Resumos de Constitucional
Resumos de Constitucional
Resumos de Constitucional
Teoria da Constituição
O Conceito de Constituição:
A “Lei das leis”
Desde Aristóteles na Grécia antiga
“Política” = estudo da cidade = Estado
“polis” grega definida como ... “a ordem da vida em comum naturalmente existente entre os
homens de uma cidade ou de um território”.
CLASSIFICAÇÕES:
Em função do conteúdo da constituição:
-Formal
-Material
Em função da forma da constituição:
-Escrita
-Não Escrita
Quanto à Forma:
Constituição Escrita ou Orgânica: A Constituição escrita é a que está sistematizada num texto
escrito, elaborado por um órgão constituinte ou imposta pelo governante, contendo, em regra,
todas as normas consideradas fundamentais sobre a estrutura do Estado, a organização dos
poderes constituídos, seu modo de exercício e limites de atuação e os direitos fundamentais.
Constituição Não Escrita ou Costumeira: A Constituição não escrita é a aquela cujas normas não
constam de um documento único e solene, baseando-se, principalmente, nos costumes, na
jurisprudência, em convenções e em textos escritos esparsos.
Juridicidade
Matéria, procedimento, forma
O princípio do Estado de Direito é, um princípio constitutivo, de natureza material,
procedimental e formal, que visa dar resposta ao conteúdo, extensão e modo de proceder da
atividade do Estado.
Distanciação/diferenciação
As regras de direito estabelecem padrões de conduta (direito objetivo), mas garantem também
uma distanciação e diferenciação do indivíduo, perante os poderes públicos, através do
catálogo de direitos, liberdades e garantias pessoais.
Constitucionalidade
A ideia de Estado Constitucional
O estado de direito é um estado constitucional. Pressupõe a existência de uma constituição
normativa estruturante de uma ordem jurídico-normativa fundamental, dotada de supremacia.
Justiça
Num Estado de Justiça, protegem-se os direitos, incluindo os das minorias, há equidade na
distribuição de direitos e deveres fundamentais, igualdade na distribuição de bens e igualdade
de oportunidades.
Divisão de poderes
Dimensão positiva e dimensão negativa
O princípio da separação de poderes, transporta duas dimensões complementares:
-Dimensão negativa - a separação como divisão, controlo e limite do poder-;
-Dimensão positiva - a separação como constitucionalização, ordenação e organização do
poder do Estado, tendente a decisões funcionalmente eficazes e materialmente justas.
Relevância jurídico-constitucional
Princípio jurídico-organizatório
Na perspetiva duma racionalização, estabilização e delimitação do poder estadual, a separação
dos poderes é um princípio organizatório fundamental da constituição
Os conceitos operatórios:
▫ competência,
▫ função,
▫ tarefa,
▫ responsabilidade,
▫ Procedimento,
▫ Controlo
a) Competência:
Por competência - é o poder de ação e de atuação atribuído aos vários órgãos e agentes
constitucionais com o fim de prosseguirem as tarefas de que são constitucionais ou legalmente
incumbidos.
A competência envolve, por conseguinte, a atribuição de determinadas tarefas bem como os
meios de ação («poderes») necessários para a sua prossecução.
Além disso, a competência delimita o quadro jurídico de atuação de uma unidade organizatória
relativamente a outra'.
b) Função
O enunciado linguístico «função» é polissémico.
Função como «atividade» ou como «poder do Estado».
A ordenação material das funções de Estado desenvolvida na mais recente literatura apela para
o conceito de função como relação referencial.
