Principios Do Direito Do Trabalho E1660581674
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DIREITO DO
TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Princípios do Direito do Trabalho................................................................................................. 4
1. Núcleo Basilar de Princípios Especiais.. .................................................................................. 4
2. Princípio da Proteção. . ................................................................................................................ 5
3. Princípio da Norma mais Favorável.. ....................................................................................... 9
4. Princípio da Imperatividade das Normas Trabalhistas...................................................... 11
5. Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas.................................................. 11
6. Princípio da Condição mais Benéfica.....................................................................................12
7. Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva. . .................................................................13
8. Princípio da Intangibilidade Salarial......................................................................................15
9. Princípio da Intangibilidade Contratual Objetiva.. ............................................................... 17
10. Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma.......................................................... 18
11. Princípio da Continuidade da Relação de Emprego. . ..........................................................19
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem contigo?
Espero que você esteja estudando muito e aproveitando esses materiais que estou elabo-
rando. Não é para desanimar jamais! Eu e a equipe do GRAN estamos aqui para turbinar seus
estudos e você ser aprovado(a)! Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza
do Trabalho no TRT 7ª Região.
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas. Nesse ponto,
esse material vai te ajudar a chegar à posse.
No fim do nosso material, existe toda a jurisprudência atualizada sobre o tema exatamente
para que você esteja apto para as provas. Então, teremos um conjunto de aulas para esgotar o
seu edital de Direito do Trabalho, buscando sua sonhada aprovação.
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Estou esperando as
dúvidas no Fórum do Aluno! Preparado(a)? É para dizer SIM! SEMPRE!
Maria Rafaela de Castro
@mrafaela_castro
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Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
São triplas as funções de qualquer dos princípios específicos do direito do trabalho, desde a
sua construção, até mesmo em relação à aplicação e à interpretação pelo operador do direito.
Isso serve para qualquer um dos princípios que forem mencionados.
Certo.
O PULO DO GATO
A visão mais ampla do princípio da norma mais favorável entende que este atua em tríplice
dimensão no direito do trabalho: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante
2. Princípio da Proteção
Antes de começar a tratar dos princípios específicos, vamos relembrar os pontos mais im-
portantes dos princípios no direito do trabalho. Diante disso, veja:
Descritivas
Funções Normativas
Subsidiária – interpretativa/integrativa
Princípio da boa-fé
Princípios Gerais
Princípio do regular exercício do direito
Princípios de Direito
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Esse princípio visa proteger a parte mais frágil/vulnerável da relação, buscando propiciar
aqui uma situação de equilibrar a relação jurídica. Visa proteger os trabalhadores, daqui ema-
nando uma série de princípios, principalmente relacionados com sua condição econômica e
social mais fragilizada ou desfavorável.
Esse princípio é responsável por justificar a existência do Direito do Trabalho, pois limitará
as relações privadas, interferindo na autonomia da vontade.
Destaca-se a posição clássica do uruguaio Américo Plá Rodriguez, referência no estudo
de princípios e mencionado pela melhor doutrina. Ele aponta que o princípio da proteção é o
carro-chefe.
Inclusive, a observação desse jurista é cobrada em provas, pois afirma existirem três di-
mensões do princípio da proteção. Na dúvida, em regras de direito material, favorece-se o
trabalhador, daí porque se deve aplicar tanto a norma como a condição mais benéfica. Veja:
No direito do trabalho temos essa principiologia mais protetiva. Temos aqui uma evolução
da aplicação dos direitos fundamentais. Você sabe que existem duas teorias para explicar os
direitos fundamentais, surgindo agora uma terceira que se aplica ao direito do trabalho.
É importante saber isso porque os direitos trabalhistas são sociais. Com base nisso, encai-
xam-se no rol dos direitos fundamentais como está disposto na Constituição Federal de 1988.
Na disciplina de direito constitucional, você estuda: a) verticalização dos direitos funda-
mentais: relação do Estado com os indivíduos/sociedades na aplicação de direitos fundamen-
tais; b) horizontalização dos direitos fundamentais: relação dos indivíduos entre si e a aplica-
ção dos direitos fundamentais.
Na verticalização, temos como exemplo, a situação em que o Estado age com o indivíduo
e se limita nos direitos fundamentais. Exemplo: o Estado desapropria seu imóvel, mas precisa
pagar uma indenização prévia e justa.
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Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
O PULO DO GATO
Quando se trata de direitos fundamentais, existem teorias sobre sua aplicação: teoria da ho-
rizontalização, verticalização e diagonalização. As duas primeiras são conhecidas, tratando-
-se da relação Estado e indivíduo e entre os indivíduos. A diagonalização surge exatamente
quando uma das partes está em situação desfavorável econômica, jurídica ou socialmente e é
preciso equilibrar as forças. Com isso, existe a diagonalização. O TST já adotou essa tese. Isso
em nome de preservar o princípio da proteção.
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Princípios do Direito do Trabalho
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Em suma, seria o princípio da proteção inspirador para os demais. Destaque-se que estou
falando de uma norma de direito material. Ou seja, quando trato de direitos do trabalho. Isso
não atinge aspectos processuais. Lá não se aplica esse princípio. Muito cuidado!
Como critério de hierarquia, permite eleger como regra prevalecente, em uma dada situação do
conflito de regras, aquela que for mais favorável ao trabalhador, observados certos procedimentos
objetivos orientadores, evidentemente (…) Como princípio da interpretação do Direito, permite a es-
colha da interpretação mais favorável ao trabalhador, caso antepostas ao intérprete duas ou mais
consistentes alternativas de interpretação em face de uma regra jurídica enfocada.
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Princípios do Direito do Trabalho
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Uma das premissas do princípio é exatamente ter esse viés de, na interpretação, usar a norma
mais favorável ao trabalhador, como uma extensão do princípio da proteção.
Certo.
Ainda cabem duas informações importantes sobre esse princípio já vistas nas au-
las passadas:
• O Brasil, após a Reforma Trabalhista, considera que o ACORDO COLETIVO prevalece-
rá sempre sobre a CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO, apesar de, em determinado
caso, trazer uma situação menos favorável. Por isso que muito se questiona sobre sua
constitucionalidade. Porém, na prova objetiva, marcar como correta a premissa da Re-
forma Trabalhista, no artigo 620 da CLT;
• No Brasil, adota-se, como regra, a teoria do conglobamento. Vamos lembrar de conglo-
bamento e acumulação?
