Eneg - 2003 - Comunicações - Comunicações - Tema 05 - Camacho, Ana
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DO CARVOEIRO
RESUMO
Atenta a essa realidade e dando sequência ao trabalho iniciado por dois alunos de Eng.ª do
Ambiente da Universidade de Aveiro , no âmbito da cadeira de projecto , o modelo EPANET está a ser
implementado pela empresa Águas do Vouga no Sistema Regional do Carvoeiro.
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1. INTRODUÇÃO
As captações, poços de grande diâmetro e furos executados no aluvião do rio Vouga. Estão
instalados dez grupos de bombagem.
O SRC é dotado de duas estações elevatórias principais em série (EE1 e EE2), que encaminham
a água previamente tratada, para o Reservatório Principal de Albergaria (RPA).
Captações→EE1 →EE2→RPA
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A partir da Estação Elevatória EE1, é também feita a bombagem para os reservatórios de
Macinhata do Vouga (R1) e de Mouquim (R16). No RPA é feita a bombagem para o reservatório de
Albergaria-a-Nova (R4). O sistema elevatório é constituído por um total de 21 bombas, distribuídas da
seguinte forma:
Captações→EE1 (10bombas)
EE1 → R16 (2 bombas)
EE1 → R1 (2 bombas)
EE1 → EE2 (4 bombas)
EE2 → RPA (4 bombas)
RPA → R4 (2 bombas)
O sistema de condutas gravíticas tem uma extensão de cerca de 110 Km e é constituído por
tubagens de diversos materiais e diâmetros, desde o Ferro Fundido Dúctil (FFD), Ferro Fundido,
Fibrocimento, Fibra de Vidro até tubagens em PVC.
Este sistema transporta a água até aos diferentes reservatórios implantados de acordo com os
aglomerados populacionais dos vários concelhos.
Captações→EE1→EE2→RPA
1 bomba
2 bombas
2.4. Reservatórios
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O abastecimento a estes reservatório é regulado pelas alturas de água máxima e mínima
estabelecidas para cada um deles e funcionam por ciclos de sucessivos enchimentos e esvaziamentos.
Os reservatórios de Albergaria-a-Velha (R2), Aveiro (R6) e Torreira (R15) são a excepção. Nos
reservatórios R2 e R15 a entrada de água é regulada por um flutuador e no R6 o caudal de entrada de
água do SRC é mantido constante ou alterado pontualmente pelo operador.
Após a captação, a água é enviada para uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no lugar do
Carvoeiro, anexa á EE1. A água é submetida a uma desinfecção com cloro gasoso e remineralização
com cal e CO2. Para além destes tratamentos, existem sistemas de recloragem nos reservatórios R7,
R8, R9, R10, R11 e R12.
3. EPANET
O EPANET foi concebido para ser uma ferramenta de apoio à análise de sistemas de
abastecimento, melhorando o conhecimento sobre o transporte e o destino dos constituintes da água
para consumo humano. Pode ser utilizado em diversas situações onde seja necessário efectuar
simulações de sistemas de abastecimento. O estabelecimento de cenários de projecto (p.ex., expansão
de uma rede existente), a calibração de modelos hidráulicos, a análise do decaimento do cloro residual
e a avaliação dos consumos constituem alguns exemplos. O EPANET pode ajudar a analisar
estratégias alternativas de gestão, de modo a melhorar a qualidade da água através do sistema,
através de, por exemplo:
Em ambiente Windows, o EPANET fornece um ambiente integrado para editar dados de entrada
da rede, executar simulações hidráulicas e de qualidade da água e visualizar os resultados em vários
formatos. Estes últimos incluem a possibilidade de visualizar mapas da rede com codificação a cores,
tabelas de dados, gráficos de séries temporais e gráficos de isolinhas.
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4. MODELO DO SISTEMA REGIONAL DO CARVOEIRO
Com base no manual de utilização do programa em causa, sabe-se que alguns dados são
obrigatórios, e sem eles não há qualquer possibilidade de simulação, sendo mostradas mensagens de
erro pelo programa aquando da sua falta.
