Artigo Hidro
Artigo Hidro
Artigo Hidro
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Pesquisa realizada na disciplina de Instalações Prediais I, Hidrossanitário, do curso de Arquitetura e Urbanismo
da UNIJUÍ.
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Aluna do curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ, [email protected]
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Aluna do curso de Graduação de Arquitetura e Urbanismo da UNIJUÍ, [email protected]
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Professora Mestre do Curso de Graduação de Engenharia Civil do Departamento de Ciências Exatas e
Engenharias da UNIJUÍ, [email protected].
INTRODUÇÃO
A água é um recurso finito, limitado e vital para a qualidade de vida, e apenas uma
pequena parcela de água existente no mundo pode ser consumida pelos seres humanos. No
entanto, devido a crescente urbanização das cidades o aumento da demanda de consumo da
água vem crescendo rapidamente, assim como a poluição dos mananciais, tendo como
consequência a escassez desse recurso que vem se agravando ao longo do tempo.
Portanto, visando a conservação dos recursos hídricos, diversas tecnologias vêm sendo
empregadas para economizar e reutilizar a água, principalmente em edificações residências, as
quais podem além de proporcionar a sustentabilidade do edifício, e resultar também em uma
economia de custos. Além disso Goldenfum (2005) ressalta que:
A reutilização da água e os sistemas de coleta e utilização de água da chuva
surgem como um meio de conservação da água e como alternativas para
enfrentar a carência do recurso, tanto para fins potáveis quanto não potáveis,
tornando-se uma alternativa para minimizar a sua escassez. (GOLDENFUM,
2005, pág. 1)
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METODOLOGIA
O presente resumo expandido foi elaborado a partir de uma pesquisa bibliográfica,
tendo como principal objetivo aprofundar os conhecimentos referente às diferentes formas do
reuso da água, de maneira eficiente e sustentável. A pesquisa teve como fonte de estudo
materiais publicados em artigos, teses, revistas, dissertações, podendo ser realizada como
parte de uma pesquisa experimental ou descritiva, tendo como finalidade que o pesquisador
entre em contato direto com o material escrito.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas edificações residenciais, o uso de água ocorre com maior frequência nos
banheiros, sendo que de acordo com Tomaz (2003) o vaso sanitário e o chuveiro são os
principais responsáveis pelo consumo de água. Outros elementos que utilizam da água
potável, mas que não tem a necessidade e poderiam ser atividades feitas com o reuso da água,
são segundo Lamberts (2010) tarefas como a rega de jardim, lavagem de automóveis e
calçadas, descarga de vasos sanitários e também a lavagem de roupas, representando em torno
de 50% da água potável utilizada nas edificações residenciais.
Considerando as diversas finalidades que a água reutilizada pode ter, é importante que
se tenha uma qualidade requerida, desse modo a utilização das águas cinzas claras tratadas é
uma alternativa de reuso muito eficiente, considerando que:
O reuso das águas cinzas claras pode ocorrer de forma direta ou indireta para uso
potável e também para o reuso não potável, pode ser classificado de acordo com o nível de
qualidade para determinado tipo de atividade que esse recurso será utilizado. No entanto, o
reuso potável direto acontece de forma planejada, ocorre quando a água recebe um tratamento
avançado, e após o esgoto tratado é reutilizado no sistema de água potável.
Já o reuso potável indireto é feito quando o esgoto, após tratamento, é inserido em
águas superficiais ou subterrâneas para diluição e purificação natural e posteriormente
captada, tratada e disposta para uso potável. E o reuso não potável é usado de acordo com a
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qualidade que as atividades posteriores requerem, como por exemplo usos: industriais,
agrícolas e domésticos, como em rega de jardins, lavagem de pisos e descargas sanitárias.
Para o tratamento do reuso das águas cinzas claras existem diversos sistemas, um dos
meios mais utilizados para o reaproveitamento dos efluentes domésticos é o feito por zonas de
raízes, um tratamento de caráter biológico que reaproveita a água para utilizações não
potáveis. De acordo com Fagundes et al. (2010), os efluentes são conduzidos ao tanque, onde
camadas alternadas de pedras, solo e areia funcionam como filtro, e as espécies cultivadas
potencializam o tratamento do esgoto. Segundo Lamberts (2010):
Após passarem pelo tratamento de zonas de raízes, as águas são encaminhadas para
um reservatório de armazenamento enterrado, tal reservatório separado das instalações
hidráulicas do sistema de água potável, não sendo permitida conexões e cruzamentos entre os
dois reservatórios.
Outra fonte de água proveniente de sistemas de reaproveitamento, é a água da chuva
por sistema de captação direta, a qual possui uma qualidade favorável que pode atender
diversas atividades, principalmente aquelas que não são para uso potável. Devido a
contaminação que a água da chuva sofre ao entrar em contato com a superfície terrestre, como
a fuligem de telhados, poeira e demais substâncias que diminuem a qualidade de água e então,
segundo Goldenfum (2006), se faz necessário que os “sistemas de coleta sejam construídos e
mantidos de forma adequada e a água seja tratada apropriadamente, conforme o uso previsto”,
para ter se água limpa e confiável.
As águas pluviais tornam-se uma atraente fonte de utilização principalmente em
centros urbanos populosos e com o abastecimento de água potável escasso, embora esta
ocorra normalmente em áreas onde a atmosfera é poluída. Portanto, para a remoção dos
poluentes pode-se utilizar filtros como o por meio filtrante inerte ou com granulometria
variável.
No entanto, os reservatórios de água da chuva necessitam de cuidados que
proporcionem a segurança sanitária com manutenção e melhoria da qualidade dessa água.
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Eles devem ser limpos aproximadamente a cada ano, para a remoção dos acúmulos de
sedimentos, além disso, a tampa do reservatório precisa ser mantida fechada para que não
ocorra contaminação da água por insetos, pássaros e outros animais, além de barrar a entrada
da luz do sol, evitando a proliferação de algas e outros microrganismos.
Desse modo, o sistema de aproveitamento de água da chuva possui uma simples
elaboração, de baixo custo e que além de contribuir para a conservação da água, apresenta
uma boa eficiência econômica. De acordo com Zaizen et al. (1999), o “controle da drenagem,
prevenção de enchentes, conservação de água, restauração do ciclo hidrológico em áreas
urbanas, e educação ambiental”, são alguns dos benefícios da utilização da água da chuva que
estimulam a aumentar sua aplicação visando a economia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os sistemas de reuso e aproveitamento de água para atividades de uso não potável são
formas eficientes para economizar água potável e evitar seu desperdício. Particularmente em
edificações residenciais, o uso da água acontece de maneira elevada nos ambientes como o
banheiro, porém com formas de aproveitamento das águas cinzas claras e reaproveitamento de
água da chuva, esse uso irracional pode ser evitado. Demonstra-se também a importância da
qualidade da água proveniente do reaproveitamento, limitando-se muitas vezes a atividades de
uso não potável, que ainda assim representam alto índice de consumo.
Com o devido controle das características desse recurso para reuso, visando a
atividade na qual será empregada, a redução de consumo e a minimização de desperdícios
dos efluentes pode ser uma maneira muito eficaz para promover a economia de custos e
também desse importante recurso hídrico. Portanto, é notório que o reuso das águas em
edificações residenciais promove diversos benefícios ligados ao consumo consciente da água,
utilizando de forma racional os recursos hídricos por meio de tecnologias sustentáveis que
vêm se aprimorando ao longo do tempo.
Palavras-chave: Água. Reaproveitamento. Reuso. Sustentabilidade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS