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SÁVIO PRESENTE!
Sumário
6
Capítulo 7 - A Tarifa Social nos serviços de água e
esgoto em Porto Alegre.............................................124
Arnaldo Luiz Dutra
Carlos Eduardo de oliveira
7
À guisa de apresentação do ONDAS
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Prefácio 1
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Prefácio 2
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Capítulo 1
1
Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela UFMG. Con-
sultor, com experiência em projetos e gestão de obras de saneamento. Foi Diretor
Técnico e de Expansão da Copasa-MG. E-mail: [email protected]
2
Engenheiro Civil, Mestre e Doutor em Engenharia Urbana, professor titular apo-
sentado da Universidade Federal do ABC, professor colaborador do Programa de
Planejamento e Gestão do Território da UFABC. E-mail: [email protected]
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Capítulo 2
Introdução
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2
HBM é a sigla para Habitação de Baixo Custo. Moradias de baixo custo, muitas vezes
chamadas de HBM, correspondiam, até 1950, às moradias de aluguel moderado atuais
(HLM), representando os dois modelos históricos de habitação social na França.
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Disponíveis em https://www.ccwater.org.uk/
5
https://www.ofwat.gov.uk/wp-content/uploads/2017/03/The-guaranteed-stan-
dards-scheme-GSS-summary-of-standards-and-conditions.pdf
6
https://www.ccwater.org.uk/wp-content/uploads/2018/10/Vulnerability-in-the-
-water-sector.pdf
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A França é dividida em Regiões, Departamentos e Comunas (municípios). Exis-
tem 95 departamentos, sendo 93 na França metropolitana e dois no exterior, fora
do território europeu.
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Considerações finais
Dados levantados pelo Plano Nacional de Saneamento Básico
(Plansab), versão de 2013, indicam quem eram aqueles que não têm
acesso ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário com
relação às condições socioeconômicas. Com relação ao deficit em
saneamento básico, concentra-se nos grupos de mais baixa renda (de
zero até um salário mínimo).8 Cerca de 75% da população brasileira
8
A versão de 2019 disponibilizada para consulta pública não relacionou o deficit
à renda.
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Referências
BAKKER, K. An uncooperative commodity: Privatizing water in England and
Wales. Oxford, UK: Oxford University Press, 2004
BANERJEE, S. FOSTER, V., YING, Y. SKILLING, H. e WODON, Q. Cost
Recovery, Equity, and Efficiency in Water Tariffs: Evidence from African Utili-
ties. The International Bank for Reconstruction and Development / The World
Bank, Washington, DC, 2009.
BARRAQUÉ, B. Eau (et gaz) à tous les étages: comment les Européens l’ont eue, et
comment le Tiers Monde pourrait l’avoir? Texte presenté séminaire de l’IDDRI
“Accès aux services essentiels dans les PED”, 2005.
BARRAQUÉ, B.; ISNARD, L.; BARBIER, R.; CANNEVAS, G. Trajectoires
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Capítulo 3
Introdução
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Assistente social, professora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da
PUC-SP. E-mail: [email protected]
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3
Banco Mundial. (2020). Poverty and Shared Prosperity 2020: Reversals of Fortune.
https://www.worldbank.org/en/publication/poverty-and-shared-prosperity
4
Índice de Gini: quanto mais próximo de 1, mais desigual é a renda.
5
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/01/cobertura-do-bolsa-familia-
-cai-apos-o-fim-do-auxilio-emergencial.shtml#:~:text=O%20n%C3%BAmero%20
de%20benef ici%C3%A1rios%20do,o%20f im%20do%20aux%C3%ADlio%20
emergencia l.&text=Seg undo%20o%20Minist%C3%A9rio%20da%2-
0Cidadania,fam%C3%A Dlia s%20que%20seu%20or%C3%A7amento%20
comporta%E2%80%9D
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A definição de novo auxílio emergencial está em processo de aprovação no Con-
gresso Nacional no mês de março de 2021.
7
https://www.oxfam.org.br/publicacao/pandemia-e-desigualdades/
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8
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/noticias-e-conteudos/desenvolvimento-
-social/noticias-desenvolvimento-social/bolsa-familia-alcanca-14-283-milhoes-
-de-familia-em-julho
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https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/01/06/cerca-de-29-milhoes-de-
-domicilios-tiveram-apenas-renda-do-auxilio-emergencial-em-novembro-aponta-
-ipea.ghtml
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No dia 25 de janeiro de 2021, o portal de notícias UOL divulgou uma altera-
ção pretendida pelo Ministério da Cidadania no acesso ao Cadastro Único para
Programas Sociais (CadÚnico), disponível em: https://noticias.uol.com.br/poli-
tica/ultimas-noticias/2021/01/25/governo-quer-esvaziar-papel-de-municipios-no-
-cadastramento-do-bolsa-familia.htm
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Referências
Banco Mundial. (2020). Poverty and Shared Prosperity 2020: Reversals of
Fortune. https://www.worldbank.org/en/publication/poverty-and-shared-
-prosperity
BRASIL. Decreto nº 8.805, de 7 de julho de 2016. Altera o Regulamento do
Benefício de Prestação Continuada,a provado pelo Decreto nº 6.214, de 26
de setembro de 2007. Disponível em: http://www.in.gov.br/materia/-/asset_
publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/21288767/do1-2016-07-08-decreto-n-
8-805-de-7-de-julho-de-2016-21288693
BRASIL . Decreto nº 3.877/2001. Dispõe sobre o Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal e dá outras providências. Disponível
em: https://www.caixa.gov.br/Downloads/cidades-cadastramento-unico-
-manuais/DECRETO_NUM_6136_26062007.pdf
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Minis-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Perfil das famílias
beneficiárias do Programa Bolsa Família. Brasília, 2007. Disponível em:
www.mds.gov.br
BONDUKI, Nabil Georges, Origens da Habitação Social do Brasil. Arquite-
tura Moderna, Lei de Inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Estação
Liberdade, FAPESP, 1998.
LAVINAS, Lena. Rede Urbal: Documento Base URB-AL 10. REDE URBAL
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10 Luta Contra a Pobreza Urbana, Documento de Guia, In: Rede Urbal. São
Paulo: PSP/Sec. Rel. Internacionais, texto, 2003.
