Questionário para o Exame Oral (Oaa)

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ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA

O.A.A

QUESTIONÁRIO DE ESTUDO DO EXAME ORAL PARA


O ACESSO À ADVOCACIA EM ANGOLA

2022
I. DIREITO CONSTITUCIONAL

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Conceito: consiste no sistema de princípios de normas que fixam a organização,
funcionamento e os limites do poder público do Estado, assim como estabelecem os
direitos das pessoas que pertencem à respectiva comunidade política.

Elementos de estudo do Direito Constitucional:

 Doutrinais;
 Legislativos
 Jurisprudenciais e documentais.

Importância da Constituição:

a) Na vertente formal: Sendo escrita, aprovada por processo formal que a torna
rígida, menos facilmente modificada e, por maioria das razões revogada;
b) Na vertente material: sendo substancialmente caracterizada pelos princípios da
separação de poderes, da representação liberal da soberania nacional,
proclamação dos direitos fundamentais e a protecção do indivíduo da acção do
Estado.

Estado democrático de Direito: (art.º 2 da CRA) que tem como fundamento a


soberania popular, primado na Constituição e na Lei, a separação de Poderes e
interdependência de funções, o pluralismo de expressão e de organização política e
democracia representativa e participativa, que promove e defende os direitos e
liberdades fundamentais do homem e assegura o respeito e a garantia da sua efectivação
pelos poderes legislativo, Executivo e judicial.

Estado de direito é um sistema institucional, no qual cada um e todos (do simples


indivíduo até o poder público) são submetidos ao império do direito, ligado ao respeito
às normas e aos direitos fundamentais.~

Separação de Poderes: ao pé da letra, é um princípio com uma concepção orgânico-


funcional, segundo o qual, cada órgão de soberania do Estado exerceria uma função do
estado, no contexto do constitucionalismo contemporâneo angolano, o Presidente da
República (poder Executivo), Assembleia Nacional (poder legislativo) e os Tribunais
(poder judicial).

Estado Laico: (art.º 10 da CRA) Consiste na separação entre o poder político e o


pluralismo religioso, em que estado respeita e reconhece as diferentes confissões
religiosas, as quais são livres na sua organização e no exercício das suas actividades,
desde que as mesmas estejam em conformidade com a Constituição e a Leis.

Estado unitário: (art.º 8 da CRA) consiste na unidade organizativa aos princípios da


autonomia dos órgãos do poder local e da desconcentração e descentralização
administrativas.

(art.º 6 da CRA) A supremacia do Estado angolano baseia-se na Constituição e funda-


se na legalidade, devendo respeitar e fazer respeitar as leis.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


A paz tem Paz tem como base o primado do direito e da lei e visa: assegurar as
condições necessárias à estabilidade e ao desenvolvimento do País.

FORÇA JURÍDICA:

a) O regime dos direitos, liberdades e garantias fundamentais estabelecidos na


Constituição impõe: A aplicação directa dos casos concretos e a vinculação de
todas as entidades públicas e privadas.
b) O Estado deve adoptar as iniciativas legislativas e outras medidas
adequadas: à Concretização progressiva e efectiva de cordo com os recursos
disponíveis, dos direitos económicos, sociais e culturais.

ACESSO AO DIREITO E TUTELA JURISDICIONAL:

a) A todos é assegurado o acesso aos tribunais: para defesa dos seus direitos e
interesses legalmente protegidos, não podendo a justiça ser denegada por
insuficiência dos meios económicos;
b) Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto: de
decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo;
c) Para a defesa dos direitos, liberdades e garantias pessoais: a Lei assegura
aos cidadãos procedimentos judiciais caracterizados pela celeridade e
prioridade, de modo a obter tutela efectiva e em tempo útil contra ameaças ou
violações desses direitos.

Reveste a forma de projecto de lei: no caso sobre a iniciativa legislativa exercida


pelos Deputados e pelos grupos parlamentares.

Exercício do Poder Político: por quem obtenha legitimidade mediante processo


eleitoral livre e democraticamente exercido nos termos da Constituição e da lei

Poder Executivo:  poder que executa, isto é, a parte dos 3 poderes que põe em prática
assuntos previamente deliberados pelo legislativo, dotado de poderes, como o
hierárquico, disciplinar, regulamentar que devem reger suas actividades, em respeito
aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

 FUNÇÕES: administrar interesses do povo, governar segundo relevância


pública, fazer cumprir efectivamente as leis, e dividir os níveis a gestão
administrativa.

Eleição do Presidente da República: é eleito PR e chefe do Executivo o cabeça de


lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos mais votado no
quadro das eleições gerais.

Elegibilidade do Presidente da República: são elegíveis ao cargo de Presidente da


República os cidadãos angolanos de origem, com idade mínima de 35 anos, que residem
habitualmente no País há pelo menos 10 anos e se encontrem em pleno gozo dos seus
direitos civis, políticos e capacidade física e mental.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Funções do poder legislativo: tem como função central a elaboração das leis, ao lado
de exercer outras tarefas constitucionais como a apresentação pública de assuntos de
interesse dos cidadãos, o debate sobre tais reivindicações de modo a agrega-las sob o
interesse geral e a fiscalização política dos actos do executivo.

Conselho Superior de magistratura: é o órgão de gestão e disciplina da magistratura


judicial, competindo-lhe:

 Designar os juízes do tribunal Constitucional;


 Propor a nomeação dos juízes conselheiros do Tribunal supremo

Funções do Poder Judicial: administrar a justiça em nome do povo, competindo-lhes


dirimir os conflitos de interesse público ou privado, assegurar a defesa dos direitos
interesses legalmente protegidos.

Sobre as decisões dos tribunais: são de cumprimento obrigatório para todos os


cidadãos e demais pessoas jurídicas e prevalecem sobre as de quaisquer outras
autoridades.

Em regra: São os tribunais de 2ª instância os tribunais de Relação e de 1ª instância os


tribunais de Comarca, desdobrados em salas de competência especializada.

Definição da Competência dos tribunais de jurisdição Comum: é definida em


função da hierarquia, do território, da matéria e do valor da Causa.

Competência territorial dos tribunais: o Tribunal Supremo tem competência


jurisdicional em todo território nacional, os tribunais da Relação na respectiva região
judicial e os tribunais de comarca na área territorial da respectiva comarca.

Tribunal supremo: é o órgão superior da hierarquia dos tribunais da jurisdição


comum, composto pelo presidente, o plenário e as câmaras, segundo a sua
especialização julgam os recursos das decisões proferidas pelos tribunais da relação, e
sempre admissível os recursos em matéria de direito, das decisões proferidas pelos
tribunais da relação nas causas de valor superior à alçada do tribunal da relação ou, em
matéria criminal, sempre que aplicada a pena ou medida de privativa da liberdade
superior a 2 anos.

Lei n.º 2/15, de 2 de Fevereiro, Estabelece os princípios e as regras da organização e


funcionamento dos tribunais da Jurisdição Comum.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


II. DIREITO PENAL

Direito penal: conjunto de normas jurídicas que determinam os actos que constituem
infracções criminais e as sanções que lhes são aplicáveis.

