Livro - Honra A Quem Honra
Livro - Honra A Quem Honra
Livro - Honra A Quem Honra
Volume I
1º aniversário da AMVBL
CMSB
Brasília, 2022
© 2022 por Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras
Todos os direitos reservados.
Organização:
Paulo Benevenute Tupan
Ilustração de capa:
Joel Guimarães de Oliveira
Diagramação:
Kennyo Mahmud Ismail
CDD: 366.1
CDU: 061.25
1. Apresentação
O Maçom e General do Exército Lauro Nina Sodré e Silva,
mais conhecido como Lauro Sodré, foi um militar, escritor, político
e líder republicano, sendo considerado por muitos historiadores
o personagem mais importante do Estado do Pará no período
republicano.
Na sua trajetória política, Lauro Sodré exerceu os
seguintes mandatos:
• Deputado Federal (PA): 1891.
• Governador do Estado do Pará: 1891-1897; 1917-
1921.
• Senador (PA): 1897-1902, 1912-1917 e 1921-
1929.
• Senador (DF): 1903-1912.
Na sua carreira maçônica, Lauro Sodré foi Grão-
Mestre do Grande Oriente do Brasil, eleito em 1904, e reeleito
sucessivas vezes em 1907, 1910, 1913 e 1916.
Em decorrência do Grão-Mestrado, com base em regras
vigentes na época, Lauro Sodré assumiu também o posto de
Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33
do Rito Escocês Antigo e Aceito.
4. Considerações finais
Conforme evidenciado, a vida de Lauro Sodré é repleta de
fatos marcantes de sua atuação na vida pública e maçônica
brasileira de sua época.
Militar corajoso, nunca se esquivou de expressar seus
pensamentos e ideais, se tornando um grande líder republicano.
Escritor, deixou o legado de várias obras.
Político influente, foi eleito sucessivas vezes para os
cargos de Deputado Federal, Senador e Governador, deixando
um verdadeiro legado de serviços prestados ao Estado do Pará e
ao Brasil.
Homem esclarecido e ousado, Lauro Sodré foi um
visionário, que fez da política o palanque para ideais
revolucionários.
Divisor de águas na história do Estado do Pará, sua
história pessoal também se confunde com a própria história do
Brasil durante o período em que atuou na política nacional.
Foi um grande estadista, qualidade rara na política
brasileira dos tempos atuais.
Maçom ilustrado, que conhecia a história da Maçonaria e a
sua importância para a pátria e a sociedade, dedicou muitos anos
de sua vida na direção dos trabalhos da Ordem no Brasil,
emprestando suas virtudes a serviço da humanidade.
Eis, em síntese, as razões pelas quais Lauro Sodré se
tornou o Patrono da Cadeira nº 01 da Academia Maçônica Virtual
Brasileira de Letras.
5. Referências
FIOCRUZ. Disponível em:
<http://basearch.coc.fiocruz.br/index.php/lauro-sodre>. Acesso em:
21/10/2021.
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. Disponível em:
<http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-
republica/SODR%C3%89, Lauro.pdf>. Acesso em: 21/10/2021.
GRANDE ORIENTE DO BRASIL. Disponível em:
<https://www.gob.org.br/macom-general-ee-exercito-governador-do-
para-e-senador-da-republica-lauro-sodre/ >. Acesso em: 21/10/2021.
LOJA MAÇÔNICA LUZ NO HORIZONTE. Disponível em:
<https://masonic.com.br/rito/sodre.htm>. Acesso em: 21/10/2021.
WIKIPEDIA. Disponível em: <Lauro Sodré – Wikipédia, a enciclopédia
livre (wikipedia.org) >. Acesso em: 21/10/2021.
YOUTUBE. Canal TV GOB. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=uwoEvmOUW3o>. Acesso em:
21/10/2021.
________ Matéria do Jornal SBT Pará: Sobre Lauro Sodré Primeiro
Governador - Belém da Memória. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Y0zydzbI8bo >. Acesso em:
21/10/2021.
MONTEZUMA: uma vida de pioneirismo em prol do
Brasil
Kennyo Ismail
Cadeira nº 02
8 SUPREMO Conselho dos SSS GGG III GGG 33 e Ult. Gr. REAA para o
Imp. do Braz. Decretos. Rio de Janeiro: Typographia Imparcial do Ir.
Francisco de Paula Brito, 1837.
9 A 5a. Ordem existia originalmente no Rito Moderno, havendo menção
Referências:
BATALLA, J. M. B. A sobrevivência extraordinária das ordens da
Sabedoria do Rito Moderno Francês no Brasil. Trad. José Antônio Filardo.
Revista Bibliot3ca. Disponível em: https://bibliot3ca.com/a-
sobrevivencia-extraordinaria-das-ordens-da-sabedoria-do-rito-
moderno-frances-no-brasil/ Acesso em: 21-08-19.
CABRAL, D.; BARCELOS, F. C.; CAMARGO, A. R.; NETTO, R. S. Ministério
da Justiça 190 anos: justiça, direitos e cidadania no Brasil. Rio de Janeiro:
Arquivo Nacional, 2012.
DEIRÓ, Pedro Eunápio da Silva. Fragmentos de Estudos da História da
Assembleia Constituinte do Brasil. In: Edições do Senado Federal, Vol. 66.
Brasília: Senado Federal, 2006.
ISMAIL, K. Ordem sobre o Caos. Brasília: No Esquadro, 2020.
SUPREMO Conselho dos SSS GGG III GGG 33 e Ult. Gr. REAA para o Imp.
do Braz. Decretos. Rio de Janeiro: Typographia Imparcial do Ir. Francisco
de Paula Brito, 1837.
14 Fonte: https://www.cidadesdomeubrasil.com.br/mg/montezuma
O LEGADO DE NICOLA ASLAN À ARTE REAL
1. Apresentação
Reputo a arte de escrever uma das mais nobres invenções
humanas. Através da escrita, o autor deixa registrado o seu
pensamento àqueles que estão à distância ou no futuro. Embora
através de uma via unidirecional, é “mágico” poder ter contato
com a mente de outrem através de seus escritos, principalmente
quando se trata de um mestre. É o caso de Nicola Aslan.
Falar de Nicola Aslan não é uma tarefa tão simples.
Embora seja ninguém menos do que um dos maiores escritores
maçônicos em língua portuguesa, portador de um currículo e
história de vida épica, que fazem sombra a grandes
personalidades de nossa história, como comprimir a grandeza de
nosso homenageado no espaço limitado de poucas páginas? Eis a
proposta do presente trabalho.
Antes, no entanto, de tecer considerações sobre aquele
que tivemos a honra de eleger para ser o Patrono da Cadeira nº 04
da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, vamos
apresentar alguns dados de sua vida pessoal, biografia maçônica
e obras publicadas, a fim de melhor conhecer a trajetória de nosso
homenageado.
4. Obras publicadas
A seguir, apresentamos a relação de obras maçônicas de
autoria de Nicola Aslan, com a respectiva data de publicação:
• História da Maçonaria, Cronologia, Documentos -
1959;
• Estudos Maçônicos sobre Simbolismo - 1969;
• Landmarques e Outros Problemas Maçônicos - 1971.
• O Livro do Cavaleiro Rosa-Cruz - 1973;
• Pequenas Biografias de Grandes Maçons Brasileiros -
1973;
• Subsídios para uma Biografia de Joaquim Gonçalves
Ledo (2 volumes) - 1973;
• Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e
Simbologia (4 volumes) - 1974/1976;
• Instruções para Lojas de Perfeição, Grau 4 - 1976;
• Instruções para Lojas de Perfeição, Graus 5 a 14 -
1976;
• Instruções para Capítulos, Graus 15º ao 18º - 1977;
• Instruções para Conselhos Kadosch, Graus 19º ao 30º
- 1977;
• Comentários ao Ritual do Aprendiz Maçom - 1977;
• Uma Radioscopia da Maçonaria - 1977;
• A Maçonaria Operativa - 1979;
• História Geral da Maçonaria – Período Operativo -
1979;
• História Geral da Maçonaria – Fastos da Maçonaria
Brasileira – 1979.
6. Referências
ASLAN, Ítalo. Palestra sobre Nicola Aslan. YouTube, 22 de fevereiro
de 2020. Disponível em <Palestra sobre Nicola Aslan - Parte 1 -
YouTube> <Palestra sobre Nicola Aslan - Parte 2 - YouTube>
<Palestra sobre Nicola Aslan - Parte 3 - YouTube>. Acesso em
13/10.2021.
ASLAN, Nicola. Comentários ao Ritual do Aprendiz-Maçom –
Vademecum Iniciático – 2 ed. – Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1986.
ASLAN, Nicola. Estudos maçônicos sobre simbolismo. Londrina: Ed.
Maçônica “A TROLHA”, 1997.
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e
Simbologia – 3 ed. – Londrina: Ed. Maçônica “A TROLHA”, 2012.
ASLAN, Nicola. Instruções para Lojas de Perfeição (O 4º Grau). Rio
de Janeiro: Editora Maçônica, 1979.
MOREIRA, João Fernando. Nicola Aslan – Uma vida dedicada à
cultura maçônica. Blog do Bianchi, 6 de maio de 2020. Disponível em
<ESTUDOS: NICOLA ASLAN - UMA VIDA DEDICADA À CULTURA
MAÇÔNICA (iblanchier3.blogspot.com)>. Acesso em 14/10/2021.
JERÔNIMO COELHO - Esboço Biográfico
Referências
ASLAN, Nicola. História Geral da Maçonaria- Fastos da Maçonaria
brasileira. Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1979.
BOITEUX, Henrique. Santa Catarina no Exército. Rio de Janeiro:
Biblioteca Militar,1942.
CORRÊA, Carlos Humberto. História da Cultura catarinense – O Estado e
as Ideias. Florianópolis
CORRÊA, Carlos Humberto. História de Florianópolis Ilustrada.
Florianópolis: Editora Insular, 2004.
FAGUNDES, Morivalde Calvet. A Maçonaria e as Forças Secretas da
Revolução. Rio de Janeiro: Editora Aurora, 1975.
GONDIN, Arlindo. Jerônimo Coelho – Traços Biográficos. Opúsculo
publicado pela Loja Maçônica Jerônimo Coelho No13.
LUZ, Aujor Ávila da. Santa Catarina, Quatro Séculos de História.
Florianópolis: Editora Insular, 2000.
PIAZZA, Walter F. Dicionário Político catarinense. Florianópolis:
Assembleia Legislativa do Estado de S. Catarina, 1994.
DOS SANTOS, Silvio Coelho, organizador...[et al.]. História de Santa
Catarina no século XIX. Florianópolis: Editora da UFSC, 2001.
ZIRAVELLO, Mara et alii. Brasil 500 anos. São Paulo: Editora Nova
Cultural, 1999.
MIRANDA, Orlando P. et alii. Grandes Personagens de Nossa História,
Vol.2, São Paulo: Editora Abril Cultural, 1969.
JOAQUIM AURÉLIO BARRETO NABUCO DE ARAÚJO
(JOAQUIM NABUCO)
1. Preâmbulo
É esperado de cada Membro de uma Academia a
elaboração de um elogio solene ao patrono de sua cadeira. Desta
forma, teço a abertura desta prazerosa tarefa com algumas
reflexões iniciais.
Ao cruzar o portal desta Confraria, geralmente
carregamos uma expectativa sobre nosso real papel como
membros de uma entidade desta natureza. Sobre este aspecto,
acho oportuno resgatar um breve trecho das palavras de Joaquim
Nabuco que, em seu Discurso de Posse 15 na qualidade de
Secretário da Academia Brasileira de Letras durante a Sessão de
sua Fundação em 1897, destacou o papel a ser assumido pelos
integrantes da primeira geração.
15
Disponível em: Academia Brasileira de Letras
(https://www.academia.org.br/academicos/joaquim-nabuco/discurso-de-posse)
interesse, a fiscalização da opinião, a
consagração do sucesso, é que a
escolha poderá parecer um plebiscito
literário. Nós de fato constituímos
apenas um primeiro eleitorado.
As Academias, como tantas outras
coisas, precisam de antiguidade. Uma
Academia nova é como uma religião
sem mistérios: falta-lhe solenidade. A
nossa principal função não poderá ser
preenchida senão muito tempo depois
de nós, na terceira ou quarta dinastia
dos nossos sucessores.
3. Fontes recomendadas
ACADEMIA Brasileira de Letras. Joaquim Nabuco. Disponível em:
<http://www.academia.org.br/academicos/joaquim-nabuco> Acesso
em: 10 ago. 2015.
CASTELLANI, José; CARVALHO, Willian Almeida de. História do Grande
Oriente do Brasil: a maçonaria na história do Brasil. São Paulo: Madras,
2009. p. 138.
CAVALCANTE, Lailson de Holanda. Joaquim Nabuco: a voz da abolição.
Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2009.
FILHO, Luís Viana. A vida de Joaquim Nabuco. São Paulo: Martins/MEC,
1973.
FUNDAÇÃO Joaquim Nabuco. Joaquim Nabuco. Disponível em:
<http://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=2858&Itemid=866> Acesso em: 10 ago. 2015.
GASPAR, Lúcia; BARBOSA, Virginia; MALTA, Albertina; RAMOS, Carlos;
FALCÃO, Maria. Arquivo Joaquim Nabuco: Catálogo. Recife-Pernambuco:
Fundação Joaquim Nabuco-Diretoria de Documentação, 2008.
Disponível em: <https://www.gov.br/fundaj/pt-
br/composicao/dimeca-1/biblioteca/acervos/inventarios-
documentais-e-indices/arquivo-joaquim-nabuco-catalogo> Acesso em:
16 nov. 2021.
