reflita sobre a necessidade de preservar os ambientes naturais.
Fonte: AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. 4, 1. ed. São Paulo. Moderna, 2020. p 81 e 82.

RECURSOS:
Quadro, giz ou pincel, projetor, acesso à internet

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O processo avaliativo deverá ser processual e contínuo, abrangendo todas as atividades. As produ-
ções coletivas e individuais, orais (debates, roda de conversa, etc.) e escritas (atividades, avalia-
ção escrita, relatório das aulas experimentais) deverão ser avaliadas. A participação e o empenho
durante as atividades, também deverão ser considerados no processo avaliativo

ATIVIDADES

1 - Explique o que aconteceria com a vida na Terra se o Sol se apagasse.

2 - Fisicamente, como a energia do sol chega até a Terra?

3 - Explique o que é fusão nuclear.

4 - Faça uma pesquisa sobre o ciclo da água e a relacione com a energia proveniente do sol.

5 - Explique o efeito estufa de acordo com a propagação das radiações provenientes do sol, a
poluição e os processos de propagação do calor.

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REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano et al. Moderna Plus: Ciências da Natureza. V6, 1. ed. São Paulo. Moderna,
2020.
GODOY, L. P. et al. Multiversos: ciências da natureza. 1. ed. – São Paulo: Editora FTD, 2020.
HEWITT, Paul G. Física Conceitual. 9ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
ROEHRIGS; S. A. G., ASSIS; K. K., CZELUSNIAKI; S. M. A Abordagem CTS no Ensino de Ciências:
Reflexões sobre as Sistema de Educação da Educação Básica. INEP, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://download.inep.gov.br/educacao_basica/saeb/2018/documentos/saeb_documentos_de_
referencia_versao_1.0.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
3 o ano – 4 o Bimestre Ensino Médio 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Química Ciências da Natureza e suas tecnologias

COMPETÊNCIA
EIXO TEMÁTICO

Substâncias orgânicas.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)

Isometria Espacial e Plana. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais funções


orgânicas e algumas de suas características.
Identificar o grupo funcional das substâncias orgânicas mais
comuns (hidrocarbonetos, alcoóis, fenóis, cetonas, aldeídos, éter,
ésteres, ácidos carboxílicos, amidas e aminas).
Relacionar as propriedades físicas de diferentes substâncias orgâ-
nicas ao modelo de interações intermoleculares.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Isometria Espacial e Plana


DURAÇÃO: 6 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Olá Professor(a), iniciamos este caderno do 4º bimestre, com o tema isomerias. Basta uma breve ida ao
supermercado ou à farmácia, para encontrarmos diversos compostos onde este fenômeno está pre-
sente. Nos alimentos temos a famosa gordura trans, centro de debates nos últimos anos sobre níveis
seguros de consumo e problema de saúde pública. Quando nos voltamos aos medicamentos, perce-
bemos que boa parte dos isômeros possuem alguma atividade biológica, casos marcantes como o da
Talidomida estão na história como prova indelével desses efeitos. Caso nos aventuremos por outros
caminhos, como as produções industriais, outras tantas substâncias apresentarão isomeria. Este
fenômeno é caracterizado quando substâncias distintas apresentam a mesma fórmula molecular.
Atualmente, o fenômeno da isomeria é classificado em dois grandes grupos: a isomeria constitucional
e a estereoisomeria.
Quando os isômeros podem ser diferenciados por meio de suas fórmulas estruturais planas, dizemos
que são isômeros constitucionais ou planos. Neste grupo temos a isomeria de cadeia, de posição, de
função, de compensação e a tautomeria.

43
Um outro grande grupo é o chamado de estereoisomeria ou isomeria espacial, neste grupo
a diferenciação dos compostos apenas por suas fórmulas estruturais planas não é possível,
sendo necessário uma representação tridimensional. Encontramos aqui a isomeria cis/trans e
a isomeria óptica.

Fonte: Imagem do autor

B) DESENVOLVIMENTO:
Caro(a) professor(a), o desenvolvimento desta sequência didática (SD) tem como objetivo o desen-
volvimento da habilidade 24.1 associando tal habilidade ao conteúdo de isomeria, esta seleção foi
feita levando-se em conta o CBC de Química.
Por razões objetivas deste caderno, não iremos abordar de forma enfática a parte conceitual deste
tema, devendo esta tarefa ficar a cargo do professor do componente curricular, iremos apenas
apresentar de forma resumida as principais classificações.
Esta SD está organizada em 06 aulas sequenciais que abordarão tanto a isomeria constitucional
quanto a estereoisomeria. Sugerimos a divisão do total de estudantes da sala em grupos mais ou
menos homogêneos, de forma a permitir o desenvolvimento da atividade de forma mais tranquila,
respeitando sempre a realidade local. Neste processo, você, professor mediador, é um sujeito
fundamental.

AULA 1: APRESENTAÇÃO DO TEMA, CONVERSA COM A TURMA E EXPLICAÇÃO DOS CONCEITOS


FUNDAMENTAIS SOBRE ISOMERIAS
Caro professor, neste momento a centralidade da aula está na sua pessoa, deixe bem claro os obje-
tivos desta sequência didática, apresente aos estudantes os conceitos fundamentais sobre iso-
meria, (vide apresentação), divida os grupos de trabalho.
É de suma importância que você tenha o pleno conhecimento e domínio de toda a sequência didá-
tica antes de iniciar a aula, para que não fique dúvidas quanto a proposta e métodos de execução.
O aprofundamento do conteúdo se dará ao longo da SD.

44
AULA 2: ISOMERIA PLANA: UMA PROPOSTA DE AULA PRÁTICA
Preparação da aula
Dividir os estudantes em 6 grupos. Cada grupo montará, com os conjuntos arruelas-barbantes duas
moléculas, destacando suas funções orgânicas, nome, fórmula estrutural e molecular.
PROCEDIMENTOS
• PARTE A
1. Para representar os átomos de carbono, amarre as extremidades de quatro barbantes em
uma arruela (cada pedaço de barbante corresponde a uma ligação química). Cada barbante
deve ficar com uma extremidade livre. Use as etiquetas para identificar essas arruelas com
o símbolo “C”.
2. Para representar o átomo de nitrogênio, amarre três barbantes em uma arruela. Cada bar-
bante deve ficar com uma extremidade livre. Identifique essa arruela com o símbolo “N”.
3. Para os átomos de oxigênio, amarre dois barbantes em uma arruela. Identifique-a com o
símbolo “O”.
4. Para representar os átomos de hidrogênio, amarre em cada arruela um barbante e identifi-
que-as com o símbolo “H”.

• PARTE B
1. Monte, com os conjuntos arruelas-barbantes, uma estrutura que represente a molécula de
etanol e de etilamina.
2. Ligue os átomos (arruelas) uns aos outros pelas pontas soltas dos barbantes (que represen-
tam as ligações).
3. A extremidade livre de um barbante deve se prender à extremidade livre de outro. O con-
junto não pode apresentar barbantes com pontas soltas.
4. Verifique se é possível combinar esses mesmos átomos de outra maneira. Se você encontrar
outra estrutura que possa conter esses mesmos átomos respeitando o número de ligações
que cada um pode fazer, escreva a fórmula estrutural plana dessa estrutura e identifique a
função a que ela pertence.
5. Monte a estrutura do ácido etanoico. Observação: Para estabelecer uma ligação dupla, dois
barbantes de um dos átomos devem se ligar a dois barbantes do outro.

AULA 3: TRABALHANDO COM MODELOS: A ISOMERIA GEOMÉTRICA


Preparo da aula: A aula será uma gincana. caso a escola possua modelos comerciais de bolas e
hastes em quantidade suficiente, você deverá separar os materiais necessários para cada grupo.
Caso contrário, os modelos podem ser construídos com isopor e palitos de madeira.
Utilize o transferidor, para que os ângulos das ligações gerem formas geométricas corretas. Para
indicar átomos diferentes, as bolinhas de isopor podem ser pintadas de cores distintas (sugeri-
mos tinta para isopor). Para melhorar a eficiência da aula, já deixe as bolas de isopor marcadas os
pontos onde os palitos de madeira deverão ser inseridos, prepare as bolas que representarão os
átomos de carbonos sp3 (ângulo de 109,5°), sp2 (ângulo de 120°), marcando-os com pontos de cores
diferentes.
Para a parte II, prepare previamente os modelos de moléculas e folhas com as regras do jogo e as
questões a serem respondidas. Escreva na lousa ou em folhas de papel o código de cores das bolas
de isopor, indicando qual cor representa qual elemento.