Assim sendo, relativamente aos objectos físicos que constituem o Sistema Regional de Carvoeiro
foi necessário definir:
Nós:
¾ Consumo nos nós
¾ Cota de posição
Bombas:
¾ Curva de funcionamento da bomba
Condutas:
¾ Comprimento
¾ Diâmetro
¾ Coeficientes de rugosidade2
¾ Estado (aberto, fechado ou contendo uma válvula de retenção)
Válvulas:
¾ Diâmetro
¾ Tipo
¾ Parâmetro de controlo
1 Para reservatórios cilíndricos corresponde ao diâmetro corrente. Para reservatórios quadrados ou rectangulares, pode
utilizar-se o diâmetro equivalente.
2 No Manual não se encontra referenciado o valor do coeficiente de rugosidade das condutas de fibra de vidro. Optou-se por
utilizar o valor de 160, que foi recomendado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).
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Depois de introduzidas as condições físicas do Sistema no programa, foi necessário definir as
condições de operação do SRC. Para a sua definição, separou-se o sistema em dois sub-sistemas,
para a afinação de cada uma dessas partes.
No primeiro, considerou-se toda a parte gravítica do sistema a partir do RPA. Neste caso,
considerou-se o RPA como um reservatório de nível fixo (uma fonte de água e afinaram-se os
consumos e os caudais existentes ao longo do sistema.
Figura 1 – Ambiente de trabalho (Parte gravítica, exemplo da introdução do consumo 125 L/s referente
ao reservatório de Aveiro).
O primeiro passo foi saber quais os consumos médios horários de cada reservatório. Com base
nos relatórios anuais do SRC de 2001 e 2002 foi possível estabelecer o caudal médio diário anual,
atendendo a que a informação disponível apenas fornece o volume mensal de água consumida.
Foram colocados nós ligados a todos os reservatórios de entrega de água por uma tubagem sem
qualquer significado físico, onde foram definidos os consumos, isto porque o programa não permite
atribuir consumos aos reservatórios. Considerou-se que estes consumos seriam constantes ao longo
do período de simulação, desprezando a sua variação ao longo do tempo.
Outro aspecto fundamental ao bom funcionamento desta parte do sistema é o modo como é
regulada a entrada de água nos reservatórios. A maioria dos reservatórios funciona por ciclos
sucessivos de enchimento e esvaziamento. Nestes casos a água entra até ser atingido o nível alto
fixado para o reservatório. Neste momento é fechada a conduta de entrada de água no reservatório,
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até que, através do consumo, esta atinja ao nível baixo. Quando este nível é atingido, a conduta volta
ser aberta voltando a entrar água no reservatório. Este ciclo repete-se as vezes que forem necessárias
para satisfazer o consumo médio em cada reservatório.
Para retratar esta situação, foram estabelecidos controlos simples, que alteram o estado da
tubagem entre aberto/fechado com base na pressão no nó (nível de reservatório).
Figura 2 – Ambiente de trabalho ( Controlos Simples e variação do nível de água nos reservatórios
R12, R9 e R8).
Nos reservatórios R2 e R15, a entrada de água é regulada por um flutuador. Nestes casos, à
medida que o nível de água nos reservatórios vai baixando, aumenta o caudal de entrada. Como o
programa não considera esta opção, a solução encontrada foi a de colocar uma válvula à entrada dos
reservatórios, que simule uma perda de carga variável de modo a que o caudal de entrada corresponda
ao real.
As diversas simulações indicaram a presença de pressões excessivas no SRC. Este facto foi
solucionado mediante ajuste dos parâmetros de controlo das válvulas redutoras de pressão às
condições reais.
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Posteriormente e para simular o modo de funcionamento das bombas,
Captações→EE1→EE2→RPA, foi necessária a introdução de controlos simples e controlos com
condições múltiplas.
Esta fase revelou-se de grande complexidade, uma vez que o funcionamento das bombas além
de ser baseado nos níveis do RPA e das Estações Elevatórias, é igualmente afectado pela variação
dos consumos dos reservatórios ao longo do período de simulação e pela aleatoriedade do modo de
operação praticado pelos diferentes operadores3.
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Figura 4 – Ambiente de trabalho ( Modelo a calibrar).
