Inclusão Social Ffinal 1 Atual Ale

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABIRITO

SECRETARIA MUNICIPAL DE ESPORTES E LAZER

PROJETO ESCOLA DE ESPORTES

INCLUSÃO SOCIAL: ESPORTE É


PARA TODOS!
Introdução

O esporte adaptado consegue dar um sentido para a vida de vários atletas, alem
disso desempenha o papel de incluir a percepção de competência e identidade pessoal,
identidade esta como atleta e não como deficiente físico. (BRAZUNA; CASTRO,
2001). Para Gorgatti (2005) além da melhora geral da aptidão física, o esporte adaptado
auxilia em um enorme ganho de independência e autoconfiança para a realização das
atividades diárias, além de uma melhora do autoconceito e da autoestima.

Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer observou-se a


relevância em elaborar planos e projetos para ser cabível em nossa realidade a prática do
esporte adaptado e para pessoas com deficiência física, uma vez que eram constantes as
observações nos treinamentos de atletas que buscam o esporte adaptado como fator de
inclusão social.

É no contexto social que as pessoas adquirem habilidades e se desenvolvem, e é


através das relações sociais que os homens atribuem significados e aprendem o que é
típico e normal. De acordo com Amaral (1995), a deficiência existe e não se pode negá-
la, apesar de muitos tentarem de diversas formas. A deficiência é considerada uma
condição que é desviante, ou seja, diferente do normal por três motivos: anatômico-
funcional que se refere às formas e as funções exercidas por sujeitos e objetos;
estatístico que diz respeito a média de uma população em geral; modelo ideal que se
configura pela comparação entre o indivíduo real e o ideal. A pessoa com deficiência
possui o direito de ser integrada na sociedade em diversas áreas, como cultura, lazer,
esporte, educação e trabalho, pois faz parte deste social como todos os outros.

O Decreto legislativo nº 7.612 de 17 de Novembro de 2011 institui o Plano


Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver sem Limite que possui
a finalidade de promover, por meio da integração e articulação de políticas, programas e
ações, o exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas com deficiência, nos
termos da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho
de 2008 com status de emenda constitucional.
O Esporte

O esporte se apresenta como um dos requisitos indispensáveis para que o


indivíduo possa atingir a dimensão total de inclusão social. Isso pode ser comprovado
por ser um instrumento simples, acessível e eficiente que muito contribui para que a
pessoa pertença ou tome parte do seu lugar na sociedade (AZEVEDO; BARROS,
2004). Seus benefícios incluem o desenvolvimento físico, relacionado com alterações
orgânicas (aspectos metabólicos, cardiorrespiratórios e músculo-osteoarticulares) e o
desenvolvimento das características psicológicas, como aumento do bom humor,
redução do estresse e autoconceito mais positivo. Além desses benefícios, o esporte
também está relacionado com o desenvolvimento das qualidades sociais, como a
empatia pelas pessoas e o desenvolvimento do relacionamento dentro de diferentes
grupos sociais (ZUCHETTO; CASTRO, 2002).

Para a população de pessoas com deficiência enfatiza-se a prática de atividades


que levem em conta a sua capacidade, necessidades e limitações, auxiliando os mesmos
no desenvolvimento e aprimoramento de movimentos necessários para a realização de
tarefas essenciais no seu cotidiano (AZEVEDO; BARROS, 2004). Para Teodoro
(2006), uma questão interessante é que quando a pessoa com deficiência começa a ter
sucesso no esporte, a sociedade reconhece que, além de atleta, o indivíduo passa a ser
cidadão representante da instituição a que pertence (clube, cidade, estado e país),
tornando-se motivo de orgulho para todos.

Em relação à construção de uma imagem de herói paratleta, Goffman(1988), em


seu livro Estigma, destaca que o estigmatizado (neste caso, a pessoa com deficiência),
apresenta-se como se estivesse em exibição, de modo que suas condutas são
inalcançáveis pelos outros indivíduos considerados próximos ao padrão de normalidade,
ao se considerar que os outros não passaram por todas as provações que eles, já que não
possuem nenhum tipo de deficiência. Assim, “Seus menores atos, eles sentem,
podemser avaliados como sinais de capacidades notáveis e extraordinárias nessas
circunstâncias.” (GOFFMAN, 1988, p. 24).

