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FLORIANÓPOLIS
AGOSTO DE 2001
Os cultivo» de arroz, fumo e banana na sub-bacia do Córrego Garuva, Sombrío,
SC: a utilização dos agrotóxicos e sua implicação na saúde dos trabalhadores.
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" O importante não é o que fazem do
homem, mas o que ele faz do que fizeram
dele " ( Sartre).
AGRADECIMENTOS
À prof3. Dr8 Sandra M. de Arruda Furtado pela orientação, dedicação, paciência e amizade.
Aos meus pais, Edegare Marta pela presença constante na minha caminhada.
À Elzinha pelos ensinamentos de vida, mostrando sempre a beleza nas pequenas coisas.
Lista de Figuras.................................................................................................................. vi
Lista de Quadros................................................................ ............................................... v¡¡¡
Lista de Tabelas................................ ................................................................................ x
Lista de Fotos..................................................................................................................... xi
Resumo.............................................................................................................................. xii
Abstract.............................................................................................................................. xiii
1. INTRODUÇÃO...................... ...................................................................................... 1
1.1 Apresentação........................ ..................................................................................... 1
1.2 Uma introdução à área de estudo....................... ...................................... ................ 4
1.3 Metodologia.............................................................................................................. 9
3. O CULTIVO DA BANANA............................................................................................ 40
3.1 Características gerais.............................................................. .................................... 40
3.2 Tratos culturais......................................................................................... ................... 43
3.3 Principais moléstias e pragas................................................................................ ...... 49
3.4 O cultivo da banana na sub-bacia do Córrego Garuva............................................... 55
4. O CULTIVO DO FUMO................................................................................................ 66
4.1 O cultivo do fumo na sub-bacia do Córrego Garuva................................................... 77
8 . ANEXOS...................................................................................................................... 130
8.1 Entrevista............................................................................................................... ..... 131
LISTA DE FIGURAS
Quadro 01: Área ocupada pelos diferentes tipos de uso do solo na sub-bacia do
Córrego Garuva...................................................................................... 04
Quadro 02: Principais pragas do arroz com maior ocorrência em Santa Catarina.... 20
Quadro 03: Inseticidas recomendados para controle das principais pragas do arroz. 21
Quadro 04: Períodos de utilização dos herbicidas para controle das ervas daninhas
do arroz irrigado..................................................................................... 23
Quadro 05: Agrotóxicos mencionados como os mais utilizados no cultivo de arroz
na sub-bacia do Córrego Garuva.............. ............................................. 28
Quadro 06: Principais agrotóxicos utilizados no cultivo de arroz na sub-bacia do
Córrego Garuva.................................................. .................................... 33
Quadro 07: Tempo de entrada nas lavouras de arroz, segundo relato dos
produtores............................................................................................... 34
Quadro 08: Inimigos naturais das lagartas desfolhadoras................. ............................... 50
Quadro 09: Principais pragas das bananeiras................... ............................................... 51
Quadro 10: Principias doenças e nematóides das bananeiras................................. ........52
Quadro 11 : Doenças dos frutos das bananeiras...................................................... .........53
Quadro 12: Principais características das culturas de banana para plantio em SC.. 59
Quadro 13: Principais agrotóxicos utilizados no cultivo da banana na sub-bacia do
Córrego Garuva................................................................................ ...... 62
Quadro 14: Principais pragas do fumo com maior ocorrência nos cultivos de Santa
Catarina.................................................................................................. 69
Quadro 15: Principais doenças causadas por bactérias e nematóides nas culturas
do fumo em Santa Catarina........................................................ ........... 71
Quadro 16: Principais doenças causadas por fungos nas culturas de fumo em
Santa Catarina....................................................................................... 72
Quadro 17: Principais doenças causadas por vírus nas culturas de fumo em
Santa Catarina....................................................................... ................ 73
Quadro 18: Principais doenças de pós-colheita nas culturas de fumo em
Santa Catarina....................................................................................... 74
Quadro 19: Principais agrotóxicso utilizados no cultivo do fumo na sub-bacia do
Córrego Garuva..................................................................................... 84
Quadro 20: Ação e grupos químicos dos agrotóxicos.................. ............................. 86
Quadro 21 : Sintomas típicos de intoxicação e agentes causadores......................... 99
Quadro 22: Casos registrados de intoxicações humanas por agentes tóxicos 95-99. 101
ix
LISTA DE FOTOS
Foto 13: Conjunto Portátil para teste LOVBOND, mod. AF 267, utilizado para
dosagens de acetilcolinesterase nos agricultores do Córrego Garuva.........
111
RESUMO
The present work goal is to characterize how the farmers use and relate to pesticides in the
banana, fume, and rice cultivations. It was developed in the sub-basin of Garuva stream, in
Santa Catarina, through data obtained in visits to the rural properties, interviews, and
sanguine cholinesterase tests. The rice cultivation suffered strong modifications from the
eighties, with new technologies adoption and with a larger pesticide dependence.
Nevertheless, the producers are distant of a larger relative preoccupation to these products,
and in almost 50% for one hundred of the cases affirm not to receive any type of orientation
regarding the applications, ignoring or disregarding the residual effect periods, of absence, of
protection in the entrance in the farmings, of the more appropriated form of utilization and
cares with the containers manipulation. The banana plantation is cultivated in areas of 5 to
12 hectares and concentrates mostly in the hillsides, next the springs. The producers do not
have the necessary cares with the cultural treatments to this cultivation, in which they use
chemical products to weed and the packing of bunches with garbage sacks. The producers
claim they know all the diseases and plagues of this cultivation. They discard diagnostics
given by the technicians, applying pesticides in abusive form and quantities, many times
preventively, by believing that this way they will obtain an expressive production. The fume
cultivation, occupies areas of 1,5 to 3,5 hectares of the property, and is located really close
the farmers' houses. It takes place through the integration system that is orientation supplied
by companies concerning pesticides and cares indication with the manipulation of the
containers, but even so the producers are used to increasing the pesticides dosage in hot
springs preparation. Pesticides used in the different cultivations belong to several
toxicological classes, in which the use of organophosphates and carbamates is common.
The Cholinesterase sanguine test was carried out in 148 people and revealed that the
biggest rate occurred in the corresponding class to intoxication probability in the rice and
banana cultivations, with 48,4 and 62,5 % respectively. The rice cultivation figure was 21,6%
and the banana one was12, 5% in the acute intoxication. Either in the rice or in the banana
the most affected age group is related from 15 to 24. For the ones who work with the fume,
blander figures were registered concerned age group, with 30% of the cases with intoxication
probability, probable result obtained from the analyses that have been carried out in period of
less frequent pulverizations.
1. INTRODUÇÃO
1.1 - Apresentação
O homem quando teve mais oportunidades de buscar um futuro melhor, por certo
tinha limitado o seu conhecimento e consciência do que deveria e como poderia fazer. Hoje
sabe mais como fazer e por que fazer, mas tem as alternativas limitadas devido às
constantes modificações do meio ambiente .
O caso das pragas que afetam os cultivos é apenas uma face de um problema que,
como uma infinidade de outros são inter-relacionados. Tudo está ligado a tudo. As
interferências mesmo que pequenas e localizadas, acabam afetando o restante, em locais e
ocasiões que muitas vezes são difíceis de serem previstas.
Nos pequenos cultivos, muitas vezes exercidos a custas do esforço humano e da
tração animal, existe uma interação maior do homem com o ambiente. O solo, mesmo que
sujeito à ação do fogo e submetido a cultivos contínuos até diminuir em muito a fertilidade
natural, não recebia cargas significativas de produtos destinados ao controle de pragas,
doenças e plantas consideradas invasoras.
O estabelecimento e expansão das monoculturas, difundidas com a Revolução
Verde, constituíram uma excepcional oportunidade para o que denominamos de “pragas”
pudessem se manifestar. A expansão das monoculturas e a conseqüente “modernização
dos métodos de produção”, representados pela introdução de produtos tecnológicos
sintetizados, constituíram um grande motivador do desequilíbrio ambiental.
Buscar um aumento considerável da produção é uma atividade que representa
interferência significativa no meio ambiente. O homem, quando identificado com uma
produção baseada no cultivo de subsistência , provocou, via de regra, alterações localizadas
e pequenas no meio ambiente. LUTZEMBERGER (1982) afirma que enquanto o agricultor
esteve desenvolvendo a sua atividade mais próximo da natureza, e com pouca dependência
dos adubos químicos e dos venenos sintéticos, conseguia rendimentos constantes, por
vezes bem elevados. RUEGG et alli (1986), consideram que os pacotes tecnológicos ligados
2
Conforme CORRÊA & ROSEN DAHL (1998) a paisagem é uma marca, pois
expressa uma civilização; mas também é uma matriz porque participa dos esquemas de
percepção, de concepção e de ação. Ou seja, da cultura, que canaliza em um certo sentido,
a relação de uma sociedade com o espaço e com a natureza.
Este racionalismo é baseado em SAUER (1998). Para este autor a paisagem é
uma área composta por uma associação distinta de formas, ao mesmo tempo físicas e
culturais, apresentando uma individualidade que a compõe.
QUADRO 01 - Área ocupada pelos diferentes tipos de uso do solo na sub-bacia hidrográfica
do Córrego Garuva.
630000 m E 630000 m E
6790000 m W
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6782000 m N VSartorio
¡ - ARROZ IRRIGADO
- CULTURAS ANUAIS DE SEQUEIRO
- CULTIVO DE BANANA
- PASTAGENS 3
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- MATA Km
2 . 1 - Características Gerais
O ciclo vegetativo
A planta do arroz durante seu desenvolvimento passa por três períodos: vegetativo,
reprodutivo e de maturação.
O período vegetativo compreende várias fases: a fase zero ou germinação (desde a
colocação da semente na água até o aparecimento da primeira folha), que ocorre dentro de
dois a quatro dias; nesta é importante a temperatura da água e do ar, pois a velocidade de
germinação é tanto mais rápida quanto maior for a temperatura. Fase um, ou plânula,
caracterizada com o aparecimento da primeira folha até a formação do primeiro afilho, entre
18 a 20 dias após a semeadura1. Fase dois ou perfilhamento é o período que será iniciado
após três a quatro semanas da emergência, desde a formação do primeiro afilho até o
aparecimento do quarto nó 2. Fase três, ou alongação do caule, se inicia no momento em
que o quarto nó começa a ser notado, até o ponto de algodão.
