O Surgimento e Os Princípios Da Constelação Familiar Como Método de Abordagem Na Terapia Familiar

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VIVIANE DEITOS

O SURGIMENTO E OS PRINCÍPIOS DA CONSTELAÇÃO


FAMILIAR COMO MÉTODO DE ABORDAGEM NA TERAPIA
FAMILIAR SISTÊMICA

COLATINA
2020
VIVIANE DEITOS

A CONSTELAÇÃO FAMILIAR E SEUS PRINCÍPIOS COMO MÉTODO


DE ABORDAGEM NA TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito de aprovação
para a obtenção do título de Especialista
em Terapia Familiar Sistêmica clínica da
Faculdade Einsten - FACEI

Orientador: Prof. Dr. Waldecir Manoel


Francisco Santos

COLATINA
2020
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RESUMO

A terapia familiar sistêmica apresenta muitas faces e abordagens para tratamento, uma delas é
a Constelação Familiar que foi originada nos estudos e aplicações do teólogo e terapeuta Bert
Hellinger. Esse trabalho tem por objetivo, realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o
surgimento desse método inovador. Relacionar quais as técnicas que inspiraram seu criador a
desenvolver essa abordagem. Fazer uma revisão bibliográfica da teoria e da técnica e apresentar
os princípios que regem as constelações familiares. Entender e relacionar seus significados e
como os mesmos são aplicados na resolução dos problemas nos sistemas familiares. Através de
pesquisa e estudo temos por objetivo principal: apresentar, entender e identificar os
emaranhamentos e algumas questões sobre as constelações familiares, ancestralidade, sistema
familiar e como é aplicado esse método de abordagem na identificação e resolução de
problemas em terapia familiar sistêmica.

PALAVRAS CHAVE: terapia familiar sistêmica constelação familiar, método de abordagem,


pensamento sistêmico, resolução de conflitos.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo elucidar e refletir através de consulta bibliográfica o
surgimento e os princípios da Constelação Familiar como método de abordagem na Terapia
Familiar Sistêmica.
A terapia familiar foi se desenvolvendo a partir de diversas influências e contribuições
de várias áreas de conhecimento.
No princípio da criação da psicanálise, Freud, através de seus estudos e da compilação
de seu livro “Fragmento da Análise de um Caso de Histeria (1905)”, destacou a importância
das relações da família. Ele assevera que é necessário prestar atenção às condições humanas e
sociais dos analisandos quanto às somatizações e aos sintomas patológicos observando que o
psicanalista deve estar atento às relações familiares de seus pacientes.
As relações familiares são citadas por Freud em vários momentos de sua obra. Ele cita
resistências externas provenientes das situações de seus pacientes e do ambiente onde vivem e
que intervêm no processo de análise e que elucidam os numerosos casos de fracassos
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terapêuticos. Destaca que quando a neurose apresenta relação com as desordens entre os
integrantes da família, os sadios optam por seus próprios interesses ao invés de contribuir para
o restabelecimento do integrante que está enfermo.
Após a publicação do livro Cybernetics de Norbert Wiener em 1948, diversas áreas
começaram a destacar os sistemas homeostáticos com métodos de retroalimentação (feedback)
que fazem com que os sistemas sejam autocorretivos. Dessa maneira a teoria e técnica da terapia
familiar foram influenciadas pela contribuição teórica da Antropologia, da Biologia, da
Sociologia, da Informática e da Teoria Geral dos Sistemas.
Através de estudos e formações especializadas em psicanálise e terapia familiar foi
possível chegar ao conhecimento deste método de trabalho criado, desenvolvido e aplicado por
Bert Hellinger.
A Constelação Familiar é uma técnica de psicoterapia de grande eficácia que traz
efetivas melhoras nas relações familiares, profissionais e escolares, que se regula pelos três
princípios de Bert Hellinger, que iremos abordar a seguir.

2 CONSTELAÇÕES FAMILIARES

A Constelação Familiar também chamada de Abordagem Sistêmica Fenomenológica é


um método de psicoterapia criado e desenvolvido por Bert Hellinger. Essa abordagem vem se
destacando e sendo muito utilizadas na resolução de conflitos, principalmente nas áreas
judiciária, profissional, da psicologia, psicanálise, terapias familiares e nas escolas. É realizada
em grupo ou no seeting terapêutico. Sua abordagem sistêmica tem como base a fenomenologia
e os campos mórficos.

Bert Hellinger (2005) é formado em Filosofia, Teologia e Pedagogia e criou e


desenvolveu esse método baseando-se primeiro em suas observações, estudos e convivência
como missionário católico com o povo Zulu da África do Sul. Depois de muitos anos não sentia
mais propósito em ficar ali, sentia que sua vida pedia novas realizações fazendo com que se
desligasse de forma tranquila.

Retornou à Alemanha, casou-se e começou a trabalhar com psicoterapia. Formou-se em


Psicanálise e agregou conhecimentos da Terapia Familiar Sistêmica, da Fenomenologia,
Psicodrama, Gestalt e Análise Transacional. Com estes estudos e observações, concluiu que os
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padrões de comportamento se repetem nas famílias, passando de geração a geração tendo a


lealdade como a formadora de um círculo vicioso interminável. De posse dessas conclusões foi
possível criar e aplicar a sua nova e própria teoria “FamilienStellen”, que no Brasil é chamada
de Constelação Familiar.