45
A Aula: Forneça as instruções para os estudantes e os auxilie nas necessidades para a realização
das atividades. Regras da Gincana: cada modelo construído e resposta certa dentro do tempo esti-
pulado vale 1 ponto. Se a equipe errar e ainda houver tempo, poderá refazer o grupo que acertar
tudo e terminar primeiro, levará 2 pontos extras, o segundo colocado, mais 1 ponto em cada etapa.
Parte 1: Cada grupo recebe um kit com os materiais para a construção de modelos moleculares e a
tarefa de representar as estruturas do but-1-eno e but-2-eno, em 5 minutos. (vale 2 pontos).
Parte 2: Além do kit já distribuído para a parte 1, cada grupo recebe um modelo pronto do 1,1 -diclo-
roeteno, sem o nome da substância, e uma folha para a resposta. Em 10 minutos, o grupo deverá:
(a) construir modelos os modelos moleculares de dois isômeros deste composto que contenham
uma ligação (C=C); (b) construir as fórmulas estruturais de linhas destes 3 isômeros; (C) nomear as
substâncias de acordo com as regras da IUPAC. Explicação: Registrado os pontos no placar, você
dirá que irá fornecer dicas importantes para a próxima etapa. É provável que no procedimento 1
alguns grupos tenham representado o cis-but-2-eno e outros o trans. Assim você poderá escolher
os modelos e compará-lo ao but-1-eno, que não é cis nem trans, representano as fórmulas estrutu-
rais na lousa. Explique a nomenclatura cis-trans para a diferenciação dos compostos. reforce que
esta informação é importante para a próxima etapa. Sugerimos que se informe as propriedades
físicas dos isômeros de forma a ressaltar que a isomeria interfere nestas propriedades.
Vence a gincana a equipe que fizer o maior número de pontos juntando todas as etapas.

AULA 4: A CAIXA MÁGICA E OS ISÔMEROS ÓPTICOS.


Aplicação: o modelo de bolas e hastes será utilizado nesta atividade, juntamente com uma caixa
e um espelho, para estudos sobre os estereoisômeros. Com esta dinâmica, serão esclarecidas as
expressões imagem especular, superposição de estruturas, e os conceitos de assimetria, quirali-
dade e enantiômeros.
Preparo da aula: Esta atividade será demonstrada por você, professor, em uma dinâmica em
classe. Assim os modelos e a caixa devem ser de tamanho adequado para uma visualização de
todos os estudantes. Serão necessárias 8 bolas pretas (Carbono), vinte brancas (Hidrogênio), seis
amarelas (Bromo), quatro verdes (Cloro) e duas azuis (Flúor). Cole o espelho em uma das laterais das
caixas da caixa, de modo a dar sustentação a ele, ele deve ser de bom tamanho de modo que todos
possam ver a imagem refletida no espelho. Deixe dentro da caixa, os modelos que representarão as
imagens especulares e leve à parte os demais.
Caso seja possível, monte um kit para cada grupo.
A Aula – Parte 1: Mostre à turma o modelo de bolas e hastes do metano. Ensine a representar sua
estrutura, desenhando na lousa e a molécula na posição exata do modelo. Use, por exemplo, uma
cunha cheia e outra tracejada, simbolizando os átomos que estão na frente e atrás do plano do
quadro, e linhas para os átomos exatamente localizados no plano do quadro.
Parte 2: Posicione o modelo do metano em frente ao espelho e peça para que os estudantes obser-
vem a imagem especular. Pergunte se este modelo é exatamente igual à imagem especular? Retire
da caixa outro modelo igual, exatamente na posição da imagem especular. Superponha-os, confir-
mando que são iguais e, portanto, representam a mesma substância. Com as mãos ou uma folha
de papel, indique um dos planos de simetria de forma que, ao dividir a molécula ao meio, uma parte
espelhe a outra. Conclui-se assim que essa molécula é simétrica. Repita o procedimento com o
bromo e o bromoclorometano. Anote na lousa os códigos para as cores. ex.: C = preto, H = branco,
Br =, Cl = verde, F = Azul.
Parte 3: Repita a dinâmica com o bromoclorodifluorometano. Neste caso, a estrutura represen-
tante da imagem especular não será superponível. Deixe que alguns estudantes confiram, tentando

46
a superposição. A conclusão será diferente: os dois modelos são parecidos, mas não são iguais
e, assim, representam substâncias diferentes, têm a mesma fórmula molecular, então são isôme-
ros. Reforce o conceito de estereoisomeria e enantiômeros. Escreva as fórmulas molecular dos
dois modelos de bromoclorodifluorometano na lousa e peça a turma para encontrar um plano de
simetria nestas moléculas. (não será possível). Pergunte se as moléculas são simétricas. Reforce
o conceito de QUIRALIDADE.

AULAS 5 e 6 : CONSTRUINDO MOLÉCULAS NO COMPUTADOR.


Existem diversas opções para a aprendizagem com o computador.
Esta atividade propõe o uso de um programa gratuito para modelagem molecular, aplicado ao
estudo de isomeria constitucional (de cadeia) e a relação entre estrutura e propriedades físicas de
compostos orgânicos.
Preparo da aula: As atividades, a seguir, consistem na construção pelos estudantes de estruturas
moleculares no computador para visualizá-las em três dimensões (3D). Para isto, é necessário que
a escola tenha uma sala de computadores. sugerimos o programa ACD/ChemSketch, encontra-se
no endereço ://https://www.acdlabs.com/resources/free-chemistry-software-apps/chemsket-
ch-freeware/#chemsketch_modal. Escolha a aba recursos e clique em Chemsketch freeware para
download.
Caso prefira outro programa de licença livre, fique à vontade. Sugerimos por exemplo o avogadro,
disponível no link: https://avogadro.cc/.
Professor, deixamos abaixo a sugestão de um vídeo orientando sobre como utilizar o ChemSketch.

→ Vídeo 1: Modo prático de usar o chemsketch | Tutorial.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LnT_Wo_rXUI>.
Os procedimentos a seguir, são instruções para os estudantes, de forma que eles mesmos reali-
zem as atividades no computador, porém será necessário orientá-los antes sobre o funcionamento
básico do programa para a construção das fórmulas e acelerar a realização das tarefas.
A aula: Forneça os procedimentos a seguir aos estudantes e supervisione as atividades a serem
realizadas pela turma.
Parte 1: Oriente os estudantes sobre como utilizar o programa, permita que eles naveguem pelo
programa a fim de explorarem as suas potencialidades. Neste momento pode-se utilizar o projetor
multimídias para, conjuntamente, irem explorando o programa. Explore a criação de moléculas,
inserção e retirada de átomos, formação de cadeias carbônicas, como gerar a nomenclatura dos
compostos, e os modelos 3D.

Parte 2: (Para os estudantes) Usando o programa ACD/ChemSketch,

a) Construa os modelos das estruturas do octano e do 2,2,4-trimetilpentano.


b) Confira a nomenclatura da estrutura que você criou. Se o nome não coincidir com o espe-
rado, corrija a sua estrutura, apagando átomos que não sejam necessários ou adicionando
outros.
c) Obtenha as massas e fórmulas moleculares do octano e do 2,2,4-trimetilpentano. Para isso,
marque uma estrutura de cada vez e observe no rodapé do programa onde está escrito FW
(formula weight) e confira os valores obtidos.
d) Crie as estruturas 3D para estes compostos, visualize o arranjo. Qual destes dois compos-
tos apresenta maior temperatura de ebulição? Confira sua hipótese verificando estes dados
com o professor.

47
RECURSOS
AULA 1: APRESENTAÇÃO DO TEMA, CONVERSA COM A TURMA E EXPLICAÇÃO DOS CONCEITOS
FUNDAMENTAIS SOBRE ISOMERIAS.
Lousa e pincel.
Projetor Multimídias.
Folhas de papel.

AULA 2: ISOMERIA PLANA: UMA PROPOSTA DE AULA PRÁTICA.


10 arruelas ou argolas de, aproximadamente, 3 cm de diâmetro.
20 pedaços de barbante de 10 cm de comprimento.
Etiquetas adesivas.

AULA 3: TRABALHANDO COM MODELOS: A ISOMERIA GEOMÉTRICA


Bolas de isopor de tamanhos diferentes, palitos de madeira, transferidor, tinta para isopor.

AULA 4: A CAIXA MÁGICA E OS ISÔMEROS ÓPTICOS.


Caixa opaca (de papelão ou madeira) de tamanho suficiente para conter os modelos montados.
Espelho de tamanho suficiente para cobrir uma face da caixa.
Modelos moleculares contendo esferas de 5 cores diferentes.

AULA 5 e 6: CONSTRUINDO MOLÉCULAS NO COMPUTADOR.


Sala de Informática, Projetor Multimídias.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Indicamos que a avaliação das atividades propostas seja feita de modo processual e formativa, ou
seja as estratégias avaliativas deverão se dar ao longo de todo o processo de formas variadas e
com o intuito de contribuir positivamente para a aquisição da habilidade proposta na atividade, e
de maneira alguma a avaliação deverá ser uma ferramenta punitiva.
Sugerimos aqui, avaliar a interação intragrupo e intergrupos, bem como as produções escritas dos
educandos visando a identificação de características de circulação de uma linguagem específica
das ciências por parte dos mesmos.

