256 940 1 PB
256 940 1 PB
256 940 1 PB
Camila Alessandra da Silva Marcelo; Bianca de Moura Peloso Carvalho; Eliza Maria Rezende Dázio;
Murilo César do Nascimento; Tábatta Renata Pereira de Brito; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
A prevalência e a incidência de câncer têm aumentado nos últimos anos e a sobrevida das pessoas com
a doença também, desta forma, é imprescindível à busca de informações precisas sobre a incidência na
população, propiciando a implantação de políticas públicas visando à redução de danos, dos gastos e
das taxas de mortalidade. Caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico das pessoas com câncer
assistidas pelo sistema público de saúde da macrorregião Sul Mineira. Diretrizes brasileiras para o
cuidado à pessoa com câncer. Estudo quantitativo, transversal, analítico, com pessoas de 18 anos e mais,
de ambos os sexos, em tratamento ou acompanhamento em um Centro de Oncologia do Sul de Minas
Gerais e diagnóstico confirmado de câncer. Para coleta de dados utilizou-se um questionário semi-
estruturado referente à identificação, características sociodemográficas e o estado geral de saúde. Os
dados foram digitados e analisados no programa Excel. Foram entrevistadas 271 pessoas com câncer.
Evidenciou-se o predomínio de homens (50,02%), idosos (63,53%), brancos (56,08%), com
companheiro (63,93%), católicos (78,04%), com ensino fundamental (62,75%), com renda mensal entre
um e três salários mínimos (76,08%), aposentados (54,51%), declararam ter exclusivamente câncer
(60,78%) e faziam uso de 1 a 4 medicamentos (72,55%). Chamou atenção à prevalência de câncer entre
os idosos. Tais dados permitiram caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico das pessoas com câncer
na região estudada, oferecendo subsídios para a implantação de políticas públicas direcionadas à
melhoria da assistência oncológica no Sistema Único de Saúde.
Thaís Cristina Esteves Pereira; André Caroli Rocha; Alessandro Antônio Costa Pereira; Nelson Pereira
Marques; João Adolfo Costa Hanemann.
Ameloblastoma é uma neoplasia odontogênica benigna que acomete os ossos maxilares e apresenta um
comportamento agressivo e destrutivo. Seu tratamento é, na maioria das vezes, radical, causando
mutilação nos pacientes; e ainda assim apresenta altas taxas de recidiva. Paciente do gênero masculino,
24 anos, compareceu à Clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG, encaminhado pela sua cirurgiã-
dentista, para avaliação de lesão em mandíbula. Durante a anamnese, o paciente relatou ter notado o
aparecimento de um aumento volumétrico, assintomático, há aproximadamente um ano. O exame
físico extrabucal revelou a presença de uma tumefação localizada em região massetérica do lado
esquerdo. À oroscopia, notou-se a presença de uma área ulcerada localizada posteriormente ao dente 37
e o apagamento do fundo de vestíbulo nessa região. Os exames radiográfico e tomográfico
demonstraram a presença de uma lesão radiolúcida, multilocular, localizada em corpo e ramo
mandibular esquerdo, causando expansão das corticais vestibular e lingual. Foi realizada uma biópsia
incisional e o diagnóstico microscópico foi de Ameloblastoma Plexiforme. O paciente foi encaminhado
ao Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Regional Sul, em São Paulo - SP, e
submeteu-se à excisão cirúrgica conservadora da lesão e exodontias do 36, 37 e 38. Atualmente, o
paciente encontra-se em proservação em nossa Clínica, sem sinais de recidiva da lesão. O método ideal
de tratamento do ameloblastoma multicístico tem sido alvo de controvérsias há muitos anos. Acredita-
se que o tratamento conservador tenha taxa de recidiva por volta de 41%, comparada a taxa de 8%
em relação a tratamentoradical. Isso porque microscopicamente a lesão tende a se infiltrar em
trabéculas de osso esponjoso intacto e não é totalmente removida durante a enucleação e curetagem,
persistindo e crescendo lentamente numa cavidade previamente evacuada. Embora a ressecção em
bloco seja o tratamento mais utilizado e recomendado atualmente, os defeitos causados são extensos e
promovem queda na qualidade de vida do paciente. O tratamento conservador evita sequelas graves e
reconstruções extensas, sendo vantajoso para pacientes jovens. Este relato de caso clínico ilustra a
possibilidade de se tratar ameloblastomas extensos de forma conservadora, evitando mutilações e
sequelas graves, sobretudo em pacientes jovens.
Thaís Cristina Esteves Pereira; Milena Moraes de Carvalho; João Adolfo Costa Hanemann; Carine
Ervolino de Oliveira; Suzane Cristina Pigossi; Marina Lara de Carli.
A gengivite descamativa (GD) é um termo clínico que descreve a presença de descamação, erosões,
úlceras, vesículas e bolhas em região de gengiva livre e inserida. Aparece mais frequentemente em
mulheres idosas e na menopausa, embora possa acometer jovens. GD é uma manifestação clínica
comum a várias desordens, provocando lesões gengivais que podem ser dolorosas, comprometendo de
forma negativa a saúde e qualidade de vida dos pacientes. Uma das desordens que podem causar a GD
é o líquen plano oral (LPO), uma doença mucocutânea inflamatória crônica, mediada por células T,
resultante de uma resposta imune a antígenos desconhecidos no interior do epitélio. O LPO é a
doença autoimune de ocorrência mais comum na cavidade oral. A prevalência de GD em pacientes
acometidos pelo LPO é desconhecida até o presente momento. O objetivo do estudo foi conhecer a
prevalência de lesões de GD em pacientes diagnosticados com LPO na Clínica de Estomatologia da
Faculdade de Odontologia da UNIFAL-MG no período entre 2000 e 2019. Foi realizada a avaliação
retrospectiva dos prontuários de pacientes diagnosticados com LPO na Clínica de Estomatologia da
UNIFAL-MG, entre 2000 e 2019. Foram incluídos os pacientes que apresentaram diagnóstico
histopatológico de LPO e lesões de GD no momento do exame clínico. Dentre os 60 pacientes
diagnosticados com LPO na Clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG, quatorze (23,3%) apresentavam
gengivite descamativa no momento do exame físico intrabucal. Todos (100%) eram mulheres. A idade
variou entre 17 e 63 anos, com média de 46 anos. LPO foi classificado em erosivo em todos (100,0%)
os pacientes. Dez (71,4%) pacientes relataram sentir algum grau de sintomatologia dolorosa, além de
ardência, queimação, desconforto e dor intensa. O acetonido de triancinolona foi o medicamento de
escolha para o tratamento de LPO. A concentração variou entre 0,1%, 0,2% ou 0,3% e foi prescrito para
todas (100,0%) as pacientes. Na consulta de proservação de 2 semanas, 9 (64,3%) pacientes
compareceram, sendo que 1 apresentou melhora total (11,1%) e 8, melhora parcial (88,9%). Houve
transformação maligna das lesões de LPO em apenas um (7,1%) paciente, 2 anos após o diagnóstico
de LPO. conclui-se que a prevalência de GD em pacientes com LPO foi de 23,3% e que o tratamento
medicamentoso com corticosteroide tópico foi eficaz para a maioria dos pacientes.
Diogo Pereira Gonçalves Magro; Caroline Dousseau; Adriana Cristina Zavanelli; Renato Salviato
Fajardo.
Contar histórias auxilia, complementa e ajuda nos tratamentos de saúde, pois permite que os
participantes percebam que enfrentam dificuldades semelhantes entre si e se identifiquem com o outro,
promovendo efeito psicoterápico.
O Projeto de Extensão “Contar histórias para melhor sorrir e viver”, desenvolvido pelo Centro de
Promoção de Qualidade de Vida (PromoVi) há sete anos e vinculado à Faculdade de Odontologia de
Araçatuba – UNESP é realizado presencialmente em salas de espera de ambientes para tratamento de
saúde, mas em virtude da pandemia foi adaptado para o modo online. O objetivo do projeto é promover
efeito psicoterápico e humanização ao público que se encontra nos ambientes de atenção à saúde através
do ato de contar histórias. Foram selecionadas as histórias e gravadas em formato de vídeo pelos
participantes do Projeto. Após a edição em arquivo único, disponibilizou-se o conteúdo nos meios
digitais para o público assistido pela APAE, AMA e CAOE, localizados na cidade de Araçatuba-SP. A
proposta mobiliza conteúdos que auxiliam o público-alvo na ressignificação de sua condição, reduzindo
níveis de tensão, estresse e ansiedade gerados pelo ambiente, favorecendo melhoria na qualidade de
vida e promoção de saúde. Por saber que as consultas na área da saúde geram desconforto emocional, a
contação de histórias é uma forma de amenizar a tensão e trazer humanidade para o público assistido e
seus acompanhantes. A adaptação do Projeto em forma de vídeo permitiu alcançar o objetivo proposto,
além de obter maior abrangência.
Ana Elisa Rodrigues Alves Ribeiro; Regina Célia de Souza Beretta; Wilson Mestriner Júnior.
