Relatório - Campo I - Equipe Iii - Oficial - Rev01

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS


FACULDADE DE GEOLOGIA

RELATÓRIO
MAPEAMENTO GEOLÓGICO I
ÁREA III
ESCALA DE 1:25.000
MUNICÍPIO DE BALSAS, ESTADO DO MARANHÃO.

BALSAS - MARANHÃO
2023
DISCENTES:
ÁREA III
EQUIPE CHMPR
CLAUDINEI FERNANDES DA SILVA
202140603066
HENRIQUE BORGES DE OLIVEIRA
202140603067
MARCELO HENRIQUE ALVES PEREIRA
202140603047
PAULO GABRIEL LIMA SANTOS
202140603052
ROBSON FONSECA SOUZA
202140603054

Relatório de MAPEAMENTO GEOLÓGICO I


apresentado ao Instituto de Geociências e Engenharias,
Faculdade de Geologia, da Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará, como requisito para a aprovação na
disciplina – Mapeamento Geológico I, sob a orientação dos
docentes: Dra. Ana Valeria, Dr. Antônio Emídio e Dr.
Leonardo Brasil.

DOCENTES:
Dra. ANA VALÉRIA REIS PINHEIRO
Dr. ANTÔNIO EMÍDIO SANTOS JUNIOR
Dr. LEONARDO BRASIL FELIPE

BALSAS – MARANHÃO
2023
SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO .............................................................................................................
1.1- Objetivos .....................................................................................................................
1.2- Localização e Acesso ..................................................................................................
1.3- Aspectos Socioeconômicos .........................................................................................
1.4- Aspectos Fisiográficos ................................................................................................
1.4.1 Clima ..........................................................................................................
1.4.2 Solo .............................................................................................................
1.4.3 Relevo .........................................................................................................
1.4.4 Vegetação ...................................................................................................
1.4.5 Hidrografia ................................................................................................
1.4.6 Biomas........................................................................................................
2- ATIVIDADES E METÓDOS......................................................................................
2.1- Atividade Pré-Campo ..................................................................................................
3- GEOLOGIA REGIONAL ...........................................................................................
3.1- Arcabouço Tectônico ..................................................................................................
3.2- Domínios Geomorfológicos ........................................................................................
3.2.1 Planície ..........................................................................................................
3.2.1.1 Planície Sublitorânea .................................................................................
3.2.1.2 Planície Litorânea ......................................................................................
3.2.1.3 Litoral Ocidental .........................................................................................
3.2.1.4 Golfo Maranhense ......................................................................................
3.2.1.5 Planície Costeira ........................................................................................
3.2.1.6 Planicie Fluvial ...........................................................................................
3.2.2 Planalto .........................................................................................................
3.2.2.1 Pediplano Central.......................................................................................
3.2.2.2 Planalto Oriental ........................................................................................
3.2.2.3 Planalto Oriental ........................................................................................
3.2.3 Depressões .....................................................................................................
3.3- Litoestratigrafia ...........................................................................................................
3.3.1 Bacia do Parnaíba ........................................................................................
3.3.1.1 Grupo Serra Grande .................................................................................
3.3.1.1.1 Formação Ipu ..........................................................................................
3.3.1.1.2 Formação Tianguá ..................................................................................
3.3.1.1.3 Formação Jaicós ......................................................................................
3.3.1.2 Grupo Canindé ..........................................................................................
3.3.1.2.1 Formação Itaim .......................................................................................
3.3.1.2.2 Formação Pimenteiras ............................................................................
3.3.1.2.3 Formação Cabeças ..................................................................................
3.3.1.2.4 Formação Longá ......................................................................................
3.3.1.2.5 Formação Poti .........................................................................................
3.3.1.3 Grupo Balsas .............................................................................................
3.3.1.3.1 Formação Piauí .......................................................................................
3.3.1.3.2 Formação Pedra de Fogo........................................................................
3.3.1.3.3 Formação Motuca ....................................................................................
3.3.1.3.4 Formação Sambaíba ................................................................................
3.3.2 Bacia das Alpercatas....................................................................................
3.3.2.1 Formação Mosquito ..............................................................................
3.3.2.2 Grupo Mearim ..........................................................................................
3.3.2.2.1 Formação Pastos Bons .......................................................................
3.3.2.2.2 Na Formação Corda ...........................................................................
3.3.2.3 Formação Sardinha ...............................................................................
3.3.2 Bacia do Espigão-Mestre .............................................................................
3.3.2 Bacia São Luiz-Grajaú ................................................................................
3.4- Ambientes de Sedimentação .......................................................................................
3.4.1 Grupo Serra Grande ...................................................................................
3.4.1.1 Formação Ipu .............................................................................................
3.4.1.2 Formação Tianguá .....................................................................................
3.4.1.3 Formação Jaicós .........................................................................................
3.4.2 Grupo Canindé..............................................................................................
3.4.2.1 Formação Itaim ..........................................................................................
3.4.2.2 Formação Pimenteiras ...............................................................................
3.4.2.3 Formação Cabeças .....................................................................................
3.4.2.4 Formação Longá .........................................................................................
3.4.2.5 Formação Poti ............................................................................................
3.4.3 Grupo Balsas ................................................................................................
3.4.3.1 Formação Piauí ..........................................................................................
3.4.3.2 Formação Pedra de Fogo...........................................................................
3.4.3.3 Formação Motuca .......................................................................................
3.4.3.4 Formação Sambaíba ...................................................................................
3.5- Registro Fóssil .............................................................................................................
3.5.1 Grupo Serra Grande ...................................................................................
3.5.2 Grupo Canindé..............................................................................................
3.5.1 Grupo Balsas ................................................................................................
3.6- Evolução da Bacia .......................................................................................................
3.7- Histórico da Bacia .......................................................................................................
3.8- Diagnóstico Geoeconômico ....................................................................................
4- GEOLOGIA LOCAL ..................................................................................................
4.1- Aspectos Fisiográficos ................................................................................................
4.1.1 Vegetação ......................................................................................................
4.1.2 Solo ................................................................................................................
4.1.3 Geomorfologia ...............................................................................................
4.2- Análise de Drenagem ..................................................................................................
4.3- Análise de Alinhamento. .............................................................................................
4.4- Análise de Relevo ........................................................................................................
4.5- Análise Fotogeológico .................................................................................................
4.6- Litoestratigrafia e Ambiente de Sedimentação ..........................................................
4.6.1 Análise Faciológica ......................................................................................
4.6.1.1 Fácies Pelíticas ...........................................................................................

4.6.1.2 Fácies Arenosas ..........................................................................................

4.7.1- Associação de Fácies...................................................................................

4.7.1- Associação de Fácies do Sistema Deltáico ................................................

4.7.2- Associação de Fácies Lacustres .................................................................

4.8- Evolução da Área e Discursões ...................................................................................

4.9- Registro Fóssil .............................................................................................................

4.10- Ocorrência Mineral ...................................................................................................

5- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...................................................................

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................

7- ANEXOS .......................................................................................................................
1- INTRODUÇÃO
O presente Relatório de MAPEAMENTO GEOLÓGICO I apresenta os
resultados provenientes dos levantamentos geológicos realizados na região da área em
estudo situa se no município de Balsas do estado do Maranhão. Este relatório de
mapeamento constitui uma parte integrante do curso de Geologia da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e resume as atividades ocorridas
durante a saída de campo da turma entre os dias 02 a 08 de novembro de 2023, as
atividades ocorreram sob a orientação dos docentes Dra. Ana Valéria Dr. Antônio
Emídio e Dr. Leonardo Brasil.

1.1 Objetivos

Visamos como principal objetivo o aprendizado para realizar o mapeamento


geológico com base cartográfica em escala 1:25.000. Isso envolve a execução de tarefas
como mapeamento geológico básico utilizando fotografias aéreas, coleta de dados
litoestratigráficos, geomorfológicos, sedimentológicos e estruturais. A interpelação
inclui o uso da literatura para aprofundar o entendimento do arcabouço geológico local
e da história evolutiva da área mapeada.
O foco principal da EQUIPE CHMPR na ÁREA III:
a) Integrar de maneira eficaz os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos até
o momento no curso de geologia, especialmente na prática de mapeamento;
b) Desenvolver e aprimorar habilidades geológicas;
c) Formular hipóteses e, com base na literatura, compreender ambientes
sedimentológicos, interpretar processos e fenômenos geológicos, além de estabelecer
correlações no tempo geológico.
d) Assim, produzir um mapa com escala 1:25.000.