Conglobamento Acumulação
Verifica no conjunto de provas aquilo que for Tem um sinônimo: teoria da atomização.
mais favorável ao trabalhador. Nesse caso, o Escolhe o que for mais favorável de cada
trabalhador analisa no globo (conglobamento) espécie normativa, criando uma espécie de 3ª
aquilo que for mais interessante e aplica a norma norma só com os direitos vantajosos, aplican-
na sua integralidade. do-os na prática trabalhista.
Aqui não existe fracionamento das normas. Existe fracionamento das normas.
Ex: norma A ou norma B. Ex.: norma A e norma B – junta todas as vanta-
BRASIL ADOTA COMO REGRA. gens em cada uma delas.
O PULO DO GATO
O Brasil adota o princípio da norma mais favorável. Ocorre que o sistema jurídico adota a
teoria do conglobamento e, ainda, deve-se marcar na prova a literalidade do dispositivo da
CLT, em que:
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as
estipuladas em convenção coletiva de trabalho.
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Princípios do Direito do Trabalho
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Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as partes inte-
ressadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação.
Nesse ponto, esse princípio traz à tona a regra muito importante que é a indisponibilidade
dos direitos trabalhistas. É muito apropriada a expressão de GODINHO (2019; 253):
Absoluta será a indisponibilidade, do ponto de vista do Direito Individual do Trabalho, quando o direi-
to enfocado merecer uma tutela de nível de interesse público, por traduzir um patamar civilizatório
mínimo firmado pela sociedade política em dado momento histórico. É o que ocorre, como já apon-
tado, ilustrativamente, com o direito à assinatura da CTPS, ao salário mínimo, à incidência das nor-
mas de proteção à saúde e segurança do trabalhador. (…) Relativa será a indisponibilidade, do ponto
de vista do Direito Individual do Trabalho, quando o direito enfocado traduzir interesse individual ou
bilateral simples, que não caracterize um padrão civilizatório geral mínimo firmado pela sociedade
política em dado momento histórico. É o que se passa, ilustrativamente, com a modalidade de salá-
rio paga ao empregado ao longo da relação de emprego (…).
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Diante disso, é preciso ter cautela e análise nas leituras dos enunciados de provas. Os direi-
tos trabalhistas, em tese, seriam absolutos, mas há exceções. Em suma: nem todos os direitos
trabalhistas são de indisponibilidade absoluta.
Veja como isso foi cobrado na prova de Procurador do Estado de Rondônia:
É exatamente isso. Veja que a banca deixou claro que, em tese, os direitos trabalhistas são
irrenunciáveis. Veja que a banca também afirmou “em grande parte”, deixando evidente que
existem direitos renunciáveis. Logo, passíveis de transação. Você pode analisar com muita
cautela isso nos artigos 611-A e 611-B da CLT.
Certo.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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A premissa da questão é verdadeira, pois reproduz a Súmula 51, I, do TST: As cláusulas re-
gulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os
trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
Certo.
Art. 444. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes inte-
ressadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos
coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses
previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os
instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba
salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo
empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de
confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre-
gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo-
rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
Art. 469. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade
diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessa-
riamente a mudança do seu domicílio.
§ 1º Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os empregados que exerçam cargo de
confiança e aqueles cujos contratos tenham como condição, implícita ou explícita, a transferência,
quando esta decorra de real necessidade de serviço.
§ 2º É licita a transferência quando ocorrer extinção do estabelecimento em que trabalhar o empre-
gado.
§ 3º Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para locali-
dade diversa da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse
caso, ficará obrigado a um pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento)
dos salários que o empregado percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
O PULO DO GATO
Os princípios específicos do direito do trabalho são relativos, podendo ocorrer exceções às
regras. Logo, nenhum princípio não tem natureza absoluta. Essa ideia não foi afastada pela
Reforma Trabalhista. O princípio da inalterabilidade só se refere à impossibilidade de alteração
unilateral das regras maléficas.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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A noção de natureza alimentar é simbólica, claro. Ela parte do suposto – socialmente correto, em
regra – de que a pessoa física que vive fundamentalmente de seu trabalho empregatício proverá
suas necessidades básicas do indivíduo e de membro de uma comunidade familiar (alimentação,
moradia, educação, saúde, transporte etc.) com o ganho advindo desse trabalho: seu salário. A es-
sencialidade dos bens a que se destinam o salário do empregado, por suposto, é que induz à criação
de garantias fortes e diversificadas em torno da figura econômico – jurídica (…) mas é o salário, sem
dúvida, a mais relevante contrapartida econômica pelo trabalho empregatício.
Desse princípio surgem consequências, como, por exemplo, a garantia do valor do salário,
garantia contra mudanças normativas prejudiciais ao valor do salário etc. Veja como as pro-
vas cobram:
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Nesse caso, está equivocada a alternativa, nos termos do artigo 7º, VI, da CF/1988, em que se
destaca que a possibilidade de redução de salários somente ocorre por negociação coletiva –
ACT ou CCT.
Errado.
Ocorre que o novo Código de Processo Civil, em seu art. 833, deu à matéria tratamento
um tanto diferente em relação ao Código anterior, no art. 649, substituindo no caput a
expressão ‘absolutamente impenhoráveis’ pela palavra ‘impenhoráveis’, dando, assim,
margem à mitigação da regra pelo intérprete, ao considerar o caso concreto.” (AgInt no
AREsp 1.336.881/DF, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 23/04/2019,
DJe 27/05/2019)
Diante disso, veja a relatividade dos princípios trabalhistas. Por fim, veja dispositivo impor-
tante da CLT acerca dos princípios:
Art. 462. Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.§ 1º - Em caso
de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido
acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Além disso, deve-se destacar a nova visão do artigo 468 da CLT, principalmente porque
quem recebia gratificação por muito tempo, como, por exemplo, 10 anos, fazia uso da ideia de
estabilidade financeira, não podendo ser suprimida. A Reforma Trabalhista fez essa alteração.
Fique atento ao dispositivo abaixo, pois já é cobrado nas provas:
Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo
empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de
confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre-
gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo-
rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou frau-
dar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por
seus empregados.
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts. 10 e 448
desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em que os empre-
gados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando ficar
comprovada fraude na transferência.
Art. 449. Os direitos oriundos da existência do contrato de trabalho subsistirão em caso de falência,
concordata ou dissolução da empresa.
§ 1º Na falência constituirão créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado
e a totalidade das indenizações a que tiver direito.
Pelos dispositivos acima transcritos fica evidente que o conteúdo do contrato, objetiva-
mente considerado, não pode ser alterado em desfavor do reclamante, apesar da alteração da
situação das partes envolvidas.
