Capitulo Do Carai
Capitulo Do Carai
Capitulo Do Carai
[...] o problema básico não só da terapia, mas da vida, é como tornar a vida vivível para um
ser cuja característica dominante é a sua consciência de si próprio como indivíduo único,
por uma parte, e da sua mortalidade, por outra. A primeira dá-lhe um sentimento de
esmagadora importância e a segunda um sentimento de medo e frustração.
[...] pensar numa trajetória de envelhecimento bem-sucedido leva-nos a refletir sobre o ideal
de autonomia, sobre a possibilidade de o indivíduo seguir o curso de sua vida mantendo [...]
sua identidade e [...] sua capacidade de interagir no mundo, fazendo opções ajustadas às
suas necessidades e reconhecendo que é também autor de uma história singular.
Resgate de valores e modos de viver; Ruptura com situações que tiveram que ser
suportadas; Retomada de planos; Ressurgimento de dimensões pessoais; Restauração de
desejos e necessidades; Retorno de emoções e sentimentos; Recaída constante; Recordação
permanente de lembranças passadas e Reconstrução da identidade pessoal e social.
[...] as pessoas portadoras de uma síndrome demencial, como qualquer outra, têm uma
estrutura de personalidade, traços próprios, reações coerentes com aquilo que sempre foram.
As mudanças ocorrem num estágio mais avançado da doença.
Todos sabemos que a morte é um processo natural, mas é difícil viver com essa
consciência. Nossas atividades diárias são voltadas para a vida. Como assinala
Rinpoche (1999, p. 24), “[...] a maior parte do mundo vive negando a morte ou
aterrorizado por ela. Até falar da morte é considerado mórbido, e muitos acham
que fazer uma simples menção a ela pode atraí-la sobre si”.
Quase sempre, o processo de morte decorrente de uma doença crônica vem
acompanhado de muito sofrimento físico e da perda gradual da qualidade de
vida. Além do próprio paciente, seus familiares e cuidadores ficam
profundamente angustiados com a expectativa de uma morte aguardada (Burlá,
2004).
Segundo a OMS (apud Doyle, Hanks e MacDonald, 1998, p. 3), cuidados
paliativos são “os cuidados totais ativos a pacientes cuja doença não responde a
tratamento curativo, sendo fundamental o controle da dor, de outros sintomas e
problemas psicológicos, sociais e espirituais”. Como essas intervenções não são
voltadas para a cura, é comum que os profissionais, sobretudo os da área médica,
se sintam desconfortáveis em reconhecer o quadro clínico. Afinal, foram
treinados para curar, e sua impotência diante da doença pode ser encarada como
fracasso.
O conceito de cuidado, originário da área da enfermagem, remonta ao início
da vida humana: