Lucas Costa
Lucas Costa
Lucas Costa
Eu , _____________________________________________ ,
___________________________________________________
ASSINATURA
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Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou
livremente o homem para o tornar participante da sua vida bem-aventurada. Na plenitude dos
tempos, Deus Pai enviou o seu Filho, como Redentor e Salvador dos homens caídos no pecado,
convocando-os à sua Igreja e tornando-os filhos adoptivos por obra do Espírito Santo e herdeiros
da sua eterna bem-aventurança.
Ao criar o homem à sua imagem, o próprio Deus inscreveu no coração humano o desejo de O ver.
Mesmo que, muitas vezes, tal desejo seja ignorado, Deus não cessa de atrair o homem a Si, para
que viva e encontre n’Ele aquela plenitude de verdade e de felicidade, que ele procura sem
descanso. Por natureza e por vocação, o homem é um ser religioso, capaz de entrar em comunhão
com Deus. É este vínculo íntimo e vital com Deus que confere ao homem a sua dignidade
fundamental.
A partir da criação, isto é, do mundo e da pessoa humana, o homem pode, só pela razão, conhecer
com certeza a Deus como origem e fim do universo e como sumo bem, verdade e beleza infinita.
Ao conhecer Deus só com a luz da razão, o homem experimenta muitas dificuldades. Além disso,
não pode entrar só pelas suas próprias forças na intimidade do mistério divino. Por isso é que Deus
o quis iluminar com a sua Revelação não apenas sobre verdades que excedem o seu entendimento,
mas também sobre verdades religiosas e morais que, apesar de serem por si acessíveis à razão,
podem deste modo ser conhecidas por todos, sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de
erro.
É possível falar de Deus a todos e com todos, a partir das perfeições do homem e das outras
criaturas, que são um reflexo, embora limitado, da infinita perfeição de Deus. É, porém, necessário
purificar continuamente a nossa linguagem de tudo o que ela contém de imaginário e imperfeito,
na consciência de que nunca será possível exprimir plenamente o infinito mistério de Deus.
Deus manifesta-se desde o princípio aos nossos primeiros pais, Adão e Eva, e convida-os a uma
comunhão íntima com Ele. Após a sua queda, não interrompe a revelação e promete a salvação
para toda a sua descendência. Após o dilúvio, estabelece com Noé uma aliança entre Ele e todos os
seres vivos.
Deus escolhe Abrão chamando-o a deixar a sua terra para fazer dele “o pai duma multidão de
povos” (Gn 17,5), e promete abençoar nele “todas as nações da terra” (Gn 12,3). Os descendentes
de Abraão serão o povo eleito, os depositários das promessas divinas feitas aos patriarcas. Deus
forma Israel como seu povo salvando-o da escravidão do Egipto; conclui com ele a Aliança do
Sinai, e dá-lhe a sua Lei, por meio de Moisés. Os profetas anunciam uma redenção radical do povo
e uma salvação que incluirá todas as nações numa Aliança nova e eterna, que será gravada nos
corações. Do povo de Israel, da descendência do rei David, nascerá o Messias: Jesus.
É aquela realizada no seu Verbo encarnado, Jesus Cristo, mediador e plenitude da Revelação.
Sendo o Filho Unigénito de Deus feito homem, Ele é a Palavra perfeita e definitiva do Pai. Com o
envio do Filho e o dom do Espírito, a Revelação está, finalmente, completada, ainda que a fé da
Igreja deva recolher todo o seu significado ao longo dos séculos.
Embora não pertençam ao depósito da fé, elas podem ajudar a viver esta mesma fé, desde que
mantenham uma estrita orientação para Cristo. O Magistério da Igreja, ao qual compete discernir
as revelações privadas, não pode, por isso, aceitar aquelas que pretendem superar ou corrigir a
Revelação definitiva que é Cristo.
Deus «quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tm
2,4), isto é, de Jesus Cristo. Por isso, é necessário que Cristo seja anunciado a todos os homens,
segundo o seu mandamento: «Ide e ensinai todos os povos» (Mt 28, 19). É o que se realiza com a
Tradição Apostólica.
O depósito da fé é confiado pelos Apóstolos a toda a Igreja. Todo o povo de Deus, mediante o
sentido sobrenatural da fé, conduzido pelo Espírito Santo, e guiado pelo Magistério da Igreja,
acolhe a Revelação divina, compreende-a cada vez mais e aplica-a à vida.
De tal maneira estão unidos, que nenhum deles existe sem os outros. Todos juntos contribuem
eficazmente, cada um a seu modo, sob a acção do Espírito Santo, para a salvação dos homens.
Porque o próprio Deus é o autor da Sagrada Escritura: por isso ela é dita inspirada e ensina sem
erro aquelas verdades que são necessárias para a nossa salvação. Com efeito, o Espírito Santo
inspirou os autores humanos, os quais escreveram aquilo que Ele nos quis ensinar. No entanto, a
fé cristã não é «uma religião do Livro», mas da Palavra de Deus, que não é «uma palavra escrita e
muda, mas o Verbo Encarnado e vivo» (S. Bernardo de Claraval).
A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com a ajuda do Espírito Santo e sob a condução
do Magistério da Igreja segundo três critérios: 1) atenção ao conteúdo e à unidade de toda a
Escritura; 2) leitura da Escritura na Tradição viva da Igreja; 3) respeito pela analogia da fé, isto é,
da coesão entre si das verdades da fé.
O Cânone das Escrituras é a lista completa dos escritos sagrados, que a Tradição Apostólica levou a
Igreja a discernir. O Cânone compreende 46 escritos do Antigo Testamento e 27 do Novo.
Os cristãos veneram o Antigo Testamento como verdadeira Palavra de Deus: todos os seus escritos
são divinamente inspirados e conservam um valor permanente. Eles dão testemunho da divina
pedagogia do amor salvífico de Deus. Foram escritos sobretudo para preparar o advento de Cristo
Salvador do universo.
A Escritura é una, uma vez que única é a Palavra de Deus, único é o projecto salvífico de Deus,
única a inspiração divina dos dois Testamentos. O Antigo Testamento prepara o Novo e o Novo dá
cumprimento ao Antigo: os dois iluminam-se mutuamente.
A Sagrada Escritura dá sustento e vigor à vida da Igreja. É para os seus filhos firmeza da fé,
alimento e fonte de vida espiritual. É a alma da teologia e da pregação pastoral. Diz o Salmista: ela
é «lâmpada para os meus passos, luz no meu caminho» (Sal 119,105). Por isso, a Igreja exorta à
leitura frequente da Sagrada Escritura, uma vez que «a ignorância das Escrituras é ignorância de
Cristo» (S. Jerónimo).
Sustentado pela graça divina, o homem responde a Deus com a obediência da fé, que consiste em
confiar-se completamente a Deus e acolher a sua Verdade, enquanto garantida por Ele que é a
própria Verdade.
Há muitos testemunhos, mas particularmente dois: Abraão, que, colocado à prova, «teve fé em
Deus » (Rm 4,3) e obedeceu sempre ao seu chamamento, tornando-se por isso «pai de todos os
crentes» (Rm 4,11.18 ); e a Virgem Maria, que realizou de modo mais perfeito, durante toda a sua
vida, a obediência da fé: «Fiat mihi secundum Verbum tuum – Faça-se em mim segundo a tua
palavra» (Lc 1, 38).
Significa aderir ao próprio Deus, entregando-se a Ele e dando assentimento a todas as verdades
por Ele reveladas, porque Deus é a verdade. Significa crer num só Deus em três Pessoas: Pai, Filho
e Espírito Santo.
A Fé, dom gratuito de Deus e acessível a quantos a pedem humildemente, é uma virtude
sobrenatural necessária para a salvação. O acto de fé é um acto humano, isto é, um acto da
inteligência do homem que, sob decisão da vontade movida por Deus, dá livremente o seu
assentimento à verdade divina. Além disso, a fé é certa porque fundada sobre a Palavra de Deus; é
operante «por meio da caridade» (Gal 5,6); é em contínuo crescimento, graças, em especial, à
escuta da Palavra de Deus e à oração. Ela faz-nos saborear, de antemão, a alegria celeste.
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Embora a fé supere a razão, não poderá nunca existir contradição entre a fé e a ciência porque
ambas têm origem em Deus. É o mesmo Deus que dá ao homem seja a luz da razão seja a luz da
fé.
A fé é um acto pessoal, enquanto resposta livre do homem a Deus que se revela. Mas é ao mesmo
tempo um acto eclesial, que se exprime na confissão: «Nós cremos». De facto, é a Igreja que crê:
deste modo, ela, com a graça do Espírito Santo, precede, gera e nutre a fé do indivíduo. Por isso a
Igreja é Mãe e Mestra.
A Igreja, embora formada por pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos, professa, unânime e
a uma só voz, a única fé, recebida dum só Senhor e transmitida pela única Tradição Apostólica.
Professa um só Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – e manifesta uma única via de salvação.
Portanto, nós acreditamos, num só coração e numa só alma, tudo o que está contido na Palavra de
Deus, transmitida ou escrita, e nos é proposto pela Igreja como divinamente revelado.
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na comunhão dos Santos;
na ressurreição da carne;
1.2-Credo Niceno-Constantinopolitano
e se fez homem.
conforme as Escrituras;
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Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.
São fórmulas articuladas, também chamadas «profissões de fé» ou «Credo», mediante as quais a
Igreja, desde as suas origens, exprimiu resumidamente e transmitiu a própria fé, numa linguagem
normativa e comum a todos os fiéis.
São o Símbolo dos Apóstolos, que é o antigo Símbolo baptismal da Igreja de Roma, e o Símbolo
niceno-constantinopolitano, fruto dos primeiros dois Concílios Ecuménicos de Niceia (325) e de
Constantinopola (381), e que é, ainda hoje, comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do
Ocidente.
Porque a afirmação «Creio em Deus» é a mais importante, a fonte das outras verdades
respeitantes ao homem, ao mundo e à nossa vida de crentes n’Ele.
Porque Ele se revelou ao povo de Israel como o Único, quando disse: «Escuta Israel, o Senhor é
um só» (Dt 6,4), «não há outros» (Is 45,22). O próprio Jesus o confirmou: Deus é «o único
Senhor» (Mc 12,29). Professar que Jesus e o Espírito Santo são também eles Deus e Senhor, não
introduz nenhuma divisão no Deus Uno.
Deus revela-se a Moisés como o Deus vivo, «o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, o Deus de Jacob»
(Ex 3,6). Ao mesmo Moisés, Deus revela também o seu nome misterioso: «Eu Sou aquele que Sou
(YHWH)». O nome inefável de Deus, já nos tempos do Antigo Testamento, foi substituído pela
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palavra Senhor. Assim, no Novo Testamento, Jesus, chamado Senhor, aparece como verdadeiro
Deus.
Enquanto as criaturas receberam d’Ele tudo o que são e têm, só Deus é em si mesmo a plenitude
do ser e de toda a perfeição. Ele é «Aquele que é», sem origem e sem fim. Jesus revela que
também Ele é portador do nome divino: «Eu sou» (Jo 8, 28).
Ao revelar o seu Nome, Deus dá a conhecer as riquezas do seu mistério inefável: só Ele é, desde
sempre e para sempre, Aquele que transcende o mundo e a história. Foi Ele que fez o céu e aterra.
Ele é o Deus fiel, sempre próximo do seu povo para o salvar. É o Santo por excelência, «rico de
misericórdia» (Ef 2,4), sempre pronto a perdoar. É o Ser espiritual, transcendente, omnipotente,
eterno, pessoal, perfeito. É verdade e amor.
Deus é a própria Verdade e como tal não se engana e não pode enganar. Ele «é luz e n’Ele não há
trevas» (1 Jo 1,5). O Filho eterno de Deus, Sabedoria encarnada, foi enviado ao mundo «para dar
testemunho da Verdade» (Jo 18, 37).
Deus revela-se a Israel como Aquele que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe pelos seus
filhos ou o esposo pela sua esposa. Ele, em Si mesmo, «é amor» (1 Jo 4,8.16), que se dá completa
e gratuitamente, «que tanto amou o mundo que lhe deu o seu próprio Filho unigénito, para que o
mundo seja salvo por seu intermédio» (Jo 3,16-17). Enviando o seu Filho e o Espírito Santo, Deus
revela que Ele próprio é eterna permuta de amor.
Crer em Deus, o Único, implica: conhecer a sua grandeza e majestade; viver em acção de graças;
confiar sempre n’Ele, até nas adversidades; reconhecer a unidade e a verdadeira dignidade de
todos os homens, criados à imagem de Deus; usar rectamente as coisas por Ele criadas.
45. O mistério da Santíssima Trindade pode ser conhecido só pela razão humana?
Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a
intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à razão humana
sozinha, e mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e do envio do Espírito
Santo. Tal mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios.
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Jesus Cristo revela-nos que Deus é «Pai», não só enquanto é Criador do universo e do homem,
mas sobretudo porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que é o seu Verbo, «resplendor da
sua glória, e imagem da sua substância» (Heb1, 3).
É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho. Ele «procede
do Pai» (Jo 15, 26), o qual, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida trinitária. E procede
também do Filho (Filioque), pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo
Filho encarnado, o Espírito Santo conduz a Igreja «ao conhecimento da Verdade total» (Jo 16, 13).
A Igreja exprime a sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito
Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma delas é idêntica à plenitude da
única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si, pelas relações que as
referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede
do Pai e do Filho.
Inseparáveis na sua única substância, as Pessoas divinas são inseparáveis também no seu operar:
a Trindade tem uma só e mesma operação. Mas no único agir divino, cada Pessoa está presente
segundo o modo que lhe é próprio na Trindade.
Deus revelou-se como «o Forte, o Potente» (Sal 24, 8-10), Aquele para quem «nada é impossível»
(Lc 1,37). A sua omnipotência é universal, misteriosa, e manifesta-se na criação do mundo a partir
do nada e na criação do homem por amor, mas sobretudo na Encarnação e na Ressurreição do Seu
Filho, no dom da adopção filial e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige a sua oração ao
«Deus omnipotente e eterno» («Omipotens sempiterne Deus»).
51. Porque é importante afirmar: «No princípio criou Deus o céu e a terra» (Gn 1,1)?
O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único e indivisível do mundo, ainda que a obra da
criação do mundo seja particularmente atribuída ao Pai.
O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade,
verdade e beleza. O fim último da criação é que Deus, em Cristo, possa ser «tudo em todos» (1
Cor 15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade.
A Providência divina consiste nas disposições com as quais Deus conduz as suas criaturas para a
perfeição última, à qual Ele as chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio. Mas para a
realização do mesmo serve-se também da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo tempo, dá às
criaturas a dignidade de agirem por si mesmas, de serem causas umas das outras.
Ao homem, Deus concede e requer, respeitando a sua liberdade, a colaboração através das suas
acções, das suas orações e mesmo com os seus sofrimentos, suscitando nele «o querer e o operar
segundo os seus benévolos desígnios» (Filp 2,13).
A esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só o conjunto da fé cristã pode dar resposta.
Deus não é de maneira nenhuma, nem directamente nem indirectamente, a causa do mal. Ele
ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para vencer aquele
grande mal moral que é o pecado dos homens e que é a raiz dos outros males.
A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem.
Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior
mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa
redenção.
A Sagrada Escritura diz: «No princípio Deus criou o céu e a terra» (Gn 1,1). A Igreja, na sua
profissão de fé, proclama que Deus é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis: de todos os
seres espirituais e materiais, isto é, dos anjos e do mundo visível, e em particular do homem.
Os anjos são criaturas puramente espirituais, incorpóreas, invisíveis e imortais, seres pessoais
dotados de inteligência e de vontade. Estes, contemplando incessantemente a Deus face a face,
glorificam-no, servem-no e são os seus mensageiros no cumprimento da missão de salvação, em
prol de todos os homens.
A Igreja une-se aos anjos para adorar a Deus, invoca a sua assistência e celebra liturgicamente a
memória de alguns.
Entre as criaturas existe uma interdependência e uma hierarquia queridas por Deus. Ao mesmo
tempo, existe uma unidade e solidariedade entre as criaturas, uma vez que todas têm o mesmo
Criador, são por Ele amadas e estão ordenadas para a sua glória. Respeitar as leis inscritas na
Criação e as relações derivantes da natureza das coisas é portanto um princípio de sabedoria e um
fundamento da moral.
A obra da criação culmina na obra ainda maior da redenção. Com efeito, esta dá início à nova
criação, na qual tudo reencontrará o seu pleno sentido e o seu acabamento.
Afirmar que o homem é criado à imagem de Deus significa que ele é capaz de conhecer e amar, na
liberdade, o próprio Criador. É a única criatura, nesta terra, que Deus quis por si mesma e que
chamou a partilhar a sua vida divina, no conhecimento e no amor. Enquanto criado à imagem de
Deus, o homem tem a dignidade de pessoa: não é uma coisa mas alguém, capaz de se conhecer a
si mesmo, de se dar livremente e de entrar em comunhão com Deus e com as outras pessoas.
Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado para conhecer, servir e amar a Deus, para
Lhe oferecer neste mundo toda a criação em acção de graças e para ser elevado à vida com Deus
no céu. Só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem,
predestinado a reproduzir a imagem do Filho de Deus feito homem, que é a perfeita «imagem de
Deus invisível» (Col 1, 15).
Todos os homens formam a unidade do género humano, graças à sua comum origem em Deus.
Para além disso, Deus criou «a partir de um só homem todo o género humano» (Act 17,26). Todos
têm também um único Salvador e todos são chamados a partilhar a eterna felicidade de Deus.
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A alma espiritual não vem dos pais, mas é criada directamente por Deus e é imortal. Separando-se
do corpo no momento da morte, ela não perece; voltará a unir-se novamente ao corpo, no
momento da ressurreição final.
O homem e a mulher foram criados por Deus com uma igual dignidade enquanto pessoas humanas
e, ao mesmo tempo, numa complementaridade recíproca enquanto masculino e feminino. Deus
quis que fossem um para o outro, para uma comunhão de pessoas. Juntos são também chamados
a transmitir a vida humana, formando no matrimónio «uma só carne» (Gn 2, 24), e a dominar a
terra como «administradores» de Deus.
Deus, criando o homem e a mulher, tinha-lhes dado uma participação especial na própria vida
divina, em santidade e justiça. Segundo o projecto de Deus, o homem não deveria nem sofrer nem
morrer. Além disso, reinava uma harmonia perfeita no próprio ser humano, entre a criatura e o
criador, entre o homem e a mulher, bem como entre o primeiro casal humano e toda a criação.
O pecado está presente na história do homem. Tal realidade só se esclarece plenamente à luz da
Revelação divina, e sobretudo à luz de Cristo Salvador universal, que fez superabundar a graça
onde abundou o pecado.
Com esta expressão indica-se que Satanás e os outros demónios de que falam a Sagrada Escritura
e a Tradição da Igreja, de anjos criados bons por Deus, se transformaram em maus, porque,
mediante uma opção livre e irrevogável, recusaram Deus e o seu Reino, dando assim origem ao
inferno. Procuram associar o homem à sua rebelião contra Deus; mas Deus afirma em Cristo a Sua
vitória segura sobre o Maligno.
O homem, tentado pelo diabo, deixou apagar no seu coração a confiança em relação ao seu
Criador e, desobedecendo-lhe, quis tornar-se «como Deus», sem Deus e não segundo Deus (Gn 3,
5). Assim, Adão e Eva perderam imediatamente, para si e para todos os seus descendentes, a
graça da santidade e da justiça originais.
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Em consequência do pecado original, a natureza humana, sem ser totalmente corrompida, fica
ferida nas suas forças naturais, submetida à ignorância, ao sofrimento, ao poder da morte, e
inclinada ao pecado. Tal inclinação é chamada concupiscência.
Após o primeiro pecado, o mundo foi inundado por pecados, mas Deus não abandonou o homem
ao poder da morte. Pelo contrário, pré-anunciou de modo misterioso – no «Proto-evangelho» (Gn
3,15) – que o mal seria vencido e o homem levantado da queda. É o primeiro anúncio do Messias
redentor. Por isso a queda será mesmo chamada feliz culpa, porque «mereceu um tal e tão grande
Redentor» (Liturgia da Vigília pascal).
É o anúncio de Jesus Cristo, «o Filho do Deus vivo» (Mt 16,16), morto e ressuscitado. No tempo do
rei Herodes e do imperador César Augusto, Deus cumpriu as promessas feitas a Abraão e à sua
descendência enviando «o Seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que
estavam sujeitos à Lei, e nos tornar seus filhos adoptivos» (Gal 4, 4-5).
Desde o início os primeiros discípulos tiveram um ardente desejo de anunciar Jesus Cristo, com o
fim de conduzir à fé n’Ele. Também hoje, do amoroso conhecimento de Cristo nasce o desejo de
evangelizar e catequizar, isto é, de revelar na sua pessoa o pleno desígnio de Deus e de colocar a
humanidade em comunhão com Ele.
Dado pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome «Jesus» significa «Deus salva». Exprime a sua
identidade e a sua missão, «porque é Ele que salvará o seu povo dos seus pecados» (Mt 1,21).
Pedro afirma que «não existe debaixo do céu outro Nome dado aos homens pelo qual possamos
ser salvos» (Act 4,12).
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Na Bíblia, este título designa habitualmente Deus Soberano. Jesus atribui-o a si mesmo e revela a
sua soberania divina através do poder sobre a natureza, sobre os demónios, sobre o pecado e
sobre a morte, sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras confissões cristãs proclamam que o
poder, a honra e a glória devidas a Deus Pai são também devidas a Jesus: Deus «deu-Lhe o Nome
que está acima de todos os nomes» (Fil 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história, o único a
quem o homem deve submeter completamente a própria liberdade pessoal.
O Filho de Deus encarnou no seio da Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa de nós
homens e para nossa salvação, ou seja: para nos reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos
fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos tornar
«participantes da natureza divina» (2 Ped 1, 4).