A Organização Mundial da Saúde considera a Promoção da Saúde como um processo social e político,
de fortalecimento das capacidades das pessoas para melhorarem sua saúde e modificarem suas condições
sociais, meio-ambientais e econômicas. Este olhar envolve todos os contextos, incluindo o setor da
educação e o direito de acesso e conclusão do ensino superior. Este trabalho tem por intuito fazer uma
revisão integrativa, correlacionando as conferências mundiais de Promoção da Saúde, os aspectos
ligados aos povos originários do mundo e a perspectiva das IES no Brasil. O movimento global da
Promoção da Saúde tem por marco o encontro em Otawa, 1986; a paz, educação, moradia, alimentação,
renda, estabilidade do ecossistema, justiça social e a equidade, trabalhados por meio de políticas
públicas saudáveis, ambientes favoráveis, fortalecimento das ações comunitárias e desenvolvimento de
habilidades pessoais, foram aspectos tratados. Na segunda conferência, em 1988 na Austrália, foi
apresentado pela primeira vez uma preocupação com a saúde dos povos indígenas. Neste mesmo
período, estabeleceu-se o reconhecimento e respeito às organizações socioculturais destes povos no
Brasil, assegurando-lhes a capacidade civil plena. Em 1991 na Suécia, a pauta do meio ambiente na
agenda da saúde dialogou com discursos de lideranças indígenas reivindicando o respeito à íntima
relação destes povos com o território. A conferência seguinte, de 1997 na Indonésia, considerou a
comunidade e o “empoderamento” dos indivíduos, indo ao encontro da busca indígena por formação.
No Brasil, a realidade de saúde destes povos herdou profundas desigualdades e inequidades; o
favorecimento do acesso às universidades se apresenta como meio para a Promoção da Saúde. A ação
afirmativa 180/2008, contribuiu para a reserva de vagas nas universidades, tendo em vista os entraves
culturais, linguísticos e geográficos para acesso destes povos à educação, a cota racial teve o objetivo
de garantir a igualdade por meio da equidade. Segundo IBGE a diferença entre o ensino superior
concluído foi de 4,7% de negros e 5,3% de pardos contra 15,0% de brancos, sendo a categorização
indígena inexistente. Os sete princípios caracterizadores da promoção da saúde podem ser favorecidos
com a formação superior indígena: concepção holística, intersetorialidade, empoderamento,
participação social, equidade, ações multi-estratégicas e de sustentabilidade, corroborando com a
qualidade de vida das comunidades originárias.
Camila Alessandra da Silva Marcel; Kérima Procópio; Karita Santos da Mota; Matheus Henrique Alves
de Moura; Namie Okino Sawada; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
A expansão do ensino superior possibilitou a ampliação ao acesso dos cursos de Enfermagem. Estudos
apontam correlação entre a caracterização dos discentes e a adequação do processo educacional. Neste
contexto, conhecer o perfil dos acadêmicos pode contribuir para elaboração de estratégias que
contemplem as demandas dos estudantes. Investigar o perfil dos discentes do curso de graduação em
Enfermagem de uma Universidade Pública do Sul de Minas Gerais. Estudo documental descritivo,
quantitativo, com informações coletadas em janeiro de 2021, via Portal de Dados Abertos da instituição
em estudo. As variáveis estudadas foram: naturalidade, rede de ensino proveniente e forma de ingresso,
sob período de investigação: 1984 a 2020. População composta por 1.367 discentes de Enfermagem,
dos quais não há dados sobre a naturalidade de 55,67%. De acordo com os dados disponíveis (n=606),
identificou-se que 73,43% são advindos do estado de Minas Gerais e 24,09% deSão Paulo. A rede de
ensino procedente foi informada a partir de 2005 (n=855), evidenciando que 57,50% são da rede pública
e 42,50% da rede privada. Considerando a adesão ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) a partir de
20103, 33,20% utilizaram desta forma para o ingresso na instituição e 62,30% por meio de vestibular
próprio. Após a inclusão da Política de Cotas em 2013 (n=375), 59,50% das vagas foram destinadas à
ampla concorrência e 40,50% para cotas. Constatou-se que entre os discentes de Enfermagem, a
Universidade propicia acesso, principalmente, para a população do estado de Minas Gerais; para
egressos da rede pública e privada de ensino; e pode indicar que as ações afirmativas contribuem para
inclusão de candidatos de determinados grupos sociais, como negros, indígenas e de baixa renda.
Contudo, há ausência de registro sobre a naturalidade de 761 alunos, sendo uma limitação que interfere
na caracterização destes indivíduos.
Ao estudar o envelhecimento humano verificam-se questões relativas à violência contra idosos desde
épocas antigas. Isso ocorre desde os primórdios da humanidade, variando conforme a sociedade
estudada. Não há clareza, no entanto, das causas e consequências de tais situações. A.S., 66 anos de
idade, morador de rua, vítima de agressão. Após o ocorrido foi institucionalizado, apresentando
alterações biomecânicas, comportamentais e emocionais. Na avaliação fisioterapêutica diagnosticou-se
presença de rigidez articular de membro superior esquerdo, principalmente de ombro e dedos;
dificuldade na realização no movimento de pinça fina e instabilidade da marcha (alterações posturais,
equilíbrio estático e dinâmico comprometidos) com necessidade de uso de dispositivo auxiliar
(andador). Foi elaborado um plano de tratamento fisioterapêutico, realizado num período de 45 dias,
10 atendimentos individuais, com duração de 50 minutos, duas vezes por semana com alongamentos
de MMSS e MMII, exercícios ativo que simulavam as tarefas do dia-a-dia como sentar e levantar,
apanhar e encaixar objetos em diferentes alturas, treino de marcha com obstáculos, equilíbrio andando
em volta de cones, pular obstáculos e exercícios com prendedor de roupas para pinça fina. E ainda
participação em atividade em grupo promovendo integração, socialização que objetivavam a melhoria
na independência funcional do institucionalizado. Segundo Maciel, a manutenção da capacidade
funcional dos idosos é um dos mais importantes fatores que contribuem para uma melhor qualidade de
vida dessa população. São amplas as possibilidades de participação do fisioterapeuta na saúde da
população idosa, seja na prevenção de doenças, na promoção de saúde ou na clássica reabilitação, e as
atividades práticas realizadas. Além de, proporcionar essas possibilidades podem de algum modo, levar
um momento de interação entre os membros da instituição, através dos diálogos e dinâmicas ofertadas
para a melhoria do bem-estar e da autoestima dos idosos institucionalizados. A combinação das
intervenções fisioterapêuticas individuais e coletivas foram eficazes para a melhoria das capacidades
cognitivas, sociais, físicas-funcionais e qualidade da vida em geral.
As lesões cardiovasculares evidenciadas nos pacientes com COVID-19 variam entre lesão miocárdica e
miocardite, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, disritmias, e, até mesmo,
tromboembolismo venoso. Essas complicações são multifatoriais e podem ocorrer tanto de um
desequilíbrio entre alta demanda metabólica e baixa reserva cardíaca, quanto de trombogênese e
inflamação sistêmica, podendo também existir lesão tecidual diretamente pelo vírus. As múltiplas
comorbidades e consequências relativas à Covid-19 são centrais na clínica a nível de saúde pública,
tornando-se imprescindível a necessidade de correlacionar o novo coronavírus com possíveis
transtornos cardiológicos. Apresentar, a partir de uma revisão de literatura sistemática, os possíveis
transtornos cardiológicos devido a infecção da Sars-CoV-2, tomando como base 10 artigos da base de
dados do Scielo e PubMed. Um dos primeiros relatos de lesão miocárdica associada à COVID-19 foi
em um estudo com 41 pacientes infectados, onde 5 pacientes (12%) apresentaram uma troponina I de
alta sensibilidade. A resposta inflamatória gerada a partir da infecção viral que leva à lesão do sistema
cardiovascular e dos pulmões tem elevação de D-dímero, proteína C reativa, troponina, ferritina,
procalcitonina e NT-proBNP, podendo culminar em complicações cardiovasculares e óbito. Zhou et
al. mostraram que os pacientes que evoluíram a óbito apresentaram níveis mais altos de D-dímero, IL-
6, ferritina e LDH, sugerindo que esses marcadores inflamatórios possam ter implicações prognósticas.
COVID-19 pode causar dano ao miocárdio por meio de diferentes mecanismos, um deles está
relacionado com o peculiar processo inflamatório que a infecção pode suscitar, podendo ocorrer até
uma “tempestade de citocinas”. Esse aumento de citocinas inflamatórias pode causar irritação do
ventrículo esquerdo (VE) ou levar a um novo início de cardiomiopatia. Foi confirmado que ACE2
(Enzima conversora da angiotensina 2) é o receptor funcional para SARS-CoV e SARS-CoV-2, a partir
do qual o vírus pode usá-la para penetrar nas células. A presença abundante de ACE2 no coração
é um dos fatores para os diferentes transtornos que ocorrem no órgão durante a doença. As evidências
atuais apontam a necessidade de avaliação cardiovascular em pacientes infectados, buscando um manejo
correto com rápida identificação e implementação do tratamento adequado.