Oxfam International. O Vírus da desigualdade. Oxfam, janeiro de 2021.
Disponível em: https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms%2Ffiles%2F11532
1%2F1611531366bp-the-inequality-virus-110122_PT_Final_ordenado.pdf
ROCHA, Sonia. Pobreza no Brasil: afinal de que se trata?3ª ed. Rio de Janeiro:
FGV, 2006.
SILVA, M. O. da S. O debate sobre a pobreza: questões teórico-concei-
tuais. Revista de Políticas Públicas, v. 6, n. 2, p. 65-102, 2002. Disponível em:
file:///C:/Users/DELL/Downloads/3720-11582-1-PB.pdf
TELLES, - Vera da Silva. Direitos Sociais. Afinal do que se trata? Belo Hori-
zonte, Ed. UFMG, 1999.
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Capítulo 4
Introdução
1
Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela UFMG. Con
sultor, com experiência em projetos e gestão de obras de saneamento. Foi Diretor
Técnico e de Expansão da Copasa-MG. E-mail: [email protected]
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Caracterização da localidade
Em 2019, Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, possuía uma
população estimada de 2.512.070 habitantes (IBGE, 2020), sendo a
sexta capital mais populosa do país e sede da Região Metropolitana
de Belo Horizonte (RMBH), constituída, ainda, de outros 33 muni-
cípios.
Os dados do IBGE publicados por meio da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), referentes ao
primeiro trimestre (janeiro a março) de 2020, apontam para Belo
Horizonte um rendimento médio total de R$ 3.121,00 das pessoas
ocupadas com 14 anos ou mais, o oitavo maior dentre as 27 capitais
brasileiras. A taxa de desocupação desse mesmo grupo é de 12,8%,
a décima menor entre as capitais.
A série histórica desses dados (Figura 1) indica uma tendência
de aumento da população vulnerável, com estabilização dos rendi-
mentos da população ativa e progressivo aumento do número de
desocupados, que tendia a ser agravada para o trimestre seguinte
(abril a junho), haja vista os impactos da Covid-19 na economia em
escala mundial. Com isso, admite-se um recrudescimento do Índice
de Gini, principal indicador da concentração de renda, revertendo
a tendência de diminuição da desigualdade observada no período
1991 – 2010 (Índices de Gini de 0,61 e 0,60, respectivamente),
apontada pelo PNUD Brasil (2020).
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Tabela Tarifária
Assim como na maioria das empresas prestadoras de serviços
de abastecimento de água e de esgotamento sanitário no país, a
cobrança pelos serviços da Copasa se baseia em blocos progres-
sivos de consumo, com valores diferenciados por categoria: resi-
dencial, comercial, industrial e público. A autorização das tarifas é
responsabilidade da Arsae-MG, reguladora dos serviços, sendo que
a Copasa mantém acessível em seu sítio na web a tabela com os
valores tarifários correntes.
Nas tarifas da Copasa há a cobrança de um valor fixo para
os serviços de água, coleta e tratamento de esgotos, cobrados
independentemente do consumo, não sendo empregada tari-
fação de consumo mínimo. Esse valor fixo é autorizado pela
Arsae-MG para cobrança mesmo quando há suspensão dos
serviços, conforme indica o § 5º do Art. 1º da Resolução nº 118 da
Arsae-MG (2018):
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Fonte: Copasa
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Conclusões
Embora a Tarifa Social seja um instrumento que objetiva asse-
gurar o direito humano fundamental de acesso à água e ao esgota-
mento sanitário aos usuários da Copasa, observa-se que um contin-
gente de mais de 50% das famílias elegíveis para usufruto desse
benefício encontra-se excluído do enquadramento na categoria de
consumo Residencial Social.
Além disso, as famílias com renda familiar mensal de até 1
salário mínimo, que em abril de 2020 correspondiam a 74,2% das
famílias belorizontinas inscritas no CadÚnico e que tinham como
forma de abastecimento a rede geral de distribuição, têm o compro-
metimento do orçamento familiar pelas contas da Copasa em níveis
superiores aos aceitos internacionalmente e mesmo aos indicadores
apontados pela Arsae-MG.
É, portanto, recomendável e necessário, para assegurar o direito
humano de acesso à água e ao esgotamento sanitário, que a Arsae-MG
e a Copasa revejam os critérios financeiros e os processos de acom-
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Referências
ARSAE-MG (2017). Nota Técnica CRFEF 63/2017 – Indicador para Avaliação
da Capacidade de Pagamento dos Usuários da COPASA, de 13 de junho de
2017. Disponível na web em 30/06/2020 no sítio http://arsae.mg.gov.br/
images/documentos/audiencia_publica/15/NTCRFEF_63_2017_Capaci-
dade_Pagamento.pdf
ARSAE-MG (2018). Resolução 118, de 14 de dezembro de 2018. Disponível
na web em 10/06/2020 no sítio http://arsae.mg.gov.br/images/documentos/
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ARSAE-MG (2019). Resolução 127, de 25 de junho de 2019. Disponível na
web em 10/06/2020 no sítio http://arsae.mg.gov.br/images/documentos/
legislacao/2019/Resolucao_127_ReajusteCopasa_2019.pdf
ARSAE-MG (2020). Resolução 141, de 22 de junho de 2020. Disponível na
web em 30/06/2020 no sítio http://arsae.mg.gov.br/images/documentos/
legislacao/2020/Resolucao_141_ReajusteCopasa_2020.pdf
ARSAE-MG (2020-a). Relatório de Fiscalização Econômica GFE 005/2020.
Disponível na web em 30/06/2020 no sítio http://arsae.mg.gov.br/images/
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CECAD (2020). Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico.
Disponível na web em 10/06/2020 no sítio https://aplicacoes.mds.gov.br/
sagi/cecad20/agregado/index4.php
COPASA (2021). Planilha Interativa. Disponível na web em 21/01/2021 no
sítio http://ri.copasa.com.br/informacoes-financeiras/planilha-interativa/
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na web em 10/06/2020 no sítio https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/belo-horizonte/panorama
IBGE (2020-a). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua -
PNAD Contínua. Disponível na web em 10/06/2020 no sítio https://www.
ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9171-pesquisa-nacional-por-a-
mostra-de-domicilios-continua-mensal.html?=&t=o-que-e
IBGE (2020-b). Censo 2010. Disponível na web em 10/06/2020 no sítio
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PNUD Brasil (2020). Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Perfil
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UNDP (2006). UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Beyond
Scarcity: power, poverty and the global water crisis - Human Development Report.
Nova Iorque: United Nations Development Programme, 2006.
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Capítulo 5
Introdução
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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O Índice de Gini, criado pelo matemático italiano Conrado Gini, é um instru-
mento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele
aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Nume-
ricamente, varia de zero a um (alguns apresentam de zero a cem). O valor zero
representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor
um (ou cem) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a rique-
za. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_
content&id=2048:catid=28. Acessado em 02/11/2020.
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Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/ibge/censo/cnv/ginisp.def.
Acessado em 02/11/2020.
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Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/155#resultado. Acessado em
02/11/2020.
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Disponível em: https://censo2021.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/
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-de-hospitais.html. Acessado em 14/10/2020.
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Disponível em: http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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Disponível em: http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect
/?temp=4&proj=investidoresnovo&pub=T&db=&docid=B8E8FCF437413CBA8
3257723004C2D2F&docidPai=1698C08F24239E5A8325768C00517EF8&pai=f
ilho0&filho=neto-1. Acessado em 14/10/2020.
17
Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploa-
ds/2019/05/PMSB_Caderno_Completo_-final-para-impressa%CC%83o.pdf. Aces-
sado em 14/10/2020.
18
O sistema isolado Jardim das Fontes é responsável por apenas 0,06% da água
que atende à cidade de São Paulo. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.
sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/PMSB_Caderno_Completo_-final-para-
-impressa%CC%83o.pdf, página 29. Acessado em 14/10/2020
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19
No início de 2018, a região atendida pelo sistema Baixo Cotia passou a ser
suprida pelo sistema São Lourenço, com índice de produção de 1,6 m³/s em
2018 e 3,1m³/s em 2019. Formulário de Referência - 2020 - CIA SANEAMEN-
TO BÁSICO EST SAO PAULO. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/
uploads/file/investidores/FRE_2020_v4.pdf, página 135 de 489. Acessado em
02/11/2020.
20
Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploa-
ds/2019/05/PMSB_Caderno_Completo_-final-para-impressa%CC%83o.pdf, pági-
na 29. Acessado em 14/10/2020.
21
Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploa-
ds/2019/05/PMSB_Caderno_Completo_-final-para-impressa%CC%83o.pdf, pági-
na 26. Acessado em 14/10/2020.
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Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploa-
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ds/2019/05/PMSB_Caderno_Completo_-final-para-impressa%CC%83o.pdf, pági-
na 44. Acessado em 14/10/2020.
103
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
26
Formulário de Referência - 2020 - CIA SANEAMENTO BÁSICO EST SAO PAU-
LO. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/file/investidores/
FRE_2020_v4.pdf, página 24 de 489. Acessado em 02/11/2020.
27
Formulário de Referência - 2020 - CIA SANEAMENTO BÁSICO EST SAO PAU-
LO. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/file/investidores/
FRE_2020_v4.pdf, página 131 de 489. Acessado em 02/11/2020.
28
Formulário de Referência - 2020 - CIA SANEAMENTO BÁSICO EST SAO PAU-
LO. Disponível em: http://site.sabesp.com.br/site/uploads/file/investidores/
FRE_2020_v4.pdf, página 23 de 489. Acessado em 02/11/2020.
104
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Fonte: http://www.sabesp.com.br/sabesp/filesmng.nsf/BCDFA8190A43974D0325854
600568FD5/$File/DF_2019_final_reapresentacao.pdf. Acessado em 02/11/2020.
105
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Fonte: http://www.sabesp.com.br/sabesp/filesmng.nsf/BCDFA8190A43974D0325854
600568FD5/$File/DF_2019_final_reapresentacao.pdf. Acessado em 02/11/2020.
106
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
29
Disponível em: http://www.arsesp.sp.gov.br/LegislacaoArquivos/ldl10212020.
pdf. Acessado em 02/11/2020.
107
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
108
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
30
Ver estudos disponíveis em https://ondasbrasil.org/abordagens-da-tarifa-social-
-nos-servicos-de-agua-e-esgotamento-sanitario-os-casos-do-rio-de-janeiro-e-do-distri-
to-federal/
109
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Conclusões
Considerando que o acesso ao abastecimento de água e ao
esgotamento sanitário deve ser garantido a toda a população,
independentemente da capacidade de pagamento e das condições
de moradia, defendemos que a acessibilidade econômica é fator
primordial. Nesse sentido, o mecanismo da Tarifa Social constitui-
se em instrumento que pode garantir a ampliação do acesso a esses
serviços.
A cidade de São Paulo pode vir a ampliar o número de famílias
atendidas com a Tarifa Social caso o critério de enquadramento
fosse alterado, de forma a incluir os cadastrados no CadÚnico.
Passaríamos das atuais 370.030 economias (famílias) beneficiadas
com a Tarifa Social para 911.712, aumento de quase 2,5 vezes o
número de famílias atendidas.
Quando consideramos o número de pessoas (e não famílias)
31
Para efeito do cálculo da diferença entre economias com tarifa
Social/favela e famílias cadastradas CadÚnico consideramos “eco-
nomia” prédio ou subdivisão de um prédio, com ocupações com-
provadamente independentes entre si, que utilizam uma única ins-
talação de abastecimento de água e/ou esgotos. Portanto podemos
considerar que cada “economia” seja uma família.
110
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
111
Capítulo 6
Introdução
112
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
113
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Campo Grande pode ser estimada, com base nos dados do IBGE,
em menos da metade desse valor. Portanto, é possível afirmar que
ao menos metade das famílias inscritas no CadÚnico e que não são
abastecidas por rede está na área urbana, número que indica que, na
pior das hipóteses, pelo menos 1,5% da população urbana não está
sendo atendida pelo serviço de água.
