Revisão V2 - DIREITO PENAL I - Documentos Google

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Entenda o que é a teoria do crime:

A Teoria do Crime é uma disciplina do Direito Penal que abrange vários conceitos, como
crime, fato típico, ilicitude e culpabilidade. Serve para verificar se um fato é enquadrado
como um crime previsto na lei penal.

A teoria é, em resumo, o conjunto de regras e requisitos usados para determinar se o fato é


um crime. Envolve aspectos relacionados ao conceito de crime e à atribuição de uma pena
para a atitude.

A teoria também é conhecida pelos seguintes nomes: Teoria Geral do Crime e Teoria Geral
do Delito.

O que é um crime?
Saber o que é um crime é o primeiro conceito importante. Crime é um ato proibido
pela legislação penal, que possui a determinação de uma pena como
consequência, caso seja praticado.

É um fato que tem como consequência um dano a um bem jurídico que é protegido
por lei penal.

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Por exemplo: o crime de homicídio atinge o bem jurídico "vida", que é tutelado
(protegido) pela lei.

Por definição de seus elementos, um crime será todo fato que for típico, ilícito e
culpável.

Elementos do crime
Um crime é formado por três componentes: tipicidade, ilicitude e culpabilidade.

● Tipicidade: inclui conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.


● Ilicitude: pode incluir características como excludentes de ilicitude, legítima
defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de um dever legal e
exercício regular de um direito.
● Culpabilidade: inclui os conceitos de imputabilidade (responsabilidade),
exigibilidade de uma conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude.

Tipos de crimes
Os crimes possuem uma classificação própria, de acordo com algumas
características. Veja:

● Crimes comissivos: o crime comissivo é definido pela prática de uma ação


que a lei considera criminosa.

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Por exemplo: agredir uma pessoa durante uma discussão (crime de lesão
corporal).
● Crimes omissivos: o crime ocorre quando o indivíduo deixa de fazer uma
ação que deveria. Nesse caso, é a omissão da conduta que caracteriza o
crime.
Exemplo: deixar de socorrer uma vítima de acidente (crime de omissão de
socorro).
● Crimes omissivos impróprios: o crime acontece quando o indivíduo tem a
obrigação de evitar uma conduta (resultado) e não o faz.
Por exemplo: uma pessoa é responsável pelos cuidados com uma criança
que, por seu descuido, sofre um acidente.

Crime e fato típico


Os conceitos de crime e de fato típico são relacionados, já que o fato típico é
considerado o primeiro elemento que caracteriza um crime.

O fato típico é a indicação de que um ato praticado consiste em uma conduta que a
lei considera como criminosa. É composto por quatro elementos: conduta, resultado,
nexo causal (relação de causalidade) e tipicidade.

A conduta é o comportamento (ação) praticado pela pessoa. Exemplos: agredir


alguém, dirigir sob efeito de bebida alcoólica (e assumir o risco de causar um
acidente de trânsito).

O resultado é a modificação causada pela ação tomada. Por exemplo: lesão


corporal causada na pessoa agredida, morte de uma pessoa por atropelamento.

O nexo de causalidade é a comprovação da relação entre o ato e o resultado. Por


exemplo: nas situações citadas, o nexo de causalidade é a comprovação da relação
existente entre a agressão e as lesões causadas ou a comprovação de que o
atropelamento aconteceu em razão da embriaguez ao volante.

Já a tipicidade é o enquadramento da lei para conduta praticada. Exemplo: o crime


de lesão corporal é determinado no artigo 129 do Código Penal (ofender a
integridade corporal ou a saúde de outrem). O crime de homicídio na direção é
enquadrado no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro (praticar homicídio
culposo na direção de veículo automotor).

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O que é um Crime: De acordo com o conceito
dogmático, crime é a ação típica, antijurídica e culpável,
de onde se deduz que além dos requisitos
anteriormente tratados (tipicidade e antijuridicidade) a
ação deve ser culpável. A culpabilidade, no sentido lato,
é o núcleo do tipo penal subjetivo; é a vontade culposa

FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL

Crime é um ato que é proibido por lei e que tem uma pena determinada caso
seja realizado. É uma ação praticada por uma pessoa que vai contra a lei e que
recebe uma punição.