Bert Hellinger aprofundou seus conhecimentos em diversas fontes, entre elas, Virgínia
Satir na década de 70 já desenvolvia o método das “esculturas familiares”, técnica na qual se
escolhe uma pessoa que não conhece o cliente para representá-lo, o qual passa a ter emoções e
sintomas iguais aos do cliente representado por ela. Esse método foi identificado também pelo
criador do psicodrama Levy Moreno. Pesquisou e aplicou as Hipóteses formuladas na “Teoria
da Evolução dos Campos Morfogenéticos” criada a partir da teoria de Rupert Sheldrake e o
Inconsciente Coletivo de Carl Jung. A partir dessas teorias, Hellinger conseguiu esclarecer
percepções sobre a consciência leve ou pesada onde propôs a consciência de clã, inconsciente
coletivo de Jung que é regida por licenças arquetípicas e antigas muito simples que denominou
e nomeou como “Ordens do Amor”, comprovando que o inconsciente se entrelaça ao consciente
produzindo grandes emaranhados que se reproduzem repetidamente no destino de outros
membros do sistema familiar.

As ordens do amor são compostas em três princípios: o pertencimento, ordem e


equilíbrio em dar e receber. Há também uma intervenção chamada de “ordens de ajuda” onde
os grupos étnicos são um dos objetivos da investigação.

Para se entender a Constelação Familiar é necessário citar algumas teorias das quais
Bert Hellinger se inspirou. Este processo é necessário para se entender como acontece e porque
acontece. Entre as teorias estão a fenomenologia, os campos mórficos, os sistemas, a aplicação
e desenvolvimento da técnica e suas dinâmicas na educação deu origem ao surgimento da
pedagogia sistêmica.

A realização de uma Constelação é na forma de workshops onde são reunidos grupos


de pessoas que previamente levam um conflito ou problema para ser constelado. Esse problema
é tratado por uma única vez.

Cada pessoa se inscreve de acordo com a própria necessidade e os valores são


diferenciados de acordo com a escolha: constelar (colocar o seu problema) ou participar (ajudar
na resolução do problema de outro).

Para participar no workshop não há entrevista inicial, o terapeuta é chamado de


constelador, a pessoa que traz o problema é nomeada como constelante e as pessoas escolhidas
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para atuar são os representantes. É aberta a possibilidade de somente participar sem representar
ou constelar.

O constelante apresenta seu problema compartilhando com o constelador e com o grupo


o que deseja trabalhar. Precisa ter clareza e foco no que deseja solucionar porque é isso que
dará as bases do trabalho e irá nortear o constelador, representantes e ele próprio. Após essa
primeira etapa, o constelante escolhe entre os que estão participando, as pessoas que farão a
representação do próprio constelante e das pessoas de sua família ou que estão relacionadas à
história, que farão a exposição do problema em forma de dramatização. O constelador é quem
determina como será feito o trabalho, qual cena será dramatizada, quem fará parte da cena e
qual o papel de cada representante.

A pessoa do constelante é colocada de forma permanente por todo o tempo fora da cena
e observando a dramatização e movimentação dos representantes. Ao término da constelação é
chamado para ocupar seu lugar ou não somente se o constelador achar necessário.

É importante destacar que na maioria das vezes os participantes são pessoas que nunca
tiveram contato entre si.

Bert Hellinger acredita que a alma de uma pessoa não somente anima seu corpo físico,
mas o guia e o protege e faz parte de uma alma comum e maior, a alma de nossa família.

A alma também nos une a outras pessoas. Em primeiro lugar, ela nos une à nossa
família: a nossos pais, irmãos e antepassados, ela nos une a eles como se tivéssemos
uma alma comum, uma alma maior. Nossa alma pessoal atua em função dessa alma
maior que, por sua vez, atua na alma que vivenciamos como pessoal (Hellinger, 2008,
p.38).

A ideia é a “força da alma familiar” do constelante guie os representantes que ao estarem


próximos conseguem ter sentimentos, emoções e percepções semelhantes aos familiares do
consulente.
No mesmo livro, Hellinger afirma:

Nesse domínio mais amplo da alma, reside nosso anseio de relação e pertencimento.
Os sentimentos de amor e de aversão encontram-se igualmente dentro dessa alma
comum, bem como os nossos sentimentos de culpa e inocência, valor e desvalor, justo
e injusto, bom ou mau. Eles nos vinculam a outras pessoas, assim como vinculam
outras pessoas a nós. A própria aversão se manifesta como uma forma de vínculo,
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pois, muitas vezes, os que rejeitamos tocam a nossa alma, de uma forma especial
(Hellinger, 2008, p.38).

Dessa forma, o constelador resolve-se a fazer uma Constelação tendo como base o
desejo do constelante e na reação que é provocada no grupo.