A questão de alguém possuir uma deficiência parece suficiente para que esse
indivíduo seja apresentado às pessoas como moralmente correto, incapaz de cometer
equívocos ou atos de crueldade, sendo um exemplo de perspectiva de compensação,
expressando que apesar de ser deficiente, é um excelente sujeito (GONÇALVES;
ALBINO; VAZ; 2007). Dialogando com Goffman (1988), essa análise indica que a
deficiência em determinados momentos pode ser vista como algo benéfico, como se, por
meio da fatalidade algo divino estivesse atrelado à vida desses indivíduos. E isso, com
pretensão, os tornam melhores que as pessoas não deficientes, assim como seus atos que
também se tornam melhores. Pensando no contexto do paradesporto, o esporte
convencional praticado por pessoas típicas, pode ser equivocadamente reduzido ao
prazer, a falta de compromisso, à ausência de perseverança e de dedicação.

Conceito esse de esporte totalmente errôneo e reducionista, pois é sabido que a


história do desporto se faz por meio de muito sofrimento, trabalho, independente dos
sujeitos possuírem ou não alguma deficiência. A história do esporte para as pessoas com
deficiência começou na Inglaterra. Ludwig Guttmann criou o Centro Nacional de
Lesionados Medulares do Hospital de StokeMandeville, destinado a tratar homens e
mulheres do exército inglês feridos na Segunda Guerra Mundial. A partir desse
momento surgem duas correntes de pensamento, uma delas, com enfoque médico,
apresentada por Guttmann, utilizava o esporte como auxílio na reabilitação de seus
pacientes buscando amenizar também os problemas psicológicos advindos
principalmente do ócio no hospital (ARAÚJO, 1997).

A outra corrente, norte americana, utilizava o enfoque esportivo como forma de


inserção social, dando a conotação competitiva utilizada pelo esporte. Essas correntes
no decorrer da história se cruzaram formando objetivos comuns (COSTA; SOUSA,
2004). A partir das correntes inglesa e norteamericana, o esporte para pessoas com
deficiência foi se desenvolvendo e em 1960 aconteceu em Roma, com 23 países e 400
atletas, a primeira olimpíada paralímpica com a denominação de Olimpíada dos
Portadores de Deficiência (COSTA; SOUSA, 2004).

De acordo com estes autores, o termo Paraolímpico começou a ser utilizado em


1964 durante os Jogos de Tóquio, com a fusão das palavras paraplegia e olímpico. Nas
paraolimpíadas ocorridas neste ano, foi sugerido a todos os comitês nacionais que
utilizassem o termo Paralimpíadas, como forma de padronização, pelo fato de que o
comitê internacional é denominado: InternationalComiteeParalympic. No Brasil, a
educação física começa a se preocupar com atividade física para pessoas com
deficiência apenas após o ano de 1950 (COSTA; SOUSA, 2004). O marco deste
desenvolvimento foi em 1958 com a fundação do Clube do Otimismo no Rio de Janeiro
e do Clube dos Paraplégicos em São Paulo (BRAZUNA; CASTRO, 2001; COSTA;
SOUSA, 2004). Com o passar do tempo, com o desenvolvimento do esporte adaptado e
a participação crescente das pessoas com deficiência no esporte, foram criadas entidades
de deficiências afins. Atualmente, existem inúmeras associações que compõem o
Comitê Paralímpico Brasileiro. Essas entidades têm como objetivo incentivar o esporte
para pessoas com deficiência e organizar o desporto em nível de competições regionais,
nacionais e internacionais (COSTA; SOUSA, 2004; BRAZUNA; CASTRO, 2001). Em
relação às legislações direcionadas às pessoas com deficiência, a partir dos anos 70,
surgem inúmeras manifestações mundiais que culminam com regulamentações de leis
que passam a assegurar de maneira pontual, direitos às pessoas com deficiência. Os
reflexos dessas leis somente após décadas de luta passam a ser observados em nível
significativo em diversos países (AZEVEDO; BARROS, 2004).

Objetivo Geral

Implantar para todos os deficientes da cidade de Itabirito, o esporte adaptado.


Ressaltando a importância que o esporte e lazer tem para a vida destes, dando sentido
para a vida de vários atletas, alem disso desempenha o papel de incluir a percepção de
competência e identidade pessoal, identidade esta como atleta e não como deficiente físico,
incentivando estes a aderir uma forma de vida mais saudável. Os requisitos das diretrizes do
esporte e lazer é Rendimento-Participação-Educacional.

É no contexto social que as pessoas adquirem habilidades e se desenvolvem, e é


através das relações sociais que os homens atribuem significados e aprendem o que é
típico e normal e afirmando a relevância que nosso lema, é o ESPORTE É PARA
TODOS!

Público alvo e Beneficiário

Deficientes da cidade de Itabirito e seus pais/familiares.