O período reprodutivo é caracterizado pela fase quatro, conhecida como ponto de
algodão (momento da formação dá pluma de algodão sobre o quarto nó3); fase cinco, ou
embarrigamento ( período compreendido desde o ponto de algodão até a emissão da
panícula); e fase seis, ou floração ( inicia-se com a emissão da panícula, finalizando com a
fertilização da flor levando de quatro a sete dias em condições normais4).
No período final do ciclo, conhecido como período de maturação encontramos a
fase sete, ou do grão leitoso (que se inicia no momento em que a flor é fertilizada e termina
quando a panícula se curva formando um ângulo de 90°); a fase oito, ou grão pastoso
1 Algumas práticas de manejo deverão ser realizadas neste período, assim como um acompanhamento da temperatura. O
controle da quantidade de água é fundamental, pois, quando muito profundas provocam crescimento de plántulas altas, fracas
e com poucas raízes, enquanto a falta de água provoca crescimento irregular e retardado, porém com boas raízes. As plantas
se desenvolvem melhor com temperaturas altas, pois as baixas podem provocar amarelecimento das folhas, morte e
retardamento dó crescimento das plántulas.
2 As cultivares apresentam diferentes capacidades de afilhamento. Quanto maior a distância entre as plantas, maior será o
número de filhos. Água profunda diminui o afilhamento, e a aplicação de nitrogênio estimula a formação de afilhos.
3 A partir da fase quatro - ponto de algodão, até oito a dez dias após a floração plena, a lâmina de água deverá ser mantida
permanentemente.
4 Quando os órgãos de reprodução atingirem a maturação e as condições climáticas forem favoráveis, inicia-se o processo de
polinização e fertilização. Após a fecundação começará a formação do frutos, ou seja, o grão do arroz.
13
(desde o momento em que a panícula forma o ángulo de 90° até evoluir a um ángulo de
180°5); e, a fase nove, ou do grão maduro, em que a umidade do grão estará em tomo de
22 a 26%, quando deverá ser iniciada a colheita.
A temperatura e a radiação solar são os fatores climáticos de maior importância
para a cultura do arroz irrigado. De maneira geral o arroz irrigado apresenta bom
desenvolvimento quando a temperatura média durante o ciclo estiver entre 20 e 35°C;
entretanto as diversas fases do ciclo da planta, necessitam de faixas térmicas distintas, bem
possuem temperaturas críticas diferentes (TABELA 01).
Conforme PEDROSO (1989), a temperatura ideal da água de irrigação tem faixas
mais restritas que as do ar, em torno de 32 a 34°C durante o afilhamento e de 30 a 32 °C
para a diferenciação do primordio floral. Temperaturas de água inferiores a 29°C retardam o
afilhamento e a floração, enquanto as menores que 25°C, aumentam consideravelmente a
esterilidade das flores.
A umidade relativa do ar apresenta influência sobre a floração e a colheita. Com
alta umidade do ar a evapotranspiração será menor, e a abertura das flores será facilitada,
propiciando alto índice de fertilização. A umidade do ar influencia também a umidade dos
grãos no estágio de maturação; e quanto menor, melhor. Umidade relativa alta associada a
temperaturas elevadas irão propiciar o desenvolvimento de doenças fúngicas.
A ação dos ventos em uma área de cultivo de arroz é olhada sob diferentes
ângulos.
“ Há autores que afirmam que o vento favorece as plantas de arroz por que
renova o ar entre as mesmas, aumentando o fornecimento de gás carbônico
Outros condenam a ação dos ventos, por serem transmissores de agentes
causadores de enfermidades (PEDROSO, 1989, p.32).
5 Durante a fase oito ocorrerá o final do enchimento do grão, caracterizando-se como firme e amorfo.
superficial pouco permeável, que facilitam a manutenção da lâmina de água sobre a
superfície e dificultam a lixiviação de nutrientes.
Quanto à acidez do solo, a faixa mais indicada está entre 5,7 a 6,2; porém com
menor produtividade, poderá ser cultivado arroz era solos que tenham alto índice de acidez
e baixo teor em nutrientes.
Para um maior aproveitamento do solo, existe a necessidade de ser realizada a
sistematização do terreno que poderá ser feito em desnível, ou em nível; o primeiro,
bastante utilizado no Rio Grande do Sul, é caracterizado pela utilização de taipas em curvas
de nível, enquanto a sistematização em nível6, empregada em larga escala em Santa
Catarina, é baseada na divisão da área em quadros.
Quando não se utiliza a rotação do arroz com outros cultivos é recomendado a
lavra de verão que diminui a incorporação da matéria orgânica, favorecendo sua rápida
decomposição, eliminação e incorporação de plantas daninhas, reduzindo a produção de
sementes nocivas, bem como reduz a população de plantas hospedeiras de doenças e
pragas e de insetos-praga.
6 Na sistematização do solo em nível, o terreno de cada quadro deverá ser nivelado, com largura compreendida entre 20 e 50
m e comprimento não superior a 200m e cercado com taipas com altura mínima de 20 cm.
De maneira genal, toda área cultivada com arroz irrigado necessita de urna
adubação complementar. As quantidades serão recomendadas conforme os resultados
obtidos na análise do solo. Áreas onde ocorriam outros cultivos requerem maiores cuidados,
pois o excesso de nitrogênio liberado pelo solo irá provocar desequilibrio nas proporções de
N, P e K. Por outro lado para corrigir a escassez de N, a uréia (45% N) ou sulfato de
amónia (21% N), são os mais aconselhados para o cultivo de arroz irrigado (BACHA, 1992;
PEDROSO, 1989). Na adubação de cobertura não existe a necessidade da retirada da água
das canchas, mas simplesmente reduzir a quantidade da lâmina de água ao mínimo, a fim
de evitar infestações e perda de nutrientes; em um período de três a quadro dias, a água
deverá ser recolocada ao seu nível normal. A adubação em cobertura com nitrogênio
poderá ser parcelada em duas épocas, sendo a primeira com a metade da dose, no início do
afilhamento ou logo após a inundação da lavoura, e a segunda, por ocasião do início da
diferenciação do primórdio floral.
A utilização de calcário como corretivo do solo não é recomendado para o arroz
irrigado, porém, quando na análise do solo a quantidade de Ca e Mg for inferior a 5
me/tOOg, é recomendada a aplicação de uma tonelada de calcário dolomítico por hectare
(PEDROSO, 1989). A adubação corretiva pode ser realizada com a utilização de calcário,
fósforo e potássio, segundo as necessidades apresentadas pela análise de solo.
No Estado de Santa Catarina o período ideal de semeadura estende-se de agosto
até janeiro, conforme a região. Semeaduras precoces podem coincidir com temperaturas
baixas, inibindo assim a emergência ou retardando o crescimento inicial da planta.
7 Tanto na semeadura em linha como a lanço, a semente deverá ficar a uma profundidade de 3 a 4 cm. Sementes em camadas
superficiais poderão sofrer ataques de pássaros, assim como uma redução na germinação ocasionada pelo secamento rápido
da camada superficial do solo. Quando.a semeadura ocorrer nas camadas mais profundas, a semente levará mais tempo para
emergir ( PEDROSO, 1989).
8 Drenagem feita logo após a semeadura, levará uma exposição maior das sementes, o que possibilitará o ataque dos
pássaros. Por outro lado solos que permanecem alagados, estarão sujeitos ao ataque de marrecas, além do que temperaturas
baixas poderão provocar o apodrecimento das sementes.
Para o cultivo do arroz existem milhares de cultivares em todo o mundo, adaptadas
às condições de clima, de solo, de preferência do consumidor entre outras.
Em razão da diversidade genética entre as cultivares, representada por diferenças
nas reações a doenças e a estresses ambientais, resposta a nitrogênio e, ainda, pela
desigualdade do ciclo, é aconselhável utilizar no mínimo dois tipos com características
distintas para garantir maior estabilidade da produção e facilitar o escalonamento da colheita
( YOKOYAMA , 1997).
As cultivares recomendadas para Santa Catarina, assim como suas características
principais constam na TABELA 02.
Para os sistemas em que se utiliza semeadura em linha, recomenda-se a
densidade de 400 a 500 sementes por metro quadrado; em solos pesados e em áreas em
que a cobertura morta é mais densa, a densidade deverá ser maior, pois poderá ocorrer
redução no número de plántulas que emergem e sobrevivem.
Para o sistema pré-germinado, em que o processo de semeadura ocorre em solo
inundado, a densidade de semeadura deverá ser de 500 sementes aptas por metro
quadrado ou 120 Kg de sementes por hectare (YOKOYAMA, 1997; PEDROSO, 1989 ).
Em Santa Catarina a semeadura a lanço em solo inundado é utilizada em
aproximadamente 95% da área cultivada com arroz irrigado. Portanto, a cultura de arroz
atualmente está na dependência de um regime de inundação permanente, garantindo uma
produtividade maior e estável, ao contrário do que ocorre com o arroz de sequeiro. O
fornecimento da água para irrigação provém de rios, arroios, canais, lagoas e barragens,
sendo necessária uma boa planificação da propriedade para a adoção do sistema,
A quantidade de água para o cultivo de arroz está relacionada com o volume de
água necessária para saturar o solo, formar a lâmina d’água, compensar a
evapotranspiração e repor as perdas por percolação vertical, laterais e dos canais de
irrigação.
Para o sistema de cultivo convencional e plantio direto é recomendada a utilização
de vazões contínuas de 1,5 a 2,0 litros/segundo/hectare em um período médio de 8 0 -1 0 0
dias de irrigação. Solos com textura franco-arenosa ou arenosos e com maior gradiente de
declividade necessitam de vazões maiores, assim como condições de alta temperatura e
baixa umidade relativa do ar (BACHA, 1992; BACHA & EBERHARDT, 1997).