ATIVIDADES

1 - (UEPI) A anfetamina é uma substância com poderosa ação estimulante sobre o sistema nervoso
central. É usada no tratamento de pacientes que sofrem de depressão e também em regimes
de emagrecimento. Todavia, algumas pessoas utilizam a anfetamina, sem orientação médica,
com o objetivo de obter a sensação de euforia por ela provocada. A fórmula estrutural da anfe-
tamina, representada abaixo, exemplificando um caso de isomeria:

Fórmula da anfetamina em exercício sobre


isomeria óptica

a) geométrica.
b) de função.
c) de cadeia.
d) de compensação.
e) óptica.

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2 - (UERJ)Na tentativa de conter o tráfico de drogas, a Polícia Federal passou a controlar a aquisição
de solventes com elevado grau de pureza, como o éter (etoxietano) e a acetona (propanona). Hoje,
mesmo as universidades só adquirem esses produtos com a devida autorização daquele órgão. A
alternativa que apresenta, respectivamente, isômeros funcionais dessas substâncias é:

a) butanal e propanal.
b) butan-1-ol e propanal.
c) butanal e propano-1-ol.
d) butan-1-ol e ropano-1-ol.

3 - “A 4-metil-pentan-2-ona é usada como solvente na produção de tintas, ataca o sistema nervoso


central, irrita os olhos e provoca dor de cabeça”. O composto citado é isômero funcional de:

a) hexan-1-ol.
b) hexanal.
c) 4-metil-butanal.
d) 4-metil-pentan-1-ol.
e) pentan-1-ona.

4 - (CEFET MG) Dentre os compostos orgânicos.

I. butan-2-ol
II. pent-1-eno
III. hex-2-eno
IV. 2-metil-cicloexanol
V. cicloexeno aqueles que apresentam isomeria geométrica são

a) I e IV.
b) I e V.
c) II e III.
d) II e V.
e) III e IV.

REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano; et al. Moderna Plus: Ciências da natureza e suas tecnologias. O conheci-
mento científico. Manual do professor: 1 ed. São Paulo , Editora Moderna, 2020.
GODOY, Leandro Pereira de; AGNOLO, Rosana Maria Dell; MELO, Wolney Candido de. Multiversos:
Ciências da Natureza: Matéria, Energia e Vida. Ensino Médio 1.ed. - São Paulo: Editora FTD, 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Poluição e Movimento. 1Ed. São Paulo, Editora
Moderna 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Corpo Humano e vida sudável.. 1Ed. São
Paulo, Editora Moderna 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Energia e Consumo Sustentável. 1Ed. São
Paulo, Editora Moderna 2020.
MACHADO, Andrea Horta; et al. Matéria, Energia e Vida: Uma abordagem interdisciplinar - Materiais
e energia: Transformações e conservação. 1ed. São Paulo, Editora Scipione, 2020.

49
MACHADO, Andrea Horta; et al. Matéria, Energia e Vida: Uma abordagem interdisciplinar - Desafios
contemporâneos da juventude. 1ed. São Paulo, Editora Scipione, 2020.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
MODO prático de usar o Chemsketch. [s. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (15 min). Publicado pelo canal Química
com João Cruz. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LnT_Wo_rXUI. Acesso em: jul.
2022.
NERY, Ana Luiza P; et al. Ser protagonista: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Matéria e
Transformações. Ensino Médio. 1Ed. São Paulo, Editora SM, 2020.
RIBEIRO,Patrícia Michele; et al. Isomeria plana: uma proposta de aula prática para o terceiro ano
do ensino médio. Semana de Educação, Ciência e Tecnologia - SECITEC – 2018 Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Itumbiara, de 17 a 20 de outubro de 2018.
RUBINGER, Mayura Marques Magalhães. Ação e reação: Ideias para aulas especiais de química.
Belo Horizonte: RHJ, 2012. 292p.
SANTOS, Kelly Cristina dos, (org). Diálogos: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Ser humano
e meio ambiente: Relações e consequências. 1ed. São Paulo, Editora Moderna, 2020.
SANTOS, Kelly Cristina dos, (org). Diálogos: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Vida na
terra: Como é possível? 1ed. São Paulo, Editora Moderna, 2020.

50
EIXO TEMÁTICO

Substâncias Orgânicas.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Reações químicas orgânicas. Reconhecer as substâncias que apresentam as principais fun-


ções orgânicas e algumas de suas características.
Reconhecer sabões e detergentes mais comuns.
Relacionar as propriedades físicas de diferentes substâncias
orgânicas ao modelo de interações intermoleculares.
Identificar as fórmulas estruturais de sabões e detergentes
mais comuns.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Variações dos números de oxidação entre os participantes de uma reação
química
DURAÇÃO: 5 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ ABERTURA:
Caro(a) professor(a), neste momento iniciaremos os estudos das reações de hidrocarbonetos.
Devido a realidade da carga horária, reservamos 05 aulas para esta sequência de ensino. O objetivo
é o desenvolvimento das habilidades 24.1 em relação ao seu comportamento reacional. Muitos pro-
dutos que consumimos e usamos em nossa sociedade provêm, direta ou indiretamente, da indús-
tria química, que executa uma série de reações químicas a fim de obter produtos transformando as
matérias-primas.
Denominamos Reações de Substituição, aquelas que ocorrem quando um reagente, ou uma parte
do reagente, substitui outro reagente, ou parte deste, em uma reação química, podemos citar a
Halogenação, onde ocorre a substituição de um ligante na molécula orgânica por um halogênio.
Outras duas reações de substituição bem importantes são a Nitração onde ocorre a reação entre
um hidrocarboneto e o HNO3 (ácido nítrico), sendo um hidrogênio do hidrocarboneto é substituído
por um grupo nitro, - NO2. já na Sulfonação, ocorre a reação entre um hidrocarboneto com o H2SO4
(ácido sulfúrico e o átomo de hidrogênio é substituído por um grupo ácido sulfônico, - SO3H. Quando
a molécula de hidrocarboneto possuir mais de um átomo carbono, obteremos uma mistura de dife-
rentes compostos substituídos. O Hidrogênio que tem preferência de ser substituído é o ligado ao
carbono menos hidrogenado.
Outra classe importante dentro das reações orgânicas são aquelas que envolvem hidrocarbonetos
insaturados, devido a fragilidade de suas ligações π (pi).
Neste grupo, destacamos as Reações de Adição, onde a ligação dupla ou tripla entre dois átomos
de carbono pode ser “quebrada” e os elétrons, que eram compartilhados entre os átomos de car-
bono, passam a ser compartilhados com átomos de outros elementos “adicionados” à molécula,
numa ligação simples.

51
Uma outra reação de igual importância é a Reação de Hidrogenação, que na reação de um hidro-
carboneto insaturado (alcenos e alcinos) com gás hidrogênio (H2), que é catalisada por níquel (Ni),
platina (Pt) ou paládio (Pd), tendo como produto um alcano ou um alceno, dependendo da molécula
insaturada de origem.
Vale ressaltar que o hidrogênio do haleto liga-se ao átomo de carbono mais hidrogenado da dupla
(o que tem mais ligações com hidrogênio). A adição de água, HOH, a alcenos também segue este
princípio, chamado de regra de Markovnikov.
Não podemos nos esquecer das reações de eliminação, podemos de maneira grosseira dizer que
são o inverso de uma reação de adição. Nestas reações orgânicas ocorre a eliminação de átomos
ou grupos de átomos de moléculas, logo temos como produto uma molécula menor que o reagente.
Isto se dá pela perda de dois átomos ou grupos adjacentes, formando uma ligação dupla na estru-
tura. Neste seleto grupo, temos quatro tipos de reações, as reações de eliminação de hidrogênio
ou desidrogenação, onde há eliminação de dois átomos de hidrogênio (H), ao contrário da hidroge-
nação. As reações de Eliminação de halogênios ou de-halogenação, que por serem eletronegati-
vos, sua eliminação é facilitada pela ação de eletropositivos.
De igual modo, temos as reações de eliminação de água ou desidratação, onde uma ou mais molé-
culas de água (H2O) são eliminadas. Este processo pode ocorrer de duas formas, uma intramole-
cular, quando a reação se dá na própria molécula, outra intermolecular, quando a reação acontece
entre duas moléculas distintas. Já na eliminação de halogenidiretos HCl, HBr e Hi ou desidro-ha-
logenação é importante observar a regra de Saytzeff, que diz que carbonos menos hidrogenados
tendem a perder hidrogênio com mais facilidade.