NABUCO, Carolina. Joaquim Nabuco: Trechos Escolhidos. Rio de Janeiro:
Agir Editora, 1967.
NABUCO, Joaquim. Discursos e Conferencias nos Estados Unidos. Rio de
Janeiro: Benjamin Aguila, 191(?).
NABUCO, Joaquim. Discursos Parlamentares: 1879-1889. São Paulo:
Instituto Progresso Editorial, 1949.
NABUCO, Joaquim. Minha Formação. São Paulo: Martin Claret, 2005.
NABUCO, Joaquim. O abolicionismo. Rio de Janeiro: Edições Consultor,
2010.
NABUCO, Joaquim. O que é o abolicionismo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2011.
Vida Maçônica:
• Iniciado na Loja “7 de Setembro” nº 7 de Rio Branco, da
Grande Loja do Estado do Acre, no dia 9/09/1992, onde
chegou a Companheiro, Mestre e Mestre Instalado.
Fundador das Lojas “União e Trabalho” nº 9 de Rio
Branco, tendo sido o seu primeiro Venerável Mestre.
(14/03/1995); “Juruá, Força e Trabalho” nº 10, de
Cruzeiro do Sul, AC (02/12/1995); e “Adonay Barbosa
dos Santos” nº 11 de Rio Branco AC (28/03/1996)
• Juiz do Tribunal de Justiça Maçônico da Grande Loja do
Estado do Acre. Alcançou o Grau 33 do Supremo
Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria para a República Federativa do Brasil em
15/11/1996 (Cadastro nº 41.898)
• Uma vez aposentado de suas atividades profissionais na
magistratura no TJAC, retornou para Florianópolis,
tendo uma curta passagem pelo Grande Oriente de Santa
Catarina.
• Em 1999, foi Obreiro das Lojas “Fraternidade
Catarinense” (REAA) e “Manoel Galdino da Silva” (do
Rito Moderno ou Francês).
• Juiz Eleitoral do Tribunal Eleitoral Maçônico do GOSC,
desligou-se do GOSC para tornar a residir no Acre, o que
acabou não acontecendo. Ingressou, então, na Grande
Loja de Santa Catarina em 2002, tendo sido por duas
vezes Venerável Mestre da Loja “Manoel Gomes” nº 24
(2003/2004 e 2004/2005).
• Em julho de 2005 foi um dos fundadores da Loja
“Templários da Nova Era” nº 91, tendo sido seu
Venerável Mestre por quatro mandatos seguidos:
2007/2008 e 2008/2009, 2012/2013 e 2015/2016.
Membro Honorário das Lojas “Alferes Tiradentes” nº 20
de Florianópolis e “Harmonia” nº 26 de Belo Horizonte.
Membro Correspondente das Lojas “Fraternidade
Brazileira de Estudos e Pesquisas”, de Juiz de Fora
(COMAB) e “Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas
Maçônicas”, de Porto Alegre;
• Fundador e membro correspondente da Academia
Maçônica de Letras do Brasil, com sede em Belo
Horizonte.
• Foi Presidente e Vice-Presidente da Academia
Catarinense Maçônica de Letras, onde ocupou a cadeira
nº 40. Membro da Academia Maçônica de Letras do
Brasil – Arcádia de Belo Horizonte. Criador do Encontro
de Cultura Maçônico.
• Entre outras comendas, foi agraciado com a “Ordem da
Águia”, pela Grande Loja Maçônica de Minas Gerais e com
a Comenda “Gonçalves Ledo”, a mais alta Condecoração
do Grande Oriente de São Paulo.
• Criou e editou diariamente, a partir de 2010, um
informativo virtual maçônico intitulado JB News, com
tiragem em mala direta para mais de nove mil assinantes
do País e do Exterior.
Referências:
ASLAN, Nicola. Pequenas biografias de grandes maçons brasileiros.
Paraná, Londrina: A Trolha, 1973.
CASTELLANI, José. Os maçons que fizeram a história do brasil. São Paulo:
editora A Gazeta Maçônica, 1973.
FRANCISCO, Renata Ribeiro. Memória da abolição na maçonaria paulista.
Sankofa. Revista de história da África e de estudos da Diáspora Africana
Ano XIII, NºXXIII, 2020.
Endereços Eletrônicos:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Castro_Alves
https://www.academia.org.br/academicos/castro-alves/biografia
https://www.ebiografia.com/castro_alves/
Castro Alves, a escravidão e o condor | Nerdologia
https://www.youtube.com/watch?v=SBK2FH-LNL0
Historia do Poeta Castro Alves
https://www.youtube.com/watch?v=eDfa7OVUgdI
FILME | Castro Alves - Retrato falado do poeta, 1998
https://www.youtube.com/watch?v=PIP28HbGu60
JOSÉ BONIFÁCIO – O PATRONO DA INDEPENDÊNCIA
16
https://www.uc.pt/org/historia_ciencia_na_uc/autores/SILVA_josebo
nifaciodeandradae.
com a mulher, a irlandesa Narcisa O’Leary, e três filhas, das quais
uma ilegítima, trazendo uma biblioteca particular com 6.000
volumes e uma grande coleção de minerais (Gomes, 2010).
Em março de 1820, na companhia de seu irmão mais novo,
Martim Francisco Ribeiro de Andrada, saiu em excursão científica
pelo interior de São Paulo, explorando a região de Sorocaba por
aproximadamente 40 dias, após os quais elaborou um longo
relatório sobre as potencialidades econômicas (mineral, agrícola
e pecuária) da região. Recebeu de D. João VI, por carta de mercê
de 18 de agosto de 1820, o título de conselheiro.
Com a chegada das notícias da Revolução do Porto, no final
de 1820, passou a organizar as lideranças paulistas em torno da
defesa dos interesses políticos e econômicos do então Reino Unido
de Portugal, Brasil e Algarves, condição essa decorrente da
importantíssima lei de 16 de dezembro de 1815, quando D. João
elevara o Brasil à categoria de reino. Bonifácio envolveu-se então
num clima de efervescente agitação política, em vista das
intenções recolonizadoras das Cortes convocadas em Lisboa.
Atendendo à exigência das Cortes e com o receio de perder
o trono, em função do decreto-régio de 7 de março de 1821, e
pressentindo a possibilidade de o Brasil tornar-se independente,
D. João nomeou seu filho e herdeiro, D. Pedro, então com 22 anos
de idade, como regente do Governo Provisório do Reino do Brasil
e informou sua decisão de retornar a Corte para Lisboa.
Esclareceu que a condição de “Governo Provisório” vingaria até o
estabelecimento da Constituição em elaboração pelas Cortes
Gerais de Lisboa (Del Priore, 2019). Em 26 de abril de 1821, D.
João VI embarcou para Portugal.
Com a formação em todas as províncias de juntas
governativas provisórias, Bonifácio iniciou seu papel político, no
conturbado período que antecedeu o processo de independência,
sendo eleito vice-governador da província em São Paulo, em 23 de
junho de 1821, passando a articular o apoio de outras regiões do
país à emancipação e à posterior manutenção da unidade
territorial. Indicou seu irmão Martim Francisco como secretário.
A Junta de São Paulo foi a primeira a reconhecer a autoridade do
príncipe regente D. Pedro de Alcântara.
Nesse mesmo ano redigiu “Lembranças e apontamentos do
Governo Provisório da Província de São Paulo” para os seus
deputados, documento que pretendia orientar a bancada paulista
em sua participação nas Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação
Portuguesa que foram instaladas com o objetivo de elaborar uma
constituição para Portugal e seus domínios ultramarinos.
Ainda em abril de 1821, um decreto das Cortes anulou o ato
que havia nomeado D. Pedro regente. Por meio dos Decretos 124
e 125, de 29 de setembro de 1821, as Cortes ordenavam a abolição
da regência e o imediato retorno de D. Pedro a Portugal. A partir
daí se sobressaiu a maçonaria, com toda força e vigor. Os
interesses de todos os setores envolvidos convergiam para uma
independência feita sob o comando do príncipe regente D. Pedro.
A reação dos brasileiros contra o decreto ordenando o retorno de
D. Pedro ganha voz no discurso do maçom Cipriano José Barata,
denunciando a trama contra o Brasil e publicado na íntegra,
através da imprensa.
Três representações (Minas, Rio e São Paulo) foram
encaminhadas a D. Pedro, rogando a sua permanência no Brasil e
o descumprimento aos Decretos 124 e 125. A de São Paulo,
redigida por José Bonifácio, partidário de uma monarquia
constitucional, com D. Pedro no poder, foi enviada em 24 de
dezembro de 1821, no qual criticava duramente a decisão das
Cortes de Lisboa e chamava a atenção para o importante papel
reservado ao príncipe naquele momento de crise.
No dia 9 de janeiro de 1822, diante de D. Pedro, na sala do
trono, o maçom José Clemente Pereira, Presidente do Senado da
Câmara, fez seu discurso pedindo a permanência do príncipe.
Então D. Pedro, compreendendo a magnitude do evento e
reconhecendo a sua responsabilidade junto ao povo brasileiro,
pronuncia o que a história reconhece a data como o “Dia do Fico”.
Aproveitando-se do apoio da população do Rio de Janeiro, o
regente demitiu o ministério deixado pelo pai e nomeou outro.
Com a chegada de José Bonifácio ao Rio a 17 de janeiro, foi ele logo
nomeado para chefiar o Ministério dos Negócios do Reino e
Estrangeiros, sendo o primeiro brasileiro a ocupar um cargo
semelhante. Ainda naquele mês, seguindo o conselho de José
Bonifácio, D. Pedro assinou Decreto instituindo que só vigorariam
no Brasil as Leis portuguesas que recebessem o “cumpra-se” do
príncipe regente.
Em 2 de junho de 1822, José Clemente Pereira, em audiência
com D. Pedro, fez saber o discurso redigido por Joaquim Gonçalves
Ledo e Padre Januário da Cunha Barbosa sobre a necessidade de
uma Constituinte. José Bonifácio manifestou-se contrário à
convocação da Constituinte, mas acabou por aceitá-la. Em 3 de
junho de 1822 foi expedido decreto em que José Bonifácio
convocou a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa.
Enquanto isso, as Cortes insistiam no retorno imediato de
D. Pedro. Jornais e publicações da época reconheciam José
Bonifácio como um dos primeiros a protestar contra a política
recolonizadora das Cortes, além de um dos líderes da campanha
pela permanência do príncipe no Brasil. Por isso, posteriormente,
ficaria conhecido por seus partidários como “Pai da Pátria”,
“Timoneiro da Independência”, “o Patriarca”.
Em 17 de junho de 1822, foi criada a primeira Obediência
Maçônica do Brasil, o Grande Oriente Brasílico (ou Brasiliano),
uma entidade dedicada, com exclusividade, à luta pela
independência política do Brasil. José Bonifácio foi escolhido
Grão-Mestre pela sua dimensão, não só na política nacional como
Ministro, mas, também, na europeia, pela sua atividade científica
e política, durante os 37 anos em que viveu e trabalhou na Europa.
Não obstante referências de sua iniciação maçônica em fins dos
anos de 1780 na Universidade de Coimbra, consta que teria sido
realmente iniciado em 20 de maio de 1822, na Loja Comércio e
Artes (RJ), aos 59 anos.
A liderança dos maçons cabia a Gonçalves Ledo, seu
substituto imediato. Ledo era um político fluminense, considerado
a maior liderança maçônica da época, mas não tinha o prestígio
nacional e internacional de José Bonifácio (Castellani, 1993).
Os grupos de Bonifácio e Ledo mantinham uma luta
ideológica. Eram maçons em conflito, com agitação nas ruas e
intrigas palacianas. Essa luta extrapolou as discussões no âmbito
das lojas e assumiu caráter público e se estendeu através da
imprensa (Castellani, 2007). Para José Bonifácio somente a forma
de governo monárquica seria capaz de manter a unidade
territorial. Ele temia as eleições diretas, opondo-se às ideias de
fundo republicano (Mattos, 1991).
Por proposta de José Bonifácio, em 2 de agosto de 1822, o
príncipe regente D. Pedro é Iniciado Aprendiz Maçom na Loja
Comércio e Artes, adotando o nome histórico ou heroico de
“Guatimozim”, em referência ao último imperador Asteca morto
em 1522 (Ledo era “Diderot” e Bonifácio, “Tibiriça”). Logo em
seguida, no dia 5 de agosto, Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava
a presidência dos trabalhos, conduziu a cerimônia de Exaltação de
D. Pedro ao grau de Mestre Maçom.
Em ato do início de agosto de 1822, D. Pedro declara
inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil
sem o seu consentimento. Convencido da necessidade de apoio
das potências europeias, José Bonifácio desenvolveu intensa
campanha junto aos governos estrangeiros e às embaixadas. Num
manifesto redigido por ele, em 6 de agosto, em nome do príncipe
e dirigido às “Nações Amigas”, garantia-lhes que os seus
interesses seriam respeitados (Mota, 1972).
No dia 14 de agosto D. Pedro parte em viagem, com o
propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, cujo
governo reacionário parecia querer desacatar o poder dos irmãos
Andrada (José Bonifácio e Martim Francisco), com a iminência de
uma guerra separatista. Ao partir, entregou a regência à esposa, D.
Leopoldina, para que o governo não ficasse paralisado. Chegando
a Lorena no dia 19 de agosto, emite o decreto dissolvendo o
governo provisório de São Paulo. No dia 25 de agosto, já em São
Paulo, onde foi recebido com honrarias, hospeda-se no Colégio
dos Jesuítas.
