Material Complementar - Competência Tributária - Profa. Juliana Castro Torres
Material Complementar - Competência Tributária - Profa. Juliana Castro Torres
Material Complementar - Competência Tributária - Profa. Juliana Castro Torres
Aula 03
DIREITO TRIBUTÁRIO:
Aula 02:
- COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA:
Cuidado: A Constituição Federal não cria e nem majora tributos; ela dá este Poder aos
entes federativos.
PARALELO:
Vejamos:
Concordemos que a partir do momento que o tributo é criado haverá toda uma relação
jurídica em torno desse tributo que foi criado? Então, é a partir desse momento que
nasce a competência para legislar o Direito Tributário.
Como assim – criado um tributo, nasce uma relação jurídica e, quem vai legislar, criar
regras sobre esta relação jurídica é a competência para legislar o Direito Tributário.
Obs 2: O artigo 24, §2º da CF dispõe que quando a União deixar de legislar sobre
um assunto que é de sua competência, os Estados e o Distrito Federal passarão a
ter a competência plena sobre aquele assunto.
O IPVA que é o imposto sobre a propriedade de veículos automotores veio bem depois
da criação do CTN e, por isso, não há previsão deste tributo no CTN. E, como não tem
previsão no CTN, a União não legislou no caso, a competência passou para os Estados e
DF.
OBS: No caso, se a União deixar de tratar sobre uma matéria e o Estado vier a tratar,
caso no futuro a União quiser vir a tratar deste assunto ela pode, porém, neste caso, a
legislação Estadual criada ficará com sua eficácia SUSPENSA, prevalecendo a lei
federal.
OBS 2: E os municípios?? Não tem competência para legislar sobre direito tributário
não?
Até tem. De acordo com o artigo 30 da CF, os municípios terão competência para
legislar o direito tributário com relação aos assuntos de interesse local e, também, para
suplementar a legislação federal, estadual e distrital no que lhe couber.
É correto dizer então, que o Município tem competência para legislar sobre Direito
Tributário?
Sim. Desde que seja para tratar sobre assuntos de interesse local e para suplementar a
legislação federal, estadual e distrital. Por força do artigo 30, I e II da CF.
Assim, completamos tudo de mais relevante sobre a parte de competência para legislar o
Direito Tributário.
A CF mesmo quem escolhe quais serão os tributos criados por cada ente federativo. Isto
porque o ente federativo além de ter uma autonomia política ele também tem que ter
uma autonomia financeira e econômica.
A regra no nosso ordenamento jurídico é que o ente federativo que cria o tributo fique
com o dinheiro da sua arrecadação para si.
Por isso que a CF já escolhe quais seriam os tributos de cada ente federativo, de modo
que esta competência seja indelegável.
A- IMPOSTOS:
Dica: PERITO
IR – imposto de renda
No caso, somente a União pode criar o IGF. A Constituição nos diz isto.
- Ainda, o artigo 154, CF nos dá mais 02 impostos que são de competência da União:
A - Imposto residual
Distrito Federal não é dividido em territórios e, diante deste artigo nós temos que todos
os impostos que são de competência dos municípios também serão de competência do
Distrito Federal.
Assim, o Distrito Federal tem competência para criar os impostos que são de
competência dos Estados e também dos Municípios, por força do artigo 147, da CF.
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A- Contribuições Sociais: CS
Esta contribuição será criada pelo ente a que pertencer este servidor público.
As demais contribuições sociais do servidor público serão criadas pela União mesmo.
Competência privativa. Ex: contribuição social saúde do servidor público – competência
da União.
Esta contribuição será criada apenas pelos Municípios e pelo Distrito Federal.
Assim, nós vimos o que é Competência Tributária; entendemos quais são os entes
federativos competentes para criar cada tributo e que a sua principal característica é a
indelegabilidade.
O artigo 7º do CTN fala que estes poderes poderão ser delegados para outra pessoa
jurídica de Direito Público.
Ex: é o que acontece com o ITR. O ITR é um imposto de competência da União, logo,
quem detém a competência tributária para criar ou majorar o ITR é a União, certo! Ela,
não pode delegar esta competência (privativa).
Porém, o artigo 153, §4º, III da CF determina que a União poderá passar para o
Município os poderes de arrecadar e fiscalizar este tributo.
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Neste caso, prestar atenção, porque a Constituição não está passando a Competência
Tributária da União para os Municípios, mas somente a capacidade ativa.
A competência é indelegável.
Estas contribuições estão previstas no artigo 149 da CF como já vimos e, no caso, são
arrecadadas e fiscalizadas pelo próprio Conselho Regional.
§1º: diz que junto com a capacidade ativa tributária, vão também as garantias e
privilégios processuais, ou seja, por exemplo, se a União tiver alguma garantia ou
privilégio processual que o Município não tenha, estes também valerão para o
Município.
§2º: diz que a capacidade ativa tributária pode retomar ao ente que detém a competência
tributária a qualquer tempo e de forma unilateral.
Em 2007 ocorreu um caso em que a União pegou de volta para si a capacidade ativa
tributária sobre as contribuições sociais previdenciárias.
ATENÇÃO:
O que este artigo quer dizer? Quer dizer que um pessoa jurídica de direito privado pode
ter a função de arrecadar um tributo e, neste caso, não se está delegando a capacidade
ativa tributária.
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Para que a pessoa tenha a capacidade ativa tributária, ela deve arrecadar e fiscalizar o
tributo e, neste caso, a pessoa jurídica de direito privado somente tem a função de
arrecadar o tributo, o que demonstra que ela não recebeu a capacidade ativa tributária.