A mudança do empregador não altera a relação trabalhista. Lembre-se de que a pessoali-
dade só existe para a pessoa do empregado.
No caso do empregador, essa pessoalidade não subsiste. Exatamente porque é um reflexo
da relação de emprego entre as partes. Veja como é cobrado nas provas:
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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A premissa está equivocada, desvirtuando o princípio que estamos estudando. Além disso,
não altera em nada a relação de emprego, mesmo que altere a figura do empregador, como
ocorre com a sucessão trabalhista. Nesse ponto, destaque-se na CLT:
Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de
trabalho dos respectivos empregados.
Errado.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Súmula n. 12 do TST
CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida)
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram
presunção juris et de jure”, mas apenas juris tantum”.
Logo, se na CTPS existe a anotação de um salário mínimo, mas na prática, ele recebe “sa-
lário por fora”, se o empregado consegue provar, por exemplo, que eram pagos valores a mais,
ora, nesse ponto, prevalece o salário por fora. Por exemplo, o empregado junta os extratos de
transferência bancária em que recebia os valores.
Por fim, observe-se o que consta no site do TST exatamente sobre esse princípio que sintetiza:
O chamado Princípio da Primazia da Realidade define que em uma relação de trabalho o que real-
mente importa são os fatos que ocorrem, mesmo que algum documento formalmente indique o
contrário. Assim, vale mais a realidade, do que o que está formalizado no contrato.
Por exemplo: caso o empregador pague ao empregado um valor diferente do registrado na carteira,
ou o colaborador assine o ponto em horário contrário ao da jornada de trabalho. Essas situações
demostram que a realidade é diferente do que foi pactuado no contrato.
A incidência do Princípio da Primazia da Realidade pode ser observada no artigo 442 da Conso-
lidação das Leis do Trabalho que estabelece “contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego”.
O artigo 456 da CLT também expressa a teoria, ao prever que a “prova do contrato individual do
trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento escrito e
suprida por todo os meios permitidos em direito”.
O PULO DO GATO
Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firmado por
tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obri-
gação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador. Em respeito ao princípio
da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato se sobrepõe às disposições contratu-
ais escritas. Além disso, deve-se buscar a real intenção das partes no momento de firmar o
contrato, seja verbal ou escrito.
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NOÇÕES DE DIREITO DO TRABALHO
Princípios do Direito do Trabalho
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Com isso, a regra é que o trabalhador foi dispensado sem justa causa. No caso de dúvi-
das ou insuficiência probatória (de provas) do empregador, presume-se que a dispensa foi
sem justa causa.
Também na dúvida se o contrato é por prazo determinado ou indeterminado, entende-se
que é indeterminado, justamente pela concepção de que o vínculo de trabalho deveria ser
permanente para manter o sustento.
Por isso, que o legislador exige formalidades do contrato por prazo determinado, por
exemplo, contrato de experiência, os contratos a termo etc. Diante disso, não estando for-
malizados os contratos por prazo determinado, entende-se que o contrato é POR PRAZO
INDETERMINADO.
Nesse ponto, tem-se claramente que a relação de emprego se constitui apesar da mu-
dança do empregador, tal como ocorre na sucessão trabalhista, conforme os artigos 10 e
448 da CLT.
GODINHO (2019; 245) menciona:
Informa tal princípio que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo emprega-
tício, com a integração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais. Apenas mediante tal
permanência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o obje-
tivo teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar as melhores condições, sob a ótica obreira,
de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em determinada sociedade.
Existem outras modalidades de fim da ruptura contratual, porém, por esse princípio, na
dúvida, presume-se a continuidade da relação de emprego.
As outras modalidades que estudaremos nas próximas aulas são: pedido de demissão,
dispensa por justa causa, por culpa recíproca, força maior, extinção da empresa etc.
Nesse azo, é ônus do empregador provar a justa causa de um trabalhador ou que ele pe-
diu demissão. Na parte processual, esse princípio tem grande destaque.
Há sempre a ideia de continuidade da relação de emprego. Com isso, também há presun-
ções favoráveis ao trabalhador, dos quais destaca-se:
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Princípios do Direito do Trabalho
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Para fins de estudar essas perguntas, é possível analisar a CLT, do qual destaco, adaptando
na tabela abaixo (artigos 611-A e 611-B):
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Princípios do Direito do Trabalho
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Nesse caso, verifica-se claramente que a Reforma Trabalhista fez uma divisão muito clara
sobre o que pode ser negociado (o tal do negociado que prevalece sobre o legislado) e o que
tem interesse público que não pode ser negociado em desfavor do trabalhador.
Então, duas conclusões devem ser consideradas: 1) nem sempre o negociado prevalece
sobre o legislado; 2) no caso do artigo 611-B da CLT pode existir negociação coletiva, mas para
favorecer o trabalhador, e não prejudicar.
Com base nisso, é preciso entender o que são direitos de indisponibilidade absoluta e rela-
tiva. Veja nesta tabela abaixo:
Então, com base nos conhecimentos doutrinários e legislativos acima, têm-se aqui duas
conclusões: 1) os direitos trabalhistas, independentemente, se forem relativos ou absolutos,
não podem ser renunciados em regra, pois somente em situações excepcionais se admite a
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renúncia; 2) somente alguns dos direitos podem ser transacionados, mas somente os direitos
de indisponibilidade relativa.
Sobre a renúncia dos direitos trabalhistas, tem-se a explicação de GODINHO (2019; 255):
Desse modo, independentemente da presença (ou não) dos requisitos jurídicos – formais, o ato de
renúncia, em si, é sumariamente repelido pela normatividade justrabalhista imperativa (arts. 9 e 444,
caput, CLT) e pelo princípio da indisponibilidade. Quer isso dizer que apenas em raríssimas situa-
ções – inquestionavelmente autorizadas pela ordem jurídica heterônoma estatal – é que a renúncia
será passível de validade. É o que ocorre, por exemplo, com a renúncia a velha estabilidade celetista
em decorrência da opção retroativa pelo regime do FGTS (…) Ou a renúncia tácita à garantia de
emprego pelo dirigente sindical que solicitar a transferência para fora da base territorial (...) Eviden-
temente que se verificando uma das raras situações de renúncia (…)
Transação Renúncia
Ato UNILATERAL
Ato BILATERAL
Não se renunciam direitos de indisponibilidade
Não pode haver transação de direito de indis-
absoluta e relativa, em regra.
ponibilidade absoluta. Pode haver transação de
É um ato rejeitado pela ordem jurídica em regra.
indisponibilidade relativa.