Objecto do Direito penal: o estudo do crime, das penas, das situações de perigosidade
e das medidas de segurança.

Objectivo do Direito penal: Assegurar a protecção dos valores e interesses


prosseguidos por determinado Estado, e concretizam-se pela definição dos actos
abstractamente lesivos dos valores, interesses ou bens que o estado considera
merecedores de especial protecção e pelo estabelecimento de sanções aplicáveis aqueles
que os praticarem.

Função repressiva: manifesta-se tanto pelo exercício de uma actividade dirigida à


aplicação ao infractor de um mal equivalente à lesão por ele praticada, Função
Preventiva: (medidas de segurança) pela prevenção de lesões futuras.

Características do Direito penal:

a) Carácter Positivo: um sistema de normas em vigor, gerais, abstractas, dotadas


de coercibilidade e impostas pelo Estado em ordem à tutela dos bens e dos
interesses.
b) Carácter Imperativo: porque as normas proíbem ou impõem determinadas
condutas aos respectivos destinatários.

Medidas de segurança: serve para assegurar, por antecipação, a defesa contra


possíveis ataques à ordem que instituiu e são determinadas pela existência de estados de
perigosidade criminal e social decorrentes de certas situações ou comportamentos.~

Princípio da Legalidade do Direito penal: (art.º 1º do CP) assenta na ideia de que


também o direito penal está sujeito a limites que visam evitar uma intervenção do
Estado arbitrária ou excessiva no domínio da definição dos crimes e das penas. O Prof.
Sousa Brito faz radicar o fundamento do princípio na segurança jurídica e
especialmente na segurança do indivíduo frente ao Estado, o que num Estado de Direito
Democrático se traduz no direito do indivíduo de não ser afectado nos bens essenciais
da sua vida, senão na medida exigida por lei à realização dos fins do Estado.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Princípio da Tipicidade: a lei penal não se limita a dizer que é crime todo
comportamento que ofenda os bens, valores e interesses sociais, pois descreve as
formas de lesão desses bens, valores e interesses sociais e os comportamentos proibidos
assumem a forma de modelos de tipos de paradigmas ou figuras jurídico criminais.
Portanto é cada tipo legal de Crime que se põe o problema de saber se uma acção é
típica ou não.

Princípio da não-retroactividade: As normas jurídicas não se aplicam nem aos factos


anteriores nem aos factos posteriores à sua vigência.

 É possível aplicar uma norma penal de forma retroactiva: é possível sim,


Sempre que um comportamento qualificado, como crime no domínio da lei
antiga, deixa de o ser por uma nova lei, aplica-se a retroactividade de forma
absoluta, através da retroactividade de lei mais favorável.

Pena Máxima de prisão: Em regra tem duração mínima de 3 meses e máxima de 25


anos. Mas em caso algum por motivos de reincidência, de concurso de crimes ou de
prorrogação da pena, pode esta exceder o limite máximo de 35 anos.

O critério de distinção entre o Crime e a Contravenção é qualitativo, sendo o Crime o


facto voluntário declarado, punível pela lei penal, a Contravenção um facto voluntário
punível, que unicamente consiste na violação ou a inobservância das disposições
preventivas das leis e regulamentos.

Distinção entre infracção penal e Ilícito civil:

a) Do ponto de vista formal: Distingue-se pela natureza da sanção, pois à


infracção penal corresponde pena e o ilícito civil uma reparação ou uma
indemnização;
b) Do ponto de vista substancial: Reside na natureza dos interesses lesados.

Infracção Penal: é o facto humano voluntário, típico, ilícito e culposo punível pela lei
penal. E que tem como pressupostos:

a) Sujeito activo: é o agente da infracção, é aquele que a comete;


b) Sujeito Passivo: é o que sofre os efeitos da infracção, é o ofendido.
c) Objecto: Material (são as coisas ou pessoas sobre as quais incide a acção) ou
jurídico (Os valores ou interesses jurídicos tutelados pela norma penal, que a
infracção viola)

Elementos da Infracção Penal

Para constituir Infracção Penal, a acção humana deve ser típica, ilícita e culposa.

a) Acção: é toda conduta humana dominado pela vontade, que lese, ofenda ou
ponha em perigo interesses individuais ou colectivos tutelados pela lei penal.
b) Típica: Descreve o tipo ou modelo legal incriminador;

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


c) Ilícita: esteja em oposição à tutela penal dos interesses jurídicos e ofenda ou
ponha em perigo os valores que a lei penal protege;
d) Culposa: merecedora de censura, tem que poder ser reprovada ao agente que a
cometeu.

Art.º 12.º da lei n.º 9/96 - Aos menores são aplicadas medidas de protecção social em
qualquer idade e prevenção criminal (Repreensão, internamento em estabelecimento de
assistência ou prestação de serviço à comunidade) aos menores em idade
compreendida entre aos 12 e aos 16 anos, exclusive, e quem aplica é o Julgado de
Menores.

Teoria da Equivalência das Condições (CONDITIO SINE QUA NON): a causa é o


conjunto de todas as condições que produzem o fenómeno, ou seja, a causa de um
resultado proibido pelo direito penal era toda e qualquer condição, todo qualquer facto
sem o qual esse resultado ou evento se não teria produzido.

EX: Se agente ofendesse a soco outra pessoa e, ao dirigir-se ao hospital para se tratar,
caísse sobre a cabeça desta um tijolo e ela morresse , a morte teria de imputar-se
objectivamente à acção do agente, pois, se não fosse o soco, a vítima não teria
necessidade de ir ao hospital e não estaria no sítio em que o tijolo lhe acertou.

Ilicitude: é uma qualidade do facto, que exprime um juízo de reprovação da ordem


jurídica, é entretanto um juízo dirigido ao facto e não ainda, dirigido ao agente.

Causas de exclusão da Ilicitude:

a) Legítima defesa; Considera-se o facto praticado como meio necessário à


defesa contra agressão actual e ilícita de interesses jurídicos do agente.
b) Estado de necessidade; considera-se o facto praticado como meio adequado
para afastar um perigo actual que ameace os interesses jurídicos protegidos do
agente ou de terceiro.
c) Excesso de legítima defesa; tem lugar sempre que o defendente excede os
meios necessários para repelir a agressão.
d) Estrito cumprimento de dever legal.
e) Exercício regular de direito.

Para que haja o dolo do tipo, exige-se que o agente tenha:

a) Conhecimento daqueles elementos típicos que preexistam à sua acção;


b) Conhecimento dos elementos produzidos pelo seu comportamento;
c) Conhecimento do processo causal de que resulta o evento.

Dolo é a vontade livre e consciente de praticar a conduta criminosa descrita na


lei penal, ou seja, é a intenção do agente em praticar o crime.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Formas distintas:

a) Dolo directo: quem tem vontade de actuar de certa forma típica ou de produzir
directamente o resultado típico.
b) Dolo necessário ou indirecto: quem previu o resultado criminoso como
consequência do seu comportamento.
c) Dolo eventual: sempre que a realização do facto for representada pelo agente
como uma consequência possível do seu comportamento e ele actuar
conformando-se com aquela realização.