A função é sempre uma relação de referência entre uma norma de competência e os fins dessa
mesma norma
c) Responsabilidade
Responsabilidade constitucional como categoria conceitual autónoma do direito constitucional:
(i) a responsabilidade pressupõe o reconhecimento ao titular dessa responsabilidade
(«responsável» na linguagem comum) de uma certa margem de «discricionariedade de
atuação» ou de «liberdade de decisão»;
(ii) a responsabilidade implica, como correlato da liberdade de atuação, uma vinculação
funcional traduzida na obrigatoriedade da observância de certos deveres jurídico-
constitucionais e da prossecução de certas tarefas;
(iii) a responsabilidade articula-se com a existência de sanções jurídicas (penais, disciplinares,
civis) ou político-jurídicas (censura, destituição, exoneração) no caso de não-cumprimento ou
cumprimento julgado defeituoso dos deveres ou das tarefas de que estão incumbidos os órgãos
ou agentes constitucionais.
d) Procedimento
Para converterem os seus «poderes» (competência) em actos, os órgãos ou agentes
constitucionais devem obedecer a um procedimento juridicamente regulado.
O exercício das funções públicas está sujeito a um iter procedimental juridicamente adequado à
garantia dos direitos fundamentais e à defesa dos princípios básicos do Estado de direito
democrático
(exs.: procedimento legislativo —> modo de exercício da função legislativa,
procedimento administrativo —> modo de exercício da função administrativa;
processo jurisdicional —> modo de exercício da função jurisdicional).
e) Tarefa
A atribuição de poderes ou de competências é feita para que os órgãos constitucionais de
soberania cumpram certas missões — tarefas — constitucionalmente definidas.
A competência está, pois, funcionalmente vinculada ao desempenho de tarefas da mais variada
natureza (políticas, económicas, culturais)
f) Controlo
O controlo constitui a última categoria conceptual necessária para uma correta compreensão
da organização do poder político.
O controlo é, pois, um correlato da responsabilidade, quer quando reveste as características de
um controlo primário ou subjetivo quer quando constitui um controlo secundário ou objetivo.
COMPETÊNCIAS:
O estudo das estruturas organizatório-funcionais exige uma análise perfunctória das formas de
revelação de competências.
. Competências legislativa, executiva e judicial:
Trata-se de uma classificação tradicional, estritamente associada ao clássico princípio da
separação dos poderes. Em termos puramente “competências”, este princípio pressupõe
apenas a existência de órgãos do poder político aos quais são atribuídas competências
destinadas à prossecução das tarefas de legislar, governar/administrar e julgar.
Competências Legais:
Pelo menos em relação aos órgãos de soberania, as competências legais, ou seja, as
competências atribuídas por via de lei, devem ter fundamento constitucional expresso.
É o que se passa, por ex., com as competências legais da AR (art. 161.º), as competências legais
do Governo (art. 197.°), as competências dos conselhos de ministros especializados (art. 2º0.°),
as competências do Primeiro-Ministro (art. 201) e as competências do Tribunal Constitucional
(art. 223.°).
Modelos
Estrutura mista parlamentar-presidencial
ELEITORADO
Traços estruturais:
l)Dois órgãos (presidente da república e o parlamento) eleitos por sufrágio direto.
2) Dupla responsabilidade do governo (gabinete) perante o presidente da república e perante o
parlamento.
3) Dissolução do parlamento por decisão e iniciativa autónomas do presidente da república (ao
contrário do que existe quer no regime presidencial quer no regime parlamentar).
4) O gabinete como órgão constitucional autónomo (diversamente do regime presidencial e
analogamente ao regime parlamentar).
5) O presidente da república com poderes de direção política próprios (à semelhança do regime
presidencial, mas diversamente do regime parlamentar).
B) Responsabilidade ministerial
A responsabilidade política dos ministros perante o parlamento é outro dos elementos
caracterizadores do regime parlamentar. Também ela está constitucionalmente consagrada na
CRP como pode ver-se nos arts. 191.° e 193.°
O desenvolvimento da responsabilidade política do Governo perante o Parlamento não se
afasta, no nosso sistema, do clássico modelo parlamentar:
(i) ou se trata de uma iniciativa da AR através de uma moção de censura (art. 194.°);
(ii) ou se verifica uma iniciativa do próprio Governo através de uma moção de confiança (arts.