Zuila Maria Lobato Wanghon; Roberta Pinto Pereira; Liliane J Grando; Renata Gondo.
Edward Goulart Junior; Erica de Souza Soardo; Camila Gabriela M. de A. Renzi; André Rodrigues dos
Santos Souza; Lucilene Sanches Cirilo da Cunha; Lara Cardoso Buson.
Este projeto foi proposto por meio do Projeto: PET-SAÚDE/Interprofissionalidade (MEC/MS 2019),
cujo objetivo é promover a integração ensino-serviço-comunidade com foco no desenvolvimento do
SUS, a partir dos elementos teóricos e metodológicos da Educação Interprofissional (EIP). O projeto
procurou fazer referências a uma condição de risco que é pouco explorada nos contextos de trabalho
em nossa realidade, ou seja, os fatores de riscos psicossociais relacionados ao trabalho e sua prevenção.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) esses fatores “referem-se às interações entre e no
ambiente de trabalho, ao conteúdo do trabalho, às condições organizacionais e às capacidades,
necessidades, cultura, condições pessoais externas ao trabalho, que podem, por meio das percepções
e experiências, influenciar a saúde, o desempenho e a satisfação dos trabalhadores” (1986, p.3).
Discutir com profissionais que atuam no Cerest Bauru e Região sobre a presença de fatorespsicossociais
relacionados ao trabalho e seus riscos à saúde e segurança do trabalhador. Sensibilizar os participantes
sobre a importância de considerar fatores de riscos psicossociais relacionados ao trabalho, além dos
riscos objetivos existentes (químicos, físicos e biológicos); Apresentar protocolo para avaliação de
riscos psicossociais relacionados ao trabalho. Característica atual do trabalho, e que tem reflexos
importantes nas condições de vida e bem- estar dos trabalhadores é a acirrada competitividade que
impera no mundo corporativo. Nesse cenário, o trabalhador é cada vez mais exigido para o atingimento
de metas e objetivos organizacionais. Essas exigências impõem ao trabalhador um ritmo de trabalho
cada vez mais estressante, uma vez que se intensificam jornadas e a presença da sobrecarga de trabalho
é cada vez mais presente. A intensificação dos conflitos interpessoais, a flexibilização do trabalho e o
clima de insegurança gerado, são fatores que estão presentes no mundo corporativo contemporâneo,
atuando para criar um ambiente de tensão permanente que pode afetar a saúde física e mental dos
envolvidos. Sensibilizar e instrumentalizar profissionais que atuam com políticas de gestão
organizacionala entenderem as situações e condições que favorecem a presença de riscos psicossociais
nos ambientes de trabalho é uma condição para promoção de saúde dos trabalhadores.
Zuila Maria Lobato Wanghon; Laís Duarte; Adriana Bezerra; Graziela de Luca Canto; Carlos Flores
Mir; Thais Marques Simek Vega Gonçalves.
O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar os efeitos da instalação/ativação de diferentes aparelhos
ortodônticos sobre a mastigação e nutrição dos pacientes. Foram avaliadas 6 bases de dados, sem
restrições de idioma e tempo de publicação. Após a triagem de 7.275 títulos/resumos e leitura de 42
artigos em texto completo, 15 estudos foram incluídos, sendo 6 estudos utilizados para análise
quantitativa. A revisão foi registrada no PROSPERO (CRD42020199510). Houve redução significativa
na performance mastigatória (diferença média 1,10; IC95%: - 0,55 a 1,65; p<0,001) e na força de
mordida (diferença média -2,58 (IC 95%: -4,98 a -0,19; p=0,03) nas primeiras 24 a 48 horas da
ativação/instalação dos aparelhos fixos labiais. O limiar de deglutição se manteve constante e a função
mastigatória foi recuperada totalmente após 30 dias (p>0,05). Apenas um estudo relatou redução do
consumo de alimentos ricos em cobre (p=0,002) e manganês (p=0,016) com maior ingestão de calorias
e gordura saturada (p<0,05) após a ativação/instalação dos aparelhos fixos labiais. Os usuários de
aparelhos fixos linguais também relatam maiores problemas mastigatórios quando comparados aos
usuários de aparelhos labiais. Por outro lado, usuários de alinhadores estéticos relataram menor
desconforto durante a alimentação quando comparados aos usuários de aparelhos fixos labiais. Todos
os resultados foram classificados como tendo baixo a muito baixo nível de evidência segundo os
critérios do GRADE (The Grading of Recommendations, Assessment, Development, and Evaluation).
Devido ao baixo nível de evidência, as conclusões devem ser consideradas com cautela. De qualquer
forma, a ativação/instalação de aparelhos ortodônticos reduziu a mastigação nas primeiras 24 a 48
horas, principalmente de usuários de aparelhos fixos labiais. Entretanto, essa função é recuperada após
30 dias. Dados sobre o estado nutricional ou o impacto de alinhadores estéticos e aparelhos fixos
linguais são insuficientes e necessitam de mais estudos.
Monica Moreno de Carvalho; Carolini de Oliveira Hernandes; Saygo Tomo; Luciana Estevam
Simonato.
O artigo 13 da Lei 11.129 institui a Residência em Área Profissional da Saúde e a define como
modalidade de ensino de pós-graduação, trazendo, assim, proposições sobre seu teor voltado para a
educação em serviço. Por meio do exercício do profissional-residente busca- se aproximar as atividades
pedagógicas das residências à linha de cuidado em todos os níveis da atenção à saúde, incluindo a
Atenção Primária. Nesse sentido, se faz necessário a atuação do enfermeiro, tendo em vista que esse
profissional vem se constituindo como um instrumento de mudanças nas práticas assistenciais no
Sistema Único de Saúde (SUS). Demonstrar que a assistência do enfermeiro residente favorece o
fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS). A residência em área profissional da saúde objetiva
transformar a formação dos profissionais, modificando a visão médico-assistencial para uma atuação
multiprofissional, de promoção de saúde e prevenção de doenças, orientados pelos princípios e
diretrizes do SUS. No contexto da APS, as atividades da residência estão pautadas sobretudo nas
responsabilidades da Estratégia Saúde da Família (ESF), vista como uma inovadora e importante
política para o campo da saúde, devido seus princípios teóricos e políticos. Diante disto, estudos
apontam que quando inserido em programa de residência multiprofissional, o enfermeiro busca
potencializar sua formação com outros núcleos profissionais, possibilitando a busca de conhecimento
para reflexão crítica. Ao se inserirem nos serviços, os residentes, incluídos os de enfermagem,
identificam a importância de trabalhar sob a lógica da integralidade, intersetorialidade e
interdisciplinaridade. Autores demonstram também que o profissional egresso da residência apresenta
competências e habilidades como liderança, tomada de decisão, administração e gerenciamento, e
consideram a residência como uma formação importante em suas vidas profissionais. O enfermeiro tem
papel fundamental na equipe multiprofissional da residência, sendo ele instrumento essencial para
superar os limites da concepção tradicional de pensar, o que o possibilita transformar a prática, tornando
esta centrada na integralidade, na assistência frente aos determinantes e condicionantes sociais, na
prevenção de doenças e na promoção da saúde.
Laís Hollara Medeiros; Patricia Martins Bueno; Suely Prieto de Barros; Ivy Kiemle Trindade Suedam.
A síndrome de Treacher Collins (STC) é uma malformação craniofacial congênita, cuja sua principal
manifestação craniofacial é a retrognatia, hipoplasia zigomática e mandibular associada ou não à fissura
labiopalatina, que podem causar alterações no sistema estomatognático. Paciente do gênero feminino,
38 anos, com STC, atendida no Laboratório de Fisiologia do HRAC-USP. A avaliação do sistema
estomatognático foi compostapor 2 análises: 1) força de mordida máxima (FM), com o uso de um
gnatodinamômetro (modelo IDDK Kratos), e, 2) performance mastigatória (PM), que corresponde à
avalição do tamanho das partículas do bolo alimentar de um pedaço padronizado de cenoura, submetido
a 20 ciclosmastigatórios, utilizando software de processamento de imagens (Image J, NIH). A avaliação
nutricional consistiu: 1) da avaliação antropométrica: Peso (P), Altura (A), Índice de Massa Corporal
(IMC), Circunferência Braquial (CB), Prega Cutânea Tricipital (PCT) e 2) Hábitos nutricionais e
mastigatórios, por meio do Questionário Nutricional Clínico e Recordatório de 24 horas que investiga a
ingestão de macronutrientes, por meio de um software Nutrilife. A FM nos molares direito 10Kgf e
esquerdo correspondeu a 14Kgf (valor normativo: 28-30Kgf). A granulometria indicou um tamanho
médio de partículas de 6,05mm (valor normativo: ?4mm). Na avaliação nutricional, detectou-se
IMC=18,20 (baixo peso), CB=23cm,PCT=12mm² e CMB=14,68 (baixo peso); a avaliação dietética
indicou padrão de ingestão inadequada de macronutrientes. A morfologia craniofacial e a relação
maxillomandibular são as chaves para uma FM adequada para uma boa PM e, consequentemente, para
um EN adequando (BERA et al., 2018). O indivíduo avaliado apresentou FM e uma PM reduzidas em
relação à população sem anomalias craniofaciais, sugerindo que a síndrome e suas características
craniofaciais, em especial, o hipodesenvolvimento mandibular, impactam negativamente na função
mastigatória e no seu estado nutricional.