O crime é uma atitude, que pode ser cometida por uma pessoa ou por um grupo,
que viola a lei penal e tem consequências punitivas (aplicação de uma pena).

O termo tem origem do latim crimen que significa “ofensa, acusação”.

A Lei de Introdução ao Código Penal (lei nº 3.914/41) define crime dessa maneira:

Art 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de

reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou

cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a

que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou

ambas, alternativa ou cumulativamente.

Como se caracteriza um crime


O crime é caracterizado por uma atitude que causa um dano a um bem que é
protegido pela lei, como a vida e a propriedade privada, por exemplo.

O bem protegido pela lei é chamado de bem jurídico tutelado.

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Quais são as fases de um crime?
Um crime passa por cinco etapas, desde o surgimento da ideia até o momento em
que é praticado e consumado.

As fases são chamadas de iter criminis, essa expressão em latim significa "caminho
do crime".

1. Fase de cogitação: nessa fase surge a ideia a respeito do crime, ou seja, a


pessoa cogita cometer o crime, mas isso não significa que ele será praticado.
O crime cogitado, se não for concluído, não tem punição, já que ainda não
existe o dano ao bem jurídico.
2. Fase de preparação: nesta etapa quem pretende cometer um crime começa
a tomar as providências necessárias para realizá-lo, são os atos
preparatórios para a prática do crime. Em geral os atos de preparação, antes
da consumação do crime, não são motivo para aplicação de uma punição, a
menos que também se tratem de alguma conduta que seja proibida pela lei.
3. Fase de execução: essa é a etapa em que o crime realmente acontece. É
quando o criminoso leva os atos preparatórios à prática. A execução do crime
pode ser feita com sucesso ou não, isso vai determinar se o crime foi
consumado ou tentado e os dois casos são puníveis pela lei.
4. Fase de consumação: a consumação acontece quando o crime é colocado
em prática e o resultado planejado é atingido.
5. Fase de exaurimento: a última etapa é relacionada às ações do criminoso e
às circunstâncias que podem ser consideradas para a aplicação da pena,
como as condutas agravantes e atenuantes. As agravantes podem aumentar
a quantidade de pena e as atenuantes podem diminuir a pena.

Principais tipos de crime


Cada crime gera um dano a um bem jurídico diferente e, portanto, os crimes são
classificados de acordo com o planejamento, forma de execução e consumação do
ato (crime em si).

Conheça as principais classificações de um crime:

Crime simples
São os crimes previstos em um único tipo penal, a conduta praticada corresponde
a um crime que é previsto na lei penal.

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Exemplo: crime de homicídio (matar alguém).

Crime complexo
É o crime que resulta da união de dois ou mais tipos penais, ou seja, de dois ou
mais crimes.

Exemplo: crime de extorsão mediante sequestro, envolve o crime de sequestro mais


o crime de extorsão.

Crime conexo
Crime conexo acontece quando dois ou mais crimes são praticados e entre eles
existe uma relação. Se for confirmada a conexão entre os crimes, eles devem ser
julgados em conjunto.

Exemplo: um criminoso que mata a mãe de uma criança com o objetivo de


conseguir sequestrá-la.

Crime impossível
É chamado de crime impossível o ato que poderia ser considerado um crime,
mas por uma razão específica acaba por não se tratar de um crime.

Por exemplo: tentar praticar um homicídio com uma arma sem munição.

Crime comum
É o crime que causa dano a um bem jurídico e que pode ser praticado por qualquer
pessoa. Os crimes comuns são os crimes que não se encaixam em tipos especiais
(como os crimes hediondos).

Exemplos: furto, roubo, estelionato e homicídio.

Crime hediondo

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São os crimes considerados mais graves, que causam mais aversão e reprovação
social. Os crimes hediondos são definidos e regulamentados na lei nº 8.072/90 (Lei
dos Crimes Hediondos).

São exemplos: latrocínio (roubo seguido de morte), estupro, exploração sexual de


criança ou adolescente e extorsão mediante sequestro.

Crime próprio
É o crime que só pode ser cometido por uma determinada categoria de pessoas,
pois se entende que o criminoso tem uma condição específica para cometer o
ato.

Exemplo: crimes que só podem ser praticados por funcionários públicos no exercício
de suas atividades de trabalho, como é o caso do peculato.

