A Catequese Na Missão Evangelizadora Da Igreja
A Catequese Na Missão Evangelizadora Da Igreja
A Catequese Na Missão Evangelizadora Da Igreja
FAJOPA
TEMA 1
"O catequista e sua vocação: dom e compromisso a serviço do Reino de Deus"
A experiência de Deus
- Ser catequista é deixar-se seduzir por Deus: “seduziste-me, Senhor...”, como o profeta
Jeremias.
- O profeta Jeremias, mesmo diante de todas as perseguições, não se deixou abater, pois
deixou que o Senhor o seduzisse.
- Paulo: “não sou mais eu quem vivo, é Cristo que vive em mim” – devemos transmitir a
Cristo com nossa vida.
- Não acreditamos em qualquer deus, mas em Deus que se revelou através de Jesus Cristo.
- Teresa de Ávila: a experiência de Deus não depende de lágrimas, mas servir a Deus com
justiça, fortaleza de ânimo e humildade.
- Justiça:
conformar minha vida ao projeto de Jesus – mais encontro a Jesus;
Isaías: necessidade de purificar-se das más ações e servir aos mais necessitados;
Se minhas orações me afastam dos mais necessitados, é porque minha oração não é
verdadeira.
- Fortaleza de ânimo:
Entusiasmo, paixão, energia, alegria;
Catequistas desanimados e negativos não servem para ser catequistas;
Catequistas devem transmitir vida e alegria... a alegria do Evangelho (Francisco).
- Humildade:
O que mais nos afasta de Deus é o orgulho e a autossuficiência;
Saber quem somos;
Orgulho: grande pecado de Adão e Eva – querer ser igual a Deus.
- Charles de Foucault: “Depois que me encontrei com Jesus Cristo, não pude viver a não ser
por Ele”.
- Qual é a minha experiência de Deus? Quais foram os momentos fortes dessa experiência?
- O catequista deve estar próximo de seus catequisandos, que devem se sentir amados.
- O catequista não sabe tudo. Não é prepotente e dominador dos demais. Deve ter paciência,
pois o próprio Jesus teve paciência com seus apóstolos.
- Vivemos num mundo secularizado, onde a vida das pessoas não se refere mais à Jesus
Cristo, mas à moda e à cultura. Por isso, precisamos de uma catequese que inicie à vida
cristã.
- Sociedade pluricultural
- Pluralidade religiosa
- Pessoas sem referências cristãs, que nunca frequentaram uma Igreja / Noções superficiais
da fé.
- Mesmo as pessoas que vivem da religiosidade popular / muitas foram batizadas, mas
poucas foram verdadeiramente evangelizadas.
- A proposta da Igreja é a utilização do método catecumenal, com 4 etapas:
Kerigma – Deus nos ama, enviou Seu Filho para nos salvar e o Espírito Santo continua
conosco;
Catecumenato – conteúdo da catequese / referência sempre é a Bíblia, enriquecida
pelo Catecismo da Igreja Católica;
Iluminação e purificação – Batismo, renovação do Batismo / Vigília Pascal;
Mistagogia – aprofundar os Mistérios celebrados a partir do Cristo Ressuscitado.
- Catequese evangelizadora.
TEMA 2
"A Revelação Divina e sua transmissão"
- A Revelação Divina e sua trans-missão – Igreja em saída, que dialoga com a sociedade, que
conversa com a realidade e cumpre com sua missão de transcender a si mesma para anunciar
o Reino e a mensagem de Cristo.
- CVII – 1963-1965
Aponta a Revelação como uma tensão entre o antigo e as novidades;
Diálogo com as pessoas de bem que estão fora da Igreja (médicos, cientistas,
psicólogos, ciências, biologia, neurociências);
O ponto mais alto da Revelação é Jesus Cristo
- Deus, em sua autorrevelação, se deixa ver e se deixa encontrar. Fala conosco, permite que
O escutemos, que interajamos com sua vida, com seu amor e sua Misericórdia – CVII.
- Ecumenismo com as religiões cristãs – não podemos digladiar, mas unirmo-nos em favor
do bem comum.
- As novidades são respostas humanas / é o próprio Deus que se faz resposta com o caminhar
da humanidade.
- Deus não cria todas as coisas e deixa tudo ao léu, mas caminha com o homem e com a
criação.
- Jesus nos ajuda a entender a Vontade do Pai em nossa vida. Deus que cria, Cristo que salva
e o Espírito Santo que santifica.
- A Trindade é um espelho que deve iluminar nosso coração, que deve ser nosso ponto de
referência.
