Penal, Processo Penal e Contraordenações Geral
Penal, Processo Penal e Contraordenações Geral
Penal, Processo Penal e Contraordenações Geral
Questões-exemplo:
01. Qual é o direito subsidiário da parte 2 do RGCO? O direito penal
formal/adjetivo, código de processo penal. - art.41º RGCO -.
02. Qual é o direito subsidiário da parte 1 do RGCO? É o direito penal
material, código penal.
03. Qual é a natureza do RGCO? No RGCO encontramos 2 naturezas, a
primeira parte é natureza material, justamente porque não falamos de fases
do processo mas sim falamos em conceitos, princípios, etc(…) enquanto a
parte 2 tem natureza adjetiva, sendo que fala das várias fases do processo,
logo o direito subsidiário é o direito penal formal.
04. No Direito Substantivo (ou direito material), as coimas podem ser
convertidas em pena de prisão? As coimas não, as multas sim. Porém, as
multas que antes haviam nas contravenções, também não eram convertíveis em
pena de prisão.
05. Em vez de usar a expressão “contraordenações” posso usar ilícito de
mera ordenação social? Sim, significa o mesmo, são sinónimos.
06. Dinstingua o princípio da tentativa punível, no direito penal e nas
contraordenações. No direito penal, quando a moldura penal é superior a
3 anos ou quando a lei determinar, a tentativa é punível, enquanto no caso
das contraordenações, temos o art.12º e 13º RGCO dedicados à tentativa,
aqui não existe questão de molduras penais, é apenas quando a lei
expressamente determina.
07. “Somos instrutores num processo de contraordenação e no decurso
deste processo apercebemo-nos que existe matéria crime, o que fazemos?”
Remeter o processo de contraordenação para o Ministério Público - art.20º
RGCO, art.21º RGCO.
08. Distinga a prescrição, do procedimento da prescrição da coima. A
prescrição da coima recai sobretudo nos prazos em que começa a contar em
concordância com o que está relacionado com a decisão definitiva -
art.29º/nº2 RGCO. Outra coisa é a prescrição do procedimento que está
relacionada com o momento em que acontece a infração e, portanto, existe
um prazo para que se inicie um processo de contraordenação.
09. Quem tem iniciativa da instrução ou pode ter a iniciativa do
processo de contraordenação? As AA podem conferir a instrução no todo ou
em parte às autoridades policiais - art.54º RGCO.
10. Imagine que é uma autoridade administrativa e recebe a
impugnação o que fazia? Primeiro existe o momento de análise para perceber
se existem motivos que podem levar o instrutor a arquivar o processo, caso seja
para manter a decisão, submeto o processo no prazo de 5 dias junto do MP -
art.62º RGCO.
11. Como é que o Juiz decide sobre o processo de contraordenação? O
juiz decide por despacho, quando não considera necessário a audiência de
julgamento e o arguido e o MP não se opõem - existe aqui o triângulo.
12. Que decisões judiciais são suscetíveis de recurso? - art.73º RGCO
13. O que me sabe dizer sobre os recursos judiciais? Estamos a falar do
recurso em 1ºestancia; - arts.73º/74º/ 75º RGCO, afirmar que nem todas as
decisões podem ser sujeitas a recurso, e.g o valor da coima, se há sanções
acessórias, injúrias (…), e em função disso posso recorrer, mas não o posso
fazer de forma individual, aplica-se subsidiariamente, e por força do art.41º
RGCO, o espírito que está vertido no art.64º/nº1e) CPP, nos recursos
ordinários. Tenho 10 dias para recorrer e a tramitação segue a mesma que
se verifica em processo penal. Ter a noção que, para além disso, o Tribunal
da Relação só vai decidir em função do que é matéria de Direito e aqui
invoca-se o art.75º/nº1 RGCO. Da decisão da Relação não cabe recurso.
14. “Somos instrutores num processo de contraordenação e no decurso
deste processo apercebemos que existe matéria crime, o que fazemos?”
Remeter o processo de contraordenação para o Ministério Público - art.20º
RGCO, art.21º RGCO.
15. Porque é que o PL está presente 2x no RGCO? Na parte 1 do
RGCO porque o indivíduo não pode sofrer coima sem ter cometido
infração nulla poena sine lege, e na parte 2 do RGCO porque tal e qual
como acontece no CPP, as AA têm que avançar com o procedimento
contraordenacional assim que tiverem conhecimento de uma infração
contraordenacional para iniciar o processo.
Princípios:
01. Princípio da legalidade: art.2º RGCO: ninguém pode ser punido com
uma contraordenação (receber uma coima) sem que antes da prática daquele
facto não haja uma previsão legal daquele comportamento como
contraordenação; art.43º RGCO aplica-se o mesmo, mas à autoridade
administrativa, assim que esta tiver conhecimento deve prosseguir com o
processo.
02. Princípio da audição e defesa do arguido: art.32º/nº10 CRP deve ser
invocado quando falamos de defesa e o art.50º do RGCO.
03. Princípio do direito de recurso aos tribunais: art.20º CRP; art.55º
RGCO; art.59º RGCO e ss.
04. Princípio da não retroatividade: art.3º/nº1 RGCO; art.29º/nº3 CRP.
05. Princípio da lei mais benéfica: art.3º/nº2 RGCO; art.29º/nº4.
06. Princípio do direito subsidiário: art.32º e 41º RGCO.
07. Princípio da aplicação das contraordenações no espaço: art.4º CP.
Momentos do processo de contraordenação - Síntese
01. entidade fiscalizadora/força policial (psp, gnr, fiscal câmara), elabora auto
de notícia (ANCO) ou auto de denúncia e remete à autoridade
administrativa competente - entidade que lavra auto pode ser a entidade
administrativa competente - e.g. pode ser um fiscal da câmara que levante o
auto e que o remete para os serviços da entidade competente dentro da
câmara, por nesse âmbito ser a câmara a ter competência, ou então se a PSP é
chamada no âmbito de uma situação de desordem num bar/discoteca e sinaliza
situações de natureza contraordenacional no âmbito da segurança privada,
nesse âmbito também remete para o núcleo de segurança privada organizar o
processo de contraordenação). A ideia é a de que, assim que a entidade
fiscalizadora tiver conhecimento do ilícito de natureza contraordenacional, tem
o dever de a comunicar - arts.48º e 54º RGCO, subsidiariamente, por força do
art.41º RGCO (se estivermos a analisar a parte 1, temos de invocar o art.32º
RGCO, se estivermos a analisar a parte 2, temos de invocar o art.41º RGCO);
remeter ainda para os arts. 242º e 244º do CPP (denúncia obrigatória e
denúncia facultativa).
07. O juiz, se aceitar o recurso, decidirá - art.64º, nº1 RGCO. O juiz decide -
por despacho, quando não considere necessária a audiência de julgamento e o
arguido ou o MP não se oponham - triângulo - ou por audiência de julgamento
- art.64º, nº2 RGCO.