193).
c) Referenda ministerial
Não obstante a evolução verificada quanto à natureza do instituto da referenda, ela significa
que o Presidente da República e o Governo partilham certas tarefas, cabendo a este último,
através dela, comprometer-se politicamente quanto a certos actos (cfr. art. 140.°).
Ao contrário, porém, do regime puro de gabinete, o Governo não possui, entre nós, o direito de
dissolução do parlamento. Isso deriva da componente presidencial do regime que se vai
analisar em seguida.
b) O direito de dissolução da AR
Outra das características do regime parlamentar dualista reside direito de dissolução
(inexistente no regime presidencial e de iniciativa do Governo no regime de gabinete puro)
pertencente ao Presidente da República (cfr. art. 133,e).
Trata-se, pois, de um poder na linha da chamada «dissolution royale» (das monarquias
dualistas) e não na tradição da «dissolution ministérielle» (dos regimes parlamentares).
Diferentemente do que acontecia com a chamada dissolution royale, o poder de dissolução
presidencial consagrado na CRP não é totalmente discricionário e comporta limites temporais
importantes (cfr. art. 172.°).
A interdependência institucional
1.Presidente da República e Primeiro-Ministro
De acordo com o art. 120. °, o PR «garante a independência nacional, a unidade do Estado e o
regular funcionamento das instituições».
Esta fórmula aponta para a necessidade de poderes institucionais que lhe permitam cumprir as
tarefas indicadas no referido artigo. Estes poderes vão, como se viu já, desde a demissão do
Governo e de dissolução da AR até à declaração do estado-de-sítio ou de emergência.
Quanto aos poderes executivos, o PR detém um poder inicial, pois é a ele que compete nomear
o PM, e um poder final, dado lhe ser reconhecida a faculdade de demitir o Governo, embora
apenas no caso de isso ser necessário para o «regular funcionamento das instituições
democráticas» (cfr. art. 195º,2). Isto implica a existência de uma responsabilidade política do
Governo e do PM perante o PR (cfr. art. 191.°. Não se pode, porém, dizer que o PR governa,
devendo o PM atuar de acordo com as orientações políticas presidenciais.
Os poderes próprios
(por vezes chamados «institucionais») são aqueles que o Presidente da República é autorizado
pela Constituição a praticar, só e pessoalmente, mesmo quando se devam verificar algumas
exigências ou formalidades constitucionais, como a obtenção de pareceres, consultas a outros
órgãos:
▫ dissolução da Assembleia da República (arts. 133º, al. e) e 172.°);
▫ nomeação do Primeiro-Ministro (art. 133.° f) e 187º, nº 1)
▫ demissão do Governo (arts. 133.° al g) e 195 nº 2);
▫ nomeação de cinco membros do Conselho de Estado (art. 133.°, al. n).
Poderes de controlo
Art. 134 g) e h) – requerer a fiscalização da constitucionalidade pelo TC e veto por
inconstitucionalidade – é um poder-dever no âmbito da obrigação do PR de ser garante da
Constituição
Art. 136º - Direito de veto político – verdadeiro direito político independente
Art. 115º, nº 10 – Direito de recusa de referendo – verdadeiro direito político independente.
Funções
1. Função electiva e de criação
A CRP atribui à AR competência para a eleição de determinados órgãos constitucionais ou de
alguns membros destes (art. 163.°h e i), 39º 3, b): de 10 juizes de Tribunal Constitucional, do
Provedor de Justiça, do Presidente do Conselho Económico e Social, de 7 vogais do Conselho
Superior da Magistratura, de 5 membros para a Alta Autoridade para a Comunicação Social, de
5 membros do Conselho de Estado.
2. Função legislativa
A AR é o órgão legislativo por excelência, a ela cabendo a função de fazer as leis.