Bert Hellinger já expressou muitas vezes que não acredita em longas terapias e
processos, por isso a Constelação Familiar não tem a pretensão de ser um processo, mas um
trabalho pontual em que são resolvidas apenas as questões trazidas a consciência para serem
trabalhadas. Não há nenhum acompanhamento antes ou depois da Constelação Familiar.
Quanto menos envolvimento entre participantes, constelador e constelante maior é a eficácia.

A técnica está focada na solução do problema. Poucas informações são necessárias para
orientá-la. A Constelação Familiar se concentra nos destinos, sentimentos, acontecimentos,
tragédias, separações, traições e relacionamentos de uma família e nos efeitos de tudo isso no
sistema familiar.

Para o constelador o sistema familiar é formado pelo pai, mãe, irmãos e irmãs, meios-
irmãos e meias-irmãs dos filhos e dos pais, avós, bisavós, tetravós, tios e tias, parceiros
anteriores dos pais e dos membros. Fazem parte também da Constelação Familiar pessoas vivas
e mortas e também aquelas que não tem parentesco, mas que estão ligadas a família do
constelante por sentimentos fortes, lealdade, destino trágico ou forte.

Ao realizar a Constelação Familiar são analisados os acontecimentos importantes na


família, tais como: nascimentos e mortes, mudanças importantes, imigração, migração,
deportação, separações, divórcios, vícios, doenças, acidentes, tragédias, assassinatos, suicídios,
destinos que foram influenciados por guerras, pessoas deserdadas de heranças, crianças
abandonadas, abortos, adoções, relações amorosas que não foram resolvidas, traições entre
muitas outras. Se há algum membro excluído do sistema, ele é o primeiro foco da Constelação
Familiar, pois este membro pode estar relacionado às situações antes mencionadas.

Depois de decidir a cena, é solicitado ao constelante que escolha os representantes dentre


os participantes. O constelador começa a conduzir o trabalho e busca sentir no sistema familiar
as sensações dos representantes de cada membro, quem é próximo de quem, quem é excluído,
ou continua até que aja inclusão de todos os membros. Nesta etapa aparecem questões de
exclusão por brigas por herança, segredos e lutos não resolvidos.
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Durante a constelação o constelador facilita o diálogo entre os representantes e pode


indicar algumas expressões ou frases “chave”, tais como: “querida mamãe”, “querido papai”,
“por favor, me olhe com carinho”, “sinto muito...”, “eu ainda não estou pronto”. Há também
em algumas situações, ser solicitado ao representante que reverencie o outro como se fosse um
membro da família prestando reverência a outro membro.

Tudo que acontece em uma Constelação tem intenção de ser creditado como verdade,
pois se acredita que os representantes são direcionados pela alma da família.

O encerramento de cada constelação acontece quando é configurada uma solução para


a questão colocada no começo do trabalho, nem sempre é um final feliz como nos contos de
fada. O essencial é que no final cada um expresse sensações de pertencimento, conforto e
acolhimento.

Ao final do workshop, todos os participantes se retiram e tudo se conclui aí. Não existe
sequência para o trabalho, cada constelação é única.

Bert Hellinger nomeia de “Movimento do Espírito” o seu trabalho, segundo ele todo o
movimento da vida é o movimento do espírito.

O movimento do espírito, tal como o vivenciamos em nossas viagens interiores, é um


movimento que se dedica a todas as coisas, tais como são. Ele não seria imaginável
de outro modo. Se tudo o que se move é movido por esse espírito, como pode existir
algo fora desse movimento ou que não seja querido por ele? Portanto, quando esse
movimento nos envolve, ele nos toma consigo nesse movimento de concordância com
todas as coisas, tais como elas são, exatamente como são. Por conseguinte, quando
excluímos algo em nós ou em outros ou quando nos excluímos ou excluímos outros
do amor, perdemos a conexão com esse movimento de amor do espírito
(Hellinger,2008, p.40)

Durante o processo Bert Hellinger vivenciou grandes transformações pessoais,


profissionais e familiares, passou por uma separação conjugal e após um tempo de introspecção
encontrou um novo amor. Esse novo relacionamento traz uma nova energia para que sua teoria
se reformule trazendo para a técnica a importância de se ver o outro, o amor incondicional e o
exercício da benevolência que permeia o “Movimento do Espírito”.
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[...] Justamente aí se mostra que o amor do espírito é um amor espiritual, que supera
as nossas distinções entre o bom e o mau, entre o que tem permissão de ser e o que
não tem. O espirito ama tudo o que é, da forma como é e necessariamente está a seu
serviço, seja como for que isso nos afete. (Hellinger, 2008, p.42)

[...] Só esse amor nos iguala a todos. Tornamo-nos iguais a todos, e todos se tornam
iguais a nós. (Hellinger, 2008, p.42).

2.1 BERT HELLINGER

FIGURA 1
Fonte: INSTITUTO CONSTELAÇÕES. Bert Hellinger. Disponível em: <
http://www.institutoconstelacoes.com.br/bert--sophie-hellinger.html >. Acesso em: 02 maio 2019.