Este trabalho objetiva apresentar a noção psicanalítica de somatização em Joyce McDougall, visando
explicitar mecanismos psíquicos que compõem a visão desta autora. A metodologia desta pesquisa
consiste de uma revisão de literatura de textos que comentam a obra de McDougall e da análise de
textos dessa autora em que são apresentadas as noções de um corpo para dois, psicossoma e desafetação.
A revisão de literatura consistiu de um levantamento bibliográfico através das bases de dados: LILACS,
BVS Brasil e SCIELO. A busca foi feita com os descritores: “Joyce McDougall”, “Um corpo para
dois” e “Desafetação” e retornou 11 trabalhos que se aproximam do tema da pesquisa. Os resultados
parciais desse levantamento caracterizam um percurso inicial rumo à compreensão da noção de
somatização para McDougall. Sua obra é retratada como original e é apontada por dar um quarto
destino ao afeto, através da elaboração do conceito de desafetação. A autora defende que o afeto pode
ser eliminado do ego, e não apenas convertido, deslocado ou transformado, como Freud propôs que
ocorre na histeria de conversão, na neurose obsessiva, e na melancolia, respectivamente. Para
McDougall, os sujeitos psicossomáticos não teriam a capacidade de lidar com afetos potencialmente
desestruturantes e, portanto, recorrem a estratégias defensivas arcaicas.
Isso ocorre pois tais pessoas teriam vivenciado experiências com alto poder disruptivo no início da
vida. Dessa forma, existe uma proximidade das doenças somáticas às angústias psicóticas. Nesse modo
de funcionamento do psiquismo, o sintoma apresenta uma dimensão mais precária de simbolização do
que na histeria conversiva, o que levou a autora a cunhar o termo histeria arcaica. Já o conceito de um
corpo para dois retoma um estado de simbiose e não diferenciação entre mãe e bebê, nos primeiros
meses de vida deste, o que aparece na literatura como base para compreensão da noção de matriz do
psicossoma. Sendo assim, doenças psicossomáticas são caracterizadas por uma relação profundamente
perturbada entre o sujeito e sua afetividade, logo, em McDougall, distúrbios psicossomáticos são
distúrbios afetivos. Por fim, esta pesquisa visa trazer contribuições à clínica contemporânea, na qual é
grande a incidência de sofrimentos que afetam o plano corporal, a fim de apresentar ferramentas
conceituais e de manejo técnico para a atuação com pacientes graves, com sintomas corporais e
dificuldades de expressão no âmbito da comunicação falada.
Renata Porfiria Baleeiro; Vanessa Coradi de Santana; Stefan Fiuza de Carvalho Dekon; Luciane Giroto
Micheletti.
A SAHOS (Síndrome de Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono) tem aumentado muito sua incidência
nos últimos anos e pesquisadores tentam fazer seu diagnóstico e tratamento se tornarem cada vez mais
acessíveis com praticidadDessa forma, atingirá com muito mais facilidade um público maior. Dentre as
várias, umas das etiologias está a obesidade que com a passar dos anos provavelmente seja uma das
mais difíceis de se controlar. A terapia ouro é o CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) e
nos dias atuais tem a versão minicpap. No entanto devido a sua baixa adesão pelos pacientes dos
dispositivos pressurizadores de ar contínuo, terapias alternativas começaram a tomar cada vez mais
espaço entre os pesquisadores. Dentre eles os aparelhos intra-orais e a laserterapia. A técnica ILIB
modificada (Irradiação do Laser de Modo Intravascular) é uma alternativa viável na saúde como um
todo de maneira sistêmica. Após a assinatura do termo de consentimento livre esclarecido, o paciente
A., H., já de posse da polissonografia e com queixas de sua esposa veio até a clínica para procurar
atendimento. Utilizando um modelo de aparelho intra-oral teve seus sinais e sintomas reduzidos de
forma significativa. Com a laserterapia os exames sistêmicos melhoraram muito. Animado com os
resultados obtidos o paciente perdeu uma quantidade substancial de peso e assim nesse momento tece
uma melhora em todos os sentidos e espera a oportunidade de fazer uma nova polissografia para ratificar
os resultados obtidos. Diante da importância da saúde integral do paciente com uma anamnese
personalizada e a busca pela redução das doenças inflamatórias crônicas a associação da fototerapia
sistêmica modificada mostrou-se eficaz com benefícios como ação antioxidante, antiplaquetário,
analgésico e antinflamatório, em associação com o aparelho intra-oral promoveram bem- estar.
Patricia Martins Bueno; Laís Hollara Medeiros; Leandro Scomparin; Ivy Kiemle Trindade Suedam;
Paulo Alceu Kiemle Trindade.
A síndrome de Gorlin Goltz é uma desordem autossômica dominante causada por mutação no gene
Patched, que faz parte da via de sinalização Hedgehog. Estima-se uma prevalência variando de
1:57.000 a 1:256.000 e caracteriza-se, entre outras manifestações, pela presença de múltiplos
queratocistos odontogênicos, carcinoma basocelular, fissura labiopalatina, costelas bífidas,
depressões palmares ou plantares e calcificação bilamelar da foice cerebral.
Reconhecida pela OMS em 1992, como síndrome dolorosa crônica, a fibromialgia (FM) é composta
de dores, associada com transtorno de sono e fadiga recorrentes, sem explicação medicamente
estabelecida. A dor é uma experiência desconfortável que pode corresponder a lesões nos órgãos e
tecidos, ou não, sendo circunscrita apenas no plano subjetivo. Também pode-se dizer que a FM
caminhou de uma presença quase que exclusiva nos ambulatórios de reumatologia para se assemelhar
com um transtorno do espectro de somatização. A psicanálise se propõe a intervir nas dores corporais
sem explicação médico-fisiológica, através do tratamento pela fala e do manejo da transferência. Seria
possível inferir correspondência ou uma tradução da FM a partir das entidades clínicas da psicopatologia
psicanalítica? Para responder tal indagação, realizou-se uma revisão de literatura, através dos
descritores “Fibromialgia”; “Psicossomática”, “Dor”, “Histeria” e “Psicanálise”, de 1993 a 2020, no
banco de dados da BVS-psi, na PEPsic, na SciELO- Brasil e na Base de Saúde e Áreas Correlatas, da
BVS-Psicologia Brasil. A análise de dados consistiu na leitura dos artigos e organização dos resultados
em categorias. Foram localizados 14 artigos, divididos em: (1) Quatro artigos aproximando FM da
neurose histérica; (2) Dois artigos relatando traços histéricos e obsessivos; (3) Dois artigos vinculam
a FM à interdição do processo do luto e a uma forma de neurose atual, aproximando-a de um estado
de inibição psíquica; (4) Um artigo associa a FM a expressão de trauma não elaborado e (5) Cinco
artigos propuseram uma reflexão mais plural, orientada para pensar os efeitos da dor crônica e do
capitalismo nas novas formas de subjetivação. Há intertextualidade moderada entre os artigos e um
hiato de 11 anos para a primeira publicação encontrada sobre o fenômeno, desde sua nomeação, em
1992. Como resultados, na literatura investigada, não há evidências para inferir equivalências entre
FM e quadros psicanalíticos específicos. As discussões presentes nos trabalhos estão mais
direcionadas para o debate sobre a posição subjetiva daquele que sofre e sua relação com a dor,
contrapondo-se ao modelo biomédico, que, pela via medicamentosa, silencia o corpo. Como conclusão,
a psicanálise oferece uma escuta ao sujeito e confere um valor de verdade singular ao sintoma. A
função que a dor crônica exerce se apresenta enquanto forma de subjetivação contemporânea que
relaciona sujeito e seu corpo.
Ruan Henrique Delmonica Barra; Nathália Januario de Araujo; Leonardo Alan Delanora; Juliano
Milanezi de Almeida; David Jonathan Rodrigues Gusman; Breno Edson Senão Alves.
As exigências estéticas vêm aumentando consideravelmente ao longo desses anos na rotina da prática
clínica odontológica. A exposição gengival excessiva, comumente descrita como "sorriso gengival",
tem recebido maior ênfase na literatura odontológica nos últimos anos, e tem sido queixa de muitos
pacientes, já que tal situação pode influenciar na autoestima e no relacionamento social. Existem
diversas causas que podem levar ao sorriso gengival e também diversas terapias, dentre elas a
gengivoplastia é uma técnica cirúrgica de muito sucesso quando bem indicada. A cirurgia envolve a
remoção da margem gengival com a finalidade de aumentar a coroa clínica dos dentes. Assim, a
exposição gengival também diminui. Nos casos clínicos apresentados, os pacientes com média de idade
de 28 anos, saudáveis e não fumantes queixando-se da estética de sorriso alto, receberam o
procedimento cirúrgico de gengivoplastia associado a osteotomia pela técnica flapless e os resultados
satisfatórios atenderam às suas expectativas. Estes relatos de casos demonstraram que esta técnica
cirúrgica é uma opção previsível e vantajosa para correção do chamado “sorriso gengival".