A função legiferante não é hoje um monopólio da AR:
O Governo e as assembleias regionais têm também competência legislativa (decretos-leis e
decretos legislativos regionais),
O órgão legiferante primário é ainda o parlamento ao qual se atribui uma reserva de
competência legislativa absoluta para certas matérias ( art. 164.°), ao lado de uma reserva
relativa de competência para outros domínios materiais ( art. 165.°).
Competência concorrente com o Governo nas demais matérias – competência residual
concorrente – artigos 161, c) e 198º nº 1.
2. Função legislativa
A AR é o órgão legislativo por excelência, a ela cabendo a função de fazer as leis.
A função legiferante não é hoje um monopólio da AR:
O Governo e as assembleias regionais têm também competência legislativa (decretos-leis e
decretos legislativos regionais),
O órgão legiferante primário é ainda o parlamento ao qual se atribui uma reserva de
competência legislativa absoluta para certas matérias ( art. 164.°), ao lado de uma reserva
relativa de competência para outros domínios materiais ( art. 165.°).
Competência concorrente com o Governo nas demais matérias – competência residual
concorrente – artigos 161, c) e 198º nº 1.
b) Inquéritos
O direito de proceder a inquéritos é uma das formas de a AR, independentemente de outros
órgãos do Estado, proceder à obtenção de informações necessárias ao exercício da sua
atividade de controlo (cfr. art. 178.4).
Para este efeito, a AR pode constituir através de resolução comissões de inquérito, que «gozam
de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais» (art. 178.5).
Para evitar a obstrução da maioria à constituição de comissões de inquérito, a CRP, estabelece
a obrigatoriedade da sua constituição sempre que tal seja requerido por 1/5 dos deputados em
efetividade de funções (art. 178.4).
5. Função autorizante
Compete, na realidade, à AR, autorizar certos atos de inequívoco significado político, o que leva
alguns autores a falar aqui em «competência de codecisão».
É o caso da autorização ao Governo para contrair ou conceder empréstimos ( art. 161º, da
autorização ou confirmação da declaração do estado-de-sítio e estado de emergência, da
autorização da declaração de guerra ou da feitura da paz (art. 161., d, i , l, m).
6. Função de representação
A AR representa «todos os cidadãos portugueses».
É o que se passa com as relações internacionais, onde a função de representação se conecta
com a coresponsabilidade e participação do órgão representativo na definição «convencional»
da política portuguesa:
Aprovação de tratados de participação de Portugal em organizações internacionais,
Aprovação de tratados de amizade de paz, de defesa, de retificação de fronteiras e os
respeitantes a assuntos militares ( art. 161.°, i, m).
2. Princípio da competência
Delimita a competência legislativa dos órgãos com funções legislativas a determinadas matérias
em função da qualidade (AR, GOVERNO) ou em função do território (Regiões Autónomas e
Autarquias Locais):
Assembleia da República – artigos 161º, 164º, e 165º
Governo – artigo 198º
Regiões Autónomas – artigos 226 a 228º
Autarquias locais – artigo 241º
OS ACTOS NORMATIVOS
1- AS LEIS CONSTITUCIONAIS
AS LEIS ORGÂNICAS
6. LEIS REFORÇADAS
7. DECRETO-LEI
9. REGULAMENTOS
10. DECRETOS
Conceito:
A CRP acolhe 2 conceitos distintos:
1. atos solenes e definitivos do órgão representativo ou do poder executivo.
2. diplomas já aprovados pelo órgão legislativo, mas ainda não promulgado pelo Chefe de
Estado – art. 136º e 278º
Direitos Fundamentais
Regime Geral dos Direitos Fundamentais: Art. 16º - Aplicável a todos os Direitos Fundamentais
quer se encontrem no “Catálogo dos direitos fundamentais, ou fora deste catálogo, dispersos
pela Constituição, ou em outras fontes de direito reconhecidas pela Constituição.