1.2 Localização e Acesso

As regiões mapeadas situam-se no nordeste do país, ao sul do Estado do


Maranhão, especificamente na cidade de Balsas, abrangendo a Folha Balsas (SB. 23-Y-
D) e delimitadas pelas coordenadas UTM 9120000 a 9220000 de latitude e 340000 a
490000 de longitude. Essa área é circundada pelos municípios de São Raimundo das
Mangabeiras ao norte, Riachão a oeste, Tasso Fragoso ao sul e Uruçui a leste. Balsas
está localizada a uma distância de 810 km da capital São Luís e a 536 km de Marabá,
acessível pela BR-230. As áreas mapeadas encontram-se ao sul de Balsas,
aproximadamente a 30 km ao longo da MA-006 em direção a Tasso Fragoso.
Posteriormente, segue-se por uma estrada de terra à direita da via (sentido Balsas -
Tasso Fragoso) em direção à Vila Brejo Alegre.
(FIGURA 01, FIGURA 02 e FIGURA 03).
FIGURA 01 - 02: Mapa de localização das áreas mapeadas na cidade de Balsas-MA, mostrando as rodovias de acesso e enfatizando a
Área III.
Fonte: Autores 2023
FIGURA 03: Imagens ilustrando posicionamento da áreas do I, saindo de um parâmetro nacional, estadual, até chegar em uma escalalocal das áreas,
Fonte: Autores 2023
1.3 Aspectos Socioeconômicos
A cidade de Balsas teve seu início nas margens do rio de mesmo nome, onde se
proporcionava acesso às fazendas do município de Riachão. O aumento do fluxo de
viajantes resultou no desenvolvimento do local, dando origem a estabelecimentos
comerciais e à construção de residências. Antônio Ferreira Jacobina desempenhou um
papel crucial ao se interessar pela localidade, iniciando atividades comerciais com fumo
e tornando-se um líder local. A vila, originalmente denominada Santo Antônio de
Balsas, recebeu o status de cidade em 1918, mantendo a mesma denominação. Somente
em 1943, o município passou a ser conhecido apenas como Balsas.
Os dados socioeconômicos referentes a Balsas foram obtidos através de pesquisa
nos sites do IBGE (www.ibge.gov.br). Segundo o censo de 2022 realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, a população do município era de aproximadamente
101.767[2022] mil habitantes, distribuídos em uma Área Territorial 13.141,162[2022]
quilometros quadrados.
A economia da região é impulsionada pela indústria de grãos, destacando-se
como um dos maiores produtores do Nordeste. Além disso, há presença de indústrias
extrativas, como as de óleo de babaçu, transformação do buriti e fibras de palmáceas,
como o tucum. Balsas desfruta de uma localização estratégica, sendo conectada a todas
as capitais do Nordeste pela BR 230, que compreende o trecho da Transamazônica, e às
cidades ao sul do Estado por meio da rodovia MA 006.

1.4 Aspectos Fisiográficos

1.4.1Clima

Balsas possui um clima tropical semiárido, caracterizado por uma temperatura


média anual de 24ºC. Durante o verão, as temperaturas podem atingir até 40ºC, enquanto
no inverno, coincidindo com a estação seca, as temperaturas podem se aproximar dos 10
°C em cidades do sul maranhense, resultando em uma considerável amplitude térmica. A
média anual de chuvas varia entre 1.300 e 1.700 mm, com a maior parte das
precipitações concentrada nos meses de outubro a março. No período de maio a
setembro, que corresponde à estação seca, as chuvas são escassas, podendo ocorrer
estiagem. Durante os meses de julho a agosto, a umidade do ar diminui
significativamente, atingindo valores entre 15% e 30%. Esse clima seco representa um
desafio para a vegetação do cerrado, favorecendo a ocorrência de incêndios. Em grande
parte do ano, os ventos são suaves, geralmente abaixo de 7 km/h, sendo raros os dias
com ventos fortes e constantes. No mês de agosto, é comum a ocorrência de ventos mais
intensos em relação à média anual (Figura 04).
FIGURA 04: Mapa de classificação climática do Maranhão
Fonte: MacroZEE-MA (2013)
1.4.2 Solo

Conforme Maranhão (2002, p. 19), os solos na área incluem o Latossolo


Amarelo, Podzólico Vermelho Amarelo Concrecionário, Areias Quartzosas e solos
Litólicos, caracterizados por serem arenosos, altamente drenados, erodíveis (grau de
fragilidade variando de médio a forte), apresentando baixa fertilidade natural, baixa
retenção de umidade associada à acidez e alta porosidade.
Carvalho Filho (2011) destaca as principais classes de solos no Estado do
Maranhão do ponto de vista socioeconômico, representando 88,82% do território.
Essas classes incluem Latossolo Amarelo (33,87%), Plintossolo Argilúvico
(13,67%), Argissolo Vermelho-Amarelo (9,54%), Argissolo Vermelho-Amarelo
Petroplíntico (9,22%), Neossolos Quartzarênicos (8,84%), Neossolos Litólicos
(6,98%), e Luvissolo Crômico (6,70%). Classes de menor expressão cartográfica
abrangem Gleissolos (1,89%), Solos Indiscriminados de Mangue (1,85%), Nitossolo
Vermelho (1,38%), Latossolo Vermelho (1,20%), Neossolos Flúvicos (1,07%),
Plintossolo Pétrico (0,94%), Neossolos Eólicos - Dunas (0,38%), Vertissolo (0,34%),
Planossolo Nátrico (0,27%), Argissolo Acinzentado (0,20%), e Cambissolo (0,07%),
totalizando cerca de 10% do Estado.
Os Latossolos Amarelos destacam-se como os solos mais relevantes,
ocupando aproximadamente 33,87% do território maranhense, abrangendo uma
extensão de cerca de 112.404,48 km2. Esses solos são particularmente prevalentes
no cerrado maranhense, especialmente na região centro-sul, onde observa-se um
constante avanço da monocultura da soja, além do cultivo de milho, feijão, mandioca
e pastagem plantada (FIGURA 05).
FIGURA 05: Mapa de ocorrência de solos no Maranhão
Fonte: CPRM IBGE (2013)

1.4.3 Relevo

O relevo do território maranhense exibe características típicas das litologias


predominantes em bacias sedimentares que passaram por extensos períodos de ação
dos agentes externos, resultando na formação de superfícies erosivas e deposicionais
com feições tabulares e subtabulares.
1.4.4 Vegetação

De acordo com Maranhão (1991, p. 42) a região em questão faz parte do


Bioma Cerrado, o Cerrado regional é dividido em três gradientes distintos:
Campo Cerrado, Cerrado e Cerradão. O Campo Cerrado está presente em áreas
com pouca disponibilidade de água e é caracterizado por uma cobertura
predominantemente composta por gramíneas com arbustos dispersos. O Cerrado,
por sua vez, possui uma vegetação menos densa, com uma camada rasteira
dominada por gramíneas e uma cobertura arbórea com galhos irregulares. No
Cerradão, as árvores têm troncos menos retorcidos, e a vegetação herbácea é
composta por gramíneas, ciperáceas e bromeliáceas. (FIGURA 06).

FIGURA 06: Mapa de cobertura vegetal do estado do maranhão


Fonte: ZEE-MA (2009)
1.4.5 Hidrografia
O Rio Balsas tem origem nas cabeceiras da Chapada das Mangabeiras,
situada a uma altitude média de 600 metros. Ao longo de sua extensão total de
525 km, ele deságua no Rio Parnaíba nas proximidades das cidades de Benedito
Leite (MA) e Uruçuí (PI), abrangendo uma bacia hidrográfica de 24.540 km². O
rio é perene, mantendo seu fluxo ao longo do ano, e seus principais afluentes
incluem o rio Balsinhas pela margem direita, além dos rios Maravilhas e Neves
pela margem esquerda. A pluviometria média anual na região é em torno de 1200
mm, e a maior parte da bacia apresenta um relevo caracterizado como forte.
(FIGURA 07).

FIGURA 07: Mapa de bacias hidrográficas do maranhão


Fonte: ANA (2009)
1.4.6 Biomas

O território do Maranhão apresenta uma composição que abrange


diferentes biomas, incluindo a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga. Essa
diversidade confere ao estado uma ampla gama de características morfológicas e
ambientais. (FIGURA 08).

FIGURA 08: Mapa dos biomas Amazônico, Cerrado e Caatinga no Estado do Maranhão
Fonte: IBGE (2013)
2. ATIVIDADES E MÉTODOS

2.1 ATIVIDADE PRÉ-CAMPO


Durante a fase de Pré-Campo, os Docentes orientadores conduziram aulas em
sala de aula nas quais forneceram instruções detalhadas sobre a geologia esperada na
região em estudo. Estas sessões educativas abordaram as características geológicas
específicas e os aspectos relevantes a serem encontrados durante a pesquisa de
campo, foram realizadas também pesquisas bibliográficas, com base principalmente
nos trabalhos de GÓES e FEIJÓ (1994), somados às orientações dos docentes. Os
docentes também orientaram os discentes sobre os procedimentos e medidas de
segurança a serem seguidas no Campo e apoiaram na elaboração dos mapas que
abordam padrões de drenagem, relevo, hipisometrico, lineamentos, aspectos
geomorfológicos, solos, fotolitologia de localização, isso foi realizado utilizando
softwares livres como Google Earth Pro e QGIS e por fim na fase de pré-campo, foi
produzido o relatório pré-campo utilizando como referência uma variedade de fontes
bibliográficas, como artigos, manuais técnicos, teses, dissertações e outros estudos
relacionados ao estado do Maranhão e à Bacia do Parnaiba.
2.2 ETAPA DE CAMPO
Durante a fase de Campo, os Docentes orientadores conduziram o
mapeamento geológico, utilizando análises estratigráficas e estruturais para descrever
os afloramentos. Para este propósito, são empregados materiais como SW Maps,
Avenza Maps, martelo petrográfico, caderneta de campo e bússola. Na análise
estratigráfica, são detalhadas as diferentes litologias, estruturas sedimentares,
texturas, granulometria e ambientes de deposição. Além disso, os dados estruturais
predominantes na área mapeada são analisados e documentados.
2.3 ETAPA PÓS-CAMPO
Durante a fase de Campo, os Docentes orientadores conduziram esta etapa,
onde houve a organização das informações coletadas em campo, com discussões
entre as equipes para garantir a consistência e uniformidade das análises de cada
área, utilizando o software QGIS, CorelDRAW e Stereonet, na produção dos mapas
finais, perfis litoestratigráficos e diagramas de rosetas. Por fim, foi compilado o
relatório final de campo, integrando todos os dados coletados nas fases anteriores,
apresentando uma síntese completa das descobertas e análises realizadas.