2018 885.711 885.711 293.536 336.048 100,0 732.551 206.663 251.061 83,8
2017 874.210 860.943 282.039 322.725 99,8 704.573 167.063 207.616 81,7
2016 863.982 862.427 275.124 314.506 99,8 672.537 161.476 200.953 78,9
2015 853.622 852.512 270.628 309.381 97,8 649.108 153.570 192.075 77,1
2014 843.120 823.504 261.035 297.055 99,0 606.140 144.364 179.394 72,9
2013 832.352 819.012 245.317 278.174 99,7 580.551 131.263 162.919 70,7
2012 805.397 792.208 237.390 269.250 99,7 551.049 118.808 149.299 69,4
2011 796.252 781.958 226.974 257.521 99,5 487.942 107.521 137.266 62,1
2010 786.797 768.887 212.793 241.244 99,0 474.147 97.992 125.396 61,1
2009 755.107 742.427 195.228 222.649 99,6 448.160 87.987 113.909 60,2
2008 747.189 734.160 186.571 210.958 99,6 422.029 74.945 96.933 57,3
2007 724.524 710.033 182.938 206.797 99,3 327.847 55.153 72.916 45,9
2006 765.247 821.417 179.311 202.462 100,0 193.547 41.439 54.864 25,6
2005 749.768 789.194 172.616 195.554 100,0 166.040 34.988 47.344 22,4
2004 734.164 627.827 164.728 187.846 86,5 138.598 31.163 42.204 19,1
2003 705.975 750.799 156.919 180.080 100,0 137.437 28.179 39.791 19,7
2002 692.549 734.606 154.401 176.983 100,0 125.220 23.955 35.447 17,0
2001 679.281 641.971 146.412 169.020 100,0 109.530 22.800 34.764 17,1
114
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Tarifas
A tarifa dos serviços de água e esgoto de Campo Grande é
composta por uma parcela fixa, independentemente do consumo,
e duas parcelas variáveis: uma para água e outra para esgoto, calcu-
ladas proporcionalmente ao volume de água consumido. A tarifa de
esgoto corresponde atualmente a 70% do valor da tarifa de água6.
Os valores praticados nas tarifas estão apresentados na Tabela 2.
A simulação de valores de contas de usuários das categorias
residencial e residencial social, com consumo até 20 m³/mês, decor-
rentes da aplicação das tarifas de 2020 para as regras tarifárias
vigentes em Campo Grande, é apresentada nas Tabelas 3 e 4, sendo
a primeira referente aos usuários com serviços de água e esgoto e a
segunda a usuários com serviços apenas de água.
Nota-se que as contas de usuários da categoria social variam
de 40% a 45% do valor da conta de usuários residenciais para um
mesmo consumo.
6
Conforme o 7º Termo Aditivo ao contrato de concessão, de dezembro de 2018:
(i) a tarifa de esgoto deve passar a 75% da tarifa de água em dezembro de 2021,
quando a cobertura do serviço de esgoto atingir, no mínimo, 90% da população; e
(ii) a 80% da tarifa de água em dezembro de 2025, quando a cobertura de esgoto
atingir, no mínimo, 98% da população.
115
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Residencial:
Até 20 m3 5,80 2,35 1,65
Tarifa Social
1 a 10 m3 5,16 3,61
11 a 15 m3 6,61 4,63
16 a 20 m3 6,74 4,72
Residencial 21 a 25 m3 12,79 7,43 5,20
26 a 30 m3 9,15 6,41
31 a 50 m3 10,97 7,68
3 12,07 8,45
Acima 50 m
1 a 10 m3 7,12 4,98
Comercial 19,39
Acima 10 m3 14,60 10,22
1 a 10 m3 11,14 7,80
Industrial 30,48
Acima 10 m3 21,44 15,01
1 a 20 m3 6,49 4,54
Poder Público 64,70
Acima 20 m3 26,87 18,81
Fonte: Ta bel a a da pta da pel o a utor com ba s e na ta bel a publ i ca da no Decreto Muni ci pa l nº 14.086, de 3/12/2019.
116
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
117
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Art. 1º- Fica instituída (...) a tarifa social sobre o serviço (...) de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, destinada a
beneficiar a população reconhecidamente carente (...)
Art. 2º- Para os efeitos desta Lei, consideram-se carentes (...)
usuários do (...) serviço (...) que se enquadrarem cumulativa-
mente nas seguintes condições:
I- Possuir renda familiar não superior a 1 (um) salário mínimo
mensal, a qual deverá ser comprovada (...);
II- Ser proprietário de um único imóvel destinado exclusiva-
mente à sua moradia (...), desde que isento (...) do IPTU nos
termos da Lei (...);
III- Ser consumidor monofásico de energia elétrica, cujo
consumo não poderá ultrapassar 100 kWh/mês;
IV- Não consumir mais do que 20 m³/mês de água.
§ 1º- Caberá ao usuário comprovar o seu enquadramento nas
condições estabelecidas nos incisos I, II, III e IV deste artigo (...)
§ 2º - A concessão do benefício da tarifa social será limitada ao
percentual de 3% do número total de ligações de água existentes
no sistema de abastecimento da Capital.
7
Versão integral da Lei Municipal nº 3928/2001 pode ser encontrada em https://
cm-campo-grande.jusbrasil.com.br/legislacao/246152/lei-3928-01
118
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Art. 3º- Para ser beneficiado com a tarifa social, deverá o usuário
fazer seu cadastramento (...), comprovando o preenchimento
dos requisitos exigidos (...)
Parágrafo Único – Não poderão ser cadastrados os usuários que
se encontrarem na condição de inadimplentes (...)
Art. 4º- Anualmente, todos os beneficiados com a tarifa social
deverão comparecer (...) para renovar o seu cadastramento, (...)
comprovar a continuidade de seu enquadramento nas condições
exigidas.
Parágrafo Único – O beneficiário da tarifa social que não
atender ao disposto no caput deste artigo, terá o seu cadastro
automaticamente cancelado.