Negligência: Consiste no facto, quando por falta de cuidado, diligência ou atenção, o


agente lesa os valores ou interesses jurídicos penalmente tutelados, e responde pelo seu
comportamento por não ter conduzido de forma a evitar que determinado
comportamento danoso se produzisse.

Formas distintas:

a) Negligência consciente: verifica-se quando o agente embora prevendo como


possível a realização do facto típico, age convencido de que o facto típico não se
realizará.
b) Negligência inconsciente: verifica-se quando o agente nem sequer previu a
possibilidade da realização do facto típico através da sua conduta e contudo
devia e podia ter previsto.

Crimes Preterintencional: quando, através da acção criminosa, o agente produz um


resultado que ultrapassa a sua intenção, produz um resultado mais grave do que ele
desejou.

Crimes Consumados: Todos aqueles que se verifiquem todos os seus elementos


constitutivos.

Crime Continuado: consiste na prática de uma pluralidade de acções, cada uma delas
submissível, autónoma e independente a um tipo legal de crime, preenchendo portanto o
concurso de crimes e sendo aplicada ao agente também uma só pena.

A diferença entre Detenção e Prisão Preventiva: reside no facto de que, a prisão


preventiva ser uma medida de coacção que se aplica apenas ao arguido, ao passo que
a detenção não é medida de coacção e, por isso, o detido não tem necessariamente que
ser arguido.

Processo de realização do crime: é a fase discricionária em que o agente, pensa no


crime, depois, quer, decide, resolve cometê-lo. Reunidos todos esses aspectos, o agente
elabora o plano de acção, recolhe dados e informações, reúne os meios e os

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


instrumentos necessários à realização do crime e prepara as condições para sua
execução.

Actos Preparatórios: art.19.º CP, actos externos conducentes, a facilitar ou preparar a


execução do crime, que não constituam ainda começo da execução, e por regra não
puníveis, por não constituir crime.

Tentativa: art.º 20.º CP, verifica-se quando o agente praticar, com dolo, actos de
execução de um crime, sem que este chegue e a consumar-se. E não é punível em caso
de desistência voluntária do agente para prosseguir a execução do crime ou
impedir a sua consumação. Só é punível se ao crime consumado corresponder a pena
superior a 3 anos de prisão.

Concurso de crimes: Considera-se a pluralidade de crimes, ou seja, a ocorrência de


mais de uma infracção mediante conduta única ou diversas condutas.

Cúmulo jurídico: Consiste na aplicação das penas segundo a regra da cumulação do


tipo legal de crime, portanto, havendo pluralidade de crimes devem ser somadas todas
as penas aplicadas, isto consubstancia-se no cúmulo material.

Classificação das Circunstâncias como elemento estranho à estrutura da


Infracção:

a) Agravantes: Quando aumentam o grau de responsabilidade criminal;


b) Atenuantes: Quando diminuem o grau de responsabilidade criminal ou seja, a
ilicitude do facto, culpa do agente ou a necessidade da pena;

Premeditação: é uma circunstância inerente ao agente, reveladora de uma forte


intensidade de vontade criminosa, de um dolo fortíssimo e duradouro, que nessa medida
torna a conduta do agente altamente reprovável, ou seja, há premeditação sempre que
agente que se possa concluir que o agente pesou os prós e os contras antes de cometer
o crime.

Reincidência: art.º 76 CP, supõe a relação à sucessão uma maior propensão do agente
para prática do crime, revelada não só pelo facto de os crimes repetidos serem os
mesmo ou da mesma natureza, como ainda por essa repetição se verificar dentro de um
período de tempo mais curto.

Para que se verifique a reincidência é necessário que estejam constituídos os


seguintes pressupostos:

a) A condenação anterior transitada em julgado por um crime cometido pelo


agente;
b) A perpretação do outro crime da mesma natureza;

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


III. PROCESSUAL PENAL

Conceito: é uma sequência de actos destinados a apurar se houve um crime e, em caso


afirmativo, que consequências jurídicas devem ter a sua prática.

Característica: o processo penal é público, sob pena de nulidade, a partir do


Despacho de Pronúncia, ou não tendo havido instrução contraditória, do Despacho que
designar dia para o julgamento. Esta característica determina o direito de:

a) A divulgação dos actos processuais pelos meios de comunicação social;


b) A consulta do processo e a possibilidade de obtenções de certidões, cópias ou
extractos de qualquer peça ou elemento que dela faça parte.

Sujeitos Processuais:

a) O tribunal;
b) O juiz;
c) O Ministério Público;
d) Os órgãos de polícia criminal;
e) O arguido;
f) O defensor;
g) O assistente;
h) A parte civil;
i) Meros intervenientes ou participantes processuais são as testemunhas, os
peritos e consultores técnicos, os funcionários judiciais.

TRUBUNAIS

Jurisdição Penal: art.º 9.º CPP, compete aos tribunais judiciais criminais e respectivos
juízes, sem prejuízo da jurisdição criminal especial concedida aos Tribunais Militares,
conhecer de causas penas e aplicar as penas e medidas de segurança, no âmbito da
administração da justiça penal estão subordinados à CRA, à Lei e aos Princípios do
Processo penal.

Competência em razão do território: art.º 14.º CPP

a) Nos crimes de natureza material: é competente o tribunal cuja área se


produziu o resultado típico.
b) No crime em que a morte da pessoa seja elemento constitutivo: é competente
o tribunal cujo a área o agente actuou.
c) Nos crimes formais ou de pura omissão: é competente o tribunal em que cuja
área tiver ocorrido a acção ou omissão.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Competência do tribunal em razão de dúvidas sobre lugar e desconhecimento do
lugar do crime: art.º 16.º CPP, quando tiver sido cometido nos limites de mais do que
uma área judicial e houver dúvidas acerca do lugar, é competente o tribunal de qualquer
das áreas. No caso de desconhecimento do lugar do crime, é competente o tribunal da
área em que, de tal crime, primeiro se tiver tomado o conhecimento.

Deslocação de Competência do tribunal: art.º 26.º do CPP, ocorre quando, por razões
de ocorrências locais gravemente perturbadoras do normal andamento do processo e da
realização da justiça, consequentemente a competência pode ser atribuída
extraordinariamente ao tribunal da mesma espécie e da hierarquia do tribunal afectado.

Declaração de Incompetência do Tribunal: art.º 27 do CPP, pode ser deduzida pelo


Ministério Público, pelo arguido, pelo assistente ou a parte civil, e declarada em
qualquer altura do processo até transitar em julgado a decisão final nela proferida, não
obstante, o tribunal pode reconhecê-la e declará-la oficiosamente.

Espécies de Conflito de Competência:

a) Há conflito Positivo: quando em qualquer fase do processo, dois ou mais


tribunais se considerarem competentes para conhecer do mesmo crime e julgar o
respectivo agente, cessa quando só um dos tribunais em conflito continuar a
declarar-se competente.
b) Há conflito Negativo: Quando nas mesmas circunstâncias, dois ou mais
tribunais se considerarem incompetentes, e cessa logo que um dos tribunais se
declarar competente.