3. GEOLOGIA REGIONAL

3.1 ARCABOUÇO TECTÔNICO

A Bacia do Parnaíba é caracterizada como intracratônica, exibindo uma


configuração circular e um depocentro ligeiramente elíptico com orientação NW-
SE. Originou-se sobre um embasamento continental durante o período de
estabilização da Plataforma Sul-Americana (conforme descrito por Fernandes em
2011). De acordo com as observações de Góes (2009), essa bacia apresenta
compartimentação devido à influência das seguintes estruturas tectônicas
conforme a informação específica sobre as estruturas tectônicas fornecidas por
Góes (FIGURA 09):
1) O Lineamento Tocantins-Araguaia (conforme descrito por Kegel em 1965) com
orientação N-S está associado à estruturação da Faixa Araguaia.

2) O Arco de Xambioá, identificado por Aguiar em 1971, predominantemente orientado E-


W, aparenta estender-se para leste nos lineamentos Pernambuco e Paraíba, estes últimos
localizados na Província Borborema. A estrutura de Xambioá atuou como um alto
interno para a Bacia do Parnaíba.

3) O arcabouço estrutural do flanco leste é notavelmente influenciado por uma zona de


falhas com orientação NE-SW conhecida como lineamento Transbrasiliano (descrito por
Santos et al. em 1984, incluindo as falhas de Sobral-Pedro II e Jaguarapi), abrangendo
aproximadamente 3.000 km. Essa estrutura teve impacto na formação dos riftes mais
antigos e desempenhou um papel crucial na sedimentação eopaleozoica. Diversos
falhamentos cretáceos que cortam as rochas paleozoicas seguem essa orientação.

4) Um sistema de lineamentos NW-SE parece ter sido controlado pelas estruturas da Faixa
Gurupi, especificamente a Zona de Cisalhamento Tentugal (conforme Hasui et al. em
1984). Durante o Paleozoico, esse sistema atuou como outro eixo deposicional e
aparentemente conectou a Bacia do Parnaíba à do Amazonas. No Permiano, a ligação
entre as duas bacias foi interrompida, e a região extrema noroeste comportou-se como
um alto, separando as duas bacias - esse é o Arco Capim, com orientação NE-SW.

5) Os Arcos Ferrer e Urbano Santos indicam, em subsuperfície, a ocorrência mais ao norte


de depósitos paleozoicos na Bacia do Parnaíba.
FIGURA 09: Mapa Mostrando Localização da Bacia estudada, além de seu Contexto Geológico com Bacias, Faixa de Dobramento, Crátons e Provincias que cercam a
Bacia do Parnaíba. 12
Fonte: Afonso et al (2013)
Os Lineamentos Picos-Santa Inês, Marajó-Parnaíba e a Zona de Falha

FIGURA 10: Seção geológica esquemática direção E-W. Notar as unidades cor de rosa e cinza escuro
representam o embasamento da Bacia do Parnaíba.
Fonte: Góes et al (1993)

A Zona de Falha Transbrasiliana é uma das três feições morfo-estruturais mais


proeminentes na Bacia do Parnaíba, sendo a mais destacada, atravessando
extensivamente sua porção nordeste e sul-sudeste, conforme observado por Vaz et al.
em 2007. Essa zona, também conhecida como Lineamento Transbrasiliano, constitui
uma faixa altamente estruturada com orientação NE-SW, abrangendo um complexo de
falhas normais e transcorrentes, altos estruturais e grabens com eixos paralelos às falhas.
Estende-se por cerca de 2.700 km, atravessando o território brasileiro desde o Ceará até
o Mato Grosso do Sul. No interior da Bacia do Parnaíba, o Lineamento Transbrasiliano
é caracterizado por falhas orientadas NE-SW que cortam seções paleozoicas e
mesozoicas, além de diques de diabásio com a mesma orientação (conforme relatado
por Cunha em 1986, citado por Fernandes em 2011).
As evidências relacionadas ao Lineamento Picos-Santa Inês não são tão claras
quanto às do Transbrasiliano, mas são refletidas em uma série de alinhamentos
orientados para noroeste. Esses alinhamentos possivelmente interagiram com o
desenvolvimento da bacia, controlando um expressivo eixo deposicional NW-SE,
conforme descrito por Cunha em 1986 (citado por Fernandes em 2011). As principais
feições estruturais da Bacia do Parnaíba estão representadas por esses lineamentos
FIGURA 09 e FIGURA 10.
3.2 DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS

O relevo do território maranhense exibe características típicas das litologias


predominantes em bacias sedimentares sujeitas a longos períodos de ação dos agentes
externos, os quais moldam as formas tabulares e subtabulares das superfícies erosivas e
deposicionais.
A modelagem do relevo é principalmente influenciada pela atividade dos agentes
modeladores, refletindo o predomínio do fator climático. Há poucas evidências de
controle litológico significativo, uma vez que o fator hidrológico desempenha um papel
crucial na maioria dos processos geomorfológicos nas áreas emersas, sendo dependente
da interação dos agentes climáticos.
Os gradientes topográficos, condicionados pelos lineamentos das estruturas
litológicas, seguem uma orientação sul-norte. As altitudes mais elevadas são
encontradas no topo da Chapada das Mangabeiras, na área limítrofe com o Estado do
Tocantins, enquanto as altitudes mais baixas estão situadas próximo à linha da costa.
Essa disposição reflete a influência das características estruturais da litologia na
configuração do relevo, com os lineamentos orientando a variação altimétrica de sul
para norte.

UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS:

3.2.1 Planície
A extensa planície do norte maranhense corresponde aos terrenos com
amplitudes altimétricas inferiores a 200 m, que penetram para o interior acompanhando
os vales dos rios. As áreas mais expressivas localizam-se nos vales inferiores de todos
os rios que banham terras do Estado do Maranhão. No vale do rio Tocantins, ocorre
associada aos principais afluentes da margem direita entre os municípios de Imperatriz e
Estreito.

A vasta planície no norte do Maranhão corresponde a terrenos com amplitudes


altimétricas inferiores a 200 metros, estendendo-se para o interior ao longo dos vales
dos rios. Essas áreas de baixa altitude são mais notáveis nos vales inferiores de todos os
rios que atravessam o território do Estado do Maranhão. No vale do rio Tocantins, essa
planície é particularmente evidente e está associada aos principais afluentes da margem
direita, situados entre os municípios de Imperatriz e Estreito.

3.2.1.1 Planície Sublitorânea


Essa descrição se refere ao prolongamento da faixa costeira em direção ao
oceano, englobando a Plataforma Continental. A largura da plataforma varia, sendo
mais ampla a oeste, atingindo até 250 km, e mais estreita a leste, com profundidades que
chegam a 200 metros.
3.2.1.2 Planície Litorânea
Essa área é esculpida por agentes e processos marinhos e fluviomarinhos,
resultando na formação de praias, manguezais, várzeas, pântanos, apicuns, lagunas e
falésias. Na região de fluxo indireto, influenciada pela dinâmica das marés, são
encontrados pântanos e campos inundáveis. Destacam-se nesse ambiente o Litoral
Ocidental, o Golfão Maranhense e o Litoral Oriental. Essas distintas características e
formações são resultado da interação complexa entre os fenômenos marinhos e fluviais,
contribuindo para a diversidade e riqueza ambiental dessa região.
3.2.1.3 Litoral Ocidental
Esse trecho do litoral corresponde ao segmento das reentrâncias maranhenses,
estendendo-se da foz do rio Gurupi, a oeste, até a margem ocidental da baía de Cumã, a
leste, com a ponta do Guajuru, no município de Cedral, como limite. As condições
geográficas nessa área indicam um alto grau de vulnerabilidade da paisagem devido à
intensa dinâmica sedimentar. As atividades humanas, em grande parte, não são um fator
de desequilíbrio, exceto nas áreas diretamente influenciadas pelos povoados, devido ao
uso predominante de técnicas ainda rudimentares na pesca e na extração de recursos,
como o sururu e a madeira de mangue.
3.2.1.4 Golfo Maranhense
Essa região abrange a reentrância delimitada a oeste pela ponta do Guajuru, no
município de Cedral, e a leste pela ilha de Santaninha, no município de Humberto de
Campos. Ao centro, estão localizadas a ilha Upaon-Açu, mais conhecida como ilha do
Maranhão ou ilha de São Luís, juntamente com as ilhas do Medo, Pequena, Livramento,
Carangueijos, Duas Irmãs, Tauá-Redonda, Tauá-Mirim e Ponta Grossa. Essa área
compreende as baías de Cumã, São Marcos, São José e Tubarão.

A dinâmica da paisagem no Golfão Maranhense é facilitada pela fragilidade das


estruturas geológicas, pela exposição aos agentes modeladores do relevo, como aqueles
de origem climática, hidrológica e oceanográfica, e pela intensa atividade eólica,
marinha e fluviomarinha. Esses fatores geram ondas e correntes que moldam o maior
conjunto de falésias do litoral do Maranhão, além do aporte de sedimentos continentais
transportados pelos rios.

3.2.1.5 Planície Costeira


Essa descrição refere-se à zona emersa adjacente à planície litorânea, com
influência indireta dos agentes oceanográficos que se manifesta nas áreas próximas à
linha da costa, através da umidade e salinidade transportadas pelo vento, diminuindo
com o afastamento desta. Essa unidade geomorfológica pode ser subdividida em três
subsistemas ambientais distintos: costa de dunas e restingas, tabuleiros e baixada
maranhense.

A proximidade do mar exerce uma influência indireta sobre grande parte dos
processos de modelagem ambiental nessa região, dando origem a características como
campos de dunas móveis, dunas fixas, paleodunas, restingas e falésias. Esses elementos
são resultado da interação complexa entre os agentes oceanográficos, a topografia local
e as condições climáticas, contribuindo para a diversidade e singularidade do ambiente
costeiro.