8
Disponível em http://www.primeiranoticia.ufms.br/upload/ckeditor/files/edia-
rio_20171113200229.pdf
119
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
120
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
121
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Nota:
(1) Fonte: Aguas Guariroba ref. abril 2020
(2) Fonte: Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal ref. abril 2020
Nota:
(1) Fonte: Aguas Guariroba ref. abril 2020
(2) Fonte: Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal ref. abril 2020
122
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Conclusões
Como os números demonstram, apesar de terem sido introdu-
zidas alterações na legislação municipal, em Campo Grande as difi-
culdades para uma família pobre usufruir do direito à Tarifa Social
continuam, tendo em vista que, além de serem exigidas condições
excessivas, a disposição de que caberá ao usuário comprovar o seu
enquadramento mostra-se um obstáculo à efetividade do direito que
a lei confere.
Assim, a tarifa Social de Campo Grande é ineficaz em garantir
acessibilidade econômica das famílias pobres aos serviços de abaste-
cimento de água e de esgotamento sanitário porque deixa de incluir
a grande maioria das famílias que deveria ser beneficiada, apesar da
previsão da legislação municipal vigente.
O baixo número de beneficiados pela Tarifa Social em
Campo Grande relativamente ao número de usuários que teriam
direito a ela deve-se a uma combinação de fatores que incluem,
provavelmente:
• A falta de informação adequada aos usuários por parte da
concessionária e do poder público;
• Dificuldades impostas na prática aos usuários para a
concessão do benefício; e
• A fiscalização deficiente por parte da agência responsável
pela regulação dos serviços e outros órgãos de fiscalização e
controle dos serviços públicos.
A ausência de um mecanismo automático para assegurar a
Tarifa Social às famílias inscritas no CadÚnico, além da informação
sobre o direito à Tarifa Social direcionada aos usuários residenciais
por meio da própria fatura e o maior controle social são medidas a
considerar em conjunto.
Finalmente, cabe considerar que o consumo mensal de refe-
rência de 12 m3 para uma família com quatro integrantes, o que
corresponde a 100 litros per capita por dia, e o valor da conta de
água e esgoto, correspondente a 5,1% do salário mínimo, pode
representar um comprometimento excessivo da renda, pelo menos,
das famílias na extrema pobreza.
123
Capítulo 7
Introdução
1
Engenheiro Agrônomo (UFRGS), Funcionário do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana-DMLU/POA, foi presidente da Associação Nacional dos Serviços
Municipais de Saneamento (Assemae) de 2007 a 2011, e Presidente da Companhia
Riograndense de Saneamento (Corsan) de 2011 a 2014. Membro do ONDAS. E-
-mail: [email protected]
2
Administrador e estudante de Direito, com atuação em diversos órgãos munici-
pais de saneamento e regionais como o Consórcio Pró-Sino. Foi Chefe de Gabinete
da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) de 2011 a 2014. Assessor do
Presidente Nacional da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamen-
to (Assemae), quando da discussão da Política Nacional de Saneamento em 2007.
E-mail: [email protected]
124
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Caracterização da localidade
Em 2019, Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, possuía
125
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
126
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
129
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
130
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Cisterna 46 2 2 1 189
131
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Fonte: DMAE, com informações obtidas através da Lei Federal nº. 12.527/2011 –
Lei De Acesso à Informação
132
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
133
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
134
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
135
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
136
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Consumo de 15 m³
R$ 33,75 R$ 60,75 R$ 101,25
Consumo de 20 m³
R$ 52,50 R$ 94,50 R$ 135,00
137
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Algumas considerações
• Em função da pandemia da Covid-19, o executivo municipal
aprovou, no dia 23 de abril de 2020, o Projeto de Lei Comple-
mentar ao Executivo (PLCE) nº 05/2020, isentando os consu-
midores beneficiados com a Tarifa Social das tarifas de água
e esgoto, a serem cobradas nas contas correspondentes às
competências de março, abril e maio de 2020;
• Segundo dados do DMAE, com base no valor faturado em
01/2020, o valor mensal da isenção é de R$ 2.564.100,22, o
que corresponde a 3,43% do total faturado na competência;
• Vereadores de oposição e algumas entidades da sociedade
civil tentaram estender o benefício da isenção para todas as
famílias inscritas no CadÚnico, uma vez que este apresenta
como critérios para classificação de família de baixa renda
uma renda mensal per capita de até meio salário mínimo e
uma renda familiar mensal de até três salários mínimos.
• O número de famílias inscritas no CadÚunico em Porto
Alegre, tomando com base o mês de abril de 2020, gira em
torno de 106 mil, o que é muito superior aos beneficiários da
Tarifa Social .
• Dentro da perspectiva do direito humano à água e ao sanea-
mento, conforme preconiza a resolução da ONU e conside-
138
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Referências
BRASIL. Lei nº 11445 de 5 de janeiro de 2007. Estabelece Diretrizes Nacio-
nais Para O Saneamento Básico; Altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro
de 1979; 8.036, de 11 de maio de 1990; 8.666, de 21 de junho de 1993; 8.987,
de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978; e
dá outras providências. Presidência da República. Casa Civil - Subchefia para
Assuntos Jurídicos. Brasília, DF, 2007.
BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº
11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o sanea-
mento básico, e dá outras providências. Presidência da República. Brasília, 2010.
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na web em 29/06/2020, no sitio: https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/porto-alegre/panorama.
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na web em 29/06/2020, no sitio: https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/porto-alegre/pesquisa/19/29765?tipo=grafico
&indicador=29765.
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na web em 29/06/2020, no sitio: https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/porto-alegre/pesquisa/19/29765?tipo=grafico
&indicador=29764.
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na web em 29/06/2020, no sitio: https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/porto-alegre/pesquisa/19/29765?tipo=grafico
&indicador=29763.