Para o sistema de plantio com sementes pré-germinadas, além da água necessária
durante o ciclo da cultura, deverá ser somada a necessidade para o preparo do solo, o qual
normalmente é realizado sob condições de inundação.
TABELA 02 - Principais características das cultivares de arroz irrig a d o recomendadas para
Santa Catarina.
1 P - precoce (até 120 días); M - médio (121 dias a 135 días); T - tardio ( mais de 136 dias)
2 Peso médio de 1QQ0 sementes a 13% de umidade
3 Baixa - menos de 100 cm
4 MR - médio resistente; R - resistente
* S - suscetível; MR - médio resistente
FONTE: YOKOYAMA, 1997
Quando existirem suspeitas quanto à qualidade da água, amostras deverão ser coletadas
com objetivo de analisar e estabelecer as concentrações de elementos que possam ser
tóxicos à planta. O mais comum nas lavouras da zona costeira é a elevação dos teores de
cloreto de sódio na água, especialmente quando ocorrem estiagens prolongadas, devido a
influências das águas do mar. O aumento nos teores de NaÇI pode influir no cultivo.
A drenagem de uma lavoura de arroz, como regra geral, deverá ocorrer pouco
antes da completa maturação (quando o grão tiver atingido o estado pastoso), pois com a
retirada da água a maturação toma-se mais uniforme, melhorando a qualidade do grão9.
No período de entressafra da cultura do arroz, o solo deverá ser drenado para
permitir a emergência das plantas indesejáveis e controle das pragas do solo.
9 BACHA, et a|li (1992) afirmam que em solos com boa drenagem, a irrigação pode ser suprimida após o completo enchimento
do grão. Ror outro lado, solos argilosos, de difícil drenagem, a supressão da água do arroz deverá ocorrer 10 dias após ao
florescimento pleno das plantas (em torno de 80%) para as cultivares do tipo intermediário e 15 dias para as cultivares do tipo
moderno.
10 O manejo do cultivo consiste em criar condições favoráveis à concentração das pragas em determinadas partes da lavoura
com adubação nitrogenada mais elevada, manutenção de áreas com plantas daninhas e utilização de cultivares precoces.
QUADRO 02 - Principais pragas do arroz com maior ocorrência em Santa Catarina
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enquanto os adultos as destroem . luminosa
PUIga do arroz Chaetocnema sp. Ocorrência cíclica, prejudicial às plantas desde a emergência até o início do Inundação e drenagem da
perfilhamento, quando provoca raspaduras no limbo foliar, causando redução na lavoura
população de plantas.
Lagarta da fólha Spodòptèra frugiperdá Além de alimentar-se de folhas, cortam os colmos fiovòs rènte ao solo. Pèríódo crítico Inundação e drenagem da Cuidado com arrozais
de ataque em áréas planas estende-se desde a emergência das plantas, até a lavoura próximos ao cultivos
Inundação da lavòura. Em áreas inclinadas, o ataque poderá se estender atéa fase de milho e sorgo
de emissão dè panículas. Preferem atacar Iniclàlmènté as plantas daninhas de
Eohinochioa sp, atacando o àrroz qUando estas forem destruídas pelá aplicação dos
herbicidas.
Bicheira da raiz Oryzòphagus oryzâe As larvas dó “gorgulho aquático" danificam o sistema radicular das plantas. Os Orehagem da área Aplainamento do solo
gorgulhos são encontrados logó após á irrigação definitiva dá lavoura e as larvas dez Eliminação dos restos Limpeza dos canais
diás após. As plantas atacadas pelas larvas apresentam crescimento reduzido, culturais dè irrigação
coloração amareladá e secannehto do ápicè das folhas. Adubação nitrogenda
suplementar
Percevejo do Tibraca limbativentris Encontrado nás fases vegetativa e reprodutiva das culturas, provocando o sintoma Elimihação de restos
Colmo conhecido como “coração morto" e “panícula branca”. O inseto prefere se instalar nás culturais
plantas situadas em locáis não atingidos pela lâmina d'água. Catação manual
Manejo do cultivo
Broca do Colmo Diatraea saccharalls Ocorre nas fáses vegetativa e reprodutiva da cultura, também provocando os Eliminação de restos Cuidado com arrozais
sintomas de “coração morto" e "panícula branca”. culturais próximos ao cultivos
Manejo do cultivo de milho e sorgo
Percevejo do Oebalus poecilus Os cuidados deverão ser iniciados após a polinização, estendendo-se até o inicio do Eliminação de restos
Grão amadurecimento da panícula. culturais
Manejo do cultivo
Moluscos Phisilla acuta Nèm todas as espécies allmentam-se de plantas do arroz. Quando ocorre em grande
gastrópodes Biomphalaria peregrina quantidade sobre as plántulas de arroz com duas a très folhas, estas não suportam o
Biomphalaria peso dos gastrópodes e caem emergindo na lâmina d'água e solò.
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QUADRO 03 - Inseticidas recomendados para o controle das principais pragas do arroz irrigado
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Em Santa Catarina, de acordo com SCHMITT (1997) apenas a bicheira da raiz
ocorre de modo generalizado, enquanto as demais pragas são ocasionais e regionais.
As plantas daninhas são competidoras com a lavoura orizícola por espaço, água,
radiação solar e nutrientes. São ainda responsáveis pelo agravamento dos problemas
sanitários nas lavouras, pois as mesmas são hospedeiras de pragas e susceptíveis à
infecção de doenças.
Conforme NOLDIN et alli (1992), em Santa Catarina, existe uma variedade bastante
grande de plantas daninhas - destacando-se como de maior ocorrência o angiquinho,
paperã, junquinho, milhã, capim-arroz, cuminho, aguapé, capim-macho, arroz-vermelho,
aguapezinho e sagitária - sendo responsáveis por quedas significativas tanto na
produtividade como na qualidade do produto final.
O controle das plantas daninhas é uma das práticas de maior importância no cultivo
do arroz irrigado. São utilizados cinco métodos de controle: o preventivo, o cultural, o
biológico, o mecânico e o químico. Para uma maior eficiência do controle das plantas
daninhas, recomenda-se a integração das diversas práticas, com no mínimo dois métodos.
O método preventivo tem como objetivo evitar a infestação nas áreas do arroz e a
medida fundamental é a compra de sementes isentas de plantas daninhas; outras medidas
de extrema relevância são os cuidados com os animais de pastejo, limpezas de canais de
irrigação e drenagem, limpeza dos equipamentos de uso agrícola e utilização do adubo
orgânico bem fermentado.
No controle cultural devem ser obedecidas as condições de desenvolvimento mais
favoráveis ao cultivo de arroz - rotação de cultura, seleção de cultivares adaptados â região,
preparo adequado do solo, dò espaçamento e da densidade de semeadura - levando-se
desta forma a uma maior competitividade com as plantas daninhas, principalmente na fase
inicial do seu estabelecimento.
Os herbicidas poderão ser aplicados no arroz irrigado, levando-se em consideração
o período de aplicação (QUADRO 04).
O método químico é o mais empregado para o controle das plantas daninhas,
principalmente em função da grande praticidade, eficiência e rapidez.
Na TABELA 03 estão relacionados os herbicidas recomendados para o arroz
irrigado no sistema com sementes pré-germinadas, levando-se em consideração os
produtos disponíveis no mercado e assim como a suscetibilidade das diferentes espécies
daninhas.
QUADRO 04 - Períodos de utilização dos herbicidas para controle das ervas daninhas do
arroz irrigado
Pré-semeadura Semeadura direta: aplicação de herbicida não-seletivo (dessecante) Formação de cobertura morta.
sobre a cobertura vegetal.
Semeadura direta através de cultivo mínimo: solo passa por preparos Formação de cobertura morta
mecânicos, apresentando na época de semeadura uma cobertura
verde, que serão dessecadas posteriormente com a utilização de
herbicidas.
Pré-semeadura Herbicida aplicado antes da semeadura, com posterior incorporação Pouco utilizado na cultura de
com incorporação ao solo arroz irrigado, por. apresentar
I resultados insatisfatórios
Porém deve-se lembrar que muitos produtores estão utilizando de forma preventiva
o uso destas substâncias, o que aumenta os problemas ambientais, como acentuam
NOLDIN et alii (1992), RAMOS (1981) e a EPAGRI (1992).
As doenças podem atacar as lavouras de arroz, causando sérios danos,
interferindo na produtividade e qualidade dos grãos11.
A brusone é a principal moléstia,, que pode levar ao prejuízo de até 100 % da
lavoura; MIURA (1997) identifica também como causadoras de danos nas culturas, as
manchas de glumas, a queima de bainhas, a podridão do colmo, a mancha parda, a mancha
estreita, a escaldadura da folha, a podridão do colar, a cárie ou carvão preto do grão, a
ponta branca e a podridão de bainhas.
11 A ocorrência e o nível dos prejuízos causados, irá variar de ano para ano, assim como de local para local, devido as
variações das condições ecológicas, metereológicas, prevalência de raças de patógenos, suscetibilidade das cultivares e
manejo das práticas culturais.
24
03 - Susceptibilidade das principais espécies de plantas daninhas aos herbicidas seletivos para arroz irrigado no sistema de cultivo o
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Sagittarla guyanensis (águápezinho)
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Em Santa Catarina, a brusone é a principal doença que ataca as culturas do arroz,
e que pode estar presente durante todo o ciclo do cultivo, sendo extremamente grave
quando ocorre na fase reprodutiva, devido aos prejuízos que provoca através da perda na
qualidade e quantidade de grãos.
O fungo Pyrícularía grísea, desenvolve-se bem em uma ampla faixa de temperatura
- de 8 a 37°G - porém com um ponto ótimo a 28°C, e quando acompanhada de umidade
relativa do ar superior a 90%. O fungo irá produzir manchas ou lesões sobre as folhas, nós
e em diferentes partes das panículas e grãos, porém raramente sobre a bainha; a brusone
dos nós provoca o apodrecimento destes, morrendo todas as partes superiores aos nós
infectados. As infecções das áreas próximas à base das panículas causam os sintomas de
brusone de pescoço, quebrando-as, ou quando não, tomando-as “chochas” .
