Material Aula 5 26 09 2020 Direito Civil Constitucional Parte Iv

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• - princípio da socialidade: procura superar o caráter

individualista e egoísta que imperava na codificação


anterior, no sentido de que os valores coletivos devem
prevalecer sobre os interesses individuais;
• - o triunfo da "socialidade", fazendo prevalecer os
valores coletivos sobre os individuais, sem perda,
porém, do valor fundante da pessoa humana.
• CF/88: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
• I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Função social dos contratos: Art. 421. A liberdade
contratual será exercida nos limites da função social do
contrato. (o contrato deve ser visualizado e
interpretado de acordo com o contexto da
razoabilidade, do equilíbrio social)
• Obs: Lei 13.874/2019 – liberdade econômica – não
afasta as normas de ordem pública
• Função social da propriedade: Art. 1.228, §1º
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Função Social do Contrato

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Relação dos contratantes
Relação entre as partes:
com 3ºs:
• contexto interno do • contrato não pode ser fonte
contrato, não existência de de prejuízo para a
cláusulas abusivas. Não pode sociedade. Ex: distribuição
haver um grande de amostras grátis de bebida
desequilíbrio entre as partes: alcoólica em frente ao
onerosidade excessiva para Alcoólatras Anônimos.
um e enriquecimento Locação de terreno para
excessivo para outro. Ex: armazenamento de lixo
cobrança de multa abusiva tóxico sem tratamento.

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• STJ: RECURSO ESPECIAL Nº 1.840.428 - SP (2019/0289892-2)

• Plano de saúde - Rescisão unilateral de contrato coletivo -


Impossibilidade - Rompimento que fere os princípios da boa-fé, equidade
contratual e função social, tendo em vista a natureza do serviço prestado
que envolve a saúde de diversas pessoas - Prestação de serviço de saúde
destinada a cada um dos beneficiários, que possuem direito individual à
manutenção da avença - Possibilidade de denúncia do contrato que deve ser
aferida por meio da interpretação analógica do inciso II, do parágrafo único,
do artigo 13 da Lei n° 9.656/1998, sendo necessário que esteja presente uma
das hipóteses referidas no dispositivo legal, o que não ocorreu na hipótese -
Sentença reformada - Recurso provido.

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• Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Plano de Saúde.
Indeferimento do pedido de tutela provisória de urgência para determinar o
restabelecimento do contrato de plano de saúde. Inconformismo. Cabimento.
Presença dos requisitos para a concessão da tutela de urgência ao caso. A
suspensão ou o cancelamento do plano de saúde por inadimplência durante a
pandemia de COVID-19 pode, em tese, caracterizar prática abusiva. Observância
da boa-fé objetiva, equilíbrio na relação de consumo e função social do contrato.
Agravante teve o seu faturamento diretamente afetado pela brusca diminuição das
operações aeroportuárias no aeroporto de Congonhas, local onde exerce suas
atividades comerciais. Operadora de plano de saúde impedida de suspender ou
rescindir o contrato com fundamento no inadimplemento do consumidor durante a
pandemia de COVID-19. Decisão reformada. Agravo provido.
• (TJ-SP - AI: 20983993520208260000 SP 2098399-35.2020.8.26.0000, Relator: Pedro
de Alcântara da Silva Leme Filho, Data de Julgamento: 29/08/2020, 8ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 29/08/2020)

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• - cláusula de renúncia antecipada ao direito de
Ofensas aos valores indenização e retenção por benfeitorias necessárias em
jurídicos, sociais, contrato de locação por adesão (cláusula nula)
econômicos e morais • - prazo de carência maior do que 24 horas para
– desrespeito á internação de urgência (covid-19)
função social dos
contratos – • - a recusa de renovação das apólices de seguro de vida
desrespeito às regras pelas seguradoras em razão da idade do segurado é
de ordem pública que discriminatória
pautam a sociedade- • - responsabilidade da cervejaria (terceiro
cláusulas antissociais aliciador/cumplice), que desrespeita a existência de
contrato, aliciando uma das partes.

