Papel Do Assistente Social No Acolhimento
Papel Do Assistente Social No Acolhimento
Papel Do Assistente Social No Acolhimento
Resumo
1 Resultado de Projeto de Iniciação Científica financiado pelo Centro Universitário Estácio de BH.
Edital 2019/2020.
Abstract
The aim of this article is to analyze what are the possibilities and challenges in
the Social Service work process in institutions for institutional care for children
and adolescents. In methodological terms, the qualitative approach was used
through the analysis of bibliographic materials, such as scientific articles and
dissertations with production of information about the social worker work process
in institutional host institutions, produced in the last two years. In order to arrive
at scientific studies with this theme, databases such as Scielo, Capes and IBICT
were used and search engines were used as “the work process of the social
worker, institutional care for children and adolescents; role of the social worker in
institutional care for children and adolescents; social service and institutional care
for children and adolescents ”. Seven scientific articles and a master's
dissertation were selected that brought data about the studied theme. The data
presented related to the work of the social worker and which showed the greatest
recurrence in all jobs were analyzed. From these materials, three categories of
analysis were elaborated: role of the social worker with family; technical
Introdução
Este artigo constitui-se como resultado de estudo desenvolvido em um
projeto de iniciação científica que buscou conhecer, a partir de materiais
bibliográficos produzidos pela categoria profissional do serviço social, sobre o
processo de trabalho do assistente social no acolhimento institucional de
crianças e adolescentes. Ao instituir tal interesse de estudo, esta pesquisa
buscou perquirir quais os principais desafios enfrentados pelo assistente social
na sua prática profissional em instituições de acolhimento para crianças e
adolescentes.
Não obstante, a discussão proposta, circunscreve-se em uma análise que
extrapola os interesses e estratégias profissionais no desenvolvimento de sua
prática profissional e avança para uma complexa realidade, econômica, política
e social, associada ao sistema econômico capitalista, que institui as formas de
trabalho do profissional do serviço social, bem como, reverbera negativamente
na efetivação de políticas sociais de proteção à infância e à adolescência. Ou
seja, do ponto de vista macrossocial, observa-se que o processo de
mundialização do capital tem gerado diversos impactos perversos para as
condições de vida e de trabalho da classe trabalhadora. Diante desse cenário os
acirramentos das expressões da questão social e do desmonte das políticas
sociais supostamente garantidoras de direitos interferem diretamente no trabalho
do assistente social.
Isso porque, na lógica neoliberal acompanhada por um amplo processo
de privatizações e desregulamentações do mercado, através principalmente das
flexibilizações, houve a instituição do “Estado Mínimo”. Esse atua especialmente
para a redução de políticas sociais que não chegam ao público que dele
necessita, ocasionando em serviços prestados com uma perspectiva de
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focalização ou mesmo de repressão (Iamamoto, 2000).Essas mudanças
contemporâneas ocorridas em razão do sistema econômico têm fortes
influências sobre o social e político e reverberam diretamente no processo de
trabalho do assistente social, seja pela escassez de políticas sociais efetivas
para garantir o acesso ao direito à população da classe pobre, seja por que,
impacta diretamente nos espaços sócio-ocupacionais dos assistentes sociais.
Além disso, o sistema econômico neoliberal tem como premissa básica o
fortalecimento do mercado e o enfraquecimento das ações do Estado,
notadamente em relação às políticas sociais de assistência social. Ou seja, com
o recuo do Estado frente às questões sociais, a sociedade civil assume a
responsabilidade por garantir ainda que precariamente serviços institucionais
como os de creches, instituições de acolhimento para crianças e adolescentes .
A ausência do suporte do Estado a serviços como o de acolhimento institucional
acarreta grandes dificuldades para o pleno funcionamento das instituições, que
diante deste cenário, que contará apenas com auxílio financeiro comunitário para
garantir a efetividade das atividades propostas.