3.2.1.6 Planície Fluvial


Os terrenos aluviais abrangem vastas extensões do território maranhense,
distribuindo-se ao longo da planície litorânea. Essa região é formada por aluviões
marinhos e fluviomarinhos, estendendo-se em direção ao interior do estado, na planície
costeira. Nessa área, prevalecem aluviões fluviais com influência eólica na costa de
dunas e restingas, além de apresentarem influência lacustre na Baixada Maranhense.
Entre as planícies fluviais mais significativas do estado, destacam-se algumas
áreas ao longo da margem direita dos rios Tocantins e Manuel Alves Grande, na
margem esquerda do rio Parnaíba, e nos baixos cursos dos vales dos rios Itapecuru,
Mearim, Grajaú e Pindaré. Esses terrenos aluviais são caracterizados por sua formação
sedimentar, influenciada pelas interações complexas entre processos fluviais, marinhos,
eólicos e lacustres, conferindo uma diversidade notável à paisagem do Maranhão.
3.2.2 Planalto
O planalto mencionado abrange as áreas mais elevadas do centro-sul do Estado,
apresentando altitudes variando entre 200 e 800 metros. Este planalto se subdivide em
diferentes unidades geomorfológicas, incluindo:
3.2.2.1 Pediplano Central
Uma extensa superfície de aplainamento, caracterizada por uma topografia
relativamente suave, com altitudes moderadas..
3.2.2.2 Planalto Oriental
A porção oriental do planalto, possivelmente com características
geomorfológicas distintas, como relevos, solos e drenagem.
3.2.2.3 Planalto Ocidental
A porção ocidental do planalto, com características geomorfológicas específicas, podendo diferir
da região oriental em termos de topografia e outras características.
3.2.2.4 Depressão do Balsas
Uma depressão, geralmente situada entre elevações, que pode ter características particulares em
termos de relevo e drenagem.
3.2.2.5 Planalto Meridional
Uma região elevada no sul do estado, possivelmente com características
geomorfológicas específicas.
3.3 LITOESTRATIGRAFIA

A carta litoestratigráfica utilizada como base neste trabalho foi proposta por
Góes em 1993. Nessa classificação, a Província Meio Norte foi subdividida em quatro
bacias distintas: a Bacia do Parnaíba, a Bacia das Alpercatas, a Bacia São Luiz-Grajaú
(conforme proposto por Góes e Rosseti em 2001) e a Bacia Espigão-Mestre. Essa
subdivisão permite uma análise mais detalhada das características litoestratigráficas da
região, destacando diferentes unidades geológicas e contribuindo para uma
compreensão mais abrangente da geologia local.

3.3.1 Bacia do Parnaiba

3.3.1.1Grupo Serra Grande

O nome Serra grande foi definido por Small (1913). Mesner e Wooldridge
(1962) dividiram essa unidade em um membro inferior arenito e outro membro folhelho
superior. Caputo e Lima (1984) e Goés et al. (1992) dividiram o grupo em três
formações: Formação Ipu, Formação Tianguá e Formação Jaicós. Em subsuperfície,
ocorre praticamente em toda a extensão da bacia. Contudo, sua área de afloramento
consiste quase que exclusivamente de uma estreita faixa na extremidade leste da bacia,
bordejada por rochas do embasamento (Vaz et al. 2007).

3.3.1.1.1 Formação Ipú (Campbell, 1949 apud Goés e Feijó, 1994) reúne
principalmente arenito hislino, médio a grosso e raramente siltito, folhelho e diamectito,
(Caputo e Lima, 1984 apud Goés e Feijó, 1994), de idade tentativamente eosiluriana
(Landoveriano). Segundo Vaz et al. 2007, designa arenitos com seixos, conglomerados
com matriz areno-argilosa e matacões de quartzo ou quartzito e arenitos de finos a
grossos. Nos psamitos predominam as cores brancas ou cinza/creme-claro, maciços ou
com estratificação cruzada.

3.3.1.1.2 Formação Tianguá Segundo Vaz et al. 2007, é composta de folhelhos


cinza-escuro, bioturbados, sideríticos e carbonáticos, de arenitos cinza-claro, fino a
médio, feldspáticos e de intercalações de siltitos e folhelhos cinza-escuros, bioturbados
e micáceos. Seus contatos com as camadas das formações Ipu (sotoposta) e Jaicós
(sobreposta) são concordantes (Caputo, 1984).

3.3.1.1.3 Formação Jaicós é constituída de arenitos cinza com tonalidades


claras, creme ou amarronzada, grossos, contendo seixos angulares a subangulares, mal
selecionados, friáveis, maciços ou com estratificação cruzada ou lenticular (Caputo,
1984 apud Vaz et al. 2007).
3.3.1.2 Grupo Canindé

Termo primeiramente utilizado por Rodrigues(1967) e Carozzi(1975) para


agrupar as formações Pimenteiras, Cabeças e Longá. Depois Caputo e Lima (1984)
integraram a Formação Itaim neste Grupo. E Goés definiu que o Grupo Canindé era
composto pelas Formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti.
3.3.1.2.1 Formação Itaim (Góes & Feijó, 1994) é composta por camadas de
arenitos que ocorrem com pequena espessura em superfície,no flanco leste da bacia, e
arenitos sílticos finos a médios, relativamente bem classificados, argilosos, amarelos a
vermelhos, micáceos, apresentando estruturas de lobos sigmoidais. São recobertos por
arenitos com estratificações cruzadas do tipo hummockys, da parte basal da Formação
Pimenteira.
3.3.1.2.2 Formação Pimenteiras é composta por espessas camadas de folhelhos
cinza escuros a esverdeados, contendo intercalações de arenitos finos e siltitos argilosos,
além de camadas de oólitospiritosos locais (Aguiar 1971). Nela também estão incluídos
diamictitos, que foram interpretados como tilitos por Kegel (1953). Na borda ocidental
da Bacia do Parnaíba, os sedimentos que deram origem às rochas da Formação
Pimenteiras são considerados como litorâneos a sublitorâneos (Ribeiro &Dardenne
1978). Os sedimentos litorâneos são, atualmente, representados por: siltitos esverdeados
e bioturbados, que apresentam marcas de ondas, estruturas flasers laminação plana
paralela (fácies de planície de maré) e arenitos ferruginosos oolíticos com estratificação
cruzada acanalada (fácies de canal de maré), cuja porção basal inclui conglomerados,
arenitos conglomeráticos, concentrações de braquiópodes e fragmentos vegetais. Os
litotipos correspondentes aos sedimentos sublitorâneos são dominados por siltitos e
folhelhos betuminosos com intercalações calcíferas no membro superior.
3.3.1.2.3 Formação Cabeças consiste de arenitos grosseiros, cremes e
esbranquiçados passando a siltitos cinza a arroxeados, argilosos, com níveis
intercalados de folhelho cinza. No topo da seqüência desenvolvem-se arenitos finos
esbranquiçados a arroxeados. Ocorrem paraconglomerados que são constituídos por
seixos e blocos de dimensões variadas, proveniente da própria unidade Cabeças e
principalmente da Formação Pimenteiras, imersos em uma matriz argilosa de
estratificação incipiente contendo zonas de oxidação(oólitos). Estratificação cruzada
planar e ondulada são as estruturas sedimentares mais comuns na unidade.
3.3.1.2.4 Formação Longá (Albuquerque &Dequech, 1946 apud Góes & Feijó,
1994)foi dividida em três seções nas quais a inferior é característico de uma sequência
de folhelhos e siltitos argilosos intercalados, cinza escuros, com laminação paralela,
micromicáceo. Ocorrem poucos leitos intercalados de arenitos creme, finos, argilosos,
bem selecionados, micromicáceos e friáveis.
Na seção mediana é característico arenitos cremes, esbranquiçados, róseos, bem
selecionados, com microestratificação horizontal paralela, ondulada, e também cruzada,
em parte calcíferos, com rastros de vermes e laminações descontinuas de folhelhos
róseos e arroxeados. Ocorre, em alguns níveis, estratificação cruzada ondulada
incipiente e de baixo ângulo.
Na seção Superior é característico folhelhos cinza esverdeados e arroxeados, laminados,
bioturbados, micromicáceos, com ocasionais lentes de calcarenito e alguns níveis de
siltito argiloso e arenitos finos, esbranquiçados e arroxeados, com aleitamento regular
ondulado ou horinzontal. São notáveis estruturas flaser e restos de verme.
3.3.1.2.5 Formação Poti (Paiva, 1937 apud Góes & Feijó, 1994) é composta por
arenito cinza-esbranquiçado, intercalado e interlaminado com folhelho e siltito.
Segundo Della Fávera (1990), é composta por arenitos finos claros com estratificações
cruzadas tabulares e sigmoidais, siltitos e por escassos conglomerados e diamictitos, além de
delgadas camadas de carvão, de ocorrência restrita.

3.3.1.3 Grupo Balsas

O Grupo Balsas corresponde a sequência neocarbonífera-eotriássica. Numa


seção aproximadamente norte-sul, controlada por poços , observa-se que há
coincidência entre os depocentros dessa unidade e os das duas sequências mais antigas
da bacia. Porém, numa seção oeste-leste, constata-se que o depocentro da sequência
Neocarbonifera-Eotriássica situa-se a oeste daqueles das duas sequências subjacentes.

3.3.1.3.1 Formação Piauí foi dividida em duas sucessões: a inferior, composta


de arenitos cor-de-rosa, médios, maciços ou com estratificação cruzada de grande porte
e intercalações de folhelhos vermelhos, amarelos, finos a médios, contendo
intercalações de folhelhos vermelhos, calcários e finas camadas de sílex. Siltitos e lentes
conglomeráticas também ocorrem (Caputo, 1984). Segundo Melo Et al. (1998) essa
unidade é pensilvaniana (não mais antiga que o Moscoviano).