Somente em situações específicas podem ocor-
Observação: a conciliação é um ato judicial.
rer (ex.: renúncia da estabilidade sindical).
Absolutamente INDISPONÍVEIS:
assinatura da CTPS, normas de
dignidade, saúde, segurança etc.
Relativamente INDISPONÍVEIS:
Direitos
que a CF/1988 permite como
Trabalhistas
negociação coletiva: ACT e CCT
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O PULO DO GATO
Não se renunciam direitos trabalhistas em âmbito individual. Transacionam-se direitos traba-
lhistas de indisponibilidade relativa. O que contrariar essa norma é nulo, nos termos do artigo
9º da CLT.
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ACT trata de adicional de horas extras de 100% e a CF/88 fala em 50%, logo, aplica-se o ACT
naquele caso concreto em detrimento da norma constitucional.
Porém, isso era uma premissa absoluta que não admitia ressalvas, mas com a Reforma
Trabalhista, passou-se a estabelecer uma regra que pode ser cobrada em provas, qual seja,
no confronto do ACT e da CCT, prevalecerá sempre o ACT mesmo que preveja normas menos
favoráveis ao obreiro.
Logo, se pegarmos o mesmo exemplo acima, e observar o seguinte: se o ACT trata de adi-
cional de horas extras de 100% e a CF/88 fala em 50% e a CCT fala em 120%, aplica-se o ACT.
Embora no caso em comento, a CCT seja mais favorável ao obreiro do que o ACT, a Reforma
Trabalhista faz a determinação de que o ACT prevalecerá e, no exemplo indicado, o percentu-
al de 100%.
Então, esse princípio se aplica em situação de estabelecer o critério de hierarquia quando
da existência de confronto de duas ou mais normas versando sobre a mesma questão. Para
GODINHO, o fundamento desse princípio está no caput do artigo 7o da CF/88 e, assim, tem-se
que esse princípio se torna relevante quando o juiz vai aplicar a norma no caso concreto.
Um ponto importante é que esse princípio, ao menos, no Brasil, fez opção pela teoria DO CON-
GLOBAMENTO, na medida em que é a norma em sua totalidade que é aplicada na situação
concreta. Não é possível selecionar em cada legislação os pontos mais benéficos ao obreiro
para fins de aplicação, sob pena de criarmos uma terceira nova, em pura intervenção judicial
descabida.
O Brasil, portanto, não aceita a teoria da acumulação, pois é preciso ter em mente a totali-
dade da norma que será aplicada para fins de incidência no caso em comento. Como diz GO-
DINHO: “o operador jurídico deve buscar a regra mais favorável enfocando globalmente o con-
junto de regras componentes do sistema, discriminando, no máximo, os preceitos em função
da matéria, de modo a não perder, ao longo desse processo, o caráter sistemático da ordem
jurídica e os sentidos lógico e teleológico básicos que sempre devem informar o fenômeno do
Direito (teoria do conglobamento).
O PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS, ao seu turno, aduz que
as regras trabalhistas são comandos que devem ser cumpridas pelas partes, principalmente,
aquelas previstas no artigo 7 da CF/88, quando trata de jornada, salário, adicionais, não discri-
minação e, ainda, as regras de garantia provisória no emprego. Existe, portanto, uma restrição
à autonomia de vontade.
A imperatividade concede a ideia de ordem, importância e que se impõe sobre a livre von-
tade desmedida das partes. Exatamente pela desigualdade econômica entre empregado e em-
pregador, o Estado intervém através de normas para fins de estabelecer os limites mínimos e
máximos dessa negociação, seja nos pactos individuais, bem como nas negociações coletivas
(ACT e CCT).
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Isso significa que a liberdade aqui é contida, na medida em que o empregador pode ditar
regras sobre o início e fim da jornada, bem como se quer que o labor seja diurno ou noturno ou
em turnos de revezamento, por exemplo, mas não pode impor que a jornada diária seja de 10
horas por dia. Não pode também dizer que num labor com jornada no mínimo constitucional
só pagará 50% do salário-mínimo nacional ou estipular no contrato e dizer que reduzirá os adi-
cionais de insalubridade, periculosidade ou noturno etc.
Não é assim. Há regras mínimas que devem ser observadas e cumpridas pelo empregador,
não se concedendo uma liberdade desmedida para criar cortinas de fumaça que burlem os
direitos mínimos concedidos pelo texto constitucional, por exemplo. Isso porque existe o pata-
mar civilizatório mínimo composto pelos direitos conseguidos e conquistados durante séculos
de luta que se incorporam ao patrimônio jurídico do empregado.
Sugiro que você esteja com os artigos 611-A e 611-B da CLT memorizados, pois ali cons-
tam as possibilidades de negociação e os limites do que pode ser transacionado. A CLT, após a
Reforma Trabalhista, nesse tocante, buscou dar uma certa transparência e norte para as partes
acerca do que podem ou não negociar sem invadir a constitucionalidade do que foi regulado.
Essa imperatividade tem como principal objetivo garantir os direitos fundamentais dos tra-
balhadores. Por isso, que também se afirma que não é possível a renúncia dos direitos traba-
lhistas, pois a renúncia é um ato unilateral.
É importante para fins de prova, entender que a transação é um ato bilateral e aceito no
direito material como processual do trabalho. Por isso, que a liberdade aqui deve ser vigiada,
não se permitindo que o obreiro possa dispor integralmente de todos os seus direitos traba-
lhistas em prol do empregador, pois isso aniquilaria até mesmo na ideia de sua dignidade de
pessoa humana.
Ainda temos o princípio da INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS, em con-
tinuidade a tudo que já tratamos acima. GODINHO traz uma boa síntese: “Ele traduz a inviabi-
lidade técnico-jurídico de poder o empregado despojar-se, por sua simples manifestação de
vontade, das vantagens e proteções que lhe asseguram a ordem jurídica e o contrato”.
Por isso que essa ideia de indisponibilidade pode ser dividida em relativa ou absoluta. Mais
uma vez afirmo a importância de conhecer os artigos 611- A e 611 – B da CLT, na medida em
que o obreiro deve ser limitado no seu âmbito de negociar, pois está em desvantagem econô-
mica. Então, mais uma vez a doutrina assinala sobre a impossibilidade de renúncia.