Formas de Processo art.º 299.º e 300.º do CPP

O processo penal pode ter a forma comum e a forma especial, a forma comum é a que
se utiliza, quando a lei não estabelecer expressamente uma forma especial.

Os processos na forma especial são os seguintes: sumário, de contravenção, abreviado


e o processo para crimes julgados em primeira instância pelo tribunal Supremo

Processo sumário: quando o Ministério Público solicita ao tribunal que o julgamento


seja em processo sumário, com vista a acelerar o processo. Para tal, é necessário o
preenchimento dos requisitos legais, nomeadamente, o arguido já ter completado 18
anos no acto da detenção e o crime praticado ser punível com pena de prisão de limite
máximo não superior a 3 anos, permitindo, assim, a audiência de julgamento se realize
no prazo de 48 horas.

Processo sumaríssimo: quando o Ministério Público entender que apenas se deve


aplicar multa ou medida de segurança não privativa da liberdade.

Impedimentos do Juiz: art.º 35.º do CPP, nenhum juiz pode ser titular de um processo
penal quando:

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


a) For ou tiver sido ofendido com faculdade de se constituir assistente ou parte
civil;
b) Exercer ou ter exercido no mesmo processo a função de juiz, o cônjuge ou
pessoa com quem vive em situação análoga à dos cônjuges, parente ou afim ao
3º grau.

Declaração de Impedimentos: art.º 38.º e 39.º CPP, o juiz que der conta de estar
impedido, nos casos em que a lei estabelece, deve declará-lo sem demora, por despacho
no processo no prazo de 5 (cinco) dias, não obstante, como também pode ser requerida
pelo MP, pelo Assistente, ou pela parte civil, logo que sejam admitidos a intervir no
processo.

Suspeição e Recusa: art.º 43.º CPP, fundamenta-se na existência de um motivo sério e


grave susceptível de pôr em causa a sua imparcialidade. E têm legitimidade para
suspeitar do juiz e para o recusar o MP, o arguido, o Assistente, ou a parte civil (Art.º
44.º CPP).

Ministério Público: art.º 48.º CPP, enquanto autoridade judiciária, lhe compete,
participar na descoberta da verdade e na realização da justiça penal, determinando-se a
sua actuação em estrita objectividade e legalidade. Em especial:

a) Dirigir e realizar a instrução preparatória;


b) Exercer a acção penal, deduzindo a acusação contra o arguido e defendendo-a
na instrução contraditória e no julgamento, ou abster-se de acusar, ordenando
o arquivamento do processo;
c) Interpor recursos em defesa da legalidade, ainda que no interesse do arguido.

O MP nos crimes particulares: art.º 51.º CPP, tem legitimidade para proceder as
diligências necessárias à descoberta da verdade e à instrução do processo, podendo
deduzir acusação, participar nas fases seguintes, em todos os actos processuais em que
intervier o assistente e recorrer das decisões judiciais.

O MP no Concurso de Infracções Penais: art.º 52.º CPP, promove o processo por


aquelas infracções que tiver legitimidade, caso o procedimento criminal pela infracção
mais grave não dependa de queixa ou acusação particular.

Assistentes: art.º 58.º CPP, é o sujeito processual, que assume o papel de colaborador
do MP (Ministério Público), encontrando-se a sua actividade subordinada à intervenção
do MP. E quem pode constitui-se como tal:

a) Os ofendidos, considerados como tais os titulares dos interesses especialmente


protegidos pela norma incriminadora;
b) As pessoas de cuja queixa ou acusação particular depender do procedimento
criminal.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


A Constituição do Assistente: art.º 60.º CPP, pode ser requerida ao Magistrado do
MP, na fase de Instrução Preparatória, ou ao juiz, nas restantes fases do processo, até 5
dias antes da audiência do julgamento.

Arguido: todo aquele sobre quem recai forte suspeita de que tenha praticado um crime
suficientemente comprovado, e assume imediatamente a posição de arguido, a pessoa
contra quem foi deduzida acusação ou requerida a instrução contraditória.

Sendo obrigatória a sua constituição: art.º 64.º CPP

a) Logo que, em instrução preparatória, aberta contra pessoa determinada, esta


prestar declarações perante o Magistrado do MP ou Órgão de Polícia
Criminal;
b) Quando tenha de ser aplicada a alguém uma medida de coacção ou garantia
patrimonial;
c) Em caso de detenção de qualquer pessoa.

Actos processuais: é, portanto, toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por
efeito a criação, modificação ou extinção de situações jurídicas processuais. Em que
compete as autoridades e aos funcionários de justiça praticar. A língua utilizada é
sempre o Português e praticados na forma escrita, e são documentados através de um
Auto.

AUTO: é o instrumento em que se dá fé dos termos em que os actos processuais de


forma oral se desenrolaram, do teor dos requerimentos nele apresentados, das
promoções efectuadas, das declarações prestadas e das decisões orais tomadas, a que
tiver assistido a entidade que o redigir.

O auto relativo a Instrução contraditória e à Audiência do Julgamento chama-se ACTA.

Forma dos actos decisórios do Juiz: assumem a forma de:

a) Despacho, b) Sentença e c) Acórdão.

Fim e objecto das Provas; art.º 145.º CPP, incide no alcance da verificação de
verdade dos factos que fundamenta a responsabilidade penal do arguido.

Meios de prova: sãos os meios utilizados pelas partes no processo para o


convencimento do juiz, que remontem à formação do fato criminoso, isto é, à sucessão
de acontecimentos, demonstrada dentro uma linha cronológica, referente ao delito
cometido; esses elementos probatórios servirão de base para a decisão que será tomada
pelo magistrado. Das quais são:

 Prova por declarações, por acareação, por reconhecimento, por reconstituição,


por documentos, e por perícia.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Meios de obtenção de prova: são os meios que objectivam adquirir a prova em si,
servindo de instrumentos para o alcance desta; desse modo não são empregados para o
convencimento do magistrado, “caminhos para chegar-se à prova” (Ex: revistas e
buscas, exames ou escutas telefónicas).

Medidas processuais de natureza cautelar: são ferramentas aplicadas antes ou na


decorrência do processo e têm como finalidade a preservação da prossecução penal.
Nomeadamente, à detenção, coacção pessoal e de garantia patrimonial.

Medidas de coacção Pessoal: são meios de limitação da liberdade pessoal ou


patrimonial dos arguidos. E podem ser:

a) Termo de identidade e residência;


b) Caução;
c) Obrigação de apresentação periódica as autoridades;
d) Prisão preventiva e Prisão domiciliária;
e) Interdição de saída do País.

Medidas de garantia patrimonial:

a) A caução Económica;
b) Arresto Preventivo.

Aplicação da Prisão Preventiva: art.º 279.º CPP, ocorre quando, no caso em concreto,
considerar inadequadas ou insuficientes a interdição de saída do país ou a prisão
preventiva domiciliar e o crime for doloso, punível com prisão superior, no seu limite
máximo, a 3 anos e existirem fortes indícios da sua prática pelo arguido. É ilegal a
prisão preventiva destinada a obter indícios de que o arguido cometeu o crime que lhe
é imputado.