Letícia Barbero Antunes; Nathália Januario de Araujo; Marina Cremonesi Cardoso; Ruan Henrique
Delmonica Barra; Juliano Milanezi de Almeida.
Segundo a lei brasileira de inclusão, pessoa com deficiência e o termo que compreende pessoas
com algum impedimento de longo prazo que de alguma forma, dificulta sua participação efetiva na
sociedade em igualdade com as outras pessoas. Em se tratando de pessoas vulneráveis como as
crianças, e necessário um empenho e atenção maior com relação a assistência e proteção. Nesse
sentido, foi criada a rede de cuidados a pessoa com deficiência, visando promover o acesso a
serviços de cuidado integral e multiprofissional as pessoas com deficiência através da ampliação,
criação e articulação dos setores envolvidos nesse processo seja reabilitação física, auditiva,
intelectual, sensorial, ostomia ou múltiplas deficiências. No que diz respeito a funcionalidade, trata-
se de um fator determinante na assistência a criança, pois e interfere diretamente na sua participação
social e desenvolvimento de habilidades, em especial na infância. Pretende-se com esse estudo
propor, uma reflexão sobre a importância da funcionalidade e da qualidade de vida no processo de
reabilitação física de crianças com deficiência mediante revisão integrativa da literatura atual,
associando os termos qualidade de vida na infância, deficiência física e reabilitação física, incluindo
também aspectos da legislação em vigor relacionada ao tema. No âmbito geral, foram avaliados 25
artigos, envolvendo crianças com Deficiência e algum ponto do processo de reabilitação. Desses, a
maioria eram ensaios clínicos que retratavam sobre paralisia cerebral e distrofia muscular de
Duchenne. Poucos estudos levaram em conta a qualidade de vida de forma mais aprofundada, sendo
a maioria sobre abordagem clínica, prescrição de OPM e opções de tratamento. Deve-se levar em
conta o sentido maior da tecnologia assistida e da reabilitação, que é garantir autonomia, qualidade
de vida e inclusão. Assim, faz-se necessário incluir pontos como acesso a esses recursos, bem como
reabilitação e informação adequados. Dessa forma, a maioria das publicações se concentram em
novas formas de se tratar a funcionalidade de crianças com deficiência, porém poucos incluem a
qualidade de vida como parâmetro específico (benefícios para a vida diária do paciente), o que deve
ser considerado para uma abordagem adequada.
Larissa Couto de Freitas; Laura Cruz Mamani; Vanessa Silvestre de Aquino Silva; Carine Ervolino de
Oliveira; Alessandro Antônio Costa Pereira; João Adolfo Costa Hanemann.
O mieloma múltiplo é uma neoplasia maligna caracterizada pela proliferação clonal de células
plasmáticas neoplásicas na medula óssea cujo tratamento é feito através da combinação de
quimioterápicos. Bisfosfonatos são antirreabsortivos utilizados para diminuir a taxa de morbidade
esquelética, melhorar a qualidade de vida e aumentar a taxa de sobrevida de pacientes com mieloma
múltiplo, sendo a osteonecrosedos maxilares relacionada a medicamentos (ONMRM) um dos principais
efeitos colaterais de seu uso. Paciente do gênero feminino, 67 anos, foi encaminhada para a Clínica de
Estomatologia da UNIFAL, em julho de 2020, com queixa de dor na região mentual esquerda. Durante
a anamnese, relatou estar em tratamento de mieloma múltiplo desde fevereiro de 2017 e em uso de
Pamidronato 90mg (EV), Talidomida e Decadron. Em outubro de 2018, foi submetida a exodontia do
35. O Exame Físico Extrabucal não identificou alterações significativas. À oroscopia, notou-se que
mucosa bucal apresentava-se edemaciada, hiperêmica e com fístula que drenava conteúdo purulento na
região do 35. Radiografia panorâmica e TC de feixe cônico evidenciaram área radiopaca, com formas
e contornos irregulares, circundada por halo radiolúcido, localizada no corpo da mandíbula próxima à
região de 35 e 36, medindo 1,5cm em sua maior extensão. Com base nos aspectos clínicos e
imaginológicos, sugeriu-se como hipótese diagnóstica Osteonecrose por Bisfosfonatos. A paciente foi
medicada com Clindamicina 300 mg, 3 vezes ao dia por 15 dias e, posteriormente, foi realizada a
excisão cirúrgica do sequestro ósseo com curetagem da loja cirúrgica. A análise microscópica
confirmou o diagnóstico de Osteonecrose. A paciente encontra-se em proservação e, 6 meses após a
cirurgia, apresenta-se assintomática e com neoformação óssea satisfatória no local da cirurgia. Uso de
medicamentos antirreabsortivos é o fator de risco mais comum para o desenvolvimento da ONMRM,
complicação séria e com manifestações que variam desde assintomáticas até exigir tratamento cirúrgico
extenso, sendo o seu manejo de difícil resolução. Pacientes submetidos à terapia antirreabsortiva devem
ser submetidos a exodontias antes de seu início, devendo esta ser evitada durante a terapia. Um atraso
excessivo na extração de um dente com processo inflamatório, aumenta o risco de ONMRM, sendo
recomendada a suspenção da medicação em pacientes com exposição prolongada aos bisfosfonatos.
Milena Moraes de Carvalho; Laura Cruz Mamani; Vanessa Silvestre de Aquino Silva; Carine Ervolino
de Oliveira; Alessandro Antônio Costa Pereira; João Adolfo Costa Hanemann.
O adenoma pleomórfico é a neoplasia de glândula salivar mais comum, constituindo até 60% de todos
os tumores benignos de glândula salivar. Ocorre principalmente nas glândulas parótidas (85%), seguida
pelas glândulas salivares menores (10%) e as glândulas submandibulares (5%). Biopsia excisional
ampla e remoção da extensão subjacente do tumor é o tratamento de escolha. Paciente H.B.F.G., 68
anos, gênero feminino, leucoderma, foi encaminhada para a Clínica de Estomatologia da UNIFAL-MG
para avaliação de uma lesão em mucosa jugal esquerda. Na anamnese a paciente relatou que a lesão
era assintomática, com duração aproximada de 2 anos. No exame físico extrabucal não foram
observadas alterações. À oroscopia, notou-se a presença de um nódulo submucoso, de consistência
firme, bem delimitado e circunscrito, móvel, recoberto por mucosa íntegra e normocorada, localizado
em mucosa jugal esquerda, medindo aproximadamente 1 cm em sua maior extensão. Com base nesses
aspectos, sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Neoplasia Mesenquimal Benigna e Neoplasia
Benigna de Glândula Salivar. Sob anestesia local, realizou-se a biopsia excisional da lesão e os cortes
microscópicos corados em H.E. revelaram tecido conjuntivo fibroso, denso e capsular limitando a área,
com proliferação de células epiteliais e mioepiteliais plasmocitoides e redondas, ora difusas, ora
formando estruturas ductais. De permeio, notava-se áreas hialinas e mixomatosas. Glândulas salivares
menores e focos de moderado inflamatório mononuclear, vasos sanguíneos hiperêmicos, áreas de
hemorragia, feixes nervosos, tecido adiposo e muscular também foram observados. Com base nos
aspectos clínicos e microscópicos, estabeleceu-se o diagnóstico de Adenoma Pleomórfico. A paciente
permanece em proservação em nossa clínica, apresentando completa cicatrização da região operada e
sem sinal de recidiva até o momento. O Adenoma Pleomórfico é o tumor benigno de glândula salivar
mais comum. Apesar disso, sua ocorrência na mucosa jugal é muito rara em adultos e crianças (8-10%).
Assim, o presente caso destaca-se pela raridade, dada a localização incomum da lesão. Embora essa
seja uma neoplasia frequente, sua ocorrência em mucosa jugal é rara e, portanto, seu diagnóstico requer
alto índice de suspeita. Além disso, o Adenoma Pleomórfico deve ser considerado no diagnóstico
diferencial de outras lesões nesse mesmo sítio em pacientes jovens e adultos.
Andrey Rennato de Araújo e Sousa; Antônio Sérgio Guimarães; Karla Shangela da Silva Alves Cabral.
O Termo DTM (Disfunção Temporomandibular) engloba uma série de desordens que envolvem os
músculos da mastigação, as articulações temporomandibulares e estruturas associadas. O objetivo do
presente trabalho foi verificar a prevalência de sintomas de DTM em indivíduos encaminhados para
atendimento no Centro de Especialidades Odontológicas do município de Palmares (PE). Trata-se de
um estudo transversal epidemiológico, analítico, descritivo, quantitativo e qualitativo. No total, 120
pacientes com idade entre 18 e 80 anos ,foram submetidos aos questionários da Academia Europeia de
Disfunção Crânio Mandibular e TMD-PAIN Screener. Os resultados referentes ao questionário
TMD – PAIN SCREENER evidenciaram que 80.8% dos entrevistados não apresentaram dor, 14,2%
apresentaram dor passageira e 5,0% apresentaram dor persistente. A origem do ambulatório não
influenciou significantemente essas perguntas. Os resultados referentes ao questionário da Academia
Europeia de Desordens Craniomandibulares, mostram que 14 % dos pacientes tem dor, uma vez por
semana ou mais, quando abre amplamente a boca ou mastiga, sendo a totalidade do sexo feminino.