Regime específico dos Direitos Liberdades e Garantias – consagrados nas normas
constitucionais exclusivas aos designados “direitos, liberdades e garantias e aos direitos de
“natureza análoga”
Regime dos Direitos Económicos, sociais e culturais – não tendo normas de regulação
específica, e aplicando-se o regime geral dos Direitos Fundamentais, pela natureza das suas
normas e preceitos é possível caracterizar um “regime” próprio que lhes é implícito.
PRINCÌPIOS REGULADORES:
1) Princípio da Universalidade – art. 12º da CRP
Naturalmente há direitos fundamentais, que pela sua natureza são exclusivos a determinadas
pessoas:
Dos cidadãos portugueses – art. 15º , nº 2; 121º, nº 1, 122º, 275º nº 2 CRP.
Dos cidadãos europeus – art. 8º do TUE
Dos cidadãos dos CPLP – art. 15º nº 3 CRP
Dos estrangeiros em geral – art. 33º nº 8
Fala-se ainda de Direitos Fundamentais de Pessoas Coletivas – art. 12º nº 2 – na medida em que
estes sejam “compatíveis com a sua natureza”.
2) Princípio da Igualdade – art. 13º CRP
a) Igualdade na aplicação do direito e igualdade na criação do direito – art. 13º nº 1 CRP;
b) Princípio da justiça social, de igualdade de oportunidades – realização do Estado de Direito –
art. 58º, 2; 73º, 74º e 78º
c) Princípio de igualdade perante os encargos públicos – art. 22º, 62º,nº2, 103º e 104º
d) A CRP concretiza diversos princípios de igualdade: art. 29ºnº4; 36º nº4; 37º, 40º, 41º, 47º,
50º, 58º, 113º, nº 3, b)
e) dimensão objetiva do princípio da igualdade: para além das diversas normas em que o
princípio da igualdade está consagrado na constituição, este vale, acima de tudo como princípio
informador de toda a ordem jurídico-constitucional.
B) Materiais:
Princípio da proporcionalidade – art. 18º nº 2
Princípio da generalidade e abstração – art. 18º nº 3
Princípio da não retroatividade – art. 18º, nº 3
Princípio da salvaguarda do núcleo essencial – art. 18º nº 3
Progresso económico
Maior capacidade financeira do estado
Mais e melhores serviços públicos
Melhor realização dos princípios da igualdade e universalidade
A este processo chamamos a criação de novas prestações sociais do Estado chamamos direitos
derivados que se vão consolidando na esfera jurídica dos cidadãos.
Logo, enquanto realização dos preceitos constitucionais, estes direitos derivados são também
formas de garantias de concretização já obtida, entendendo alguns autores que já não podem
ser eliminados ou restringidos livremente.
É o chamado Princípio da proibição do retrocesso social.
O Controlo da Constitucionalidade
Noção de Inconstitucionalidade
A inconstitucionalidade é a desconformidade de uma norma ou de um acto praticado por um
órgão do poder político com o texto da Constituição
TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE:
POR ACÇÃO:
1) Direta ou Indireta
2) Material, formal ou orgânica
3) Total e Parcial
4) Originária e superveniente
POR OMISSÃO
Inconstitucionalidade formal quando o ato normativo adota uma forma ou processo diferente
dos constitucionalmente prescritos.