Anton "Suitbert" Hellinger, mais conhecido como Bert Hellinger nasceu na cidade de
Leimen, na Alemanha no dia 16 de dezembro de 1925. Quando Hitler assumiu o poder, Bert
tinha sete anos. No livro “Um largo caminho” ele relembra todo sofrimento que ele e sua família
passaram com o Nazismo, por seu pai não ter querido se filiar ao partido.
Já adolescente, com 17 anos entrou para o movimento juvenil católico, que era proibido.
Quando concluíam o sétimo ano do ciclo secundário, todos os jovens eram agrupados ao serviço
de trabalho forçado e, logo depois, às forças armadas, que tem sede na França. Foi avaliado
como “potencial praga para o povo”, resultado de um interrogatório feito pelo exército nazista
e sem saber disso Bert Hellinger foi enviado para ações de combate no front ocidental. Diversas
vezes escapou da morte e perdeu muitos companheiros. Nesta mesma época foi informado que
seu irmão morreu em combate. Por um ano foi prisioneiro de guerra dos americanos, ficando
isolado em um campo de concentração na Bélgica em condições desumanas, obrigado a
trabalhar forçadamente e sem alimentação suficiente. Com muito esforço fugiu desse campo
e chegou até a casa de seus pais, quase morto de tão faminto e esgotado.
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Ficou um tempo na casa de seus pais para recuperar-se, depois de já estar bem retomou
contato com a Ordem Mariannhill e entrou para o noviciado com objetivo de ser sacerdote.
Iniciou na vida espiritual através de meditações, leituras espirituais e estudando a mística
ocidental. Aprendeu a purificação interna através do exercício de ficar totalmente concentrado
em um objeto silencioso e atentamente olhando para o vazio (pode ser comparado com a postura
básica para a percepção fenomenológica). Após um ano foi enviado para a África do Sul como
missionário, onde ficou por 16 anos e praticou os mesmos exercícios de purificação. Ministrava
aulas de religião e inglês, foi sacerdote e professor do povo Zulu. Observando e refletindo sobre
a cultura primitiva adquiriu grandes compreensões sistêmicas relativas à família que logo
depois lhe seriam importantes para acrescentar nas teorias que desenvolveu.

Na primeira edição original do livro “Ordens do Amor”, Bert afirma que além dos
aprendizados que obteve com vários mestres, o que contribui bastante para o desenvolvimento
de suas compreensões sistêmicas foi a experiência de ter convivido com o povo zulu.

Lá conheci uma forma de convívio humano totalmente diferente: por exemplo, uma
enorme paciência e também um enorme respeito mútuo. Lá é natural que ninguém
ridicularize o outro. Assim, cada um pode preservar seu semblante e sua dignidade.
Também me impressionou muito a maneira como os zulus lidam com seus filhos e
como os pais fazem valer sua autoridade. Por exemplo, jamais ouvi que alguém tivesse
falado depreciativamente dos próprios pais. Isso é impensável entre eles
(HELLINGER, 2002, p. 406).

Retornou à Alemanha em 1969, e começou a formar treinamentos em dinâmicas de


grupo. Tornou-se psicoterapeuta após conhecer a Psicanálise, a Gestalt Terapia, a terapia
Primal, a Hipnoterapia e outras terapias e técnicas também. Entendeu que não conseguiria
continuar no sacerdócio através de uma questão feita por um de seus professores: sacrificaria
as pessoas pelos seus ideais ou seus ideais pelas pessoas? Com essa questão passou toda a noite
em claro, mas ao amanhecer tinha a resposta: dar atenção às pessoas. Desse momento em diante
escolheu ser terapeuta, casou-se com uma terapeuta e começaram a trabalhar juntos também na
psiquiatria. Conheceu a Analise Transacional de Eric Berne e aí tomou consciência de que todos
nós seguimos um roteiro secreto (chamado script). No entanto, com o aprofundamento de seus
estudos e prática percebeu que esses scripts não eram apenas de uma pessoa e sim que
mostravam entrelaçamento com outros enredos de membros da família. Entre 1971 e 1988 fez
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uso da análise do script e da terapia primal de forma combinada. Logo após, dedicou-se
totalmente a terapia familiar que era a mais nova psicoterapia dos anos70. Com Berne, estudou
as frases de solução que manejam o paciente para a saída de roteiro e, logo depois, usou-as
acertadamente nas Constelações Familiares.

Então estive nos Estados Unidos por mais quatro semanas e participei de um grande
seminário sobre terapia familiar, dirigido por Ruth McClendon e LesKadis. Com eles
aprendi muito. Faziam constelações familiares impressionantes e, por intuição ou por
tentativas, encontravam boas soluções, as quais, entretanto, eu não conseguia absorver
plenamente. Eles também não podiam explicar o processo, por não estarem
conscientes dos padrões básicos. Isso foi em 1979. [..] Porém, a terapia familiar não
me deixou mais. Tomando consciência, cada vez mais, da dimensão sistêmica dos
problemas e dos destinos, meu trabalho terapêutico mudou tanto que no espaço de um
ano se transformou numa terapia familiar, incorporando, porém, minhas experiências
anteriores. (HELLINGER, 2002, p. 272)