Houve maior prevalência de sintomas de DTM no sexo feminino entre as pessoas que foram
encaminhadas para atendimento Odontológico no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) de
Palmares. A alta incidência da prevalência de sintomas para essa disfunção mostra a necessidade de
um profissional especializado em DTM e Dor Orofacial para atendimento da população assistida por
essa unidade de saúde.
Milena Moraes de Carvalho; Bruno Augusto Linhares Almeida Mariz; Oslei Paes de Almeida; Carine
Ervolino de Oliveira; Noé Vital Ribeiro Júnior; João Adolfo Costa Hanemann.
O ameloblastoma periférico é uma rara variante de tumor odontogênico benigno, responsável por
apenas de 1 a 5% de todos os ameloblastomas[1,2]. Ele difere dos outros subtipos em sua localização:
surge nos tecidos moles da cavidade oral e geralmente manifesta comportamento não agressivo, sendo
satisfatoriamente tratado através de excisão local conservadora[3]. Paciente J.L.C., 51 anos, gênero
masculino, leucoderma, procurou a Clínica de Estomatologia com a queixa de lesão no palato. Na
anamnese, o paciente relatou uma evolução de aproximadamente 15 anos, com padrão de crescimento
lento e ausência de sintomatologia dolorosa. No exame físico extrabucal não foram observadas
alterações significativas. À oroscopia, notou-se a presença de um nódulo de base séssil, consistência
firme, coloração semelhante à mucosa, localizado na mucosa palatina na região dos dentes 13 e 14,
medindo aproximadamente dois centímetros em sua maior extensão. O exame radiográfico periapical
e a tomografia computadorizada não evidenciaram alterações ósseas. Com base nos aspectos clínicos e
radiográficos, sugeriu-se como hipóteses diagnósticas Fibroma Ossificante Periférico e Hiperplasia
Fibrosa Inflamatória. Sob anestesia local, realizou-se a excisão cirúrgica da lesão e os cortes
microscópicos corados em H.E. revelaram epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado e
hiperplásico. Na lâmina própria, observou-se tecido conjuntivo fibroso, denso, celularizado e com
células epiteliais odontogênicas dispostas predominantemente em cordões e também em arranjo
folicular com padrão ameloblástico. O exame imunoistoquímico revelou positividade para os
marcadores Citoqueratina-5, Citoqueratina-14 e p-63. Com base nos aspectos microscópicos e
imunoistoquímicos, estabeleceu-se o diagnóstico de Ameloblastoma Periférico. O paciente permanece
em proservação em nossa clínica, apresentando completa cicatrização da região operada e sem recidivas
até o momento. O ameloblastoma periférico é a mais rara variante entre os ameloblastomas[3]. Além
disso, por ter como local de predileção a mandíbula posterior, sua ocorrência em maxila o torna ainda
mais atípico[4]. Assim, este caso chama a atenção pela raridade por se tratar de uma lesão em maxila
localizada em mucosa palatina. Lesões incomuns necessitam de acurados exames clínicos e
microscópicos; exames complementares podem ser ferramentas úteis para se alcançar um correto
diagnóstico.
Eliza de Souza Sampaio; Alice Helena de Souza Paulino; Greiciane da Silva Rocha; Daniela Braga
Lima; Tábatta Renata Pereira de Brito.
A depressão psicossomática se refere a uma dinâmica depressiva em que o conflito entre ego e objeto
não é a estrutura central, mas sim uma ausência de uma compensação em relação ao rebaixamento do
tônus libidinal. Essa dinâmica também é chamada de “depressão essencial”, “depressão sem objeto”
ou “depressão sem tristeza” e está presente em diversos casos psicossomáticos. A depressão
psicossomática está associada às manifestações de pulsão de morte e à emergência de um estado
mental desorganizador, o qual desencadeia um funcionamento psíquico com pensamento operatório
e uma dificuldade de contatocom emoções e sentimentos. Trata-se de um paciente com menos de 30
anos, atendido em psicoterapia de orientação psicanalítica por 2 anos. Ele inicia a terapia deprimido,
com ideação de morte e apresenta, desde criança, um quadro de dor no estômago, sem diagnóstico
médico. Havia dificuldade de nomear a dor que sentia. A dor regula seu grau de contato social,
mantendo-o numa relação controlada com a comida e com o objeto externo, evitando sair com amigos
e comer com outras pessoas. Nota-se uma escassez de elementos sexuais em seu discurso, não se
interessando por relações amorosas ou sexuais, justificando não sentir vontade. Apresenta discurso
concreto em torno dos acontecimentos da semana, com fala desprovida de afeto. Esse fato, somado à
ausência de elaboração das emoções, vai ao encontro da concepção de pensamento operatório, de modo
que as excitações permanecem em um estado flutuante, até que elas recebam uma destinação corporal.
As sessões são caracterizadas por períodos de silêncio e monotonia, exigindo uma postura ativa da
terapeuta. A técnica da associação livre não flui na maior parte do tempo. Esse caso ilustra um
adoecimento somático, cuja perda pulsional não recebe uma compensação psíquica, provavelmente
devido a grande dificuldade de estabelecer ligações objetais. Esse estado de empobrecimento da vida
psíquica encontra uma possibilidade de reanimação no tratamento psicanalítico, uma vez que trabalhar
na transferência cria condições para restituir ao paciente sua capacidade de sentir. Deve-se construir
experiências não sentidas para que estas possam adquirir uma significação, exigindo do analista
características como vitalidade, persistência e tolerância à frustração. Ao longo da psicoterapia, ele foi
capaz de integrar alguns afetos (agressivos e melancólicos), expressando-os através da linguagem e do
vínculo.
A concepção de neuroses atuais, descrita por Freud no início de sua nosografia, corresponde aos
quadros marcados pelo acúmulo de excitação que não se inscreve psiquicamente e se manifesta através
da via corporal, nas somatizações. Em termos pulsionais, pode-se pensar que esses quadros decorrem
da transformação direta de uma pulsão não satisfeita, sendo este processo não mediado pelo psiquismo.
As neuroses atuais ficaram em segundo plano na teoria de Freud, a qual deu maior foco para as neuroses
de transferência, em que os sintomas têm base simbólica. Discutir a noção de neuroses atuais e possíveis
relações com outros conceitos essenciais da teoria psicanalítica como a pulsão de morte e a neurose
traumática. Realização de análise conceitual e discussão de textos de Freud sobre as neuroses atuais e
levantamento bibliográfico de artigos de autores contemporâneos. Observou- se associações entre as
neuroses atuais e conceitos freudianos de pulsão de morte e neurose traumática. A dor física e os
sintomas corporais das neuroses atuais resultam de uma excitação que não é elaborada psiquicamente.
Este processo pode ser retomado através do conceito de pulsão de morte, pulsão disruptiva e
irrepresentável em que há uma tentativa de retorno a um estado inorgânico, de excitação não ligada,
sendo o irrepresentável não elaborado. Estas neuroses podem se relacionar ao trauma presente na
neurose traumática, em que há um afluxo de excitações que é excessivo em relação à tolerância do
sujeito. Este trauma se aproximaria das neuroses atuais, sendo as neuroses traumáticas marcadas por
um pulsional destrutivo, ligado à presentificação de uma excitação não elaborada que marca uma
temporalidade atual. Os conteúdos não elaborados, não se constituem como registro mnêmico e não se
tornam “passado”, aquilo que pode ser objeto de recordação. A dimensão traumática impede a
historicização ao reter vivências repetidamente no presente, mantendo uma resposta insistente na cena
traumática. Apesar da noção de neuroses atuais ser enfraquecida na obra freudiana, há autores que
acreditam que certas concepções destas reapareceram, posteriormente, na própria teoria de Freud. Logo,
é possível articulá-la com outras formulações freudianas que surgiram na segunda tópica, como a pulsão
de morte e a neurose traumática. Pode-se questionar se as neuroses atuais realmente ficaram em
segundo plano, ou se elas ressurgem através de outras concepções.
Mariane Helen da Silva; Pricilla Keilla de Freitas Cysneiros; Marcela Karla Santos Silva; Cecília
Benevides Alencar; Karla Karolaine Silva de Carvalho; Alessandra Carlos de Moura.