A ausência de estabilidade financeira para executar os serviços impactam
diretamente nas atividades desenvolvidas pelo serviço social. Em especial,
tratando-se de instituições para acolhimento infanto-juvenil, a complexidade
inicia-se com as histórias de vida trazidas pelas crianças acolhidas
institucionalmente e seus familiares. São histórias marcadas pelo acirramento
das expressões da questão social, relativas especialmente a violências,
abandono e pobreza.
Segundo o levantamento realizado pelo Fundação Osvaldo Cruz a pedido
do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome sobre Crianças e
adolescentes em serviço de acolhimento no Brasil, realizado entre setembro de
2009 e novembro de 2010, verificou que existem 2.624 abrigos, sendo que a
maioria (63,3%) destes de caráter privado, com fonte de receitas advindas de
recursos próprios (27%); doações de pessoas físicas (49,7%), empresas
privadas (25,7%); entidades religiosas (12,9%), recursos públicos federais
(18,9%); recursos públicos estaduais (26,8%) e recursos públicos municipais
(65,8%). Diante deste cenário é importante apontar que, as instituições de
acolhimento para crianças e adolescentes são grandes contratadores da mão de
obra dos profissionais do serviço social. E os dados apontados acima, ratificam
acerca da ausência de políticas sociais e expõe a dificuldade para a execução
Revista Projeção, Direito e Sociedade. V 11, n 1. Ano 2020, p. 63
do serviço, financiado majoritariamente por doações de pessoas físicas e o
consequentemente impacto no trabalho realizado pelo serviço social.
Metodologia da pesquisa
Resultados
FONTE: Elaborado pelos autores com base nos textos analisados no decorrer
da pesquisa
FONTE: Figura elaborada pelos autores com base nos resultados encontrados
na análise dos artigos.
Discussão
Eixo 1 – Categoria de análise: trabalho com famílias
Santos (2013) afirma que tais dimensões se fazem presentes nas diversas
modalidades do fazer profissional, caracterizando a intervenção de maneira
formativa, investigativa, organizativa e interventiva. Estas competências são
requisitos fundamentais que permite ao profissional colocar-se diante das
situações com as quais se defronta, vislumbrando com clareza os projetos
societários, seus vínculos de classe, e seu próprio processo de trabalho. Os
fundamentos históricos, teóricos e metodológicos são necessários para
apreender a formação cultural do trabalho profissional e, em particular, as formas
de pensar dos assistentes sociais (ABEPSS, 1996, p.7).
2 O serviço social como profissão assentada na divisão sociotécnica do trabalho, possui como
traço modular o fato de ser uma profissão interventiva. A categoria mediação na esfera na
intervenção profissional está centrada na tríade singularidade-universalidade – particularidade.
Em síntese, a particularidade se inscreve no plano da imediaticidade imposta pela instituição
empregadora que busca dissolver os objetivos técnico – operativos da profissão. Na
universalidade, desafia profissionais a saírem de análises somente universalizantes e partir do
universal para o particular, local onde apreenderá efetivamente a realidade social. E por fim, a
particularidade supera a imediaticidade e se processa no nível do concreto, em um campo de
mediações entre os complexos componentes do real. (PONTES, 2012)
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Não obstante, o artigo “A atuação do serviço social no serviço de
acolhimento da sociedade civil Lar dos Meninos de Presidente Prudente – SP”
foi o único a abordar sobre parcerias com Organizações Não Governamentais -
ONGs - , tais como: o Instituto “Fazendo História” e o “Grupo Nós no Mundo” que
buscam trabalhar com crianças e adolescentes que estão em transição e que
passam pelo processo de acolhimento possam encontrar, nessa experiência, um
momento de reparação afetiva.
Conclusão
Referência
MIOTO R.C.T.; Família, trabalho com famílias e serviço social. In.: serviço social
em Revista. Palestra proferida na Universidade Estadual de Londrina. Vol. 12.
N.02, 2010, 14 p.