O Concílio de Calcedónia ensina a confessar «um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo,
perfeito na sua divindade e perfeito na sua humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai pela sua divindade, consubstancial a
nós pela humanidade, “em tudo semelhante a nós, excepto no pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo
Pai antes de todos os séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos, por nós homens e
para nossa salvação, nascido da Virgem Maria e Mãe de Deus, segundo a humanidade».
Exprime-o afirmando que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com duas
naturezas, a divina e a humana, que se não confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo.
Portanto, na humanidade de Jesus, tudo – milagres, sofrimento, morte – deve ser atribuído à sua
Pessoa divina, que age através da natureza humana assumida.
90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma com um conhecimento humano?
O Filho de Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional humana. Com a sua
inteligência humana, Jesus aprendeu muitas coisas através da experiência. Mas também, como
homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento íntimo e imediato de Deus seu Pai. Penetrava
igualmente os pensamentos secretos dos homens e conhecia plenamente os desígnios eternos que
Ele viera revelar.
Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano, através do qual Deus invisível se tornou visível. Por
esta razão, Cristo pode ser representado e venerado nas santas imagens.
Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração humano. O Seu coração trespassado para nossa
salvação é o símbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o Pai e cada um dos homens.
94. «Concebido por obra do Espírito Santo...»: o que significa esta expressão?
Significa que a Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por obra do Espírito Santo e sem
a colaboração de homem: «O Espírito Santo descerá sobre ti» (Lc 1, 35), disse-lhe o Anjo na
Anunciação.
95. «…Nascido da Virgem Maria»: porque é que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus?
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito,
Aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente Filho de
Maria é o Filho eterno de Deus Pai. É Ele mesmo Deus.
Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho:
para cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graça de Deus e em
previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde a sua
concepção.
Durante toda a sua existência, por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o pecado
pessoal. É a «cheia de graça» (Lc 1,28) e a «Toda Santa». Quando o Anjo lhe anuncia que dará à
luz «o Filho do Altíssimo» (Lc 1,32), dá livremente o seu assentimento com a «obediência da fé»
(Rm 1,5). Maria entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho Jesus, abraçando com toda a
alma a vontade divina de salvação.
Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem
intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, e Filho de Maria
segundo a natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas suas naturezas, existindo nele
uma única Pessoa, a divina.
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No sentido de que Maria «permaneceu Virgem na concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem
grávida, Virgem mãe, Virgem perpétua» (Santo Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam
de «irmãos e irmãs de Jesus», trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão
usual na Sagrada Escritura.
Maria tem um único Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual estende-se a todos os
homens que Ele veio salvar. Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva,
a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua formação
na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja e a sua realização mais perfeita.
Toda a vida de Cristo é acontecimento de revelação: o que é visível na vida terrena de Jesus
conduz ao seu Mistério invisível, sobretudo ao Mistério da sua filiação divina: «quem me vê, vê o
Pai» (Jo 14, 19). Além disso, embora a salvação provenha plenamente da cruz e da ressurreição,
toda a vida de Cristo é Mistério de salvação, porque tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha
como objectivo salvar o homem caído e restabelece-lo na sua vocação de filho de Deus.
Antes de mais, houve uma longa preparação de muitos séculos, que nós revivemos na celebração
litúrgica do tempo do Advento. Para além da obscura expectativa que colocou no coração dos
pagãos, Deus preparou a vinda do seu Filho através da Antiga Aliança, até João Baptista que é o
último e o maior dos profetas.
No Natal, a glória do Céu manifesta-se na debilidade dum menino; a circuncisão de Jesus é sinal
da pertença ao povo hebraico e prefiguração do nosso Baptismo; a Epifania é a manifestação do
Rei-Messias de Israel a todas as gentes; na sua apresentação no templo, em Simeão e Ana é toda
a esperança de Israel que vem ao encontro do seu Salvador; a fuga para o Egipto e a matança dos
inocentes anunciam que toda a vida de Cristo estará sob o sinal da perseguição; o seu regresso do
Egipto recorda o Êxodo e apresenta Jesus como o novo Moisés: Ele é o verdadeiro e definitivo
libertador.
Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no silêncio duma vida normal. Permite-nos
assim estar em comunhão com Ele, na santidade duma vida quotidiana feita de oração, de
simplicidade, de trabalho, de amor familiar. A sua submissão a Maria e a José, seu pai putativo, é
uma imagem da sua obediência filial ao Pai. Maria e José, com a sua fé, acolhem o Mistério de
Jesus, ainda que nem sempre o compreendam.
105. Porque é que Jesus recebe de João o «baptismo de conversão para o perdão dos
pecados» (Lc 3, 3)?
Para dar início à sua vida pública e antecipar o «Baptismo» da Sua morte: aceita assim, embora
sendo sem pecado, ser contado entre os pecadores, Ele, «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
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mundo» (Jo 1,29). O Pai proclama-O Seu «Filho predilecto» (Mt 3,17) e o Espírito desce sobre Ele.
O baptismo de Jesus é a prefiguração do nosso baptismo.
107. Quem é convidado para o Reino de Deus, anunciado e realizado por Jesus?
Jesus convida todos os homens a tomar parte no Reino de Deus. Mesmo o pior pecador é chamado
a converter-se e a aceitar a infinita misericórdia do Pai. O Reino pertence, já aqui sobre a terra,
àqueles que o acolhem com coração humilde. É a eles que são revelados os seus Mistérios.
Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino está presente n’Ele,
o Messias. Embora Ele cure algumas pessoas, não veio para eliminar todos os males aqui na terra,
mas, antes de mais, para nos libertar da escravidão do pecado. A expulsão dos demónios anuncia
que a sua cruz será vitoriosa sobre o «príncipe deste mundo» (Jo 12,31).
Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua Ressurreição, e torna-os participantes da sua
missão e da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados, edificar e governar a Igreja. Neste
colégio, Pedro recebe «as chaves do Reino» (Mt 16,19) e ocupa o primeiro lugar, com a missão de
guardar a fé na sua integridade e de confirmar os seus irmãos.
Na Transfiguração aparece antes de mais a Trindade: «O Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito
na nuvem brilhante» (S. Tomás de Aquino). Evocando, com Moisés e Elias, a sua «partida» (Lc 9,
31), Jesus mostra que a sua glória passa através da cruz e antecipa a sua ressurreição e a sua
vinda gloriosa, pois «transfigurará o nosso pobre corpo para transformá-lo no seu corpo glorioso»
(Filp 3, 21).
No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém para sofrer a sua paixão, morrer e
ressuscitar. Como Rei Messias que manifesta a vinda do reino, Ele entra na sua cidade montado
num jumento. É acolhido pelos humildes, cuja aclamação é retomada no Sanctus eucarístico:
«Bendito aquele que vem no nome do Senhor! Hossana (salva-nos)» (Mt 21,9). A liturgia da Igreja
inicia a Semana Santa com a celebração desta entrada em Jerusalém.
O Mistério pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte, ressurreição e glorificação, está
no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas com a
morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo.
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113. Quais as acusações para a condenação de Jesus?
Alguns chefes de Israel acusaram Jesus de agir contra a Lei, contra o templo de Jerusalém, e em
particular contra a fé no Deus único, porque Ele se proclamava Filho de Deus. Por isso, O
entregaram a Pilatos, para que O condenasse à morte.
Jesus não aboliu a Lei, dada por Deus a Moisés no Sinai, mas levou-a à plenitude, dando-lhe a
interpretação definitiva. É o Legislador divino que cumpre integralmente esta Lei. Além disso, Ele,
o Servo fiel, oferece mediante a sua morte expiadora o único sacrifício capaz de redimir todas «as
faltas cometidas durante a primeira Aliança» (Heb 9,15).
Jesus foi acusado de hostilidade em relação ao Templo. Contudo Ele venerou-o como «a morada do
seu Pai» (Jo 2,16) e consagrou-lhe uma parte importante do seu ensino. Mas predisse também a
sua destruição, em relação com a sua própria morte, e Ele mesmo se apresentou como a morada
definitiva de Deus entre os homens.
Jesus nunca contradisse a fé num Deus único, nem sequer quando realizava a obra divina por
excelência que cumpria as promessas messiânicas e o revelava igual a Deus: o perdão dos
pecados. A exigência feita por Jesus de fé na sua pessoa e de conversão permite compreender a
trágica incompreensão do Sinédrio que considerou Jesus merecedor de morte porque blasfemo.
A paixão e a morte de Jesus não podem ser imputadas indistintamente nem a todos os judeus
então vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no tempo e no espaço. Cada pecador, isto
é, cada homem, é realmente causa e instrumento dos sofrimentos do Redentor, e culpa maior têm
aqueles, sobretudo se são cristãos, que mais frequentemente caem no pecado ou se deleitam nos
vícios.
Para reconciliar consigo todos os homens votados à morte por causa do pecado, Deus tomou a
iniciativa amorosa de enviar o Seu Filho para que se entregasse à morte pelos pecadores.
Anunciada no Antigo Testamento, em particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte de Jesus
acontece «segundo as Escrituras».
Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá «a sua
vida em resgate por muitos» (Mc 10,45) e deste modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O
seu sofrimento e a sua morte manifestam como a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito
do Amor divino que quer a salvação de todos os homens.
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Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e realiza
antecipadamente a oferta voluntária de Si mesmo: «este é o meu corpo entregue por vós», «este
é o meu sangue, que é derramado...» (Lc 22,19-20). Ele institui assim ao mesmo tempo a
Eucaristia como «memorial» (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes
da nova Aliança.
Apesar do horror que a morte provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o próprio «Autor
da vida» (Act 3,15), a vontade humana do Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar,
Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no seu corpo, «fazendo-se obediente até à
morte» (Fil 2,8).
Jesus ofereceu livremente a Sua vida em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas culpas
com a plena obediência do Seu amor até à morte. Este «amor até ao fim» (Jo 13,1) do Filho de
Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata portanto os
homens num modo único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão com Deus.
Chamando os discípulos a «tomar a sua cruz e a segui-Lo» (Mt 16,24), Jesus quer associar ao seu
sacrifício redentor aqueles mesmos que dele sãos os primeiros beneficiários.
Cristo conheceu uma verdadeira morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino preservou
o seu corpo da corrupção.
Os «infernos» (não confundir com o inferno da condenação) ou mansão dos mortos, designam o
estado de todos aqueles que, justos ou maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua
Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos que esperavam o seu Redentor para
acederem finalmente à visão de Deus. Depois de com a sua morte, ter vencido a morte e o diabo
«que da morte tem o poder» (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o Redentor, e abriu-lhes
as portas do Céu.
Para além do sinal essencial constituído pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada
pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir,
Jesus «apareceu a Cefas (Pedro) e depois aos Doze. Seguidamente, apareceu a mais de
quinhentos irmãos de uma só vez» (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Apóstolos não teriam
podido inventar a Ressurreição, uma vez que esta lhes parecia impossível: de facto, Jesus
repreendeu-os pela sua incredulidade.
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128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente?
Embora seja um acontecimento histórico, constatável e atestado através dos sinais e testemunhos,
a Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus, transcende e supera
a história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo ressuscitado não se manifestou ao mundo
mas aos seus discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do povo.
A Ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é Aquele
que foi crucificado e apresenta os vestígios da Sua Paixão, mas é doravante participante da vida
divina com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta razão, Jesus ressuscitado é
soberanamente livre de aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob aspectos
diversos.
Passados os quarenta dias em que se mostrou aos Apóstolos sob as aparências duma humanidade
normal que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe ao céu e senta-se à direita do Pai.
Ele é o Senhor que agora reina com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e sem
cessar intercede por nós junto do Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um lugar,
dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele.
Após o último abalo cósmico deste mundo que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o
triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o Juízo final. Assim se cumprirá o Reino de
Deus.
136. Que quer dizer a Igreja quando professa: «Creio no Espírito Santo»?
Crer no Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que procede do Pai e
do Filho, e «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado». O Espírito foi «enviado aos nossos
corações» (Gal 4,6) para recebermos a vida nova de filhos de Deus.
Na Trindade indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas inseparáveis. De facto, desde o
princípio até ao final dos tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o Seu Espírito que
nos une a Cristo na fé, para, como filhos adoptivos, podermos chamar Deus «Pai» (Rm 8,15). O
Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da sua acção quando nos revela o Verbo e
quando age na Igreja.
«Espírito Santo» é o nome próprio da terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama-lhe
também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado) e Espírito de Verdade. O Novo Testamento
chama-o ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito da glória, da promessa.
São numerosos: a água viva que jorra do coração trespassado de Cristo e dessedenta os
baptizados; a unção com o óleo que é o sinal sacramental da Confirmação; o fogo que transforma
o que toca; a nuvem, obscura e luminosa, na qual se revela a glória divina; a imposição das mãos
mediante a qual é dado o Espírito; a pomba que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no
baptismo.
Com o termo profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo Espírito Santo para falar em
nome de Deus. O Espírito conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em
Cristo, de quem revela o mistério no Novo Testamento.
João Baptista, o último profeta do Antigo Testamento é cheio do Espírito Santo, que o envia a
«preparar para o Senhor um povo bem disposto» (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de
Deus: Aquele sobre o qual João viu o Espírito descer e permanecer, «Aquele que baptiza no
Espírito» (Jo 1,33).
O Filho de Deus é consagrado Messias através da unção do Espírito na sua humanidade desde a
Encarnação. Ele revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e
comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os Apóstolos depois da Ressurreição.
Cinquenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em
abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade é plenamente
revelada. A Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a
difundir o mistério da comunhão trinitária.
O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito de Amor, Ele torna a dar aos baptizados a
semelhança divina perdida por causa do pecado e fá-los viver em Cristo da própria Vida da
Santíssima Trindade. Envia-os a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas suas mútuas
funções, para que todos dêem «o fruto do Espírito» (Gal 5,22).
Por meio dos sacramentos, Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu Espírito e a graça de
Deus que produz os frutos de vida nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é o
Mestre da oração.
Designa o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da terra, para constituir a
assembleia daqueles que, pela fé e pelo Baptismo, se tornam filhos de Deus, membros de Cristo e
templo do Espírito Santo.
A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi preparada
na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada
pelas palavras e acções de Jesus Cristo, foi realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e
a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do
Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como
assembleia celeste de todos os redimidos.
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150. Qual é a missão da Igreja?
A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível está presente e operante uma realidade
espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.
A Igreja é o povo de Deus porque aprouve a Deus santificar e salvar os homens não isoladamente
mas constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Baptismo, tem por origem
Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por
lei o mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da terra e a luz do mundo, por fim o
Reino de Deus, já iniciado na terra.
155. Em que sentido o povo de Deus participa das três funções de Cristo: Sacerdote,
Profeta e Rei?
Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo,
os crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos
entre si na caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade se realiza na diversidade dos
membros e das funções.
Cristo «é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo
e a Igreja formam o «Cristo total» (S. Agostinho); «Cabeça e membros são, por assim dizer, uma
só pessoa mística» (S. Tomás de Aquino).
Porque o próprio Senhor Se definiu como o «Esposo» (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a a Si
por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue,
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«para a tornar santa» (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus. Enquanto a
palavra «corpo» evidencia a unidade da «cabeça» com os membros, o termo «esposa» sublinha a
distinção dos dois na relação pessoal.
Porque o Espírito Santo reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos seus membros; para
além disso, Ele edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e
os carismas.
Os carismas são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para o bem dos homens, para as
necessidades do mundo e em particular para a edificação da Igreja, a cujo Magistério compete o
seu discernimento.
A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só
Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os
povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na
comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica,
uma comum esperança e a mesma caridade.
A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in)
na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por
meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os
bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.
Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica,
encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e
conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados
em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.
A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a
santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra
a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim
de cada uma das suas actividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis
Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus
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filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e
de purificação.
A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí
está a Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; leva
e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos, em todos
os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.
É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese e a eparquia), formada pela comunidade de
fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na
sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. Inácio de
Antioquia).
Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo
de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo,
se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo
eclesiástico e da comunhão. Os baptizados que não se encontram plenamente nesta unidade
católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.
A Igreja católica reconhece a sua relação com o povo judeu no facto de Deus ter escolhido este
povo entre todos, para primeiro acolher a sua Palavra. É ao povo judeu que pertencem «a adopção
a filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas, os patriarcas; dele provém Cristo
segundo a carne» (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões não cristãs, a fé judaica é já
resposta à Revelação de Deus na Antiga Aliança.
Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o género humano. A Igreja católica
reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é
reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direcção à unidade da
humanidade na Igreja de Cristo.
Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo.
Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e
necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a
Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram
o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça,
se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.
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Porque Cristo ordenou: «ide e ensinai todas as nações, baptizando-as no nome do Pai e do Filho e
do Espírito Santo» (Mt 28,19). Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no amor
eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu Espírito porque «quer que todos os homens sejam
salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tim 2, 4).
Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso da história a missão do próprio Cristo. Os
cristãos portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida por Cristo, seguindo o seu caminho,
dispostos também ao sacrifício de si mesmos até ao martírio.
A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef
2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela sua estrutura, enquanto instruída,
santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os
Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.
A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus
discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua
ressurreição e fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão,
dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). E prometeu estar
com eles até ao fim do mundo.
Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, são constituídos membros do povo
de Deus. Tornados participantes, segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de
Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre eles subsiste uma
verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus.
Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da
Ordem e formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados leigos. De uns e de outros,
provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos
evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.
Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome,
e para isso lhe deu autoridade. A hierarquia eclesiástica é formada por ministros sagrados: Bispos,
presbíteros e diáconos. Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os presbíteros agem, no
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exercício do seu ministério, em nome e na pessoa de Cristo cabeça; os diáconos servem o povo de
Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia, da caridade.
A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da
hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis. Cada Bispo exerce o ministério,
como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude
pela Igreja universal. Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular,
em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.
O ministério eclesial tem também um carácter pessoal, pois, em virtude do sacramento da Ordem,
cada um é responsável diante de Cristo, que pessoalmente o chamou, conferindo-lhe a missão.
O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja
supremo e pleno poder.
Os Bispos, em comunhão com o Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, fielmente e
com autoridade, como autênticas testemunhas da fé apostólica e revestidos da autoridade de
Cristo. Mediante o sentido sobrenatural da fé, o Povo de Deus, adere indefectivelmente à fé, sob a
condução do Magistério vivo da Igreja.
Cada Bispo, enquanto membro do colégio episcopal, exerce colegialmente a solicitude por todas as
Igrejas particulares e por toda a Igreja, juntamente com os outros Bispos unidos ao Papa. O Bispo,
a quem é confiada uma Igreja particular, governa-a com a autoridade do poder sagrado, próprio,
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ordinário e imediato, exercido em nome de Cristo, bom Pastor, em comunhão com toda a Igreja e
sob a condução do sucessor de Pedro.
Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando
as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao
apostolado, dirigido a todos os baptizados.
Participam nela oferecendo – como sacrifício espiritual «agradável a Deus por Jesus Cristo» (1 Ped
2,5), sobretudo na Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e as iniciativas
apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada dia, as agruras da vida suportadas com paciência e
os lazeres corporais e espirituais. Deste modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo
Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.
Participam nela acolhendo cada vez mais na fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o
testemunho da vida e da palavra, a acção evangelizadora e a catequese. Esta acção evangelizadora
adquire uma particular eficácia pelo facto de ser realizada nas condições ordinárias da vida secular.
Os leigos participam na função real de Cristo, tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em
si mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a santidade de vida. Exercem vários
ministérios ao serviço da comunidade e impregnam de valor moral as actividades temporais do
homem e as instituições da sociedade.
É um estado de vida reconhecido pela Igreja. É uma resposta livre a um chamamento particular de
Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição
da caridade sob a moção do Espírito Santo. Tal consagração caracteriza-se pela prática dos
conselhos evangélicos.
A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos
irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste.
Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a
fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da
comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor 13, 5), mas move o fiel «a
colocar tudo em comum» (Act 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.
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Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão
unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta
vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da
glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja,
para louvor e glória da Trindade.
A Bem-aventurada Virgem Maria é Mãe da Igreja na ordem da graça porque deu à luz Jesus, o
Filho de Deus, Cabeça do corpo que é a Igreja. Jesus ao morrer na cruz, indicou-a como mãe ao
discípulo com estas palavras: «Eis a tua Mãe» (Jo 19, 27). ( )
Após a Ascensão do Seu Filho, a Virgem Maria ajuda, com as suas orações, as primícias da Igreja
e, mesmo depois da sua assunção ao céu, continua a interceder pelos seus filhos, a ser para todos
um modelo de fé e de caridade, e a exercer sobre eles um influxo salutar, que nasce da
superabundância dos méritos de Cristo. Os fiéis vêem nela uma imagem e uma antecipação da
ressurreição que os espera, invocando-a como advogada, auxiliadora, socorro, medianeira.
É um culto singular, que difere essencialmente do culto de adoração, prestado apenas à Santíssima
Trindade. Tal culto de especial veneração encontra uma particular expressão nas festas litúrgicas
dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o santo Rosário, resumo de todo o
Evangelho.
Dirigindo o seu olhar para Maria, santíssima e já glorificada em corpo e alma, a Igreja contempla o
que ela própria é chamada a ser na terra e o que será na pátria celeste.
O primeiro e principal sacramento para o perdão dos pecados é o Baptismo. Para os pecados
cometidos depois do Baptismo, Cristo instituiu o sacramento da Reconciliação ou Penitência, por
meio do qual o baptizado é reconciliado com Deus e com a Igreja.
A Igreja tem a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lho conferiu:
«Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, e
àqueles a quem os retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).
Como Cristo verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para sempre, assim Ele próprio nos
ressuscitará a todos no último dia, com um corpo incorruptível: «os que tiverem feito o bem para
uma ressurreição de vida, e os que tiverem feito o mal para uma ressurreição de condenação».