O comprometimento cognitivo é bem descrito como uma comorbidade associada a diabetes mellitus do
tipo 2 (DMT2). Nesse sentido, doenças neurodegenerativas e DMT2 destacam-se por sua prevalência,
impacto psicossocial e econômico, em virtude disso, nota-se que possa haver associação entre estes dois
distúrbios. O objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre DMT2 e o comprometimento
cognitivo como uma comorbidade associada. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico em
fevereiro de 2021 através das bases eletrônicas: PubMed/MEDLINE® e SCIELO, os descritores
foram baseados nos Descritores em Ciências da Saúde, aplicando seguintes critérios de inclusão:
artigos nos idiomas portugues, inglês e espanhol, publicados nos últimos cinco anos e que abordavam
diretamente o problema de pesquisa no título, resumo ou descritores, assim como artigos que utilizassem
apenas portadores de DMT2. A partir disso, resultou-se em 05 artigos que abordavam o tema da
pesquisa. Aqueles que cursam com um quadro de DMT2 apresentam diversasmodificações metabólicas,
dentre elas observa-se um déficit na utilização da glicose e metabolismo energético cerebral, a partir
disso, a hiperglicemia promove processos inflamatórios e oxidativos, assim como contribui para a
neurodegeneração. Estudos recentes de caráter retrospectivo e analítico descrevem a hiperglicemia
como fator de risco para distúrbios neurocognitivos, uma vez que, observou-se que aquelescom mau
controle glicêmico estão propensos a desenvolverem esse tipo de disfunção. Ademais, Jurado e
colaboradores (2018) sugerem que níveis elevados de hemoglobina glicosilada relaciona-se
positivamente com menor desempenho em tarefas cognitivas. Para mais, a partir da análise do grupo
controle (n=167) e diabéticos (n=142) em atividades que buscavam avaliar funções como memória,
atenção, funcionamento executivo e velocidade de processamento, houve uma menor pontuação em
todas as tarefas cognitivas realizadas pelo grupo de intervenção. Desse modo, o comprometimento
cognitivo no DMT2 pode se manifestar desde decréscimos cognitivos leves até a demência, de modo
que a disfunção cognitiva diferem em estágios de gravidade, tratamento e em etiologia. Diante do
exposto, observa-se uma positiva relação entre os dois distúrbios, uma vez que o grau de
comprometimento cognitivo associou-se com a hiperglicemia em pacientes diabéticos.
Victor Perinazzo Sachi; Anderson Maikon de Souza Santos; Natália Pereira Ribeiro; Tiburtino José de
Lima Neto; Eduardo Hochuli Vieira; Leonardo Perez Faverani.
As fraturas de angulo estão entre as fraturas mais comuns na mandíbula, perdendo somente para fraturas
na região de côndilo. A força ântero-lateral aplicada nessa região gera uma tensão local que fragiliza a
estrutura óssea, além disso, a presença dos terceiros molares inclusos contribui para esta ocorrência, pois
ocupa um espaço que seria preenchido por tecido ósseo, aumentando a zona de fragilidade.
Paciente, sexo masculino, 21 anos, vítima de agressão física, foi atendido no hospital com mordida
aberta bilateral e mobilidade óssea na região de ângulo mandibular direito. O exame tomográfico
confirmou fratura de angulo mandibular, favorável para o deslocamento. A redução da fratura foi
dificultada devido a presença do terceiro molar, necessitando remover este dente. Após a exodontia e
redução adequada, foi realizada fixação pela técnica de Champy. O paciente foi acompanhado, não
havendo complicações no pós operatório, e oclusão foi restabelecida. Conforme discussões encontradas
na literatura, casos de fraturas na região de angulo mandibular deve-se observar a localização do terceiro
molar, e analisar se há a necessidade de extrair o dente previamente a redução, observando a localização
da linha da fratura em relação a posição do elemento dental. Visto que as forças oclusais podem
atrapalhar na redução da fratura, já que o angulo de mandíbula é uma área que sofre com tensões e forças
oclusais. A presença do terceiro molar pode interferir na redução adequada dos cotos ósseos e a sua
extração deve ser indicada para possibilitar a melhor redução da fratura.
Caroline Liberato Marchiolli; Renan Lemos da Silva, Luana Ferreira Oliveira; Maria Eduarda de
Freitas Oliveira Santana; Vitória Parmejane de Oliveira; Luciana Estevam Simonato.
O presente trabalho visa apresentar um relato de caso clínico atendido em uma clínica-escola de uma
universidade pública no interior do estado de São Paulo por uma aluna de graduação em processo de
supervisão. A paciente foi atendida de acordo com a abordagem cognitivo- comportamental, utilizando-
se de técnicas e de recursos terapêuticos a fim de reverter distorções cognitivas e reduzir os sintomas
relacionados ao transtorno alimentar que esta apresentou como queixa inicial. O caso está em
andamento, até o momento foram realizadas catorze sessões. Inicialmente, durante a anamnese, a
paciente apresentou como queixa inicial episódios recorrentes de compulsão alimentar, que tiveram
início no período da pandemia do covid-19, uma vez que a reclusão da quarentena acentuou o
sentimento de solidão e o estresse, que se expressavam no campo comportamental por meio dos
episódios compulsivos. Além disso, acliente manifestou as crenças de se sentir insuficiente, crença
de não pertencimento aliados a problemas de autoimagem, insegurança, ciúmes e sentimentos de
menos-valia. Ao traçar o plano terapêutico, foram estabelecidos como objetivos em terapia lidar
melhor com suas inseguranças e fortalecer a sua autoestima; e ainda diminuir o tempo, a energia e o
sofrimento relacionados com a alimentação e o corpo para poder investir mais em outras questões. Para
o tratamento, foram utilizadas técnicas como a conceitualização cognitiva, a janela de Johari, o registro
de pensamentos, o questionamento socrático, desafio de Pensamentos Automáticos Negativos (PANs),
entre outros recursos. Após dez sessões, ocorreu a reavaliação do plano terapêutico e acompanhamento
da evolução do caso em que foi verificado que os episódios compulsivos cessaram, houve uma
expansão de seu ciclo social, o sentimento de solidão setornou menos presente, e, além disso essa
demonstrou mais segurança acerca de seus posicionamentos e exibiu uma nova visão sobre a forma de
se alimentar e sobre a relação com dietas e peso. Entretanto, definiu como novo objetivo em terapia
tornar-se mais sociável e estabelecer uma relação melhor com a alimentação onde não exista medo,
culpa ou crença de fracasso. Essa reavaliação possibilitou perceber a eficácia do método cognitivo-
comportamental para o tratamento de pacientes com transtornos alimentares, visto que os episódios
compulsivos pararam de acontecer culminando em significativa melhora no estado de bem-estar e
qualidadede vida da paciente.
Leonita Chagas de Oliveira; Mara Dantas Pereira; Gleice Kelly Nascimento Santos; Míria Dantas
Pereira.
A pandemia da Doença de Coronavírus 2019 (COVID-19) é tida como o maior problema de saúde
pública enfrentada no último século, que vem ocasionando elevadas taxas de morbidade e mortalidade
no Brasil e no mundo. À medida que o vírus se espalhou pelo mundo, a doença passou a afetar de
forma desproporcional os idosos, o que favoreceu o desenvolvimento de alterações emocionais como
ansiedade e o medo constante de contaminação durante o período de Distanciamento Social (DS).
Além disso, muitos idosos já apresentavam uma Saúde Mental (SM) fragilizada antes mesmo da
pandemia de COVID-19 surgir. Realizar uma reflexão acerca da SM das pessoas idosas diante da
pandemia de COVID- 19. Para tal, realizou-se uma revisão de literatura utilizando artigos
disponibilizados nas bases de dados PePSIC, SciELO e PubMed entre 2020 e 2021, com o auxílio
de descritores e ooperador booleano “AND”. Dessa forma, foi utilizada a seguinte estratégia de busca
nas plataformas definidas: “idoso” AND “saúde mental” AND “COVID-19”. Os estudos analisados
mostram que as pessoas idosas vêm sofrendo com o DS dos seus familiares e amigos, visto que tiveram
suas rotinas abruptamente interrompidas em virtude de medidas de profilaxia à COVID-19. Assim
sendo, os idosos tendem a sofrer impactos biopsicossociais, espirituais e ambientais pelo DS. Além
disso, uma grande parcela da população senescente vem apresentando sintomas de insônia, estresse,
ansiedade, sentimentos de medo, tristeza, angústia, frustração e irritabilidade. Entretanto, existem
particularidades na forma como a pandemia afeta as pessoas idosas, considerando seu nível de
saúde anterior a pandemia. Diante disso, um olhar sensível ao público senescente se faz primordial,
uma vez que as repercussões da pandemia podem perpassar a vida do sujeito, deixando-o mais
fragilizado. Do estudoempreendido, foi possível constatar que devido aos impactos da pandemia
na SM das pessoas idosas, relativos ao surgimento de distúrbios psicológicos, se faz urgente o
planejamento de ações que busquem ofertar cuidados direcionados para esse público. Considera-se que
a construção de rede de apoio e aconselhamento psicológico, por meio de canais de escuta que ofereçam
informações práticas para o enfrentamento de situações estressoras e ansiogênicas seja uma alternativa.
Por fim, salienta-se que é essencial que os profissionais de saúde oportunizem ações que promovam a
SM em idosos de forma contínua.
Palavras-chave: Saúde Mental; Idoso; Covid-19.