FEE/RS. Análise Socioeconômica da Cidade de Porto Alegre – 2017, elabo-
rada pela Fundação Estadual de Economia e Estatística do Rio Grande do
Sul. Disponível para download na web, em 29/06/2020, no sítio: https://
arquivofee.rs.gov.br/relatorios/relatorio-analise-socioeconomica-da-cidade-
-de-porto-alegre/
139
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
140
Capítulo 8
Introdução
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Existência de banheiro
Situação do
Total
domicílio
Sim Não Sem Resposta
145
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
9
Resposta a questionamento feito à Caesb com respaldo na Lei de Acesso à Infor-
mação pelo ONDAS em 07/08/2020 (Apêndice 2)
10
Disponível em http://www.adasa.df.gov.br/images/storage/area_de_atuacao/
RegulacaoEconomica/Resolucoes_notas_tecnicas/Nota_Tecnica_n13_2019.pdf
148
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
149
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Conclusões e recomendações
Conclui-se que, mesmo para um consumo mensal bastante
reduzido de 7 m³, o comprometimento da renda de uma família
com renda mensal de 1 salário mínimo pagando a tarifa padrão é
muito alto, não havendo dúvidas que, para assegurar acessibilidade
econômica ao serviço, as 64.500 famílias com renda total mensal de
até 2 salários mínimos deveriam ser elegíveis para a Tarifa Social.
Se adotada esta diretriz, 97,5% das famílias integrantes do
CadÚnico seriam elegíveis para a Tarifa Social, o que sugere adotar
15
Foram considerados os seguintes valores de consumo médio: 7 m³ representativo
de um consumo reduzido, 12 m³, considerando o indicador IN 053 do SNIS; 10 m³
e 15 m³, em conformidade com valores adotados em análises similares do ONDAS.
153
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
155
Apêndices
Apêndice 1
Questionamento feito à Adasa pelo ONDAS com respaldo
na Lei de Acesso à Informação em 30/07/2020 (Protocolo e-sic.
df.gov.br/Sistema/00092000197202057)
156
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
Apêndice 2
Resposta ao questionamento feito à Adasa pelo ONDAS com
respaldo na Lei de Acesso à Informação em 07/08/2020
Apêndice 3
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Capítulo 9
Introdução
1
Professor da Escola das Humanidades da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(Unisinos/RS) e assessor do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação
Socioambiental (Sares/AM). E-mail: [email protected]
161
ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Características da cidade
A cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, vive
um intenso processo de expansão, tanto geográfica quanto popu-
lacional, iniciado na década de 1970. Atualmente, a capital amazo-
nense possui uma população que corresponde a 2.219.280 habi-
tantes (IBGE/2020), figurando como a cidade mais populosa da
região amazônica e a 7º no ranking brasileiro. O Polo Industrial de
Manaus (Zona Franca de Manaus) se destaca na produção tecno-
lógica realizada por centenas de empresas nacionais e internacio-
nais, impactando significativamente a economia, a política, o espaço
construído, além de impor repercussões sociais e ambientais. Esta
dinamicidade produtiva coloca Manaus entre as oito cidades mais
ricas do Brasil (IBGE/2017).
Tal opulência contrasta com a realidade social, que apresenta
um cenário altamente conflitivo. Manaus possui uma taxa de desi-
gualdade social equivalente a 0,63, de acordo com o Índice de Gini
(DATASUS/2010). A gravidade desta situação pode ser vista através
das pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), ao mostrarem que 37,9% da população auferem um rendi-
mento mensal de até meio salário mínimo (IBGE/2010), enquanto
a mortalidade infantil atinge 14,52 óbitos por mil nascidos vivos
(IBGE/2017). Tudo isso pode ser visualizado também nas condi-
ções de moradia da cidade. Pesquisa do IBGE revela que 348.684
moradias em Manaus (53,38% do total) estão localizadas em áreas
de habitação subnormal: favelas, palafitas, ocupações e assenta-
mentos (IBGE/2020).
162
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
mas foram ignoradas pelo poder público. Isso contribui para apro-
fundar a precarização dos serviços e promover a cultura da impu-
nidade na gestão dos serviços públicos. Com tal conivência, as
empresas se sentem acomodadas diante do seu baixo desempenho,
prestando indefinidamente serviços de má qualidade.
O sistemático descumprimento do contrato de concessão
ocasionou a assinatura de múltiplos aditivos, alterando as metas e
condições de realização dos serviços.4 Tais Termos Aditivos, quase
sempre beneficiaram as empresas envolvidas, sem levar melhorias
significativas para as periferias da cidade. Com tantas alterações, é
possível observar que a privatização tornou-se uma obsessão, inde-
pendentemente do desempenho dos serviços realizados. Observa-se
que a iniciativa privada não tem cumprido as exigências contratuais,
mas o contrato de concessão tem sido alterado reiteradamente para
se adequar ao baixo desempenho da empresa.
O Quarto Termo Aditivo ao Contrato de Concessão (17 de
maio de 2012) é considerado o mais abusivo, pois ampliou o
período de concessão privada de 30 anos para 45 anos, sem fazer
nenhuma licitação pública ou ponderação sobre a qualidade dos
serviços realizados. Além disso, este documento impôs alterações
como o aumento da tarifa de esgotamento sanitário, que, a partir
de então, equivale ao valor cobrado pelo consumo de água. Ao
modo dos aditivos anteriores, este também flexibilizou as metas
do contrato de concessão original, projetando para a cidade
uma cobertura de 98% de abastecimento de água no ano 2016, e
uma abrangência de 90% dos serviços de esgotamento sanitário
em 2040.
A partir de junho de 2018, a gestão dos serviços de água e
esgoto foi assumida pelo Grupo Aegea Saneamento e Participações,
que atua em Manaus através da concessionária Águas de Manaus.
A Aegea Saneamento entrou na concessão planejando um investi-
mento de R$ 880 milhões de reais nos próximos 5 anos e firmando
a meta de implantar a cobertura de esgotamento sanitário em 80%
da cidade até 2030. Além disso, a empresa aspira reduzir o desper-
4
O Contrato de Concessão (julho de 2000) já recebeu cinco versões alteradas desde
a época da privatização: janeiro de 2007, agosto de 2008, outubro de 2008, maio
de 2012 e abril de 2014. Além destes Aditamentos, houve também dezenas de al-
terações nas condições de realização de obras específicas, sempre beneficiando a
concessionária de plantão.