B) DESENVOLVIMENTO:
Caro(a) colega professor(a), devido à extensão do tema e a realidade da carga horária, optamos
por 02 aulas para discussões em grupo sobre questões relacionadas ao consumismo, sustentabili-
dade e à “química verde”, nestas aulas a MEDIAÇÃO DE LEITURA DE TEXTOS DIDÁTICOS é o foco, o
desenvolvimento de habilidade de seleção, classificação de dados e construção de argumentação
podem ser desenvolvidas aqui.
Dedicamos também 03 aulas expositivas sobre reações químicas, onde a sistematização do
conhecimento deverá ser solicitado ao estudante, ao final da 3ª aula, com a construção de MAPAS
CONCEITUAIS sobre as reações químicas de Adição, Substituição e Eliminação.
Nas aulas 01 e 02, poderão ser trabalhados os textos, nos grupos que já foram previamente formados
e o produto final a respostas escritas deverão representar a opinião do grupo, portanto uma produ-
ção por grupo. Nas aulas 03, 04 e 05 a resposta dos questionários deverá ser feita de forma individual.

Aula 01

Texto 01 - Consumismo
A finitude dos recursos naturais é evidente, e é agravada pelo modo de produção regente, que
destrói e polui o meio ambiente. O primeiro e mais importante limite dessa cultura do consumo,
que estamos testemunhando hoje, são os próprios limites ambientais.
O planeta não suportaria se cada habitante tivesse um automóvel, por exemplo. Nos níveis e
padrões atuais, o consumo precisa ser modificado em direção a formas mais sustentáveis,
tanto do ponto de vista social quanto ambiental.

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Dados recentes fornecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
mostraram que o mundo está consumindo 40% além da capacidade de reposição da biosfera
(energia, alimentos, recursos naturais) e o déficit é aumentado 2,5% ao ano. Relatórios da
Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que 85% da produção e do consumo no mundo
estão localizados nos países industrializados que têm apenas 19% da população [do planeta].
Os Estados Unidos têm 5% da população mundial e consomem 40% dos recursos disponíveis.
Se os seis bilhões de pessoas usufruem o mesmo padrão de vida dos 270 milhões de america-
nos, seriam necessários seis planetas. [...]. A consequência do consumo desenfreado é, prin-
cipalmente, o fim dos recursos naturais. Para suprir a demanda por produtos, é preciso produ-
zir mais produtos. E isso significa consumir mais energia, mais combustível, mais madeira, e
minérios – enfim, mais materiais provenientes da natureza. Por sua vez, essa prática gera mais
poluição industrial e mais lixo.
Quem primeiro sofre com isso é o meio ambiente. Os resultados dessa prática são logo sentidos
pelos homens também. Basta pensar na crise de energia por que o mundo vem passando, no
aumento do preço de certos materiais que já começam a escassear, na saturação de lixões e
aterros sanitários, na poluição e seus efeitos sobre a saúde humana. Mas não é só.
O consumismo também agrava a pobreza, aumentando a distância entre ricos e pobres. Países
ricos e altamente industrializados geralmente exploram os recursos naturais dos países mais
pobres, que, no entanto, não enriquecem com isso (ao contrário, ficam ainda mais pobres).
Um dado interessante para ilustrar esse problema é que é estimado que sejam gastos no pla-
neta 435 bilhões de dólares por ano em publicidade. Quinze bilhões de dólares seriam suficien-
tes para acabar com a fome do mundo, que mata 10 milhões de crianças por ano.” BUENO, Chris.
360 Graus, 1º maio 2012.
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques. Química. 1. ed. – São Paulo : Ática, 2013.

Texto 02 - Consumo (in)sunstentável.


Você já deve ter reparado que nesta unidade estamos trabalhando o tempo todo com consumo
de reagentes, utilizados para obter produtos que, por sua vez, são utilizados na obtenção de
outros produtos de consumo, sejam industriais ou comerciais (solventes, tintas, resinas, deter-
gentes, fármacos, etc.). A necessidade de reagentes leva à extração de recursos naturais e a
obtenção de produtos leva à formação de rejeitos poluentes (a Química Verde ainda não é apli-
cada em larga escala). Acontece que tanto a extração de recursos naturais como a liberação
de poluentes para o meio ambiente já ultrapassou a capacidade de recuperação do planeta.
Atualmente, de acordo com a Pegada Ecológica [, acesso em: 6 mar. 2013], cada habitante do
planeta tem 2,1 hectares disponíveis em recursos naturais para atender suas necessidades de
casa, comida, roupas e energia. Mas a pegada ecológica global é de 2,7 hectares por habitante.
Esse sobreconsumo não é distribuído igualmente entre os países e nem entre os habitantes de
um país. Veja alguns exemplos de pegada ecológica:
• Estados Unidos: 9,4 hectares/habitantes.
• Brasil: 2,4 hectares/habitantes.
• Haiti: 0,5 hectare/habitante.
O que nos levou a isso e como podemos agir para reverter esse quadro é o que se discute nos
textos a seguir.
As 500 milhões de pessoas mais ricas do mundo (aproximadamente 7% da população mundial)
são responsáveis por 50% das emissões globais de carbono, enquanto os 3 bilhões mais pobres
são responsáveis por apenas 6%.

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Os 16% mais ricos do mundo são responsáveis por 78% do total do consumo mundial, ficando
para os 84% restantes apenas 22% do total global a ser consumido. Hoje, são extraídas 60
bilhões de toneladas de recursos anualmente, 50% a mais do que há apenas 30 anos.
Entre 1950 e 2010 a produção de metais cresceu seis vezes, a de petróleo, oito, e o consumo
de gás natural, 14 vezes. Junto com o crescimento da desigualdade social também disparam
a tensão e a violência nas cidades. Onde vamos parar? Em 1804 a população humana atingiu o
primeiro bilhão. 130 anos depois, em 1930, chegou a 2 bilhões. Com os avanços da ciência e da
tecnologia e a queda da mortalidade infantil, o ritmo acelerou. Em 1960, chegamos a 3 bilhões.
Em 1974, 4 bilhões; 1987, 5 bilhões; 1998, 6 bilhões; e continuamos crescendo. Como planejar
para atender aos atuais 7 bilhões de habitantes – metade urbanos, amontoados em cidades
– e mais os cerca de 80 milhões de novos habitantes/consumidores acrescidos anualmente à
população humana?

Problemas ambientais: temos consciência da influência dos mesmos em nossa vida?


No Brasil, o início da influência do homem sobre o meio ambiente pode ser notada a partir da
chegada dos portugueses. Antes da ocupação do território brasileiro, os indígenas que aqui
habitavam (estimados em 8 milhões) sobreviviam basicamente da exploração de recursos natu-
rais, por isso, utilizavam-nos de forma sustentável […]. Após a exterminação de grande parte
dos índios pelos portugueses, o número de habitantes do Brasil se reduziu a três milhões no
início do século XIX. Foi nesse período que começaram as intensas devastações do nosso ter-
ritório. À época, o homem se baseava em crenças religiosas que pregavam que os recursos
naturais eram infindáveis, então, o término de uma exploração se dava com a extenuação dos
recursos do local. Infelizmente, essa cultura tem passado de geração em geração e até os dias
de hoje ainda predomina […]. Com a descoberta do petróleo em 1857 nos Estados Unidos, o
homem saltou para uma nova era: o mundo industrializado, que trouxe como uma das princi-
pais consequências a poluição. Ou seja, além de destruirmos as reservas naturais sobrecar-
regamos o meio ambiente com poluentes. Os acontecimentos decorrentes da industrialização
dividiram o povo em duas classes econômicas: os que espoliavam e os que eram espoliados.
A primeira classe acumulava economias e conhecimento, enquanto a segunda vivia no estado
mais precário possível. A segunda classe, pela falta de recursos, utilizava desordenadamente as
reservas naturais, causando a degradação de áreas agricultáveis e de recursos hídricos e, com
isso, aumentando a pobreza […]. O modelo econômico atual está baseado na concentração-ex-
clusão de renda.
Ambos os modelos econômicos afetam o meio ambiente. A pobreza pelo fato de só sobre-
viver pelo uso predatório dos recursos naturais e os ricos pelos padrões de consumo
insustentáveis. […].

Consumo consciente?
Se considerarmos o consumo ainda como algo em que há relativa liberdade de escolha, pode-
mos vislumbrar uma possibilidade de atuação para os indivíduos em prol do meio ambiente.
[…] Nem sempre preço baixo é garantia de processos produtivos que respeitem a Natureza.
Tampouco o consumidor dispõe de informações consistentes para decidir comprar ou não
determinada mercadoria. Ainda assim, é no ato de consumir que fazemos escolhas e podemos
definir relações de cidadania […].
Fonte: FONSECA, Martha Reis Marques. Química. 1. ed. – São Paulo : Ática, 2013.