Prazos máximos de prisão preventiva: A prisão preventiva cessa quando, desde o seu
início decorrem:

a) 4 Meses sem acusação do arguido;


b) 6 Meses sem o arguido ser pronunciado;
c) 12 Meses, até a condenação em primeira instância;
d) 18 Meses, sem haver condenação com trânsito em julgado.

Flagrante Delito: art.º 252.º CPP, É o exacto momento em que o agente está
cometendo o crime, ou, quando após sua prática, os vestígios encontrados e a presença
da pessoa no local do crime dão a certeza deste ser o autor da infracção, ou ainda,
quando o criminoso é perseguido após a execução do crime.

Fase de Instrução Preparatória: compreende a primeira fase do Processo Penal, que


se desenrola sob orientação do Ministério Público, coadjuvado pelos órgãos da polícia
criminal, e corresponde a “um conjunto de diligências no sentido de apurar se foi ou

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


não praticada uma infracção penal, e caso não ter sido, descobrir os seus agentes e a
respectiva responsabilidade penal, recolhendo-se os pertinentes elementos de prova,
em ordem em formular acusação ou arquivar o processo”.

Prazo para instauração do processo em sede da Instrução Preparatória: art.º 308.º


CPP, Os processos registados e autuados pelos órgãos da polícia criminal devem ser
remetidos ao MP no prazo de 10 dias.

Actos praticados pelo MP na fase de Instrução Preparatória: art.º 312.º CPP

a) Proceder o interrogatório preliminar do detido, aos interrogatórios


subsequentes e arguidos presos e arguidos em liberdade;
b) Aplicar medidas de coacção, alterá-las ou revogá-las mediante a fiscalização
do Juiz, salvo tratando-se de prisão preventiva, preventiva domiciliária ou
interdição de saída do País;
c) Presidir às revistas e buscas que ordenar ou autorizar.

Prazos de encerramento da fase de Instrução Preparatória: art.º 321.º

a) No caso de houver arguido preso, a fase de instrução deve findar no prazo


máximo de 6 meses.
b) No caso de não houver arguido preso, é de 24 meses.

Prazo para acusação na Fase de Instrução preparatória: art.º 328.º e 331.º

a) No caso de acusação pública, o MP deduz acusação contra o arguido no prazo


de 10 dias.
b) No caso de acusação particular, o MP manda notificar o assistente para que o
deduza contra o arguido, querendo, no prazo de 8 dias.

Fase de Instrução Contraditória: art.º 332.º CPP, é facultativa, e tem por fim obter
uma decisão judicial que confirme ou infirme o mérito da acusação ou do despacho de
arquivamento, com vista a submeter o arguido a julgamento ou arquivar o processo.

É dominada pelos princípios da Oralidade e contraditório e nela podem participar o


MP, o arguido e o seu defensor, o assistente e o advogado. Sendo constituída pelos
actos de investigação e instrução que o juiz entender necessários para realização da sua
finalidade.

Abertura da instrução contraditória e quem pode requerer: A abertura da instrução


contraditória poder ser requerida no prazo de 10 dias, a contar daquele em que ocorrer a
notificação da acusação ou do despacho de arquivamento. E Pode ser requerida:

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


a) Pelo arguido, em relação a factos deduzidos na acusação pelo MP ou pelo
assistente;
b) Pelo assistente, em relação a factos pelos quais o MP não deduziu acusação.

Direcção da Instrução contraditória: art.º 334.º CPP, é presidida pelo Magistrado


judicial competente, na qual, lhe compete tomar em consideração as indicações
constantes do requerimento para abertura da instrução, mas não está sujeito a elas,
devendo, na descoberta da verdade, investigar os factos e proceder com autonomia e
independência, poder ordenar oficiosamente as diligências que julgar necessárias.

Audiência preliminar contraditória: art.º 342.º CPP, tem por finalidade permitir que
o MP, o Assistente e o Arguido discutam, perante o magistrado judicial competente, se
durante o decurso das fases de instrução preparatória e contraditória se apuraram
indícios de facto que justifiquem ou não a submissão do arguido a julgamento.

Prazos de encerramento da fase de Instrução contraditória: art.º 321.º

a) No caso de houver arguidos presos, deve ser encerrada nos prazos máximos de
2 meses.
b) No caso de não houver arguido preso, é de 4 meses, contados da data de
entrada do requerimento para abertura da instrução.

Despacho de pronúncia: É a decisão proferida pelo juiz, quando termina a instrução,


pronunciando-se no sentido de o arguido ser submetido a julgamento.

Nulidade do Despacho de Pronúncia: art.º 353.º CPP, ocorre quando, na medida e na


parte em que pronunciar o arguido por factos novos que alterem substancialmente os
factos descritos na acusação do MP ou do Assistente ou no requerimento, e a nulidade
fica sanada, se não for arguida no prazo de 8 dias a contar da data em que for
notificado o despacho de pronúncia.

Fase Do Julgamento: art.º 355.º CPP,

Nos casos em que não tiver sido requerida a Instrução Contraditória: o Despacho
de Pronúncia e a Acusação, determinam a remessa imediata do processo ao tribunal
competente para o julgamento.

Recebido o processo ao tribunal competente para o julgamento, o juiz conhece as


nulidades e de quaisquer outras questões prévias que obstem à decisão sobre o mérito
da causa e de que possa, desde logo, conhecer e manda requisitar o certificado do
registo criminal do arguido se este não existir nos autos, a isto é chamado de
Saneamento.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Resolvidas a questões prévias, o juiz fixa ao arguido um prazo de 15 à 20 dias,
conforme a gravidade do crime e a complexidade da causa para contestar, querendo, por
escrito organizar o rol de testemunhas e requerer as demais diligências de prova que
entender necessárias à sua defesa.

IV. DIREITO CIVIL

Das coisas: tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas. E podem classificar-
se em móveis, imóveis, simples ou compostas, fungíveis ou não fungíveis,
consumíveis ou não consumíveis, divisíveis ou indivisíveis, principais ou acessórias,
presentes ou futuras.

a) Coisas fungíveis: que se determinam pelo seu género, qualidade e quantidade,


quando constituam objecto de relações jurídicas.
b) Coisas divisíveis: que podem ser fraccionadas sem alteração da sua
substância, diminuição de valor ou prejuízo para o uso a que se destina.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Benfeitorias: Considera-se benfeitorias os gastos realizados com o aumento de área de
um imóvel, agregados, construídos, com objectivo de ajustá-lo às necessidades de
utilização do imóvel.

a) São voluptuárias: as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso


habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado
valor. Exemplo: obras de jardinagem, de decoração ou alteração meramente
estética .

b) São úteis: as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Exemplo: a construção


de uma garagem, a instalação de grades proctetora nas janelas, porque tornam
o imóvel mais confortável, seguro ou ampliam sua utilidade.

c) São necessárias : as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
deteriore. Exemplo: reparo na parede para evitar a infiltração de água ou a
substituição dos sistemas eléctricos e hidráulico danificados, portanto todos
eles são necessários com característica de uma manutenção ou conserto.