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5
Editor. Ministério Público vai investigar venda da Manaus Ambiental para a Ae-
gea. Portal A Crítica. 20 de junho de 2018. Disponível em: <https://www.acritica.
com/channels/manaus/news/ministerio-publico-vai-investigar-venda-da-manaus-
-ambiental-para-aegea>. Acesso em 16/9/2020.
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RIVA, Gabriela R. Saad. Água, um direito humano. São Paulo: Paulinas, 2016.
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
A questão tarifária
O sistema tarifário dos serviços de água e esgoto em Manaus
obedece a uma estrutura composta por cinco blocos diferenciados,
em que os valores cobrados variam de acordo com a modalidade de
consumidores, conforme Figura 1.
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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Fonte: Ageman (julho/2020).
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Considerações finais
Em última instância, a Tarifa Social não foge à lógica da
mercantilização da natureza, segundo a qual a água é dotada de um
valor econômico. Por uma questão humanitária, advoga-se que é
preciso satisfazer as necessidades mais essenciais dos pobres, desde
que o mercado não seja prejudicado. No entanto, a Tarifa Social
pode ser visualizada também a partir da ótica dos direitos humanos,
que obriga a sociedade a viabilizar um mínimo de água potável para
o uso diário de todas as pessoas.
Em Manaus, o critério de acesso à Tarifa Social é a inserção
no Programa Bolsa Família. No entanto, a Tarifa Social contempla
somente 38% deste contingente, configurando uma grave agressão
ao direito humano à água e ao saneamento. A situação é agravada se
considerarmos que a população vulnerável abrange um contingente
muito superior àquele inscrito no PBF, uma vez que o CadÚnico
registra 264.499 famílias manauenses. Estas famílias passam por
grandes dificuldades em pagar as tarifas cobradas pela concessio-
nária, colocando em risco a saúde e a própria vida.
Tendo em vista o histórico de precariedade dos serviços de
abastecimento e água e esgotamento sanitário, é necessário que haja
um forte investimento do Estado, visando universalizar tais serviços.
Somente assim é possível vislumbrar um cenário em que o direito
à água e ao saneamento alcance todas as pessoas, independente-
mente de suas condições sociais, étnicas e religiosas. Infelizmente,
este histórico de precariedade tem naturalizado o descumprimento
do direito humano à água e ao saneamento na capital amazonense,
legitimando os serviços mal realizados pelos operadores.
172
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
173
Capítulo 10
Caracterização da localidade
174
Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
menor no Centro e Zona Sul (12,2%), que conta com uma renda
domiciliar per capita duas vezes maior que a da capital. Por outro
lado, a Zona Norte apresenta renda um pouco superior à metade da
média da capital e menor Índice de Gini, o que indica uma menor
desigualdade em um cenário de renda mais baixa. Na Zona Oeste, a
participação dos pobres é a maior da capital, bem como o Índice de
Gini, conforme Tabela 1.
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
1. Famílias inscritas no
538.308 544.882 546.883
CadÚnico
2. Famílias c/ cadastro
423.278 422.979 415.868
atualizado
3. % de famílias atual-
78,6% 77,6% 76,0%
izadas
Fonte: CECAD (2020)
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
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Fonte: http://www.data.rio/datasets/3f105a10dcf7475eae69b2514b9d6262
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Tarifação
Os usuários dos serviços são classificados nas seguintes cate-
gorias: domiciliar, comercial, industrial e pública. A Cedae cobra
uma tarifa mínima nas categorias residencial e pública, referente
a 500 litros de água diários, mesmo que o imóvel esteja desocu-
pado. Para o comércio e a indústria, são considerados 666 litros/
dia. A companhia também adota tarifas progressivas, segundo
faixas de consumo. Além disso, a Cedae tem na sua política de
cobrança tarifária a tarifa diferenciada A e B, de acordo com
a localidade, criada pelo Decreto nº 23.676, de 4 de novembro
de 1997. No município do Rio de Janeiro, os bairros corres-
pondentes às áreas A e B estão listados no site da companhia.
A lei não justifica a divisão de áreas. Na tarifa A, de valor mais
elevado, estão todos os bairros da Zona Sul, área nobre da cidade,
e bairros que correspondem a conjunto de favelas, como a Maré
e a Rocinha. Na tarifa B estão bairros da AP5, na Zona Oeste, e
bairros da Zona Norte. Todavia, bairros adjacentes da Zona Norte
como Ramos e Penha são classificados em tarifas diferentes (A e
B, respectivamente).
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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PROCESSO E-22/007.322/2019, publicado no DOE-RJ de 30/08/2019.
187
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TARIFA 2 E 3 – ÁREA B
CATEGORIA FAIXA MULTIPLICADOR TARIFA VALOR
0-15 1,00 3,995804 59,92
16-30 2,20 8,790768 191,77
DOMICILIAR 31-45 3,00 11,987412 371,57
46-60 6,00 23,974825 731,18
> 60 8,00 31,966433 1.050,84
0-20 3,40 13,585733 271,70
COMERCIAL 21-30 5,99 23,934867 511,04
> 30 6,40 25,573147 1.022,50
0-30 4,70 18,780279 563,40
INDUSTRIAL 31-130 5,40 21,577343 2.721,10
> 130 5,70 22,776084 2.948,86
PÚBLICA 0-15 1,32 5,274462 79,11
ESTADUAL > 15 2,92 11,667747 604,12
NOTA: Os valores das contas se referem aos limites superiores das faixas, sendo
considerados os seguintes consumos nas faixas em aberto: (i) 70m³/mês na categoria
residencial (A/B); (ii) 50 m³/mês na comercial (A/B); (iii) 50m³/mês (A) e 140 m³/mês
(B) na industrial; (iv) 60 m³/mês na pública.
Fonte: CEDAE (2019)
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Referências
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de
Saneamento – SNS. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: 24º
Diagnostico dos Serviços de Água e Esgotos – 2018. Brasília: SNS/MDR, 2019.
Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (CEDAE), 2019.
Disponível em: https://www.cedae.com.br/tarifas. Acesso em: 08/01/2021.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2010. Censo Demográ-
fico do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
IBGE Cidades@, 2020. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rj/
rio-de-janeiro/panorama. Acesso em: 08/01/2021.