O controle da brusone assim como de outras doenças poderá ser realizado através
da escolha de cultivares mais resistentes (EMPASC 101, EMPASC 105, IR-841, EPAGRI
106, EPAGR1107, EPAGR1108 , EPAGR1109), manejo e controle químico.
O emprego de produtos químicos para as doenças (TABELA 04), será mais
eficiente e econômico, sempre que for acompanhado por outros métodos que visem uma
melhoria no manejo das práticas culturais. A utilização dos fungicidas é recomendada
principalmente pana lavouras com melhor nível de tecnologia e com condições de aplicação
aérea. Nos casos de ataques em lavouras pequenas ou com baixa tecnologia, poderá ser
feito apenas um controle preventivo nos focos com ataque mais severo, tomando-se
precauções para evitar casos de intoxicações com os produtos. No entanto, como
recomenda Ml URA (1997), deverá ser dada nestas lavouras uma maior ênfase ao manejo
das práticas culturais.
TABELA 04 - Fungicidas registrados para o cultivo de arroz no Brasil
BR - brusone, MP - m ancha parda, ME - m ancha estreita, Rhs - Rhizoctonia solani, Rhsp - Rhizõctonia sp
FONTE: AND REI, 1993.
2.3 - A rroz na sub-bacia do Córrego Garuva
M. Darélla (08/01/00).
FOTO 01 - Localização das áreas de produção de arroz na sub-bacia do Córrego Garuva.
Maisjjue 45 hectares 8%
M. Darélla (08/01/00).
FOTO 02 - Área de rizicultura na sub-bacia do Córrego Garuva, mostrando em primeiro plano os
canais de irrigação e ao fundo açude.
Para ser realizada a adubação da área a ser cultivada, são analisadas amostras de
solo pela EPAGRI e a correção segue orientação de agronômos, sendo diferente em cada
propriedade. Os agricultores via de regra utilizam NPK como adubação, 20 dias antes da
semeadura, tempo necessário para a solubilização do adubo e assim tomar-se disponível.
Uma segunda adubação denominada como de cobertura, é realizada no início do
perfilhamento, em tempo médio de 20 dias após a semeadura; esta adubação é nitrogenada
e alguns produtores acrescem potássio. Outra adubação nitrogenada é realizada quando o
cultivo estiver no ponto de algodão, em tomo de 65 dias após a semeadura.
O plantio inicia-se após 15 de outubro, estendendo-se até 30 de novembro, dentro
da faixa proposta para o sul do estado, conforme FIGURA 04. A semeadura é realizada
com sementes pré-germinadas, variedades EPAGRI 108 E EPAGRI 109, com distribuição a
lanço, nos quadros nivelados e totalmente inundados com uma lâmina d’água de
aproximadamente 5 cm; os produtores utilizam estacas ou balizas para demarcarem as
áreas cobertas pela semeadura, utilizando os períodos da manhã, em que o vento é menos
forte. Como regra geral, a densidade de semeadura é de 500 sementes aptas por metro
quadrado.
Os métodos químicos para o controle de doenças, pragas e plantas daninhas na
cultura de arroz na sub-bacia do Córrego Garuva são utilizados em 100% das propriedades.
No entanto, constatou-se que muitas vezes o agricultor utiliza os agrotóxicos de
forma preventiva, sem conhecimento dos problemas fitossanitários presentes e das
consequências ao meio ambiente. Para atingir o efeito desejado sobre os agressores, os
agrotóxicos só devem ser utilizados com conhecimentos técnicos e identificação dos
agentes que estão provocando danos ao cultivo. Assim, o agricultor deverá aplicá-los nas
quantidades corretas, no momento ideal, e com grande preocupação na preparação,
aplicação, lavagem dos equipamentos e armazenagem desses produtos tóxicos.
q-jilorTretros
Ma pa elaborado e organizado pela EPAGOI
(escala a coordenadas aproximadas)
Legenaa
As doses utilizadas, via de regra, estão acima das recomendadas, levando desta
forma a um uso excessivo dos produtos. Esta prática é estimulada principalmente pelas
informações prestadas pelos balconistas ou por outros produtores. Quando questionados,
constatamos que na maioria das vezes a justificativa para tal prática reside em um
“conhecimento do produto e das pragas”, e que doses recomendas não produzem quase
efeito nenhum, não diminuindo os prejuízos causados pelas pragas, doenças e plantas
daninhas, e assim “recomendamos normalmente aumentar 1/3 na dose de aplicação”.
As aplicações geralmente são de caráter preventivo, realizadas em períodos
programados pelos produtores, sem levar em consideração a presença de problemas
fitossanitários. Em conversas com alguns engenheiros agrônomos da região, estes
relacionam alguns dos tratamentos preventivos utilizados como desnecessários, e
apresentam uma estimativa média de 30% de produtos utilizados sem a devida
necessidade.
Através da FIGURA 06, constatou-se que predominantemente as aplicações de
agrotóxicos são de 21 a 22 dias, seguidas do intervalo de 27 a 30 dias. Como o período de
cultura é em torno de cinco meses, são realizadas no mínimo cinco aplicações em datas
pré-estabelecidas.
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
FIGURA 06 - Período (em dias) entre as aplicações de agrotóxicos nos cultivos de arroz da sub-bacia
do Córrego Garuva, segundo relato dos agricultores.
I de 3 até 5 dias 5%
Isuperior a 5 dias 5%
A distância entre a lavoura e a residência da família, pode ser bastante exigua
como se observa na FOTO 03 e FIGURA 07; e, em 50% dos casos estão a menos de 500
metros, o que leva grande risco, pois os produtos aplicados poderão chegar facilmente às
residências, causando sérios problemas de saúde.
M. Darélla (08/01/00).
FOTO 03 - Proximidade das residências com as áreas de cultivo do arroz irrigado, na sub-bacia do
Córrego Garuva.
m e n o s de 500m d e 5 0 0 a té 1 0 0 0 m d e 1 0 0 0 a té 2 0 0 0 m
FIGURA 07 - Distância entre a casa e as lavouras de arroz irrigado na sub-bacia do Córrego Garuva.
□ p u lv e r iz a d o r e m b a rra
□ costal moto rizado
□ c o s t a l manual
.-
D pro prietário
Qfiihos homens
□ contratados
□filhos +corrtratados
Quanto ao destino das embalagens vazias dos agrotóxicos utilizados nas lavouras
de arroz, as orientações técnicas são praticamente descartadas pelos produtores, não
existindo em nenhuma propriedade a construção de lixeira tóxica, assim como outro local
destinado para armazenar as embalagens vazias.
Na pesquisa de campo a maior parte dos entrevistados afirma que as embalagens
vazias são deixadas nas lavouras (45%) ou jogadas nos rios ou córregos (36%), (FIGURA
12). Alguns afirmam ainda que a EPAGRI está desenvolvendo um programa de coleta e que
as embalagens vazias após a tríplice lavagem realizada nos córregos e açudes, são
armazenadas nos galpões até o período de coleta. As embalagens plásticas e em pacotes
de papel podem ser também queimadas nas lavouras.
3. O CULTIVO DA BANANA
São Paulo, Paraná, Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, com cultivares de melhor
tolerância ao frio (ALVES & OLIVEIRA, 1997; MOREIRA, 1987).
A bananeira, quando em condições ideais de temperatura mantém um ritmo
contínuo de crescimento, podendo emitir uma folha por semana. As maiores produções
estão associadas a uma precipitação total anual de 1.900 mm, bem distribuídos no decorrer
do ano, ou seja, sem deficiência hídrica; quando esta for superior a 80 mm anuais, a cultura
não se desenvolve satisfatoriamente, afetando consequentemente, a produção, a
produtividade e a qualidade do fruto (BRUNINI, 1984; BORGES et alli, 1997; ALVES &
OLIVEIRA, 1997).
A falta de água é mais prejudicial nas fases de diferenciação floral (período floral),
e no início da frutificação; quando existir escassez severa de água, a roseta foliar irá se
comprimir , dificultando, ou até mesmo impedindo, o lançamento da inflorescência
(MOREIRA, 1987; MEDINA et alii, 1985.; BORGES et alli, 1997).
Conforme MANICA (1997):
“ A fa lta de água para a planta pode d ete rm ina r o fe cham ento dos
estôm atos, um a d im inu ição na fotossíntese. A planta irá necessitar de m aior
te m p o para a produção de novas folhas, consequentem ente irá fo rm a r um
m enor núm ero de folhas, resultando em d im inu ição dos órgãos flo ra is ,
cachos e fru to s . A quantidade de água que uma bananeira necessita depende
do estágio de desenvolvim ento da planta, núm ero de m udas p o r hectare, tip o
de solo, época do ano, tratos cu lturais e dos diferentes cu ltivares” (p.48).
A falta de água afeta todo o crescimento, podendo ser observados como sintomas
iniciais da seca, uma leve dessecação das folhas, perdendo o vigor. Caso as condições
negativas prossigam, estas folhas murcham totalmente, provocando em seguida a morte
total da planta.
Capina
As bananeiras sofrem bastante com as ervas daninhas. Estas, além de concorrerem
principalmente em nutrientes, iluminação e água, podem ser hospedeiras de inúmeras
pragas.
44
240 rpm com a tampa a 45 graus de abertura, e com o trator andando em baixa velocidade
(MEDINA et alii, 1985; MANICA, 1997; ALVES & OLIVEIRA,1997).
Outro método de controle de plantas daninhas tem por base o emprego de
herbicidas seletivos. Estes eliminam as plantas daninhas, retardam seu crescimento ou
causam-lhes toxicidade sem produzirem o mesmo efeito no cultivo. De acordo com
BORGES et alli (1997), o controle químico pode superar com vantagens as capinas manuais
e mecanizadas, desde que as condições na área de cultivo sejam apropriadas à sua
aplicação e os herbicidas sejam adequadamente escolhidos de acordo com o tipo de planta
daninha a ser controlada, ou seja, de folha estreita, larga ou ambas.