A situação de trabalho escravo, bem como os trabalhos proibidos são situações em que
existe afronta direta aos direitos trabalhistas em que a parte trabalhadora permanece em situ-
ação de escuridão no gozo dos seus direitos. No trabalho escravo, por exemplo, ou no trabalho
infantil, tem-se, na realidade fática, uma usurpação de direitos que não podem ser tolerados
justamente pela existência do princípio que estamos estudando.
Mas cuidado, pois, como já dito, há direitos que podem ser negociados, como a jornada
extraordinária que pode ser paga, ou compensada ou utilizado o banco de horas, por exemplo. Também
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Por exemplo: se o obreiro laborou por mais de um ano e consegue demonstrar, tal condição
é valorada pelo juiz e considerada na sentença, apesar de ser anotado somente parte do con-
trato de emprego ou até de nunca o empregador ter assinado a CTPS.
O mesmo raciocínio pode ser usado para situações de desvio ou acúmulo de função, salá-
rio por fora etc. Assim, vale mais a realidade, do que o que está formalizado no contrato. Por
isso, a súmula 12 do TST trata das anotações do contrato de emprego como de presunção
relativa, juris tantum, admitindo prova em contrário.
Por isso também que a prova testemunhal tem significado especial no processo do traba-
lho e atualmente o uso de provas digitais.
Essas situações demostram que a realidade é diferente do que foi pactuado no contrato.
A incidência do Princípio da Primazia da Realidade pode ser observada no artigo 442 da
Consolidação das Leis do Trabalho que estabelece “contrato individual de trabalho é o acordo
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.
O artigo 456 da CLT também expressa a teoria, ao prever que a “prova do contrato individual
do trabalho será feita pelas anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento
escrito e suprida por todo os meios permitidos em direito”.
Guarde com carinho todos os artigos e súmulas que estamos mencionando nessa revisão
para você!
Acerca do PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO, é importante trazer
à baila a súmula 212 do TST, sempre lembrada pelas bancas de provas.
Por esse princípio, pela condição econômica mais vulnerável do obreiro, tem-se que se pre-
sume que o vínculo trabalhista entre empregador e empregado permaneça. Ele visa a preserva-
ção do emprego. Tendo em vista este conceito, contratos com prazo determinado representam
exceção, embora a CLT preveja a hipótese.
Assim, a regra, por esse princípio, é que o contrato de trabalho seja POR TEMPO INDETER-
MINADO. Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firma-
do por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a
obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador.
Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato se sobrepõe
às disposições contratuais escritas. Além disso, deve-se buscar a real intenção das partes no
momento de firmar o contrato, seja verbal ou escrito.
GODINHO trata com muita propriedade desse princípio ao afirmar: “Informa tal princípio
que é de interesse do Direito do Trabalho a permanência do vínculo empregatício, com a in-
tegração do trabalhador na estrutura e dinâmica empresariais. Apenas mediante tal perma-
nência e integração é que a ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o objetivo
teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar as melhores condições, sob a ótica obreira, de
pactuação e gerenciamento da força de trabalho em determinada sociedade”.
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Por derradeiro, futuro (a) empossado (a), trato do PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE SALA-
RIAL em que há garantias para proteger o salário do obreiro, pois, afinal de contas, são verbas
de natureza alimentar. Aqui está em jogo o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE, em que o obreiro não
pode ter a supressão absoluta dos seus salários.
Seu principal objetivo é garantir ao trabalhador o direito de perceber a contraprestação a
que faz jus por seu trabalho, de maneira estável e segura, não sujeita às oscilações inerentes
ao ramo da atividade econômica explorada ou à mera vontade do empregador. Mais uma vez
relembro a você sobre a teoria do risco do empreendimento.
Nesse princípio, aplicam-se aquelas regras acerca dos limites de descontos que podem
ser feitos nos salários, conforme o teor do artigo 462 da CLT. Sugiro a leitura no CPC do artigo
833 também.
Em regra, o trabalhador não pode ter sua remuneração condicionada à simples vontade de
quem emprega, sendo credor, nesses casos, das diferenças salariais decorrentes da supres-
são ilegal.
Cuidado! A redução de salários pode ser flexibilizada mediante negociação coletiva. Nes-
se período de pandemia, tivemos essa possibilidade através de medidas provisórias editadas
pelo Presidente da República no ano de 2020. Não reputo relevante aprofundar nessa temática,
salvo se expressamente previsto no edital.
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RESUMO
Existem princípios gerais e específicos no âmbito trabalhista.
Os princípios têm função pré-jurídica (política) antes da elaboração das normas, para fins
de aplicação das normas e, ainda, interpretativa e subsidiária, conforme o artigo 8º da CLT.
Segundo o jurista Robert Alexy, os princípios estabelecem preceitos de otimização, enquanto
a regra normativa indica uma consequência jurídica a cada fato/situação. Para o direito do
trabalho, os princípios representam valores fundamentais que constituem o núcleo do próprio
sistema jurídico trabalhista.
Entre os princípios específicos, temos o carro-chefe, que é o princípio da proteção. Dele
decorrem outros princípios interessantes e impactantes, como aplicação da norma mais fa-
vorável, da condição mais benéfica, do princípio da continuidade da relação de emprego, do
princípio da primazia da realidade sobre a forma.
Os direitos trabalhistas podem ter natureza de indisponibilidade absoluta e relativa. Nesse
âmbito, é preciso que você memorize os artigos 611-A e 611-B da CLT. Assim, nem tudo é “o
negociado prevalece sobre o legislado”.
Os direitos trabalhistas não podem ser renunciados em regra, mas somente em situações
excepcionalmente admitidas pelo legislador. Os direitos de indisponibilidade relativa podem
ser objeto de transação. A renúncia é ato unilateral. A transação é ato bilateral. Na compensa-
ção, reconhece-se a titularidade de um direito. A conciliação é uma transação em nível judicial.
O princípio da primazia da realidade sobre a forma existe quando o conteúdo é mais impor-
tante que a forma. Logo, os rótulos não são essenciais, pois se busca a verdade real/material.
Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, presumem-se: a) na dúvida, o con-
trato de trabalho é por prazo indeterminado; b) na dúvida, a relação de emprego ocorreu sem
justa causa, e não por iniciativa ou culpa do empregado.
Pela natureza alimentícia dos salários, há o princípio da intangibilidade (proteção)
dos salários.
Nenhum princípio é de aplicação absoluta.