IBGE, 2020. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD
Contínua. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/popu-
lacao/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.
html?=&t=o-que-e. Acesso em: 08/01/2021.
MARQUES, E. C. “Estado e empreiteiras na comunidade de políticas urbanas
no Rio de Janeiro”. In: Dados Revista de Ciências Sociais, Vol. 42 (2). 1999.
RIO DE JANEIRO. Decreto nº 25.438, de 21 de julho de 1999. Dispõe sobre
fixação de cota mínima de água para imóveis residenciais situados em áreas
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Água como Direito: Tarifa Social como Estratégia para a Acessibilidade Econômica
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Capítulo 11
Introdução
Existe uma relação direta comprovada cientificamente por
diversos estudos entre a saúde e o saneamento básico. Neste momento
de pandemia evidenciada pela crise do novo coronavírus, apesar de
não existir uma evidência científica de que a transmissão ocorra pela
água ou pelo esgoto, sabe-se que, de forma indireta, o saneamento
básico é de grande importância. Está comprovado que lavar bem as
mãos com água e sabão é uma das principais medidas de prevenção
contra a Covid-19. Para tanto, as famílias precisam ter água potável
em suas residências, o que, infelizmente, não é uma realidade tão
evidente para uma parcela dos cidadãos soteropolitanos.
O estudo a seguir é apresentado por uma solicitação do ONDAS
- Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento, que
avalia o atendimento das populações de baixa renda, mais notada-
mente com relação à importância da aplicação da Tarifa Social para
esse estrato da sociedade em oito capitais do país: Salvador/BA;
São Paulo/SP; Rio de Janeiro/RJ; Belo Horizonte/MG; Brasília/
DF; Porto Alegre/RS; Manaus/AM e Campo Grande/MS.
O artigo faz uma abordagem do serviço prestado pela Empresa
Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), no município de Salvador,
com base nos dados comerciais e operacionais obtidos na empresa,
1
Engenheiro Civil, Ex-Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Minis-
tério das Cidades; Ex-Presidente da Embasa. Atualmente é Conselheiro do Con-
selho de Administração da Embasa e Conselheiro do ONDAS. E-mail: abelardo-
[email protected]
2
Bacharel em Ciências Contábeis, Diretor do Sindicato dos Trabalhadores em
Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae-BA) e Secretário de
Saneamento da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune). E-mail:
[email protected]
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Tabela Tarifária
Assim como na maioria das empresas prestadoras de serviços de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário no país, a cobrança
pelos serviços da Embasa se baseia em blocos progressivos de consumo,
com valores diferenciados por categoria: residencial, comercial, indus-
trial e público. A Agersa é o órgão responsável pela definição dos
valores tarifários da Embasa, sendo que esta mantém acessível em seu
sítio na web a tabela com os valores tarifários correntes.
Nas tarifas da Embasa, há a cobrança de um valor fixo para o
consumo de até 6 m³ (tarifa mínima), que é cobrado independen-
temente do consumo. O consumo efetivo de água é tarifado com
valores variados, dependendo da faixa do volume consumido. Para
consumos maiores de 6 m³, os valores são cobrados progressiva-
mente em função das faixas de consumo (7 – 10 m³; 11 – 15 m³ e
assim sucessivamente, conforme definido na Tabela da Figura 4).
Para as ligações não medidas, o valor cobrado é a tarifa mínima.
Para a cobrança dos serviços de esgotamento sanitário, é utilizado o
percentual de 80% do volume de água consumido.
A Figura 4 apresenta a tabela de valores tarifários em vigor
na Embasa, a partir de junho de 2019, com validade para todos os
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Conclusões
O número de famílias beneficiadas pela Tarifa Social da Embasa
corresponde a apenas 6,9% das famílias elegíveis que estão dentro
do CadÚnico. Considerando-se apenas as famílias com cadastro
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ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento
Referências
AAGERSA-BA (2019). Resolução 004/2019. Agersa. Dispõe sobre a atuali-
zação das denominações das categorias de usuários e das respectivas defini-
ções Disponível na WEB em agersa.ba.gov.br. /wp-content/uploads/2019/06/
Resolucao_n004de18dejunhode2019_DOE_27jun.pdf
CECAD (2020). Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico.
Disponível na WEB em 24/07/2020 no sítio https://aplicacoes.mds.gov.br/
sagi/cecad20/agregado/index4.php
EMBASA (2020). Apresentação Diretoria de Operações Metropolitana,
junho, 2020.
EMBASA (2020). Controle Operacional de Água e Esgoto - COPAE, julho,
2020.
EMBASA (2020). Sistema Comercial Informatizado, julho, 2020.
EMBASA (2020). Tarifas por categorias de usuários. Disponível na WEB em
http://old.embasa.ba.gov.br/centralservicos/index.php/tarifas?informa
coes=sim
IBGE (2020). Cidades@. Disponível na WEB em 24/07/2020 no sítio https://
cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/salvador /panorama
IBGE (2020). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD
Contínua. Disponível na WEB em 24/07/2020 no sítio https://www.ibge.gov.
br/estatisticas/sociais/populacao/9171-pesquisa-nacional-por amostra-de-
-domicilios-continua-mensal.html?=&t=o-que-e
IBGE (2020). Censo 2010. Disponível na WEB em 24/07/2020 no sítio
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/salvador/panorama
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Capítulo 12
O desafio da implementação
da tarifa social no Brasil- análise
dos resultados dos estudos nas oito
capitais estudadas
Marcos Helano F. Montenegro1
Ricardo de Sousa Moretti2
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Distrito
79,40 129,34 39,60 64,54 50/50 16,1 2,4
Federal
Rio de 104,60 a 104,60 a 39,7 8,5
61,50 - -
Janeiro 119,28 119,28
Salvador
55,22 116,24 30,10 83,29 55/72 7,6 2,1
(*) Percentual calculado com relação ao total de inscritos no CadÚnico, atendidos por rede pública de
abastecimento de água
Fonte: Relatos dos respectivos municípios (capítulos 4 a 11).
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4
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