Crime de mão própria


O crime de mão própria é um crime comum, com a diferença que só pode ser
cometido pela própria pessoa, ou seja, só pode cometer o crime quem está em uma
situação específica que permite isso. Também são chamados de crime de atuação
pessoal.

Exemplo: crime de perjúrio (falso testemunho).

Crime de mera conduta


São crimes ligados à conduta executada. São crimes menos graves, em geral são
enquadrados como contravenções penais (São infrações penais consideradas
menos graves. São exemplos desse tipo de infração penal a prática do jogo do
bicho, a direção perigosa de veículo, perturbação do sossego. As penas nesses
casos são mais leves, podendo ser de prisão simples, pelo período de no máximo
cinco anos, e multa)

Exemplos: porte ilegal de arma e omissão de socorro.

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Crime de perigo
São os crimes que se consideram cometidos (consumados) com a exposição ao
perigo. Ou seja, a exposição ao perigo basta para que o crime tenha acontecido,
não é preciso haver uma lesão ou dano.

Exemplos: incêndio, perigo de contágio venéreo e rixa (briga com envolvimento de


pelo menos três pessoas).

Crime comissivo
É o crime que acontece quando a conduta de uma pessoa vai contra uma da
proibição lei.

Crime omissivo
O crime omissivo acontece quando o indivíduo deixa de fazer algo que poderia ou
deveria fazer.

Exemplo: quando uma pessoa tem a possibilidade de evitar que um acidente


aconteça, mas ela não evita.

Crime material
Este crime leva em conta a conduta e o evento acontecido. Para um crime material
ser consumado é preciso que exista uma alteração no estado do bem atingido.

Exemplo: homicídio (a alteração de estado nesse caso é a perda do bem da vida).

Crime instantâneo
O crime instantâneo é cometido em um único instante e tem resultado imediato.

Exemplos: homicídio e lesão corporal.

Crime permanente

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É o crime que causa uma situação danosa ou perigosa que se prolonga com o
passar do tempo, ou seja, é um crime que acontece durante um período.

Exemplo: sequestro e extorsão mediante sequestro.

Crime continuado
O crime continuado acontece quando o criminoso tem várias condutas diferentes e
assim pratica dois ou mais crimes da mesma espécie.

Por exemplo: a prática contínua de aplicação de golpes a várias pessoas diferentes.

Crime habitual
O crime habitual é caracterizado por uma conduta criminosa que é repetida como
um hábito. Esse aspecto é indispensável para configurar um crime habitual

Exemplo: exercício ilegal de uma profissão para a qual não se tem autorização.

Crime progressivo
Este tipo de crime ocorre quando, para alcançar um resultado mais grave (um crime
mais grave) o agente comete uma conduta menos grave.

Exemplo: lesão corporal que leva à morte. Para praticar o crime de homicídio foi
praticado o crime de lesão corporal.

Crime tentado
Chama-se crime tentado quando, depois que é iniciada a execução da ação, o
crime não é consumado por motivos que não eram da vontade do agente. O crime
é tentado, mas não é concluído.

Exemplo: o criminoso pratica um atropelamento com a intenção de matar a vítima,


mas ela sobrevive. Nesse caso se trata de uma tentativa de homicídio.

Crime doloso

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É o crime cometido quando o sujeito quer ou assume o risco do resultado. Ou
seja, no crime doloso existe a vontade do agente para cometer o crime.

Exemplo: crime de homicídio (quando é premeditado pelo criminoso).

Crime culposo
Um crime é culposo quando o sujeito causa o resultado criminoso, mas não tinha a
intenção. Nesse caso ele poderia prever que o resultado seria um crime e mesmo
assim decidiu correr o risco.

Por exemplo: dirigir sob o efeito de bebida alcoólica e atropelar uma pessoa. Não
havia a intenção do atropelamento, mas ao dirigir embriagado o agente optou por
correr o risco.

Crime preterdoloso
É o crime que tem duas condutas, sendo a primeira dolosa (com intenção) e a
segunda culposa (sem intenção).

Por exemplo: lesão corporal seguida de morte. Havia a intenção de cometer a lesão
corporal, mas não havia a intenção de causar a morte.

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

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