Sobre sua experiência Hellinger afirma que até os cinquenta anos não se sentia ainda
com condições de atuar. A princípio preferiu aplicar todas as terapias que foi conhecendo em
si mesmo. Utilizou a Gestalt Terapia, PNL, Hipnoterapia Ericksoniana, Terapia Transacional,
Psicanálise, Terapia Primal, Psicodrama e outras teorias também. Além dessas terapias,
frequentou mais dois cursos de Thea Schönfelder sobre Constelações Familiares. O nome
“Constelação Familiar” não foi inventado por Hellinger, segundo ele, porque já existia antes.
Suas imersões em todas essas terapias permitiram com que estabelecesse um desdobramento
teórico exclusivo, com conceitos claros e definidos que são características da Constelação
Familiar e ainda que estivesse com o método pronto e testado com assertividade, seguiu
buscando e conhecendo novas e diferentes abordagens e técnicas aprendendo com terapeutas e
cientistas atuais como: Rupert Sheldrake, Anne Ancelin-Schützenberger, Rüdiger Dahlke e
outros.

A partir do ano de 2010 interessou-se pelo xamanismo e aproximou-se de diversos


xamãs da Rússia, do Brasil e do México e, no seu aniversário, durante congresso na Alemanha
revelou que seu mestre mais importante foi o xamã mexicano Tata Cachora, um índio de quase
100 anos que o inspirou através de seus ensinamentos. Inclui-se também a nova medicina e a
Física Quântica se confirmam na HellingerSciencia®.
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Hellinger casou-se novamente com Marie Sophie Hellinger com quem dividiu a
realização de seus novos trabalhos e de onde vieram novos e significativos conceitos e propostas
para serem inseridas em um novo modelo de constelações. É importante destacar que as
constelações familiares originais, do ponto de vista tradicional, com o decorrer dos anos,
passaram por muitas modificações. Essas modificações foram feitas pelo próprio Hellinger que
com o surgimento de novos insights, intuições e compreensões deu novas e diferentes
denominações a elas: Constelação Familiar, Movimentos da Alma, Movimentos do Espírito,
As Novas Constelações.
No dia 19 de setembro de 2019, durante a pesquisa desse artigo, Bert Hellinger falece
aos 92 anos, deixando um legado gigantesco e de vasto conhecimento e valor inestimável sobre
a dinâmica das organizações e sistemas, educação, justiça, família e saúde.

2.2 FENOMENOLOGIA

É uma corrente da Filosofia Humanista criada pelo filósofo Husserf e estuda as


correlações entre fato, significado e objeto. Esta corrente busca a essência dos fenômenos, isto
é, os fenômenos em sua íntegra.

A fenomenologia é o estudo das experiências sensoriais e se apoia na percepção do


participante na compreensão vivida de suas experiências subjetivas. Esta visão dá
importância aos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si
mesmos, já que um fenômeno não é guiado pela lógica, raciocínio ou vontade. A
fenomenologia pede por uma experiência sensorial imediata. Vivenciar o fenômeno
representa a sua essência, sua “significação”. (GRAÇA, 2015, p. 42,43)

A fenomenologia procura o indivíduo como ele mostra-se, livre de julgamentos e


interpretações, da mesma forma que dá importância ao que está se mostrando, se expressando
e o seu “campo”.

Podemos correlacionar “campo” aos estudos dos “campos mórficos” do biólogo Rupert
Sheldrake que afirma que existe uma “memória coletiva” compartilhada por todos os elementos
de cada espécie, ser e indivíduo existente na natureza. Esse caso tem se destacado em estudos
com populações de espécies semelhantes que, no entanto, vivem em espaços geográficos
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separados por grandes barreiras como ilhas afastadas umas das outras, ou como por exemplo
uma montanha muito grande que forma uma barreira para a comunicação entre as espécies;
nesses exemplos são constatados hábitos e comportamentos semelhantes dos indivíduos mesmo
que não tendo comunicação direta entre os mesmos.

Os campos morfogenéticos fazem parte de uma classe mais ampla de campos que se
chamam campos mórficos, todos os quais contém uma memória intrínseca dada pela
ressonância mórfica.... Os campos mórficos também estão por trás de nossas
percepções e pensamentos e de nossos demais processos mentais. Os campos mórficos
das atividades mentais se chamam campos mentais. (SHELDRAKE, 2014, pg.297)

Através dos campos mentais, a mente ampliada projeta-se no meio pela “atenção e
intenção” e se conecta com outros indivíduos dos grupos sociais. Os campos mórficos
contribuem para entender a “sensação de estar sendo observado, a clarividência, a telepatia e a
psicocinese”, colaborando para o entendimento das precognições e das premonições.

2.3 ORDENS DO AMOR

O princípio básico das Constelações Familiares é a Unidade Sistêmica, uma família é


formada por várias gerações: filhos/irmãos, meios-irmãos, inclui-se aí os mortos e natimortos,
pais e seus irmãos, avôs paternos e maternos, bisavôs paternos e maternos; pessoas que
significaram muito para a família, inclusive parceiros anteriores. A técnica das Constelações
tem como sustentação três princípios. São eles:

1º Princípio – Pertencimento

Nascer em uma família garante com que cada pessoa tenha o seu lugar por direito,
proporcionando a segurança e a garantia de sua existência. O vínculo da criança com os pais é
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primário e delicado. Mesmo que mais tarde haja um afastamento dos pais, esse vínculo
permanece mantido em outro estágio. Segundo Hellinger, o vínculo é mais forte do que a
própria sobrevivência. Através do pertencimento, ele toma a vida dos que o antecedem e a passa
aos seus descendentes.

Hellinger afirma que a forma mais primordial e profunda de vínculo para a consciência
do filho é a de ter recebido a vida dos pais. Um vínculo ao qual não é possível modificar,
transferir ou romper, é indissolúvel. No entendimento da criança, o sistema familiar onde ela
nasce será sempre seu sistema familiar, que Hellinger chama de “amor original” ou “amor
primário”.

No pertencimento se encontram alojados os principais vínculos do amor, o mesmo


amor que absorve e liberta é o mesmo amor que prende e condena, é um amor
paradoxal, o fardo tomado é justificado no amor, mas a paz vem quando a luta encerra!
Volto ao meu lugar, o meu lugar de criança frente aos meus pais um lugar onde eu
tomo e posso então, ser inteiro. Inteiro, tenho a força para a vida e sigo adiante.
(GRAÇA, 2015, p.113,114)

Pertencer a família em que nasceu é um direito de todas as pessoas, que tem seu lugar
de direito seguindo e respeitando a ordem hierárquica de acordo com os demais membros de
seu clã. Com esse princípio respeitado lhe é assegurado crescer com equilíbrio, maturidade,
segurança e estabilidade.

2º Princípio – Ordem

Um sistema é composto de várias partes, etapas ou unidades que estão distribuídos e


organizados a fim de resultar um bom desempenho. O sistema familiar também tem uma
organização entre seus componentes. Os pais serão os pais para sempre, eles geram a vida e os
filhos tomam dele essa dádiva.
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O fato de uma criança nascer em uma família o vincula a esta mesma família e lhe
fornece valores como ser indiscutivelmente filho de seus pais que, por conseguinte são os
genitores dessa criança.

O resultado dessa relação é a primeira das ordens preestabelecidas, os pais estão em


primeiro e são a prioridade, depois o filho sucessor que é o filho primogênito e o restante segue
a ordem de nascimento que igualmente determina o tempo de pertencimento.

A aplicação da ordem torna a dinâmica viável dentro do sistema, assim como contribui
para a sua estabilidade e realização atual.

3º Princípio -- Equilíbrio entre dar e receber

Dar e Tomar são o principal equilíbrio no relacionamento entre pais e filhos. O presente
da vida dos pais para os filhos é o fato principal e de maior valor inestimável, o filho recebe a
vida e nunca conseguirá compensar ou devolver aos pais qualquer coisa que seja para
compensá-los. É transcendental e incondicional o dar exercido pelos pais, e o tomar exercido
pelos filhos. Retribuir algo aos pais, algo como forma de equilibrar o sistema é inverter a ordem
natural dos fatos.

Entre irmãos o dar e tomar mantém o princípio da hierarquia para seguir equilibrado: o
irmão mais velho dá ao mais jovem e este o toma. As atitudes de dar e tomar provocam interação
sistêmica. O ato de dar, gera o ato de tomar e cada movimento de tomar gera outro de dar de
forma crescente e contínua, com a intenção de compensar o gesto anterior.

O equilíbrio entre crédito e débito é a segunda dinâmica fundamental de culpa e


inocência nos relacionamentos. Favorece todos os relacionamentos, pois tanto o que
dá quanto o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem iguais.
(HELLINGER, 2006, p.31)

O princípio da equivalência entre o dar e receber nos relacionamentos é fundamental


para manter o equilíbrio e a estabilidade no sistema.
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2.4 EMARANHAMENTOS

Identificamos o emaranhamento quando a história do sistema permanece no presente e


ocupa todo o sistema. Acontecimentos do passado retornam e através da observação do sistema,
a história pode se apresentar conscientemente ou permanecer oculta.

Conforme GROCHWIAK e CASTELLA (2007), a distinção entre consciente e presente


pode ser entendida através desse exemplo: ‘Um homem pretende divorciar-se da esposa, o fato
provavelmente atualiza um acontecimento familiar transportado a três gerações, sem mesmo
que o homem conheça a situação’.

Tendo como referência a teoria sistêmica é possível afirmar que cada ação pode
significar uma reação a ações anteriores. Demonstrando que padrões de interação e
comunicação exclusivas dos membros da família podem ser reações e respostas a interações
ocorridas no sistema. Contudo, aos membros da família não é possível perceber que suas ações
sejam de reação e resposta. Em seu ponto de vista, as suas ações são livres e pertencentes a um
propósito: uma ideia de que todas as ações tomadas são reforçadas por bons motivos.

O emaranhamento sistêmico é caracterizado por motivos inconscientes que produzem


ações que conduzem estratégias de interação e podem ter origem na história do sistema e em
áreas exteriores à pessoa.