54
VAMOS PENSAR?
1. Só podemos obter os produtos que necessitamos (ou desejamos) destruindo e poluindo o
meio ambiente?
2. Quais consequências você consegue perceber que têm origem nesta cultura do consumismo?
3. Quais práticas você julga que deveriam ser tomadas para mudar esta realidade? Você esta-
ria disposto a tomar tais atitudes?

Aula 02

Texto 01 - A QUÍMICA VERDE


A Química verde* “Abordagens para a Prevenção da Poluição Antes de estudar as especifici-
dades dos diferentes processos de poluição, sejam no ar, na água, em nossa dieta alimentícia
ou no solo, é instrutivo considerar a filosofia geral que está sendo atualmente implementada
nos países desenvolvidos para reduzir, no futuro, a exposição humana aos poluentes químicos.
Historicamente, foi considerado implícita ou explicitamente que os produtos químicos emiti-
dos para o ambiente seriam assimilados pela natureza: ou o sistema natural os transformaria
em substâncias de ocorrência natural, não prejudiciais, ou os produtos químicos seriam diluí-
dos em tal extensão que não poderiam ser atribuídos aos mesmos quaisquer riscos para a vida.
A estratégia de que ‘a solução para a poluição é a diluição’ é, de fato, bem-sucedida com muitos
poluentes. Porém, nos anos 60 e 70, ficou bem claro que muitos produtos químicos sintéticos
não são assimilados porque são persistentes, isto é, não são alterados pela ação de luz, água,
ar ou microrganismos (que atuam com frequência na degradação de muitos poluentes) durante
períodos muito longos de tempo. Exemplos dessas substâncias persistentes incluem pesti-
cidas, como o DDT, os gases de refrigeração chamados CFCs, o gás dióxido de carbono e as
formas tóxicas do elemento mercúrio.
Devido a sua persistência e a sua contínua liberação, as concentrações ambientais de tais subs-
tâncias aumentaram no passado em níveis inquietantes. Devido à quantidade de problemas que
provocam, foi descoberto que muitas substâncias persistentes não se tornam uniformemente
dispersas no meio ambiente. Em vez disso, concentram-se em organismos vivos, podendo atin-
gir, em seres humanos e outros animais, níveis que, em alguns casos, afetam sua saúde e até
levam à morte prematura.
A resposta ao problema dos pesticidas persistentes e bioacumulativos, como o DDT, tem con-
sistido em suspender sua produção, ou pelo menos eliminar seu uso em países desenvolvidos,
e proibir sua utilização uma vez que os estoques existentes tenham se esgotado. Como conse-
quência de tais proibições, os níveis ambientais de DDT e outros pesticidas persistentes têm
caído significativamente desde que aconteceram seus picos de concentração nos anos 60 e
início dos anos 70. Porém, o rápido declínio interrompeu- -se, e os níveis atuais permanecem
bem acima de zero. [...] a concentração dos pesticidas proibidos diminui atualmente em ritmo
lento, à medida que a carga ambiental está reciclando-se entre os diferentes meios. [...] Tão
importunos como estes agentes químicos industriais são os subprodutos tóxicos, que são
substâncias produzidas de modo não intencional em pequenas quantidades e emitidas para o
ambiente como consequência da produção, da distribuição e do uso de grandes quantidades de
outras substâncias comerciais.
Um exemplo de subproduto tóxico é a ‘dioxina’, formada inadvertidamente em quantidades
minúsculas como subproduto de muitos processos industriais, entre os quais incluem-se o
branqueamento da polpa da madeira e a produção de alguns pesticidas comuns e preservan-
tes da madeira. A estratégia inicial usada no tratamento dos subprodutos tóxicos consistiu em
reduzir a quantidade dessas substâncias emitida para o ambiente, geralmente mediante a cap-
tura e disposição de uma grande fração de sua massa antes da ocorrência da dispersão.

55
A captura de poluentes gasosos nas chaminés das usinas termelétricas é um exemplo dessa
abordagem; uma vez capturados, os poluentes gasosos são convertidos em sólidos e depois
dispostos em aterros. As abordagens para o controle da poluição que centram-se na captura
dos subprodutos tóxicos, em vez da redução de sua produção, são chamadas soluções de con-
trole no final do processo. Uma desvantagem de tais estratégias é que normalmente os poluen-
tes não são destruídos no processo, mas apenas convertidos em formas mais benignas ou
depositados em um meio diferente.
No caso dos poluentes das usinas de energia, por exemplo, os agentes químicos são meramente
colocados na terra em vez de liberados para o ar. A estratégia, chamada de química verde [ou
química ecológica], que está substituindo na atualidade a abordagem anterior, consiste na
reformulação das rotas sintéticas, de maneira que, em primeiro lugar, não sejam produzidos
subprodutos tóxicos; em outras palavras, a nova abordagem consiste em ‘deslocar o processo’
para o ponto de origem dos poluentes. Exemplos da nova estratégia incluem a substituição de
solventes orgânicos por água, como meio em que os produtos desejados são formados, ou talvez
a eliminação total do solvente; a utilização de substâncias benignas do ponto de vista ambiental
para substituir catalisadores à base de metais pesados; e o projeto da fabricação de produtos
que sejam recicláveis ou descartáveis sem perigo. Para aqueles produtos que apresentam, por
suas características, perigo ambiental quando dispersos, o que está sendo colocado em prática
é a ‘reciclagem em círculo fechado’.
A estratégia global é eliminar as substâncias persistentes e tóxicas do ambiente, não permitindo
emissões ulteriores e, onde possível, coletando e destruindo os depósitos existentes desses
produtos químicos. [...] Alguns ambientalistas preveem a adoção final de práticas ambientais
nas quais certos tipos de substâncias não serão gerados pelo conjunto da sociedade pelo fato
de sua produção e uso apresentarem inevitavelmente riscos inaceitáveis em longo prazo. A
ideia em relação a isto é obter descarga zero de determinadas substâncias persistentes e tóxi-
cas para o ambiente, garantida pelo fato de que elas nunca serão produzidas. Muitas pessoas
fazem sua parte na redução da poluição e do lixo modificando seus hábitos como consumido-
res. Quantidades muito maiores que na década passada de jornais, latas de alumínio, garrafas
de vidro e plásticos estão sendo coletadas seletivamente do lixo e recicladas.
Os produtos ‘verdes’ (ecológicos) têm se tornado comuns nas prateleiras dos supermercados de
países desenvolvidos. Os consumidores estão rejeitando produtos que vêm com embalagens
excessivas ou que são processados a partir de materiais sintéticos em vez de ‘naturais’. Em
muitos casos, porém, a escolha ótima do ponto de vista ambiental entre dois produtos alterna-
tivos pode não ser intuitivamente óbvia. Tome como exemplo os dois tipos principais de copos
descartáveis: um deles é fabricado com papel derivado das árvores e o outro é feito de poliesti-
reno sintetizado a partir do petróleo.
A maioria dos consumidores acha que o copo de papel é preferível no aspecto ambiental.
Contudo, uma análise dos impactos de todas as etapas de produção e descarte demonstra que
o copo de papel consome mais reagentes químicos e causa mais poluição na água que o copo
de poliestireno, sobretudo porque o papel deve ser branqueado. Obviamente, para poder sele-
cionar sem dúvidas o melhor produto, necessitamos conhecer previamente as consequências
ambientais de todas as etapas envolvidas na produção e no descarte das mercadorias a serem
consumidas. [...] A Prevenção da Poluição [...] Quando é constatado que um produto químico
está sendo produzido de uma maneira ambientalmente inadequada, existem duas opções pos-
síveis para seu aperfeiçoamento:
• substituir o produto por um fabricado através de um processo verde.
• fabricar o produto mediante um processo que seja mais adequado do ponto de vista
ambiental.