A Calibração é uma fase indispensável da modelação, sendo um processo interactivo que requer
interpretações criteriosas e efeitos secundários muito benéficos (cadastro, situação de válvulas, etc.)
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A calibração do modelo de simulação aplicado ao SRC, visou uma aproximação do modelo à
realidade, de modo a permitir ganhar confiança nos resultados não medidos do modelo e permitir usar
o modelo para condições diferentes das usadas na calibração.
Após a realização destes procedimentos, concluiu-se que, por erros de introdução de dados ou
má interpretação da situação real da rede, alguns dos valores que constavam no Modelo não
correspondiam aos valores reais, tendo sido alterados.
A primeira alteração feita no modelo foi o ajuste das curvas de funcionamento das bombas à
instalação. No Modelo estavam associadas a cada bomba as respectivas curvas de funcionamento
fornecidas pelo fabricante. Foi necessário ajustar a curva teórica à curva da instalação.
O passo seguinte foi a calibração da parte gravítica do sistema. Aqui a primeira conclusão a que
se chegou, é que os consumos médios diários do ano de 2002 não representavam devidamente a
realidade para efeitos de calibração, uma vez que os consumos representativos dos períodos de Verão
e de Inverno eram atenuados. Optou-se por utilizar os consumos médios diários do mês de Janeiro de
2003, como representativos dos consumos de Inverno nos vários reservatórios do sistema.
Com base nos níveis dos reservatórios verificou-se que, no Modelo, os caudais de entrada em
alguns dos reservatórios eram demasiado elevados, devido à utilização de coeficientes de rugosidade
teóricos e ao desprezo das perdas de carga localizadas. Por este motivo, tornou-se necessário fazer
ajustes nos coeficientes de rugosidade das tubagens de entrada nos reservatórios, até existir uma
aproximação entre os caudais de entrada reais e os caudais fornecidos pelo Modelo. Esta foi uma
tarefa morosa, devido à não existência de medidores de caudal à entrada dos reservatórios, e ao facto
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de alguns deles serem de grande volume e/ou terem consumos reduzidos o que os leva a encherem
durante pouco tempo.
6. SIMULAÇÃO
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Quadro 1 – Níveis dos reservatórios às 9:30.
9:30 NÍVEL (REAL)
RPA 2.9
R1 2.74
R2 3.04
R3 2.83
R4 3.03-3.05
R5 2.38
R6 2.77
R7 2.22
R8 2.35-2.39
R9 2.55-2.59
R10 1.62
R11 1.81
R12 2.72
R15 3.29
R16 1.62
Foram inseridos no Modelo os valores dos níveis dos reservatórios e executada a simulação,
tendo como meio de comparação os valores reais dos níveis dos reservatórios, retirados do sistema de
telegestão.
A análise comparativa dos resultados permite verificar que o Modelo apresenta valores
aproximados para a maioria dos reservatórios. As diferenças verificadas nos níveis do modelo em
relação aos níveis reais, encontram justificação no facto dos consumos reais terem variado em relação
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aos consumos médios considerados. Quanto à diferença encontrada nos níveis do R2, resulta do facto
de neste dia a entrada de água no reservatório ter estado fechada.
7. CONCLUSÃO
O Modelo da rede do Sistema Regional do Carvoeiro, encontra-se numa fase em que pode ser
utilizado como modelo de exploração do sistema, sendo um instrumento de apoio à definição ou
optimização de estratégias de operação (horário de bombagem, abertura ou fecho de válvulas, entre
outros). Pode também ser utilizado para analisar os efeitos na rede, de possíveis alterações ou
ampliações no sistema. Os aspectos de qualidade da água ainda não se encontram calibrados .
BIBLIOGRAFIA
a) Livro
ROOSMAN, L. A. – “EPANET users manual”, Risk Reduction Eng. Lab., US. Envir. Protection
Agency, Cincinnati (Ohio), 2000.
b) Sites da Internet:
http://www.epa.gov/ORD/NRMRL/wswrd/epanet.html
http://www.dh.lnec.pt/Nes/Epanet
http://www.epa.gov/safewater/
http://www-ext.lnec.pt/
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