Toda a motivação das ações e comportamento proveniente de emaranhamentos é


estruturada em dois planos: subjetivo-consciente e sistêmico-inconsciente. O plano subjetivo-
consciente produz superficialmente informações racionais sobre os motivos da ação e
comportamento. Já no plano sistêmico-inconsciente a informação está emaranhada no sistema
e não fica acessível ao indivíduo.

É possível detectar o desequilíbrio do sistema analisando os vínculos, o equilíbrio entre


o dar e o receber e no respeito à hierarquia nas gerações. A manifestação do desequilíbrio pode
desencadear comportamentos e ações inconscientes em membros do sistema visando
reequilibrar ou restabelecer o seu sistema familiar.

Os emaranhamentos são identificados nas seguintes manifestações: parentificação,


triangulação, identificação, sucessão e fusão.
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a) Parentificação

Essa manifestação normalmente ocorre de maneira inconsciente, a pessoa, geralmente


criança ou jovem está deslocada de sua posição, ocupa o lugar dos pais exercendo uma função
que não é a sua e assume a maternidade ou paternidade que é de responsabilidade dos mesmos.
Essa ação de tomar o lugar dos pais causa desequilíbrios muito graves e encurta etapas
importantes da vida.

Os casos mais comuns de parentificação acontecem em mães com filhos pequenos que
se tornaram viúvas ou que se separaram de seus maridos e que se decepcionaram a ponto de
nunca mais quererem casar.

Bert Hellinger, no livro “A fonte não precisa perguntar pelo caminho” afirma que a
parentificação é um movimento dos pais que procuram nos filhos algo que os próprios pais
gostariam de ter recebido de seus próprios pais.

Nesta dinâmica, há um incentivo dos pais e um ambiente que os compele a sair de suas
posições de filhos, tomando uma posição que trará sofrimento e muita dor em suas vidas,
tornando-se um sofrimento visível e pesado para toda a família.

b) Triangulação

É um processo dinâmico, um recurso consciente ou inconsciente apelativo que ocorre


com muita frequência nas famílias, utilizado por um dos pais, para manipular a criança contra
o outro genitor. Por exemplo, um casal vivencia um conflito e um dos pais não consegue
encontrar recursos em si para resolver a situação com seu cônjuge, começa então a buscar o
apoio que necessita em um dos filhos pedindo para ficar ao seu lado e tomar atitudes a seu
favor, essa atitude de ocupar o papel de um dos pais é extremamente prejudicial e tira do filho
o direito de ser criança e exercer seu papel de filho.
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c) Identificação

Situações não resolvidas do passado manifestam-se em relacionamentos posteriores sob


a forma de ações impulsivas e deslocadas ou de sentimentos exacerbados.

A identificação é constatada quando um dos membros da família revela atitudes e


características assimiladas de outro membro e se expressa como se não vivesse a sua identidade.
Um membro que está identificado com outro, inconscientemente está adotando um
comportamento que não é o seu próprio. O fator principal para que ocorra identificação é a
exclusão ou a falta de um dos membros da família. Um membro que está identificado com outro
age e se comporta de tal maneira que pareça igual ao que se identificou, havendo uso dos termos
“sou igual ao meu avô, ao meu tio, etc.”

d) Sucessão

A sucessão ocorre de maneira inconsciente: a morte de uma pessoa anterior da família


sendo seguida por outra na morte. Se houve na família mortes precoces em razão de doenças,
guerras, acidentes, outro membro posterior poderá repetir, seguindo quem passou por essas
mortes. Essa propensão pode se manifestar e se desenvolver na ocorrência frequente de
acidentes, tentativas de suicídio, viver de maneira a arriscar-se, esportes radicais e em doenças
em que o membro se isola e se fecha para a vida.

e) Fusão

A fusão é identificada quando um membro do sistema familiar, essencialmente pai ou


mãe já vinculados ao filho, apresentam um destino pesado. O filho inconscientemente deseja
aliviar o peso dos pais com o gesto solidário de assumir o destino pesado deles e fazer com que
tenham uma vida mais tranquila e leve. Esse emaranhamento pode se expressar na forma de
doenças, fracassos, criminalidade e fatos que prejudicam a estabilidade própria.
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2.4.1 A EXCLUSÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Segundo Bert Hellinger “pertencer a nossa família é nossa necessidade básica, estamos
dispostos a sacrificar e entregar nossa vida pela necessidade de pertencer a ela. ” E, ainda, “...
devido a esse desejo de vínculo, estamos dispostos a ficar doentes e deficientes, morrer de forma
estranha ou até mesmo tirar a própria vida, no lugar de outros membros de nossa família. ”
Diante desse panorama, percebem-se inúmeros encadeamentos.

A exclusão presente em um sistema familiar traz muitos desdobramentos que podem


causar enorme sofrimento. Esses desdobramentos são difíceis de ser identificados e
relacionados com a razão dos sofrimentos vividos pelos membros daquela família.

A negação e não reconhecimento com um membro da família é um ato de injustiça e de


grande sofrimento para o membro excluído e pode acontecer de muitas maneiras: doença ou
deficiência que causa constrangimento, ter praticado crimes, prisão, afastamento da pessoa por
ter vícios ou desestabilizar a harmonia, uma pessoa que se doou pela família e não foi
reconhecida e honrada. A negação se comprova pelo abandono e não reconhecimento da pessoa
pelos membros da família.