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As estratégias usadas na última opção incluem mudar o reagente ou o solvente de uma reação
por outros menos tóxicos, utilizando com frequência uma reação diferente para obter o produto
desejado. O químico Barry Trost, da Stanford University, tem proposto o conceito de economia
de átomos; esse conceito combina os objetivos de benignidade ambiental com a elegância sin-
tética no planejamento dos métodos para produzir compostos. Por exemplo, a eliminação do
uso de grupos de átomos em uma etapa da síntese, os quais deveriam ser removidos e descar-
tados em etapa posterior, é evidentemente uma maneira de minimizar a produção de resíduos.
Uma das áreas mais promissoras da química verde baseia-se no uso de fluidos supercríticos*
como solventes, substituindo os orgânicos, que são com frequência perigosos − tóxicos, às
vezes inflamáveis e mesmo explosivos − e geram um problema substancial para seu descarte.
Nesse sentido, o dióxido de carbono supercrítico é especialmente promissor, porque suas pro-
priedades solventes podem ser facilmente ‘ajustadas em função da pressão’ variando levemente
sua pressão nas proximidades do ponto crítico, e porque é atóxico, não inflamável, barato e
apresenta propriedades solventes semelhantes às de solventes amplamente usados, como o
hexano.
Outros fluidos que podem ser convertidos em supercríticos com facilidade e mostram-se
bons solventes, sendo atóxicos, são a água e o xenônio. Por exemplo, o CO2 supercrítico pode
substituir os CFCs (atualmente banidos) e/ou os hidrocarbonetos aromáticos como solventes,
na produção de vários polímeros orgânicos comerciais. Como já foi mencionado, visto que as
substâncias iônicas e as moléculas altamente polares não são facilmente solúveis nesse fluido,
a maioria das reações iônicas é descartada, do mesmo modo que aquelas envolvendo grandes
moléculas hidrocarbônicas, que são também insolúveis.
Contudo, pesquisas recentes sobre a adição de pequenas quantidades de outras substâncias,
como surfactantes [substâncias que atuam como detergentes], ao dióxido de carbono, mos-
tram-se promissoras quanto à superação dos obstáculos de solubilidade para viabilizar seu uso.
O CO2 supercrítico também é usado atualmente no lugar de solventes orgânicos, para extrair
compostos de águas residuais e outros materiais poluídos usados em análise química. Todas
essas aplicações eliminam a necessidade final de descarte dos solventes orgânicos contami-
nados, dado que uma simples mudança na pressão vaporiza o dióxido de carbono, que pode ser
reciclado para uso posterior.
Muitos dos esforços no planejamento de processos livres de resíduos envolvem o uso de cata-
lisadores no estado sólido, que, em muitos casos, podem ser selecionados de maneira que o
rendimento do produto comercial seja maximizado e que aquele do subproduto indesejável seja
minimizado. [...]”
Fonte: PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite. Química na abordagem do cotidiano. 4. ed. — São Paulo :
Moderna, 2006.

VAMOS PENSAR?

1. Enumere alguns fatores que deram origem à estratégia denominada química verde.
2. No que consiste a estratégia denominada química verde?
3. Certa indústria química obtém, como subproduto indesejável de suas atividades, um com-
posto sólido tóxico.
A legislação impede que tal substância seja descartada no meio ambiente.
Após um estudo, verificou-se que há duas possibilidades para atender à legislação:

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Opção 1 – reagir esse composto com reagentes adequadamente escolhidos, que o transformam em
uma substância inofensiva e que pode ser encaminhada para um aterro de lixo industrial.
Opção 2 – modificar os processos químicos empregados na fábrica, de modo a manter a produção
e o faturamento da empresa, mas sem gerar o subproduto indesejável.
Explique por que uma dessas opções está de acordo com os princípios da química verde e a outra
não está.

4. O texto cita a “dioxina” como exemplo de subproduto tóxico emitido para o meio ambiente.
Faça uma pesquisa para saber o que é “dioxina” e que problemas de saúde ela acarreta.
Reavalie o que você pensa a respeito e resolva em seu caderno. Verifique em que mudaram
suas concepções prévias. Reveja sua resposta à atividade anterior,reavalie o que escreveu,
discuta com seus colegas e, se julgar necessário, elabore novas justificativas ou aprimore
as que tinha escrito. Apresente-as ao professor.
5. Uma parte do texto diz: Muitas pessoas fazem sua parte na redução da poluição e do lixo
modificando seus hábitos como consumidores. Quantidades muito maiores que na década
passada de jornais, latas de alumínio, garrafas de vidro e plásticos estão sendo coletadas
seletivamente do lixo e recicladas. Os produtos “verdes” (ecológicos) têm se tornado comuns
nas prateleiras dos supermercados de países desenvolvidos. Elabore, juntamente com seus
colegas, uma lista das atitudes concretas que cada um pode tomar para fazer sua parte na
redução da poluição e do lixo.
6. Considere a seguinte ideia: “A embalagem da maioria dos produtos está destinada a se
transformar em lixo.” Localize no texto e transcreva em seu caderno um trecho que fala da
reação de consumidores a uma questão envolvendo embalagens. A seguir, junto com seus
colegas, faça uma relação de produtos que, na opinião de vocês, são exemplos do tipo de
produto que gera a reação dos consumidores mencionada no trecho transcrito.
7. Cite uma razão do emprego do CO2 como fluido supercrítico.

RECURSOS:
Cópias de material para leitura, lousa, pincéis, Projetor Multimídias e Notebook.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Indicamos que a avaliação das atividades propostas seja feita de modo processual e formativa, ou
seja as estratégias avaliativas deverão se dar ao longo de todo o processo de formas variadas e
com o intuito de contribuir positivamente para a aquisição da habilidade proposta na atividade, e
de maneira alguma a avaliação deverá ser uma ferramenta punitiva.
Sugerimos aqui, avaliar a interação intragrupo e intergrupos, bem como as produções escritas dos
educandos visando a identificação de características de circulação de uma linguagem específica
das ciências por parte dos educandos.

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ATIVIDADES
1 - (FURGRS) Observe o esquema reacional abaixo:

Sobre esses compostos, é correto afirmar que todas as reações são de:

a) adição, sendo os produtos respectivamente: A=1-propanol; B=1-cloro-propano e C=propano.


b) substituição, sendo os produtos respectivamente: A=1-butanol; B=2-cloropropano e C=
propano.
c) substituição, sendo os produtos respectivamente: A=1-hidróxi-2-propeno; B=2- cloro-
-1-propeno e C=propeno.
d) adição, sendo os produtos respectivamente: A=1,2-propanodiol; B=1,2-dicloropropano e
C=propano.
e) adição, sendo os produtos respectivamente: A=2-propanol; B=2-cloro-propano e C=propano.

2 - (UESPI)A hidrogenação catalítica de uma ligação dupla é caracterizada como uma reação de:

a) eliminação.
b) adição.
c) transesterificação.
d) de saponificação.
e) substituição.

3 - (UFVMG) A monocloração de um alcano, em presença de luz ultravioleta, produziu os compostos


2-cloro-2-metilpropano e 1-cloro-2-metilpropano. O nome do alcano é:

a) isopropano.
b) metilbutano.
c) pentano.
d) butano.
e) metilpropano.

4 - (USP) Uma substância orgânica reagiu com iodeto de etil – magnésio dando um composto que,
depois de hidrolisado, formou metil – etilcetona. A substância original é:

a) Formiato de etila.
b) Acetona.
c) Acetaldeído.
d) Ácido acético.
e) Cianeto de metila.

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REFERÊNCIAS
AMABIS, José Mariano; et al. Moderna Plus: Ciências da natureza e suas tecnologias. O conheci-
mento científico. Manual do professor: 1 ed. São Paulo , Editora Moderna, 2020.
FONSECA, Martha Reis Marques. Química. 1. ed. – São Paulo : Ática, 2013.
GODOY, Leandro Pereira de; AGNOLO, Rosana Maria Dell; MELO, Wolney Candido de. Multiversos:
Ciências da Natureza: Matéria, Energia e Vida. Ensino Médio 1.ed. - São Paulo: Editora FTD, 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Poluição e Movimento. 1Ed. São Paulo, Editora
Moderna 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Corpo Humano e vida sudável.. 1Ed. São
Paulo, Editora Moderna 2020.
LOPES, Sônia; ROSSO, Sérgio. Ciências da Natureza: Energia e Consumo Sustentável. 1Ed. São
Paulo, Editora Moderna 2020.
MACHADO, Andrea Horta; et al. Matéria, Energia e Vida: Uma abordagem interdisciplinar - Materiais
e energia: Transformações e conservação. 1ed. São Paulo, Editora Scipione, 2020.
MACHADO, Andrea Horta; et al. Matéria, Energia e Vida: Uma abordagem interdisciplinar - Desafios
contemporâneos da juventude. 1ed. São Paulo, Editora Scipione, 2020.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas
Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/
Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em:
05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1I8T4Cody3pUScohWX4aQVGipgyWLKK8g/view. Acesso em:
05 jun. 2022.
NERY, Ana Luiza P; et al. Ser protagonista: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Matéria e
Transformações. Ensino Médio. 1Ed. São Paulo, Editora SM, 2020.
PERUZZO, Francisco Miragaia; CANTO, Eduardo Leite. Química na abordagem do cotidiano. 4. ed.
— São Paulo : Moderna, 2006.
RIBEIRO,Patrícia Michele; et al. Isomeria plana: uma proposta de aula prática para o terceiro ano
do ensino médio. Semana de Educação, Ciência e Tecnologia - SECITEC – 2018 Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Câmpus Itumbiara, de 17 a 20 de outubro de 2018.
RUBINGER, Mayura Marques Magalhães. Ação e reação: Ideias para aulas especiais de química.
Belo Horizonte: RHJ, 2012. 292p.
SANTOS, Kelly Cristina dos, (org). Diálogos: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Ser humano
e meio ambiente: Relações e consequências. 1ed. São Paulo, Editora Moderna, 2020.
SANTOS, Kelly Cristina dos, (org). Diálogos: Ciências da Natureza e suas Tecnologias - Vida na
terra: Como é possível? 1ed. São Paulo, Editora Moderna, 2020.