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Enunciados: função social
• I Jornada de Direito Comercial - Enunciado 21Nos contratos empresariais, o
dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das
relações interempresariais.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 21A função social do contrato, prevista no art.
421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da
relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela
externa do crédito.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 22A função social do contrato, prevista no art.
421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o princípio de
conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 23A função social do contrato, prevista no
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual,
mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses
metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 49Interpreta-se restritivamente a regra do art.
1.228, § 2º, do novo Código Civil, em harmonia com o princípio da função social da
propriedade e com o disposto noSantos
Maria Augusta art.Parretti
187. - 22170821830
• III Jornada de Direito Civil - Enunciado 166A frustração do fim do contrato, como
hipótese que não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a
excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421
do Código Civil.
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 360O princípio da função social dos
contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes.
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 361O adimplemento substancial decorre
dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social
do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 413Os bons costumes previstos no art. 187 do
CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de
determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios
jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 414A cláusula geral do art. 187 do Código
Civil tem fundamento constitucional nos princípios da solidariedade, devido
processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os ramos do direito.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 431A violação do art. 421 conduz à invalidade
ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas contratuais.
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• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 508Verificando-se que a sanção pecuniária
mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade
(arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação ao abuso do direito
(arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a exclusão do condômino antissocial,
desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do
art. 1.337 do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim,
asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal.
• VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 542A recusa de renovação das apólices de
seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória
e atenta contra a função social do contrato.
• VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 617O abuso do direito impede a produção
de efeitos do ato abusivo de exercício, na extensão necessária a evitar sua
manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função econômica ou
social do direito exercido.

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• - princípio da operabilidade: no sentido de facilitar
a interpretação e aplicação dos institutos do
Código Civil, por exemplo, pela adoção do sistema
de cláusulas gerais;
• - cláusulas gerais: meio hábil para permitir o
ingresso de princípios e outras diretrizes jurídicas
que preencham os conceitos jurídicos
indeterminados para a aplicação da hipótese
legal.
• - maior flexibilização da legislação
• “podem ser conceituadas como janelas abertas
deixadas pelo legislador para preenchimento pelo
aplicador do Direito, caso a caso. São exemplos de
cláusulas gerais constantes do Código Civil de 2002:
• - Função social do contrato – art. 421 do CC
• - Função social da propriedade – art. 1.228, §1º, do
CC
• - Boa-fé – arts. 113, 187 e 422 do CC”...
• Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume
único. Editora Método.
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Diferença entre cláusula geral e conceito jurídico
indeterminado
CLÁUSULA GERAL CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO
- a dúvida está no conteúdo da norma, no - a dúvida está só no conteúdo da norma, no
significado de alguma palavra ou expressão na significado de alguma palavra ou expressão do
redação do artigo de lei, e, também, na artigo legal, e não na consequência, que já está
consequência legal da aplicação da norma. definida no artigo de lei.
Exemplo de cláusula geral com conceito jurídico Exemplo de conceito jurídico indeterminado:
indeterminado: art. 421 do CC: A liberdade Atividade de risco: parágrafo único do art. 927, do
contratual será exercida nos limites da função CC
social do contrato.

- trata-se de cláusula geral, porque a consequência - não se trata de cláusula geral, porque a
do não exercício da função social do contrato, não consequência da norma já está pré-determinada
consta na norma, e, tal cláusula geral também no próprio artigo, ou seja, a responsabilidade
apresenta um conceito jurídico indeterminado – objetiva que vai recair sobre quem exercer
função social – cujo conteúdo é indefinido. atividade de risco.

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• As cláusulas gerais e os conceitos jurídicos
indeterminados presentes em vários artigos do
Código Civil de 2002, têm a finalidade de transferir
ao julgador a tarefa de preencher o sentido das
expressões indefinidas, bem como do efeito
consequente da norma, diante do encaixe do caso
Técnica concreto examinado.
legislativa de • Esse procedimento será concretizado pelo método
da ontognoseologia jurídica de Miguel Reale:
Miguel Reale • - diante do fato, o julgador deverá reputar o valor –
na concepção levando em conta a cultura, a tecnologia, a
realidade e concepção social da época e do local, o
do Código Civil momento histórico-, e, assim, preencher o
conteúdo e a consequência da norma na sua
de 2002 aplicação ao caso concreto.
• A técnica legislativa do Código Civil, permite
maior interação entre os sistemas do
ordenamento jurídico, possibilitando maior
comunicação entre as disciplinas jurídicas,
ademais a influência dos ditames constitucionais
na legislação privada – Direito Civil
Maria AugustaConstitucional.
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Comparativo entre as legislações

• CC de 1916: concebido a luz da teoria positivista de Hans Kelsen: o sistema


é fechado, há uma pirâmide de normas fechada e estática. Deve haver o
apego a literalidade da lei, pois a norma seria suficiente e o juiz a boca da lei.
• CC de 2002: visão Realeana: o sistema é aberto e dinâmico em constantes
diálogos entre fato, valor e norma. As clausulas gerais são abertas e devem
ser analisadas caso a caso, tempo a tempo.
• Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora Método.