No dia 2 de setembro, no Rio de Janeiro, reuniu-se o
Conselho de Estado sob a presidência da princesa D. Leopoldina,
onde foram lidas as cartas chegadas de Lisboa com as abusivas
decisões das Cortes, anunciando o propósito de enviar tropas ao
Brasil e contendo afirmações ofensivas ao príncipe. José Bonifácio,
que já vinha percebendo que a solução de uma monarquia dual era
impossível, escreveu a D. Pedro, concitando-o à ação rápida e que
nada mais havia a fazer senão proclamar o rompimento definitivo
com Portugal.
De São Paulo, em 5 de setembro, D. Pedro parte para Santos,
regressando dois dias depois, na madrugada do dia 7. No
percurso, às margens de um riacho localizado na colina do
Ipiranga, foi surpreendido pelo Major Antônio Gomes Cordeiro e
pelo ajudante Paulo Bregaro, portadores de urgentes notícias
enviadas pelo seu primeiro ministro José Bonifácio. Então, ao
tomar ciência dos fatos D. Pedro proclamou a independência 17.
A partir de então, o clima político do período ficou tenso,
ganhando corpo o conflito entre os dois grupos à frente do Grande
Oriente. “De um lado, a elite brasiliense, liderada pelo prócer da
maçonaria no Brasil, Joaquim Gonçalves Ledo, e formada por
aqueles que desejavam um governo baseado na soberania
popular, tendo dom Pedro como chefe escolhido pelo povo e
subordinado aos seus representantes. Do outro lado, a elite
coimbrã, liderada por José Bonifácio e formada pelos que
defendiam uma Constituição que limitasse os poderes da
Assembleia Legislativa, aceitando a autoridade do soberano como
um direito legalmente herdado através da dinastia” (Lustosa,
2000).
Referências:
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Pedro I e Domitila, a Marquesa de Santos. Rio de Janeiro: Rocco, 2012;
Site da ARLS COMÉRCIO E ARTES:
https://comercioeartes.com.br/historia-da-loja/.
DARIO PERSIANO DE CASTRO VELLOZO
Jorge Bernardi
Cadeira nº 15
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Dario Vellozo. Disponível em:
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DARIO PERSIANO DE CASTRO VELLOZO. In: Wikipedia. Disponível em:
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Acesso em 03/10/21.
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GRUPO DE ESTUDOS DE HISTÓRIA ANTIGA. Festa da Primavera:
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_____________________ Intelectuais e República: Educação Integral no
pensamento de Dario Vellozo. Disponível em:
https://periodicos.ufmg.br/index.php/temporalidades/article/view/5
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MOREIRA, Caio Ricardo Bona. Ruínas de um tempo/templo, ou
sobrevivências de Dario Vellozo na literatura do Presente. Tese de
Doutorado em Literatura, UFESC. Disponível em:
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em 10/10/21.
SANTOS, Dario Nogueira dos. De DARIO NOGUEIRA DOS SANTOS
(Apolônio de Tyana IIº) A DARIO VELLOZO (Apolônio de Tyana) Do
I.N.P. Curitiba – Paraná (26 – Agosto – 1949) - homenagem prestada
pelo “Centro de Letras do Paraná“, ao sócio fundador Dario Persiano de
Castro Vellozo, em 26 de agosto de 1949, pelo Prof. Dario Nogueira dos
Santos, orador do Centro de Letras, na ocasião. Disponível em:
http://www.pitagorico.org.br/fundador/. Acesso: 12/10/21,
VELLOZO, Dario. Obras I, Instituto Neopitagórico, Curitiba, 1969;
_______________. Obras IV, Instituto Neopitagórico, Curitiba, 1975.
JOAQUIM GONÇALVES LÊDO:
O PATRIARCA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
18Fonte: https://www.freemason.pt/jose-bonifacio-e-goncalves-ledo-
macons-antagonistas/
Joaquim Gonçalves Lêdo, em sua trajetória foi jornalista,
editor do Revérbero Constitucional Fluminense, Procurador Geral
da Província do Rio de Janeiro, Deputado da Assembleia
Constitucional do Brasil pelo Rio de Janeiro, eleito para as duas
primeiras legislaturas do Brasil Império pela Província do Brasil,
além de Deputado da Assembleia Provincial do Rio de Janeiro,
Deixou extensa gama de feitos como marco da sua história
(BRASIL, 2019).
Na Maçonaria levava com afinco a ideia da República,
havendo registros históricos que demostram sua atuação no
movimento de independência, Em sua atuação, é possível
observar a fundação do Grande Oriente do Brasil, em 17 de junho
de 1822, resultado do desdobramento da Loja Comércio e Arte em
outras duas a saber: União e Tranquilidade e Esperança de Niterói.
Quer formaram a tríade de sustentação do Grande Oriente, cujos
membros eram José Bonifácio como Grão-Mestre e Gonçalves
Lêdo como 1º Vigilante que objetivavam a Independência do
Brasil (BRASIL, 2019).
Gonçalves Lêdo, com sua eloquência e pensamento
visionário era capaz de movimentar a opinião pública, podendo-
se afirmar, pela presença constante nos estudos históricos que
tratam da independência do Brasil onde atuou como um dos seus
grandes idealizadores. Foi um dos responsáveis pelo Dia do Fico e
pela convocação da Assembleia Constituinte de 1822. (BRASIL,
2019).
Neste contexto, vê-se a relevância da Historiografia Crítica,
que tem como alguns de seus ilustres representantes, Caio Prado
Júnior e Emília Viotti da Costa na qual tem crescido o prestígio e o
reconhecimento à importância histórica de Gonçalves Lêdo, ao
tempo em que surgem estudos mais completos e profundos sobre
os fatos ocorridos à época (BRASIL, 2019, p.4).
Gonçalves Lêdo era grande patriota, de semblante sério, de
caráter irretocável, de convicções firmes, chegando até a recusar
o cargo de Ministro de D. Pedro I e o título de Marquês que lhe foi
oferecido. Em contrapartida, assumiu diversos mandatos como
Deputado da Província do Rio de Janeiro, pois esta era uma honra
concedida pela vontade do povo, que para ele era soberana
(BRASIL, 2019).
Pelo exposto, nota-se a inegável contribuição histórica de
Joaquim Gonçalves Lêdo para a libertação do povo brasileiro da
Corte Portuguesa e, desta forma, nada mais justo ser-lhe
concedido o título de Patrono da Independência.
Referências:
ASLAN, Nicola. Subsídios para uma biografia de Joaquim Gonçalves
Lêdo: textos e documentos. Rio de Janeiro: ed. Maçônica, [s.d.], t.1.
______. Subsídios para uma biografia de Joaquim Gonçalves Lêdo:
textos e documentos. Rio de Janeiro: ed. Maçônica, [s.d.], t.2.
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"A Trolha", 1992.
SANTIAGO, Marcos. Maçonaria: história e atualidade. Londrina-PA: Ed.
Maçônica "A Trolha", 1992.
MÁRIO MARINHO DE CARVALHO BEHRING:
Soberano Protetor do R⸫E⸫A⸫A⸫
Referências:
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https://mariobehring.sigloja.com.br/pagina/lojamariobehring. em
01/09/2020
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da Maçonaria para a República Federativa do Brasil ‘Astrea’.
Site: http://matheusconstantino.org/breve-relato-sobre-mario-
marinho-de-carvalho-behring/ em 01/09/2020
Site: https://academiamaconicarpdeletras.com.br/?page_id=342
ACADEMIA MAÇÔNICA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS
JOSÉ DE SOUSA MARQUES
1. Apresentação
José de Souza Marques (1894-1974) foi um educador,
político, advogado, pastor e teólogo brasileiro.
2. Infância e juventude
José de Souza Marques era neto de escravos, filho de
trabalhadores humildes (pai marceneiro e mãe lavadeira)
nascido na Zona Norte do Rio de Janeiro em 1894, e criado, dos
dois aos dezessete anos, no distrito de Pinheiral, hoje município,
que na época pertencia ao município de Piraí. Retornou ao
Distrito Federal aos dezessete anos de idade, sem escolaridade,
semianalfabeto, e prático nas artes da marcenaria e carpintaria,
que aprendera com o pai.
3. Formação e vida como educador
Sendo de origem humilde, estudante negro num país
recém-saído da abolição da escravatura, numa situação
incomum para sua época, com esforço e grande mérito
conseguiu bacharelar-se em Ciências e Letras, no Colégio
Batista do Rio, tendo, posteriormente, se graduado em Teologia
no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, na turma de
1922, com 28 anos de idade.
Casou-se com Leopoldina Ribeiro, com quem teve sete
filhos. Foi pastor no Paraná durante algum tempo. Voltou ao Rio
de Janeiro e formou-se em Direito.
Foi secretário e vice-diretor do Colégio Batista do Rio de
Janeiro, na época do Dr. Shepard. Por concurso público de
provas e títulos, tornou-se professor no então Distrito Federal.
Em 1929 fundou uma Escola Primária que se
transformou no Colégio Souza Marques, posteriormente
integrado na Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, na
região de Cascadura, no Rio de Janeiro, que também mantém
uma Faculdade de Medicina.
4. Carreira maçônica
Seguindo uma tradição norte-americana, de militância
de líderes cristãos namaçonaria, foi um destacado membro do
Grande Oriente do Brasil. Foi iniciado na LojaMaçônica Brasil no
0953, em 14/04/1943.
Exerceu cargos importantes na administração
maçônica, tendo sido inclusive presidente, por muito tempo, do
Supremo Tribunal de Justiça Maçônica. Ainda hoje, a única foto
existente no Salão do Conselho do Palácio Maçônico do
Lavradio, é a do Pr. Souza Marques. No mesmo Palácio, a sala de
Tribunal de Justiça tem o nome de José de Souza Marques. Foi
também Membro Efetivo do Supremo Conselho do Brasil para o
Rito Escocês Antigo e Aceito, encontrando-se em sua sede em
exposição, um retrato pintado a óleo do Pastor Souza Marques.
6. Carreira religiosa
Convertido ao protestantismo na Primeira Igreja Batista
do Rio de Janeiro, em 1910, Souza Marques foi batizado pelo
Pastor J. W. Shepard. Após, graduou-se no Colégio Batista e já
formado em Teologia pelo Seminário Batista do Sul do Brasil, no
Rio de Janeiro, foi consagrado Ministro Evangélico, tornando-se
Pastor Batista, vinculado à Convenção Batista Brasileira, tendo
sido Pastor da Igreja Batista do Engenho Novo, no Rio de Janeiro
(substituindo seu irmão, Antônio de Souza Marques, que havia
falecido). E da Primeira Igreja Batista de Campo Grande no
período de 1923a 1925. Foi também pastor, pelo tempo de 8
meses na hoje, Primeira igreja Batista de Bonsucesso, no
período de setembro de 1924 a maio de 1925, (Livro de Ata da
Igreja), também pastor da Primeira Igreja Batista de Realengo,
entre 1934 e 1942, e da PIB em Osvaldo Cruz.
Fundou a Igreja Batista Jardim da Prata, em Nova
Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, em 2 dezembro de 1951,
com 20 membros e o apoio da membresia da Igreja Batista do
Engenho Novo, sendo então seu primeiro obreiro o pastor no
até 09Março de 1952.
Construiu vários templos batistas, dentre outros, nos
bairros cariocas de Realengo, Osvaldo Cruz e Engenho Novo.
Em várias ocasiões, foi presidente da Convenção Batista
do Distrito Federal (depois, da Guanabara, atual Convenção
Batista Carioca), por doze vezes, entre 1924 e 1960.
Em 1935, aos 41 anos de idade, foi presidente da
Convenção Batista Brasileiro, realizada na Primeira Igreja
Batista do Rio de Janeiro. Posteriormente, foi presidente da
Ordem dos Ministros Batistas do Brasil, em 1958, com 64 anos
de idade, quando se deu o Primeiro Congresso de Pastores
Batistas do Brasil.
8. Carreira política
Na política, foi fundador e presidente do Partido Republicano
Democrático,[5] em1945. Que posteriormente, no ano de 1949
passaria a denominar-se Partido RepublicanoTrabalhista.
Foi deputado constituinte à Primeira Legislatura do
antigo estado da Guanabara, pelo PTB, em 1960, além de
vereador do antigo Distrito Federal. Quando morreu, era
novamente deputado estadual, eleito no pleito de 1960, pelo
MDB.
José de Souza Marques lutou desde seu primeiro
mandato pela aprovação de um projeto de lei que assegurasse
o financiamento a estudantes carentes em todos os níveis, em
particular a alfabetização e o ensino básico e médio.
Como vereador do então Distrito Federal, deputado
constituinte do estado da Guanabara, em 1960, principal aliado
na campanha de Leonel Brizola para deputado federal em 1962
e um dos principais aliados do deputado federal Miro Teixeira a
partir de 1969, José de Sousa Marques foi um dos principais e
mais eficientes construtores dasinstitucionalidades cariocas e
fluminenses dos anos 1940 até 1974.
Como político era um ativista convicto, que agia de
maneira gentil, bondosa e conciliadora. Era considerado por
seus pares um sábio e um magnífico conselheiro. Essa
característica fez com que José de Souza Marques, sem ser
contra a construção da estátua do Cristo Redentor na Floresta
da Tijuca em área da União Federal, articulasse um pacto de
tolerância e respeito ao estado laico e às demais religiões na
cidade do Rio de Janeiro.
14. Referências:
(1) Wikipédia, a enciclopédia livre.
(2) MATTOS, M. Divisão de Obrigatoriedade Escolar e Estatística.
Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 33, 24 dez. 1933.
(3) BAÍA, P. Pensamento Social e Político de José de Souza Marques:
Análise da trajetória de vida de um afrodescendente pioneiro das
ações afirmativas no Brasil. Revista Internacional de História Política
e Cultura Jurídica, Rio de Janeiro, p. 113. Janeiro-Abril. 2013.