Duração

Inicialmente 12 meses.
Materiais

Um dos nossos principais materiais é a acessibilidade para os deficientes, entre


outros estão; apito, bambolê, bolas, bomba de inflar, caneleira, raquetes, petecas,
colchonetes, tatames e todos os materiais exigidos para cada modalidade que pode ser
adaptados ou não.

Acessibilidade

Quando se fala em esporte, cultura e lazer no que diz respeito à garantia de


acesso a todos os cidadãos, obrigatoriamente é necessário perpassar por questões de
acessibilidade. O Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004 regulamenta as Leis
10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que
especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida , e dá outras providências. Esse decreto
apresenta alguns conceitos, dentre os quais se destacam: acessibilidade: condição para
utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos,
sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou
com mobilidade reduzida; barreiras: qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça
o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as
pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação.

São classificadas em barreiras urbanísticas: as existentes nas vias públicas e nos


espaços de uso público; barreiras nas edificações: as existentes no entorno e interior das
edificações de uso público e coletivo e no entorno e nas áreas internas de uso comum
nas edificações de uso privado multifamiliar; barreiras nos transportes: as existentes nos
serviços de transportes; e barreiras nas comunicações e informações: qualquer entrave
ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens
por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de
massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação. Para
garantir o direito de livre acesso ao meio físico e de livre locomoção, reconhecido pela
Constituição Federal, é importante o seguimento das leis específicas e dos padrões
estabelecidos pelas normas técnicas de acessibilidade da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT. Algumas dessas normas são para acessibilidade de pessoas
portadoras de deficiência a edificações, espaço, mobiliário e equipamento urbanos
(NBR-9050) e outras são para acessibilidade em diversos tipos de transportes (NBR-
14022, NBR 14273, NBR 15320, NBR 14021).

O estudo de Lamônica et al. (2008) aponta a necessidade da diminuição das


barreiras arquitetônicas para promover a integração de pessoas com deficiência em
todos os ambientes e demonstra que na presença de barreiras a qualidade dos serviços
prestados está comprometida, além da legislação brasileira estar sendo desrespeitada. Os
autores afirmam também que é necessário reconhecer os direitos legítimos e legais da
acessibilidade e integração social das pessoas e promover mudanças. Gabriely (2007)
relata que as barreiras e dificuldades que impedem a acessibilidade das pessoas com
deficiência nos mais variados espaços reforçam a idéia de um paradoxo na sociedade,
ou seja, as pessoas que mais necessitam dos recursos de acessibilidade para sua
locomoção, em muitos momentos, ficam ausentes de participações na sociedade. A
acessibilidade é uma das questões centrais que envolvem o pleno exercício da cidadania
pelas pessoas com deficiência. Muitas vezes, devido às dificuldades que encontram nos
transportes públicos, na locomoção urbana, entre outras barreiras, essas pessoas não
praticam o direito que possuem de ir e vir, o que leva à falta de participação nos
diversos setores da educação, transporte e lazer (NOGUEIRA, 2007). Segundo
Mazzotta (2006) quando existem obstáculos ao acesso aos bens, serviços sociais e
culturais, a liberdade e a equidade nas relações sociais, fundamentais à condição de ser
humano, são privados. Acessibilidade não é apenas a possibilidade de entrar em
umambiente, confunde-se também com o direito de participar ativamente no meio
social, com a cidadania e com a inclusão social.
Considerações Finais

A legislação brasileira já garante o acesso e oferece um rumo pelo qual a


sociedade deve seguir. Entretanto, as situações inclusivas ocorrem e são construídas no
dia-a-dia das relações interpessoais, sociais e políticas. Fica clara a importância da
busca dos valores na “democratização cultural”, não somente atravésdo lazer, mas
também do esporte e da cultura.

Embora as adaptações nos espaços destinados ao lazer, à prática de esportes e à


cultura sejam ainda discretas, as questões de acessibilidade, atualmente bastante
discutidas, são um fator extremamente importante para que seja feita uma inclusão
efetiva. Entretanto, como visto, acessibilidade vai além de ultrapassar barreiras
arquitetônicas, e junto a essas devemos associar as chamadas barreiras atitudinais, dos
cidadãos responsáveis pela execução e realização dos projetos de edificações, assim
como, os demais usuários.

Trazer o esporte inclusivo para a população de Itabirito vai além de implantar


um novo projeto, é implantação de esperança e de vida, é reconhecimento do esporte e
lazer, é mais uma iniciativa da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, aumentando a
vivência de todos possíveis no ambiente esportivo.
Anexos

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