Com a morte, separação da alma e do corpo, o corpo cai na corrupção, enquanto a alma, que é
imortal, vai ao encontro do Julgamento divino e espera reunir-se ao corpo quando este,
transformado, ressuscitar no regresso do Senhor. Compreender como acontecerá a ressurreição
supera as possibilidades da nossa imaginação e do nosso entendimento.
Significa morrer na graça de Deus, sem pecado mortal. O que crê em Cristo e segue o Seu
exemplo pode assim transformar a própria morte num acto de obediência e de amor ao Pai. «É
certa esta palavra: se morrermos com Ele, também com Ele viveremos» (2 Tim 2,11).
A vida eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte. Ela não terá fim. Será precedida
para cada um por um juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será
confirmada pelo juízo final.
É o julgamento de retribuição imediata, que cada um, a partir da morte, recebe de Deus na sua
alma imortal, em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição consiste no acesso à
bem-aventurança do céu, imediatamente ou depois de uma adequada purificação, ou então à
condenação eterna no inferno.
Por «céu» entende-se o estado de felicidade suprema e definitiva. Os que morrem na graça de
Deus e não precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de Jesus e de Maria, dos anjos e
dos santos. Formam assim a Igreja do céu, onde vêem Deus «face a face» (1 Cor 13,12), vivem
em comunhão de amor com a Santíssima Trindade e intercedem por nós.
O purgatório é o estado dos que morrem na amizade de Deus, mas, embora seguros da sua
salvação eterna, precisam ainda de purificação para entrar na alegria de Deus.
Em virtude da comunhão dos santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar as almas do
purgatório oferecendo as suas orações de sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas
também esmolas, indulgências e obras de penitência.
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212. Em que consiste o inferno?
Consiste na condenação eterna daqueles que, por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena
principal do inferno é a eterna separação de Deus, o único em quem o homem encontra a vida e a
felicidade para que foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta realidade com as palavras:
«Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno» (Mt 25, 41).
Deus, apesar de querer «que todos tenham modo de se arrepender» (2Ped 3,9), tendo criado o
homem livre e responsável, respeita as suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em plena
autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão com Deus se, até ao momento da própria
morte, persiste no pecado mortal, recusando o amor misericordioso de Deus.
O juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus conhece o dia e a hora.
Depois do juízo final, o próprio universo, libertado da escravidão da corrupção, participará na glória
de Cristo com a inauguração dos «novos céus e da nova terra» (2 Ped 3,13). Será assim alcançada
a plenitude do Reino de Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de
«recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10). Deus será então «tudo
em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna.
A palavra hebraica Amen, que conclui o último livro da Sagrada Escritura, algumas orações do
Novo Testamento e as orações litúrgicas da Igreja, significa o nosso «sim» confiante e total a tudo
o que professamos crer, confiando totalmente n’Aquele que é o «Ámen» (Ap 3,14) definitivo: Cristo
Senhor.
A liturgia, acção sagrada por excelência, constitui o cume para onde tendem todas as acções da
Igreja e, simultaneamente, a fonte donde provém toda a sua força vital. Através da liturgia, Cristo
continua na sua Igreja, com ela e por meio dela, a obra da nossa redenção.
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220. Em que consiste a economia sacramental?
Na liturgia, o Pai enche-nos das suas bênçãos no Filho encarnado, morto e ressuscitado por nós, e
derrama o Espírito Santo nos nossos corações. Ao mesmo tempo a Igreja bendiz o Pai, mediante a
adoração, o louvor e a acção de graças, e implora o dom do seu Filho e do Espírito Santo.
Na liturgia da Igreja, Cristo significa e realiza principalmente o seu Mistério pascal. Doando o
Espírito Santo aos Apóstolos, concedeu-lhes a eles e aos seus sucessores o poder de realizar a
obra da salvação por meio do Sacrifício eucarístico e dos sacramentos, nos quais Ele próprio age
agora para comunicar a sua graça aos fiéis de todos os tempos e em todo o mundo.
Na liturgia, realiza-se a mais estreita cooperação entre o Espírito Santo e a Igreja. O Espírito Santo
prepara a Igreja para encontrar o seu Senhor; recorda e manifesta Cristo à fé da assembleia;
torna presente e actualiza o Mistério de Cristo; une a Igreja à vida e à missão de Cristo e faz
frutificar nela o dom da comunhão.
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja,
mediante os quais nos é concedida a vida divina. Os sacramentos são sete: o Baptismo, a
Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos enfermos, a Ordem e o Matrimónio.
Os mistérios da vida de Cristo constituem o fundamento do que, de ora em diante, pelos ministros
da sua Igreja, Cristo dispensa nos sacramentos.
Cristo confiou os sacramentos à sua Igreja. Eles são «da Igreja» num duplo sentido: enquanto
acção da Igreja, que é sacramento da acção de Cristo, e enquanto existem «para ela», ou seja,
enquanto edificam a Igreja.
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Os sacramentos não apenas supõem a fé como também, através das palavras e elementos rituais,
a alimentam, fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica. Daí o adágio
antigo: «lex orandi, lex credendi», isto é, a Igreja crê no que reza.
Os sacramentos são eficazes ex opere operato («pelo próprio facto de a acção sacramental ser
realizada»), porque é Cristo que neles age e comunica a graça que significam, independentemente
da santidade pessoal do ministro, ainda que os frutos dos sacramentos dependam também das
disposições de quem os recebe.
Embora nem todos os sacramentos sejam conferidos a cada um dos fiéis, eles são necessários para
a salvação dos que crêem em Cristo, porque conferem as graças sacramentais, o perdão dos
pecados, a adopção de filhos de Deus, a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja. O
Espírito Santo cura e transforma aqueles que os recebem.
A graça sacramental é a graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de cada sacramento. Tal
graça ajuda o fiel, no seu caminho de santidade, bem como a Igreja no seu crescimento na
caridade e no testemunho.
Nos sacramentos, a Igreja recebe já as arras da vida eterna, embora «aguardando a ditosa
esperança e manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» (Tit 2,13).
Na liturgia age «o Cristo todo inteiro» («Christus Totus»), Cabeça e Corpo. Como sumo-sacerdote,
Ele celebra com o seu Corpo, que é a Igreja celeste e terrestre.
A liturgia celeste é celebrada pelos anjos, pelos santos da Antiga e da Nova Aliança, em particular
pela Mãe de Deus, pelos Apóstolos, pelos mártires e por uma «numerosa multidão, que ninguém»
pode contar, «de todas as nações, tribos, povos e línguas» (Ap 7,9). Quando nos sacramentos
celebramos o mistério da salvação, participamos nesta liturgia eterna.
A Igreja, na terra, celebra a liturgia, como povo sacerdotal, no qual cada um actua segundo a
própria função, na unidade do Espírito Santo: os baptizados oferecem-se em sacrifício espiritual;
os ministros ordenados celebram segundo a Ordem recebida para o serviço de todos os membros
da Igreja; os Bispos e os presbíteros agem na pessoa de Cristo Cabeça.
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A celebração litúrgica é tecida de sinais e de símbolos, cujo significado, radicado na criação e nas
culturas humanas, se esclarece nos acontecimentos da Antiga Aliança e se revela plenamente na
Pessoa e na obra de Cristo.
Alguns provêm da criação (luz, água, fogo, pão, vinho, óleo); outros da vida social (lavar, ungir,
partir o pão); outros da história da salvação na Antiga Aliança (os ritos da Páscoa, os sacrifícios, a
imposição das mãos, as consagrações). Estes sinais, alguns dos quais são normativos e imutáveis,
assumidos por Cristo tornam-se portadores da acção salvífica e de santificação.
Na celebração sacramental, acções e palavras estão intimamente ligadas. Mesmo que as acções
simbólicas sejam já em si uma linguagem, é todavia necessário que as palavras do rito
acompanhem e vivifiquem estas acções. Enquanto sinais e ensino, as palavras e os gestos são
inseparáveis, uma vez que realizam aquilo que significam.
Uma vez que o canto e a música estão intimamente conexos com a acção litúrgica, eles devem
respeitar os seguintes critérios: a conformidade à doutrina católica dos textos, tomados de
preferência da Escritura e das fontes litúrgicas; a beleza expressiva da oração; a qualidade da
música; a participação da assembleia; a riqueza cultural do Povo de Deus e o carácter sacro e
solene da celebração. «Quem canta reza duas vezes» (S. Agostinho).
A imagem de Cristo é o ícone litúrgico por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora
e os santos, significam Cristo, que nelas é glorificado. Elas proclamam a mesma mensagem
evangélica que a Sagrada Escritura transmite através da palavra e ajudam a despertar e a
alimentar a fé dos fiéis.
O centro do tempo litúrgico é o Domingo, fundamento e núcleo de todo o ano litúrgico, que tem o
seu cume na Páscoa anual, a festa das festas.
No ano litúrgico, a Igreja celebra todo o Mistério de Cristo, da Encarnação até à sua vinda gloriosa.
Nos dias estabelecidos, a Igreja venera com especial amor a bem-aventurada Virgem Maria Mãe de
Deus e também faz memória Santos, que por Cristo viveram, com Ele sofreram e com Ele são
glorificados.
A liturgia das horas, oração pública e comum da Igreja, é a oração de Cristo com o seu Corpo, a
Igreja. Por ela, o Mistério de Cristo, que celebramos na Eucaristia, santifica e transfigura o tempo
de cada dia. Ela compõe-se principalmente de Salmos e de outros textos bíblicos, e também de
leituras dos Padres e dos mestres espirituais.
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244. A Igreja tem necessidade de lugares para celebrar a liturgia?
O culto «em espírito e verdade» (Jo 4,24) da Nova Aliança não está ligado a nenhum lugar
exclusivo, porque Cristo é o verdadeiro templo de Deus, por meio do qual também os cristãos e
toda a Igreja se tornam, sob a acção do Espírito Santo, templos do Deus vivo. Todavia o Povo de
Deus, na sua condição terrena, tem necessidade de lugares nos quais a comunidade se possa
reunir para celebrar a liturgia.
São as casas de Deus, símbolo da Igreja que vive num lugar e também da morada celeste. São
lugares de oração, nos quais a Igreja celebra sobretudo a Eucaristia e adora Cristo realmente
presente no tabernáculo.
São: o altar, o tabernáculo, o lugar onde se guarda o santo crisma e os outros óleos sagrados, a
cadeira do Bispo (cátedra) ou do presbítero, o ambão, a fonte baptismal, o confessionário.
247. Porque é que a Igreja celebra o único Mistério de Cristo segundo tradições
litúrgicas diferentes?
Porque a insondável riqueza do Mistério de Cristo não pode ser esgotada por uma única tradição
litúrgica. Desde as origens, esta riqueza encontrou, nos vários povos e culturas, expressões
caracterizadas por uma admirável variedade e complementaridade.
O Baptismo
a Confirmação
a Eucaristia
a Penitência,
a Ordem o Matrimónio.
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Realiza-se mediante os sacramentos que lançam os alicerces da vida cristã: os fiéis, renascidos
pelo Baptismo, são fortalecidos pela Confirmação e alimentados pela Eucaristia.
Antes de mais, chama-se Baptismo por causa do rito central com que é celebrado: baptizar
significa «imergir» na água. O que é baptizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele
como «nova criatura» (2 Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e da renovação no
Espírito Santo» (Tit 3,5) e «iluminação», porque o baptizado se torna «filho da luz» (Ef 5, 8).
É Jesus Cristo, o qual, no início da sua vida pública, se fez baptizar por João Baptista, no Jordão:
na cruz, do seu lado trespassado, derramou sangue e água, sinais do Baptismo e da Eucaristia, e
depois da Ressurreição confia aos Apóstolos esta missão: «Ide e ensinai todos os povos,
baptizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (Mt 28, 19-20).
Desde o dia de Pentecostes que a Igreja administra o Baptismo a quem crê em Jesus Cristo.
O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água
sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Porque tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do
Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus.
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259. O que se requer dum baptizando?
Ao baptizando é exigida a profissão de fé, expressa pessoalmente no caso do adulto, ou então por
parte dos pais e da Igreja no caso da criança. Também o padrinho ou madrinha e toda a
comunidade eclesial têm uma parte de responsabilidade na preparação para o Baptismo
(catecumenado), bem como no desenvolvimento da fé e da graça baptismal.
O Baptismo é necessário para a salvação daqueles a quem foi anunciado o Evangelho e que têm a
possibilidade de pedir este sacramento.
Porque Cristo morreu para a salvação de todos, podem ser salvos mesmo sem o Baptismo os que
morrem por causa da fé (Baptismo de sangue), os catecúmenos, e todos os que sob o impulso da
graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a
sua vontade (Baptismo de desejo). Quanto às crianças, mortas sem Baptismo, a Igreja na sua
liturgia confia-as à misericórdia de Deus.
O Baptismo perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado;
faz participar na vida divina trinitária mediante a graça santificante, a graça da justificação que
incorpora em Cristo e na Igreja; faz participar no sacerdócio de Cristo e constitui o fundamento da
comunhão entre todos os cristãos; confere as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. O
baptizado pertence para sempre a Cristo: com efeito, é assinalado com o selo indelével de Cristo
(carácter).
O nome é importante, porque Deus conhece cada um pelo nome, isto é, na sua unicidade. Com o
Baptismo, o cristão recebe na Igreja o próprio nome, de preferência o de um santo, de maneira
que este ofereça ao baptizado um modelo de santidade e lhe assegure a sua intercessão junto de
Deus.
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266. Porque se chama Crisma ou Confirmação?
Chama-se Crisma (nas Igrejas Orientais: Crismação com o Santo Myron) por causa do rito
essencial que é a unção. Chama-se Confirmação, porque confirma e reforça a graça baptismal.
O rito essencial da Confirmação é a unção com o santo crisma (óleo misturado com bálsamo,
consagrado pelo Bispo), feita com a imposição da mão por parte do ministro que pronuncia as
palavras sacramentais próprias do rito. No Ocidente, tal unção é feita sobre a fronte do baptizado
com as palavras: «Recebe por este sinal, o Espírito Santo, o Dom de Deus». Nas Igrejas Orientais
de rito bizantino, a unção faz-se também noutras partes do corpo, com a fórmula: « Selo do dom
do Espírito Santo».
O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão
imprime na alma um carácter indelével e traz consigo um crescimento da graça baptismal: enraíza
mais profundamente na filiação divina; une mais firmemente a Cristo e à sua Igreja; revigora na
alma os dons do Espírito Santo; dá uma força especial para testemunhar a fé cristã.
Pode e deve recebê-lo, uma só vez, quem já foi baptizado, o qual, para o receber eficazmente,
deve estar em estado de graça.
O ministro originário é o Bispo. Assim se manifesta o laço do crismado com a Igreja na sua
dimensão apostólica. Quando o presbítero confere este sacramento – como acontece
ordinariamente no Oriente e em casos especiais no Ocidente – o laço com o Bispo e com a Igreja é
expresso pelo presbítero, colaborador do Bispo, e pelo santo crisma, consagrado pelo Bispo.
É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o
sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o
memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete
pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.
Instituiu-a na Quinta Feira Santa, «na noite em que foi entregue» (1 Cor 11,23), ao celebrar a
Última Ceia com os seus Apóstolos.
Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-lho
dizendo: «Tomai e comei todos: isto é o meu corpo entregue por vós». Depois tomou nas suas
mãos o cálice do vinho e disse-lhes: «tomai e bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a
nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em
memória de mim».
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274. O que significa a Eucaristia na vida da Igreja?
É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o auge a acção santificadora de Deus em
nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o
próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são
significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do
Céu e antecipamos a vida eterna.
A insondável riqueza deste sacramento exprime-se com diferentes nomes que evocam alguns dos
seus aspectos particulares. Os mais comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fracção
do pão, Celebração Eucarística, Memorial da paixão, da morte e da ressurreição do Senhor, Santo
Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do altar, Santa
Comunhão.
Na Antiga Aliança, a Eucaristia é preanunciada sobretudo na ceia pascal anual, celebrada cada ano
pelos judeus com os pães ázimos, para recordar a imprevista e libertadora partida do Egipto. Jesus
anuncia-a no seu ensino e institui-a, celebrando com os seus Apóstolos a última Ceia, durante um
banquete pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor: «Fazei isto em memória de mim» (1
Cor 11, 24), sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao Domingo, dia da ressurreição de Jesus.
Desenrola-se em dois grandes momentos que formam um só acto de culto: a liturgia da Palavra,
que compreende a proclamação e escuta da Palavra de Deus; e a liturgia eucarística, que
compreende a apresentação do pão e do vinho, a oração ou anáfora, que contém as palavras da
consagração, e a comunhão.
É o sacerdote (Bispo ou presbítero), validamente ordenado, que age na Pessoa de Cristo Cabeça e
em nome da Igreja.
A eucaristia é memorial no sentido que torna presente e actual o sacrifício que Cristo ofereceu ao
Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O carácter sacrificial da Eucaristia
manifesta-se nas próprias palavras da instituição: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por
vós» e «este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc
22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Idênticos são a
vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: cruento na cruz, incruento na
Eucaristia.
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Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida
dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho são unidos aos de Cristo.
Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos, em
reparação dos pecados de todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e
temporais. A Igreja do céu está unida também à oferta de Cristo.
Jesus Cristo está presente na Eucaristia dum modo único e incomparável. De facto, está presente
de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua
Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e
do vinho, Cristo completo: Deus e homem.
A fracção do pão não divide Cristo: Ele está presente todo inteiro em cada uma das espécies
eucarísticas e em cada uma das suas partes.
É devido o culto de latria, isto é, de adoração reservado só a Deus quer durante a celebração
eucarística quer fora dela. De facto, a Igreja conserva com a maior diligência as Hóstias
consagradas, leva-as aos enfermos e às pessoas impossibilitadas de participar na Santa Missa,
apresenta-as à solene adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à visita frequente e à
adoração do Santíssimo Sacramento conservado no tabernáculo.
A Eucaristia é o banquete pascal, porque Cristo, pela realização sacramental da sua Páscoa, nos dá
o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e nos une a si e entre nós no seu
sacrifício.
O altar é o símbolo do próprio Cristo, presente como vítima sacrificial (altar- sacrifício da cruz) e
como alimento celeste que se nos dá (altar-mesa eucarística).
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A Igreja obriga os fiéis a participar na santa Missa cada Domingo e nas festas de preceito, e
recomenda a participação nela também nos outros dias.
A Igreja recomenda aos fiéis que participam na santa Missa que também recebam, com as devidas
disposições, a sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de a receber ao menos pela Páscoa.
Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em
estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido
pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também
importante o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e
ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo.
A sagrada Comunhão aumenta a nossa união com Cristo e com a sua Igreja, conserva e renova a
vida da graça recebida no Baptismo e no Crisma, e faz-nos crescer no amor para com o próximo.
Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no
futuro.
Os ministros católicos administram licitamente a sagrada comunhão aos membros das Igrejas
orientais que não têm plena comunhão com a Igreja católica, sempre que estes espontaneamente
a peçam e com as devidas disposições.
No que se refere aos membros doutras Comunidades eclesiais, os ministros católicos administram
licitamente a sagrada comunhão aos fiéis, que, por motivos graves, a peçam espontaneamente,
tenham as devidas disposições e manifestem a fé católica acerca do sacramento.
Porque a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do Céu, fortalece-nos para a peregrinação
desta vida, faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde já a Cristo, sentado à direita do Pai, à
Igreja do Céu, à santíssima Virgem e a todos os santos.
Cristo, médico da alma e do corpo, instituiu-os porque a vida nova, que Ele nos deu nos
sacramentos da iniciação cristã, pode ser enfraquecida e até perdida por causa do pecado. Por isso,
Cristo quis que a Igreja continuasse a sua obra de cura e de salvação mediante estes dois
sacramentos.
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Porque a nova vida da graça, recebida no Baptismo, não suprimiu a fragilidade da natureza
humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a concupiscência), Cristo instituiu este sacramento
para a conversão dos baptizados que pelo pecado d’Ele se afastaram.
O Senhor ressuscitado instituiu este sacramento quando, na tarde de Páscoa, se mostrou aos
Apóstolos e lhes disse: «Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados serão
perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23).
O apelo à conversão ressoa continuamente na vida dos baptizados. Esta conversão é um empenho
contínuo para toda a Igreja, que é santa mas contém pecadores no seu seio.
É o dinamismo do «coração contrito» (Sal 51,19), movido pela graça divina a responder ao amor
misericordioso de Deus. Implica a dor e a repulsa pelos pecados cometidos, o propósito firme de
não mais pecar e a confiança na ajuda de Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia divina.
A penitência manifesta-se de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a oração e a esmola. Estas
e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida quotidiana do cristão,
especialmente no tempo da Quaresma e no dia penitencial de Sexta-feira.
São dois: os actos realizados pelo homem que se converte sob a acção do Espírito Santo e a
absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo concede o perdão e estabelece a modalidade da
satisfação.
São: um diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita, quando
é motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o
propósito de não mais pecar; a confissão, que consiste na acusação dos pecados feita diante do
sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento de certos actos de penitência, que o confessor
impõe ao penitente para reparar o dano causado pelo pecado.
Devem-se confessar todos os pecados graves ainda não confessados, dos quais nos recordamos
depois dum diligente exame de consciência. A confissão dos pecados graves é o único modo
ordinário para obter o perdão.
Todo o fiel, obtida a idade da razão, é obrigado a confessar os seus pecados graves ao menos uma
vez por ano e antes de receber a Sagrada Comunhão.
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306. Porque é que os pecados veniais podem ser também objecto da confissão
sacramental?
A confissão dos pecados veniais é muito recomendada pela Igreja, embora não estritamente
necessária, porque nos ajuda a formar uma consciência recta e a lutar contra as más inclinações,
para nos deixarmos curar por Cristo e progredirmos na vida do Espírito.