(4) Passagens. Revista Internacional de História Política e Cultura
Jurídica - Rio de Janeiro: vol. 5, no.1, janeiro-abril, 2013, p. 102-125.
(5) fonte:
https://www.facebook.com/gilsondocarmo.batista/posts/133337
8330068462.
MANOEL JOSÉ DE SOUZA FRANÇA
Referências:
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BLAKE, A.V.A.S. “Dicionário Bio-bibliográfico Brasileiro, vol. 6. Pag.144.
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Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, vol. 190, Imprensa Nacional
jan. a mar. 1946.
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Revista da Academia Catarinense de Letras, nº3, ano 3, pag. 91-247,
Tomo I, 1970.
ULYSSEA, R. “O Conselheiro Souza França”. Santo Antônio dos Anjos da
Laguna, Florianópolis, Edição Governo do Estado 1976.
HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA PEREIRA:
O maçom patrono da imprensa brasileira
Figura 02
Com Mary Ann (Fig.02, retrato da esposa de Hipólito,
pertencente à sua bisneta, Sra. Mary da Costa Bales), Hipólito teve
três filhos: duas moças e um rapaz. Seu filho que se chamava
Augusto Frederico recebeu o nome em homenagem ao duque.
Também é conhecido que Hipólito teve ao menos um filho fora do
casamento.
Em Londres, participou de várias lojas maçônicas. Tanto
assim que em 1807 foi membro da Loja das Nove Musas e, em
março de 1808, ingressou na Loja Antiquity, cujo Venerável
Mestre era o Duque de Sussex (Fig.03, retrato de Samuel
Drummond c.1812 em Fresmasons hall).
Figura 03
Chegou a ser Mestre Adjunto (Deputy Master) em
1812/1813 quando o duque era venerável, ou seja, na ausência do
duque, presidia as sessões. Consta, ainda, ter sido um dos
fundadores da Loja Royal Invernes, em 1814.
Com Domingos José Martins (Brasileiro, do Espírito Santo,
e que em Londres comerciava), Hipólito fundou a loja “Lusitana
184” em 1812, ao Grande Oriente de Londres, que, em ligação com
as academias e clubes secretos do Recife, preparou a revolução
pernambucana de 1817, à qual, na hora precisa, Hipólito negou
apoio 25 pois sustentou a convicção do Império Luso-Brasileiro,
sendo então contrário à ruptura do Brasil com Portugal.
28 (AQC, 92:50).
França para o REAA conferiu, por patente, o grau 33 para ele e o
duque.
Em 1955, Gastão Nothmann, a pedido do biógrafo de
Hipólito, Carlos Rizzini, descobriu o túmulo de HJC na Igreja de St.
Mary, na paróquia de Hurley, Berkshire, perto de Londres e onde
existem duas lápides:
Uma com os seguintes dizeres da autoria do duque de
Sussex e mandada colocar pelo próprio:
“À sagrada memória do Comendador Hipólito José da
Costa que faleceu no dia 11 de setembro de 1823 com a idade de
46 anos. Um homem distinto pelo vigor de sua inteligência e seu
conhecimento na ciência e na literatura, quanto pela integridade
de suas maneiras e caráter.
Descendia de uma nobre família no Brasil, e neste país
residiu nos últimos 18 anos, durante os quais produziu
numerosos e valiosos escritos que difundiu entre os habitantes
desse vasto Império pelo gosto de úteis conhecimentos, com amor
pelas artes que embelezam a vida e amor pelas liberdades
constitucionais fundadas na obediência às leis salutares e nos
princípios de mútua benevolência e boa vontade. Um amigo que
conhecia e admirava suas virtudes e que as registra para o bem da
posteridade”;
A outra dos familiares: “Sob esta lápide estão depositados
os restos do corpo do Comendador Hipólito José da Costa,
Encarregado dos Negócios do Imperador do Brasil, que faleceu no
dia 11 de setembro de 1823, com a idade de 46 anos”.
Tinha, em seu exílio londrino, estreitas vinculações com
maçons famosos, seja William Preston, ex-Venerável da Antiquity
e autor do clássico Ilustrações da Maçonaria (Illustrations of
Masonry) em que Hipólito é citado como plenipotenciário em
Londres para regularizar as Lojas portuguesas.
Seu exílio em Londres não o fez esquecer o Brasil e a luta
pela Independência antes, pelo contrário, acirrou o seu fervor de
luta. Tanto assim que a sua mais importante obra, todavia, foi a
criação, em 1808, do Correio Brasiliense, ou Armazém Literário,
cuja publicação só seria interrompida em 1823 e que chegou a ter
uma tiragem de 1000 exemplares em média.
A liberdade de imprensa foi uma das propostas
inovadoras de Hipólito frente ao Correio Braziliense, uma das
frases mais emblemáticas dessa percepção de Hipólito sobre a
liberdade de imprensa: “A discussão livre fará sempre sucumbir o
erro”29
Em outra passagem, Hipólito demonstra a leitura do livro
O Espírito das Leis de Montesquieu, dando ênfase à “preferência ao
governo representativo. Interessante nesta passagem é a defesa
que Hipólito faz do filósofo quando afirma:
Referências:
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Paulo/Brasília, Imprensa Oficial do Estado/Correio Braziliense, vol. 30,
pp. 515-553, 2001-03.
RUI BARBOSA: O ESTADISTA DA REPÚBLICA
1 Introdução
Quando me foi apresentada a lista de nomes para escolha
do patrono de minha cadeira na Academia Maçônica Virtual
Brasileira de Letras, não tive dúvida, dentre tantos notáveis,
escolhi Rui Barbosa.30
Desde muito cedo Rui Barbosa já se mostrava prodigioso
com as letras, influenciado pelo seu pai desenvolveu o amor à
leitura. Rui Barbosa era um homem versátil, viveu entre as
últimas décadas do Império e as primeiras da República, era
versado nas letras e afinado no discurso.
Como muitos homens da elite brasileira foi iniciado na
maçonaria, aos 29 anos de idadeiniciou sua carreira política, como
deputado Provincial pela Bahia. Inaugurou o Senado da
República, em 1890, e só o deixou em 1923, quando morreu, aos
72 anos de idade.
Viveu pelos seus ideais, abolicionista convicto, defendia o
36Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/periodo2/lamina10/
index.htm> Acessado em:14/11/2021.
A segunda Constituição do Brasil e a primeira republicana,
foi promulgada a 24 de fevereiro de 1891, marcando a transição
da monarquia para a república, tendo a indelével contribuição de
Rui Barbosa.37
2.15. O exílio
Como redator-chefe do Jornal do Brasil, Rui Barbosa fez
oposição ao governo de Floriano, em 1893 foi obrigado a se exilar.
Dirigiu-se, em primeiro lugar, para Buenos Aires, depois para
Lisboa, onde alguns incidentes levaram-no a escolher Londres.
Escreveu, então, asfamosas Cartas da Inglaterra para o Jornal do
Comércio.38
Somente em 1895, no governo de Prudente de Morais, Rui
Barbosa regressaria ao Brasil, retorna ao Senado, sendo reeleito
sucessivamente até a morte.
37 Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/periodo2/lamina12/
index.htm> Acessado em:14/11/2021.
38 Página da ABL na internet dedica a biografia de Rui Barbosa <
40 Ibidem.
eleitoral na França.
Embora tenha sido derrotado em 1909 e 1919, Rui
conseguiu plantar nos brasileiros a semente de uma consciência
político-eleitoral que até então não existia.
41 Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/periodo4/lamina25/
index.htm> Acessado em:14/11/2021.
42 Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/periodo4/lamina31/
index.htm> Acessado em:14/11/2021.
2.22. Morre Rui Barbosa
Na noite de 1o de março de 1923 Rui Barbosa, então com
73 anos, morre na sua casa em Petrópolis. O corpo é levado num
trem especial para o Rio de Janeiro e permanece em câmara-
ardente na Biblioteca Nacional. Decretado luto oficial de três dias,
aquele homem que jamais lograra ocupar o posto supremo da
Nação recebe honras de chefe de Estado. Nos ombros do povo o
esquife seguiu para o cemitério São João Batista, onde foi
sepultado. Em 1949 seusrestos mortais foram trasladados para o
Tribunal de Justiça da Bahia, em Salvador - hoje Fórum Rui
Barbosa.
A morte de Rui Barbosa repercutiu em todas as camadas
da população. As casas de espetáculos fecharam suas portas e as
diversões públicas foram suspensas em todo o país. Rui deixaria
inacabada "A imprensa e o dever da verdade", obra sobre o papel
do jornalismo na construção da cidadania.43
Consta nos anais da Academia Brasileira de Letras que a
notícia do seu falecimento foi comentada no mundo inteiro. O
Times, de Londres, dedicou-lhe um espaço nunca antesconcedido
a qualquer estrangeiro (ABL).
43 Disponível em:
<http://www.projetomemoria.art.br/RuiBarbosa/periodo4/lamina32/
index.htm>
44 Disponível em:
<https://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/ruy-
barbosa-usou-tribuna-do-senado-para-mostrar-ao-pais-importancia-
da-democracia> Acessado em: 14/11/2021.
colega Rui Barbosa, aos 73 anos. Oanúncio é feito pelo presidente
do Senado, Estácio Coimbra:
barbosa/bibliografia>
secundário e superior, 1882; O Marquês de
Pombal, 1882; Reforma do ensino primário,
1883; Swift, 1887; Cartas de Inglaterra, 1896;
Parecer e Réplica acerca da redação do Código
Civil, 1904; Discursos e conferências, 1907;
Anatole France, 1909; Páginas literárias,
1918; Cartas políticas e literárias, 1919;
Oração aos moços, 1921; Queda do Império, 2
vols., 1921; Orações do Apóstolo,1923; Obras
completas, organizadas pela Casa de Rui
Barbosa, 125 vols.
3 Conclusão
Rui Barbosa é, sem sobra de dúvidas, um dos mais
importantes personagens do Brasil, seu prestígio tomou
proporções mundiais e elevou o país a patamares nunca antes
visto.
Participou ativamente na formação da república, lutou
pelos seus ideais, era polêmico e muitas vezes incompreensivo,
como acontece com os gênios.
Não é difícil encontrar no Brasil, ruas, praças e espaços
públicos com seu nome. Imortalna mais ampla acepção da palavra,
seu legado permanece vivo ainda hoje, Rui Barbosa nos enche de
orgulho de ser brasileiro, por sua postura, erudição e exemplo de
cidadão.
Muito me honra ter escolhido Rui Barbosa como patrono
de minha cadeira na Academia Maçônica Virtual Brasileira de
Letras, a admiração que nutria por ele se eleva ainda mais com o
presente panegírico, espero ter atingido a expectativa com essa
singela homenagem ao Estadista da República.
4 Referências
BURITY, Elvandro. Maçons do passado. Edição Virtual, Rio de Janeiro,
2009.
GENS, Plínio Virgilio. A maçonaria inglesa no Brasil. São Paulo:
Medras, 2013.
CARVALHO, William Almeida de. Pequena história da maçonaria no
Brasil. Revista deEstudios Históricos de la Masonería, 2010.
CASTELLANI, José. Uma coletânea da rede mundial, 2ª Edição,
Brasília, 2016.
WESTIN, Ricardo. Arquivo S: O senado na história do Brasil.
Brasília: Senado Federal,2015.
MANOEL GOMES
Ademar Valsechi
Cadeira Nº 23
3. Referências:
CONCEIÇÃO, Eleutério Nicolau da. A vida de Manoel Gomes – Power
Point.
GOMES, Manoel. A Maçonaria na História do Brasil. Gráfica e Editora
Aurora, 1975.
GOMES, Manoel. O Manual do Mestre Maçom. 1996.
JUNIOR, Jair Carqueijo. História da Grande Loja de Santa Catarina. Vol.
1 Editora Lexia, 2011.
SANTOS, Gerson dos. Manoel Gomes, Sua Vida e Sua Obra. Academia
Maçônica de Letras, 1999.
JOSÉ MARIA DA SILVA PARANHOS JUNIOR
(BARÃO DO RIO BRANCO)
Referências:
ALMANAQUE ABRIL. São Paulo: Abril, 1993.
CASTELLANI, José. Os Maçons que fizeram a História do Brasil. São
Paulo: A Gazeta Maçônica,2ª. Edição, 1987.
CRUZ, Almir Sant’Anna. Dicionário de Símbolos Maçônicos: Graus de
Aprendiz, Companheiro eMestre. Rio de Janeiro: Zurc, 2ª. Edição, 2020.
ENCICLOPÉDIA BARSA. Rio de Janeiro: W. Benton, 1973.
GRANDE ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL. São Paulo: Nova
Cultural, 1998
PROBER, Kurt. História do Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil: 1832
a 1927. Rio de Janeiro:Kosmos, 1981.
RAIMUNDO ACREANO RODRIGUES DE
ALBUQUERQUE
Oduwaldo Álvaro
Cadeira Nº 25
Fonte:
http://weber-
varrasquim.blogspot.com/2011/10/raimundo-rodrigues-
serie-macons.html?m=1
ALBERTO MANSUR
1. Introdução
2. Maçonaria
Alberto Mansur conheceu a Maçonaria por intermédio de
seu tio José Nehmetalla, que o levouem 1939 ao templo maçônico
da Loja Alva Estrela de Paraguaçu. Todavia, só em 30 de setembro
de 1950 foi iniciado Aprendiz Maçom na Loja Perfeita União, n°
13, filiada à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro,
sediada no oriente de Valença. Em 7 de setembro de 1951 foi
elevado a Companheiro Maçom e em 5 de setembro de 1952
exaltado a Mestre Maçom. Em 23 de maio de 1969 foi eleito
Venerável Mestre da Loja Romã, n° 23, no oriente do Rio de
Janeiro.