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Direito Civil Constitucional:

• Família, patrimônio e contrato – pilares estruturais da vida privada - na pós


modernidade
• Institutos do direito privado passaram a pertencer também à ordem
constitucional
• Interpretação da legislação infraconstitucional conforme os ditames
constitucionais.

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• REFLEXOS DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA
• - o ser humano e a sua dignidade
• - a afetividade , como valor essencial da família;
• - a função social, como conteúdo e não apenas limite, da propriedade, nas
dimensões variadas;
• - o princípio da equivalência material e a tutela do contratante mais fraco, no
contrato.”
• Paulo Luiz Netto Lobo, Constitucionalização do Direito Civil. Revista de
Informação Legislativa, ano 36, nº. 141, Brasília, 1999.

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• REFLEXOS DO OBJETIVO FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA: A
SOLIDARIEDADE SOCIAL:
• CF, art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I- construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• - surgimento do Estado social – a fim de intervir nas relações privadas por meio
de normas de ordem pública, de proteção ao hipossuficiente : dirigismo
contratual – Obs: Lei 13.874/2019 – Liberdade econômica – não afasta a aplicação
das normas de ordem pública
•- interpretação e aplicação da legislação civil de acordo com os ditames
constitucionais, e por meio de diálogo com as realidades social, política e
econômica.
• - valores e interesses coletivos em detrimento dos individuais
• - paridade e equilíbrio
• - denotação social dos institutos do Direito Privado (função social dos contratos: o
contrato deve ser realizado de acordo com o contexto da razoabilidade –
distanciamento da liberdade absoluta em contratar, a todo custo – Teoria da
imprevisão – equilíbrioMaria
contratual); (função
Augusta Santos Parretti social da posse e da propriedade)
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•- REFLEXO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE OU
ISONOMIA:
•- CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes(...)
• - igualdade formal e material
• - igualdade nas relações familiares

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Eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais
• - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – título II da Constituição
Federal, a partir do art. 5º: inspirados pela dignidade humana e
pragmaticamente operacionalizam o objetivo desse princípio fundamental,
sendo meios de concretização da realização da pessoa humana.
•- eficácia vertical dos Direitos Fundamentais: temos como sujeitos dos
direitos fundamentais, o Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) como
destinatário e o cidadão como beneficiário desses direitos.
•- eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais: de ambos os lados, os
sujeitos de direitos são os próprios cidadãos, o que implica alguma
influência do âmbito dos direitos fundamentais na órbita civil.
• Ao mesmo tempo os direitos fundamentais atuam como regras de proteção
da atuação estatal em relação à dignidade do cidadão e também como
direcionamento das relações entre os próprios particulares.
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DECISÕES DOS
TRIBUNAIS

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EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE
COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES
PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS
RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no
âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas
entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais
assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos,
estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. II.
OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À AUTONOMIA PRIVADA DAS
ASSOCIAÇÕES. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer
associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritos nas leis e, em
especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da
República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O
espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à
incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos
fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limitações de
ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e
garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a
autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e
atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria
Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no
âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais.
RE 201819 /Maria
RJ –Augusta
Rio deSantos
Janeiro. STF
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STF
(2018) ADPF 548
Liberdade de expressão nas universidades
Após um dos momentos mais tensos das eleições, o STF referendou liminar
concedida pela ministra Cármen Lúcia para assegurar a livre manifestação
do pensamento e das ideias em universidades. Em seu voto, seguido por
unanimidade, a relatora salientou que os atos judiciais e administrativos
questionados na ação contrariam a Constituição Federal de 1988 e destacou
que a autonomia universitária está entre os princípios constitucionais que
garantem toda a forma de liberdade.

A ADPF foi ajuizada pela PGR contra decisões de juízes eleitorais que
determinaram busca e a apreensão de panfletos e materiais de campanha
eleitoral em universidades e nas dependências das sedes de associações de
docentes. Os juízes também proibiram aulas com temática eleitoral e
reuniões e assembleias de natureza política, impondo a interrupção de
manifestações públicas de apreço ou reprovação a candidatos nas eleições
gerais de 2018 em universidades federais e estaduais.