3.3.1.3.2 Formação Pedra De Fogo, de idade permiana (Dino Et al.2002), é


caracterizada por uma considerável variedade de rochas – sílex, calcário oolitico e
pisolítico creme a branco, eventualmente estromatólitico, intercalado com arenito fino a
médio amarelado, folhelho cinzento, siltito, anidrita e, eventualmente, dolomito. Os
contatos são concordantes com as formações Piauí (subjacente) e Motuca
(sobrejacente).

3.3.1.3.3 Formação Motuca denomina siltito vermelho e marrom, arenito


branco fino e médio, subordinamente folhelho, anidrita e raros calcários. Esses dois
últimos litotipos, segundo Lima e Leite (1978), ocorrem sob a forma de lentes delgadas
nos pelitos, e o contato apresenta-se concordante com a Formação Pedra de Fogo
(subjacente).

3.3.1.3.4 Formação Sambaíba (Plummer, 1946 apud Góes & Feijó, 1994)
nomeia arenitos róseos e amarelos, médios a fino, bem selecionado, bimodal, com
estratificação cruzada de grande porte. Lima e Leite (1978) adotaram para uma seção
tipo na qual suas camadas arenosas estão depositadas sobre a Formação Motuca e
subjacentes aos Basaltos. Os arenitos Sambaíba são vermelhos a cor-de-rosa, creme-
claro/esbranquiçado, em geral finos a médios, subangulosos a subarredondados.

3.3.2 BACIA DAS ALPERCATAS

3.3.2.1 Formação Mosquito (Aguiar, 1969 apud Góes & Feijó, 1994) de idade
Juro-triássica, define o basalto preto, amigdaloidal, toleítico, eventualmente intercalado
a arenito vermelho com leitos de sílex, posicionado entre os grupos Balsas e Mearim,
em que apresenta um hiato deposicional.
3.3.2.2 Grupo Mearim

O Grupo Mearim, que é formado pelas seguintes unidades, Formação Pastos


Bons e Formação Corda. Até meados da década de 90 acreditava-se que esse grupo
fazia parte da Bacia do Parnaíba, porém com o trabalho apresentado por (Góes, 1995)
ficou claro que este grupo faz parte da Bacia das Alpercatas, uma vez que a evolução da
Província Sedimentar do Meio Norte ocorreu de maneira policíclica, dividida em bacias
com gêneses, estilos tectônicos, preenchimento sedimentar e idades diferentes. Ocorre
uma contradição entre os autores, pois alguns consideram a Formação Corda da
sequência Cretácea eliminando-a de toda sequência Jurássica, porém se for adotado a
carta estratigráfica proposta por Góes (1994), interpreta-se que a tal formação pertence a
época Dogger (29 M.a) da período Jurássico recolocando no eventos ocorridos no
Jurássico.
3.3.2.2.1 Formação Pastos Bons foi citada a primeira vez por Lisboa
(1914), usou o nome Pastos Bons para designar folhelhos e arenitos proeminentes das
vizinhanças de Pastos Bons, Maranhão. Consiste de arenitos brancos e esverdeados
formadores de escarpas e folhelhos arroxeados a chocolate e verdes, estratificados, com
calcários esverdeados e lentes de opala. Góes & Feijó (1994) afirmam que a tal
formação é constituída de siltito e folhelho/argilito verde e castanho avermelhado, com
grãos de quartzo inclusos.

3.3.2.2.2 Formação Corda foi estudada primeiramente por Campbell (1949)


o termo foi usado para todos os arenitos acima do basalto e abaixo do folhelho Codó. O
arenito Corda é branco amarelado, com grãos geralmente arredondados e estratificação
cruzada Góes & interpretam que a formação é constituida por arenito cinza-
esbranquiçado e avermelhado, fino a grosso, por vezes bimodal, e raros níveis de sílex.
3.3.2.2.3 Formação Sardinha (Aguiar, 1969 apud Góes & Feijó, 1994) de idade
Eocretácea, designa o basalto preto, amigdaloidal, sobreposto ao grupo Mearim e
sotoposto as formações Itapecuru

3.3.3. Bacia do Espigão-Mestre


Esta Bacia é preenchida por arenitos de origem eólica, discordante sobre a Bacia
do Parnaíba. Correspondente á extremidade norte da Sub-Bacia Urucuia, domínio
setentrional da Bacia Sanfranciscana. A duas bacias são separadas entre si pelo Alto do
São Francisco (Schobbenhauset al. 2003).
3.3.4. Bacia são Luiz-Grajaú
Bacia de Grajaú é uma subdivisão da Bacia do Parnaíba, localizada no leste do
estado do Pará e oeste do estado do Maranhão, no qual representa os sedimentos
depositados no Cretáceo. Pelos estudos da evolução tectono-sedimentar das Bacias de
Grajaú e São Luis, mostraram que pertencem ao mesmo arcabouço estrutural, tendo
história evolutiva e sedimentação relacionada,Góes& Rossetti (2001) adotaram a
denominação de Bacia São Luis-Grajaú para uma área de cerca de 140 mil km²,
correspondendo aos sedimentos cretáceos.(modificado Paleontologia das Bacias do
Parnaíba, São Luiz e Grajaú.). As Formações correspondentes são as do Grajaú,Codó e
Itapecuru.
A Formação Grajaú é composta por arenito esbranquiçado, fino a
conglomerático. A Formação Codó é composta por folhelhos betuminosos, calcários e
anidritas, ambos acontecem interdigitadas, sendo que são do Neoaptiano. A Formação
Itapecuru constitui-se de arenito avermelhado, médio a grosso, e argilito castanho-
avermelhado e é datada do Albiano

3.4 AMBIENTE DE SEDIMENTAÇÃO

Durante todo o Paleozóico as variações do nível do mar foram muito


importantes no controle da sedimentação da bacia. Como já discutido as interpretações
estratigráficas, fazendo uso principalmente da estratigrafia de sequência, permitiram
identificar três supersequências deposicionais do Siluriano ao Eotriássico na Bacia do
Parnaíba (VAZ et al, 2007), e os ambientes de sedimentação dessas supersequências que
serão exploradas a partir do próximo ponto.

3.4.1 Grupos Serra Grande - Sua sedimentação ocorreu iniciando no Ordoviciano até
o Siluriano (quase que exclusivamente a sedimentação ocorreu apenas nessa época)
onde foi constatado que seria de clima frio e basicamente formado por ambientes
glacio-proximal e glacio-fluviais sendo composto pelas formações, a partir da base, Ipu,
Tianguá e Jaicós (Caputo & Lima 1984).

3.4.1.1 Formação Ipu - Essa formação apresenta registros de deposição em


sistemas de leques glaciais e periglaciais (depósitos “sandus” e “out-wash”) na porção
mais leste da bacia, a leques ou frentes deltaicas no seu interior e marinho raso nas
porções mais distais da mesma (Caputo & Lima 1984).

3.4.1.2Formação Tianguá - Segundo Caputo & Lima (1984) essa formação se


depositou em depósitos de ambiente de plataforma rasa sendo este interpretado
posteriormente como sendo marinho raso (Feijó 1994).
3.4.1.3 Formação Jaicós - Formação depositada em ambiente fluvial
entrelaçado segundo Góes & Feijó (1994), e ambiente de leques aluviais e deltaicos
segundo Caputo & Lima (1984).

3.4.2 Grupos Canindé

O grupo Canindé se depositou nos períodos que vai do Devoniano ao


Carbonífero e abrange as respectivas formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e
Poti na qual vão ser explorados seus ambientes deposicionais (basicamente essa
supersequência foi depositada em ambiente deltaico e plataformal).

3.4.2.1 Formação Itaim - Góes & Feijó (1994), classificam os depósitos dos
sedimentos Itaim como de ambientes deltaicos e plataformais dominados por marés e
tempestades, ou como foi dito em seu artigo (Góes1994) dominado por correntes
induzidas por processos de marés e de tempestades.

3.4.2.2 Formação Pimenteiras - Sua sedimentação aconteceu em ambiente


marinho raso de plataforma, sob influência de correntes de tempestades (Vaz et al.
2007). Góes & Feijó (1994), interpretam-na como que seus sedimentos foram
retrabalhados em um ambiente nerítico de plataforma domina por tempestade a qual
deposita uma delgada camada de arenito muito fino.
3.4.2.3 Formação Cabeças - Sedimentação aconteceu em ambiente de
plataforma rasa sob a ação de corrente de marés a flúvio-estuarino e posteriormente
ocorrem os depósitos de ambiente glacial ou periglacial, representada, segundo Góes &
Feijó (1994), por diamictitos.

3.4.2.4 Formação Longá – Os ambientes sedimentares deposicionais dessa


formação muito semelhante aos ambientes da formação Pimenteiras, sendo eles
apresentados por um ambiente plataformal dominado por tempestades (Góes &Feijó
1994).
3.4.2.5Formação Poti – Essa é uma unidade muito estudada do grupo Canindé,
que de acordo com Góes & Feijó (1994) a deposição desta formação ocorreu em
ambiente deltaico e de planície de maré, com influência eventual de tempestades.

3.4.3 Grupos Balsas

Este grupo Carbonífero-Triássico compreende as respectivas formações


seguindo a ordem estratigráfica, Piauí, Pedra de fogo, Motuca e Sambaíba. Durante a
deposição dos sedimentos dessas unidades ocorreu um dessecamento geral da bacia,
devido à aglutinação do Pangeia e consequente rebaixamento do nível de base, levando
posteriormente a uma intensa desertificação do Supercontinente “recém” formado. De
modo geral possui um ambiente de sedimentação muito relacionado com fluvial com
influência eólica com algumas incursões marinhas.

3.4.3.1 Formação Piauí - Seus sedimentos foram depositados em ambiente


fluvial com canais entrelaçados rasos (Ribeiro 2000). E segundo Góes &Feijó (1994)
foram depositados em ambiente continental raso com severas condições de aridez.