Cristo confiou o ministério da reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus sucessores e aos
presbíteros seus colaboradores, os quais portanto se convertem em instrumentos da misericórdia e
da justiça de Deus. Eles exercem o poder de perdoar os pecados no Nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo.
Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, todo o confessor
está obrigado a manter o sigilo sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca dos pecados
conhecidos em confissão, sem nenhuma excepção e sob penas severíssimas.
Os efeitos do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus e portanto o perdão dos
pecados; a reconciliação com a Igreja; a recuperação, se perdida, do estado de graça; a remissão
da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, ao menos em parte, das penas
temporais que são consequência do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação
do espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate cristão.
311. Quando se pode celebrar este sacramento com confissão genérica e absolvição
colectiva?
Em casos de grave necessidade (como o perigo iminente de morte), pode-se recorrer à celebração
comunitária da Reconciliação com confissão genérica e absolvição colectiva, respeitando as normas
da Igreja e com o propósito de confessar individualmente os pecados graves no tempo oportuno.
As indulgências são a remissão diante de Deus da pena temporal devida aos pecados, já
perdoados quanto à culpa, que, em determinadas condições, o fiel adquire para si ou para os
defuntos mediante o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui o
tesouro dos méritos de Cristo e dos Santos.
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No Antigo Testamento, o homem doente experimenta os seus limites e ao mesmo tempo percebe
que a doença está ligada misteriosamente ao pecado. Os profetas intuíram que a doença podia ter
também um valor redentor em relação aos próprios pecados e aos dos outros. Assim, a doença era
vivida perante Deus, da qual o homem implorava a cura.
A compaixão de Jesus pelos doentes e as numerosas curas de enfermos são um claro sinal de que,
com Ele, chegou o Reino de Deus e a vitória sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Com a sua
paixão e morte, Ele dá um novo sentido ao sofrimento, o qual, se unido ao seu, pode ser meio de
purificação e de salvação para nós e para os outros.
A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pô-la em prática com
os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui sobretudo
um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por São
Tiago: «Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter
ungido com óleo no nome do Senhor» (Tg 5,14-15).
Este sacramento pode ser recebido pelo fiel que começa a encontrar-se em perigo de morte por
doença ou velhice. O mesmo fiel pode recebê-lo também outras vezes se a doença se agrava ou
então no caso doutra doença grave. A celebração deste sacramento, se possível, deve ser
precedida pela confissão individual do doente.
A celebração deste sacramento consiste essencialmente na unção com óleo benzido, se possível,
pelo Bispo, na fronte e nas mãos do doente (no rito romano, ou também noutras partes do corpo
segundo outros ritos), acompanhada da oração do sacerdote, que implora a graça especial deste
sacramento.
Ele confere uma graça especial que une mais intimamente o doente à Paixão de Cristo, para o seu
bem e de toda a Igreja, dando-lhe conforto, paz, coragem, e também o perdão dos pecados, se o
doente não se pode confessar. Este sacramento consente por vezes, se for a vontade de Deus,
também a recuperação da saúde física. Em todo o caso, esta Unção prepara o doente para a
passagem à Casa do Pai.
É a Eucaristia recebida por aqueles que estão para deixar esta vida terrena e se preparam para a
passagem à vida eterna. Recebida no momento da passagem deste mundo ao Pai, a Comunhão do
Corpo e Sangue de Cristo morto e ressuscitado é semente de vida eterna e potência de
ressurreição.
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321. Quais são os sacramentos ao serviço da comunhão e da missão?
Dois sacramentos, a Ordem e o Matrimónio, conferem uma graça especial para uma missão
particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus. Eles contribuem em especial para a
comunhão eclesial e para a salvação dos outros.
É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser
exercida na Igreja, até ao fim dos tempos.
Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial
consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um
poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus.
Na Antiga Aliança, este sacramento é prefigurado no serviço dos Levitas, no sacerdócio de Aarão e
na instituição dos setenta «Anciãos» (Num 11,25). Estas prefigurações encontraram realização em
Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da sua cruz, é o «único (...) mediador entre Deus e os
homens» (1 Tim 2,5), o Sumo-sacerdote à maneira de Melquisedec» (Heb 5,10). O único
sacerdócio de Cristo é tornado presente pelo sacerdócio ministerial.
Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o
episcopado, o presbiterado e o diaconado.
327. Qual é a missão do Bispo na Igreja particular que lhe foi confiada?
O Bispo, ao qual é confiada uma Igreja particular, é o princípio visível e o fundamento da unidade
dessa Igreja, a favor da qual exerce, como vigário de Cristo, o ministério pastoral, coadjuvado
pelos presbíteros e diáconos.
A unção do Espírito assinala o presbítero com um carácter espiritual indelével, configura-o a Cristo
sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo Cabeça. Sendo cooperador da Ordem
episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino, sobretudo a
Eucaristia, da qual o seu ministério recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis.
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Embora seja ordenado para uma missão universal, ele exerce-a numa Igreja particular, em
fraternidade sacramental com os outros presbíteros que formam o «presbitério» e que, em
comunhão com o Bispo, e, em dependência dele, têm a responsabilidade da Igreja particular.
O diácono, configurado a Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja sob a
autoridade do Bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto divino, da condução pastoral e
da caridade.
Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos sobre a
cabeça do ordinando por parte do Bispo, que pronuncia a solene oração consecratória. Com ela, o
Bispo invoca de Deus, para o ordinando, a especial efusão do Espírito Santo e dos seus dons, em
ordem ao ministério.
Compete aos Bispos validamente ordenados, enquanto sucessores dos Apóstolos, conferir os três
graus do sacramento da Ordem.
Para o episcopado é sempre requerido o celibato. Na Igreja latina, para o presbiterado, são
normalmente escolhidos homens crentes que vivem celibatários e têm vontade de guardar o
celibato «pelo reino dos céus» (Mt 19,12). Nas Igrejas Orientais, não é consentido casar depois da
Ordenação. O diaconado permanente pode ser conferido a homens já casados.
Este sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que configura o ordenado a Cristo na
sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os respectivos graus do sacramento. A
ordenação confere um carácter espiritual indelével: por isso não pode ser repetida nem conferida
por um tempo limitado.
Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por autoridade
própria, e nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de Cristo Cabeça
e em nome da Igreja. Portanto o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não apenas em
grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço do qual Cristo o instituiu.
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Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher,
chamou-os, no Matrimónio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre eles, «de modo que
já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes: «sede fecundos e
multiplicai-vos» (Gn 1,28).
A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, está
por sua natureza ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos.
Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus
Cristo: «O que Deus uniu não o separe o homem» (Mc 10,9).
Por causa do primeiro pecado, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da
mulher, dada pelo Criador, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada pela discórdia e pela
infidelidade. Todavia Deus, na sua infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a sua graça para
que possam realizar a união das suas vidas segundo o desígnio originário de Deus.
Deus, sobretudo através da pedagogia da Lei e dos profetas, ajuda o seu povo a amadurecer
progressivamente a consciência da unicidade e da indissolubilidade do Matrimónio. A aliança
nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a Aliança nova realizada pelo Filho de Deus com a
sua esposa, a Igreja.
Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, mas dá a graça para viver o
Matrimónio na nova dignidade de sacramento, que é o sinal do seu amor esponsal pela Igreja:
«Vós maridos amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja» (Ef 5,25).
O Matrimónio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e mulheres a seguir o
Senhor Jesus na vida da virgindade ou do celibato pelo Reino dos céus, renunciando ao grande
bem do Matrimónio para se preocuparem com as coisas do Senhor e para procurar agradar-Lhe,
tornando-se assim sinal do absoluto primado do amor de Cristo e da ardente esperança da sua
vinda gloriosa.
Uma vez que o Matrimónio coloca os cônjuges num estado público de vida na Igreja, a sua
celebração litúrgica é pública, na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada da Igreja) e
das outras testemunhas.
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seja válido, o consentimento deve ter como objecto o verdadeiro Matrimónio e ser um acto
humano, consciente e livre, não determinado pela violência ou por constrições.
Para serem lícitos, os matrimónios mistos (entre católico e baptizado não católico) requerem a
permissão da autoridade eclesiástica. Aqueles com disparidade de culto (entre católico e não
baptizado) para serem válidos precisam duma dispensa. Em todo o caso, é essencial que os
cônjuges não excluam a aceitação dos fins e das propriedades essenciais do Matrimónio e que o
cônjuge católico confirme o empenho, conhecido também do outro cônjuge, de conservar a fé e de
assegurar o Baptismo e a educação católica dos filhos.
A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua coabitação se
tornou praticamente impossível, embora se deseje uma sua reconciliação. Mas eles, enquanto vive
o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimónio seja nulo e
como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica.
Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como Matrimónio a união dos divorciados recasados
civilmente. «Quem repudia a própria mulher e casa com outra comete adultério contra ela; se a
mulher repudia o marido e casa com outro, comete adultério» (Mc 10, 11-12). Para com eles, a
Igreja desenvolve uma atenta solicitude, convidando-os a uma vida de fé, à oração, às obras de
caridade e à educação cristã dos filhos. Mas eles não podem receber a absolvição sacramental nem
abeirar-se da comunhão eucarística, nem exercer certas responsabilidades eclesiais enquanto
perdurar esta situação, que objectivamente contrasta com a lei de Deus.
Porque a família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de
Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da
família uma comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do
primeiro anúncio da fé aos filhos.
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São sinais sagrados instituídos pela Igreja, por meio dos quais são santificadas algumas
circunstâncias da vida. Incluem sempre uma oração, muitas vezes acompanhada do sinal da cruz e
de outros sinais. Entre os sacramentais, figuram, em primeiro lugar, as bênçãos, que são um
louvor a Deus e uma oração para obter os seus dons, as consagrações de pessoas e as dedicações
de coisas para o culto de Deus.
Fala-se de exorcismo, quando a Igreja pede com a sua autoridade, em nome de Jesus, que uma
pessoa ou um objecto seja protegido contra a acção do Maligno e subtraído ao seu domínio. É
praticado de modo ordinário no rito do Baptismo. O exorcismo solene, chamado o grande
exorcismo, pode ser feito só por um sacerdote autorizado pelo Bispo.
O sentido religioso do povo cristão encontrou sempre diversas expressões nas várias formas de
piedade que acompanham a vida sacramental da Igreja, como a veneração das relíquias, as visitas
aos santuários, as peregrinações, as procissões, a «via-sacra», o Rosário. As formas autênticas de
piedade popular são favorecidas e iluminadas pela luz da fé da Igreja.
O cristão que morre em Cristo chega, no termo da sua existência terrena, à consumação da nova
vida iniciada com o Baptismo, revigorada pela Confirmação e alimentada pela Eucaristia,
antecipação do banquete celeste. O sentido da morte do cristão manifesta-se à luz da Morte e da
Ressurreição de Cristo, nossa única esperança; o cristão que morre em Cristo Jesus, vai «habitar
junto do Senhor» (2 Cor 5,8).
357. Como é que a vida moral cristã está ligada à fé e aos sacramentos?
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A dignidade da pessoa humana radica na criação à imagem e semelhança de Deus. Dotada de uma
alma espiritual e imortal, de inteligência e de vontade livre, a pessoa humana está ordenada para
Deus e chamada, com a sua alma e o seu corpo, à bem-aventurança eterna.
É a visão de Deus na vida eterna, em que seremos plenamente «participantes da natureza divina»
(2 Ped 1,4), da glória de Cristo e da felicidade da vida trinitária. A bem-aventurança ultrapassa as
capacidades humanas: é um dom sobrenatural e gratuito de Deus, como a graça que a ela conduz.
A bem-aventurança prometida coloca-nos perante escolhas morais decisivas em relação aos bens
terrenos, estimulando-nos a amar a Deus acima de tudo.
É o poder, dado por Deus ao homem, de agir e não agir, de fazer isto ou aquilo, praticando assim
por si mesmo acções deliberadas. A liberdade caracteriza os actos propriamente humanos. Quanto
mais faz o bem, mais alguém se torna livre. A liberdade atinge a perfeição quando é ordenada para
Deus, sumo Bem e nossa Bem-aventurança. A liberdade implica também a possibilidade de
escolher entre o bem e o mal. A escolha do mal é um abuso da liberdade, que conduz à
escravatura do pecado.
A liberdade torna o homem responsável pelos seus actos, na medida em que são voluntários,
embora a imputabilidade e a responsabilidade de um acto possam ser diminuídas, e até anuladas,
pela ignorância, a inadvertência, a violência suportada, o medo, as afeições desordenadas e os
hábitos.
O primeiro pecado enfraqueceu a liberdade humana. Os pecados sucessivos vieram acentuar esta
debilidade. Mas «foi para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua graça, o
Espírito Santo conduz-nos para a liberdade espiritual, para fazer de nós colaboradores livres da sua
obra na Igreja e no mundo.
A moralidade dos actos humanos depende de três fontes: do objecto escolhido, ou seja, dum bem
verdadeiro ou aparente; da intenção do sujeito que age, isto é, do fim que ele tem em vista ao
fazer a acção; das circunstâncias da acção, onde se incluem as suas consequências.
O acto é moralmente bom quando supõe, ao mesmo tempo, a bondade do objecto, do [N63]fim
em vista e das circunstâncias. O objecto escolhido pode, por si só, viciar toda a acção, mesmo se a
sua intenção for boa. Não é lícito fazer o mal para que dele derive um bem. Um fim mau pode
corromper a acção, mesmo que, em si, o seu objecto seja bom. Pelo contrário, um fim bom não
torna bom um comportamento que for mau pelo seu objecto, uma vez que o fim não justifica os
meios. As circunstâncias podem atenuar ou aumentar a responsabilidade de quem age, mas não
podem modificar a qualidade moral dos próprios actos, não tornam nunca boa uma acção que, em
si, é má.
Há actos, cuja escolha é sempre ilícita, por causa do seu objecto (por exemplo, a blasfémia, o
homicídio, o adultério). A sua escolha comporta uma desordem da vontade, isto é, um mal moral,
que não pode ser justificado com os bens que eventualmente daí pudessem derivar.
Enquanto movimentos da sensibilidade, as paixões não são nem boas nem más em si mesmas:
são boas quando contribuem para uma acção boa; são más, no caso contrário. Elas podem ser
assumidas pelas virtudes ou pervertidas nos vícios.
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373. Que implica a dignidade da pessoa perante a consciência moral?
A dignidade da pessoa humana implica rectidão da consciência moral (ou seja, estar de acordo
com o que é justo e bom, segundo a razão e a Lei divina). Por causa da sua dignidade pessoal, o
homem não deve ser obrigado a agir contra a consciência e, dentro dos limites do bem comum,
nem sequer deve ser impedido de agir em conformidade com ela, sobretudo em matéria religiosa.
A consciência moral recta e verdadeira forma-se com a educação e com a assimilação da Palavra
de Deus e do ensino da Igreja. É amparada com os dons do Espírito Santo e ajudada com os
conselhos de pessoas sábias. Além disso, ajudam muito na formação moral a oração e o exame de
consciência.
Há três mais gerais: 1) nunca é permitido fazer o mal porque daí derive um bem; 2) a chamada
regra de ouro: «tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho vós também» (Mt 7,
12); 3) a caridade passa sempre pelo respeito do próximo e da sua consciência, embora isto não
signifique aceitar como um bem aquilo que é objectivamente um mal.
A pessoa deve obedecer sempre ao juízo certo da sua consciência, mas esta também pode emitir
juízos erróneos, por causas nem sempre isentas de culpabilidade pessoal. Não é porém imputável
à pessoa o mal realizado por ignorância involuntária, mesmo que objectivamente não deixe de ser
um mal. É preciso, pois, trabalhar para corrigir os erros da consciência moral.
A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. «O fim de uma vida virtuosa é
tornar-se semelhante a Deus» (S. Gregório de Nissa). Há virtudes humanas e virtudes teologais.
As virtudes humanas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade, que regulam
os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a fé.
Adquiridas e reforçadas por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela
graça divina.
São as virtudes, chamadas cardeais, que reagrupam todas as outras e que constituem a charneira
da vida virtuosa. São elas: prudência, justiça, fortaleza e temperança.
A prudência dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o nosso verdadeiro bem e a
escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz as outras virtudes, indicando-lhes a regra e a
medida.
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A justiça consiste na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido. A justiça
para com Deus é chamada «virtude da religião».
A fortaleza assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, chegando até à
capacidade do eventual sacrifício da própria vida por uma causa justa.
A temperança modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e
proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados.
São as virtudes que têm como origem, motivo e objecto imediato o próprio Deus. São infundidas
no homem com a graça santificante, tornam-nos capazes de viver em relação com a Trindade e
fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Elas são o
penhor da presença e da acção do Espírito Santo nas faculdades do ser humano.
A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que Ele nos revelou e que a Igreja
nos propõe para acreditarmos, porque Ele é a própria Verdade. Pela fé, o homem entrega-se a
Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé
opera pela caridade» (Gal 5,6).
A esperança é a virtude teologal por meio da qual desejamos e esperamos de Deus a vida eterna
como nossa felicidade, colocando a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos na
ajuda da graça do Espírito Santo para merecê-la e perseverar até ao fim da vida terrena.
A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como
a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei. A
caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14) e o fundamento das outras virtudes, que ela anima,
inspira e ordena: sem ela «não sou nada» e «nada me aproveita» (1 Cor 13,1-3).
Os dons do Espírito Santo são disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir as
inspirações divinas. São sete: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e
temor de Deus.
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Os frutos do Espírito Santo são perfeições plasmadas por Ele em nós como primícias da glória
eterna. A tradição da Igreja enumera doze: «Amor, alegria, paz, paciência, longanimidade,
bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade» (Gal 5,22-23
vulgata).
Exige o reconhecimento das nossas culpas e o arrependimento dos nossos pecados. Pela sua
Palavra e pelo seu Espírito, o próprio Deus nos revela os nossos pecados, dá-nos a verdade da
consciência e a esperança do perdão.
É «uma palavra, um acto ou um desejo contrários à Lei eterna» (S. Agostinho). É uma ofensa a
Deus, na desobediência ao seu amor. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade
humana. Cristo, na sua Paixão, revela plenamente a gravidade do pecado e vence-o com a sua
misericórdia.
A variedade dos pecados é grande. Distinguem-se segundo o seu objecto, ou segundo as virtudes
ou os mandamentos a que se opõem. Podem ser directamente contra Deus, contra o próximo e
contra nós mesmos. Podemos ainda distinguir entre pecados por pensamentos, por palavras, por
acções e por omissões.
Comete-se pecado mortal quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena consciência e
deliberado consentimento. Este pecado destrói a caridade, priva-nos da graça santificante e
conduz-nos à morte eterna do inferno, se dele não nos arrependermos. É perdoado ordinariamente
mediante os sacramentos do Baptismo e da Penitência ou Reconciliação.
O pecado venial, que difere essencialmente do pecado mortal, comete-se quando se trata de
matéria leve, ou mesmo grave, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento. Não
quebra a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade; manifesta um afecto desordenado pelos
bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e na prática do bem moral;
merece penas purificatórias temporais.
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Os vícios, sendo contrários às virtudes, são hábitos perversos que obscurecem a consciência e
inclinam ao mal. Os vícios podem estar ligados aos chamados sete pecados capitais, que são:
soberba, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou negligência.
São situações sociais ou instituições contrárias à lei divina, expressão e efeito de pecados pessoais.
Princípio, sujeito e fim de todas as instituições sociais é e deve ser a pessoa. Certas sociedades,
como a família e a sociedade civil, são necessárias para ela. São úteis ainda outras associações,
tanto no interior das comunidades políticas como a nível internacional, no respeito do princípio de
subsidiariedade.
Este princípio indica que uma sociedade de ordem superior não deve assumir uma tarefa que diga
respeito a uma sociedade de ordem inferior, privando-a das suas competências, mas deve, antes,
apoiá-la em caso de necessidade.
Toda a comunidade humana tem necessidade duma autoridade legítima, que assegure a ordem e
contribua para a realização do bem comum. Tal autoridade encontra o seu fundamento na natureza
humana, porque corresponde à ordem estabelecida por Deus.
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a lei e não a vontade arbitrária dos homens. As leis injustas e as medidas contrárias à ordem
moral não obrigam as consciências.
Por bem comum entende-se o conjunto das condições de vida social que permitem aos grupos e
aos indivíduos atingir a sua perfeição.
409. Onde é que se realiza dum modo mais relevante o bem comum?
A realização mais completa do bem comum encontra-se nas comunidades políticas, que defendem
e promovem o bem dos cidadãos e dos corpos intermédios, sem esquecer o bem universal da
família humana.
Cada ser humano, segundo o lugar que ocupa e o papel que desempenha, participa na promoção
do bem comum respeitando as leis justas e encarregando-se de sectores de que assume a
responsabilidade pessoal, como o cuidado da própria família e o empenho no seu trabalho. Para
além disso, os cidadãos, na medida do possível, devem tomar parte activa na vida pública.
A sociedade assegura a justiça social quando respeita a dignidade e os direitos da pessoa, que
constituem o seu próprio fim. Além disso, a sociedade procura a justiça social, que está conexa ao
bem comum e ao exercício da autoridade, quando realiza as condições que permitam às
associações e ao indivíduo obter aquilo a que têm direito.
Todos os homens gozam de igual dignidade e direitos fundamentais, uma vez que, criados à
imagem do Deus único e dotados duma alma racional, têm a mesma natureza e origem e são
chamados, em Cristo único salvador, à mesma bem-aventurança divina.
Há iníquas desigualdades económicas e sociais, que ferem milhões de seres humanos; elas estão
em contradição aberta com o Evangelho, são contrárias à justiça, à dignidade das pessoas e à paz.
Mas há também diferenças entre os homens, causadas por factores que fazem parte do plano de
Deus. Com efeito, Ele quer que cada um receba dos outros aquilo de que precisa, e quer que os
que dispõem de «talentos» particulares os partilhem com os outros. Tais diferenças estimulam e
obrigam, muitas vezes, as pessoas à magnanimidade, à benevolência e à partilha, e incitam as
culturas a enriquecerem-se umas às outras.