- Nº. 02 DV
Deus se revela a Si mesmo – transcende a noção unilateral da Revelação Divina –
Deus se deixa conhecer e ao Mistério de Sua vontade;
Por meio de Jesus Cristo temos acesso ao Pai pelo Espírito Santo;
Nos tornamos participantes da vida divina;
Um Deus invisível se torna visível;
Um Deus inefável se torna alcançável;
Em tudo aquilo que Deus criou existe uma gramática divina que devemos aprender a
ler (Bento XVI);
A Revelação divina é um convite a todos – um convite à comunhão: um movimento da
Trindade para fora de Si.
- O homem rompe com os limites postos por Deus, rompe com a comunhão perfeita com o
Criador, excluindo-se do jardim, negando a vida plena. Agora, há um Deus que busca o ser
humano.
- Deus não se contenta com coisas quebradas, divididas, e vai ao encontro do último, fazendo
com que ele seja próximo e o primeiro destinatário do Seu Amor.
- Deus se revela e, ao mesmo tempo ensina qual a imagem de ser humano – Jesus Cristo.
- Na catequese não temos somente doutrina, as criar aliança de Deus com cada catequisando,
e reforçar essa ligação de cada um com a comunidade e da comunidade com a pessoa, à luz
da Santíssima Trindade.
- Simultaneidade – Deus que revela coisas novas e antigas. A Revelação não é um baú, mas
algo vivo, dinâmico, que se expande, que sempre acrescenta algo à sua vida e à sua
dinâmica. Ela tem seu ápice em Jesus, sempre, mas nunca está acabada.
- GS, 1 – As alegrias e tristezas do homem dizem respeito à Igreja. Não há como separar a
Revelação da nossa fé, nossa prática de fé da realidade.
- GS, 22 – O Cristo, humano, que revela Deus ao ser humano / Um Deus que caminha
conosco. Não é um Deus do Olimpo, mas que sofre conosco, que se alegria conosco, que
vive conosco.
- A Revelação não é só um conteúdo a ser passado, mas uma vivência de fé que deixamos
como herança, como aquilo que temos de mais sagrado.
- A Revelação Divina não é objeto, mas um Sujeito que faz de cada um de nós sujeitos. Não
somos expectadores, mas participamos.
- Dinâmica do “já e ainda não” – Reino presente, mas não completo / exige uma resposta de
nós para ajudar a crescer este Reino.
- A consciência é terra santa, por isso devemos tirar as sandálias dos pés.
- Deus tem um sonho e quer que sonhemos este sonho com Ele.
- Não podemos nos contentar com o mais ou menos, mas como filhos e filhas de Deus.
- Etapas da Revelação
Pai, Filho e Espírito Santo (Santo Agostinho);
Criação (não é panteísmo – Deus está em tudo, mas paninteismo – quando Deus cria,
gasta seu tempo, que é precioso), Aliança (fidelidade de Deus) e Profetismo
(transformar a realidade a partir do amor de Deus) – (Dei Verbum);
Mulheres (última etapa da Revelação)
- “Kai o Logos SARX égéneto kai eskénosen en hérmin” – o Verbo se fez CULTURA e
habitou entre nós.
- Amoris Laetitia, 8
Acompanhar
Discernir
Integrar na fragilidade
- A compreensão de Igreja do CVII é uma das coisas mais bonitas e edificantes que podemos
ver, e é o que dá o significado da maneira em que vivemos nossa fé em Jesus Cristo hoje.
- A eclesiologia do CVII é muito combatida e negada, com diferentes grupos que se opõem à
forma como ele compreende a Igreja.
- CV II – 1963-1965
- Papa João XXIII convoca o CVII – uns queriam retomada, outros reforma.
- A Igreja não é a luz dos povos, mas facilitadora da luz que é Jesus Cristo.
- Superação do modelo clericalista.
- Pentecostes não termina com os apóstolos indo à rua e indo evangelizar. O Pentecostes
termina na realidade da comunidade, na partilha, na fração do pão, na escuta da Palavra.
Realidade do Reino
- Colegialidade episcopal:
Os bispos são sucessores dos apóstolos;
Ministério é único, vivido colegialmente;
Bispo é inserido no Colégio Episcopal;
Solicitude por todas as Igrejas
- “Povo de Deus” não é um bando de gente junta, mas que estabelece um relacionamento de
fraternidade entre si, um relacionamento de amor e de afeto, por isso é Sacramento do Reino.
- Por causa de Jesus e em Jesus somos adotados como filhos de Deus, e herdeiros do Seu
Reino.
- Vida Religiosa – testemunha de maneira especial essa realidade de “Povo de Deus como
comunidade”.
- O santo é aquele que é parecido com Deus, no sentido em que Ele entrega sua vida em
favor da humanidade. O santo também entrega sua vida pela causa dos irmãos e irmãs.
- Nos enganamos ao pensar que, para ser santo, devemos nos afastar de tudo.
- O melhor de nós não é o que já fomos, mas o que seremos; o que somos chamados a ser.
- Elementos de eclesialidade:
Fé
Fé não é saber que Deus existe. Que Deus existe, até os demônios sabem;
Fé é confiar – não colocamos outros elementos no lugar de Deus;
Eu creio – nós cremos.
Palavra de Deus
Sacramentos
Não há Igreja sem Sacramentos;
Oração, vida do culto.
Caridade
Não existe Igreja onde o Amor não seja a tônica;
Atenção prioritárias aos que mais sofrem.
Ministério
Igreja particular reunida em torno ao seu bispo, pastor.
- Jesus não anunciou somente a constituição da Igreja, mas sim o Reino de Deus.
- O Reino não é simplesmente o céu. O Reino que Jesus inaugura com sua Ressurreição, é
aqui na história. E a Igreja é o Sacramento do Reino.
- Igreja sinodal – “Povo de Deus” que, junto, pensa o ser cristão hoje, frente aos desafios.
- “Igreja em saída” – não é autorreferencial, mas está preocupada com o mundo e inserida
nele para salvá-lo.
- Jesus está à porta e bate. Não quer ficar preso nos nossos templos e sacrários, mas quer ir
ao encontro dos mais necessitados.
- Uma Igreja que se entende como “sociedade perfeita” está fechada em si mesma.
TEMA 4
"Evangelização e catequese: fundamentos, identidade e perspectivas"
- Caminhos pós pandemia para a pastoral paroquial / perguntas fundamentais para o contexto
de paróquia
O que mudou na paróquia pós pandemia?
Qual o modelo de paróquia que nós queremos despois do contexto pandêmico?
A pandemia tornou latente as nossas feridas;
Nossas igrejas estavam “confortáveis”
Quais os aprendizados que a pandemia nos trouxe?
Qual a nossa realidade enquanto paróquia? Muitas atividades? Ou nossa paróquia tem
se tornado um lugar de convivência e prestadora de serviços?
- Paróquia tem a ver com convivência, com afetos, com laços de afeto (D. 100)
- Ainda que a pessoa cruze a cidade para ir a outra comunidade, esta comunidade é sua
comunidade.
- Ou a paróquia se torna comércio ou se torna comunhão, lugar de história de vida.
- Será que ainda nossa paróquia está apenas distribuindo Sacramentos? Uma paróquia apenas
de cunho sacramental?
- Nossas paróquias estão cada vez mais urbanizadas e as pessoas cada vez mais isoladas em
suas casas.
- É preciso se reinventar!
- A Igreja deve ser lugar de cuidado, “de colo!” – as pessoas precisam tocar em nós.
- Modificar a forma de transmitir a fé: “sempre foi assim...” ou “na minha época era assim...”
Centralidade do fiel e da experiência de vida
Importância dos afetos – conhecer-nos
Interesse por aquilo que oferece significados verdadeiros
Redescobrir o que é belo e eleva o ânimo
A identidade da Catequese
- Querigma
Fazer crer em Jesus Cristo, a partir do ato e do conteúdo do anúncio do Evangelho;
Íntima relação com a Catequese, que é o anúncio da fé para gerar a fé.
- Catecumenato
Fonte de inspiração para a catequese;
Antiga prática eclesial oferecida aos convertidos não batizados;
Deve ser oferecido também aos que já foram batizados;
Redescoberta das riquezas e das fontes de nossa fé.
- Existem muitos batizados que não fizeram um encontro com Jesus e não foram
evangelizadas.
- RICA – guiar o catecúmeno ao encontro pleno com o Mistério pleno de Cristo. 4 tempos ou
períodos:
I. Pré-catecumenato (Querigma);
II. Catecumenato (Catequese integral / admissão-entrega dos Evangelhos);
III. Purificação ou iluminação (Entrega do símbolo e do Pai Nosso);
IV. Celebração dos Sacramentos (Verdadeira Mistagogia pela recepção dos Sacramentos
da Iniciação à Vida Cristã - IVC).
- A proposta é entrar num itinerário pedagógico para favorecer um encontro pessoal com
Cristo por meio da Palavra de Deus, na ação litúrgica e na caridade, integrando todas as
dimensões da pessoa.
- Catequese é parte integrante da Iniciação Cristã e está unida aos Sacramentos da iniciação,
especialmente o Batismo, que é a porta de entrada na vida da Igreja.
Finalidade da Catequese
- Jesus formou os seus discípulos: dava a conhecer os Mistérios do Reino, ensinava a rezar,
propunha atividades evangélicas, iniciava-os à vida de comunhão com Ele e entre si e à
missão.
Fontes da Catequese
Conclusão
- Não devemos apenas saber racionalmente sobre Jesus Cristo, mas com o coração, fazendo
experiência.
- A maneira como lidamos com os conflitos, trará uma maior qualidade de vida nos nossos
relacionamentos.