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MAPAS MENTAIS
Descritivas
Funções Normativas
Subsidiária – interpretativa/integrativa
Princípio da boa-fé
Princípios Gerais
Princípio do regular exercício do direito
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QUESTÕES DE CONCURSO
010. (DEDALUS CONCURSOS/COREN-SC/ADVOGADO/2020) O chamado jus variandi refe-
re-se a casos excepcionais previstos expressamente no ordenamento jurídico, nos quais o
empregador poderá alterar o contrato de trabalho unilateralmente, mesmo que em prejuízo ao
trabalhador. Tais situações são exceções ao seguinte princípio trabalhista:
a) Princípio da condição mais benéfica.
b) Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas.
c) Princípio da imperatividade das normas trabalhistas.
d) Princípio da norma mais favorável.
e) Princípio da inalterabilidade contratual lesiva ao obreiro.
O jus variandi é o poder do empregador, mas não é absoluto. Isso porque possui limites, na me-
dida em que não pode existir prejuízo ao trabalhador quando existe um comportamento exclu-
sivamente unilateral do empregador que prejudique o obreiro. Mas nesses tipos de questões,
é preciso também uma análise se o direito que a questão menciona é individual e coletivo. No
caso, trata-se de situação de direito individual em que o trabalhador está numa situação vul-
nerável e as alterações não podem prejudicá-lo. Na letra e, estamos diante de aplicação para
alterar lesivamente o contrato de trabalho que é justamente o princípio que evita situações
desfavoráveis ao obreiro por vontade exclusiva de seu empregador respectivo.
Letra e.
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Dispõe a aludida súmula: o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados
a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade
da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. Nesse caso, tem-se cla-
ramente que se trata de princípio da continuidade da relação de emprego, na medida em que,
em regra, é pela base da natureza alimentar dos salários.
Letra b.
Só é possível reduzir salários mediante acordos e convenções coletivas, conforme o artigo 7º,
VI, da CF/1988. Não existe nenhuma previsão quanto aos acordos individuais, tal como sugere
a questão. Em suma, é preciso expressamente que essa redução de salário e jornada seja feita
por instrumentos coletivos de negociação e que ocorra em situação temporária.
Errado.
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Nesse caso, em que prevalece muito mais o conteúdo do que os rótulos e formas, tem-se o
princípio da primazia da realidade sobre a forma, principalmente porque estamos diante da
busca da verdade material. Nesse ponto, a vontade das partes é mais forte que os rótulos.
Letra a.
No caso da questão, estamos falando de condições do trabalhador que são favoráveis e que
se incorporariam, em tese, no seu contrato de trabalho. Logo, são as condições que se tornam
mais benéficas, favoráveis, devendo isso ser norte do princípio e da sua respectiva aplicação.
Letra e.
Não é verdade a premissa. A arbitragem individual, permitida pela Reforma Trabalhista, exige
que o indivíduo tenha concomitantemente a instrução em nível superior completo e que ganhe
mais que o dobro da maior remuneração paga no RGPS. São requisitos cumulativos e, portan-
to, a arbitragem individual, como sugere a questão, tem aplicação restritiva. E, ainda assim,
subsiste o princípio da proteção. Destaque-se que essa arbitragem individual não é a regra do
sistema. Prestigia-se em nosso ordenamento constitucional e infraconstitucional a arbitragem
coletiva, em nível, de negociação por acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho.
Errado.
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Não há princípios absolutos, sendo todos relativos. Logo, a premissa incorre em erro ao afir-
mar que os efeitos dos princípios são incontestáveis ou inflexíveis. Os princípios são relativos.
Errado.
De fato, na melhor doutrina, os princípios possuem visão tríplice, ou seja, descritiva (informati-
va), em que atuam no momento de elaboração da norma; na função normativa (interpretativa)
e, ainda, hierárquica. Não se deve confundir o princípio da condição da norma mais favorável,
que se refere à cláusula mais favorável, e, ainda, da norma mais benéfica, que consiste na apli-
cação da norma mais favorável. Isso não se confunde com o princípio in dubio pro misero. Essa
questão foi muito bem elaborada.
b) Errada. Aqui é o princípio da condição mais benéfica.
c) Errada. Existe uma confusão dos princípios.
d) Errada. Pode haver renúncia em situação excepcional.
Letra a.
A primeira premissa do conceito de Robert Alexy é correta e até citei no seu material de apoio.
No entanto, estamos tratando do centro do princípio da proteção. O in dubio pro operario passa
a ser o centro do sistema do PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO, e não da razoabilidade.
Errado.
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Na verdade, o enunciado se aplica muto mais ao princípio da irredutibilidade salarial, que, por
sua vez, está atrelado ao princípio da intangibilidade contratual lesiva, que está relacionado
com os problemas de salários, descontos etc.
Letra b.
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A visão mais ampla do princípio da norma mais favorável entende que este atua em tríplice
dimensão no direito do trabalho: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante. No
caso da questão, estamos diante da fase de atuação dos princípios na elaboração da norma.
Inclusive, isso está expressamente no livro do Godinho que usamos no nosso material como
carro-chefe da melhor doutrina.
Certo.
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Todas as alternativas, de fato, representam princípios do direito do trabalho, salvo a do item “a”,
pois nem se cogita irretroatividade da lei mais severa, na medida em que as regras de direito
material do trabalho e processual do trabalho são imediatamente aplicadas, a exemplo do que
ocorreu com a Reforma Trabalhista em novembro de 2017.
Letra a.
No caso em liça, no caso hipotético, o juiz acertadamente julgou buscando a verdade material,
ocasião em que se ateve mais aos fatos realmente ocorridos, como a prova oral colhida, do
que propriamente às provas documentais.
Letra c.
A assertiva dessa questão está errada, pois não houve equiparação com a Reforma Trabalhista
de resolução de questões individuais e coletivas mediante o uso de arbitragem. Na verdade,
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De fato, quando se trata de proteção do salário do trabalhador pela sua natureza de verba
alimentar, inclusive, nos termos do artigo 7º, IV e VI, da CF/1988, estamos diante do princípio
que norteia a proteção desse salário e, com isso, estamos falando da “intangibilidade salarial”.
Letra d.
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Súmula n. 51 do TST
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468
DA CLT – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do
regulamento. (ex-Súmula n. 51 - RA 41/1973, DJ 14.06.1973)
II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado
por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
Certo.
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Todas as premissas estão corretas, mas a alternativa A está incorreta porque o direito do tra-
balho é ramo do direito privado.
Letra a.
Com a Reforma Trabalhista, não existe mais a proteção dessa estabilidade financeira, nos ter-
mos do artigo 468, a seguir transcrito:
Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por
mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo
empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de
confiança.