Os herbicidas utilizados na bananicultura podem ser classificados quanto à sua
atuação em: sistêmicos, residuais e de contato. Pertencem à categoria dos sistêmicos os
chamados herbicidas pós-emergência que aplicados em uma parte da planta (nas folhas),
apresentam a capacidade de ser absorvidos e translocados pela seiva para outra parte da
planta (as raízes) causando seu secamento. Para maior eficácia dos herbicidas pós-
emergência existe a necessidade de pelo menos 6 horas sem chuva após a aplicação. São
utilizados para controlar as gramíneas, em especial as ciperáceas. Para uma completa
limpeza do terreno, normalmente torna-se necessário mais de uma aplicação.
Os herbicidas residuais são aqueles aplicados ao solo em pré-emergência ou antes
do mato aparecer; têm sua ação prolongada durante certo tempo, e são absorvidos pelas
raízes das plantas ou sementes em germinação, causando-lhes a morte.
Para DURIGAN (1984):
Desbaste
É a operação por meio da qual se elimina o excesso de rebentos, ou filhos, e que
visa obter uma maior qualidade do produto.
O momento do desbaste dependerá das condições climáticas, da situação do
mercado e de questões de oportunidade.
Recentemente, a Standard Fruit Co, desenvolveu um sistema de desbaste
periódico total que permite a colheita em determinado período do ano, de acordo com o
mercado alvo. Conhecido como “colheita programada”, esse sistema seleciona filhos de
idades similares e elimina plantas de diferentes idades, a fim de possibilitar a colheita dentro
de um período máximo de 12 meses. Essa operação é repetida a cada nove meses ou
quando as condições de mercado indicarem a sua conveniência ( ALVES & OLIVEIRA,
1997; BORGES et alli, 1997).
Para MOREIRA (1987), em cada ciclo do bananal deve-se deixar apenas a mãe,
um filho e um neto, ou a mãe e um ou dois seguidores (filhos), eliminando-se os demais.
Recomenda-se que essa eliminação seja feita quando os rebentos atingirem a altura de 20 a
30 cm, tomando-se o cuidado de proceder a eliminação total da gema apical de
crescimento, para evitar a possibilidade de rebrotação.
De modo geral, os desbastes são realizados aos quatro, seis e dez meses do
plantio, na fase de formação do cultivo; em bananeiras adultas obedecem ao programa de
eliminação de folhas secas. Todavia, como acentuam ALVES & OLIVEIRA (1997) e
BORGES et alli (1997) o esquema de desbaste está condicionado sobretudo a fatores
econômicos, ou seja, ao rendimento e à variação sazonal dos preços.
Desfolha
A eliminação de folhas secas, mortas, ou aquelas que, mesmo ainda verdes, ou
parcialmente verdes, estejam com o pecíolo quebrado, deve ser regularmente realizada a
fim de iiberar a planta daqueias partes cuja atividade fotossintética não corresponda a seus
requerimentos fisiológicos. Permite assim um melhor arejamento e luminosidade, acelera o
desenvolvimento dos filhos, controla certas pragas e doenças que utilizam ou requerem as
folhas como refúgio ou fontes potenciais de inóculo, e acelera o processo de melhoramento
47
Escoramento ou Tutoramento
O escoramento pode ser feito com uma vara de bambu que é apoiada ou presa ao
pseudocaule, próximo à roseta foliar; também são utilizados fios de polipropileno. Na parte
superior da planta a amarração é feita na base dos pecíolos, entre a terceira e quarta folha;
as extremidades livres do fio devem ser amarradas em outras plantas que por seu ângulo e
localização constituam os pontos de suporte mais convenientes. Poderão ser usados
"troncos” de plantas recém - colhidas. É uma prática amplamente utilizada nos cultivos para
exportação. O escoramento como recomendam ALVES (1982) e ALVES & OLIVEIRA,
(1997), deve ser feito como medida preventiva, ou seja, quando a inflorescéncia se torna
pêndula.
Remoção do Coração
A remoção ou corte da parte terminal da ráquis masculina ou “coração” é uma
prática adotada em regiões produtoras de bananas de excelente qualidade destinadas ao
exterior ou ao mercado interno (MANICA, 1997).
O objetivo deste procedimento reside em acelerar o desenvolvimento
(engrossamento) das bananas, melhorar a forma dos frutos, permitir a colheita do cacho
mais precocemente, ajudar no controle de pragas e facilitar o ensacamento do cacho.
Corte do Pseudocaule
Do ponto de vista prático e econômico o mais aconselhável é o corte do
pseudocaule próximo ao solo, imediatamente após a colheita do cacho, para que não sirva
como fonte ou reservatório de problemas fitossanitários importantes; a sua eliminação total
favorece as propriedades físicas e químicas do solo, mediante uma rápida incorporação e
melhor distribuição de resíduos da colheita.
A utilização desta prática agrícola poderá variar de região para região. Há
49
produtores que não cortam nem as folhas nem o pseudocaule da bananeira colhida; outros
fazem tanto nas folhas como no pseudocaule, em parte ou total. No caso de eliminação
total do pseudocaule, deve-se proceder à cobertura imediata da ferida do corte com
inseticida ou terra, para a evitar a atração e o ataque de pragas que afetam o rizoma.
Trabalhos realizados não indicam nenhuma influência de altura do corte de
pseudocaule da planta mãe sobre a produção da planta filha (segundo ciclo). Os
tratamentos mais recomendados, segundo MANICA (1997) consistem em realizar corte total
rente ao solo, ou corte parcial a 2 m de altura, ou corte total aos 30, 45, e 60 dias após o
parcial.
O combate das pragas existentes nos bananais exige grande trabalho por parte
dos agricultores, para obter frutos de boa qualidade exigidos pelo mercado. Para FANCELLI
(1997), a ocorrência de pragas, por si só, não justifica a implementação de medidas
unilaterais de controle. O bananal, como qualquer outro cultivo, interage com o meio,
podendo-se afirmar que o manejo adequado das plantas e o respeito aos inimigos naturais,
são condições que favorecem a obtenção de colheitas satisfatórias, sem que sejam
causados maiores danos ao meio ambiente e com menores gastos na aplicação de
praguicidas.
Em todas as fases da bananeira, existe a possibilidade de contaminação causada
por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Segundo CORDEIRO (1997), o sucesso na
produção de banana depende dos cuidados dispensados às doenças e aos nematóides. A
produtividade e qualidade dos frutos será tanto maior, quanto menor for a incidência desses
problemas.
Uma das principais pragas que atacam as lavouras, é conhecida como lagartas
desfolhadoras, que se encontram normalmente em equilíbrio no meio ambiente, não
provocando danos econômicos, pois sua população é quase sempre tão pouco numerosa
50
que não justifica uma intervenção expressiva do homem. Tal fato advém da presença de um
grande número de inimigos naturais que atuam na regulação populacional desses insetos
(FANCELLI, 1997, p.67). Entretanto, torna-se uma praga quando ocorrer um desequilíbrio
biológico, como o causado pela aplicação de agrotóxicos que promovem a morte dos
inimigos naturais das lagartas desfolhadoras, como mostra o QUADRO 08.
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QUADRO 09 - Principais Pragas das Bananeiras
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QUADRO 11 - Doenças dos Frutos da Bananeira
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F O T O 0 4 - Cultivos d e b a n a n a nas en costas dos m orros da su b -b a c ia do C ó rreg o G a ru v a ; nas á reas
planas plan taçõ es d e arroz.
M. Darélla (08/01/00).
FOTO 05 - Detalhe do terreno acidentado onde é praticado o cultivo da banana na sub-bacia do
Córrego Garuva.
M. D a ré lla (0 8 /0 1 /0 0 ).
F O N T E : E P A G R I, 1997: 28.
Traça da bananeira
Broca do Rizoma
Moleque da Bananeira
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□ de 2 até 3 ho ras
□ de 3 até 4 ho ras
□ de 4 até 5 ho ras
□ de 5 até 6 ho ras
□ bota
□ bota-Hnáscara-tchapéu
□ botas-Huvas-tchapéu
□ bota-rniacacão-Huva-ichapéu
Tempo Porcentagem
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4. O CULTIVO DO FUMO
Acredita-se que a semente de tabaco foi descoberta há cerca de 4000 anos atrás,
quando os nativos do continente americano veneravam e adoravam as folhas douradas do
fumo. No Brasil, o tabaco12já era conhecido antes mesmo do seu descobrimento, quando os
indígenas o utilizavam para fins medicinais e em rituais mágico-religiosos.
O fumo constitui um dos fatores importantes da economia de vários países,
envolvendo milhões de famílias envolvidas no processo produtivo. A China foi o país com
maior produção de fumo na safra agrícola de 1999, seguida respectivamente pela índia,
Estados Unidos e Brasil.
Com uma produção de 590.100 toneladas no ano de 1999, o cultivo do fumo no
Brasil concentra-se principalmente no sul do país, envolvendo mais de 660 municípios dos
três estados do sul. Segundo AFUBRA13, trabalham mais de 135.000 famílias de pequenos
agricultores, com propriedades inferiores a 20 hectares, dos quais somente 2,5 hectares, em
média, são utilizados para o plantio de fumo; a área restante da propriedade é ocupada
com o cultivo de milho, feijão, pastagens, reflorestamento, entre outras atividades. A
fumicultura na Região Sul é desenvolvida, desde 1918 através do sistema integrado de
produção entre indústrias e agricultores.
Sendo uma planta da zona tropical sul-americana, prefere climas quentes e úmidos
durante seu período de desenvolvimento, com temperaturas compreendidas entre 20°C e
30°C. A umidade é um fator importante na cultura do fumo , principalmente na qualidade das
folhas produzidas, sendo ideal uma umidade do ar em torno de 80 a 85%. Um excesso de
chuvas durante o desenvolvimento vegetativo irá produz folhas leves, delgadas, cor
indesejável e pobre em aroma, ocorrendo também uma diminuição nos teores de nicotina.
O frio é um dos fatores desfavoráveis ao desenvolvimento do fumo, ocasionando
um florescimento precoce; por isso os canteiros devem permanecer cobertos em dias
ventosos e com temperaturas baixas.
12 Devido a quantidade relativamente pequena de bibliografias sobre o cultivo de fumo, a revisão aqui
apresentada foi baseada principalmente em periódicos das empresas fumageiras AFUBRA ( 1982) e SOUZA
CRUZ ( 1992 e 1993).