Foi fundador das Lojas Maçônicas Igualdade, nº 93;
Fraternidade, nº 100; Isabel Domingues, nº109; Igualdade II, nº
122; José Rocha Neto, nº 133; Antônio Monteiro Martins, nº 139;
Francisco Cândido Xavier, nº 153 e Padre Cícero Romão Batista,
nº 155, todas filiadas à Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de
Janeiro.
Ascendeu aos graus superiores do Rito Escocês Antigo e
Aceito, desempenhando funções e imprimindo sua marca
administrativa. Em 24 de novembro de 1974, Alberto Mansur
assumiu o cargo de Soberano Grande Comendador do Supremo
Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria para a República Federativa do Brasil, o ocupando até
ser sucedido por Venâncio PessoaIgrejas Lopes, em 1988.
Naquela época, o Supremo Conselho estava instalado à rua
Professor Gabizo, centro do Rio deJaneiro. Era uma pequena sala
de 12 m², com uma mesa e alguns arquivos, sem presença que
demonstrasse ser uma forte instituição nacional. Estavam
filiados ao Supremo Conselho quase
1.000 maçons brasileiros do Rito Escocês Antigo e Aceito,
número que ao deixar o cargo multiplicou para mais de 30.000
maçons filiados, ocupando uma sede com cerca de 20.000 m² em
Jacarepaguá.
Seu governo foi de austeridade e permanente preocupação
com a imagem vigorosa do Supremo Conselho do Brasil,
notadamente no seio dos Supremos Conselhos do Mundo. Com as
Grandes Lojas Brasileiras mantinha uma política de bom
relacionamento, sempre dispensando prestígio aos Grão-
Mestres.
Duas questões de fundamental importância para a vida do
Supremo Conselho, decididas pela visão de futuro e coragem de
Alberto Mansur, devem estar ressaltadas na vida deste maçom
empreendedor.
Alberto Mansur quando assumiu o Supremo Conselho da
Maçonaria, em seus Estatutos estava assegurada a vitaliciedade
no cargo de Soberano Grande Comendador. Após tê-lo exercido
por 14 anos,decidiu quebrar essa tradição estabelecendo o tempo
de mandato para 5 anos, cláusula estatutária que semantém até o
presente. Esta é a primeira questão. A extinção da vitaliciedade
pela temporariedade do mandato, permitindo a renovação de
lideranças no Supremo Conselho e consequente maior
desenvolvimento.
A segunda questão foi o reconhecimento pelo Supremo
Conselho da condição de regularidade do Grande Oriente do
Brasil que havia sido perdida pela Cisão de 1927, quando os
tratados firmados pelo Supremo Conselho com as Grandes Lojas
estabeleciam o reconhecimento apenas dos maçons pertencentes
a estas Potências. O Decreto n° 75-83/88, de 01.01.1988
reconhecendo como Potência regular o Grande Oriente do Brasil,
permitiu atrair os irmãos desta potência para os graus superiores
administrados pelo Supremo Conselho, em detrimento do
Supremo Conselho do Grau 33 para o Rito Escocês Antigo e Aceito
ligado ao Grande Oriente do Brasil.
Alberto Mansur ao entregar em 1988 o Primeiro Malhete do
Supremo Conselho da Maçonaria ao seu sucessor, passou a se
dedicar à Ordem DeMolay. O Irmão Alberto Mansur saiu do
Supremo Conselho da Maçonaria, aonde foi por muitos anos o
Soberano Grande Comendador e que sempre o defendeu como o
Supremo Conselho Regular do Brasil e ingressou no Supremo
Conselho ligado ao Grande Oriente do Brasil, quando passou a
defendê-lo como o regular Supremo Conselho do Brasil.
Minhas ligações com Alberto Mansur foram iniciadas em
1976, quando por ele fui investido noGrau 33 em Campina Grande,
Paraíba. Essas ligações se estreitaram mais quando por ele em
1981 fui nomeado Grande Inspetor Litúrgico do Supremo
Conselho para o Estado da Paraíba, cargo que exerci por 10 anos
consecutivos. Tornei-me Membro Efetivo do Supremo Conselho
por eleição em 13.03.1983, tendo sido apresentado por Alberto
Mansur, para ocupar a vaga aberta por falecimento do irmão
Pedro d’Aragão, então Membro Efetivo e Soberano Grande
Inspetor Litúrgico, tendo exercido ambos os cargos até 1991,
quando passei a Membro Emérito até os dias atuais.
Como dirigente maior do Rito Escocês Antigo e Aceito no
Brasil, Alberto Mansur sonhou no congraçamento da família
maçônica, com a expectativa de entrelaçamento dos segmentos
sociofamiliares em entidades próprias de união e
desenvolvimento. Daí suas iniciativas de trazer ao Brasil a Ordem
DeMolay, a Ordem Internacional das Filhas de Jó e a Ordem da
Estrela do Oriente.
3. Ordem DeMolay
A Ordem DeMolay foi fundada em 18 de março de 1919,
em Kansas City, Missouri, Estados Unidos, pelo maçom Frank
Sherman Land e um grupo de jovens. Tem por finalidades criar
bons cidadãos, que convivam em harmonia e que auxiliem o
próximo em suas necessidades básicas e educacionais.
Alberto Mansur tomou conhecimento da existência da
Ordem DeMolay em 1969 e decidiu trazer para o Brasil essa
Organização, no propósito de preencher uma lacuna existente no
seio da Maçonaria do Brasil, que era a não presença de jovens
dentro da Fraternidade.
Tentou, então, alguns contatos com o Supremo Conselho
Internacional da Ordem DeMolay, sem êxito, até que em meados
de 1974 veio a conhecer George A. Newbury, 33°, Soberano
Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito
Escocês Antigo e Aceito dos Estados Unidos da América do Norte,
que participava no Rio de Janeiro da VII Reunião dos Soberanos
Grandes Comendadores das Américas, a quem confiou seu desejo
de trazer para o Brasil a Ordem DeMolay.
O contato com o Irmão George Newbury resultou no
recebimento de uma carta do Supremo Conselho Internacional da
Ordem DeMolay, mas sem indicações de maiores perspectivas de
que um trabalho mais concreto pudesse ser iniciado com vistas à
realização desse sonho. Mesmo assim, Alberto Mansur começou
um trabalho de divulgação da Ordem DeMolay, em todo o
território nacional, buscando despertar o interesse dos maçons e
reunir bons colaboradores para a obra.
Em 1979, Alberto Mansur conheceu em Boston o então
Grande Mestre Internacional da Ordem DeMolay, C. C. “Buddy”
Faulkner, 33°, com o qual obteve a autorização de fundar a Ordem
DeMolay no Brasil, sendo nomeado membro do Supremo
Conselho Internacional da Ordem e Oficial Executivo para o Brasil.
De imediato Alberto Mansur deu início à tradução dos
rituais para a língua portuguesa, folhetos cerimoniais e outras
publicações, contando com o auxílio de diversos irmãos, com os
quais veio a fundar o primeiro Capítulo da Ordem DeMolay no
Brasil, no Rio de Janeiro, em data de 16 de agosto de 1980,sob o
patrocínio do Supremo Conselho da Maçonaria, do qual era o
Soberano Grande Comendador, sendo Mestre Conselheiro o seu
filho Jorge Alberto Mansur e, mais adiante, sua esposa Célia
Mansur, falecida em 25 de dezembro de 2016, cognominada de
Madrinha da Ordem DeMolay.
Estabelecendo assim em 1980 a Ordem DeMolay no Brasil,
Alberto Mansur trabalhou para o seu desenvolvimento junto aos
maçons nos Estados da Federação. Na Região Nordeste o primeiro
Capítulo fundado foi na cidade de Caicó, no Estado do Rio Grande
do Norte, sendo o segundo em Campina Grande, no Estado da
Paraíba, o Capítulo Deus, Pátria e Família, por mim fundado com
a colaboração de vários irmãos.
Foi em 9 de maio de 1984, na cidade de Saratosa, Flórida,
que o Supremo Conselho Internacional resolveu conceder à
Oficialaria Executiva da Ordem no Brasil, o direito de trabalhar
soberanamente, resultando em decorrência a fundação do
Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o Brasil, órgão
soberano, autônomo e independente, por Carta Constitutiva
expedida pelo Supremo Conselho Internacional da Ordem
DeMolay, com sede em Kansas City, Estados Unidos da América
doNorte.
Em 12 de abril de 1985, quando o Grande Mestre
Internacional da Ordem DeMolay, Irmão Don
W. Wright veio ao Brasil trazendo a Carta Constitutiva
para a instalação do Supremo Conselho daOrdem DeMolay para
o Brasil, já existiam no país 26 Capítulos com mais de 3.300 jovens
iniciados.
Em 1988 Alberto Mansur decidiu dedicar-se inteiramente
à Ordem DeMolay, deixando o cargo de Soberano Grande
Comendador do Supremo Conselho da Maçonaria e assumindo o
cargo de GrandeMestre do Supremo Conselho da Ordem DeMolay
para o Brasil.
Em 1997, por descontentamento de irmãos maçons com
Alberto Mansur, surge um Supremo Conselho Independente da
Ordem DeMolay apoiado pelo Grão-Mestre da Grande Loja
Maçônica do Estado de São Paulo, Irmão Salim Zugaib, o qual não
se sustentou. Em 1999 Alberto Mansur registra as marcas da
Ordem DeMolay no Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
Em 2000, sendo o Irmão Alberto Mansur questionado por
sua administração, mormente no tocante a questões ventiladas de
ordem orçamentária e de abuso de poder no exercício do cargo, o
Supremo Conselho da Ordem DeMolay retira-se da sede do
Supremo Conselho da Maçonaria. O Irmão Mansur perde com isto
o seu sustentáculo e a batalha começa a tomar grandes
proporções. A Ordem já contava com cerca de 500 Capítulos
espalhados pelo Brasil.
Em 2002 o Irmão Jorge Luís de Andrade Lins, por força de
liminar concedida por juiz comum, diz ter sido eleito Grande
Mestre da Ordem DeMolay, tendo Alberto Mansur revertido a
situação impondo-se novamente como Grande Mestre, sendo seu
Adjunto o Irmão Francisco de Assis Santiago.
Em 2003 Francisco Santiago cria um Supremo Conselho
com a denominação de Supremo Conselho da Ordem Jacques
DeMolay, tendo assumido Alberto Mansur o compromisso de não
mais continuar como Grande Mestre do Supremo Conselho da
Ordem DeMolay para o Brasil. Este novo Supremo Conselho não
obteve respaldo dos líderes nos Estados da Federação.
Na Paraíba, representando o Grão-Mestre da Grande Loja
Maçônica do Estado da Paraíba no XI Congresso Estadual
Paraibano da Ordem DeMolay, realizado em Campina Grande,
consegui desviar a intenção dos DeMolays que se declaravam
unânimes no apoio pretendido pelo Irmão Francisco Santiago,
quanto à desfiliação de todos os capítulos paraibanos,
postergando a crítica decisão até que aCMSB – Confederação da
Maçonaria Simbólica do Brasil se pronunciasse e editando nesse
sentido a Carta da Paraíba encaminhada a todos os Grão-Mestres
das Grandes Lojas do Brasil.
Tendo o Irmão Wilson Filomeno assumido o cargo de
Secretário Geral da CMSB, declarou apoio ao Irmão Jorge Luís de
Andrade Lins, denunciou ao Supremo Conselho Internacional da
Ordem DeMolay, nos Estados Unidos, a situação caótica em que se
encontrava a Ordem DeMolay no Brasil, solicitou a retirada de seu
reconhecimento ao Supremo Conselho da Ordem DeMolay para o
Brasil, comsede no Rio de Janeiro, e a autorização para a criação
de um novo Supremo Conselho com sede em Brasília e sob os
auspícios da CMSB, que veio a ser denominado Supremo Conselho
da Ordem DeMolaypara a República Federativa do Brasil.
Alcançando em 2004 o objetivo pretendido junto ao
Supremo Conselho Internacional, a Ordem DeMolay passou ao
comando direto da CMSB, que adotou nova estrutura com a
criação dos Grandes Conselhos Estaduais, subordinados ao novo
Supremo Conselho e ligados às Grandes Lojas Maçônicas em cada
Estado da Federação. Ao Supremo Conselho capitaneado por
Alberto Mansur foi retirado o reconhecimento, que mesmo assim
continuou operando e desaparecendo o Supremo Conselho
chefiadopor Francisco Santiago.
De 2004 a 2019 permaneceram atuando ambos os
Supremos Conselhos, o Supremo Conselho da Ordem DeMolay
para a República Federativa do Brasil com sede em Brasília e o
Supremo Conselhoda Ordem DeMolay para o Brasil com sede no
Rio de Janeiro. Foram 15 anos de lutas, avanços e recuos,
notadamente a disputa judicial no tocante ao registro de
propriedade das marcas da Ordem, até que veio a ocorrer a
unificação de ambos os Supremos Conselhos, pondo fim a
desgastante pendenga.
No Encontro de Líderes da Ordem DeMolay realizado em
08.12.2019 (Dia de Nossa Senhora da Conceição) para a
assinatura do Tratado de Unificação anunciado em 09.11.2019
(Dia da Queda do Muro de Berlim), estiveram presentes as
lideranças de ambos os Supremos Conselhos, Grandes Mestres
Nacionais Edgley Lívio Bezerra da Silva (SCODRFB) e Guilherme
de Castro C. Santos (SCODB), do Grande Secretário do DeMolay
Internacional Greg Kimberling, do Grande Mestre Internacional
John
W. Whitaker, do Soberano Grande Comendador Jorge Luís
de Andrade Lins (SCG33REAA-RFB), do Grão-Mestre Múcio
Bonifácio Guimarães (GOB), dos Grão-Mestres das Grandes Lojas
Brasileiras confederadas a CMSB, representada pelo Secretário
Geral Cassiano Teixeira de Morais e dos Grão- Mestres dos
Grandes Orientes Estaduais confederadas a COMAB, representada
pelo Presidente Ademir Lúcio de Amorim, renascendo a Ordem
com a denominação Supremo Conselho DeMolay Brasil, com cerca
de 944 Capítulos e 85.000 demolays. Na Paraíba o Tratado de
Unificação recebeu minha assinatura, para minha imensa alegria
e honra como fundador da Ordem DeMolay no Estado.