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A solidariedade, exigência da fraternidade humana e cristã, manifesta-se, em primeiro lugar, na
justa repartição dos bens, équa na remuneração do trabalho e no esforço por uma ordem social
mais justa. A virtude da solidariedade pratica também a repartição dos bens espirituais da fé,
ainda mais importantes que os materiais.
A lei moral é obra da Sabedoria divina. Prescreve-nos caminhos e normas de conduta que levam à
bem-aventurança prometida, proibindo-nos os caminhos que nos desviam de Deus.
A lei natural, escrita pelo Criador no coração de cada ser humano, consiste numa participação na
sabedoria e bondade de Deus, e manifesta o sentido moral originário que permite ao homem
discernir, pela razão, o bem e o mal. Ela é universal e imutável, e constitui a base dos deveres e
dos direitos fundamentais da pessoa, bem como da comunidade humana e da própria lei civil.
Por causa do pecado, a lei natural nem sempre é percebida por todos com igual clarerza e
imediatez.
A Antiga Lei é o primeiro estádio da Lei revelada. Ela exprime muitas verdades que são
naturalmente acessíveis à razão e que se encontram assim declaradas e autenticadas nas Alianças
da salvação. As suas prescrições morais estão compendiadas nos Dez Mandamentos do Decálogo,
colocam os alicerces da vocação do homem, proíbem o que é contrário ao amor de Deus e do
próximo e prescrevem o que lhe é essencial.
A Antiga Lei permite conhecer muitas verdades acessíveis à razão, indica o que se deve e o que se
não deve fazer, e sobretudo, como um sábio pedagogo, prepara e dispõe à conversão e ao
acolhimento do Evangelho. Todavia, embora santa, espiritual e boa, a Lei antiga é ainda imperfeita,
pois, por si, não dá a força e a graça do Espírito para a cumprir.
A Nova Lei ou Lei evangélica, proclamada e realizada por Cristo, é a perfeição e cumprimento da
Lei divina, natural e revelada. Resume-se no mandamento do amor a Deus e ao próximo, e de nos
amarmos como Cristo nos amou; é também uma realidade interior dada ao homem: a graça do
Espírito Santo que torna possível um tal amor. É a «lei da liberdade» (Tg 1,25), porque nos inclina
a agir espontaneamente sob o impulso da caridade.
A Lei nova encontra-se em toda a vida e pregação de Cristo e na catequese moral dos Apóstolos: o
Sermão do Senhor na Montanha é a sua principal expressão.
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A justificação é a obra mais excelente do amor de Deus. É a acção misericordiosa e gratuita de
Deus, que perdoa os nossos pecados e nos torna justos e santos em todo o nosso ser. Isto tem
lugar por meio da graça do Espírito Santo, que nos foi merecida pela paixão de Cristo e nos foi
dada no Baptismo. A justificação inicia a resposta livre do homem, ou seja, a fé em Cristo e a
colaboração com a graça do Espírito Santo.
A graça é o dom gratuito que Deus nos dá para nos tornar participantes da sua vida trinitária e
capaz de agir por amor d’Ele. É chamada graça habitual ou santificante ou deificante, pois nos
santifica e diviniza. É sobrenatural, porque depende inteiramente da iniciativa gratuita de Deus e
ultrapassa as capacidades da inteligência e das forças do homem. Escapa, portanto, à nossa
experiência.
Para além da graça habitual, existem: as graças actuais (dons circunstanciais); as graças
sacramentais (dons próprios de cada sacramento); as graças especiais ou carismas (que têm como
fim o bem comum da Igreja), entre as quais as graças de estado, que acompanham o exercício dos
ministérios eclesiais e das responsabilidades da vida.
A graça precede, prepara e suscita a resposta livre do homem. Responde às aspirações profundas
da liberdade humana, convida-a à colaboração e leva-a à sua perfeição.
O mérito é o que dá direito à recompensa por uma acção boa. Em relação a Deus, o homem, de si,
não pode merecer nada, tendo recebido gratuitamente tudo d’Ele. Todavia, Deus dá-lhe a
possibilidade de adquirir méritos pela união à caridade de Cristo, fonte dos nossos méritos diante
de Deus. Os méritos das obras boas devem por isso ser atribuídos antes de mais à graça de Deus e
depois à vontade livre do homem.
Sob a moção do Espírito Santo, podemos merecer, para nós mesmos e para os outros, as graças
úteis para nos santificarmos e para alcançar a vida eterna, bem como os bens temporais
necessários segundo os desígnios de Deus. Ninguém pode merecer a graça primeira, que está na
origem da conversão e da justificação.
Todos os fiéis são chamados à santidade. Esta é a plenitude da vida cristã e a perfeição da
caridade, que se obtém mediante a íntima união com Cristo e, n’Ele, com a Santíssima Trindade. O
caminho de santificação do cristão, depois de ter passado pela cruz, terá o seu acabamento na
ressurreição final dos justos, na qual Deus será tudo em todas as coisas.
A Igreja é a comunidade onde o cristão acolhe a Palavra de Deus que contém os ensinamentos da
«Lei de Cristo» (Gal 6,2); recebe a graça dos sacramentos; une-se à oferta eucarística de Cristo de
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modo que a sua vida moral seja um culto espiritual; e aprende o exemplo da santidade da Virgem
Maria e dos Santos.
Porque é missão do Magistério da Igreja pregar a fé que deve ser acreditada e aplicada na vida
prática. Essa missão estende-se também aos preceitos específicos da lei natural, porque a sua
observância é necessária para a salvação.
Os cinco preceitos da Igreja têm por fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável do espírito de
oração, da vida sacramental, do empenho moral e do crescimento do amor de Deus e do próximo.
433. Porque é que a vida moral dos cristãos é indispensável para o anúncio do
Evangelho?
Porque, com a sua vida conforme ao Senhor Jesus, os cristãos atraem os homens à fé no
verdadeiro Deus, edificam a Igreja, modelam o mundo com o espírito do Evangelho e apressam a
vinda do Reino de Deus.
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa da escravidão.Não terás
outros deuses perante Mim. Não farás para ti nenhuma imagem esculpida, nem figura que existe lá
no alto do céu, ou cá em baixo, na terra, ou nas águas debaixo da terra. Não te prostrarás diante
delas nem lhes prestarás culto, porque Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a
ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem; mas uso de
misericórdia até à milésima geração com aqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos.Não invocarás em vão o Nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem
castigo quem invocar o seu Nome em vão.Recorda-te do dia do Sábado para o santificar. Durante
seis dias trabalharás e farás todos os trabalhos. Mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor teu Deus.
Não farás nele nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho ou tua filha, nem o teu servo nem a tua
serva, nem teu gado, nem o estrangeiro que vive em tua cidade. Porque em seis dias o Senhor fez
o Céu e a Terra, o mar e o que eles contêm: mas ao sétimo descansou. Por isso o Senhor
abençoou o dia de Sábado e o consagrou .Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na
terra que o Senhor teu Deus te vai dar.Não matarás.Não cometerás adultério.Não roubarás.Não
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levantarás falso testemunho contra o teu próximo.Não cobiçarás a casa do teu próximo.Não
desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento,
nem nada do que lhe pertença.
Deuteronómio 5, 6-21
Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa da escravidão.
Não matarás.
Não roubarás.
Não desejarás a mulher do teu próximo; Não cobiçarás… nada que pertença ao teu próximo.
Fórmula da Catequese
Quinto: Não matar (nem causar outro dano, no corpo ou na alma, a si mesmo ou ao próximo).
Oitavo: Não levantar falsos testemunhos (nem de qualquer outro modo faltar à verdade ou difamar
o próximo)
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Estes dez mandamentos
434. «Mestre, que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?» (Mt 19,16)
Ao jovem que lhe faz esta pergunta, Jesus responde: «Se queres entrar na vida, observa os
mandamentos», e acrescenta: «Vem e segue-me» (Mt 19,16-21). Seguir Jesus implica observar os
mandamentos. A Lei não é abolida, mas o homem é convidado a encontrá-la na pessoa do divino
Mestre, que em si mesmo a cumpre perfeitamente, lhe revela o pleno significado e atesta a sua
perenidade.
Jesus interpreta a Lei, à luz do duplo e único mandamento da caridade, que é a plenitude da Lei:
«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua
mente. Este é o maior e o primeiro dos mandamentos. E o segundo é semelhante ao primeiro:
amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os
Profetas» (Mt 22,37-40).
Decálogo significa «dez palavras» (Ex 34,28). Estas palavras resumem a Lei, dada por Deus ao
povo de Israel, no contexto da Aliança, por meio de Moisés. Este, ao apresentar os mandamentos
do amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o povo eleito e para
cada um em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.
O Decálogo compreende-se à luz da Aliança, na qual Deus se revela, dando a conhecer a sua
vontade. Na observância dos mandamentos, o povo mostra a sua pertença a Deus e responde com
gratidão à sua iniciativa de amor.
O Decálogo constitui um conjunto orgânico e indissociável, porque cada mandamento remete para
os outros e para o todo do Decálogo. Por isso, transgredir um mandamento é infringir toda a Lei.
Porque enuncia deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo.
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441. É possível observar o Decálogo?
Sim, porque Cristo, sem o qual nada podemos fazer, nos torna capazes de observá-lo, com o dom
do seu Espírito e da sua graça.
442. Que implica a afirmação: «Eu sou o Senhor teu Deus» (Ex 20,2)?
Implica, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes
opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a
incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão
bem-aventurada de Deus e da sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a
Deus sobre todas as coisas: são rejeitadas portanto a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia
ou preguiça espiritual e o ódio a Deus, que nasce do orgulho.
443. Que implica a Palavra do Senhor: «Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás
culto» (Mt 4,10)?
Implica adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-lhe o culto devido individual e
comunitariamente; rezar-lhe com expressões de louvor, de acção de graças, de intercessão e de
súplica; oferecer-Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o
sacrifício perfeito de Cristo; e manter as promessas e os votos que Lhe fizermos.
444. Como é que a pessoa realiza o próprio direito de prestar culto a Deus na verdade e
na liberdade?
Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a
Deus e à sua Igreja, e, uma vez conhecida, de a abraçar e guardar fielmente, prestando a Deus
um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria
religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em
conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma
individual ou associada.
445. Que proíbe Deus ao ordenar: «Não terás outros deuses perante Mim» (Ex 20,2)?
- o politeísmo e a idolatria, que diviniza uma criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demónio;
- a superstição, que é um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, e que se expressa nas várias
formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo;
- a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou actos, no sacrilégio, que profana pessoas
ou coisas sagradas sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender
realidades espirituais;
- o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção de
autonomia humana;
- o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, e que inclui o indiferentismo e o
ateísmo prático.
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446. Ao dizer: «não farás para ti qualquer imagem esculpida» (Ex 20,3) proíbe-se o
culto das imagens?
Invocando, bendizendo, louvando e glorificando o santo Nome de Deus. Deve pois ser evitado o
abuso de invocar o Nome de Deus para justificar um crime, e ainda todo o uso inconveniente do
seu Nome, como a blasfémia, que por sua natureza é um pecado grave, as imprecações e a
infidelidade às promessas feitas em Nome de Deus.
Porque, assim, se chama a Deus, que é a própria Verdade, como testemunha da mentira.
É fazer, sob juramento, uma promessa com intenção de a não manter ou de violar a promessa feita
sob juramento. É um pecado grave contra Deus, que é sempre fiel às suas promessas.
450. Porque é que Deus «abençoou o dia de Sábado e o declarou sagrado» (Ex 20,11)?
Porque o dia de Sábado recorda o repouso de Deus no sétimo dia da criação e também a libertação
de Israel da escravidão do Egipto e a Aliança que Deus estabeleceu com o povo.
Jesus reconhece a santidade do Sábado e, com a sua autoridade divina, dá-lhe a sua interpretação
autêntica: «O Sábado foi feito para o homem e não o homem para o Sábado» (Mc 2,27).
Porque o Domingo é o dia da ressurreição de Cristo. Como «primeiro dia da semana» (Mc 16,2) ele
evoca a primeira criação; como «oitavo dia», que segue o Sábado, significa a nova criação,
inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim para os cristãos o primeiro de todos os
dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual Ele, com a sua Páscoa, leva à realização a
verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus.
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454. Porque é importante reconhecer civilmente o Domingo como dia festivo?
Para que todos possam gozar de repouso suficiente e de tempo livre, que lhes permitam cuidar da
vida religiosa, familiar, cultural e social; para dispor de tempo propício à meditação, reflexão,
silêncio e estudo; e para fazer boas obras, servir os doentes e os anciãos.
Manda honrar e respeitar os nossos pais e aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu com a
sua autoridade.
Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os filhos uma família. Deus
instituiu a família e dotou-a da sua constituição fundamental. O matrimónio e a família são
ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. Entre os membros da família
estabelecem-se relações pessoais e responsabilidades primárias. Em Cristo, a família torna-se
igreja doméstica, porque ela é comunidade de fé, de esperança e de amor.
Em relação aos pais, os filhos devem respeito (piedade filial), reconhecimento, docilidade e
obediência, contribuindo assim, também com as boas relações entre irmãos e irmãs, para o
crescimento da harmonia e da santidade de toda a vida familiar. Se os pais se encontrarem em
situação de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda
moral e material.
Os pais, participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis da educação dos filhos
e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos como pessoas e filhos
de Deus e, dentro do possível, de prover às suas necessidades materiais e espirituais, escolhendo
para eles uma escola adequada e ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e
do estado de vida. Em particular, têm a missão de educá-los na fé cristã.
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462. Os laços familiares são um bem absoluto?
Os laços familiares são importantes mas não absolutos, porque a primeira vocação do cristão é
seguir Jesus, amando-o: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim;
quem ama a filha ou o filho mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Os pais devem,
com alegria, ajudar os filhos no seguimento de Jesus, em todos os estados de vida, mesmo na vida
consagrada ou no ministério sacerdotal.
A autoridade deve ser exercida, como um serviço, respeitando os direitos fundamentais da pessoa
humana, uma justa hierarquia de valores, as leis, a justiça distributiva, e o princípio de
subsidiariedade. No exercício da autoridade, cada um deve procurar o interesse da comunidade em
vez do próprio e deve inspirar as suas decisões na verdade acerca de Deus, do homem e do
mundo.
Em consciência, o cidadão não deve obedecer quando os mandamentos das autoridades civis se
opõem às exigências da ordem moral: «É necessário obedecer mais a Deus do que aos homens»
(Act 5,29).
Porque é sagrada. Desde o seu início ela supõe a acção criadora de Deus e mantém-se para
sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. A ninguém é lícito destruir
directamente um ser humano inocente, pois é um acto gravemente contrário à dignidade da
pessoa e à santidade do Criador. «Não causarás a morte do inocente e do justo» (Ex 23, 7).
467. Porque é que a legítima defesa das pessoas e das sociedades não vai contra tal
norma?
Porque com a legítima defesa se exerce a escolha de defender e valorizar o direito à própria vida e
à dos outros, e não a escolha de matar. Para quem tem responsabilidade pela vida do outro, a
legítima defesa pode até ser um dever grave. Todavia ela não deve comportar um uso da violência
maior que o necessário.
A pena, infligida por uma legítima autoridade pública, tem como objectivo compensar a desordem
introduzida pela culpa, preservar a ordem pública e a segurança das pessoas, e contribuir para a
emenda dos culpados.
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A pena infligida deve ser proporcionada à gravidade do delito. Hoje, na sequência das
possibilidades do Estado para reprimir o crime tornando inofensivo o culpado, os casos de absoluta
necessidade da pena de morte «são agora muito raros, se não mesmo praticamente inexistentes»
(Evangelium vitae). Quando forem suficientes os meios incruentos, a autoridade deve limitar-se ao
seu uso, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum, são mais conformes
à dignidade da pessoa humana e não retiram definitivamente ao culpado a possibilidade de se
redimir.
O aborto directo, querido como fim ou como meio, e também a cooperação nele, crime que leva
consigo a pena de excomunhão, porque o ser humano, desde a sua concepção, deve ser, em modo
absoluto, respeitado e protegido totalmente;
A eutanásia directa, que consiste em pôr fim à vida de pessoas com deficiências, doentes ou
moribundas, mediante um acto ou omissão duma acção devida;
O suicídio e a cooperação voluntária nele, enquanto ofensa grave ao justo amor de Deus, de si e
do próximo: a responsabilidade pode ser ainda agravada por causa do escândalo ou atenuada por
especiais perturbações psíquicas ou temores graves.
Os cuidados habitualmente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente
interrompidos. São legítimos o uso de analgésicos, que não têm como fim a morte, e também a
renúncia ao «excesso terapêutico», isto é, à utilização de tratamentos médicos desproporcionados
e sem esperança razoável de êxito positivo.
O direito inalienável à vida de cada ser humano, desde a sua concepção, é um elemento
constitutivo da sociedade civil e da sua legislação. Quando o Estado não coloca a sua força ao
serviço dos direitos de todos e em particular dos mais fracos, e entre eles dos concebidos ainda
não nascidos, passam a ser minados os próprios fundamentos do Estado de direito.
O escândalo, que consiste em levar alguém a fazer o mal, evita-se respeitando a alma e o corpo da
pessoa. Se alguém induz deliberadamente outro a pecar gravemente, comete uma culpa grave.
O dever dum razoável cuidado da saúde física, da nossa e da dos outros, evitando todavia o culto
do corpo e toda a espécie de excessos. Evitar o uso de estupefacientes, com gravíssimos danos
para a saúde e a vida humana e também o abuso dos alimentos, do álcool, do tabaco e dos
remédios.
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475. Quando são moralmente legítimas as experiências científicas, médicas ou
psicológicas, sobre pessoas ou grupos humanos?
São moralmente legítimas se estão ao serviço do bem integral da pessoa e da sociedade e não
trazem riscos desproporcionados à vida e à integridade física e psíquica dos indivíduos, que devem
ser oportunamente esclarecidos e dar o seu consentimento.
Os moribundos têm direito a viver com dignidade os últimos momentos da sua vida terrena,
sobretudo com a ajuda da oração e dos sacramentos que preparam para o encontro com o Deus
vivo.
Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade. A sua cremação é permitida,
se não puser em causa a fé na ressurreição dos corpos.
O Senhor, que proclama «bem-aventurados os obreiros da paz» (Mt 5, 9), pede a paz do coração e
denuncia a imoralidade da ira, que é desejo de vingança pelo mal recebido, e do ódio, que leva a
desejar o mal ao próximo. Estas atitudes, se voluntárias e consentidas em matéria de grande
importância, são pecados graves contra a caridade.
A paz no mundo, a qual é exigida para o respeito e desenvolvimento da vida humana, não é a
simples ausência de guerra ou equilíbrio entre as forças em contraste, mas é «a tranquilidade da
ordem» (S. Agostinho), «fruto da justiça» (Is 32, 17) e efeito da caridade. A paz terrena é imagem
e fruto da paz de Cristo.
Exige a distribuição equitativa e a tutela dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres
humanos, o respeito da dignidade das pessoas e dos povos, a assídua prática da justiça e da
fraternidade.
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O uso da força militar é moralmente justificado pela presença contemporânea das seguintes
condições: certeza de um dano permanente e grave; ineficácia doutras alternativas pacíficas;
fundadas possibilidades de êxito; ausência de males piores, considerado o poder actual dos meios
de destruição.
Compete ao juízo prudente dos governantes, aos quais compete também o direito de impor aos
cidadãos a obrigação da defesa nacional, salvo o direito pessoal à objecção de consciência, a
realizar-se com outra forma de serviço à comunidade humana.
A lei moral permanece sempre válida, mesmo em caso de guerra. Devem tratar-se com
humanidade os não combatentes, os soldados feridos e os prisioneiros. As acções deliberadamente
contrárias ao direito dos povos e as disposições que as impõem são crimes que a obediência cega
não pode desculpar. Devem-se condenar as destruições em massa, bem como o extermínio de um
povo ou duma minoria étnica, que são pecados gravíssimos e obrigam moralmente a resistir às
ordens de quem os ordena.
Devemos fazer tudo o que é razoavelmente possível para evitar de qualquer modo a guerra, devido
aos males e injustiças que ela provoca. É necessário, em especial, evitar a acumulação e comércio
de armas não devidamente regulamentadas pelos poderes legítimos; as injustiças sobretudo
económicas e sociais; as discriminações étnicas e religiosas; a inveja, a desconfiança, o orgulho e
o espírito de vingança. Tudo quanto se fizer para eliminar estas e outras desordens ajudará a
construir a paz e a evitar a guerra.
Deus criou o ser humano como homem e mulher, com igual dignidade pessoal, e inscreveu nele a
vocação ao amor e à comunhão. Compete a cada um aceitar a sua identidade sexual,
reconhecendo a sua importância para a pessoa toda, bem como o valor da especificidade e da
complementaridade.
Supõe a aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia de liberdade humana aberta ao
dom de si. Para tal fim, é necessária uma educação integral e permanente, através de etapas
graduais de crescimento.
São numerosos os meios à disposição: a graça de Deus, a ajuda dos sacramentos, a oração, o
conhecimento de si, a prática duma ascese adaptada às situações, o exercício das virtudes morais,
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em particular da virtude da temperança, que procura fazer com que as paixões sejam guiadas pela
razão.
Todos, seguindo Cristo modelo de castidade, são chamados a levar uma vida casta, segundo o
próprio estado de vida: uns na virgindade ou no celibato consagrado, forma eminente de uma mais
fácil entrega a Deus com um coração indiviso; os outros, se casados, vivendo a castidade conjugal;
os não casados vivem a castidade na continência.
493. Porque é que o sexto mandamento, que diz «não cometerás adultério», proíbe
todos os pecados contra a castidade?