Para ANDRADE (2016), “Os injustiçados se fazem lembrar através da repetição de


destinos trágicos, eventos de vida, dinâmicas pessoais, nomes e datas na família como
nascimentos, casamentos, mortes e acidentes. ”

Todas as atitudes de exclusão e negação exigem reparo e reconhecimento. Para


restabelecer a ordem e trazer harmonia ao sistema familiar é necessário que ocorra um gesto de
reconhecimento e a reintegração dos excluídos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Este trabalho possibilitou o conhecimento e a compreensão do método de abordagem


das Constelações Familiares e os ensinamentos e princípios de seu criador Bert Hellinger. Com
isso, foi possível perceber como ela pode ser eficiente em diversos sistemas, tais como famílias,
escolas e empresas.

Propiciou o aprofundamento da técnica das Constelações Familiares desenvolvido por


Hellinger que inspirado em diversos métodos terapêuticos, criou um novo modelo terapêutico
de elucidação e resolução de conflitos, traumas e sofrimentos repetitivos na vida de cada pessoa
e que, ao ser difundido se tornou aplicável em vários outros campos e sistemas.

Para se atingir um melhor entendimento desse método de abordagem utilizamos


pesquisas bibliográficas e estudos sobre o tema. A primeira foi entender de onde surgiu a terapia
familiar e qual a sua aplicabilidade. A segunda foi conhecer os métodos, técnicas e abordagens
da terapia familiar que foi onde Bert Hellinger inspirou-se para criar e desenvolver seu método
terapêutico.

Percebemos que foi através de abordagens como esculturas familiares, análise de


histórias familiares, Gestalt Terapia, PNL, Hipnoterapia Ericksoniana, Terapia Transacional,
Psicanálise, Terapia Primal, Psicodrama e as Constelações Familiares de Thea Schönfelder que
a estrutura da Constelação Familiar de Hellinger se formou.

Após pesquisarmos os métodos de terapias e o surgimento das Constelações Familiares,


foi necessário conhecermos os princípios que regem as Constelações Familiares. Através dos
princípios é possível já perceber as disfunções, repetições de padrão e problemas presentes nos
sistemas.

Estudarmos os princípios foi de suma importância para se entender como funcionam e


como surgem as questões e os desequilíbrios a serem trabalhados.

Verificamos as aplicações e estudamos como se aplica o método, o que são os


emaranhamentos, e como detectá-los em um sistema.

Através deste estudo foi possível comprovar que o método de abordagem das
Constelações Familiares pode ser aplicado com sucesso não somente nos Workshops e sim
também servem de orientação e resolução de emaranhamentos, conflitos e problemas nos
sistemas em terapia familiar. Esse estudo atendeu ao objetivo de conhecer, entender, elaborar e
estudar sua eficiência.
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REFERÊNCIAS

ANDRADE, Lêda Alencar Araripe e. A família e suas heranças ocultas. Cocriações


Sistêmicas.Org.br. Disponível em: http://criacoessistemicas.com.br/wp-
content/uploads/2017/11/A-FAMI%CC%81LIA-E-SUAS-HERANC%CC%A7AS-
OCULTAS-.pdf > Acesso em 15/05/2019.

FREUD, Sigmund. Fragmento da análise de um caso de histeria. Obras Completas. Rio de


Janeiro: Imago, 1969. v. VII.

GRAÇA, Marusa Helena da. Constelações Familiares Com Bonecos e os elos de amor que
vinculam aos ancestrais. 2ª edição. Curitiba: Jaruá Editora, 2015.

GROCHOWIAK, Klaus; CASTELLA Joachim. Constelações organizacionais: consultoria


organizacional: sistêmico-dinâmica. Tradução Susana Bethom. São Paulo: Cultrix, 2007.

HELLINGER, Bert. Ordens do Amor. Um guia para o trabalho com Constelações Familiares.
São Paulo: Cultrix, 2002.

______________ A fonte não precisa perguntar pelo caminho. Tradução: Eloísa


GiancoliTironi e TsuyukoJinno-Spelter, revisão: Wilma Costa Gonçalves Oliveira. – Patos de
Minas, MG: Atman, 2005.

_____________ Ordens de ajuda. Patos de Minas: Atman, 2005.Helinger, Bert. Histórias de


amor; tradução de Lorena Richter. – Filipa Richter. Patos de Minas Gerais: Atmam, 2007.

HELLINGER, Bert; TENHOVEL, Gabriele. Constelações familiares: o reconhecimento das


ordens do amor. Tradução Eloisa GiancoliTironi; Tsuyuko Jinno-Spelter. São Paulo: Cultrix,
2007.

HELLINGER, Bert; WEBER, Gunthard; BEAUMONT, Hunter. A Simetria Oculta do Amor:


por que o amor faz os relacionamentos darem certo. Tradução Gilson César Cardoso de
Sousa. São Paulo: Cortez 2006.

SHELDRAKE, Rupert. A sensação de estar sendo observado e outros aspectos da mente


expandida. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Cultrix. 2004.
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