3.4.3.2 Formação Pedra de Fogo – Já essa unidade foi interpretada como


apresentando depósitos de ambiente marinho raso a litorâneo com planícies de sabkha,
sob eventual influência de tempestades (Góes e Feijó 1994).

3.4.3.3 Formação Motuca – Até chegar a essa unidade com de fato ambiente
continental desértico com lagos associados, ou seja, essa formação caracteriza os
reflexos da grande aglutinação de massa rochosa e a eventual desertificação (Góes e
Feijó 1994).

3.4.3.4 Formação Sambaíba - A Formação Sambaíba é interpretada como


depósitos de dunas eólicas, formação muito característico devido suas estruturas
sedimentares de grande porte interpretado por Góes e Feijó (1994) como sendo possível
quase que exclusivamente a ambiente de dunas.

3.5 REGISTRO FÓSSIL

3.5.1 Grupo Serra Grande

Iniciando com a Formação Ipu até meados da década de 90, não haviam sido
encontrados registro fóssil algum, até que Grahn (1992), identificou a presençaa de
fosseis de antigos seres vivos na parte superior dessa unidade “Spinachitinaerichseni”.
Na Formação Tianguá foram observados e descritos graptólitoClimacograptus cf.
scalaris(Grahn, 1992) e graptólitoMonograptus(Cruz &Sommer, 1985) além da
presença de quitinozoas, acritarcas e miosporos, microfósseis que sugerem idade
eosiluriana. Na Formação Jaicós não foram encontrados macrofósseis, entretanto, foram
observados esporomorfos na unidade que indicam idade Wenlockiana (Caputo & Lima
1984).

3.5.2 Grupo Canindé

O Grupo Canindé, em termos megaflorísticos, é relativamente empobrecido possui a


presença de vários esporos, no qual alguns são fósseis guias do Devoniano Médio ao
Carbonífero inferior. No Grupo também são encontrados moldes de conchas e carapaças
de invertebrados que constituem tafocenoses marinhas de plataforma rasas, típicas do
Devoniano.. Na Formação Itaim foram identificados macrofósseis, como os restos de
in-vertebrados bentônicos, por exemplo, Bucanella, Nuculitesentre outros moluscos;
braquiópodesOrbiculoideae “Craniops”.

Os icnofósseis são descritos como Zoophycose rastros atribuídos a trilobitas


homanolotídeos. Indicando a proximidade da linha de costa são citados restos de
pequenos vegetais Psilofitales (Kegel, 1953; Melo, 1988). De modo geral nos folhelhos
das camadas basais da parte inferior da Formação Pimenteiras são observados alguns
restos macrofósseis como trilobitas, ostracodes, braquiópodos, bi-válvios, gastrópodos,
prováveis de algas ou primitivas briófitas (Spirophyton), e na parte superior da mesma
são reportados fósseis de algas nematófitas (Spongiophyton) e fragmentos de pequenas
licófitas terrestres (Paleostigma, Protolepidodendron, Archaeosigillaria) e os
icnofósseis são interpretados como rastos de vermes do grupo Nereites, indicando
depósitos proximais à costa. (Caputo & Lima 1984). Formação Longá tem
umaassembléias que consistem de biválvios alongados, cilíndricos modiomórficos;
braquiópodosLingula, Orbiculoidea; “Chonetes; pequenos trilobitasMeta-cryphaeus.
com afinidade malvinocáfrica; ostracodesKloedenia, Primitia; possíveis Tentaculitese
restos de peixes (Carvalho, 1995). Os icnofósseis são abundantes, e ocorrem como
Bifungitescruciformis, Rusophycuspiauiensis, Neonereitesuniserialis,

A Formação Poti, em termos de macro e microfósseis, é rica. A presença de


macrofósseis aumenta em direção ao topo da unidade. A idade eocarbonífera desta
unidade tem sido indicada pelo seu conteúdo palinológico (micro e megásporos). Entre
os megasporas se destaca o gênero Legenoisporites. Licófitas e esfenófitas são raras na
unidade (Caputo et al. 2005).

3.5.3 Grupo Balsas

Na base do grupo, Formação Piauí, são registrados fósseis de invertebrados sendo


semelhante ao que ocorre no Hemisfério Norte, a passagem do Mississipiano para o
Pensilvaniano é marcada por mudança brusca no espectro palinológico, com predomínio
dos microfósseis Monosaccitese Disaccites. Os icnofósseis são descritos como
Arenicolites.mahos que apresentam uma tafocenose dominada por moluscos (biválvios
e gastrópodes), em conjunto com braquiópodes. A unidade também apresenta alguns
megafósseis relacionados às esfenófitas (Calamites) e fetos (Pecopteris), e uma relativa
abundância de esporos e polens que, apesar de pouco estudados, indicam idade
neocarbonífera aos depósitos. A unidade sobrejacente, Formação Pedra de Fogo, é
caracterizada pela ocorrência de estromatólitos colunares, com ramificações paralelas e
pouco divergentes e laminação fina, convexa a parabólica. Os estromatólitos recentes e
fósseis são considerados como estruturas organossedimentares, isto é, formadas pela
agregação de sedimentos de uma comunidade microbiana, as denominadas esteiras
algálicas (Faria Jr. &Truckenbodt, 1980a) além de conter grande quantidade de caules
silicificados em seu topo, conhecidos por suas características únicas de anatomia e
excelente estado de conservação, destaquepara a ordem Marattiales (Psaronius, Tietea).
A Formação Motuca apresenta uma megaflora similar à da unidade que acabara
de ser citada,entre os elementos presentes estão pseudo caules de fetos (Psaronius,
Dembachia, Grammatopteris, Tietea) e caules de esfenófitas (Arthopithys) e
gimnospermas, e também impressões de fetos (Pecopteris), esfenófitas (Paracalamites),
cordaitaleanas (Cordaites) e sementes (Caputo et al. 2005) além de gastrópodas
Pleurotomaria sp. ocorrem, ainda, alguns peixes semelhantes aos peixes permianos
PaleoniscuseElonichthys. A Formação Sambaíba é descrita na literatura como
afossilífera e corresponde ao final da desertificação da bacia. A interrupção da
sedimentação é atribuída a um soerguimento generalizado devido à Orogenia Gondwana
(Góes &Feijó,1994).

3.6 EVOLUÇÃO DA BACIA

Segundo Goés(1995), a evolução da Província Parnaíba inicia-se no


Eopaleozóico, com a estabilização da plataforma Sul-Americana e instalção da Bacia do
Parnaíba; nesse momento, os lineamentos Transbrasiliano, um lineamento definido por
Schobbenhaus(1975) que representa uma faixa intensamente falhada que corta o Brasil
do Nordeste ao Sudoeste, dentro da Bacia do Parnaíba esse lineamento é conhecido por
Sobral-Pedro II, e Marajó-Parnaíba são os eixos de deposição da Bacia, conectando-a
com a Bacia Amazônica e as do oeste africano; a estrutura de Xambioá forma um alto,
separando a bacia em dois compartimentos distintos

Durante o Permiano, ocorre a agregação da Pangea, e o intumescimento de parte


da província (Antéclise Tocantins e Arco Capim); ocorre soerguimento ao longo do
Lineamento de Senador Pompeu e erosão dos sedimentos da borda sudeste da bacia,
bem como o levantamento do Arqueamento do Alto Parnaíba; o Lineamento Marajó-
Parnaíba deixa de ser um dopocentro e a estrutura de xambioá se inverte, passando a ser
eixo deposicional

No Jurássico, com início da desagregação da Gondwana, ocorre o abatimento da


porção central da província e a formação de um sistema de rifts, implantando-se na
Bacia das Alpercatas

No Eocretáceo (Aptiano-Albiano) ocorre um amplo soerguimento da área central


da província, com o Arqueamento do Alto Parnaíba e o Arco Xambioá atuando como
uma antéclise e separando as Bacias do Grajaú e do Espigão Mestre. A partir do
Albiano, ocorre o ápice do soerguimento do Arco Vicente Ferrer-Urbano Santos-
Guamá; ocorre uma fase de maior estiramento, associada a subsidência térmica, a
expansão da área deposicional das Bacias do Espigão Mestre e do Grajaú.

3.7 HISTÓRICO DA BACIA

A bacia do Parnaíba desenvolveu-se sobre um embasamento continental durante


o estádio de estabilização da plataforma sulamericana (Almeida e carneiro, 2004). Por
correlação com os litotiposexistentes na faixa de dobramentos, maciços medianos e
outras entidades complexas situadas na borda ou proximidades da bacia do Parnaíba
deduz que o substrato da bacia é constituído de rochas metamórficas, ígneas e
sedimentares, cujas idades abrangem um longo intervalo do arqueano ao ordoviciano,
porém, possivelmente predominem rochas formadas entre o final do proterozóico é o
início do paleozóico, que corresponde ao tempo de consolidação dessa plataforma. A
origem ou subsidência inicial da bacia do Parnaíba provavelmete esteja ligada as
deformações e eventos térmicos fini- e pós- orogênicos do ciclo brasiliano ou ao estágio
de transição da plataforma, utilizando-se a terminologia de Almeida e Carneiro 2004.
Modelos preliminares de evolução tectônica, baseados em dados gravimétricos,
sugerem que processos de underplatingdesenvolveram uma crosta com densidade
anômala subjacente à Bacia do Parnaíba (Souza, 1995). Esse underplatinge as estruturas
grabenformes precursoras, seguidos por precursoras, seguidos por uma subsidência
termal, teriam sido os mecanismos formadores da bacia. Modelagens termomecânicas
realizadas por Souza (1997), indicam que a subsidência regional teria se desenvolvido
em pulsos intermitentes do Neoproterozóico até o Ordoviciano Superior, prevalecendo
até oMesozóico, quando a abertura do Atlântico teria interrompido o processo. Segundo
Souza (1997), os maiores valores de atenuações obtidos com o modelo de Royden-
Keen, correlacionam-se com as regiões dos grábens precursores e com anomalias
Bouguer positivas. Essas regiões também apresentam valores de rigidez flexural (Te)
baixos (Te variando de 24 a 30km), em contraste com a litosfera mais resistente (Te=
58km) que domina no restante da bacia (Vidottiet al., 1997). A margem norte da Bacia
do Parnaíba foi muito afetada pela evolução eocretácica dos arcos tectônicos (figuras
3.1 e 3.2).
Nessa região não ocorre a SeqüênciaPermo-Carbonífera, que foi erodida durante
o soerguimento crustal. Os dados gravimétricos e aeromagnéticos definem duas feições
tectônicas de primeira ordem: um alto tectônico de direção NE-SW que se ramifica a
partir do Alto Urbano Santos e o Gráben de Itapecuru-Mirim.