Embora no texto bíblico se leia «não cometerás adultério» (Ex 20,14), a Tradição da Igreja segue
complexivamente todos os ensinamentos morais do Antigo e Novo Testamento, e considera o sexto
mandamento como englobando todos os pecados contra a castidade.
As autoridades civis, obrigadas a promover o respeito pela dignidade da pessoa, devem contribuir
para criar um ambiente favorável à castidade, mesmo impedindo, com leis apropriadas, a difusão
de algumas das chamadas graves ofensas à castidade, para proteger sobretudo os menores e os
mais débeis.
Os bens do amor conjugal, que para os baptizados é santificado pelo sacramento do matrimónio,
são: a unidade, a fidelidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade.
O acto conjugal tem um duplo significado: unitivo (a mútua doação dos esposos) e procriador (a
abertura à transmissão da vida). Ninguém deve quebrar a conexão inquebrável que Deus quis
entre os dois significados do acto conjugal, excluindo um deles.
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É intrinsecamente imoral toda a acção – como, por exemplo, a esterilização directa ou a
contracepção – que, na previsão do acto conjugal ou na sua realização ou no desenvolvimento das
suas consequências naturais, se proponha, como objectivo ou como meio, impedir a procriação.
São imorais porque dissociam a procriação do acto com que os esposos se entregam mutuamente,
instaurando assim um domínio da técnica sobre a origem e o destino da pessoa humana. Além
disso, a inseminação e a fecundação heteróloga, com o recurso a técnicas que envolvem uma
pessoa estranha ao casal dos esposos, prejudicam o direito do filho a nascer dum pai e duma mãe
conhecidos por ele, ligados entre si pelo matrimónio e tendo o direito exclusivo a tornarem-se pais,
só um através do outro.
O filho é um dom de Deus, o maior dom do matrimónio. Não existe um direito a ter filhos («o filho
exigido, a todo o custo»). Existe, ao contrário, o direito do filho a ser o fruto do acto conjugal dos
seus progenitores e o direito a ser respeitado como pessoa desde o momento da sua concepção.
No caso em que o dom do filho não lhes tivesse sido concedido, os esposos, esgotados os recursos
médicos legítimos, podem mostrar a sua generosidade, mediante o cuidado ou a adopção, ou
então realizando serviços significativos em favor do próximo. Deste modo, realizarão uma preciosa
fecundidade espiritual.
Ele enuncia o destino, a distribuição universal e a propriedade privada dos bens, e ainda o respeito
das pessoas, dos seus bens e da integridade da criação. A Igreja encontra fundada neste
mandamento também a sua doutrina social, que compreende o recto agir na actividade económica
e na vida social e política, o direito e o dever do trabalho humano, a justiça e a solidariedade entre
as nações, o amor aos pobres.
O direito à propriedade privada existe se ela for adquirida ou recebida de modo justo e desde que
seja respeitado o destino universal dos bens para a satisfação das necessidades fundamentais de
todos os homens.
O fim da propriedade privada é a garantia da liberdade e da dignidade de cada uma das pessoas,
ajudando-as a satisfazer as necessidades fundamentais próprias daqueles por quem se tem a
responsabilidade e dos outros que vivem em necessidade.
O homem deve tratar os animais, criaturas de Deus, com benevolência, evitando quer o amor
excessivo para com eles, quer o seu uso indiscriminado, sobretudo para experimentações
científicas efectuadas para lá dos limites razoáveis e com sofrimentos inúteis para os próprios
animais. ( )
O sétimo mandamento, antes de mais, proíbe o furto que é a usurpação do bem alheio contra a
razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos;
na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na
falsificação de cheques ou facturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais,
causar um dano às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o
abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal feitos e o esbanjamento. ( )
A Igreja emite um juízo moral em matéria económica e social quando isto é exigido pelos direitos
fundamentais da pessoa, do bem comum ou da salvação das almas.
Segundo os seus próprios métodos, no âmbito da ordem moral, ao serviço da pessoa humana na
sua integridade e de toda a comunidade humana, no respeito da justiça social. Ela deve ter o
homem como seu autor, centro e fim.
Opõem-se à doutrina social da Igreja os sistemas económicos e sociais que sacrificam os direitos
fundamentais das pessoas ou que fazem do lucro a sua regra exclusiva ou o seu fim último. Por
isso, a Igreja rejeita as ideologias associadas, nos tempos modernos, ao «comunismo» ou às
formas ateias e totalitárias de «socialismo». Rejeita, além disso, na prática do «capitalismo», o
individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano.
O trabalho é para o homem um dever e um direito, mediante o qual ele colabora com Deus criador.
Com efeito, trabalhando com empenho e competência, a pessoa põe em acção capacidades
inscritas na sua natureza, exalta os dons do Criador e os talentos recebidos, sustenta-se a si e aos
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seus familiares, serve a comunidade humana. Além disso, com a graça de Deus, o trabalho pode
ser meio de santificação e de colaboração com Cristo para a salvação dos outros.
A todos deve ser possível obter um trabalho seguro e honesto, sem discriminações injustas,
respeitando a livre iniciativa económica e uma justa retribuição.
Os responsáveis das empresas têm a responsabilidade económica e ecológica das suas operações.
Estão obrigados a ter em conta o bem das pessoas e não apenas o aumento dos lucros, embora
estes sejam necessários para assegurar os investimentos, o futuro das empresas, o emprego e o
bom andamento da vida económica.
Devem realizar o seu trabalho, com consciência, competência e dedicação, procurando resolver,
com o diálogo, eventuais controvérsias. O recurso à greve não violenta é moralmente legítimo
quando se apresenta como instrumento necessário, em vista dum benefício proporcionado e tendo
em conta o bem comum.
Os fiéis leigos intervêm directamente na vida política e social animando, com espírito cristão, as
realidades temporais e colaborando com todos, como autênticas testemunhas do Evangelho e
promotores da paz e da justiça.
O amor aos pobres inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças e no exemplo de Jesus com a
sua constante atenção aos pobres. Jesus disse: «Todas as vezes que fizerdes isto a um só destes
irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25,40). O amor aos pobres manifesta-se na acção
contra a pobreza material e contra as numerosas formas de pobreza cultural, moral e religiosa. As
obras de misericórdia, espirituais e corporais e as numerosas instituições de beneficência que
surgiram ao longo dos séculos, constituem um concreto testemunho do amor preferencial pelos
pobres que caracteriza os discípulos de Jesus.
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521. Qual o dever do homem em relação à verdade?
Toda a pessoa é chamada à sinceridade e à veracidade no agir e no falar. Cada um tem o dever de
procurar a verdade e de aderir a ela, organizando toda a sua vida segundo as exigências da
verdade. Em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade: Ele é a Verdade.
Seguir Jesus é viver do «Espírito de verdade» (Jo 14,17) e evitar a duplicidade, a simulação e a
hipocrisia.
O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede pela natureza da verdade que
ela deforma, das circunstâncias, das intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas;
O juízo temerário, a maledicência, a difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a boa reputação
e a honra a que a pessoa tem direito;
Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou dano a outrem.
A informação mediática deve estar ao serviço do bem comum, ser sempre verdadeira no conteúdo
e, salva a justiça e a caridade, deve ser também íntegra. Além disso deve expressar-se em modo
honesto e conveniente, respeitando escrupulosamente as leis morais, os direitos legítimos e a
dignidade da pessoa.
A verdade é bela por si mesma. Ela comporta o esplendor da beleza espiritual. Além da palavra,
existem numerosas formas de expressão da verdade, em especial as obras artísticas. São o fruto
do talento dado por Deus e do esforço do homem. A arte sacra, para ser verdadeira e bela, deve
evocar e glorificar o Mistério de Deus revelado em Cristo e conduzir à adoração e ao amor de Deus
Criador e Salvador, Beleza excelsa de Verdade e de Amor.
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527. O que exige o nono mandamento?
O nono mandamento exige vencer a concupiscência carnal nos pensamentos e nos desejos. A luta
contra a concupiscência passa pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança.
O nono mandamento proíbe cultivar pensamentos e desejos relativos às acções proibidas pelo
sexto mandamento.
O baptizado, com a graça de Deus, em luta contra os desejos desordenados, chega à pureza do
coração mediante a virtude e o dom da castidade, a pureza de intenção e do olhar exterior e
interior, com a disciplina dos sentidos e da imaginação e pela oração.
Este mandamento completa o precedente e exige uma atitude interior de respeito em relação à
propriedade alheia. Proíbe a avidez, a cupidez desregrada dos bens dos outros e a inveja, que
consiste na tristeza que se experimenta perante os bens alheios e o desejo imoderado de deles se
apoderar.
Jesus requer aos seus discípulos que O prefiram a tudo e a todos. O desprendimento das riquezas
– segundo o espírito da pobreza evangélica – e o abandono à providência de Deus, que nos liberta
da preocupação pelo amanhã, preparam-nos para a bem-aventurança dos «pobres em espírito,
porque deles é já o reino dos céus» (Mt 5, 3).
O maior desejo do homem é ver a Deus. Este é o grito de todo o seu ser: «Quero ver a Deus!». De
facto, o homem realiza a verdadeira e perfeita felicidade na visão e na bem-aventurança d’Aquele
que o criou por amor e o atrai a Si no seu infinito amor.
A oração consiste em elevar a alma a Deus ou em pedir a Deus bens conformes à sua vontade. Ela
é sempre um dom de Deus que vem ao encontro do homem. A oração cristã é relação pessoal e
viva dos filhos de Deus com o Pai infinitamente bom, com o seu Filho Jesus Cristo e com o Espírito
Santo que habita no coração daqueles.
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Porque primeiramente Deus, através da criação, chama do nada todos os seres e ainda porque,
mesmo depois da queda, o homem continua a ser capaz de reconhecer o seu Criador, conservando
o desejo d’Aquele que o chamou à existência. Todas as religiões e, em especial, toda a história da
salvação, testemunham este desejo de Deus por parte do homem, se bem que é sempre Deus que
primeiro e incessantemente atrai cada uma das pessoas para o encontro misterioso da oração.
Abraão é um modelo de oração porque caminha na presença de Deus, O escuta e Lhe obedece. A
sua oração é um combate da fé, porque ele continua a crer na fidelidade de Deus mesmo nos
momentos de provação. Além disso, depois de receber na sua tenda a visita do Senhor, que lhe
confia os seus desígnios, Abraão ousa interceder pelos pecadores, com audaciosa confiança.
A oração de Moisés é o tipo da oração contemplativa: Deus, que, da Sarça ardente, chama Moisés,
conversa muitas vezes e longamente com ele «face a face, como um homem com o seu amigo»
(Ex 33,11). Nesta intimidade com Deus, Moisés recebe a força para interceder tenazmente em
favor do povo: a sua oração prefigura assim a intercessão do único mediador, Cristo Jesus.
À sombra da morada de Deus – a Arca da Aliança e mais tarde o templo – cresce a oração do Povo
de Deus, sob a orientação dos seus pastores. Entre eles, David é o rei «segundo o coração de
Deus», o pastor que reza pelo seu povo. A sua oração é um modelo da oração do povo pois é
adesão à promessa divina e confiança cheia de amor n’Aquele que é o único Rei e Senhor.
Os profetas recebem da oração luz e força para exortar o povo à fé e à conversão do coração.
Entram numa grande intimidade com Deus e intercedem pelos irmãos, aos quais anunciam tudo o
que viram e ouviram da parte do Senhor. Elias é o pai dos profetas, isto é, dos que procuram o
Rosto de Deus. No Monte Carmelo, obtém o regresso do povo à fé, graças à intervenção de Deus,
a quem suplica: «Responde-me Senhor, responde-me!» (1 Re 18,37).
Os Salmos são o vértice da oração no Antigo Testamento: a Palavra de Deus torna-se oração do
homem. Inseparavelmente pessoal e comunitária, esta oração, inspirada pelo Espírito Santo, canta
as maravilhas de Deus na criação e na história da salvação. Cristo rezou os Salmos, e deu-lhes
pleno cumprimento. E é por isso que eles permanecem um elemento essencial e permanente da
oração da Igreja, adaptados aos homens de todas as condições e de todos os tempos.
Jesus, segundo o seu coração de homem, foi ensinado a rezar por sua Mãe e pela tradição judaica.
Mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque Ele é o Filho eterno de Deus, que, na sua
santa humanidade, dirige a seu Pai a oração filial perfeita.
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O Evangelho apresenta muitas vezes Jesus em oração. Ele retira-se para a solidão, mesmo de
noite. Jesus reza antes dos momentos decisivos da sua missão ou da missão dos Apóstolos. De
facto, toda a sua vida é oração, porque Ele existe numa comunhão constante de amor com o Pai.
A oração de Jesus durante a agonia no Jardim de Getsemani e nas últimas palavras sobre a cruz
revelam a profundidade da sua oração filial: Jesus conduz à sua realização o desígnio de amor do
Pai e toma sobre si todas as angústias da humanidade, todas as interrogações e intercessões da
história da salvação. Ele apresenta-as ao Pai que as acolhe e escuta, para lá de toda a esperança,
ressuscitando-O dos mortos.
Jesus ensina-nos a rezar, não só com a oração do Pai nosso, mas também com a sua própria
oração. Assim, para além do conteúdo, ensina-nos as disposições requeridas para uma verdadeira
oração: a pureza do coração que procura o Reino e perdoa aos inimigos; a confiança audaz e filial
que se estende para além do que sentimos e compreendemos; a vigilância que protege o discípulo
da tentação; a oração no Nome de Jesus, nosso Mediador junto do Pai.
A nossa oração é eficaz porque está unida à de Jesus mediante a fé. N’Ele, a oração cristã torna-se
comunhão de amor com o Pai. Podemos, neste caso, apresentar os nossos pedidos a Deus e ser
atendidos: «Pedi e recebereis, assim a vossa alegria será completa» (Jo 16,24).
A oração de Maria caracteriza-se pela fé e pela oferta generosa de todo o seu ser a Deus. A Mãe de
Jesus é a Nova Eva, a «Mãe dos viventes»: ela pede a Jesus, seu Filho, pelas necessidades de
todos os homens.
No início dos Actos dos Apóstolos está escrito que na primeira comunidade de Jerusalém, educada
pelo Espírito Santo na vida de oração, os crentes «eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, fiéis à
união fraterna, à fracção do pão e às orações» (Act 2, 42).
O Espírito Santo, Mestre interior da oração cristã, forma a Igreja para a vida de oração e a faz
entrar cada vez mais profundamente na contemplação e na união com o insondável mistério de
Cristo. As formas de oração, tais como as revelam os Escritos apostólicos e canónicos,
permanecerão sempre normativas para a oração cristã.
A bênção é a resposta do homem aos dons de Deus: nós bendizemos o Omnipotente que
primeiramente nos abençoa e enche dos seus dons.
A adoração é a prostração do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador três vezes
santo.
Pode ser um pedido de perdão ou mesmo uma súplica humilde e confiante em relação a todas as
nossas necessidades espirituais ou materiais. Mas a primeira realidade a desejar é a vinda do
Reino.
A intercessão consiste no pedir em favor doutro. Ela conforma-nos e une-nos à oração de Jesus
que intercede junto do Pai por todos os homens, em especial pelos pecadores. A intercessão deve
estender-se também aos inimigos.
A Igreja dá graças a Deus incessantemente, sobretudo ao celebrar a Eucaristia, na qual Cristo a faz
participar na sua acção de graças ao Pai. Todos os acontecimentos se convertem para o cristão em
motivo de acção de graças. ( 2637-2638; 2648 )
O louvor é a forma de oração que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus. É
completamente desinteressada: canta Deus por Ele ser quem é e glorifica-O porque Ele é.
Na Igreja, é através duma Tradição viva que o Espírito Santo ensina os filhos de Deus a orar. A
oração não se reduz, com efeito, ao brotar espontâneo dum impulso interior, mas implica
contemplação, estudo e compreensão das realidades espirituais que se experimentam.
São: a Palavra de Deus, que nos dá a «sublime ciência de Cristo» (Filp 3,8); a Liturgia da Igreja
que anuncia, actualiza e comunica o mistério da salvação; as virtudes teologais; as situações
quotidianas, porque nelas podemos encontrar Deus.
O caminho da nossa oração é Cristo, porque ela se dirige a Deus nosso Pai, mas aquela só chega
até Ele, se, ao menos implicitamente, rezamos no Nome de Jesus. A sua humanidade é, pois, o
único caminho pelo qual o Espírito Santo nos ensina a rezar a Deus nosso Pai. Por isso as orações
litúrgicas concluem-se com a fórmula: «Por nosso Senhor Jesus Cristo».
Uma vez que o Espírito Santo é o Mestre interior da oração cristã e «nós não sabemos o que
devemos pedir» (Rm 8,26), a Igreja exorta-nos a invocá-lo e a implorá-lo em todas as ocasiões:
«Vinde, Espírito Santo!».
Em virtude da sua singular cooperação com a acção do Espírito Santo, a Igreja gosta de orar a
Maria e de orar com Maria, a Orante perfeita, para com Ela engrandecer e invocar o Senhor. De
facto, Maria, «mostra-nos o caminho» que é o Seu Filho, o único Mediador.
Antes de mais com a Ave Maria, oração mediante a qual a Igreja pede a intercessão da Virgem.
Outras orações marianas são o Rosário o hino Acatistos, a Paraclisis, os hinos e os cânticos das
diversas tradições cristãs.
Os santos são modelos de oração e a eles pedimos para, junto da Santíssima Trindade,
intercederem por nós e pelo mundo inteiro. A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao
desígnio de Deus. Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história da Igreja,
diversos tipos de espiritualidade, que ensinam a viver e a pôr em prática a oração.
Em toda a parte se pode rezar, mas a escolha de um lugar apropriado não é indiferente para a
oração. A igreja é o lugar próprio da oração litúrgica e da adoração eucarística. Também outros
lugares ajudam a rezar, como um «recanto de oração» em casa; um mosteiro; um santuário.
Todos os momentos são indicados para a oração, mas a Igreja propõe aos fiéis ritmos destinados a
alimentar a oração contínua: orações da manhã e da noite, antes e depois das refeições, liturgia
das Horas; Eucaristia dominical; Santo Rosário; festas do ano litúrgico.
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A tradição cristã conservou três modos para expressar e viver a oração: a oração vocal, a
meditação e a oração contemplativa. Têm em comum o recolhimento do coração.
A oração vocal associa o corpo à oração interior do coração. Mesmo a mais interior das orações não
poderia prescindir da oração vocal. Em todo o caso, ela deve brotar duma fé pessoal. Com o Pai
Nosso, Jesus ensinou-nos uma fórmula perfeita de oração vocal.
A meditação é uma reflexão orante, que parte sobretudo da Palavra de Deus na Bíblia. Mobiliza a
inteligência, a imaginação, a emoção, o desejo, para aprofundar a nossa fé, suscitar a conversão
do nosso coração e fortalecer a nossa vontade de seguir a Cristo. É uma etapa preliminar em
direcção à união de amor com o Senhor.
A oração contemplativa é um simples olhar sobre Deus no silêncio e no amor. É um dom de Deus,
um momento de fé pura durante o qual o orante procura Cristo, se entrega à vontade amorosa do
Pai e concentra o seu ser sob a acção do Espírito. Santa Teresa de Ávila define-a como uma íntima
relação de amizade, «em que muitas vezes dialogamos a sós com Deus, por Quem sabemos ser
amados».
A oração é um dom da graça, mas pressupõe sempre uma resposta decidida da nossa parte,
porque o que reza combate contra si mesmo, contra o ambiente e sobretudo contra o Tentador,
que faz tudo para retirá-lo da oração. O combate da oração é inseparável do progresso da vida
espiritual. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza.
Para lá das formas erróneas de conceber a oração, muitos pensam que não têm tempo para rezar
ou então que seja inútil. Os que rezam podem desanimar perante as dificuldades e os insucessos
aparentes. Para vencer estes obstáculos são necessárias a humildade, a confiança e a
perseverança.
A distracção é a dificuldade habitual da nossa oração. Ela afasta da atenção a Deus e pode também
revelar aquilo a que estamos apegados. O nosso coração deve então regressar humildemente ao
Senhor. A oração é muitas vezes insidiada pela aridez, cuja superação, na fé, permite aderir ao
Senhor, mesmo sem uma consolação sensível. A acédia é uma forma de preguiça espiritual devida
ao relaxamento da vigilância e à negligência na guarda do coração.
A confiança filial é posta à prova quando pensamos que não somos atendidos. Devemos
interrogar-nos, então, se Deus é para nós um Pai do qual procuramos cumprir a vontade, ou não
será antes um simples meio para obter o que queremos. Se a nossa oração se une à de Jesus,
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sabemos que Ele nos concede muito mais do que este ou aquele dom: recebemos o Espírito Santo
que transforma o nosso coração.
Orar é sempre possível porque o tempo do cristão é o tempo de Cristo ressuscitado, o qual
«permanece connosco todos os dias» (Mt 28,20). Oração e vida cristã são por isso inseparáveis.
É a chamada oração sacerdotal de Jesus na Última Ceia. Jesus, o Sumo Sacerdote da Nova Aliança,
dirige-a ao Pai quando chega a Hora da sua «passagem» para Ele, a Hora do seu sacrifício.
PAI NOSSO
Pai Nosso
Jesus ensinou-nos esta oração cristã insubstituível, o Pai Nosso, um dia quando um dos discípulos,
vendo-O rezar, lhe pediu: «Ensina-nos a rezar» (Lc 11, 1). A tradição litúrgica da Igreja usou
sempre o texto de S. Mateus (6, 9-13).
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O Pai Nosso é a «síntese de todo o Evangelho» (Tertuliano), «a oração perfeitíssima» (S. Tomás de
Aquino). Situado no centro do Discurso da Montanha (Mt 5-7), retoma, sob a forma de oração, o
conteúdo essencial do Evangelho.
O Pai Nosso é a «Oração dominical», ou seja «a oração do Senhor», porque nos foi ensinado pelo
próprio Senhor Jesus.