As medidas teriam como embasamento jurídico a legislação eleitoral, no


ponto em que veda a veiculação de propaganda de qualquer natureza em
prédiosMaria
e outros bens públicos (artigo 37 da Lei 9.504/1997).
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Indenização por abandono afetivo
• TJ/RS: 70021427695
• APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO DANOS MATERIAIS E MORAIS.
ABANDONO DO FILHO. FALTA DE AMPARO AFETIVO E MATERIAL POR
PARTE DO PAI. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REDIMENCIONAMENTO. A
responsabilidade civil, no Direito de Família, é subjetiva. O dever de indenizar
decorre do agir doloso ou culposo do agente. No caso, restando
caracterizada a conduta ilícita do pai em relação ao filho, bem como o
nexo de causalidade e o dano, cabe indenização por danos materiais e
morais. Nas demandas condenatórias, a verba honorária deve incidir sobre o
valor da condenação. Inteligência do art. 20, § 3º, do CPC. RECURSO DO
AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DO REQUEIRDO
IMPROVIDO”. (Apelação Cível Nº 70021427695, Oitava Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em
29/11/2007)
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• Indenização falso positivo HIV
• APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO INTEMPESTIVO DE UM DOS APELANTES. NÃO
CONHECIMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FALSO-
POSITIVO DE HIV. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO-HOSPITALAR
DE REDE PRIVADA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DEMORA NA
COLETA DE MATERIAL PARA CONTRAPROVA. Recurso de apelação interposto
após o prazo de 15 dias úteis da publicação da sentença não merece conhecimento.
Havendo resultados falso-positivos de HIV e não tendo sido coletado
imediatamente novo material para a realização de contraprova, faz-se
necessário reconhecer o defeito na prestação dos serviços apto a comprovar o
dever de indenização pelos danos morais suportados pela mãe, que foi
obrigada a suspender a amamentação de sua filha recém-nascida e iniciar
tratamento com medicamentos pesados, até que o resultado de novo exame
demonstrasse a ausência da infecção. Inexistindo impugnação quanto à
existência dos danos morais, bem como quanto ao valor fixado, inexistem reparos
a serem feitos na sentença. (Acórdão n.1059497, 20170310018435APC, Relator:
ESDRAS NEVES 6ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2017, Publicado no
DJE: 14/11/2017.

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• Indenização por omissão de paternidade
• STJ - REsp 922.462 - 3.ª Turma - j. 04.04.2013 - v.u - Rel. Ricardo Villas Bôas
Cueva - DJe 13.05.2013 - Área do Direito: Civil; Família e Sucessões.
INDENIZAÇÃO - Danos moral e material - Mãe que omite a verdadeira
paternidade biológica de filho nascido durante o casamento - Cônjuge
que pretende a repetição do montante pago a título de alimentos -
Inadmissibilidade - Verbas que são destinadas à subsistência do menor e são
irrepetíveis - Omissão, ademais, que viola o dever de boa fé e fere a
dignidade do companheiro - Verba devida.

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RE nº 160.222-8 STF: constrangimento ilegal a revista em fábrica
de lingerie:
E M E N T A - I. Recurso extraordinário: legitimação da ofendida -
ainda que equivocadamente arrolada como testemunha -, não
habilitada anteriormente, o que, porém, não a inibe de interpor o
recurso, nos quinze dias seguintes ao término do prazo do Ministério
Público, (STF, Sums. 210 e 448). II. Constrangimento ilegal:
submissão das operárias de indústria de vestuário a revista
íntima, sob ameaça de dispensa; sentença condenatória de
primeiro grau fundada na garantia constitucional da intimidade e
acórdão absolutório do Tribunal de Justica, porque o
constrangimento questionado a intimidade das trabalhadoras,
embora existente, fora admitido por sua adesão ao contrato de
trabalho: questão que, malgrado a sua relevância constitucional, já
não pode ser solvida neste processo, dada a prescrição
superveniente, contada desde a sentença de primeira instância e
jamais interrompida, desde então. (RE n° 160.222-RJ, Rel. Min.
SepúlvedaMariaPertence, DJ de
Augusta Santos Parretti 01/09/1995).
- 22170821830
OFENSA AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE - STF
CONSTITUCIONAL. TRABALHO. PRINCÍPIO DA IGUALDADE.
TRABALHADOR BRASILEIRO EMPREGADO DE EMPRESA ESTRANGEIRA:
ESTATUTOS DO PESSOAL DESTA: APLICABILIDADE AO TRABALHADOR
ESTRANGEIRO E AO TRABALHADOR BRASILEIRO. C.F., 1967, art. 153, § 1º;
C.F., 1988, art. 5º, caput. I. - Ao recorrente, por não ser francês, não obstante
trabalhar para a empresa francesa, no Brasil, não foi aplicado o Estatuto do
Pessoal da Empresa, que concede vantagens aos empregados, cuja
aplicabilidade seria restrita ao empregado de nacionalidade francesa. Ofensa
ao princípio da igualdade: C.F., 1967, art. 153, § 1º; C.F., 1988, art. 5º, caput). II.
- A discriminação que se baseia em atributo, qualidade, nota intrínseca ou
extrínseca do indivíduo, como o sexo, a raça, a nacionalidade, o credo
religioso, etc., é inconstitucional. Precedente do STF: Ag 110.846 (AgRg)-
PR, Célio Borja, RTJ 119/465. III. - Fatores que autorizariam a desigualização
não ocorrentes no caso. IV. - R.E. conhecido e provido.