DO NEGÓCIO JURÍDICO

Diferença entre declaração expressa e tácita: declaração expressa -“feita por


palavras, escrito ou qualquer outro meio directo de manifestação de vontade”
declaração tácita- aquela que se deduz de factos que, com toda a probabilidade, a
revelam. A determinação do comportamento concludente, “que deve ser visto como
elemento objectivo da declaração tácita”.

Falta e vícios da vontade: se por acordo entre declarante e declaratário, e no intuito de


enganar terceiros, houver divergência entre a declaração negocial e a vontade real do
declarante, o negócio diz-se simulado. O negócio simulado é nulo.

DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Conceito: decorre, de toda acção ou omissão que gera violação de uma norma jurídica
legal ou contratual. Assim, nasce uma obrigação de reparar o dano causado a outrem, e
tem como objectivo assegurar que a vítima seja reparada pelo dano que sofreu , ou a
garantia da tutela integral ao interesse violado.

Tipos em função da culpa: subjectiva e objectiva

Diferenças: A diferença é que na responsabilidade civil subjectiva a vítima precisa


provar a culpa do agente, enquanto na responsabilidade civil objectiva não há
necessidade comprobatória de culpa. 

Tipos em função da natureza: Contratual e extracontratual

Responsabilidade contratual: é aquela que deriva da inexecução de negócio jurídico


bilateral ou unilateral, isto é, do incumprimento de uma obrigação contratual.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Responsabilidade extracontratual: fundada quer em acto ilícito, quer no risco ou em
qualquer conduta lícita, é regulada pela lei do Estado onde decorreu a principal
actividade causadora do prejuízo, em caso de Omissão, é aplicável a lei do lugar onde o
responsável deveria ter agido.

Causas de exclusão da Responsabilidade Civil:

a) Nexo de causalidade; vínculo da conduta do agente com o resultado;


b) Culpa;
c) Facto de terceiro; Nesse caso tanto a vítima quanto o agente, não dão causa ao
dano, sendo este, então, causado por um terceiro;
d) Caso fortuito; facto humano alheia à vontade da parte;
e) Força maior; facto ou ocorrência difícil ou imprevisível de prever que gera
efeitos inevitáveis.

Usufruto é o direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário (pessoa para
quem foi constituído o usufruto) a capacidade de usar as utilidades e os frutos (rendas)
do bem, ainda que não seja o proprietário. 

Usucapião: é o direito que um cidadão adquire em relação à posse de um bem móvel ou


imóvel em decorrência do uso deste por um determinado tempo.

DO DIREITO DA FAMÍLIA

A família é um direito fundamental constitucionalmente consagrado nos termos do art.º


35.º da CRA, na qual é considerada como o núcleo fundamental da organização da
sociedade, é objecto de protecção do Estado, quer se fundamente em casamento ou em
união de facto.

Papel do Estado: assegurar, a igualdade e reciprocidade, designadamente a promover o


direito à instrução e o direito ao trabalho, repouso e seguros sociais, bem como a
protecção, igualdade das crianças para que elas atinjam o seu integral desenvolvimento
físico e psíquico.

Parentesco: é o vínculo que une duas pessoas, em consequência de uma delas


descender da outra ou ambas procederem de ascendente comum. Estabelece-se por:

a) Por laços de sangue; é o vínculo que liga duas pessoas em virtude de uma
descender da outra ou de ambas descenderem de progenitor comum.
b) Adopção:

Linhas e graus de parentesco:

a) Linha recta: que liga as pessoas que descendem uma da outra; (avô, pai e filho)
b) Linha colateral: que liga as pessoas têm um ascendente em comum.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Afinidade: é vínculo que liga cada um dos cônjuges aos parentes do outro cônjuge, ou
seja é a união que deriva da aliança entre o marido e a mulher. Tem início com o
casamento e só produz efeitos a partir da sua celebração.

A união de facto: é um facto jurídico que consiste na convivência sexual comum entre
um homem e uma mulher, sem a existência de um casamento formalizado, e só poderá
ser reconhecida após o decurso de 3 anos de coabitação consecutiva, a pedido dos
interessados de mútuo acordo, ou por um dos interessados, em caso de morte do outro.

Natureza Jurídica do Casamento: é caracterizado como um negócio jurídico solene,


mediante o vínculo voluntário entre um homem e uma mulher, formalizada nos termos
da lei, com objectivo de estabelecer uma plena comunhão de vida.

Autonomia da Vontade: traduz-se no facto de que as partes, são livres de casar ou


não, ou livres de escolher a pessoa do outro sexo com quem quer celebrar o casamento.

Pressupostos de existência do Casamento:

a) Diversidade de sexo;
b) Declaração de Vontade;
c) Intervenção do conservador do Registo Civil.

Idade núbil: só podem casar os maiores de 18 anos, e excepcionalmente um homem


que tenha completado 16 anos e a mulher que tenha completado 15 anos, quando
ponderadas as circunstâncias do caso e tendo em conta o interesse dos menores, seja o
casamento a melhor solução.

Impedimentos: Absolutos e relativos, quando verificados, o acto de casamento tem


efeitos nulos e anuláveis.

 Absolutos:

A demência, quando esta for notória, mesmo durante os intervalos lúcidos e a


interdição ou inabilitação por anomalia psíquica.

O casamento ou a união de facto, legalmente reconhecida, enquanto o casamento ou a


união anterior não forem dissolvidos.

 Relativos:

O parentesco e a afinidade na linha recta;

O parentesco no segundo grau da linha colateral;

A pronúncia do nubente como autor ou cúmplice por homicídio doloso contra o


cônjuge do outro.

Efeitos Patrimoniais do Casamento:

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


a) Regime de comunhão de bens adquiridos: a cada um dos cônjuges pertence
apenas os bens que tinha antes de casar e os bens que, depois do casamento e na
constância deste, venha a receber por sucessão (por morte de outra pessoa) ou
por doação, ou venha a adquirir por virtude de direito próprio anterior.

b) Regime de separação de bens: trata-se de um regime em que os bens dos


cônjuges não se comunicam, ou seja, cada pessoa inicia a relação (casamento ou
união de facto), com seus próprios patrimónios e os desenvolvem separadamente
durante a união.

Na falta de declaração inicial sobre o regime, o casamento considera-se celebrado


segundo o regime de comunhão de adquiridos.

Causas de dissolução do casamento:

a) Pela morte de um dos cônjuges;


b) Pela declaração judicial da presunção de morte de um dos cônjuges;
c) Pelo Divórcio.

Divórcio: é um direito facultativo ou potestativo, em que consiste na dissolução do


casamento, em que se estabelece quando surgido entre os cônjuges a deterioração
completa e definitiva da relação conjugal, independentemente das causas. E tem por
efeitos:

a) Término a comunhão de bens;


b) Cessação do direito à sucessão nos bens do outro cônjuge;
c) Perda dos benefícios em razão do casamento.