§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empre-
gado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorpo-
rada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função.
Errado.
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Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
A questão foi muito bem elaborada. No caso em liça, abordou as funções dos princípios, os
conceitos de alguns dos princípios e a teoria do conglobamento. Ora, é possível reduzir sa-
lários, conforme o artigo 7º, VI, da CF/1988. Além disso, o princípio da inalterabilidade só se
refere à impossibilidade de alteração unilateral das regras maléficas. Se forem benéficas, as
regras podem ser modificadas unilateralmente.
a) Errada. In dubio pro operário.
b) Errada. É o contrário
d) Errada. Veda as maléficas.
e) Errada. Pode sim, nos termos da CF/1988.
Letra c.
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Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
c) As normas legais não prevalecem diante de normas instituídas por convenção ou acordo
coletivo, por terem estas destinação mais específica.
d) A supressão de direitos trabalhistas instituídos por regulamento de empresa só alcança os
empregados admitidos posteriormente.
e) As condições estabelecidas em convenção coletiva de trabalho, quando mais favoráveis,
prevalecem sobre as estipuladas em acordo.
Dispõe a Súmula 51, I do TST: as cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vanta-
gens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou
alteração do regulamento. Isso torna correta a alternativa C. Pela Reforma Trabalhista, o ACT
prevalece sobre a CCT. Normas legais podem prevalecer diante de normas de ACT e CCT,
desde que mais favoráveis. A alternativa A está incorreta, pois agora existe a previsão de o ACT
prevalecer sempre sobre a CCT embora menos favorável ao trabalhador.
Letra d.
A premissa está errada, pelo que consta no artigo 7º, VI, da CF/1988 e do que se extrai do art.
503 da CLT, que dispõe:
É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados, a redução geral dos salá-
rios dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários de cada um, não podendo, entre-
tanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento), respeitado, em qualquer caso, o salário mínimo
da região.
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Tanto o TST quanto o STF possuem como norte de proteção o nascituro, e não a gestante. O
Plenário do Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento consolidado na Súmula 244
do Tribunal Superior do Trabalho, sobre a estabilidade da gestante, que o desconhecimento da
gravidez no momento da dispensa da empregada não afasta a responsabilidade do emprega-
dor pelo pagamento da indenização por estabilidade.
Errado.
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ao 2º princípio da premissa, está correta, pois a mudança da figura do empregador não altera
a responsabilização e proteção ao empregado. Por exemplo: no caso de sucessão trabalhista.
Errado.
Aqui estamos revisando aulas anteriores. No caso acima, as convenções internacionais não
ratificadas não são fontes do direito do trabalho. As recomendações também não são fon-
tes formais.
Errado.
A questão trata do princípio da isonomia, em que as pessoas devem ser tratadas igualmente, e
um dos exemplos clássicos é a isonomia salarial. Nesse azo, vedam-se as práticas discrimina-
tórias por razão da idade, sexo, gênero, nacionalidade quando há o desempenho das mesmas
atividades e de igual formação profissional. Um dos reflexos desse princípio é o instituto da
equiparação salarial. Veja essa indicação constitucional: Não se admite critérios de discrimi-
nação, por força expressa da CF/1988, da qual citamos o artigo 7º e incisos: XXX – proibição
de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e
critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção
entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos.
Letra c.
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Todos os princípios estão listados na CF/1988, salvo o da alternativa E, pois contraria especi-
ficamente o artigo 8º, inciso I:
Não se admite critérios de discriminação, por força expressa da CF/1988, da qual citamos o
artigo 7º e incisos:
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
Na questão 45, há duas premissas. Logo, deve-se compreender que no caso da premissa 1, a
previsão está expressa nos termos constitucionais que proíbe qualquer formato de discrimina-
ção dos trabalhadores. Em relação à premissa 2, estamos diante de uma informação valiosa
que é o princípio da continuidade do vínculo de emprego, da relação de trabalho que sobrevive
até mesmo diante de situações como sucessão trabalhista e de qualquer transformação em-
presarial. Nesse sentido, é valioso destacar que a premissa regra é exatamente a de compre-
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ender que, na dúvida, a relação de emprego continua, apesar das intempéries fáticas e jurídicas
do empregador, como, por exemplo, situações de sucessões. Embora o enunciado da questão
seja truncado, a verdade é que se abordam dois temas como o caso de aplicação do princípio
da continuidade e do princípio da não discriminação
Errado.
Errado.
Entre o conflito de duas normas, aplica-se a mais favorável ao trabalhador, logo, aplica-se a
norma que seja mais vantajosa. O princípio da alternativa E não existe na melhor doutrina de
direito do trabalho. Os demais princípios existem, mas não se encaixam no perfil da questão.
Letra d.
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Não se trata de razoabilidade, pois não é princípio específico do direito do trabalho. Também
não existe aplicação dos princípios B na doutrina de direito do trabalho. No caso da alternativa
e, tem-se exatamente o sinal do princípio da continuidade da relação de emprego, que sobrevi-
ve até as mudanças do empregador, pois as relações trabalhistas permanecem inalteradas. As
regras da Súmula n. 212 do TST que tratam sobre este princípio é justamente que, na dúvida, o
contrato de trabalho é por prazo indeterminado e a dispensa é sem justa causa. A sucessão de
empregadores está prevista no art. 448 da CLT, que despenca em provas, e, ainda, é um reflexo
direto do princípio em estudo nesta questão.
Letra e.
De fato, essa é a ideia do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Os fatos prevalecem
sobre os documentos, podendo existir descaracterização de rótulos.
Certo.
De fato, essa é a ideia do princípio da primazia da realidade sobre a forma. Os fatos prevalecem
sobre os documentos, podendo existir descaracterização de rótulos.
Certo.
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XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
Letra c.
De fato, é preciso proteger o patamar civilizatório mínimo, razão pela qual é o limite do nego-
ciado entre as partes – ACT e CCT, como bem representado pelo artigo 611-B da CLT. Nesse
ponto, as normas trabalhistas do patamar civilizatório mínimo são imperativas e são freios da
negociação coletiva.
Letra d.