Com a unificação, todas as honrarias concedidas por
ambos os Supremos Conselhos extintos, os cargos ocupados e as
prerrogativas litúrgicas deles decorrentes ficam reconhecidas. O
Museu da Ordem DeMolay receberá o nome de Centro Cultural
Alberto Mansur e terá por finalidade a preservaçãodo patrimônio
histórico da Ordem DeMolay e de seu fundador no Brasil.
4. Filhas de Jó Internacional
Alberto Mansur não se restringiu a trazer a Ordem
DeMolay para o Brasil. Na sua visão globalista de família
maçônica era preciso complementar o quadro com a inserção do
sexo feminino na Maçonaria. Foi, pois, em busca de também
inserir a juventude feminina pela Ordem Internacional das
Filhas de Jó.
A Ordem das Filhas de Jó foi fundada em 20 de outubro de
1920, na cidade de Omaha, no Estado de Nebraska, Estados
Unidos, pela Sra. Ethel T. Wead Mick, nascida em 9 de março de
1881 em Atlantic, Iowa. Apoiaram-na o irmão J. B. Frademburg,
Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Nebraska, a
Sra. Anna J. Davis, Grande Mãe da Ordem Estrela do Oriente de
Nebraska e James E. Bednar, Grande Patrono.
Seu principal objetivo é reunir moças para o
aperfeiçoamento do seu caráter, através do desenvolvimento
moral e espiritual, encontrado nos ensinamentos que destacam
reverência a Deus e às Sagradas Escrituras, lealdade com a
bandeira do país e às coisas que ela representa e amor para com
ospais e familiares.
A Ordem chegou ao Brasil vinda dos Estados Unidos da
América do Norte por intermédio de Alberto Mansur, ocasião em
que fundou o Bethel n°1, denominado Mater da América Latina,
no Rio deJaneiro, em 13 de março de 1993. Mas, já na década de
1970 Alberto Mansur já se esforçava para convencer os maçons
brasileiros a patrocinarem essa Organização. Juntamente com
outros maçons verteu do inglês para o português o ritual,
montou o primeiro Estatuto e as Regras Gerais.
Designado Supremo Deputado de Promoção das Filhas
de Jó para o Brasil, Alberto Mansur conseguiu fundar no
Nordeste os primeiros Bethéis, em 10.06.1993 na cidade de
Caicó no Rio Grande do Norte, com a participação do Irmão
Francisco de Assis Santiago, sendo este o segundo Bethel do
Brasil, em 23.10.1993 na cidade de Paulo Afonso na Bahia e em
21.11.1993 na cidade de Mossoró. Desempenhou também por
alguns anos o cargo de Supremo Deputado Assistente para o
Estado do Riode Janeiro. Na Paraíba, em 16.01.1994 foi criado
em Cajazeiras, em 04.06.1994 surgiu em João Pessoa e em
14.02.2009 em Campina Grande.
5. Ordem da Estrela do Oriente
De idêntico modo Alberto Mansur trouxe a Ordem
Estrela do Oriente, entidade paramaçônica criada nos Estados
Unidos, que congrega familiares dos maçons, criada em 1850
pelo maçom Robert Morris, nascido em Massachusetts, em
agosto de 1818, advogado, escritor, poeta e Grão-Mestre da
Grande Loja Maçônica do Estado do Kentucky. Para ser uma
Estrela do Oriente é preciso ser esposa ou viúva, filha, filha
adotiva, mãe, madrasta, irmã, neta, avó, bisavó, sobrinha, nora,
sogra, ou cunhada deMaçom regular.
Seus propósitos são ressaltar valores morais, espirituais,
edificar caráter, educar, fazer caridade,servir ao próximo e dar
suporte a Ordem Meninas do Arco-íris (Rainbow Girls), Filhas de
Jó Internacional e Ordem DeMolay, preparando os jovens para
uma vida de liderança dentro dos valores da Ordem Estrela do
Oriente.
7. Referências
SOUSA, A. E. Fragmentos da História da Ordem DeMolay na Paraíba.
Edição da Loja de Estudos e Pesquisas Renascença n° 1. Campina Grande.
PB. 2008.
. Memorial Maçônico de Campina Grande. 8 décadas e
mais de Regeneração Campinense. Edição da Loja Maçônica Regeneração
Campinense n° 2. Campina Grande. PB. 2006.
. Comentários das Constituições de 1786. Editora
Maçônica A Trolha. Londrina. PR. 1994.
SANTOS, G. C. C. Minha Família, a Maçonaria. Supremo Conselho da
Ordem DeMolay para o Brasil.Rio de Janeiro. 2010.
DEMOLAY BRASIL. https://www.demolaybrasil.org.br – Capturado em
17.09.2021.
DEMOLAY BRASIL. Ordem DeMolay no Brasil – Wikipédia, a
enciclopédia livre (wikipedia.org) – Capturado em 17.09.2021.
FILHAS DE JÓ. Ordem Internacional das Filhas de Jó – Wikipédia, a
enciclopédia livre (wikipedia.org)
– Capturado em 22.09.2021.
FILHAS DE JÓ. Ordem Internacional das Filhas de Jó – Brasil Maçom
(brasilmacom.com.br) – Capturado em 22.09.2021.
ESTRELA DO ORIENTE. A ORDEM DA ESTRELA DO ORIENTE |
Grande Capítulo
(grandecapitulosp.com) – Capturado em 29.09.2021.
ESTRELA DO ORIENTE.
pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_da_Estrela_do_Oriente – Capturado em
29.09.2021.
BENJAMIN CONSTANT BOTELHO DE MAGALHÃES
Michael Winetzki
Cadeira Nº 27
1. Apresentação
Parecia pouco provável que o filho mais velho de cinco
irmãos, alfabetizado em casa, vivendo graves problemas
financeiros, mudando constantemente de domicílio, órfão de pai e
com a mãe sofrendo de demência pudesse se tornar alguma coisa
na vida. Desde tenra idade precisou sustentar sua família, a mãe,
os irmãos e uma tia idosa, desdobrando em trabalhos como
professor e estudante da Escola Militar. Pois Benjamin Constant
Botelho de Magalhaes, nome que o seu pai escolheu em
homenagem ao pensador e constitucionalista suíço, tornou-se,
entre outras coisas, o ‘’Fundador da República’’ como está
expresso na primeira Constituição da República.
O pai, Leopoldo Henrique Botelho de Magalhaes era um
tenente da Marinha portuguesa que veio para o Brasil em 1822
participar das lutas pela Independência e se casou com a gaúcha
Bernardina Joaquina da Silva Guimarães. Vivendo sempre em
dificuldades financeiras a família morou em diversas cidades, em
Niterói, onde o pai teve uma modesta escola e lhe ensinou as
primeiras letras e depois em Macaé, Magé, Petrópolis e finalmente
no interior de Minas Gerais, em uma das fazendas do Conde de
Lajes, amigo da família, onde Leopoldo faleceu de tifo.
Nascido em 9 de fevereiro de 1837, em São Lourenço,
Niterói, perdeu o pai aos 11 anos de idade. Com a viuvez sua mãe
teve um colapso nervoso que se converteu em demência e muito
jovem precisou tornar-se arrimo de família. O peso de tamanho
responsabilidade o fez tentar suicídio. O Conde de Lajes e outros
amigos da família ajudaram-nos a se transferirem para a Corte, o
Rio de Janeiro, onde estudou no externato do Mosteiro de São
Bento e devido ao seu empenho nos estudos tornou-se, ainda
adolescente, professor auxiliar de Latim e Matemática Elementar.
A família sempre lutou com dificuldades. Na Escola Militar
da Praia Vermelha o ensino era gratuito e assentando praça
receberia um pequeno soldo. A escola exigia idade mínima para
ingresso e para poder cursa-la alterou a data de seu nascimento
para 1833. Também dava aulas em escolas particulares para
ajudar a garantir o sustento da família. Aos 19 anos, promovido a
alferes, melhorou um pouco os seus rendimentos.
A Escola Militar apresentava forte ênfase em estudos de
ciência e matemática e foi campo fértil para o desenvolvimento do
pensamento filosófico de Augusto Comte, o Positivismo. Foi
quando Benjamin Constant conheceu a filosofia positivista, que
norteou toda a sua carreira, levando-o a ser um divulgador da
doutrina e um dos fundadores da Sociedade Positivista do Rio de
Janeiro, criada em 1876. As suas relações com essa escola de
pensamento determinariam as posições que teria nas atividades
profissionais e políticas, na guerra, no sistema educacional e até
na vida familiar.
Continuava com brilho os estudos e atuava como professor
reforçador de matemática. Aprovado com distinção na Escola
Militar a partir de 1858 passou a cursar a Escola de Aplicação do
Exército formando-se engenheiro militar. Por ocasião de uma
formatura na Escola, mais uma vez mostra o seu caráter
inconformista com injustiças e protesta contra as acusações
levantadas contra os alunos por causa de um roubo. Em razão
disso, passou alguns dias preso na Fortaleza de Santa Cruz
recebendo solidariedade dos corpos docente e discente.
Bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas em 1860 e
foi promovido a 2º. Tenente. Participou de concursos para o
magistério para o Colégio de Pedro II em 1860 e para a Escola
Normal da Província do Rio de Janeiro em 1862. Apesar de
aprovado em primeiro lugar em ambos não foi nomeado,
preterido por indicações políticas. Recusou o convite para
lecionar matemática às filhas do imperador Pedro II. Devido a suas
posições republicanas não havia admiração recíproca ente ele e o
imperador. Em 1862, foi nomeado lente de matemática e ciências
naturais do Imperial Instituto de Meninos Cegos, dirigido pelo
médico Dr. Cláudio Luís da Costa, que seria de grande importância
para a sua vida e em apenas em 1863 consegue, por concurso, a
vaga de docente para o Instituto Comercial. Também atuava como
observador no Imperial Observatório Astronômico.
No Imperial Instituto dos Meninos Cegos criou a cadeira de
matemática, elaborando um resumo de álgebra elementar, que foi
transcrito no sistema Braille e criando figuras geométricas em
relevo. Lá conheceu a menina Maria Joaquina da Costa, então com
14 anos de idade e com ela se casou em 1863 quando a jovem
completou 15 anos. Teve oito filhos, porém dois meninos
faleceram nos primeiros anos de vida.
Promovido a capitão de Estado-Maior de 1a Classe em 1866
e convocado para a Guerra do Paraguai (1864-1870) atuou por
treze meses no Corpo de Engenheiros como estrategista,
engenheiro militar e em atividades administrativas como
abastecimento, gestão de depósitos e de transporte e executando
diversas obras. Em cartas escritas para a esposa e para o sogro
criticou duramente a Caxias e seus oficiais pela condução da
guerra. Desencantado com a carreira militar e muito doente,
acometido de malária, febres altas e com inflamação no fígado,
obtém licença para tratamento de saúde e sua esposa vai buscá-lo
no Paraguai em setembro de 1867 levando-o de volta ao Rio de
Janeiro. As cartas retratando os problemas de desorganização
administrativa e desperdício de recursos no campo de batalha
foram publicadas por Renato Lemos, no livro Cartas da guerra:
Benjamin Constant na Campanha do Paraguai.
3. A questão militar
A tentativa de cortes nos orçamentos da Marinha e do
Exército criou desentendimentos entre as Forças Armadas e o
governo e resultou em algumas punições. Esses conflitos
intensificaram-se a partir de 1880 e para defender os seus
interesses os militares tentaram em vão eleger um representante
ao Congresso nas eleições de 1881. Os candidatos militares foram
derrotados e ampliou-se o mal-estar entre a corporação e os
políticos imperiais.
Os problemas diziam respeito ao baixo valor dos soldos, aos
atrasos nos pagamentos de pensões a órfãos, viúvas e inválidos; a
lentidão nas promoções; a inexistência de uma lei de
aposentadoria compulsória que abrisse vagas para oficiais jovens;
o descumprimento da promessa do governo de priorizar para os
veteranos da Guerra do Paraguai o preenchimento de vagas no
serviço civil e as más condições de trabalho. Ampliaram-se
também as críticas ao regime escravocrata com os militares
exigindo a abolição da escravatura, uma política imigratória, a
construção de ferrovias e a proteção a atividade industrial.
Enquanto isso, na Escola Militar, os jovens candidatos a
oficiais, atentos as tensões entre as Forças Armadas e o governo,
insuflados pelos mestres e pela filosofia positivista, tornavam-se
cada vez mais empolgados pelo abolicionismo e pelo
republicanismo. Diversas atitudes da Corte aumentavam a
agitação e aprofundavam a politização dos alunos. As punições
impostas aos coronéis Sena Madureira e Alfredo Chaves que
haviam exposto suas críticas na imprensa e que receberam
punições do Ministério da Guerra acabaram por provocar
violentos protestos e tornaram-se questões nacionais. O General
Manuel Deodoro da Fonseca que tomara o partido dos militares
inconformados foi punido com a demissão do cargo de
comandante das armas e vice-presidente da Província do Rio
Grande do Sul.