(STF - RE: 161243 DF, Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento:


29/10/1996, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 19-12-1997 PP-00057
EMENT VOL-01896-04
Maria PP-00756)
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Alteração no registro civil sem mudança de sexo
ADI 4.275 (2018)

O Supremo entendeu ser possível a alteração de nome e gênero no


assento de registro civil mesmo sem a realização de procedimento
cirúrgico de redesignação de sexo.

A ação foi ajuizada pela PGR a fim de que fosse dada interpretação conforme à
Constituição Federal ao artigo 58 da Lei 6.015/1973, que dispõe sobre os
registros públicos, no sentido de ser possível a alteração de prenome e gênero
no registro civil mediante averbação no registro original, independentemente de
cirurgia de transgenitalização.

Todos os ministros da Corte reconheceram o direito, e a maioria entendeu que


não é necessária autorização judicial para a alteração.
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Sacrifícios de animais em rituais religiosos - Recurso Extraordinário
494.601

Um tema que, ao contrário de muitos que passam pelo tribunal, foi


decidido de forma unânime, foi a constitucionalidade do sacrifício
de animais em cultos religiosos. Os ministros julgaram
improcedente um recurso que questionava lei estadual do Rio Grande
do Sul que permite a sacralização de animais em rituais religiosos,
destacando as religiões de matriz africana.

A sessão de 28 de março foi marcada por discursos em defesa da


liberdade religiosa e acompanhada de perto por representantes de
religiões de matriz-africana que, com vestes típicas, ocupavam a maior
parte das cadeiras no plenário. No fim do julgamento, os presentes
aplaudiram de pé a decisão.

O julgamento teve início ainda em 2018, mas foi interrompido por


pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso. Por fim, a seguinte
tese foi promulgada:
Maria “É - constitucional
Augusta Santos Parretti 22170821830 a lei de proteção animal que,
RELAÇÕES CONTRATUAIS E A PANDEMIA
DO CORONAVÍRUS

• PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA


• - “poder do sujeito privado de autorregular-se, nos limites da lei (...) e que
tem na Constituição da República sua expressão maior.” Heloísa Helena
Barboza

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• Redução de aluguel comercial até o fim do ano
• O juiz Ademir Modesto de Souza, da 8ª Vara Cível do Foro Regional de Santana,
aceitou parcialmente pedido de estabelecimento comercial e reduziu em 70% o
valor do aluguel do local. A medida vale desde a data em que a empresa passou a
trabalhar à portas fechadas, por conta das medidas de isolamento social
determinadas pelos estados e municípios, até a reabertura do comércio. Após a
retomada das atividades, a redução no valor do aluguel será de 30% e valerá até 30
de dezembro.
• A requerente apresentou o pedido em razão da queda de seu faturamento em
decorrência da suspensão parcial de suas atividades. Na decisão, o magistrado
apontou que o contrato de locação não residencial constitui importante
instrumento de promoção da atividade econômica e que é necessário avaliar os
efeitos que o cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida
social. “A impossibilidade de uso do imóvel objeto da locação pelo locatário, por
força de decisão governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o
locatário também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo
determinado, daí sustentar a aplicação do artigo 567 do Código Civil para a redução
do valor do aluguel dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade
determinada pelo Poder Público”. Cabe recurso da decisão.
• Processo nº 1009521-51.2020.8.26.0001