Modalidades:

a) Por mútuo acordo: ocorre quando os cônjuges deliberem em comum e


decidam pedir em conjunto que seja declarado o divórcio. E só poderá ser
requerido pelos cônjuges casados há mais de 3 anos e que tenham completado
21 anos de idade, sendo decretado por via judicial.

b) Litigioso: é aquele que é pedido por apenas um dos cônjuges, com base nos
fundamentos previsto na lei. E pode ser requerido quando por causa grave ou
duradoura seja comprometida a comunhão de vida dos cônjuges e
impossibilitada a realização dos fins sociais do casamento. Nos casos
específicos como:

 Pela separação de facto por tempo superior a 3 anos;


 Pelo abandono do país por parte do outro cônjuge com propósito de não
regressar;

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


O direito de invocar em juízo o facto que fundamente o pedido, caduca no prazo de 2
anos, a contar da data do seu conhecimento, por parte do cônjuge ofendido.

DO DIREITO SUCESSÓRIO

Conceito: consiste no chamamento de uma ou mais pessoas à titularidade das relações


jurídicas patrimoniais de uma pessoa falecida e a consequente devolução dos bens que a
esta pertenciam.

Podemos dizer que a morte abre a sucessão, procedendo-se à vocação ou chamamento


sucessório: chamam-se os herdeiros à sucessão.

Herdeiros legítimos: são aqueles que têm prioridade na distribuição dos bens de uma
herança ou seja aqueles que, por lei, e dado o grau de parentesco, têm direito a herdar,
mesmo que o autor queira favorecer outras pessoas – e mesmo que deixe testamento –
terão sempre direito à sua parte da herança. É a chamada quota legítima. São sucessores
os herdeiros legítimos, isto é, o cônjuge, os parentes e o Estado.

Herdeiros Legitimários: a quem cabe, por força da lei, uma porção de bens de que não
se pode dispor livremente. A tal porção de bens chamamos legítima.

Os títulos de vocação sucessória: A sucessão é deferida por Lei, testamento ou


contrato.

Espécies de Sucessão:

a) Sucessão legal: legítima ou legitimária, consoante possa ou não ser afastada


pela vontade da pessoa falecida.

 Sucessão legitimária: é a que se dá em benefício de certos sucessores


(herdeiros legitimários), aos quais a lei reserva uma quota da herança
(legitima) que o autor da sucessão não pode dispor.

 Sucessão legítima: quota disponível que o autor da sucessão não


disponha livremente por testamento ou contrato. Quando o autor da
sucessão não manifesta a sua vontade no sentido de atribuição dos seus
bens a alguém, a lei determina o chamamento dos seus familiares de
acordo com uma hierarquia que tem em conta a proximidade dos
vínculos familiares.

b) Sucessão voluntária: resulta de testamento ou contrato (doação por morte).


Não havendo herdeiros legitimários ou havendo-os, nos limites da quota

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


disponível, o autor da sucessão pode dispor livremente por testamento ou
contrato.

 Testamento é o negócio jurídico unilateral e revogável pelo qual uma


pessoa dispõe, para depois da sua morte, de todos os seus bens ou de
parte deles. Trata-se de um negócio jurídico elaborado pelo testador em
que este dispõe do seu património, com efeitos após a morte. Determina a
devolução dos bens segundo a vontade do decujus, expressa em
testamento válido e eficaz.

O autor da sucessão pode dispor do património por morte, com plena liberdade, em
testamento, mas não pode afectar a quota que a lei reserva aos herdeiros legitimários.
Nota-se aqui um conflito entre a liberdade de testar e a protecção da família.

Deserdação: Ocorre quando o testador por algum motivo priva um herdeiro necessário
de seus bens, inclusive de suas legítimas, por meio de cláusula testamentária.

Causas de exclusão da sucessão dos herdeiros ou legatários:

a) Que houverem sido autores, co-autores ou participantes de homicídio doloso ou


tentativa deste, contra a pessoa cuja sucessão se tratar, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente;

b) Que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou


cometerem crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;

c) Que por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da


herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

Abertura da sucessão: tem efeito no momento da morte do seu autor e no lugar do


último domicílio, sendo ainda o elemento fundamental do processo sucessório,
consistindo na sucessão de actos e formalidades com vista a prossecução de uma
determinada relação jurídico sucessória.

Quota legítima ou indisponível: porção de bens de que o autor da sucessão não pode
dispor, por estar destinada ao cônjuge, descendentes e ascendentes, enquanto herdeiros
legitimários.

Quota disponível: porção de bens de que o autor da sucessão pode dispor a favor de
quem entender.

Diferença entre Herança e Legado: Enquanto a herança contempla a totalidade ou


parte ideal dos bens deixados pelo falecido, o legado compreende um conjunto de bens
determinados, devidamente individualizados em testamento, deixado a uma ou mais
pessoas, podendo ser parente ou não, ao que se dá o nome de legatário.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Herança jacente: Ocorre quando autor da herança falece sem deixar testamento, nem
cônjuge sobrevivente e nem parente conhecido para sucedê-lo. Desta feita, o pedido
para declaração da herança jacente deverá ser formulado Ministério Público e/ou
interessado por meio de advogado, instruído com a certidão de óbito.

Declaração: O juiz através de decisão simples declarará a herança jacente, diante do


não comparecimento de herdeiros nomeará curador. Sendo declarada a herança como
jacente, o juiz da comarca de domicílio do falecido, sem perder tempo  procederá a
arrecadação de todos os bens.

Herança vacante: é aquela que foi declarada de ninguém. Como nenhum herdeiro
compareceu para reclamar seus direitos, a herança será entregue ao poder público.

V. PROCESSUAL CIVIL

Conceito: é uma sequência de actos destinados à justa composição, por um órgão


imparcial de autoridade (Tribunal), de um litígio, ou seja, de um conflito de interesses.

Características:

a) É um direito instrumental ou adjectivo: porque as suas normas contêm


trâmites, isto é, traçam o caminho que deve ser percorrido até se alcançar a
resolução do conflito, mas essa resolução é obtida pela aplicação das regras
que ditam o direito.

b) É uma norma do direito Público: porque regula o exercício de uma função do


Estado, representado pelos Tribunais, em que na relação entre o Estado e as
Partes estas aparecem numa posição de subordinação, encontrando-se o Estado
revestido do seu Ius Imperii.

Importância: constituir a acção o meio próprio para se alcançar a tutela adequada aos
direitos previstos na lei substantiva.

Princípio do Dispositivo: art.º 3.º n.º 1, 264.º 661.º, e 293.º CPC, as Partes tem a
faculdade de iniciar o processo, dar-lhes conteúdo que entendam, suspendê-lo, extinguir
a instância, desistir, confessar e transaccionar.

Princípio da Legalidade: art.º 195 e 266.º CPC, ocorre segundo a qual a marcha e os
termos do processo são determinados pela Lei, e não decididos pelo juiz e nem pelas
Partes, em função das conveniências dos casos concretos.

Princípio do Contraditório: art.º 3 CPC, consiste na faculdade de ver sempre dada a


parte contrária na acção de se pronunciar contra o que foi invocado ou prova produzida
pela outra parte.