Esses fatos acabaram por gerar manifestações de
solidariedade nos quarteis de todo o país. O Conselho Supremo
Militar e de Justiça (CSMJ), órgão máximo da justiça militar,
decidiu que os oficiais tinham o direito de discutir e publicar
qualquer assunto que não se referisse a matéria de serviço. O
governo com base no parecer do CSMJ, entendeu que os avisos em
que se baseara para punir os oficiais eram inconstitucionais e
informou que suspenderia as notas de repreensão se os
prejudicados requeressem a medida, mas estes argumentaram
que se os avisos eram inconstitucionais, deveriam ser revogados
por iniciativa das próprias autoridades.
O Coronel Sena Madureira pede a convocação de um
Conselho de Guerra – primeira instância da justiça militar − para
provar que fora punido injustamente. O governo se recusa a
convocar o conselho e isso provoca o engajamento de Deodoro da
Fonseca, Benjamin Constant, e muitos outros oficiais na chamada
Questão Militar. Os militares reivindicavam direitos políticos
iguais aos dos civis o que implicava na contestação dos padrões de
disciplina e hierarquia das armas.
A imprensa republicana politizava as crises militares
radicalizando as tendencias republicanas dos jovens oficiais que
já vinham doutrinados da Escola Militar. Entre esses veículos
estavam o “Diário de Notícias” de Rui Barbosa e “O País”, de
Quintino Bocaiúva, que publicavam que militares tinham o direito
de questionar as normas disciplinares sempre que aplicadas
contra a sua consciência, criando uma figura de “soldado-cidadão”
e abrindo caminho para a inserção de novos grupos das Forças
Armadas na vida política do país. Isso vinha em direção contrária
a “obediência passiva e inconsciente” que era o padrão então
vigente.
A Questão Militar ainda prosseguia acalorada e depois da
intervenção do Senado, o governo, já bastante desgastado,
cancelou as punições. Conscientes da força que haviam adquirido
os setores militares resolveram organizar-se em âmbito nacional.
Benjamin Constant, Deodoro e Sena Madureira, baseados no
modelo do Clube Naval, procuraram organizar na Corte e em todas
as guarnições importantes do país, clubes militares com a
finalidade de, como dizem os seus estatutos: estreitar os laços de
união e solidariedade entre os oficiais do Exército e Marinha e
defender pela imprensa e junto aos poderes do Estado os direitos e
legítimos interesses da “classe militar”. Em dia 26 de junho de 1887,
foi criado o Clube Militar da Corte. Deodoro da Fonseca foi eleito
presidente e Benjamin Constant inicialmente eleito como
tesoureiro foi, pouco depois designado vice-presidente, que lhe
conferiu grande autoridade na transição do Império para a
República.
Constant também lutava por seus direitos como professor.
Aborrecido com a triste experiência de ter sido preterido em
tantos certames anteriores apesar de sua óbvia superioridade
sobre os concorrentes decidiu não participar mais de concursos.
Não acreditava no governo, não respeitava os partidos políticos e
tinha motivos para desgostar do imperador. Então com mais
quatro colegas requereu a suspensão do concurso para lente
catedrático da Escola Militar. O concurso foi suspenso e decidido
que as vagas de lente catedrático, uma das quais Benjamin
Constant pretendia ocupar, não seriam preenchidas.
É então convidado pelo diretor da Escola Militar do Rio de
Janeiro, General Severiano Martins da Fonseca, irmão do general
Deodoro da Fonseca a apresentar uma proposta de reforma do seu
regimento interno. Ele o faz em janeiro de 1887 e entre outras
coisas aponta a existência da heterogeneidade cultural no
Exército, causada pela inferioridade da formação dos oficiais de
infantaria e cavalaria comparada a seus colegas das armas
chamadas “científicas”.
A sua ideia central era a educação como um direito para
todos. Já havia desenvolvido essa teoria quando dirigiu o imperial
Instituto dos Meninos Cegos e iria evoluir para uma visão ainda
mais abrangente, quando, como Ministro da Instrução da
Instrução Pública, Correios e Telégrafos, empreenderia uma
reforma educacional de caráter liberal para a reorganização dos
conteúdos da educação básica, assim como do método adotado
nos processos de ensino e aprendizagem.
4. A abolição da escravatura
Com a organização do Clube Militar surgiu a proposta de
lançar a candidatura militar a uma vaga que no Senado. Benjamin
Constant declarou em linhas gerais qual deveria ser o programa:
um candidato militar que não tivesse vínculos partidários e que
pugnasse pela abolição da escravatura, pela autonomia das
províncias, pelo casamento civil, além da separação da Igreja e do
Estado e a secularização dos cemitérios, ideias republicanas
liberais fundamentadas no ideário positivista. Apresentou-se
como candidato o general Deodoro da Fonseca.
Apesar do apoio dos republicanos e abolicionistas Deodoro
ficou em último lugar com pouco mais de mil votos, mas como a
eleição foi realizada no Rio de Janeiro, que era um forte reduto
conservador e escravagista, tornou-se evidente a força dos
movimentos que o apoiaram uma vez que o eleitorado era
composto apenas pela elite da sociedade.
Em 1850, em função de pressões internacionais, um
decreto-lei havia proibido e cominava rigorosas penas ao tráfico
internacional de escravos. Mas o café era o principal produto de
exportação do país e especialmente as lavouras de café do Rio de
Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, não podiam prescindir desta
mão-de-obra de forma que surgiu o tráfico interno, com o
comércio de escravos que já se encontravam no país.
Porém movimento abolicionista crescia exponencialmente,
unindo forças políticas e intelectuais como Joaquim Nabuco e José
do Patrocínio e a jovem oficialidade das Forças Armadas. Crescia
também a fuga de escravos das propriedades rurais, que atingiu o
seu auge em 1887. Os militares foram chamados a intervir e se
negaram a perseguir os fugitivos. Finalmente, por intervenção de
Constant, o Clube Militar envia uma petição a regente Princesa
Isabel, para que não autorizasse mais o emprego do exército na
perseguição e captura dos escravos fugidos. Em 1888, a princesa
Isabel, cedendo às pressões abolicionistas assina a Lei Aurea. Uma
vitória para Constant que em 1889 é promovido a tenente-coronel
graduado e nomeado lente catedrático da Escola Superior de
Guerra e a general de brigada, em 1890.
5. A Proclamação da República
Mais uma vez atitudes desastradas do governo
realimentaram conflitos com os militares. Em 13 de setembro, o
visconde de Ouro Preto ao chegar ao Ministério da Fazenda não
encontrou o chefe da guarda, tenente Pedro Carolino Pinto de
Almeida e determinou sua prisão. O oficial explicou que saíra para
atender necessidades fisiológicas, mas a prisão foi mantida. Este
incidente, sem qualquer relevância, foi exacerbado pela ação
política de setores civis e militares e pela imprensa oposicionista
que o aproveitava para criticar o governo.
Este fato provocou manifestações militares que envolveram
Benjamin Constant. Quarenta jovens oficiais do Clube Militar,
solicitaram ao general Deodoro a convocação de uma sessão para
tratar do “caso Carolino”. Deodoro se recusou, mas os Estatutos
do Clube Militar garantiam a convocação da sessão e os oficiais
recorreram a Benjamin Constant, que pressionou Deodoro a
realizar uma sessão de protesto, que acabou sendo por ele
presidida em função da doença de Deodoro.
Outro conflito envolveu a punição do tenente-coronel João
Nepomuceno de Medeiros Mallet que se sentiu desprestigiado por
um ato político e foi demitido e punido por infração das regras de
disciplina e desrespeito à hierarquia militar. Neste mesmo dia, a
convite dos alunos da Escola Militar Benjamin Constant,
compareceu a uma festa em homenagem aos oficiais do cruzador
chileno Almirante Cochrane, que estava em visita de ao Rio de
Janeiro. Alguém propôs um brinde a ele que foi entusiasticamente
saudado pelos alunos presentes. Discursou defendendo a ideia do
soldado-cidadão e a doutrina da destinação pacífica para os
exércitos e por fim, criticou o governo, estando presente o
ministro da Guerra, responsabilizando-o pelos conflitos entre o
Exército e o poder.
Começaram a circular rumores de que ele seria punido e os
jovens militares, alarmados, puseram-se em pé de guerra para o
defender. Ele passa a receber demonstrações em forma de festas,
discursos, mensagens e declarações dos alunos da Escola Militar e
da Escola Superior de Guerra que lhe proclamavam apoio
incondicional e solidário, declaravam os políticos como inimigos
da Pátria e o exortavam a liderar um movimento pela liberdade.
Líderes republicanos maçons como Quintino Bocaiuva e
Aristides Lobo o convidam para sucessivas reuniões e a imprensa
republicana dá início o uma forte campanha endossando as ideias
expostas pelos jovens militares. Uma sequência de punições das
autoridades aos alunos militares e a oficiais acirra ainda mais os
ânimos e a conspiração crescem e tomam vulto, mas na Corte,
embora informada do que estava ocorrendo, as preocupações
giravam em torno do grandioso baile da Ilha Fiscal que viria a ser
a última comemoração do Império.
A maioria das reuniões era realizada de maneira discreta na
casa de Constant. Embora alguns dos conspiradores mais
exaltados opinassem pelo fuzilamento do Imperador se ocorresse
a queda da monarquia, e apesar de ele não ter simpatia por D.
Pedro II defendeu um tratamento respeitoso para o imperador. No
Clube Militar Constant pediu que lhe fossem dados “plenos poderes
para tirar a classe militar de um estado de coisas incompatível com
sua honra e dignidade”. Convenceu Deodoro a liderar um
movimento pela implantação da república no país. Organizou uma
reunião entre os irmãos maçons Deodoro, Rui Barbosa, Francisco
Glicério, e alguns oficiais e defendeu a proposta de uma
intervenção militar voltada para a destruição da monarquia, após
o que o Exército se recolheria aos quartéis, entregando o governo
da nação ao poder civil.
Na primeira quinzena de novembro, a situação se
precipitou. Inúmeras reuniões e contatos ocorriam a toda hora e
o governo foi informado de que algo estava sendo tramado nos
bastidores, mas o Ministro da Guerra e seu gabinete
tranquilizavam o imperador e as autoridades afirmando que
estava tudo sob controle. Porém o grupo de Benjamin Constant
mantinha contato com os líderes republicanos, com maçons e
oficiais de alta patente e em especial com o General Floriano
Peixoto, ajudante-general do exército, convidando-os aderirem ao
movimento. Conseguiu também a adesão da Marinha através do
contra-almirante Eduardo Wandenkolk e de outros oficiais da
Armada.
No dia 14 de novembro reunião entre Benjamin Constant,
Aristides Lobo, o tenente Lauro Sodré, o general Almeida Barreto,
o coronel Cândido José da Costa e o major Sólon Ribeiro, definiu a
data de 16 de novembro para a insurreição e foi feito o
planejamento do deslocamento das tropas que fariam a tomada do
poder. No mesmo dia circularam notícias de que o governo, ciente
dos fatos, mandaria prender Deodoro da Fonseca e Benjamin
Constant. Esses rumores precipitaram os acontecimentos e os
militares leais ao movimento, aquartelados no bairro de São
Cristóvão, puseram-se em alerta aguardando as ordens dos seus
chefes.
O boato destas iminentes prisões chegou a Benjamin
Constant e fez com ele que saísse de casa no Instituto dos Cegos
para o Quartel-General do Exército, no Campo de Santana, para
comandar a 2ª Brigada do Exército composta pelo 1º e 3º
regimentos de cavalaria e 2º Regimento de Artilharia de
Campanha. Deodoro se encontrava doente, mas avisado por
Constant, saiu de sua casa, que era próxima, e em função de sua
patente assumiu o comando das tropas rebeldes. As tropas leais
ao governo se renderam sem resistência e o governo foi deposto.
Deodoro manda dizer ao Visconde de Ouro Preto que mandaria
buscar o Imperador, de quem era muito amigo e que estava em
Petrópolis, para compor um novo gabinete. Benjamin Constant faz
então ver ao General o perigo que estariam correndo por sua
rebeldia se o governo imperial se mantivesse. Deodoro acata os
argumentos e na Câmara Municipal o vereador José do Patrocínio
declara oficialmente proclamada a República.
Deposto o governo, reuniram-se Deodoro, Benjamin
Constant, Quintino Bocaiúva, Rui Barbosa e outros líderes do
movimento para compor o governo provisório republicano que
ficou assim constituído, conforme consta no primeiro número do
Diário Oficial da República dos Estados Unidos do Brasil:
Presidente: Deodoro da Fonseca; Guerra: Benjamin Constant;
Interior: Aristides Lobo; Fazenda: Rui Barbosa; Marinha: Eduardo
Wandenkolk; Relações Exteriores: Quintino Bocaiúva; Agricultura,
Comércio e Obras Públicas: Demétrio Ribeiro e Justiça: Manuel
Ferraz de Campos Sales. Neste governo, composto somente por
maçons, estavam representadas todas as forças que haviam
derrubado o Império, os militares, os positivistas, os
conservadores liberais e os republicanos radicais.
O novo governo envia um emissário ao imperador
informando a sua deposição e D. Pedro II, e este ao invés de reagir
militarmente e talvez criar um banho de sangue entre os cidadãos
brasileiros, emite a seguinte nota:
8. Positivismo e Maçonaria
O Positivismo é um sistema filosófico, político e científico
criado no século 19 pelo filósofo e sociólogo francês Augusto
Comte (Isidore Marie Auguste François Xavier Comte -1798-
1857), que prega o conhecimento baseado exclusivamente em
observações, experiências e dados empíricos e é contrário a
especulações metafísicas ou teológicas. Defende um modelo de
sociedade organizada governado por sábios e cientistas.