13 www.afubra.com.br
67
Uso da talagarça
A talagarça consiste em uma lâmina de plástico utilizada sobre os canteiros,
objetivando a proteção contra os raios solares, ventos, geadas e chuvas torrenciais.
Passados aproximadamente 60 dias após a germinação, as mudas com 10 cm de altura
aproximadamente, necessitam uma maior incidência solar, sendo necessário então a
68
retirada da talagarça duas vezes ao dia, durante 2 a 3 dias, nas horas de menor incidência
solar. Após este período, a talagarça é retirada totalmente dos canteiros.
Regas
Prática utilizada com grande acompanhamento por parte do produtor, sendo
necessário duas regas ao dia, em períodos quentes e secos. Desta maneira, evita-se o
atraso na germinação e falta de uniformidade no tamanho das mudas.
Desbaste
Manejo utilizado quando existir excesso de mudas nos canteiros, propiciando um
melhor controle no desenvolvimento, assim como menor incidência de moléstias nas
plantas. Está prática deverá ser realizada a partir de mudas com 4 folhas até um tamanho
máximo de 10 cm de altura.
Conforme orientação das empresas AFUBRA e SOUZA CRUZ, a população ideal
para canteiros de 30 x 30 cm é de quarenta a sessenta mudas.
Adubação de Cobertura
Prática realizada quando as mudas apresentam crescimento lento, com sinais de
fraqueza e amarelecimento foliar. Para adubação de cobertura, o adubo recomendado é o
salitre (fornecido pela empresa integradora) na quantidade de 1 kg para 50 m2 de canteiro.
Podas
Objetivando uma maior uniformidade das mudas dentro dos canteiros, a poda será
realizada com corte das folhas maiores, em dois períodos: quando as mudas atingirem 10
cm de altura, e com 15 dias antes do plantio.
QUADRO 14 - Principais pragas do fumo com maior ocorrência nos cultivos de Santa Catarina.
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Após o plantio das mudas nos canteiros definitivos, algumas práticas culturais
devem ser realizadas, e entre elas a capina e aterrações, capação, desbrote e aplicação dos
agrotóxicos.
Capina e aterração
Prática utilizada com finalidade de eliminação das ervas daninhas; melhoria na
qualidade do solo, através de uma melhor oxigenação e maior proteção das mudas, com
solos próximos as mesmas.
As capinas não apresentam datas pré-estabelecidas, sendo realizadas
aleatoriamente pelos agricultores. As aterrações são realizadas juntamente com a capina.
Capação
Para obter fumos de boa qualidade, a capação deve ser realizada, com a retirada
das influorescências localizadas no ápice da planta. Esta prática deve ser realizada, quando
ocorrer o início da colheita, e após a abertura total da flor, quando já tiverem sido realizadas
de duas a três colheitas das folhas do fumo.
A capação ainda é subdividida quanto a altura do desponte em alta e baixa. A alta é
realizada quando desponta a panícula, juntamente com duas folhas, e a baixa quando
despontar a panícula, com 3 a 6 folhas.
Com a realização da capação, os níveis de nicotina e açúcares aumentam nas
folhas, ocorrendo também um aumento de 20% na produtividade.
Desbrote
Consiste na retirada das brotações laterías e apicais da planta, total ou
parcialmente, de forma manual ou química.
O primeiro desbrote ocorre quando os brotos tiverem de 10 a 15 cm de
comprimento, e o segundo de 3 a 4 semanas após o primeiro; sendo algumas vezes
necessário o terceiro desbrote.
Para realização do desbrote químico, é necessário o desbrote mecânico. A
aplicação do anti-brotante deverá ser realizada antes das 24 horas após o desbrote
mecânico, molhando os pequenos brotos com uma solução química.
floração. As folhas que se apresentarem maduras , com coloração verde amarelada devem
ser colhidas. Com intervalos de 7 dias serão feitos novos repasses à procura de folhas de
fumo maduras; e devem ser realizados de 8 a 10 repasses no total da colheita. Em cada
planta poderão ser colhidas de 16 a 20 folhas.
A colheita de fumo é processada em etapas, requerendo um cuidadoso trabalho
manual, em sucessivas apanhadas, que irão começar das folhas inferiores até as
superiores, de acordo com o crescimento e maturidade da planta.
Após a colheita, as folhas são amarradas em varas e levadas para secar nas
estufas. No processo de secagem, além da perda da água e da mudança de cor, as folhas
sofrem uma série de transformações bioquímicas. Depois de curado, o fumo será
armazenado em paióis, aguardando o transporte até a empresa integradora.
77
M .D a ré lla (0 1 /2 0 0 0 ).
F O T O 07 - Vista g eral d a su b -b a c ia do C ó rreg o G a ru v a , com p la n ta ç ã o d e fu m o próxim o à casa
(verd e m ais escuro), ca n c h a s d e a rroz e ao fundo, á re a d e cultivo d e b anana
79
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/ /\l6 %
□ de 3 até 5 anos
□ de 7 até 10 ams
□ de 11 até 15 anos
44°/N^
— Doe atétanos
□ acima de 25 aios
Através das entrevistas e visitas realizadas na área de estudo, foi constatado que
as áreas de fumo apresentam-se bem próximas às casas dos produtores, em média 80m de
distância (FOTO 08), e os canteiros ainda mais próximos do que as plantações definitivas;
também aos córregos e mesmo nascentes. Nas propriedades com fumo, constatou-se que
92% pertencem aos próprios produtores enquanto 8% das áreas de cultivo são arrendadas.
Em nenhuma das propriedades visitadas encontramos produção de mudas no sistema Float,
mas todas em canteiros.
M .D arélla (01/2000).
F O T O 08 - P ro xim id a d e das residê n cia s com o cultivo de fu m o na sub-bacia do C órrea o G aruva.
80
FIGURA 21 - Declarações dos produtores rurais pesquisados quanto à orientação para a aplicação
dos agrotóxicos nos cultivos de fumo na sub-bacia do Córrego Garuva.
M. Darélla (01/2000).
F O T O 09 - P lantas de fu m o em é poca de colheita na su b-ba cia do C órreg o G aruva.
Para o início das pulverizações, que é realizada tanto pela manhã como tarde, não
existe hora definida, estando condicionada ao número de plantas a serem atingidas. As
pulverizações, em geral são realizadas por mais que 4 horas consecutivas, conforme mostra
a FIGURA 22; este fato acarreta ao aplicador uma permanência grande dentro da área,
sendo necessário, na maioria das vezes mais de um dia de pulverização. As caldas são
preparadas nos galpões (73%) e nas lavouras (27%), utilizando águas provenientes de
açúdes, riachos e córregos.
if¡ p ¡
Quando questionados quanto ao perigo existente pelo não uso dos equipamentos de
proteção individual, os produtores são unânimes em afirmar que as práticas de aplicação
dos agrotóxicos são realizadas sem os cuidados necessários, mas justificam que o maior
trabalho com o cultivo do fumo é realizado no período mais quente do ano, sendo impossível
suportar o calor com as roupas e máscaras indicadas para a aplicação dos agrotóxicos.
84
jOrthene
Inseticida IV Organofosforado Controle do pulgão verde, tripés do
Acaricida fumo, percevejo cinzento, lagarta,
pulga do fumo, lagarta rosca e
broca do fumo.
Inseticidas Organofosforados
Carbamatos
Organoclorados
Piretróides
Fungicidas etileno-bis-ditiocarbamatos
Trifenil estânico
Captan
Hexaclorobenzeno
Herbicidas Paraquat
Glifosato
Pentaclorofenoi
Derivados do ácido fenoxiacético
Dinitrofenóis
Outros Raticidas
Acaricidas
Nematicidas
Molusquicidas
Fumigantes
Existe insegurança inerente ao uso de produtos tóxicos, mas esta pode ser
controlada, em maior ou menor grau dependendo do respeito ou não às recomendações de
manipulação, preparação das caldas e aplicação. É quase constante a não utilização dos
equipamentos de segurança, cuidado com os vasilhames, que envolve tanto o depósito
quanto o destino dos mesmos. Outras práticas recomendadas como acentua GUIVANT
(1992) incluem o banho e lavação das roupas após a aplicação, e não se alimentar ou fumar
durante as aplicações.
Como salienta HADLICH (1997) o uso excessivo de agrotóxicos e a falta de preparo
do agricultor estão relacionados ao seu baixo nível educacional, à falta de alternativas
produtivas como também à necessidade de evitar problemas econômicos ocasionados pela
perda de uma colheita.
Para GUIVANT (1992), a maneira como os agrotóxicos são utilizados é legitimado
pelos produtores rurais através do pensamento que as práticas realizadas reforçam sua
identidade como atores sociais importantes, controlando o processo produtivo, associado à
confiabilidade que os mesmos manifestam em relação aos agrotóxicos.
As estatísticas do Ministério da Saúde apontam quase cinco mil agricultores
brasileiros intoxicados todos os anos com pesticidas. Os técnicos da FUNDACENTRO
consideram que o número é ainda mais elevado, estimando em quase duzentos mil. Oito em
cada cem casos de intoxicação de trabalhadores rurais registrados no Brasil ocorrem com
pesticidas agropecuários. A facilidade de acesso do trabalhador rural aos pesticidas faz
87
com que o número de suicidios por estes produtos químicos seja elevado no meio rural,
perdendo somente para aqueles causados pelos medicamentos (FIGURA 24).
A segurança das condições de trabalho e o manuseio dos agrotóxicos é
preocupante, principalmente porque a causa fundamental dos números elevados de
intoxicações e de mortes de agricultores é a não utilização de equipamentos de proteção,
medidas de higiene e de segurança no trabalho como apontam NIEWEGLOWSKI (1992), e
ZUCHI (1995).
1026
1819
ppesticidas dom ésticos
Q p r o d u t o s dom issanitários
□ raticidas
□ pesticidas a g ro p ec uá rios
■ m edicam entos
RETENÇÃO DISPONIBILIDADE
p o ssíve l ílejtradaçS o
LIXIVIAÇÃO
, AGUAS PROFUND AS
programas de saúde pública ( controle de mosquitos, por exemplo) e a forma indireta ocorre
pela mobilização da contaminação do ar e do solo, sendo arrastados pela água das chuvas
e outros mecanismos.