Acção Judicial: é o meio que a ordem jurídica dispõe aos particulares para solicitarem
aos tribunais uma determinada providência.~

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Espécies: art.º 4.º CPC

 Acções declarativas e Executivas

As acções declarativas, consistem na faculdade do autor solicitar ao tribunal que este


declare a titularidade de um direito ou a existência ou a inexistência de um facto, e estão
subdivididas pelas seguintes:

a) Simples apreciação: alínea a) do art.º 4 CPC, o autor visa obter a declaração


da existência de um direito ou de um facto, nestas acções não pressupõe
qualquer facto ilícito, mas apenas situações de dúvida ou incerteza. É positiva,
quando o pedido é a favor do bem em causa, e negativa, quando pedido é a
favor do réu e o bem em causa;

b) De condenação: alínea b) do art.º 4 CPC, consiste na pretensão do autor que


não seja só declarado o seu direito que está ser violado pelo réu, mas também
que este seja condenado a reparar este direito.

c) Constitutivas: alínea c) do art.º 4 CPC, consiste na pretensão do autor em


obter através do tribunal um efeito jurídico novo, que vai alterar a esfera
jurídica do réu, independentemente da sua vontade, essa alteração pode
consistir na constituição, modificação e extinção de uma relação jurídica.

As acções Executivas, são invocadas pela falta de cumprimento de uma obrigação


constante do título executivo (sentenças condenatórias transitada em julgado)
documento extrajudicial (alínea c do art.º 46.º CPC), na qual o exequente requer a
reintegração do direito violado ou aplicação de sanções pela violação. E a sua finalidade
pode consistir no:

 Pagamento da quantia certa;


 Entrega da coisa certa ou na prestação dum facto.

Formas de processo civil: art.º 460.º CPC, Comum e Especial;

Formas de processo comum: art.º 461.º CPC;

a) Ordinário: quando o valor da causa está acima da alçada do tribunal supremo.


b) Sumário: quando o valor da causa está abaixo da alçada do tribunal supremo.
c) Sumaríssimo: quando for igual ou inferior e se destinar ao cumprimento de
obrigações pecuniárias, indemnização por dano ou entrega de coisas móveis.

Pressupostos Processuais: são elementos indispensáveis, que cuja verificação depende


o dever do juiz proferir decisão sob o pedido formular, concedendo ou indeferindo a
providência requerida.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


Antes do juiz apreciar acção, o mesmo deve ver as condições essenciais para apreciação
da causa, sendo esses o s pressupostos processuais, assim consideram-se pressupostos
processuais:

a) Personalidade judiciária ou jurídica;


b) Legitimidade processual;
c) Interesse processual;
d) Competência do tribunal;
e) Patrocínio Judiciário.

Na falta de um dos pressupostos acima elencados, o juiz deve abster de conhecer o


mérito da causa e absolver o réu da instância.

Regra geral dos Prazos: art.º 153.º CPC, o prazo para as Partes requerem qualquer
acto ou diligência, arguirem nulidades, deduzirem incidentes ou exercerem qualquer
outro poder processual, bem como para responder o que foi deduzido pela parte
contrária são 5 (cinco) dias.

Diferença entre as modalidades dos prazos: art.º 145.º CPC; Prazos


peremptórios são aqueles que a convenção entre as Partes e o juiz possuem restrições
para alterar. Enquanto isso, prazos dilatórios podem ser ampliados ou reduzidos
segundo a vontade das partes.

Litispendência: art.º 497.º CPC, ocorre quando o mesmo tribunal ou tribunais


diferentes estão a decorrer duas acções em simultâneo, que verificam-se 3 elementos
essenciais: Duas acções com as mesmas Partes, o mesmo pedido e a mesma causa do
pedido.

Diferença ente Litisconsórcio e coligação

Quando há pluralidade de partes principais para discutirem uma só relação jurídica


material, estamos diante do litisconsórcio quando há pluralidade de partes e
pluralidades de pedido, diversidades de partes e as relações jurídicas materiais
controvertidas, estamos diante da Coligação.

Dá lugar a Nulidade dos actos no processo civil quando:

a) A Petição inicial for inepta;


b) Há falta de citação;

Diferença entre Multa e Caução: reside no facto de que, a Caução é o um tipo


específico de garantia, que tem como objectivo principal proteger o credor e assegurá-lo
financeiramente de que a dívida assumida pelo devedor será mesmo paga, ao passo que

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


a Multa é estritamente punitiva, sancionatória, cobrada pelo incumprimento das
obrigações, ou dos deveres jurídicos.

Saneamento: é retirar do processo todas as questões inúteis a decisão da causa e desde


logo serem apreciadas e julgadas as questões úteis, sendo resolvidas no Despacho
Saneador.

Condensação: consiste na determinação dos factos alegados pelas partes que


interessam realmente a decisão da causa, separando os factos considerados provados na
especificação e os não provados no questionário.

Entra-se em revelia, art.º 483.º e 484.º CPC, nos casos em que após a citação o réu não
contestar.

Prazo para contestar: art.º 486.º CPC, 20 dias, a contar da citação

Contestação: consiste na faculdade do réu se defender e contra atacar pelos factos


deduzidos pelo autor na petição inicial, Sendo feitas nas modalidades:

a) Defesa por impugnação: art.º 487.º CPC, o réu nega frontalmente os factos
alegados pelo autor, ou nega a exactidão dos factos narrados pelo autor,
alegando, por conseguinte, que os factos se passaram de modo diferente.
b) Defesa por excepção: art.º 487.º CPC, o réu defende-se, alegando os factos que
obstam à apreciação do mérito da acção, ou seja o réu alega factos novos que
impedem o tribunal de declarar o efeito pretendido pelo autor.

Classificação das Excepções:

a) Dilatórias: obstam a que o tribunal conheça o mérito da causa e dão lugar à


absolvição da instância ou a remessa do processo para outro tribunal, sendo as
seguintes: Nulidade de todo processo, ilegitimidade de qualquer das partes,
falta de capacidade jurídica ou judiciária de algumas das partes.

b) Peremptórias: importam a absolvição total ou parcial do pedido e consistem na


invocação de factos que impedem, modificam ou extinguem o efeito jurídico dos
factos articulados pelo autor, sendo as seguintes: O caso julgado e a
Prescrição.

Contestação por Reconvenção: é uma das modalidades de resposta do réu de um


processo ao apresentar a contestação sobre as alegações do autor na petição inicial.
Por meio da reconvenção, o réu formula uma pretensão em face do autor, sem a
necessidade de ingressar com um novo processo.

Dá-se admissibilidade da Reconvenção: Quando o pedido do réu tende a conseguir,


em seu benefício, o mesmo efeito jurídico que o autor se propõe obter.

Réplica: art.º 502.º CPC, é a resposta do autor a Contestação, e tem função manter a
posição defendida pelo autor na petição inicial para responder as petições e

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA


impugnações invocadas pelo réu, e deve ser apresentada no prazo de 8 dias, e de 30
dias no caso de ter havido reconvenção ou se acção for de simples apreciação
negativa.

Prazo genérico para interposição de recurso: art.º 685.º CPC, é de 8 dias contados
da notificação da decisão.

ELABORAÇÃO: BRUNO VLADMIR CRISTÓVÃO DA SILVA

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