O Pai Nosso é a oração da Igreja por excelência e é «entregue» no Baptismo para manifestar o
novo nascimento para a vida divina dos filhos de Deus. A Eucaristia mostra-lhe o sentido pleno,
visto que as suas petições, fundadas no mistério da salvação já realizada, e que serão plenamente
atendidas na vinda do Senhor. O Pai Nosso é também parte integrante da liturgia das Horas.
Porque Jesus, nosso Redentor, nos apresenta diante do Rosto do Pai, e o seu Espírito faz de nós
filhos. Podemos assim rezar o Pai Nosso com uma confiança simples e filial, com uma alegre
segurança e uma audácia humilde, com a certeza de ser amados e atendidos.
Podemos invocar o «Pai», porque Ele nos foi revelado por seu Filho feito homem e porque o seu
Espírito no-Lo faz conhecer. A invocação do Pai introduz-nos no seu mistério com uma admiração
sempre nova e suscita em nós o desejo dum comportamento filial. Ao rezar a oração do Senhor
estamos conscientes de sermos filhos no Filho do eterno Pai.
«Nosso» exprime uma relação totalmente nova com Deus. Sempre que rezamos ao Pai,
adoramo-Lo e glorificamo-Lo com o Filho e o Espírito. Em Cristo, somos o «seu» Povo e Ele é o
«nosso» Deus, desde agora e para a eternidade. Dizemos, com efeito, Pai «nosso», porque a
Igreja de Cristo é a comunhão duma multidão de irmãos que têm «um só coração e uma só alma»
(Act 4,32).
585. Com que espírito de comunhão e missão dizemos ao rezar a Deus Pai «nosso»?
Dado que rezar o Pai «nosso» é um bem comum de todos os baptizados, estes sentem o apelo
urgente a participar na oração de Jesus pela unidade dos seus discípulos. Rezar o «Pai Nosso» é
rezar com e por todos os homens, para que conheçam o único e verdadeiro Deus e sejam reunidos
na unidade.
Esta expressão bíblica não indica um lugar mas uma maneira de ser: Deus está para lá e acima de
tudo. Designa a majestade, a santidade de Deus, e também a sua presença no coração dos justos.
O céu, ou a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para a qual tendemos na esperança,
enquanto estamos ainda na terra. Nós vivemos já nela «escondidos com Cristo em Deus» (Col 3,
3).
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587. Como é composta a oração do Senhor?
A oração do Senhor contém sete petições a Deus Pai. As primeiras três, mais teologais,
aproximam-nos d’Ele, para a sua glória: pois é próprio do amor pensar antes de mais n’Aquele que
amamos. Elas sugerem o que em especial devemos pedir-Lhe: a santificação do seu Nome, a vinda
do seu Reino, a realização da sua Vontade. As últimas quatro apresentam ao Pai de misericórdia as
nossas misérias e as nossas expectativas. Pedimos que nos alimente, nos perdoe, nos defenda nas
tentações e nos livre do Maligno.
Santificar o Nome de Deus é, antes de mais, um louvor que reconhece Deus como Santo. De facto,
Deus revelou o seu santo Nome a Moisés e quis que o seu povo lhe fosse consagrado como uma
nação santa na qual Ele habita.
Santificar o Nome de Deus que nos chama «à santificação» (1 Tes 4,7) é desejar que a
consagração baptismal vivifique toda a nossa vida. É pedir, além disso, com a nossa vida e a nossa
oração, que o Nome de Deus seja conhecido e bendito por todos os homens.
A Igreja pede a vinda final do Reino de Deus mediante o regresso de Cristo na glória. Mas a Igreja
reza, também, para que o Reino de Deus cresça, já hoje, graças à santificação dos homens no
Espírito e graças ao seu empenho ao serviço da justiça e da paz, segundo as Bem-aventuranças.
Este pedido é o grito do Espírito e da Esposa: «Vem Senhor Jesus» (Ap 22,20).
591. Porque pedir: «Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu»?
A vontade do Pai é que «todos os homens sejam salvos» (1 Tim 2,3). Para isso é que Jesus veio:
para realizar perfeitamente a Vontade salvífica do Pai. Nós pedimos a Deus Pai que una a nossa
vontade à do seu Filho, a exemplo de Maria Santíssima e dos Santos. Pedimos que o seu desígnio
de benevolência se realize plenamente na terra como no céu. É mediante a oração que podemos
«discernir a vontade de Deus» (Rm 12,2) e obter a «perseverança para a cumprir» (Heb 10, 36).
592. Que significa o pedido: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje»?
Ao pedir a Deus, com o confiante abandono dos filhos, o alimento quotidiano necessário a todos
para a subsistência, reconhecemos o quanto Deus nosso Pai é bom e está acima de toda a
bondade. Pedimos também a graça de saber agir de modo que a justiça e a partilha façam com
que a abundância de uns possa prover às necessidades dos outros.
Porque «o homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4,4),
este pedido refere-se igualmente à fome da Palavra de Deus e à do Corpo de Cristo recebido na
Eucaristia, bem como à fome do Espírito Santo. Pedimo-Lo, com uma confiança absoluta, para
hoje, o hoje de Deus, o qual nos é dado sobretudo na Eucaristia que antecipa o banquete do reino
que há-de vir.
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594. Porque dizer: «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem
nos tem ofendido»?
Ao pedir a Deus Pai para nos perdoar, reconhecemo-nos pecadores diante d’Ele. E, ao mesmo
tempo, confessamos a sua misericórdia, porque, no seu Filho e através dos sacramentos,
«recebemos a redenção, o perdão dos pecados» (Col 1,14). Porém, o nosso pedido só será
atendido se tivermos perdoado aos que nos ofenderam.
A misericórdia penetra no nosso coração só se também nós soubermos perdoar, até aos nossos
inimigos. Ora, mesmo que ao homem pareça impossível satisfazer esta exigência, o coração que se
oferece ao Espírito Santo pode, como Cristo, amar até ao extremo do amor, mudar a ferida em
compaixão, transformar a ofensa em intercessão. O perdão participa da misericórdia divina e é um
vértice da oração cristã.
Pedimos a Deus Pai que não nos deixe sozinhos e à mercê da tentação. Pedimos ao Espírito para
sabermos discernir entre a provação que ajuda a crescer no bem e a tentação que conduz ao
pecado e à morte, e, ainda, entre ser tentados e consentir na tentação. Esta petição coloca-nos em
união com Jesus, que, com a sua oração, venceu a tentação e solicita a graça da vigilância e da
perseverança final.
O Mal indica a pessoa de Satanás que se opõe a Deus e que é «o sedutor de toda a terra» (Ap 12,
9). A vitória sobre o diabo já foi alcançada por Cristo. Mas nós pedimos para que a família humana
seja libertada de Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom precioso da paz e a graça da
esperança perseverante da vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do Maligno.
«Depois, acabada a oração, tu dizes: Ámen, corroborando com o Ámen, que significa
“Assim seja, que isso se faça”, tudo o que está contido na «oração que Deus nos
ensinou»(S. Cirilo de Jerusalém).
APÊNDICE
Sinal da Cruz
Glória ao Pai
Avé Maria, cheia de graça,o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.Santa Maria, Mãe de Deus,rogai por nós pecadores,
Ao Anjo da Guarda
Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso Entre os esplendores da luz perpétua. Descansem em paz.
Ámen.
Angelus (A Trindades)
Avé Maria...
R. Faça-se em mim,
Avé Maria....
Avé Maria.......
Oremos:
vosso Filho,
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sejamos conduzidos à glória da Ressurreição.
Rainha do Céu
Oremos.
Sua Mãe,
Salve Rainha
Magnificat
A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os
olhos na humildade da sua serva:de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as
gerações.O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:Santo é o seu nome.A sua misericórdia se
estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.Manifestou o poder do seu braço e
dispersou os soberbos.Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos
encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu Israel seu servo, lembrado da sua
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misericórdia,como tinha prometido a nossos pais,a Abraão e à sua descendência para
sempre.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre.Ámen.
Benedictus
Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo, e nos deu um Salvador
poderoso na casa de David, seu servo,conforme prometeu pela boca dos seus santos,os profetas
dos tempos antigos,para nos libertar dos nossos inimigos,e das mãos daqueles que nos odeiam.
Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais,recordando a sua sagrada aliança,e o
juramento que fizera a Abraão,nosso pai,que nos havia de conceder esta graça:de O servirmos um
dia, sem temor,livres das mãos dos nossos inimigos,em santidade e justiça, na sua presença,todos
os dias da nossa vida.E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo,porque irás à sua frente a
preparar os seus caminhos,para dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus
pecados,graças ao coração misericordioso do nosso Deus,que das alturas nos visita como sol
nascente, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos
no caminho da paz. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.Como era no princípio,agora e
sempre. Ámen.
Te Deum
Nós Vos louvamos, ó Deus,nós Vos bendizemos, Senhor.Toda a terra Vos adora,Pai eterno e
omnipotente.Os Anjos, os Céus e todas as Potestades, os Querubins e os Serafins Vos aclamam
sem cessar:Santo, Santo, Santo,Senhor Deus do Universo,o céu e a terra proclamam a vossa
glória.O coro glorioso dos Apóstolos,a falange venerável dos Profetas,o exército resplandecente dos
Mártires cantam os vossos louvores.A santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso
nome:Deus de infinita majestade,Pai, Filho e Espírito Santo.Senhor Jesus Cristo, Rei da glória,Filho
do Eterno Pai,para salvar o homem, tomastes a condição humana no seio da Virgem Maria.Vós
despedaçastes as cadeias da morte e abristes as portas do céu.Vós estais sentado à direita de
Deus,na glória do Pai,e de novo haveis de vir para julgar os vivos e os mortos. Socorrei os vossos
servos, Senhor,que remistes com vosso Sangue precioso; e recebei-os na luz da glória, na
assembleia dos vossos Santos.Salvai o vosso povo, Senhor,e abençoai a vossa herança;sede o seu
pastor e guia através dos tempos e conduzi-o às fontes da vida eterna.Nós Vos bendiremos todos
os dias da nossa vida e louvaremos para sempre o vosso nome.Dignai-Vos, Senhor, neste dia,
livrar-nos do pecado.Tende piedade de nós,Senhor, tende piedade de nós.Desça sobre nós a vossa
misericórdia,Porque em Vós esperamos.Em Vós espero, meu Deus,não serei confundido
eternamente.
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Distribuidor da riqueza, O que há de mais frio aquece;
Alma de Cristo
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Água do lado de Cristo, lavai-me
Lembrai-vos
Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria,que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que tenha
recorrido à Vossa protecção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro, fosse
por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança,a Vós, Virgem entre todas
singular,como a Mãe recorro, de Vós me valho, e, gemendo sob o peso dos meus pecados,me
prostro aos Vossos pés.Não desprezeis as minhas súplicas,ó Mãe do Filho de Deus
humanado,mas dignai- Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Ámen.
Oração do Incenso
(Tradição Copta)
Ó Rei da paz, concedei-nos a Vossa paz e perdoai os nossos pecados. Afugentai os inimigos da
Igreja e defendei-a, para que não pereça. O Emanuel, nosso Deus, está no meio de nós na
glória do Pai e do Espírito Santo. Ele nos abençoe, purifique o nosso coração e cure as doenças
da alma e do corpo. Nós Vos adoramos, ó Cristo, com o Vosso Pai misericordioso e o Espírito
Santo, porque viestes até junto de nós e nos salvastes.
(Tradição Siro-Maronita)
Permanece em paz, ó Altar de Deus. A oblação que de ti recebi me sirva para remissão das
ofensas e perdão dos pecados, e me obtenha a graça de comparecer diante do tribunal de Cristo
sem condenação e sem confusão. Não sei se me será concedido voltar e oferecer sobre ti um
outro Sacrifício. Protegei-me, Senhor, e conservai a Vossa Igreja, como caminho de verdade e
salvação. Ámen.
(Tradição bizantina)
Ó Deus dos espíritos e de toda a carne, que vencestes a morte, aniquilastes o diabo e destes a
vida ao mundo; Vós, ó Senhor, concedei à alma do Vosso servo N. defunto o descanso num
lugar luminoso, num lugar verdejante, num lugar de frescura, onde não há sofrimento, dor e
gemidos.Porque sois um Deus bom e misericordioso, perdoai toda a culpa por ele cometida em
palavras, obras ou pensamentos, uma vez que não há homem que não peque, que só Vós sois
sem pecado, a Vossa justiça é justiça eterna e a Vossa palavra é a verdade.Vós que sois a
ressurreição, a vida e o repouso do Vosso servo N. defunto, ó Cristo nosso Deus, nós Vos damos
glória, em comunhão com o Vosso Pai ingénito e com o Vosso santíssimo bom e vivificante
Espírito, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Descanse em paz. Ámen.
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Acto de Fé
Meu Deus, eu creio tudo o que Vós revelastes e a Santa Igreja nos ensina, porque não podeis
enganar-Vos nem enganar-nos.E, expressamente, creio em Vós, único e verdadeiro Deus em
três pessoas iguais e distintas: Pai, Filho e Espírito Santo; e creio em Jesus Cristo, Filho de Deus
encarnado, morto e ressuscitado por nós, e que a cada um dará, segundo as suas obras, o
prémio ou o castigo eterno. Nesta fé quero viver e morrer.Senhor, aumentai a minha fé. Ámen.
Acto de Esperança
Acto de Caridade
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, eu Vos
amo de todo o meu coração, a exemplo de Jesus; e, por Vosso amor, amo também o meu
próximo como a mim mesmo. Senhor, fazei que eu Vos ame cada vez mais. Ámen.
Acto de Contrição
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter
ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca
mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita
misericórdia. Ámen.
1. Amarás o Senhor teu Deus,com todo o teu coração,com toda a tua alma e com toda a tua
mente.
A regra de ouro
(Mt 7, 12) Tudo quanto quiserdes que os homens vos façam, fazei-lho vós também.
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porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os mansos,
Bem-aventurados os misericordiosos,
Bem-aventurados os pacificadores,
Alegrai-vos e exultai,
1. Fé
2. Esperança
3. Caridade.
1. Prudência
2. Justiça
3. Fortaleza
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4. Temperança.
1. Sabedoria
2. Entendimento
3. Conselho
4. Fortaleza
5. Ciência
6. Piedade
7. Temor de Deus.
1. Amor
2. Alegria
3. Paz
4. Paciência
5. Longanimidade
6. Benignidade
7. Bondade
8. Mansidão
9. Fé
10. Modéstia
11. Continência
12. Castidade.
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5. Contribuir para as necessidades materiais da Igreja, segundo as possibilidades.
3. Vestir os nus
5. Visitar os enfermos
6. Visitar os presos
7. Enterrar os mortos.
2. Ensinar os ignorantes
4. Consolar os tristes
5. Perdoar as injúrias
1. Soberba
2. Avareza
3. Luxúria
4. Ira
5. Gula
6. Inveja
7. Preguiça.
Os quatro novíssimos:
1. Morte
2. Juízo
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3. Inferno
4. Paraíso.
1.1-Senhor Jesus Cristo, Palavra de Deus Pai, Deus de toda a criação, que destes aos vossos
santos Apóstolos o poder de submeter os demónios ao vosso nome e destruir toda a força do
inimigo; Deus santo, que, entre as maravilhas da vossa benigna providência, Vos dignastes
mandar: «Expulsai os demónios»; Deus forte, que fulminastes Satanás com o vosso poder,
precipitando-o do céu, como um raio: humildemente imploro com temor e tremor o vosso santo
nome, para que, sustentado pela vossa fortaleza, possa combater confiadamente o espírito
maligno que atormenta esta vossa criatura. Vós que haveis de vir para julgar os vivos e os
mortos e o mundo pelo fogo. Amen.
1.3-Amen.
1.4-Deus Pai todo-poderoso, que quer salvar todos os homens, esteja convosco Ele está no meio
de nós.
1.5-Deus de bondade infinita, que na água instituístes admiráveis sacramentos, para salvar o
género humano,atendei propício as nossas súplicas e infundi sobre este elemento natural o
poder da vossa @ bênção, para que esta vossa criatura, adaptada ao serviço dos sagrados
mistérios, receba a eficácia da graça divina para repelir os demónios e afastar as doenças, de
modo que nos lugares dos fiéis onde for aspergida esta água tudo seja liberto de adversidades,
e não possam aí estabelecer-se as ciladas do inimigo, e, assim, sãos e salvos os vossos fiéis,
pela invocação do vosso santo nome sejam protegidos de todos os perigos. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.Amen.
1.6-Deus eterno e omnipotente, abençoai @ este sal, Vós que ordenastes ao profeta Eliseu que
o misturasse na água para remediar a sua esterilidade. Fazei que, mediante a aspersão
purificadora do sal e da água, sejamos livres do poder do inimigo e sempre protegidos pela
presença do Espírito Santo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na
unidade do Espírito Santo. Amen.
1.7-Eis água bendita: seja para nós salvação e vida, em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. Amen.
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1.8-Imploremos humildemente, irmãos caríssimos, a misericórdia de Deus omnipotente, para
que, pela intercessão de todos os Santos, oiça benignamente a voz da sua Igreja em favor deste
nosso irmão N. (desta nossa irmã N.), que sofre tão grave provação.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós ou por ele (ela).
São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós ou por ele (ela).
Todos os santos Anjos de Deus, rogai por nós ou por ele (ela).
Todos os santos Patriarcas e Profetas, rogai por nós ou por ele (ela).
São Pedro e São Paulo, rogai por nós ou por ele (ela).
São João e São Tiago, rogai por nós ou por ele (ela).
Todos os santos Apóstolos e Evangelistas, rogai por nós ou por ele (ela).
Todos os santos Discípulos do Senhor, rogai por nós ou por ele (ela).
Santa Perpétua e Santa Felicidade, rogai por nós ou por ele (ela).
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São Gregório, rogai por nós ou por ele (ela).
São Francisco e São Domingos, rogai por nós ou por ele (ela).
Santo Inácio de Loiola e São Francisco Xavier, rogai por nós ou por ele (ela).
São João Maria Vianney, rogai por nós ou por ele (ela).
Todos os Santos e Santas de Deus, rogai por nós ou por ele (ela).
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Pela vossa admirável ascensão, livrai-nos (o/a), Senhor.
Vós que fostes tentado pelo diabo, tende piedade de nós (dele /dela).
Vós que libertastes os que eram atormentados por espíritos impuros, tende piedade de nós
(dele /dela).
Vós que destes aos discípulos poder sobre os demónios, tende piedade de nós (dele /dela).
Vós que estais à direita do Pai e intercedeis por nós, tende piedade de nós (dele /dela).
Vós que haveis de vir para julgar os vivos e os mortos, tende piedade de nós (dele /dela).
Fazei que a vossa Igreja possa servir-Vos em segura liberdade, ouvi-nos, Senhor.
1.9-Deus de bondade infinita, que estais sempre pronto a compadecer-Vos e a perdoar, atendei
a nossa súplica e fazei que este vosso servo (esta vossa serva) N., oprimido (a) pelas cadeias do
poder diabólico, seja liberto (a) pela vossa benigna misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.10-Desça sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos. Dizem todos:
Kýrie, eléison ou Senhor, misericórdia.
1.11-Enviai o vosso Espírito e tudo será criado e renovai a face da terra. Dizem todos: Kýrie,
eléison ou Senhor, misericórdia.
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1.12-Salvai o vosso servo (a vossa serva), meu Deus, que em Vós confia. Dizem todos: Kýrie,
eléison ou Senhor, misericórdia.
1.13-Sede para ele (ela) uma torre fortificada, perante o inimigo. Dizem todos: Kýrie, eléison ou
Senhor, misericórdia.
1.14-Nenhum poder tenha sobre ele (ela) o inimigo, nenhum mal possa fazer-lhe o filho da
iniquidade. Dizem todos: Kýrie, eléison ou Senhor, misericórdia.
1.15-Do vosso santuário, Senhor, enviai-lhe o vosso auxílio e de Sião socorrei-o (a). Dizem
todos: Kyrie, eléison ou Senhor, misericórdia.
1.19-Creio em Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único
Filho, Nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
de onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na santa Igreja
católica; na comunhão dos Santos; na remissão dos pecados; na ressurreição da carne; na vida
eterna. Amen.
1.20-Renunciais a Satanás?
Sim, renuncio.
100
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1.21-E a todas as suas obras?
Sim, renuncio
Sim, renuncio.
Sim, renuncio.
Sim, creio.
1.26-Credes em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria,
padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado à direita do Pai?
Sim, creio.
1.27-Credes no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão
dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?
Sim, creio.
1.28-Juntamente com o nosso irmão (a nossa irmã), supliquemos a Deus que nos livre do mal,
como Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou:
Ou:
1.28-Não sabemos orar como convém. Mas o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza.
Ele intercede e ora por nós em conformidade com Deus. Animados pelo fervor do Espírito Santo,
digamos com toda a confiança:
1.29-Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino;
seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não
nos deixeis cair em tentação; mas livrai-nos do mal. Vosso é o reino e o poder e a glória para
sempre.
1.31-Com o vosso Espírito, Senhor, afastai os maus espíritos: mandai que se afastem, porque
chegou o vosso reino.