A poluição da água no setor agropecuário está relacionada a várias práticas, desde
a lavagem de equipamentos, manejo de efluentes para a irrigação, aplicação de
fertilizantes, aplicação de pesticidas entre outros. Nos ambientes rurais o cuidado com o
manejo correto das águas é de fundamental importância para o controle de quantidade e
qualidade das mesmas.
A água quimicamente pura não existe na superfície da terra e a expressão pura é
sinônimo de água potável. Quando se apresenta com organismos potencialmente
patogênicos ou contêm substâncias tóxico-venenosas que as tornam perigosas para o
consumo humano, a água é considerada contantaminada e apresentando-se com
determinadas substâncias e em quantidades tais que afetam sua qualidade, prejudicando a
sua utilização ou a tomam repulsiva aos sentidos da visão, paladar ou olfato, ela é
denominada poluída. É claro que a contaminação poderá acompanhar a poluição ( LEME,
1984).
A poluição das águas por pesticidas é responsável por grande dano à saúde
humana, animal e vegetal. RUEGG et alli (1986) citam que as causas deste tipo de
poluição podem estar relacionadas com: lançamento nas águas de restos de formulações;
lavagem dos equipamentos de pulverização em águas de riachos, rios e lagoas; cultivos
feitos à margem das águas; lavagem e carreamento dos pesticidas pelas águas das chuvas;
respingos acidentais de formulações de pesticidas em poços, tanques, caixas de água,
fontes, riachos, rios e lagoas; e aplicação direta de pesticidas nas águas para controlar
larvas e mosquitos, caramujos (hospedeiro intermediário de esquistossomose) e vegetação
aquática excessiva.
Conforme salienta PASCHOAL (1979): " os resíduos dos agrotóxicos também são
fontes de poluição dos corpos d'água. As deficiências nutricionais das plantas, aliadas ao
aparecimento de pragas resistentes ao agroquímico, à diminuição dos inimigos naturais e à
baixa diversidade do meio ambiente, que implica em menor estabilidade, têm sido os
principais responsáveis pelo uso crescente de agrotóxicos nas lavouras".
Reportagem do Diário Catarinense, de 12 de novembro de 2000, mostra a situação
de Santa Catarina, quanto à falta de fiscalização na venda, aplicação e distribuição dos
produtos nos mercados. A falta de uma legislação estadual que instrumentalize os órgãos a
realizar uma efetiva fiscalização facilita um comércio sem barreiras. A Lei Estadual 11.069
de 1998, que até o momento não se apresenta regulamentada, atribui aos órgão estaduais a
realização das fiscalizações. Cabe a Cidasc a fiscalização na área do comércio; a Fatma e
94
UNISUL (nov/98).
FOTO 10 - Aplicação de pesticida, juntamente com a capina nos canteiros do fumo, Sanga Negra-
Sombrio - SC.
doses prescritas, utilizando práticas também específicas, causam efeitos adversos no meio,
o que justifica o interesse sobre estudos que envolvem sua presença, e seus derivados no
ambiente ( GUIVANT, 1992; PINHEIRO, 1993; ZAMBRONE, 1989).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a cada hora e meia morre uma pessoa
nos países pobres intoxicada por praguicidas, num total de 16 por dia; e para cada caso
notificado de intoxicação existem 50 ou mais não notificados ( POLTRONIERI, 1997).
Assim com acentua POLTRONIERI (1988), os agrotóxicos são um problema de
risco, estando extremamente vinculado com o modelo de produção agrícola que se impõe
no país. Os agrotóxicos são altamente prejudiciais para a saúde tanto de quem os consome,
incorporado aos alimentos, quanto para a massa de trabalhadores que os manipula.
Para RIOS & OLIVEIRA (1999), o uso dos praguicidas configura-se em um risco
ambiental, pois, além de prejuízos materiais, por perda da safra ou cabeças de gado, têm
causado graves prejuízos à vida humana pela poluição do ar, das águas, dos solos, dos
alimentos e contato direto por manuseio. O risco ambiental pode ser conceituado como uma
ameaça potencial apresentada ao homem ou à natureza por eventos originados ou
transmitidos ao meio ambiente natural ou construído. É tudo o que ocorre no ambiente e
causa prejuízos à vida humana, sejam prejuízos sociais, materiais ou a perda da própria
vida.
Os trabalhadores agrícolas que manipulam os agrotóxicos não são treinados para
trabalhar com produtos tóxicos, nem recebem, em geral, as mínimas advertências sobre os
perigos a que se expõem. Os equipamentos de proteção individual como: boné ou chapéu,
viseira, luvas, roupas de algodão, botas de borrachas, avental impermeável, máscaras,
entre outros, não são utilizados pelos agricultores. Estes justificam que estes equipamentos
de proteção individual são muito quentes e desconfortáveis. Outros cuidados como período
de carência (tempo em que o produtor e sua família não poderão entrar na lavoura tratada
com agrotóxicos), não são respeitados e algumas vezes a própria casa está localizada
dentro das lavouras (FOTO 11).
No corpo humano os pesticidas podem penetrar por três vias: pele (absorção via
subcutânea ou dérmica); pela boca (ingestão por via oral) ou pelo aparelho respiratório
(através de inalação pela via respiratória), embora os prejuízos para a saúde humana sejam
mais acentuados nos produtores rurais, a ingestão dos alimentos também respondem por
sérios transtornos à população urbana.
Intoxicações pela via dérmica ocorrem pelo contato direto do produto com a pele
através de respingos, derramamento do produto sobre a pele e uso de roupas
contaminadas. Já as intoxicações por via oral ocorrem principalmente em situações onde o
aplicador não toma certas atitudes no momento da aplicação, entre elas fumar, ingerir
97
M.Darélla (08/01/00)
FOTO 11 - Localização da casa, dentro da lavoura de fumo, na sub-bacia do Córrego Garuva.
SINTOMAS AGENTES
evidente no mês de junho. Este aumento do número de intoxicações coincide com a época
de plantação e condução das principais lavouras em Santa Catarina, como o milho, fumo,
soja , feijão e arroz.
No Brasil as intoxicações humanas registradas por agentes tóxicos, de 1985 a
1999, totalizaram 674.689 casos , com cinco agentes respondendo por 73% do total. As
intoxicações por pesticidas agropecuários contribuíram com 7,46% dos casos e os
pesticidas domésticos com 3,75% do total (QUADRO 22). Somados estes dois agentes
(11,21%), representam a terceira causa de intoxicação no Brasil.
Em Santa Catarina, de acordo com o Centro de Informações Toxicológicas do
Estado, os organofosforados são responsáveis por 25,3% dos casos e os carbamatos com
12,6% das intoxicações produzidas por agrotóxicos no período de 1994 a 1996 (QUADRO
23 ). Com estes dados podemos constatar que estes dois grupos químicos inibidores da
colinesterase, totalizam 37,9% dos casos registrados . DARÉLLA et alli (1999), registram
na comunidade rural da Sanga Negra, município de Sombrio, que de 114 pessoas
submetidas ao exame para dosagem de acetilcolinesterase (todos trabalhadores em cultura
do fumo), 76,3% apresentaram redução na atividade da enzima colinesterase.
Segundo FIOCRUZ/CICT/SINITOX (1999) no período de 1997 a 1999, foram
registrados 14.877 casos de intoxicações por pesticidas de uso agrícola, ocasionando óbito
em 473 pessoas. Neste mesmo período, na região sul ocorreu 4.692 casos, 32% do total
registrado no Brasil, com 157 óbitos (33%).
Alguns autores confirmam que os carbamatos e organofosforados, inibidores da
colinesterase, são os compostos responsáveis pela maioria dos envenenamentos por
agrotóxicos ( GRANDO, 1998; MAHIEU et alli, 1990; VALLE et alli,1993; entre outros).
QUADRO 22 - Casos Registrados de Intoxicação Humanas por Agentes Tóxicos, no Brasil, no período de 1985 a 1999.
Ditiocarbamatos 7 0,8
Metais inorgânicos 3 0,3
FUNGICIDAS Fenóis 3 0,3
Benzimidazóis 0,3
Ftalimidas 2 0,2
Triazinas etriazóis 0,2
Outros 0,3
Subtotal 24 2,3
FONTE: G RAND0.1998.
103
inibidores da colinesterase, porém nos carbamatos esta inibição é menos estável, reversível
e de curta duração, à exceção de casos graves.
Tratando-se dos carbamatos, o exame deverá ser realizado pouco tempo após a
exposição, já no caso dos organofosforados, a atividade da acetilcolinesterase poderá
permanecer diminuída por até 90 dias após o último contato. ( GRANDO, 1998; LARINI,
1996).
□ IIograu ccrrpleto
0 IIograu inccrrpleto
□ Pgrauccrrpleto
□ Iograu incompleto
■ não lê e não escreve
□ um caso
□ dois casos
□ três casos
□ mais de três casos
■ não houve intoxicação
FIGURA 27 - Número de intoxicações relatado pelos entrevistados nos últimos cinco anos na sub-
bacia Córrego Garuva.
M.DARÉLLA (01/2000).
FOTO 12 - Equipamentos de pulverização armazenados em locais não específicos, em propriedades
do Córrego Garuva.
QUADRO 25 - Causas das intoxicações dos agricultores da sub bacia Córrego Garuva
CAUSA PERCENTAGEM
Inalação 30%
Outros 4%
FIGURA 28 - Formas de ajuda nos casos de intoxicação por agrotóxicos, segundo relatos dos
agricultores do Córrego Garuva.
CUL'n v o
ARROZ BANANA
Agrotóxico Classe Percentagem Agrotóxico Classe Percentagem
Toxicológica Toxicológica
Cerconil II 31%
M.DARÉLLA (01/2000 ).