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• 1.- (...) 3.- Constituem objetivos da República Federativa do Brasil a construção
de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento
nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das
desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem estar de todos (art. 4º),
fundados na dignidade da pessoa humana e nos valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa (art. 3º). Significa dizer um contrato de direito privado, em
que pese o respeito à autonomia da vontade, não pode ser interpretado à
luz dos exclusivos interesses das partes nele envolvidas, mas também em
função dos reflexos que ele produz na sociedade. 4.- Inegavelmente, a crise
pandêmica causada pelo COVID-19 está impactando e impactará severamente
as relações sociais e privadas, exigindo do juiz, quando chamado a intervir no
contrato, uma atuação voltada ao cumprimento de sua função social,
notadamente para dar efetividade os princípios constitucionais que constituem
o fundamento da República. Nesse sentido, cumpre avaliar os efeitos que o
cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida social, e não
apenas os efeitos que as partes dele esperam.
Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830
• (...) Sustenta o Prof. CARLOS ALBERTO GARBI, que "o princípio da integridade
do cumprimento da obrigação admite exceções. A sua flexibilização está
diretamente ligada à boa-fé objetiva e aos deveres de cooperação e
solidariedade", acrescentando que "a relativização das regras de
adimplemento é, como visto, um imperativo de justiça nas relações
obrigacionais e um fenômeno presente nos movimentos de universalização
ocidental do direito privado. Não há mais aceitação no moderno direito
contratual das posições absolutas fundadas na autonomia da vontade.

Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830


• (...)"o credor não pode se furtar hoje ao dever de cooperação e solidariedade
que a Constituição Federal e o princípio da boa-fé objetiva impõem à relação
obrigacional. Deve emprestar a sua vontade, cooperativa e solidariamente, à
modificação ou renegociação da obrigação que for necessária a dar ao devedor
os meios para a execução da obrigação, porquanto o adimplemento do
contrato não é um interesse que está submetido inteiramente à sua vontade,
visto que tem reflexos sociais" (A Intervenção Judicial no Contrato em face do
Princípio da Integridade da Prestação e da Cláusula Geral de Boa-Fé, Caderno
de Doutrina da Escola Paulista da Magistratura, 2014, p. 224 e 227).

Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830


• Escrevendo sobre a "Covid-19 e os contratos de locação em shopping center",
sustenta ALINE DE MIRANDA VALVERDE TERRA que a impossibilidade de uso
do imóvel objeto da locação pelo locatário, por força de decisão
governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o locatário
também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo determinado,
daí sustentar a aplicação do art. 567 do CC para a redução do valor d aluguel
dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade determinada
pelo Poder Público, pois, nos termos do referido dispositivo legal "se, durante a
locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá
pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva
a coisa para o fim a que se destinava".
(https://www.migalhas.com.br/depeso/322241/covid-19-e-os-contratos-de-
locacao-em-shopping-center).

Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830


• Por outro lado, dispõe o art. 317 do CC que "quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, poderá o juiz corrigí-lo, a pedido da parte, de modo
que assegure, quanto possível, o valor real da prestação", ajuntando o art. 478
do mesmo Diploma Legal que "nos contratos de execução continuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa,
com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato...", enquanto o art. 479 desse mesmo Diploma prescreve que "a
resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente
as condições do contrato". Embora o art. 478 só permita a resolução do
contrato em caso de onerosidade excessiva por motivos imprevisíveis e
supervenientes e o art. 479 do Código Civil só admita a revisão do ajuste com a
concordância de ambas partes, a conjugação desses dispositivos legais com o
arts. 567, 421 e 422 do mesmo Diploma Legal estão a permitir ao juiz a
intervenção excepcional no contrato, de forma a preservá-lo, mediante
restabelecimento de seu equilíbrio econômico-financeiro e cumprimento de sua
função social, ajustando-o aos princípios constitucionais já mencionados.
Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830
PANDEMIA E A OFENSA AOS DIREITOS
FUNDAMENTAIS

• Exercício da Medicina de Catástrofe


• - a escolha do paciente que vai utilizar o respirador, diante da inexistência de
quantidade suficiente de aparelhos – “A escolha de Sofia”
• - direito à vida
• - direito à saúde
• - dignidade da pessoa humana
• - perda de uma chance – de cura
• - responsabilidade civil do Estado?
• - reserva do possível – de acordo com a capacidade financeira do Estado?
Maria Augusta Santos Parretti - 22170821830

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