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EIXO TEMÁTICO

Substâncias Orgânicas.

OBJETO(S)
HABILIDADE(S):
DE CONHECIMENTO:

Macromoléculas e Polímeros Reconhecer polímeros mais comuns.


Reconhecer as fórmulas estruturais de alguns polímeros mais
comuns.
Identificar o uso de alguns polímeros como: celulose, polieti-
leno, poliestireno, PVC, náilon e borrachas.

PLANEJAMENTO

TEMA DE ESTUDO: Macromoléculas e polímeros


DURAÇÃO: 5 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Caro(a) professor(a), neste momento iniciamos os estudos sobre os polímeros gostaríamos de incen-
tivá-lo a engajar a sua turma neste processo. Para tanto, pensamos em uma sequência didática de
05 aulas, que serão distribuídas de forma a contemplar todo o conteúdo de forma progressiva.
Nesta caminhada faremos usos de algumas estratégias de ensino que serão apresentadas de forma
resumida devido à especificidade deste material.
Os polímeros possuem grande importância no cotidiano das pessoas, uma vez que possibilitam o
desenvolvimento de novos materiais com características químicas e físicas inovadoras. Polímero
deriva das palavras gregas poli (muitos) e meros (partes), e a união destas muitas partes dá origem
a uma macromolécula que denominamos polímeros. Estas macromoléculas podem ser naturais
(celulose, amido, proteínas e outros) ou sintéticas (polietileno, poliestireno, policloreto de vinila).
Podemos classificar estes polímeros de acordo com o modo de obtenção destas macromoléculas,
a saber:
• Polímeros de adição: aqueles obtidos por adição sucessiva de monômeros.
• Polímeros de condensação: aqueles obtidos pela adição de dois monômeros diferentes com
eliminação de uma molécula de água, álcool ou ácido, sobretudo, durante a polimerização.
• Polímeros de rearranjo: aqueles que resultam da reação entre os monômeros que sofrem
rearranjo nas suas estruturas químicas, durante a reação de polimerização.
Outra forma de classificação pode ser o seu comportamento mecânico, temos assim os elastôme-
ros ou borrachas, os plásticos, tanto os termorrígidos e os termoplásticos, as fibras e por fim os
polímeros biodegradáveis/ biopolímeros.
No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) a indústria “
do plástico” apresentou em 2018 um faturamento de R$ 78,3 bilhões, com produção física de 6,2
milhões de toneladas e 312.934 empregos gerados, confirmando-se como o quarto setor que mais
emprega no Brasil, tal qual o impacto desta produção, é o impacto dos resíduos gerados nesta
cadeia produtiva e toda a realçao social que se dá neste processo.

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Convidamos você professor a trabalhar todos estes aspectos com seus estudantes em sala de aula.
Felicidades nesta caminhada.

B) DESENVOLVIMENTO:
Caro(a) professor(a), o desenvolvimento desta sequência didática está dividida em 05 aulas com-
plementares com o objetivo de desenvolver as habilidades 24.3, 24.3.1 e 24.3.2.
Sugerimos a continuidade dos grupos já formados nas atividades anteriores. Incentivamos a pos-
tura mediadora e fomentadora do diálogo que é atribuída a você. Neste trabalho é importante que
os estudantes se sintam bem à vontade para desenvolver a proposta e expressar suas conclusões.
Consideramos que todo este processo é formativo e avaliativo, não se restringindo à uma prova
final.

Aula Tema Geral

1 Apresentação do tema, Leituras dos Textos didáticos, reflexão em grupo.

2 Bandido ou Herói?
Conhecendo a indústria do plástico: relações sociais e impactos ambientais.

3 Aula expositiva: (sugestão de tema) Reações Poliméricas

4 Lendo rótulos e elaborando os modelos.

5 Socialização do conhecimento: vamos jogar?

Aula 1

Texto 1:
Polímeros e resinas sintéticas - Um mundo sem plásticos hoje seria um pesadelo
Carlos Roberto de Lana
Quer ter uma ideia da importância dos polímeros sintéticos, popularmente conhecidos como
plásticos, em sua vida? Imagine que, uma noite, enquanto você dormia, todos os plásticos e
sintéticos derivados tivessem desaparecido completamente da face da Terra. A primeira coisa
que você iria perceber, ao acordar, é que estaria descoberto, pois seu cobertor, de fibra acrílica,
sumiu. Estranhando o fato, você levanta da cama e sente a aspereza do contrapiso de cimento
sob os pés, pois o carpete de poliamida (Nylon) não está mais lá.
Sem entender o que se passa, achando que ainda não acordou direito, você resolve lavar o rosto
e escovar os dentes, na esperança de que estas coisas estranhas sejam apenas um sonho que
durou mais tempo do que devia.

Sem água, luz telefone


Nada feito. A escova de dentes, feita de polipropileno e nylon, não está lá. Você abre a torneira
e nada de água. Os tubos de PVC que deveriam alimentar a torneira também sumiram de dentro
da parede. Assustado com toda esta loucura, você resolve telefonar para alguém e perguntar se
isso está acontecendo em mais algum lugar ou se é você que está ficando louco. Só que onde
deveria estar o aparelho de telefone feito de ABS (acrilonitrila-butadieno-estireno) não restou
nem o tapetinho, feito de fibras de polipropileno.

62
Com que roupa?
Desesperado, você resolve sair de casa e descobrir o que está acontecendo. Antes precisa se
vestir, para isto abre as gavetas e... onde estão as roupas de poliéster? Tudo bem, você pega
aquela velha bermuda de algodão e procura seu tênis que…é feito de Nylon.
Esquece os tênis, tem aquele sapato de couro, mas... cadê os cadarços, feitos também de fibra
de polipropileno? Cada vez mais assustado, você corre para o seu carro, mas não consegue
abrir a porta. A maçaneta feita de Nylon não está lá. Você olha pelo vidro e descobre que a maio-
ria das peças de comando sumiu, a começar do painel com todas as suas alavancas e botões. Os
pára-choques de polipropileno reforçado deixaram os suportes metálicos expostos e, mesmo
que não fosse vista, uma infinidade de pequenas peças, indispensáveis ao funcionamento do
carro, não estava mais disponível.
Se estivessem de nada adiantaria. Sem o polibutadieno (borracha sintética) seus pneus já eram.
Curto-circuito Você volta para casa, tenta acender a luz, mas não encontra o interruptor (Nylon).
Mesmo que encontrasse não haveria energia elétrica, sem o PVC usado no isolamento elétrico
dos fios, todos os circuitos entrariam em curto assim que ligados. Você lamenta a falta de ener-
gia, pois não pode ligar a TV ou acessar a Internet para saber o que está acontecendo.
Só que assim que olha estes aparelhos descobre que o seu computador praticamente sumiu,
sem o ABS da caixa do monitor, teclado, painel e sem o epóxi das placas de circuito impresso,
seu computador ficou reduzido a um esqueleto de cobre retorcido. Isso também aconteceu
com sua TV e a maioria de seus eletrodomésticos. Um sonho apavorante Nervoso, você resolve
comer e beber alguma coisa para se acalmar e decidir o que fazer. Abre a geladeira e vê que
todas as suas bebidas se espalharam no fundo dela, sem as garrafas PET (polietileno terefta-
lato) que as continham. Todas as outras embalagens alimentícias feitas de filmes de polietileno
também sumiram, transformando sua comida em uma gosma na qual é impossível distinguir o
que era o quê.
Você se senta no chão da sala, já que seu sofá estofado de espuma de poliuretano virou uma
armação de madeira, e olha para as paredes que expõe a massa fina de cimento, não mais cober-
tas pela fina camada de PVA (acetato polivinila) da tinta. Olha para o chão e vê a madeira rús-
tica do assoalho, que não brilha mais sem a resina de poliuretano que o revestia. Você resolve,
então, voltar para a cama. Felizmente a armação é de madeira e o colchão de molas é revestido
de algodão. Estirado sobre este leito rústico, você volta a dormir.
Ao acordar, vê que seu carpete, tênis, roupas, eletrodomésticos e demais transformados plás-
ticos, estão todos lá.
A conclusão que você extrai não pode ser outra: um mundo sem plásticos hoje seria um pesadelo.
Fonte: LANA, Carlos Roberto de. Plásticos hoje seria um pesadelo. Educação.uol. [s. l.], 2022.