Ela só tem a função de arrecadar, algum ente pediu para ela arrecadar.
Porém, o empregador não fica com este IR que foi retido, ele repassa no caso para a
UNIÂO. O empregador apenas arrecada o imposto para evitar possíveis prejuízos à
União, com possíveis sonegações.
Então, neste caso, não é delegado nem a competência tributária e nem a capacidade
ativa tributária de um tributo à pessoa jurídica de direito privado.
A questão se dá pelo descrito no artigo 145 da CF: que determina que o Ente Federativo
“PODE” criar ou majorar tributos.
Tanto isso, que a União até hoje não criou o IGF, porque a competência para cria-lo é
facultativa.
Mas isto não seria inconstitucional? Pq o artigo 145 da CF diz que é facultativo, não
podendo receber sanção pela não criação.
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Neste sentido, o STF ao julgar a ADI 2238, de 21/08/2019 concluiu que o § único do
art. 11 da LC 101/2000 não é inconstitucional.
Ele alegou que se houvesse vedação com relação às receitas tributárias obrigatórias aí
sim seria inconstitucional, mas como é uma vedação com relação à receitas voluntárias,
não caracteriza inconstitucionalidade.
Esta Repartição de Receitas Tributárias determina que alguns entes, com relação a
alguns tributos, terão que repassar uma porcentagem da sua arrecadação para outro ente.
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;
b) 50% do ITR, como via de regra, e 100% do ITR quando o Município detiver a
capacidade ativa tributária, ou seja, a função de arrecadar, fiscalizar esse imposto.
c) 50% do IPVA
d) 25% do ICMS
O art. 159 da CF, prevê que a União entregará 49% da arrecadação do Imposto sobre
Renda e proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI) da
seguinte forma:
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no
primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional
no 84, de 2014)
No caso do ITR então, por exemplo, a Constituição diz: Ei União, vamos pegar uma
porcentagem do ITR e passar para os Municípios.
O artigo 158, II da CF determina que a União tem que repassar “no mínimo” 50% da
arrecadação do ITR para o Município em que estiver localizado o imóvel rural.
Obs: o artigo 158, II da CF ainda dispõe que se o Município exercer a Capacidade Ativa
Tributária (arrecadar e fiscalizar o ITR), tiver um convênio para isso, a União terá de
repassar para o Município 100% do produto da arrecadação e não só 50%.
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Todos ou a maioria dos Municípios celebram este convênio para ficar com 100% da
arrecadação.
Atenção: mesmo sem o convênio a União tem que repassar 50% do produto da
arrecadação, por força do artigo 158, II da CF.
Porém a CF no artigo 158, III, determina que 50% da arrecadação do IPVA seja
destinada para o Município em que estiver licenciado o veículo automotor. O Estado/DF
é obrigado constitucionalmente a repassar 50% do IPVA arrecadado ao Município.
Porém, o artigo 160 da CF determina 2 possibilidades para não ocorrer esta obrigação:
Ex: tomando como exemplo o IPVA, se o Município ou uma autarquia Federal sua
estiver devendo para o Estado, este pode negar o repasse do tributo.
Receita Voluntária: o próprio nome diz, o ente repassa sem a menor obrigação de faze-
lo; repassa de bom grado. Não tem previsão legal.
3- INCADUCÁVEL: significa que o ente federativo não perde seu direito de criar ou
majorar o tributo.
Como exemplo, mais uma vez, o caso da União que não criou até hoje o IGF. Não tem
problema então, ela pode criar quando quiser porque a competência tributária é
incaducável.
Então, isto é legal. O que não é legal é alterar a competência tributária por meio de lei
infraconstitucional.
Outro exemplo: O IPTU tem previsão no artigo 156, I da CF, que diz que quem vai
pagar o IPTU é o proprietário de imóvel urbano.
Acontece que este imposto também tem previsão no artigo 32 do CTN e, neste
dispositivo já diz outra coisa: diz que quem deve pagar o IPTU é o proprietário ou
possuidor ou detentor de domínio útil de imóvel urbano.
Porém, proprietário tem muito mais direitos sob um imóvel do que um possuidor certo?!
Aqui acontece aquele problema que já passei p vocês, de que o CTN é anterior à CF e
neste caso prevalece a disposição da CF que é hierarquicamente superior ao CTN. Neste
caso então, quem deve pagar o IPTU é o proprietário do imóvel urbano.
Este artigo foi recepcionado pela CF para dizer que quem deve pagar o IPTU hoje é o
proprietário do imóvel urbano ou o detentor do domínio útil e ou o possuidor do imóvel,
estes dois últimos casos desde que tenham o chamado “animus domini” que é o animus
de ser dono da coisa.
Então, por conta disso, o possuidor que detém o animus domini do imóvel urbano é
quem será o contribuinte do IPTU. ex: promitente comprador que já esteja na posse do
imóvel urbano (possuidor com animus domini).
5- IRRENUNCIÁVEL:
Ele pode não exercê-la, porque tem a faculdade disto, mas ele tem que aceitar que a
competência é dele.
Ex: a União aceitou que a competência para criar o IGF é dela, porém ela ainda não
exerceu esta competência.
1- INDELEGÁVEL
2- FACULTATIVA
3- INCADUCÁVEL
4- INALTERÁVEL (por Lei Infraconstitucional – Emenda Constitucional – Sim!)
5- IRRENUNCIÁVEL