GÓES (1993)
A depressão formadora da Bacia do Parnaíba evoluiu inicialmente como
conseqüência da contração térmica ocorrida no final do Ciclo Brasiliano e propiciou, no
Siluriano, a deposição dos sedimentos fluviais e marinhos rasos do Grupo Serra Grande.
Essa sedimentação foi fortemente influenciada pelas linhas estruturais de direção NE-
SW. No Devoniano, a continuação desse processo termomecânico promoveu o aumento
da rigidez flexural e, em conseqüência, a expansão da área deposicional, com
sedimentação das seqüências transgressivas e regressivas do Grupo Canindé. No
Neocarbonífero a sedimentação foi condicionada pelas estruturas NW-SE e pelo
soerguimento da borda leste da bacia. O Grupo Balsas é o representante desse período
de deposição em condições marinhas restritas e de desertificação.
No Permo-Carbonífero a bacia adquiriu a sua forma oval, porém no Triássico o
ciclo sedimentar foi interrompido, em conseqüência de um soerguimento generalizado.
No Juro Triássico ocorreram os estágios iniciais da fragmentação de Gondwana,
gerando no âmbito da bacia a reativação de falhas e um intenso magmatismo básico
intrusivo. O peso da carga vulcano-sedimentar que se instalou sobre a crosta permitiu a
deposição dos sedimentos clásticos do Grupo Mearim. No Eocretáceo, o intenso
processo de deriva continental induziu um segundo estágio de magmatismo,
representado pelo vulcanismo Sardinha que marca o fechamento do ciclo de evolução
da bacia. O contexto de evolução das bacias marginais costeiras está relacionadocoma
abertura do Atlântico Equatorial. Segundo Aranha et al. (1990), no Aptiano ocorreu a
primeira fase de estiramento crustal, formando-se uma grande depressão onde foram
depositados sedimentos lacustres e flúvio-deltaicos (formações Codó e Grajaú) que
assoalham a Bacia de São Luís. No Gráben de Ilha Nova o estiramento crustal foi mais
intenso, com um controle mais efetivo sobre a sedimentação. É possível que esse gráben
tenha funcionado como um alimentador do lago aptiano da Bacia de São Luís. No
Eoalbiano o tectonismo foi mais intenso, com esforços transtensivos causados pelos
movimentos de deslocamento das placas. Nesse contexto depositaram-se os clásticos do
Sistema Itapecuru-Canárias, encaixados em blocos abatidos por falhas normais. No
Neocretáceo os componentes de esforços cisalhantes alteraram as feições preexistentes,
reativando as falhas de direção NW-SE. Quando cessou o movimento ocorreu um
grande basculamento para norte, permitindo a deposição dos carbonatos e folhelhos do
Sistema Itapecuru-Caju nas bacias de Barreirinhas e Ilha Nova.
O evento final do ciclo sedimentar é caracterizado por leques costeiros nas
bacias de Ilha Nova e Barreirinhas (Grupo Humberto de Campos) que marcam a etapa
de subsidência térmica flexural da crosta continental. No Neogeno/Paleogeno o
rejuvenescimento do relevo causou uma regressão do nível de base de erosão e produziu
uma rápida deposição de clásticos terrígenos, com geração de leques costeiros e
progradação sobre a plataforma (Grupo Barreiras). A principal fonte de sedimentos
foram os arcos tectônicos. O Quaternário foi marcado pela deposição de aluviões,
dunas, depósitos de mangues e coluviões que jazem discordantemente sobre as unidades
estratigráficas mais antigas. Esses sedimentos ocupam campos e baixadas da região
costeira e,emalguns locais, dunas eólicas de até 15m de altura formam corposdeareia,
estreitos e alongados, paralelos à costa (FIGURA 11).

SANTOS (2007)
O desenvolvimento tectono-sedimentar da Bacia Parnaíba é atribuído à
estruturação precursora relacionada aos pulsos terminais do Ciclo Brasiliano (cerca de
500Ma), responsável pela formação de grábens distribuídos por toda a bacia, com eixos
orientados de nordeste a norte. A influência desta tectônica no desenvolvimento da
sedimentação pós-ordoviciana marcou pronunciadamente as primeiras fases
deposicionais na bacia (Góes et al., 1994). Cunha (1986) reconheceu a enorme
influência dos pulsos termais do Ciclo Brasiliano cambro-ordovicianos sobre a
sedimentação subseqüente da Bacia Parnaíba (FIGURA 10). Em função desta tectônica
terminal, formaram-se grábens ou riftes precursores, com eixos orientados de nordeste a
norte-sul, preenchidos por sedimentos imaturos. As áreas subsidentes dos riftes
precursores e o lineamento denominado Picos-Santa Inês (Cunha, 1986 e Góes et al.,
1989) influenciaram principalmente na sedimentação ocorrida durante o Devoniano.
BOLETIM DA PETROBRAS
EMBASAMENTO
Duas unidades sedimentares fazem parte do embasamento:
1. FORMAÇÃO RIACHÃO: Conforme amostras de poços, é composta por
grauvacas, arcósios,siltitos, folhelhos vermelhos e ignimbritos. Esses depósitos
são considerados de idade proterozóica média ou superior, por correlação com
corbeturas plataformais dos crátons amazônico e são Francisco.
2. GRUPO JAIBARAS: Aflorante no leste da bacia e que em subsuperficie,
interpretado por correlação aquelas áreas, ocorre preenchendo calhas
grabenformes sugeridas por dados geofísicos e ainda não amostradas por poços.
Estima-se uma idade cambro- ordoviciana para esse pacote que, registra na área
em discussão, as atividades finais do ciclo brasiliano. Considerando-se que o
grupo jaibaras (depósitos fluviais, aluviais e lacustres) provavelmente esteja
ligado a gênese da bacia do Parnaíba .

FIGURA 11: Arcabouço estrutural da Província do Parnaíba. Fonte: Boletim De Geociências DaPetrobrás,Vol 8, (1994)
FIGURA 12: Carta Estratigráfica Da Bacia Do Parnaíba, Mostrando Todos os Grupos Ambientes e Eventos
TectônicosRelacionados. Fonte: Boletim De Geociências Da Petrobrás,Vol 8, (1994)
4- GEOLOGIA LOCAL
Aspectos Fisiográficos
4.1 Vegetação
A região sul do estado do Maranhão faz parte do domínio florístico do Bioma Cerrado.
Nessa área, a vegetação típica é característica do cerrado, adaptada a um clima
predominantemente quente e úmido. O cerrado na região se apresenta como uma floresta
subcaducifólia, conforme ilustrado na figura, atravessando variações entre as estações seca e
chuvosa. Na paisagem, é comum observar árvores de porte médio que convivem com plantas
rasteiras, contribuindo para a diversidade e adaptabilidade da flora do cerrado maranhense.

Fonte: Autores, 2023.

4.2 Solo
Na Área III, os solos identificados exibem uma textura areno-argilosa e uma coloração amarelo-
marrom. Esses solos se formaram a partir do intemperismo e da erosão de rochas sedimentares
compostas por arenitos e argilitos nas proximidades. Adicionalmente, em algumas partes da área, foram
observados solos intensamente retrabalhados devido aos processos de erosão e intemperismo. Essas
características indicam a influência direta da composição das rochas locais e dos processos geológicos e
climáticos na formação e evolução dos solos nessa região específica.
Fonte: Autores, 2023.
4.3 Geomorfologia

Na Área III em questão está situada no domínio geomorfológico das Chapadas


do Alto Rio Parnaíba, uma denominação adaptada da proposta pelo IBGE (2011).
Essas chapadas localizam-se no sul do estado do Maranhão e consistem em vastas
superfícies planálticas com extensos topos planos e não dissecados. Estão elevadas
em cotas que variam entre 350 e 600 metros de altitude, sendo que na área III a
maior cota encontrada foi de 520 metros, e apresentam uma inclinação suave para o
norte. Esse conjunto de chapadas é genericamente denominado como serra do
Penitente. A superfície planáltica, que antes era vasta e uniforme, foi profundamente
entalhada por uma rede de vales encaixados, alguns incisos, como no alto curso do
rio Parnaíba e em seus tributários diretos, e outros aprofundados e alargados por
erosão lateral das vertentes, como é o caso do rio das Balsas.
A geomorfologia da área III é caracterizada pelo domínio morfoestrutural de
bacias e coberturas sedimentares Fanerozóicas, conforme classificação do IBGE em
2006, estando mais especificamente inserida na Bacia do Parnaíba.
Dois tipos de morfografia foram identificados na área. O primeiro, presente em
menor quantidade, são várias colinas localizadas dentro da zona verde, com altitudes
variando entre 340 e 390 metros. Estas colinas têm uma amplitude média de cerca de
30 metros, variando em tamanho e formato, e apresentam blocos de silexito em seus
topos.
O segundo tipo, que abrange quase toda a área de estudo, consiste na serra. Essa
serra tem uma amplitude média de 200 metros, seu topo é plano e varia com
declividades altas e moderadas. Essa diversidade morfológica na área evidencia a
complexidade da interação entre os processos geológicos, climáticos e erosivos ao
longo do tempo.
Fonte: Autores, 2023.
4.4 Análise de Drenagem
Na Área III as análises morfométricas e topológicas das bacias de drenagem
dependem de diversos fatores, incluindo o substrato geológico (litologias e estruturas),
formas de relevo, cobertura vegetal, tipos de solos e, fundamentalmente, as condições
climáticas, sendo o índice pluviométrico uma das principais influências seguindo a
proposta de Soares & Fiore (1976).
Na área III, o mapa de drenagem foi subdividido em uma única zona homóloga,
considerando as características de padrão, densidade, sinuosidade, angularidade, tropia,
assimetria e formas anômalas. Isso pode ser observado no modelamento 3D apresentado
na FIGURA 15.

A Zona I, presente na área III, é caracterizada por:

Padrão dendrítico: Os cursos de água se assemelham a uma estrutura de árvore,


com um canal principal e vários tributários menores, formando uma rede ramificada.

Alta densidade: Indica a presença de uma grande quantidade de cursos de água


em uma determinada área.

Sinuosidade mista: Os cursos de água podem apresentar curvas moderadas ou


acentuadas, indicando uma combinação de sinuosidades.

Angularidade média: Refere-se à medida em que os cursos de água apresentam


curvas ou ângulos mais acentuados em seu trajeto.

Tropia multidirecional ordenada: A tropia refere-se à orientação geral dos cursos


de água. A multidirecionalidade ordenada indica que há orientações variadas, mas
organizadas.

Fraca assimetria: Os cursos de água não apresentam uma inclinação pronunciada


em uma direção específica.

Formas anômalas em radial: Caracteriza-se por anomalias ou irregularidades na


disposição dos cursos de água que seguem um padrão radial.

Essas características proporcionam informações valiosas sobre a morfologia e a


dinâmica da drenagem na Zona I da área III, contribuindo para a compreensão da
interação entre os fatores geológicos e climáticos na região.

As análises morfométrica e topológica das bacias de drenagens vão depender do


substrato geológico (litologias e estruturas), formas de relevo, cobertura vegetal, tipos
de solos e fundamentalmente do clima. Uma das principais influências está relacionada
com o índice pluviométrico.

Unidade Densidade Sinuosidade Angularidade Tropia Assimetria Formas Anômalas

Zona I Alta Mista Média Multidir Fraca Radial


ecional
(N-S, E-
W, SE,
SW)
Fonte: Autores, 2023.

Fonte: Autores, 2023.


Fonte: Autores, 2023.

Fonte: Autores, 2023.


Fonte: Autores, 2023.

Fonte: Autores, 2023.


Fonte: Autores, 2023.
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SOARES, P. C. & FIORI, A. P. LÓGICA E SISTEMÁTICA E INTERPRETAÇÃO DE FOTOGRAFIAS
AÉREAS EM GEOLOGIA. NOT. GEOMORFOL., CAMPINAS, 16 (32):, DEZEMBRO,1976. P.71 – 104
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SÍTIOS VISITADOS
INPE - INSTITUTO DE PESQUISAS ESPACIAIS 2000. EL NINHO. DISPONÍVEL EM
HTTPHTTP://WWW.DGI.INPE.BR/CDSR/. ACESSADO EM 05 DE NOVEMBRO 2023.
DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO LIVRE DE GEOCIÊNCIAS: DISPONÍVEL EM
HTTP://WWW.DICIONARIO.PRO.BR/INDEX.PHP/P%C3%A1GINA_PRINCIPAL. ACESSADO EM 05 DE
NOVEMBRO 2023.
PROJETO RADAM D. DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.CPRM.GOV.BR/. ACESSADO EM 05 DE
NOVEMBRO 2023.
MAPAS DE LOCALIZAÇÃO. DISPONÍVEL EM HTTP://WWW.BING.COM/MAPS/. ACESSADO EM 05
DE NOVEMBRO 2023.
DADOS DA CIDADE DE BALSAS-MA. DISPONÍVEL EM
HTTP://CIDADES.IBGE.GOV.BR/XTRAS/PERFIL.PHP?LANG=&CODMUN=210140&SEARCH=MARAN
HAO|BALSAS ACESSO EM 05 DE NOVEMBRO 2023.
MAPA EXPLORATÓRIO-RECONHECIMENTO DE SOLOS DO MUNICÍPIO
HTTP://WWW.UEP.CNPS.EMBRAPA.BR/SOLOS/INDEX.PHP?LINK=MA ACESSO EM 05 DE
NOVEMBRO 2023.
FÓSSIL PLEUROTOMARIA SP. DISPONÍVEL EM:
HTTPS://BOOKS.GOOGLE.COM.BR/BOOKS?ID=CVYYAAAAYAAJ&PG=RA1 PA464&LPG=RA1-
PA464&DQ=PLEUROTOMARIA+SP&SOURCE=BL&OTS=N94HR1JU-F&SIG=MEJL7QIZIH2A5WZ-
BJVOJSX39LM ACESSADO EM: 05 DE NOVEMBRO 2023.
LIVROS
AMBIENTES DE SEDIMETAÇÃO SILICICLASTICA DO BRASIL P. 171-243
ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIA – FUNDAMENTOS E APLICAÇOES P. 303-345
GEOMORFOLOGIA: CONCEITOS E TECNOLOGIAS ATUAIS - AZIZ AB’SABER P.105-247
FUNDAMENTOS DA ESTRATIGRAFIA MODERNA – J. DELLA FÁVERA P. 121-190
GEOLOGIA ESTRUTURAL – HAAKON FOSSEN P. 166-245
BOLETIM DE GEOCIÊNCIAS DA PETROBRÁS, VOL 8, (1994)
6 - ANEXOS
6.1 DESCRIÇÃO DOS AFLORAMENTOS
1º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9124916
UTM-X: 385922
Elevação: 350m
Acurácia: 5m
Hora: 09h30min

Conglomerado polimítico
Afloramento de corte de estrada (formato meia lua) localizado na medindo 7 metros de largura
por 1,5 de altura de cor amarelo avermelhado, com matriz argila siltosa, pedaços de rochas, clastos
de seixo milimétricos matacões centimétricos, sílex, e grãos amarelos avermelhados.
1º AFLORAMENTO (A) CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9124970
UTM-X: 385891
Elevação: 336m
Acurácia: 5m
Hora: 10h03min

Afloramento tipo bloco de Lajedo de 1 metro por 50 centímetros constituída por conglomerado
silicificado Ferrificada, cor amarelo avermelhada
2º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9125130
UTM-X: 385837
Elevação: 334m
Acurácia: 5m
Hora: 10h17min

Afloramento tipo lajedo constituído por arenito fino argiloso de cor branca acinzentado possui
gretas de contração.
3º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9125288
UTM-X: 385722
Elevação: 324m
Acurácia: 5m
Hora: 10h28min

Afloramento tipo bloco constituído por vermelho amarronzado, ferrificado com presença de
clastos centimétricos de manganês, ouve reação química com agua oxigenada H2o2.
4º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023

UTM-Y: 9127008
UTM-X: 385083
Elevação: 345m
Acurácia: 5m
Hora: 11h30min

Afloramento do tipo lajedo aflorando na drenagem ao longo da estrada, rocha branca com clastos
avermelhado com a matriz esbranquiçada argilosa levemente silicificada e clastos avermelhados
bastante silicificado, com resto de superfície de exposição sobre o argilito branco.
5º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9127094
UTM-X: 385081
Elevação: 349m
Acurácia: 5m
Hora: 11h40min

Afloramento lajedo branco alaranjado com concreções silicificada na parte externa com argilito
branco na parte interna.
6º AFLORAMENTO CHMPR 05/11/2023
UTM-Y: 9127400
UTM-X: 385079
Elevação: 358m
Acurácia: 5m
Hora: 11h41min

Afloramento tipo conte de estrada de cor avermelhada acinzentada esbranquiçada com argilito
silicificado com clastos avermelhados sílex esbranquiçados acinzentado clastos milimétricos
(começa a aparece concreções).
7º AFLORAMENTO CHMPR 07/11/2023
UTM-Y: 9127813
UTM-X: 384978
Elevação: 364m
Acurácia: 5m
Hora: 09h08min

Afloramento tipo lajedo na drenagem da estrada argilito levemente silexificado de cor vermelho
esbranquiçado.
8º AFLORAMENTO CHMPR 07/11/2023
UTM-Y: 9127619
UTM-X: 384857
Elevação: 358m
Acurácia: 5m
Hora: 09h20min

Afloramento tipo lajedo na drenagem da água, constituída por argila silexificada de cor vermelho,
roso e branco na drenagem da estrada com o solo ao lado de cor cinza.
9º AFLORAMENTO CHMPR 07/11/2023
UTM-Y: 9127521
UTM-X: 384887
Elevação: 345m
Acurácia: 5m
Hora: 09h34min

Afloramento tipo lajedo de conglomerado com concreções silexificada de cor amarelo avermelhado
de dimensões 1,80 x 1,5 metros

10º AFLORAMENTO CHMPR 08/11/2023


UTM-Y: 9127501
UTM-X: 383163
Elevação: 368m
Acurácia: 5m
Hora: 10h19min

Afloramento em base da serra possui coloração variando de amarelo avermelhado possui


estratificação plano paralelo barras arenosas, barras sigmoidal com estrutura ocelar estratificação
cruzada sigmoidal na continuidade lateral possui diversas fraturas no topo serra possui uma
brecha de argilito e possui marcas de ondas e estratificação cruzada cavalgante e gradação inversa.

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