63
Texto: 2 - Telas Flexiveis
Na Convenção CES que mostra inovações tecnológicas, um estande chamou atenção por apre-
sentar telas flexíveis para dispositivos móveis. A tela possui menos de 1 mm de espessura, é
capaz de ser dobrado e enrolado como um lápis.
O protótipo foi apelidado Youm e espera-se que a partir desta invenção tem-se um mundo de pos-
sibilidades para a produção e utilização de dispositivos móveis. Eles são feitos de plástico (não
de vidro), tornando-os flexíveis, "Nossa equipe foi capaz de produzir um display de alta resolução
(OLED) com plástico extremamente fino em vez de vidro para que ele não vai quebrar, mesmo
se cair" disse Brian Berkeley, vicepresidente de telas. As telas flexíveis usam a tecnologia OLED,
o que significa Diodo Orgânico Emissor de Luz ou sua sigla em Inglês Organic Light-Emitting
Diode, que são feitas de pequenas moléculas ou polímeros que recebem estimulação elétrica e
emitem luz , ou seja, é um diodo electroluminescente com uma camada formada por compostos
orgânicos. Estes produtos químicos são extremamente sensíveis ao oxigênio, portanto, devem
ser completamente selados. (KienyKe - Revista Digital )
Fonte: NASCIMENTO, Anne. Polímeros. Promestre - FAE - UFMG [s. l.], [2022].

→ Questões para reflexão em grupo (O grupo deverá desenvolver suas respostas apresen-
tando argumentos que justifiquem sua posição).

1. Você compraria esta nova tecnologia ? Por quê?


2. O que faria com o seu aparelho antigo? E o meio ambiente?

AULA 2: BANDIDO OU HERÓI ?

→ Video 1: Indústria do plástico


Link: https://www.youtube.com/watch?v=BlsoEbofItM

→ Vídeo 2: RTP3 PIEP TECH3 EP05: A Indústria dos Polímeros


Link: https://www.youtube.com/watch?v=2edOKM-KKso

→ Vídeo 3: Como a indústria de plásticos luta para continuar poluindo o mundo


Link: https://www.youtube.com/watch?v=foJ7Nq5WpCk

→ Reflexão em grupo:
A partir dos vídeos, fazer uma roda de discussão sobre:
Conhecendo a indústria do plástico: relações sociais e impactos ambientais.

AULA 3: AULA EXPOSITIVA:


Fazer uma exposição dialogada sobre o tema: REAÇÕES POLIMÉRICAS.

AULA 4 : LENDO RÓTULOS E ELABORANDO OS MODELOS.


Caro(a) professor(a) oriente os estudantes a examinarem a representação abaixo e realizar uma pes-
quisa para responderem o questionário, pode ser feita na sala utilizando o celular ou no laboratório de
informática, utilizando os computadores da escola.
Você sabe de verdade o que são aqueles pequenos triângulos de setas com um número no meio?
Geralmente eles aparecem no fundo de embalagens ou na parte de dentro de peças plásticas.

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1 - Qual o nome desta forma de classificação? Quem estabeleceu esta forma? No Brasil, qual órgão é
responsável por elaborar estas diretrizes técnicas de regulamentação de códigos para polímeros?
2- Pesquise o significado de cada símbolo e código contido na figura acima.
3- Quais as principais reações para a obtenção de cada um deles?
4 - Há algum polímero que não esteja representado aí? Você pode escrever a reação de obtenção
deste polímero?
5- Assista o vídeo abaixo para somar conhecimentos.

→ Video: TIPOS de PLÁSTICOS - A simbologia dos polímeros | UP - Universo Plástico.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XpvUwIETyzI&t=100s.

AULA 5: SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: VAMOS JOGAR?


Nesta aula, você professor(a), deverá, previamente, ter criados perguntas sobre o tema da aula, para
que os estudantes possam jogar em forma de game. Estas perguntas deverão ter 04 opções de res-
postas curtas, e as perguntas devem ser objetivas. Poderá ser formado grupos. Cada resposta cor-
reta poderá atribuir um valor X, de forma que ao final possa ser contabilizado os pontos.
Para este jogo sugerimos ao programa Kahoot, mas também há outros como o socrative, etc.
O jogo também pode ser jogado escrevendo as perguntas em uma cartolina e as opções de respos-
tas em pedaços de cartolina com cores diferentes. A quantidade de perguntas fica à seu critério,
mas não deve ser insuficiente para 35 minutos de jogo, guardando o restante do tempo para expli-
cações iniciais e fechamento. Abaixo indicamos vídeos sobre como utilizar o kahoot.

→ Vídeo 01: Como usar o Kahoot para a gamificação na sala de aula?


Link: https://www.youtube.com/watch?v=ovp36fzP4uI.

→ Vídeo 02: Kahoot: Como usar nas aulas presenciais e on line


Link: https://www.youtube.com/watch?v=6MWUMYmAImo.

RECURSOS:
Cópias do material para a leitura, sala de informática, auditório com multimídia.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Indicamos que a avaliação das atividades propostas seja feita de modo processual e formativa,
ou seja as estratégias avaliativas deverão se dar ao longo de todo o processo de formas variadas

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e com o intuito de contribuir positivamente para a aquisição da habilidade proposta na atividade,
e de maneira alguma a avaliação deverá ser uma ferramenta punitiva. Sugerimos aqui, avaliar a
interação intra-grupo e inter-grupos, bem como as produções escritas dos educandos visando a
identificação de características de circulação de uma linguagem específica das ciências por parte
dos educandos.
A avaliação do jogo final pode ser a avaliação final desta sequência de ensino.

ATIVIDADES

1 - (FATEC-SP)A polimerização por adição consiste na reação entre moléculas de uma mesma
substância, na qual em sua estrutura, ocorre uma ligação dupla entre dois átomos de carbono,
formando-se apenas o polímero. (O polietileno é um exemplo de polímero formado por reação
de adição). Considere as seguintes substâncias:

I. 3-bromopropeno-1 (C3H5Br)
II. tetrafluoretano (C2H2F4)
III. propanol-1 (C3H7OH)
IV. cloroeteno (C2H3Cl)
As que poderiam sofrer polimerização por adição são:
a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) II e IV

2 - (UFU-MG) Polímeros são macromoléculas orgânicas construídas a partir de muitas unidades


pequenas que se repetem, chamadas monômeros. Indique a alternativa que apresenta somente
polímeros naturais.

a) Celulose, plástico, poliestireno.


b) Amido, proteína, celulose.
c) Amido, náilon, polietileno.
d) Plástico, PVC, teflon.
e) Vinil, Baquelite, Celulose.

3 - (UESC-BA) Com o aumento constante do preço do petróleo, a reciclagem de plásticos tornou-


-se uma atividade economicamente rentável. Os maiores benefícios vão para o meio ambiente,
que deixa de ser poluído por material de tão difícil biodegradação. Em relação ao texto e aos
conhecimentos sobre reações de polímeros pode-se afirmar:

a) Os plásticos são obtidos diretamente do petróleo.


b) Os plásticos são materiais formados por polímeros naturais, como o amido, a celulose e as
proteínas.
c) Embalagens de polietileno, de polipropileno e de policloreto de vinila são facilmente
recicláveis.
d) Baquelite, poliuretano e nylons são polímeros classificados como de adição.
e) Os polímeros naturais ao serem biodegradados entram em combustão e liberam CO2 e H2O.

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4 - (UFSCar)A borracha natural é um elastômero (polímero elástico), que é obtida do látex coagu-
lado da Hevea brasiliensis. Suas propriedades elásticas melhoram quando aquecida com enxo-
fre, processo inventado por Charles Goodyear, que recebe o nome de:

a) ustulação.
b) vulcanização.
c) destilação.
d) sintetização.
e) galvanização.

REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano; et al. Moderna Plus: Ciências da natureza e suas tecnologias. O conheci-
mento científico. Manual do professor: 1 ed. São Paulo , Editora Moderna, 2020.
COMO a indústria de plásticos luta para continuar poluindo o mundo. [s. l.: s. n.], 22 out. 2019. 1
vídeo (8 min). Publicado pelo canal The Intercept Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=foJ7Nq5WpCk. Acesso em: jul. 2022.
COMO usar o Kahoot para gamificação na sala de aula? [s. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (19 min). Publicado
pelo canal Professus 21. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ovp36fzP4uI. Acesso
em: jul. 2022.
FONSECA, Martha Reis Marques. Química. 1. ed. – São Paulo : Ática, 2013.
GODOY, Leandro Pereira de; AGNOLO, Rosana Maria Dell; MELO, Wolney Candido de. Multiversos:
Ciências da Natureza: Matéria, Energia e Vida. Ensino Médio 1.ed. - São Paulo: Editora FTD, 2020.
INDÚSTRIA TÁ- indústria do plástico. [s. l.: s. n.], 3 ago. 2021. 1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal
TV Band Minas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BlsoEbofItM. Acesso em: jul.
2022.
KAHOOT: Como usar nas aulas presenciais ou online. [s. l.: s. n.], 24 out. 2019. 1 vídeo (10 min).
Publicado pelo canal de prof pra Prof. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6M-
WUMYmAImo. Acesso em: jul. 2022.
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