FOTO 13 - Conjunto Portátil para teste LOVBOND, Mod. AF 267, utilizado para dosagens de
acetilcolinesterase nos agricultores do Córrego Garuva.
probabilidade de intoxicação
intoxicação aguda
intoxicação grave e perigosa
112
113
6. CONCLUSÕES ERECOMENDAÇÕES
• O cultivo do arroz na área estudada sofreu um forte incremento após os anos 80, com
difusão do Projeto Pró-Varzeas. Novas tecnologias começaram a ser implementadas,
acompanhadas de uma maior dependência dos agrotóxicos.
• Dos entrevistados, 47% dos produtores afirmam não receber nenhuma orientação
quanto à aplicação dos agrotóxicos, revelando o uso aleatório desses produtos
químicos.
• Constatou-se que na maioria das propriedades, o intervalo entre uma aplicação e outra
varia de 21 a 24 dias, sendo os produtos usados de forma individual ou em coquetel.
• Este cultivo via de regra é realizado afastado das residências, porém próximo às
nascentes.
Uma das mais importantes práticas culturais, que irá possibilitar um certo controle ao
ataque das pragas, o ensacamento dos cachos, não é realizado em todas as
propriedades, estando presente apenas em 20% delas, e mesmo assim, de forma
incorreta, com a utilização de sacos de lixo.
Os agrotóxicos utilizados nos bananais, em sua grande maioria, são indicados pelos
balconistas das agropecuárias e por outros produtores.
Os agrotóxicos utilizados nas lavouras de banana são aplicados na maioria das vezes
de forma combinada, com produtos químicos diferentes, ou com o mesmo princípio ativo
mas com nome comercial diferenciado, sempre com o coadjuvante (óleo mineral).
A aplicação dos pesticidas estará condicionada à extensão das lavouras, com o serviço
de pulverização se estendendo da manhã até a tãrde, em período superior a 3 horas.
Quanto ao fumo:
• O fumo ocupa áreas de 1,5 a 3,5 hectares, em propriedades onde são cultivados outros
produtos como arroz, banana, mandioca, feijão e milho.
• As lavouras de fumo são próximas das residências, e os canteiros mais próximos ainda.
• Da população investigada, 56% afirmam já ter sofrido alguma complicação com o uso
dos agrotóxicos, em acidentes derivados pela ingestão, inalação ou contato com a pele.
• A ignorância por parte dos produtores rurais no conhecimento das classes toxicológicas,
possibilita um maior risco de intoxicação aos trabalhadores e às suas famílias.
• Das 148 pessoas que participaram dos exames de sangue, 70% ligada à produção de
arroz, 75% com a de banana e 30% com a de fumo, apresentaram alterações nos níveis
de colinesterase sangüínea, inclusive crianças na faixa etária de 2 a 10 anos.
- desenvolvimento por parte dos órgão públicos das atividades de fiscalização, de modo a
fazer cumprir a legislação em vigor;
ALTMAN,F. Os danos para o agricultor. Época, São Paulo. Ano 1, n° 26, p. 38-43, nov.
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ago. 1989.
PESQUISA DE CAMPO
Data:
1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 - Dados da Familia
Localização da propriedade:.........................................................................................................................................
Nome do agricultor:........................................................................................................................................................
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ........................................................................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? ..............................................................................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome do Cônjuge:............................................................................................
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
N° de residentes na propriedade:..................................
N° de filh o s :..............................
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - qua l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .... ....................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( )2° grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q ua l? ..................................................
f. ( ) curso superior - qua l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) nâo
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( )2° grau incompleto
e. ( ) 2o grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
q u a l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
Nome:.................................................................................................................
Grau de Parentesco com o proprietário:
Sexo: ( )M ( )F
Data de nascimento: / /
Escolaridade: a. ( ) não lê e não escreve
b. ( ) 1o grau incompleto
c. ( ) 1o grau completo
d. ( ) 2o grau incompleto
e. ( ) 2° grau completo - curso técnico? ( ) sim ( ) não
qua l? ..................................................
f. ( ) curso superior - q u a l? .........................................................
Quais as funções exercidas na propriedade?
2. DADOS DA PROPRIEDADE
2.1 -Á rea to ta l:.................................... 2.2 - Área total trabalhada:
2.3 - Tipos de exploração agrícola relacionada com o tamanho da propriedade:
Area Fumo Banana Arroz outras
(hectare)
0 -5
6-10
11 - 1 5
16-20
21 - 2 5
26-30
31 - 3 5
36-40
41 - 5 5
Mais que 55
3.4 - Realiza algum tratamento químico após a colheita? a. ( ) não b. ( ) sim Quáis?
3.6 - Na sua opinião, quais as perdas na produção causados pelas pragas e doenças?
3.8 - A quem recorre, de preferência, quando ocorrem pragas e doenças nas lavouras?
a. ( ) agronômo b. ( ) técnico agrícola c. ( ) balconista de agropecuária d. ( ) outros Quais:
3.9 - Quais os métodos de controle de pragas e doenças que julga mais eficiente?
3.10- Quais os métodos que costuma utilizar?
3.12 - Em caso de receber alguma informação sobre o uso dos agrotóxicos, quem presta este tipo de
informação?
a. ( ) agronómo b. ( ) técnico agrícola c. ( ) balconista de agropecuaria d. ( ) outros Quais:
* Quais?
3.15 - Quais os agrotóxicos utilizados/quantidade/finalidade?
CULTIVO DO ARROZ
Produtos Quantidade Finalidade
CULTIVO DO FUMO
Produtos Quantidade Finalidade
CULTIVO DA BANANA
Produtos Quantidade Finalidade
OUTROS CULTIVOS:
CULTURA:................
Produtos Quantidade Finalidade
3.16 - Qual a duração média das pulverizações/cultivo?
Tempo Arroz Fumo Banana Outros cultivos *
Menos de 30 minutos.
De 30 minutos até 1 hora
D e l até 1:30 horas
De 1:30 até 2 horas
De 2 até 2:30 horas
De 2:30 até 3 horas
De 3 até 3:30 horas
De 3:30 até 4 horas
Acima de 4 horas
* Quais?
( ) ( ) ( )
6 horas
7 horas
8 horas
9 horas
10 horas
11 horas
12 horas
13 horas
14 horas
15 horas
16 horas
17 horas
18 horas
3.19 - Há quanto tempo possui o pulverizador?
a. ( ) menos de 1 ano b. ( ) de 1 até 2 anos c. ( ) de 2 até 3 anos d. ( ) de 3 até 4 anos
e. ( ) de 4 até 5 anos f. ( ) mais de 5 anos
3.20 - Quantas vezes trocou os bicos do pulverizador?
a. ( ) 1 vez b. ( ) 2 vezes c. ( ) 3 vezes d. ( ) 4 vezes e. ( ) 5 vezes f. ( ) 6 vezes
g. ( ) mais de 6 vezes Q uantas?....................................................................
3.21 - Como faz a regulagem do pulverizador?
3.22 - O senhor acha que existe algum tipo de contaminação do meio ambiente devido as pulverizações com
agrotóxicos? Quais e por quê?
3.23 - Para o senhor quais as vantagens do uso dos agrotóxicos? Por quê?
3.29 - Compra os agrotóxicos com receituário agronômico? Sim ( ) Não ( ) Por quê?
3.31 - Os equipamentos de proteção após o uso são limpos? Sim ( ) ( ) Não Como?
3.32 - Faz a leitura do rótulo antes de utilizar o produto? Sim ( ) N ão( ) Porquê?
ARROZ
a. ( ) d e l a t é 3 dias b. ( ) de 4 até 5 dias c. ( ) de 6 até 7 dias d. ( ) de 8 até 10 dias
e. ( ) de 11 até 15 dias f. ( ) de 16 até 17 dias g. ( ) de 18 até 19 dias h. ( ) de 20 até 21 dias
i. ( ) de 22 até 23 dias j. ( ) de 24 até 25 dias k. ( ) de 25 até 27 dias I. ( ) de 28 até 30 dias
m. ( ) acima de 30 dias
FUMO
a. ( ) de 1 até 3 dias b. ( ) de 4 até 5 dias c. ( ) de 6 até 7 dias d. ( ) de 8 até 10 dias
e. ( ) de 11 até 15 dias f. ( ) de 16 até 17 dias g. ( ) de 18 até 19 dias h. ( ) de 20 até 21 dias
i. ( ) de 22 até 23 dias j. ( ) de 24 até 25 dias k. ( ) de 25 até 27 dias I. ( ) de 28 até 30 dias
m. ( ) acima de 30 dias
BANANA
a. ( ) de 1 até 3 dias b. ( ) de 4 até 5 dias c. ( ) de 6 até 7 dias d. ( ) de 8 até 10 dias
e. ( ) de 11 até 15 dias f. ( ) de 16 até 17 dias g, ( ) de 18 até 19 dias h. ( ) de 20 até 21 dias
i. ( ) de 22 até 23 dias j. ( ) de 24 até 25 dias k. ( ) de 25 até 27 dias I. ( ) de 28 até 30 dias
m. ( ) acima de 30 días
3.34 - Quanto tempo após a aplicação dos agrotóxicos ocorre a entrada das pessoas nas plantações?
a. ( ) mesmo dia b. ( ) de 1 até 3 dias após a aplicação c. ( ) de 4 até 5 dias
d. ( ) de 6 até 7 dias e. ( ) de 8 até 9 dias f. ( ) de 10 até 11 dias
g. ( ) de 12 até 13 dias h. ( ) de 14 até 15 dias i. ( ) de 16 até 17 diás
j. ( ) de 18 até 19 dias k. ( ) acima de 20 dias
3.35 - Quanto tempo após a aplicação dos agrotóxicos os produtos sao comercializados?
a. ( ) mesmo dia b.( ) de 1 até 3 dias após a aplicação c. ( ) de 4 até 5 dias
d .( ) de 6 até 7 dias e- ( ) de 8 até 9 dias f. ( ) de 10 até 11 dias
3.36 - Na sua opinião quais os produtos (agrotóxicos) são considerados perigosos e não perigosos a saúde?
PERIGOSOS NAO PERIGOSOS
3.40 - As lavouras são feitas sempre na mesma área? Sim ( ) Não ( ) Por quê?
OBSERVAÇÕES