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Na verdade, essa é a ideia do princípio da continuidade que continua existindo após a Reforma
Trabalhista, razão pela qual a justa causa é ônus do empregador, devendo ele provar a justa
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causa do trabalhador e, com isso, o princípio persiste. Tem-se exatamente o sinal do princípio
da continuidade da relação de emprego, que sobrevive até as mudanças do empregador, pois
as relações trabalhistas permanecem inalteradas. As regras da súmula 212 do TST que tratam
sobre este princípio é justamente que, na dúvida, o contrato de trabalho é por prazo indetermi-
nado e a dispensa é sem justa causa. A sucessão de empregadores está prevista no art. 448 da
CLT, que despenca em provas, e, ainda, é um reflexo direto do princípio em estudo nesta ques-
tão. Por isso, ainda, situações de JUSTA CAUSA ou PEDIDO DE DEMISSÃO é ônus da prova do
empregador na relação trabalhista.
Errado.
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Existem triplas dimensões dos princípios, sendo que a resposta está em conformidade com a
melhor doutrina de direito do trabalho.
Certo.
A CF/1988 prevê o mínimo, podendo existir legislação posterior que elasteça o mínimo cons-
titucional. Veja que a CF/1988 estipula uma condição mínima, conforme o art. 7º, inciso XVI:
Está correta a correspondência acerca da proteção que se concede aos direitos trabalhistas
no patamar civilizatório mínimo. Nesse sentido, tudo que fraudar direitos trabalhistas ofende
a indisponibilidade.
Certo.
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a) Errada. A própria CLT afirma que não altera as condições jurídicas do contrato de trabalho.
b) Errada. Tendo em vista que existem situações que podem existir a indisponibilidade do bem
de família na execução trabalhista em detrimento do trabalhador, por exemplo. Também citam-
-se como exemplos a prescrição e a decadência.
c) Errada. Diante do que consta no artigo 8 da CLT.
e) Errada. É favorável ao empregado.
Letra d.
O inciso I está correto, pois é autoexplicativo que o princípio da intangibilidade é relativo, haja
vista que se admite no ordenamento a prescrição e a decadência. O inciso II está correto, na
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medida que trata das diferenças de renúncia e transação. O inciso III está correto, pois, na dou-
trina de Maurício Godinho Delgado afirma que existem direitos de indisponibilidade absoluta e
são eles, por exemplo, os que constam na assertiva. É o chamado patamar civilizatório mínimo.
Letra a.
063. (FCC/ TRT-24ª/2010) O princípio que faz prevalecer a restrição à autonomia da vontade
no contrato trabalhista, em contraponto à diretriz civil de soberania das partes no ajuste das
condições contratuais, é, especificamente, o princípio
a) da condição mais benéfica.
b) da imperatividade das normas trabalhistas.
c) da primazia da realidade sobre a forma.
d) da continuidade da relação de emprego.
e) do in dubio pro operatio.
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É exatamente essa a ideia e o conceito trazido pela valiosa doutrina do Ministro do TST, Mau-
rício Godinho Delgado, na medida em que alguns direitos não podem ser transacionados, por
estarem no patamar civilizatório mínimo. São os direitos que chamamos de indisponibilidade
absoluta, e a questão aborda exatamente os exemplos do livro do doutrinador.
Certo.
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essa jurisprudência do TST não se aplicaria ao caso porque o bancário passou a fazer horas
extras apenas a partir do segundo mês de contratação e não a partir do momento da contrata-
ção, como estaria previsto na Súmula 199. Seria, segundo o Bozano Simonsen, aplicável outra
súmula, de número 48, que valida o sistema de compensação de horário quando a jornada ado-
tada é a chamada semana espanhola, que alterna a prestação de serviços de quarenta e oito
horas em uma semana e quarenta horas em outra. A Súmula 199 foi editada com vistas a coibir
o desrespeito à jornada legalmente prevista para o bancário, disse o relator, juiz convocado
José Pedro de Camargo, ao propor o não conhecimento do recurso. Ele citou também o artigo
225 da CLT, que continua em pleno vigor e estabelece que a prorrogação do trabalho bancário
só poderá ocorrer de forma excepcional. Não se pode permitir expedientes que contornem a
aplicação da lei, enfatizou.
Certo.
A assertiva está em descompasso com a ideia do TST: Súmula 276: “O direito ao aviso prévio
é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o emprega-
dor de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido
novo emprego”.
Errado.
A assertiva está correta, pois as normas cogentes são de ordem pública e de cumprimento
obrigatório, com supedâneo na ideia de imperatividade das normas trabalhistas.
Certo.
A questão traz exatamente a premissa que estamos estudando em nosso material de apoio, na
medida em que renúncia e transação são medidas de exceção, em razão do princípio da prote-
ção dos direitos trabalhistas e, com isso, a interpretação dos termos é restritiva, observando-se
a real intenção das partes.
Certo.
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GABARITO
10. e 30. C 50. c
11. C 31. C 51. d
12. b 32. a 52. b
13. E 33. E 53. E
14. a 34. c 54. C
15. e 35. d 55. C
16. E 36. d 56. E
17. E 37. E 57. C
18. a 38. E 58. E
19. E 39. E 59. a
20. E 40. E 60. d
21. b 41. E 61. a
22. C 42. c 62. b
23. C 43. e 63. b
24. a 44. E 64. C
25. a 45. E 65. C
26. c 46. d 66. C
27. E 47. e 67. E
28. E 48. C 68. C
29. d 49. C 69. C
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Princípios do Direito do Trabalho
Maria Rafaela
REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Brasí-
lia: Senado, 1943.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2019.
DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com
os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017.
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Princípios do Direito do Trabalho
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ANEXO – JURISPRUDÊNCIA
Súmula n. 51 do TST
NORMA REGULAMENTAR. VANTAGENS E OPÇÃO PELO NOVO REGULAMENTO. ART. 468
DA CLT
I – As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas ante-
riormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do
regulamento.
II – Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado
por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
Ocorre que o novo Código de Processo Civil, em seu art. 833, deu à matéria tratamento
um tanto diferente em relação ao Código anterior, no art. 649, substituindo no caput a
expressão ‘absolutamente impenhoráveis’ pela palavra ‘impenhoráveis’, dando, assim,
margem à mitigação da regra pelo intérprete, ao considerar o caso concreto.” (AgInt no
AREsp 1.336.881/DF, Rel. Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 23/04/2019,
DJe 27/05/2019)
Súmula n. 12 do TST
CARTEIRA PROFISSIONAL (mantida)
As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram
presunção juris et de jure”, mas apenas juris tantum”.
Súmula n. 212 - Despedimento. Ônus da prova
O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de ser-
viço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado.
Maria Rafaela
Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mes-
tre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-graduação na
Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região.
Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparatórios para con-
cursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos
desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO,
analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universidade Federal de Ron-
dônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros concursos
públicos. Autora de artigos científicos publicados.
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