Caracteriza-se pela observação com os métodos e princípios
adotados pelas ciências exatas e biológicas.
Quando dirigiu o Imperial Instituto dos Meninos Cegos
Benjamin Constant adotou a filosofia da “regeneração social”,
proposta por Comte. Tentaria através da educação, contribuir
para a reforma de alguns aspectos da sociedade brasileira, e esse
esforço o conduziu ao exercício de outras funções públicas na área
da educação, e marcaria de forma contínua suas tensas relações
com o Estado imperial e com as elites conservadoras.
A expressão Ordem e Progresso na Bandeira do Brasil tem
origem no positivismo de Augusto Comte autor da frase: “O Amor
por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.”
Na nova bandeira da República foram mantidos o desenho
original do losango criado por Debret e as cores da Bandeira
Imperial. Em 1889 por inspiração dos positivistas Raimundo
Teixeira Mendes e Décio Villares, filósofo e artista, foram criadas
a esfera e as estrelas, além do dístico, Ordem e Progresso, sugestão
de Benjamin Constant. Os ideais e o lema de Comte serviram de
inspiração para a elaboração da bandeira.
Benjamin Constant foi maçom e sempre esteve em meio aos
irmãos maçons, que com ele participaram na construção da
República. Sabe-se que pertenceu ao Grande Oriente do Brasil
embora bons pesquisadores ainda não tenham encontrado
referências de quando e onde ele teria sido iniciado na Maçonaria.
9. Reconhecimentos
No dia 17 de janeiro de 1891, gravemente doente, Benjamin
Constant pediu demissão do ministério. Morreu na madrugada do
dia 22 aos 57 anos sendo sepultado no Cemitério São João Batista
no Rio de Janeiro.
Publicou Teoria das quantidades negativas; A liberdade dos
antigos comparada a dos modernos; Princípios de política
aplicáveis a todos os governos e Princípios políticos constitucionais.
Recebeu, entre outras, as seguintes homenagens póstumas:
Conforme expresso na primeira Constituição republicana o
governo adquiriu a residência de Benjamin Constant em Santa
Teresa no Rio de Janeiro e a transformou no Museu Casa de
Benjamin Constant que proporciona pesquisas acadêmicas sobre
aquele momento da nossa história. Também foi erigida uma
estátua na praça da República, no Rio de Janeiro; O Instituto
Nacional dos Cegos recebeu o nome de Instituto Benjamin
Constant; seu nome foi perpetuado no Almanaque Militar entre os
generais de brigada, de maneira que a sua vaga nunca possa ser
preenchida.
Existem dois municípios com o seu nome, um no Amazonas
e outro no Rio Grande do Sul e diversas Lojas Maçônicas além de
muitas vias públicas em todo o Brasil chamadas Benjamin
Constant.
10. Referências:
FREITAS, Maria V. S. Freitas - A reforma Benjamin Constant e a
educação básica no início do séc. XX - Universidade Estadual da Paraíba
GRINBERG, Keila. Benjamin Constant. In: VAINFAS, Ronaldo
(dir.). Dicionário do Brasil Imperial (1822-1889). Rio de Janeiro:
Objetiva. 2002
MOREIRA, Eliezer. Benjamin Constant. In: ERMAKOFF, George
(org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do
Brasil. Rio de Janeiro. G. Ermakoff - Casa Editorial. 2012.
NETO E LEMOS, R. L. DO C. Benjamin Constant, vida e história: reflexões
sobre o fazer biográfico. Artcultura, v. 13, n. 22, 26 nov. 2011.
Na internet:
CARVALHO, William A. bibliot3ca.com/pequena-história-da-maçonaria-
no-brasil- acesso 5/10/2021
ESCOLA, Equipe Brasil. "Benjamin Constant Botelho de
Magalhães"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biografia/benjamin-constant-
botelho.htm. Acesso em 06/10/2021.
FRAZÃO, Dilva - Biografia de Benjamin Constant – em eBiografia –
acesso em 03/10/2021
Toda Matéria (todamateria.com.br)Auguste Comte: biografia, obras e
principais ideias - acesso 6/10/2021
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre (wikipedia.org) - Benjamin Constant
(militar) acesso 6/10/2021
JOSÉ CASTELLANI, FORTE LUZ DISSEMINADORA
DO SABER
Aleksandar Jovanović
Cadeira Nº 29
Referências:
BARATA, Alexandre Mansur. “Maçonaria no Brasil (século XIX): história
e sociabilidade”. In: REHMLAC -Revista de Estudios de la História de la
47
“Sou humano, nada do que é humano me é estranho”. Publius
Terentius Afer (ca. 185 a.C.- 159 a.C.)
Masonería. Universidad de Costa Rica : San José, 2013, passim (cópia fac-
similar eletrônica).
JACOB, Margaret. Living the Enlightenment, Oxford University Press,
New York –Oxford, 1991.
PIKE, Albert. Moral i Dogma Drevnog i prihvaćenog Škotskog obreda
slobodnog zidarstva. Prevod V.J. J. ( Tradução de V.J.J.) Regularna Velika
Loža Srbije: Beograd, 2015, p. 90.(cópia fac-similar eletrônica).
PLATON. La République, Livre VII, texte grec annoté par M. L´Abbé
Humbert. Paris: Librairie Ch. Poussielgue, 1901, (cópia fac-similar
eletrônica).
ARMANDO DE LIMA FAGUNDES
2. Iniciação maçônica
Filho de tradicional família do Rio Grande do Norte, “os
Fagundes”, com destaques na vida política, religiosa e cultural;
considerada a maior e mais tradicional família maçônica da terra
Potiguar, sendo tetraneto do velho Bartolomeu Fagundes, o
Patriarca da cidade de Vila Flor/RN. Seu tetra avô iniciou-se
Maçom na Loja maçônica “Sigilo Natalense”, hoje titulada Loja “21
de março”, ao Oriente de Natal/RN, jurisdicionada ao GOB/RN,
segundo autores, sem maior precisão, entre março de 1837 a
novembro de 1839.
A vida maçônica de Armando Fagundes, efetivamente
começou com sua Iniciação no dia 16 de dezembro de 1954, na
Loja Maçônica Filhos da Fé (fundada em 23.10.1899), ao Oriente
de Natal, a época jurisdicionada ao GOB, tendo o seu pai,
Bartolomeu da Rocha Fagundes como o Venerável Mestre que lhe
concedeu a verdadeira Luz.
Tratava-se de um homem simples, atencioso com as
pessoas e corretíssimo com seus amigos; porém um guerreiro ao
defender seus pensamentos. Sempre mantinha a característica de
pessoalmente fazer os convites para os eventos maçônicos que
realizava, talvez por isso, sempre muito prestigiado. Prática essa,
mantida por toda sua vida, mesmo quando do exercício nos altos
cargos que lhe foram conferidos pela Instituição.
Decorrência de suas qualidades e dedicação a Maçonaria,
o irmão Diógenes da Cunha Lima, ex Reitor da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e Presidente da Academia Norte-
Rio-Grandense de Letras assim se expressou: “Armando Fagundes
é um símbolo vivo da Maçonaria”. Frase dita no “Jornal de Hoje”,
de Natal, edição do dia 18/4/2004.
3. Atividades maçônicas
Fundador da Loja Maçônica “Bartolomeu Fagundes” em 5
de agosto de 1964, e por oito anos, no período de 1965 a 1973,
exerceu o cargo de Venerável Mestre daquela unidade. Um dos
objetivos principais de criação daquela Loja foi homenagear seu
pai. Em sua dinâmica gestão no veneralato, realizou quinze
Sessões Magnas de iniciação, totalizando 158 neófitos Maçons e a
promoção dos famosos churrascos, que a época ficaram
conhecidos em toda Natal, objetivando adquirir fundos para a
construção da suntuosa sede própria da Loja.
Principal artífice da construção do fabuloso Templo da
referida Loja Bartolomeu Fagundes, e da Escola Bartolomeu
Fagundes, situados na Av. Alexandrino de Alencar 1247, bairro do
Tirol, ao Oriente de Natal, culminando com sua sagração no dia 24
de novembro de 1979, data de aniversário do seu pai, o título
distintivo da Loja. Na época o irmão Givaldo da Silva Medeiros
exercia o mandato de Venerável Mestre, cabendo ao líder e então
Grão-Mestre do Grande Oriente Independente do Rio Grande do
Norte - GOIERN, Armando Fagundes, o ato de Sagração do Templo.
Em 25 de agosto de 1973, como desdobramento da crise
ocorrida em março daquele ano, decorrência de processo eleitoral
no Grande Oriente do Brasil, foi criado o Grande Oriente
Independente do Estado do Rio Grande do Norte - GOIERN,
Potência maçônica jurisdicionada ao “Colégio de Grão-Mestres da
Maçonaria Brasileira”. Esse Colegiado foi composto inicialmente
pelos Grão-Mestres Estaduais: Ceará, Maranhão, Mato Grosso,
Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Distrito
Federal. Essa Instituição maçônica foi à precursora da
Confederação Maçônica do Brasil - COMAB.
Ao lado do Grão-Mestre do então Grande Oriente do
Estado do Rio Grande do Norte - GOERN, jurisdicionado ao GOB,
irmão Salatiel Vasconcelos da Silva e outras lideranças maçônicas,
Armando Fagundes foi fundador do Grande Oriente Independente
do Estado do Rio Grande do Norte - GOIERN, como já citamos
antes, rompendo com o GOB, exercendo o cargo de Grão-Mestre
daquela Obediência por cinco mandatos, totalizando dezoito anos,
compreendidos nos períodos: 1973 a 1976, 1976 a 1979, 1979 a
1980, 1986 a 1989, 1989 a 1992.
Exerceu a presidência do Colégio de Grão-Mestres da
Maçonaria Brasileira, no período compreendido nos anos de 1979
a 1980. Sua posse ocorreu numa Assembleia do Colegiado
ocorrida no dia 8/7/1979 na cidade de Fortaleza/CE. Tratou-se de
uma cerimônia muito concorrida, e graças ao seu prestígio,
contando com numerosa delegação de irmãos do Rio Grande do
Norte.
Em 8 de fevereiro de 1974, sob sua influência, e na
qualidade de Grão-Mestre, o Grande Oriente Independente do
Estado do Rio Grande do Norte, referendou um Tratado de
Reconhecimento e Amizade com o Supremo Conselho do 33° Grau
do Rito Escocês Antigo e Aceito do Rio Grande do Sul. Tratado
esse, que perdurou por vinte anos. Dessa forma os irmãos da
Obediência puderam dar continuidade aos estudos dos Graus
Superiores, haja vista, com a separação ocorrida com o GOB,
estavam impedidos de freqüentar as Corporações jurisdicionadas
ao Supremo Conselho do Brasil.
Em 25 de agosto do ano de 1994 fundou o Supremo
Conselho do Estado do Rio Grande do Norte Grau 33 do Rito
Escocês Antigo e Aceito, sendo seu Soberano Grande Comendador
até o ano de 2012, quando em idade já avançada, aos 95 anos,
passou a condição de Membro Emérito do referido Supremo
Conselho.
Na qualidade de Soberano Grande Comendador, exerceu a
presidência da Excelsa Congregação dos Supremos Conselhos do
Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, entidade da qual o
Supremo Conselho do Rio Grande do Norte é membro.
Presidiu em Natal nos dias 20 a 22 de novembro do ano de
2003, a “XXV Assembleia Ordinária da Excelsa Congregação dos
Supremos Conselhos do Brasil” e o “III Encontro Internacional dos
Supremos Conselhos do REA A”.
Presidiu também em Natal o “Seminário Filosófico de
Graus Intermediários do REA A” no dia 6 de agosto do ano
de 2005.
No ano de 2009, em um Congresso Trienal do Rito de York
do Brasil, realizada na Cidade de Foz do Iguaçu/PR, foi ungido na
Ordem dos Sumo Sacerdotes e na Ordem da Cruz Vermelha, sendo
essa a primeira Ordem da Comandaria de Cavaleiros Templários
do Brasil.
6. Referências
FAGUNDES, Emygdio - Josué Silva - João Estevam: A Maçonaria no Rio
Grande do Norte, Edição Fac Similar, Sebo Vermelho, 2001.
SILVA, Hélio Fernandes: Cinqüentenário da Loja Bartolomeu Fagundes -
Halley Gráfica e Editora, 2015.
Secretaria de Educação e Cultura do GORN: Grande Oriente
Independente do Estado do Rio Grande do Norte, História, Vida, Glória,
2021.
TEIXEIRA, Antônio Medeiros: Instruções Maçônicas - Solução Gráfica
LTDA, 2016.
TEIXEIRA, Antônio Medeiros: Estudos e Pesquisas Maçônicas, Solução
Gráfica, 2019.
OCTACÍLIO SCHÜLER SOBRINHO
Referências:
SOBRINHO, O. S.; RODRIGUES, J. J. ...E a Revolução foi feita. Florianópolis:
Ed. GOSC, 2005.
NASCIMENTO, C. E. GOSC 60 anos, síntese histórica. Florianópolis: GOSC,
2010.
CICHOSKI, L. V. GOSC 70 anos, síntese histórica, 1950-2020.
Florianópolis: GOSC, 2020.
RAUPP, G. Octacílio Schüler Sobrinho, patrono da cadeira 23, AMCLA.
JOSÉ EBRAM: IRMÃO, AMIGO, MESTRE E PATRONO
Referências:
Ebram, José. O Arcano da Transmutação. São Paulo. Madras Editora.
2004
Revista Astreia de Estudos Maçônicos, números 05, 08, 14, 28 e 29,
editada pelo Supremo Conselho do Grau 33 do R.E.A.A. da Maçonaria
para a República Federativa do Brasil.