Exemplo: A aprovação de uma Lei Orgânica por uma maioria inferior à maioria absoluta dos
deputados em efetividade de funções, viola o formalismo imposto no artigo 168º nº 4 da CRP
para a aprovação de normas desta natureza
Inconstitucionalidade orgânica quando o ato normativo provém de um órgão
constitucionalmente incompetente para o efeito
Exemplo: Quando o Governo aprova um Decreto-Lei sobre uma matéria da reserva absoluta da
Assembleia da República (art. 164º da CRP)
c) Processo
O Presidente de República e os Representantes da República têm 8 dias a contar da receção do
diploma para requerer ao Tribunal Constitucional a apreciação da sua constitucionalidade –
278º nº 3
O primeiro-ministro ou 1/5 dos deputados em efetividade de funções no prazo de 8 dias da
notificação feita pelo Presidente da Assembleia da República do envio do decreto ao Presidente
da República dos decretos destinados a serem promulgados como Leis orgânicas – 278º nº 5 e 6
d) Efeitos – 279º
Se o Tribunal Constitucional não se pronunciar pela inconstitucionalidade, o Presidente da
República ou os Representantes da República deverão promulgar ou assinar tais decretos, sem
embargo de continuarem a poder exercer o respetivo veto político dentro do prazo legal –
artigo 36º nº 1 e 233º nº 2
Se o Tribunal Constitucional se pronunciar pela inconstitucionalidade deve o Presidente da
República ou o Representante da República, não ratificar o tratado, ou vetar o decreto e
devolvê-lo ao órgão que o aprovou – 279º nº 1
c) Processo
O requerimento pode ser efetuado a todo o tempo e a apreciação da inconstitucionalidade
abstrata sucessiva não determinam a suspensão da vigência ou aplicação da norma, ou sequer
a suspensão da sua eventual publicação caso ainda não se tenha verificado, pois o Tribunal
Constitucional não pode adotar providências cautelares
d) Efeitos - força obrigatória geral – 281º nº1 ,2 e 3
Tratando-se de inconstitucionalidade originária, produz efeitos desde a entrada em vigor da
norma declarada inconstitucional, retroativamente, e determinada a repristinação das normas
por ela revogadas – 282º, nº 1.
Tratando-se de inconstitucionalidade superveniente, apenas produz efeitos após a entrada em
vigor da norma constitucional ou legal posterior, retroativamente, e não produz a repristinação
das normas por esta revogadas – 282º nº 2
b) Legitimidade
A parte que alegou a inconstitucionalidade no caso de aplicação da norma ordinária – 280º nº 4
– sendo que esta deverá ter sido suscitada em primeira instância ou em fase de recurso para os
Tribunais comuns superiores, e não apenas no recurso para o Tribunal Constitucional – 280º nº
1, b) e 2, d).
Qualquer parte, desde que tenha interesse e legitimidade processual para isso, no caso de
recusa de aplicação com fundamento em inconstitucionalidade – artigo 280º nº 4 (à contrário)
O Ministério Público é obrigado a recorrer de recusa de aplicação de norma constante de
convenção internacional, de ato legislativo ou de decreto regulamentar, e nos casos de
aplicação de norma anteriormente julgada inconstitucional pelo próprio Tribunal constitucional
– artigo 280º nº 3 e 5.
c) Processo
Segue a tramitação prevista no processo dos Tribunais Comuns e do próprio Tribunal
Constitucional.
d) Efeitos
Faz caso julgado apenas no âmbito do processo judicial em que foi suscitada a
inconstitucionalidade
Apenas se debruça sobre a constitucionalidade da norma, e não sobre a decisão da questão
concreta em juízo.
4) Fiscalização da inconstitucionalidade por omissão
a) Objeto – 283 nº 1
São pressupostos da inconstitucionalidade por omissão:
Que o não cumprimento da CRP derive da violação de certa e determinada norma;
Que se trate de norma constitucional não exequível por si mesma;
Que, nas circunstâncias concretas da prática legislativa, faltem as medidas legislativas
necessárias para tornar exequível aquela norma.
b) Legitimidade – 283º nº 1
O Presidente da República e o Provedor de Justiça, e no caso de “violação dos direitos das
regiões autónomas, os presidentes das assembleias legislativas das regiões autónomas.
c) Processo – 283º nº 1
A requerimento a todo o tempo de qualquer das pessoas com legitimidade
d)Efeitos – 283º nº 2
O Tribunal Constitucional dá conhecimento dessa omissão ao órgão legislativo competente,
mas a CRP é omissa quanto à consequência da manutenção da omissão, após esta
comunicação.
Admite-se que seja requerido novo processo de fiscalização por omissão se esta se mantiver.