1.31-Deus, criador e protector do género humano, olhai para este vosso servo (esta vossa
serva) N., que formastes à vossa imagem e chamais a participar na vossa glória: o antigo
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adversário atormenta-o (a) ferozmente, com poderosa dureza o (a) oprime, com cruel terror o
(a) aflige. Enviai sobre ele (ela) o vosso Espírito Santo, para que o (a) fortaleça no combate, o
(a) ensine a orar na tribulação e com a sua poderosa protecção o (a) defenda.Escutai, Pai santo,
o gemido da Igreja suplicante: não deixeis que o vosso filho (a vossa filha) sofra a possessão do
pai da mentira; que o vosso servo (a vossa serva), remido (a) pelo sangue de Cristo, vosso
Filho, esteja prisioneiro (a) no cativeiro do diabo; que o templo do vosso Espírito Santo seja
morada do espírito imundo. Ouvi, Deus de misericórdia, as preces da Virgem Santa Maria, cujo
Filho, ao morrer na cruz, esmagou a cabeça da antiga serpente e confiou à sua Mãe como filhos
todos os homens: resplandeça neste vosso servo (nesta vossa serva) a luz da verdade, entre
nele (nela) a alegria da paz, tome posse dele (dela) o Espírito de santidade e, com a sua
inabitação, o (a) torne sereno (a) e puro (a). Ouvi, Senhor, a intercessão do Arcanjo São Miguel
e de todos os Anjos que incessantemente Vos servem: Deus de todos os poderes, repeli a força
do diabo; Deus da verdade e do perdão, afastai as suas insídias enganadoras; Deus da liberdade
e da graça, desligai os laços da iniquidade. Deus clemente, que no vosso amor infinito quereis a
salvação humana, ouvi a oração dos vossos apóstolos São Pedro e São Paulo e de todos os
Santos, que por vossa graça foram vencedores do Maligno:libertai este vosso servo (esta vossa
serva) de todo o poder do mal e guardai-o (a) são e salvo (sã e salva), para que, recuperando a
tranquila piedade, Vos ame com todo o coração e Vos sirva nas suas obras, Vos glorifique no seu
louvor e Vos exalte na sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo. Amen
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Ele está no meio de nós.
Amen
1.36-O Senhor faça brilhar sobre vós o seu rosto e vos acompanhe com a sua misericórdia.
Amen.
1.37-O Senhor dirija para vós o seu olhar e vos dê a sua paz.
Amen.
Amen.
1.39-Deus, nosso protector, olhai e vede como são numerosos os que se levantam contra o
vosso servo (a vossa serva) N.; erguei-Vos, excelso e poderoso combatente, e multiplicai sobre
ele (ela) a vossa bênção, para que, na própria vitória sobre o diabo, Vos reconheça como seu
salvador. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo.Amen.
1.40-Deus, que amais a justiça e olhais para os humildes, livrai das ciladas ocultas e dos
ataques manifestos o vosso servo (a vossa serva) N., para que, seguindo os vossos caminhos,
mereça contemplar o vosso rosto. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo.Amen.
1.41-Deus omnipotente, não escondais a vossa face do vosso servo (da vossa serva) N., para
que o inimigo não triunfe sobre ele (ela), mas fazei-lhe sentir a alegria da vossa salvação,
livrando-o (a) da morada da segunda morte. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é
Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.42-Deus omnipotente e misericordioso, que pela paixão do vosso Filho reconciliastes o mundo
convosco, não recuseis o vosso auxílio ao vosso servo (à vossa serva) N., mas vinde em sua
defesa e livrai-o (a) da boca do leão, que procura arrebatá-lo (la) à vossa benigna providência.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amen.
1.43-Sede, Senhor, a fortaleza da salvação para o vosso servo (a vossa serva) N., e libertai-o
(-a) do laço do inimigo que o (a) persegue, porque foi remido (a) pelo precioso sangue do vosso
Filho: Vós que conheceis as angústias da sua alma, fazei brilhar sobre ele (ela) a vossa face e
salvai-o (-a) pela vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.44-Deus, protector dos que em Vós esperam, tomai o escudo e a armadura e vinde em auxílio
do vosso servo (da vossa serva) N.; libertai-o (-a) das ciladas do inimigo e combatei os que lhe
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fazem guerra. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo. Amen.
1.45-Salvai, Senhor, o vosso servo (a vossa serva) N.; e julgai pelo vosso poder o maligno que
persegue a sua alma, de modo que, livre de toda a tribulação, proclame e glorifique o vosso
santo nome. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo. Amen.
1.46-Vede, Senhor, a aflição do vosso servo (da vossa serva) N. e vinde em seu auxílio, para
que, liberto (a) do cativeiro do diabo e recuperando a sua tranquila piedade, professe
alegremente o vosso poder admirável. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.47-Vinde, Senhor, em nosso auxílio e apressai-Vos a socorrer o vosso servo (a vossa serva) N.,
para que, vencendo as tentações do inimigo diabólico, sinta sempre o amparo da vossa
protecção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do
Espírito Santo. Amen.
1.48-Deus do Céu, Deus da terra, Deus dos Anjos, Deus dos Arcanjos, Deus dos Patriarcas,
Deus dos Profetas, Deus dos Apóstolos, Deus dos Mártires, Deus dos Sacerdotes, Deus das
Virgens, Deus de todos os Santos e Santas; Deus, que tendes poder de dar a vida depois da
morte e o descanso depois do trabalho, porque não há nem pode haver outro Deus além de Vós,
criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; Deus, que quereis salvar todos os homens e de
tal modo amastes o mundo que lhe destes o vosso Filho Unigénito para destruir as obras do
diabo: humildemente imploramos a vossa gloriosa majestade, em favor deste vosso servo
(desta vossa serva), para que Vos digneis libertá-lo (la) das ciladas, enganos e malícia do
inimigo e de todo o poder dos espíritos infernais, e o (a) guardeis são e salvo (sã e salva) na
vossa graça. Enviai, Senhor, o Espírito da verdade, que o vosso Filho prometeu aos seus
discípulos; enviai o vosso Paráclito do alto dos Céus, de onde precipitastes como relâmpago o
diabo; enviai o Espírito Paráclito, a fim de que afaste para longe o acusador e opressor da nossa
natureza humana e nos conserve livres de todo o mal. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.Amen.
1.49-Eu te exorcizo, velho inimigo do homem: retira-te desta imagem de Deus, N.. Isto te
ordena Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela sua humildade venceu a tua soberba, pela sua
generosidade abateu a tua inveja, pela sua mansidão derrubou o teu furor. Emudece, pai da
mentira, e não impeças este (a) servo (a) de Deus de bendizer e louvar o Senhor. Isto te manda
Jesus Cristo, sabedoria do Pai e esplendor da verdade, cujas palavras são espírito e vida. Sai
dele (dela), espírito imundo, dá lugar ao Espírito Santo. Isto te ordena Jesus Cristo, Filho de
Deus e Filho do homem, que, nascido do Espírito e da Virgem Maria, com o seu sangue purificou
o universo. Por isso, afasta-te, Satanás, afasta-te em nome de Jesus Cristo, que com fortaleza
te expulsou pelo poder de Deus e destruiu o teu reino; retira-te pela fé e oração da Igreja;
afasta-te pela virtude da santa @ cruz, pela qual nos libertou do teu domínio cruel o manso
Cordeiro por nós imolado, Jesus Cristo, nosso Senhor. Ele que vive e reina pelos séculos dos
séculos.Amen.
1.50-Sois verdadeiramente santo, Senhor dos Exércitos, os céus e a terra proclamam a vossa
glória, porque criastes todas as coisas do universo. Vós que estais sobre os Querubins e habitais
nas alturas, que contemplais o céu e a terra e observais os abismos, abri, Senhor, os vossos
olhos e vede a aflição de N., vossa criatura, por quem humildemente Vos suplicamos: Despertai
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o vosso poder e enviai o Espírito Santo Paráclito, para que expulse, com a sua força, toda a
opressão do diabo e desfaça as suas insidiosas astúcias, de modo que este vosso servo (esta
vossa serva) possa dedicar-se dignamente ao vosso serviço com espírito generoso e sincero.
Deus, criador e restaurador do género humano, que no princípio formastes o homem à vossa
imagem e lhe confiastes todas as coisas do universo, para que, servindo só a Vós, seu Criador,
exercesse o seu domínio sobre as criaturas, lembrai-Vos da condição humana, ferida pelo
pecado, e manifestai neste vosso servo (nesta vossa serva) N., prostrado (a) pela enganosa
sedução diabólica, a vossa infinita bondade, a fim de que, liberto (a) do inimigo, Vos reconheça
como único Deus e Senhor. Deus de infinita misericórdia, que, para nossa redenção, Vos
dignastes enviar ao mundo o vosso Unigénito, para que todos os que n’Ele acreditam não
pereçam, mas tenham a vida eterna; que exaltastes na cruz o vosso próprio Filho, para destruir
o decreto de condenação e atrair a Si todas as coisas, compadecei-Vos da Igreja, que Vos
implora por este vosso servo (esta vossa serva) em tribulação, a fim de que, afastada toda a
adversidade, a vossa direita o (a) proteja, já que foi remido (a) pelo sangue de Jesus Cristo,
nosso Senhor. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amen.
1.51-Eu te exorcizo, pelo Deus vivo, pelo Deus verdadeiro, pelo Deus santo, imundíssimo
espírito, inimigo da fé, adversário do género humano, fautor da morte, pai da mentira, fonte do
mal, sedutor dos homens, causa de sofrimentos. Eu te esconjuro, maldito dragão, em nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo: sai e afasta-te desta imagem de Deus. É Jesus Cristo que te ordena,
Ele que te mandou precipitar-te do alto dos céus ao profundo abismo da terra. É Jesus Cristo
que te ordena, Ele que mandou aos ventos e ao mar e acalmou a tempestade. É Jesus Cristo
que te ordena, o Verbo eterno de Deus feito homem, que, para salvação da humanidade,
condenada por obra da tua inveja, Se humilhou a Si mesmo, obedecendo até à morte.Teme
Aquele que foi imolado em Isaac, vendido em José, morto no cordeiro, crucificado no homem,
mas triunfador sobre o inferno. Dá lugar a Cristo, no qual nenhum vestígio das tuas obras
encontraste. Humilha-te sob a poderosa mão de Deus, estremece e foge, ao invocarmos o santo
nome de Jesus, que faz tremer o inferno e a quem estão sujeitos os Poderes celestes, as
Potestades e as Dominações, Aquele que os Querubins e os Serafins louvam sem cessar,
dizendo: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo. Portanto, retira-te, em nome do Pai @
e do Filho @ e do Espírito @ Santo. Dá lugar ao Espírito Santo, por este sinal da santa @ Cruz
de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos. Amen.
1.52-Espírito Santo criador, assisti benignamente à Igreja católica e fortalecei-a com o vosso
excelso poder contra os ataques dos inimigos, renovai no vosso amor e na vossa graça o espírito
dos vossos fiéis que consagrastes, para que em Vós glorifiquem o Pai e o seu Filho Unigénito,
Jesus Cristo, nosso Senhor.Em nome de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, e pela intercessão da
imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, do Arcanjo São Miguel, dos santos Apóstolos Pedro e
Paulo e de todos os Santos, confiado na autoridade que me conferem os sagrados ministérios,
recebidos da Igreja, ousarei com segurança repelir os ataques da insídia diabólica.Levanta-Se
Deus, dispersam-se os inimigos e fogem diante d’Ele os que O odeiam. Como se desfaz o fumo,
assim eles se dissipam; como a cera se derrete ao fogo, assim perecem os pecadores à vista de
Deus.
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Eis a Cruz do Senhor: Fugi, forças adversárias.
1.54-Deus do Céu, Deus da terra, Deus dos Anjos, Deus dos Arcanjos, Deus dos Patriarcas,
Deus dos Profetas, Deus dos Apóstolos, Deus dos Mártires, Deus dos Sacerdotes, Deus das
Virgens, Deus de todos os Santos e Santas; Deus, que tendes poder de dar a vida depois da
morte, e o descanso depois do trabalho, porque não há nem pode haver outro Deus além de
Vós, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, cujo reino não tem fim: humildemente
imploramos da vossa gloriosa majestade que Vos digneis libertar-nos das ciladas, enganos e
malícia do inimigo e de todo o poder dos espíritos infernais, e nos guardeis sãos e salvos na
vossa graça. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.
1.55-Eu te exorcizo, todo o espírito imundo, todo o poder das trevas, todo o ataque do
adversário infernal, toda a legião, grupo e seita diabólica, em nome e pelo poder de Nosso
Senhor Jesus Cristo: sai e afasta-te da Igreja de Deus, das almas formadas à imagem de Deus e
remidas pelo precioso sangue do Cordeiro divino. Nunca mais ouses, astuta serpente, iludir o
género humano, perseguir a Igreja de Deus, ferir e joeirar como o trigo os eleitos de Deus. Isto
te ordena Deus altíssimo, a quem, na tua grande soberba, ainda pretendes ser semelhante, Ele
que quer salvar todos os homens e conduzi-los ao conhecimento da verdade. Ordena-te Deus
Pai, ordena-te Deus Filho, ordena-te Deus Espírito Santo.Ordena-te Cristo, o Verbo eterno de
Deus feito homem, que, para a salvação do género humano, por obra da tua indigna inveja
perdido, Se humilhou a Si mesmo, obedecendo até à morte; que edificou a sua Igreja sobre
rocha firme e prometeu que as portas do inferno nunca prevaleceriam contra ela, e estaria com
ela todos os dias até ao fim dos tempos. Ordena-te o mistério @ da santa Cruz e o poder de
todos os sagrados Mistérios da fé cristã. Ordena-te a excelsa Mãe de Deus, a Virgem Maria, que,
desde o primeiro instante da sua imaculada Conceição, esmagou a tua orgulhosa cabeça com a
sua santa humildade. Ordena-te a fé dos santos Apóstolos Pedro e Paulo e dos outros Apóstolos.
Ordena-te o sangue dos Mártires e a piedosa intercessão de todos os Santos e Santas. Por isso,
legião diabólica, ordeno-te pelo Deus vivo, pelo Deus verdadeiro, pelo Deus santo, pelo Deus,
que amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todos os que n’Ele
acreditam não pereçam, mas tenham a vida eterna: Deixa de iludir as criaturas humanas e de
as infectar com o veneno da perdição eterna; deixa de fazer mal à Igreja e armar laços à sua
liberdade. Retira-te, Satanás, pai da mentira, inimigo da salvação humana. Dá lugar a Cristo, no
qual não encontraste nenhum vestígio das tuas obras;dá lugar à Igreja, una, santa, católica e
apostólica, que o próprio Cristo remiu com o seu sangue. Humilha-te sob a poderosa mão de
Deus, estremece e foge, ao invocarmos o santo nome de Jesus, que faz tremer o inferno e a
quem estão sujeitos os Poderes celestes, as Potestades e as Dominações, Aquele que os
Querubins e os Serafins louvam sem cessar, dizendo: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do
universo.
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1.56-À vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
1.57-Gloriosíssimo Príncipe das milícias celestes, Arcanjo São Miguel, defendei-nos no combate
contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra os
espíritos do mal que habitam as regiões celestes. Vinde em auxílio dos homens, que Deus
formou à sua imagem e semelhança e resgatou da tirania diabólica com grande preço.A santa
Igreja Vos celebra como seu guarda e patrono; o Senhor Vos entregou as almas dos redimidos,
para as conduzir à felicidade eterna. Intercedei ao Deus da paz, para que nos dê a vitória contra
Satanás, a fim de que não possa manter cativos os homens e causar dano à Igreja. Levai as
nossas preces à presença do Altíssimo, para que desça sobre nós a misericórdia do Senhor, e
domineis o dragão, a serpente antiga, que é o diabo e Satanás, e o precipiteis encadeado no
abismo, para que não seduza os povos da terra. Amen.
1.58-Senhor, meu Deus, compadecei-Vos de mim, vosso servo, porque são muitos os que me
perseguem e tornei-me como um objecto abandonado. Livrai-me das mãos dos inimigos e
socorrei-me: buscai quem anda perdido; encontrando-o, recuperai-o para Vós; depois de
recuperado, não o abandoneis; e assim eu possa agradar-Vos em todas as coisas, a Vós por
quem reconheço ter sido resgatado com admirável poder. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.60-Deus, criador e protector do género humano, que formastes o homem à vossa imagem e o
renovastes pela graça do Baptismo, olhai para mim, vosso servo, e atendei as minhas súplicas.
Brilhe em meu coração o esplendor da vossa glória, para que, superando todo o temor, medo e
terror, possa louvar-Vos, de coração e espírito sereno, juntamente com os irmãos na vossa
Igreja. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito
Santo. Amen.
1.61-Deus, fonte de toda a bondade e misericórdia, que, por nosso amor, quisestes que o vosso
Filho sofresse o patíbulo da cruz, para nos livrar do poder do inimigo, olhai benignamente para a
minha humilhação e tormento. Vós que me fizestes renascer na fonte do Baptismo, vencendo as
incursões do Maligno, aumentai em mim a graça da vossa bênção. Por Nosso Senhor Jesus
Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
1.62-Deus, Pai santo, que, pela graça da adopção filial, me tornastes filho da luz, concedei que
não seja envolvido pelas trevas do demónio, mas permaneça sempre no esplendor da liberdade
que recebi no renascimento baptismal. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
convosco na unidade do Espírito Santo. Amen.
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1.63-Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Só a Deus honra e glória. Bendigamos o Pai e o
Filho e o Espírito Santo. Louvemo-l’O e exaltemo-l’O para sempre. Nós Vos invocamos, nós Vos
louvamos, nós Vos adoramos, ó Santíssima Trindade. Sois a nossa esperança, a nossa salvação,
a nossa glória, ó Santíssima Trindade. Livrai-me, salvai-me, vivificai-me, ó Santíssima Trindade.
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus omnipotente, o Deus que era, que é e que há-de vir. A Vós a
honra e o império, ó Santíssima Trindade; a Vós a glória e o poder pelos séculos dos séculos.
Louvor, glória e acção de graças a Vós, ó Santíssima Trindade. Deus santo, Santo e forte, Santo
e imortal, tende piedade de nós.Jesus, Filho de Deus vivo, tende piedade de mim. Jesus,
imagem de Deus Pai, tende piedade de mim. Jesus, Sabedoria eterna, tende piedade de mim.
Jesus, esplendor da luz eterna, tende piedade de mim. Jesus, Palavra da vida, tende piedade de
mim. Jesus, Filho da Virgem Maria, tende piedade de mim. Jesus, Deus e homem, tende piedade
de mim. Jesus, sumo Sacerdote, tende piedade de mim. Jesus, mensageiro do reino de Deus,
tende piedade de mim. Jesus, caminho, verdade e vida, tende piedade de mim. Jesus, pão da
vida, tende piedade de mim. Jesus, videira verdadeira, tende piedade de mim. Jesus, irmão dos
pobres, tende piedade de mim. Jesus, amigo dos pecadores, tende piedade de mim. Jesus,
médico da alma e do corpo, tende piedade de mim. Jesus, salvação dos oprimidos, tende
piedade de mim. Jesus, consolação dos abandonados, tende piedade de mim. Vós que viestes
ao mundo, tende piedade de mim. Vós que libertastes os oprimidos pelo diabo, tende piedade de
mim. Vós que estivestes pregado na cruz, tende piedade de mim. Vós que por nosso amor
aceitastes a morte, tende piedade de mim. Vós que estivestes depositado no sepulcro, tende
piedade de mim. Vós que descestes à morada dos mortos, tende piedade de mim. Vós que
ressuscitastes de entre os mortos, tende piedade de mim. Vós que subistes ao Céu, tende
piedade de mim. Vós que enviastes o Espírito Santo sobre os Apóstolos, tende piedade de mim.
Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de mim. Vós que haveis de vir para julgar os vivos
e os mortos, tende piedade de mim.Pela vossa encarnação, livrai-me, Senhor. Pelo vosso
nascimento, livrai-me, Senhor. Pelo vosso baptismo e santo jejum, livrai-me, Senhor. Pela vossa
cruz e paixão, livrai-me, Senhor. Pela vossa morte e sepultura, livrai-me, Senhor. Pela vossa
santa ressurreição, livrai-me, Senhor. Pela vossa admirável ascensão, livrai-me, Senhor. Pela
efusão do Espírito Santo, livrai-me, Senhor. Pela vossa vinda gloriosa, livrai-me, Senhor.
1.64-Salvai-me, Jesus Cristo, salvador do mundo, pelo poder da santa Cruz @ : Vós que
salvastes Pedro no mar, tende piedade de mim. Pelo sinal da santa Cruz @ , livrai-nos dos
nossos inimigos, Senhor, nosso Deus. Pela vossa santa Cruz @ salvai-nos, Jesus Cristo, redentor
do mundo, Vós que, morrendo, destruístes a morte e ressuscitando restaurastes a vida.
Adoramos, Senhor, a vossa santa Cruz @ , recordamos a vossa gloriosa paixão; Vós que por nós
morrestes, tende piedade de nós. Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo, que
pela vossa santa Cruz @ remistes o mundo.
1.65-À vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas
em nossas necessidades; mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e
bendita.Consoladora dos aflitos, rogai por nós. Auxílio dos cristãos, rogai por nós.Ensinai-me a
louvar-Vos, Virgem sagrada, dai-me força e poder contra os meus inimigos.Minha Mãe, minha
confiança.Virgem Maria, Mãe de Deus, rogai a Jesus por mim.Gloriosa Rainha do mundo, sempre
Virgem Maria, intercedei pela nossa paz e salvação, Vós que destes à luz Jesus Cristo, Senhor e
Salvador do mundo.Maria, Mãe da divina graça, Mãe de misericórdia, defendei-nos do inimigo e
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recebei-nos na hora da morte.Socorrei-me, ó piedosa Virgem Maria, em todas as minhas
tribulações, angústias e necessidades, e alcançai-me do vosso amado Filho a libertação de todos
os males e dos perigos da alma e do corpo.Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se
ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa
assistência e reclamado o vosso socorro fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual
confiança, a Vós, ó Virgem entre todas singular, como a mãe recorro, de vós me valho; e,
gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés. Não desprezeis as minhas
súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me
alcançar o que vos rogo.
1.66-São Miguel Arcanjo, defendei-nos neste combate; sede o nosso auxílio contra a malícia e
ciladas do demónio. Instante e humildemente pedimos que Deus exerça sobre ele o seu império.
E Vós, Príncipe da milícia celeste, com a graça do poder divino, lançai no inferno a Satanás e aos
outros espíritos malignos, que vagueiam pelo mundo para a perdição das almas. Amen.
ANOTAÇÕES
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