Daniela Alvim Chrisostomo; Mariella Padovese; Nayara Gonçalves Emerenciano; Marcelle Danelon;
Francyenne Maira Castro Gonçalves; Cristiane Duque.
O termo Rânula é usado para referir-se às mucoceles que ocorrem no soalho bucal. São pseudocistos
resultantes do extravasamento de mucina para os tecidos moles circunjacentesapós ruptura ou
obstrução de um ou mais ductos excretores da glândula sublingual. Apresentam- se como tumefações
azuladas, flutuantes, usualmente localizadas na linha média do soalhobucal. O presente trabalho relata
o caso clínico de rânula em paciente de 8 anos de idade. O paciente do sexo masculino compareceu na
Clínica de Odontopediatria da FOA-UNESP queixando-se de um aumento de volume “embaixo da
língua”. A partir do exame intrabucal, confirmou-se a presença de uma tumefação e devido às
características clínicas, o diagnóstico foi de rânula. O tratamento proposto foi a micromarsupialização
por ser uma técnica menos invasivae traumática, devido à baixa idade do paciente. Para a execução da
técnica de micromarsupialização foi aplicada sobre a lesão anestesia tópica com lidocaína 2,5% e
prilocaína 2,5% (Emla®) e posteriormente foi realizada sutura simples, de modo com que a agulha
penetrasse o interior da lesão, visando promover uma epitelização ao redor do fio de sutura, formando
novos canais excretores, permitindo assim o esvaziamento do conteúdo mucoso e a regressão da lesão.
O paciente retornou após 7 dias e a lesão não havia regredido completamente. Portanto, realizou-se
nova micromarsupialização e acompanhamento do paciente por 30 dias, até a regressão da lesão.
Diante do presente caso podemos concluir que a micromarsupialização é uma técnica eficaz, de baixa
complexidade e boa aceitação pelo paciente.
Natalia Pereira Ribeiro; Victor Perinazzo Sachi; Anderson Maikon de Souza Santos; Tiburtino José de
Lima Neto; Eduardo Hochuli Vieira; Leonardo Faverani.
O ceratocisto odontogênico consiste em uma lesão benigna que se desenvolve geralmente nos ossos
gnáticos da face. É uma lesão que requer considerações especiais devido ao seu potencial de recidiva e
malignização, possui crescimento lento e indolor, sendo normalmente descobertos em exames
radiográficos de rotina, ou após adquirirem dimensões consideráveis. Existem duas teorias para seu
desenvolvimento, a primeira a partir de remanescentes da lâmina dentária e a outra a partir da
proliferação de células da camada basal do epitélio oral da mandíbula e da maxila. O tratamento do
ceratocisto é a intervenção cirúrgica, podendo variar de acordo com as particularidades de cada caso.
Paciente do sexo feminino, parda, 12 anos, procurou o cirurgião dentista, relatando dor e aumento
volumétrico em região da mandíbula do lado direito, na radiografia periapical, foi observada uma área
radiolúcida na distal do segundo molar. A paciente foi encaminhada ao Hospital Universitário, onde foi
realizada uma tomografia, que revelou uma lesão extensa, unilocular, de bordas bem definidas, da região
de segundo molar até o côndilo mandibular, associado a um terceiro molar incluso deslocado para o
ramo mandibular. Foi realizado uma punção aspirativa, onde se encontrou um liquido cerosanguinolento,
e no mesmo momento foi realizada biópsia incisional, associada à técnica de descompressão, o material
foi encaminhado para a análise histopatológica e diagnosticado como ceratocisto odontogênico,
manteve-se a descompressão por um período de 8 meses. Após esse período houve ampla redução das
dimensões da lesão que foi então enucleada sob anestesia local. O terceiro e o segundo molar que
também estavam associados à lesão foram extraídos, no mesmo momento foi realizado osteotomia
periférico e a paciente segue em acompanhamento radiográfico. Conforme descrito na literatura o
método do tratamento de lesões tão extensas é de grande importância, pois permite a preservação de
estruturas importantes como dentes e nervos, além da taxa de recidiva ser menor. A radiografia
panorâmica é fundamental para o diagnóstico diferencial do ceratocisto, sendo de grande importância
na etapa do pós operatório. A associação da descompressão à enucleação se mostrou uma modalidade
de tratamento efetiva e que reduz a morbidade cirúrgica.
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus humano que infecta os linfócitos e outras
células que contêm marcadores linfócitos T CD4+, comprometendo a imunidade, e dando origem à
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). A adoção da Terapia Antirretroviral (TARV)
aumentou a expectativa de vida, atribuindo à infecção pelo vírus HIV um perfil de doença crônica. As
alterações demográficas brasileiras concederam uma melhor avaliação, identificação e diagnóstico da
doença em idosos, população com maior vulnerabilidade a doenças, como o HIV. Em decorrência da
TARV, surgem novas perspectivas interdisciplinares relativas à Qualidade de Vida (QV) na terceira
idade, como a capacidade de viver sem doenças ou de superar as dificuldades dos estados, ou condições
de morbidade. Nesse contexto, sabe-se que o exercício físico promove benefícios morfofisiológicos e
mentais, prevenindo doenças metabólicas e/ou cardiovasculares, além de melhorar a autoimagem,
autoestima e a QV desses indivíduos. Apresentar reflexões sobre os benefícios do exercício físico em
idosos com HIV para a melhoria da qualidade de vida. Para tal, foi realizado uma revisão de literatura
utilizando artigos recentes disponibilizados nas bases de dados LILACS, SciELO e PubMed, utilizando
os seguintes descritores: “idoso” AND “hiv” AND (“atividade física para idoso” OR “exercício”) AND
“qualidade de vida”, empregaram-se os operadores booleanos “AND” e “OR”. Chung e Lou (2020)
verificaram que exercícios de intensidade moderada, com duração de 8 semanas, foram capazes de
promover o fortalecimento estrutural do corpo e beneficiar questões relativas à aceitação e
autoimagem em idosos chineses com HIV. Tais benefícios configuram-se com positividade, pois essa
população tende a ser mais sedentária, menos confiante e possuir menor motivação. Já Erlandson et al.
(2020), apontaram em seu estudo que exercícios de intensidade moderada/alta, com duração de 24
semanas, promoveram melhorias funcionais em idosos com HIV, sem ocasionar respostas inflamatórias
exageradas, além de promover adesão a hábitos de saúde. Infere-se que o exercício físico é uma
ferramenta fundamental para a manutenção da QV na terceira idade, uma vez que promove melhorias
fisiológicas e possui benefícios positivos, notadamente, para os idosos com HIV e por isso deve ser
incentivado, para uma melhoria da QV desses indivíduos.
A pancreatite aguda é uma inflamação pancreática comum e de rápida recuperação, na maioria dos
casos. Algumas das suas causas principais são o etilismo e o cálculo biliar, mas outras etiologias são
possíveis, como a hipercalcemia. O excesso de cálcio sanguíneo como causador da pancreatite aguda,
apesar de raro, pode ter um diagnóstico difícil e consequentemente, tardio, o que compromete o quadro
do paciente. Por conseguinte, em gestantes, a atenção aos casos de hipercalcemia é indispensável, visto
que a pancreatite aguda na gestação está frequentemente associada a altos índices de morbidade e
mortalidade. Investigar as evidências científicas disponíveis na literatura acerca da temática: pancreatite
aguda associada à hipercalcemia durante a gestação. A metodologia utilizada trata-se de uma revisão
integrativa da literatura, com buscas nas bases de dados PUBMED e Web of Science. Os descritores
utilizados foram “Pregnancy” AND “Hypercalcemia” OR “Hyperparathyroidism” AND “Pancreatitis”,
com um recorte temporal de 2017 a 2021. Os critérios de exclusão são: artigos pagos, repetidos e que
não abordavam o objetivo desta revisão. Como resultado, houve a seleção de seis artigos para amostra
final, dentre os 207 encontrados na busca realizada. Nesse sentido, observa-se após análise dos estudos
que o hiperparatireoidismo, condição em que há excesso do hormônio paratormônio, é a causa mais
comum da hipercalcemia, já que causa maior aborção renal e intestinal de cálcio. Ainda, percebe-se
que gestantes com histórico de doenças como urolitíase, cálculos biliares ou patologias ósseas estão
mais propensas ao desenvolvimento de hipercalcemia, que é precursora da pancreatite aguda. Ademais,
vale ressaltar que complicações fetais podem ocorrer quando associadas à pancreatite aguda, sendo que
as principais são aborto e parto prematuro. Além disso, nota-se que o diagnóstico de hipercalcemia é
difícil, pois os sintomas são comumente confundidos com alguns frequentes em gestações comuns.
Logo, conclui-se que, apesar de incomum durante o período gestacional, é preciso atentar-se para
possíveis incidências de hipercalcemia. Outrossim, a observação constante dos níveis sanguíneos de
cálcio e paratormônio é imprescindível, em busca de impedir o desenvolvimento da pancreatite aguda.
Nessa perspectiva, profissionais de saúde devem buscar o diagnóstico precoce, com o intuito de prevenir
complicações para gestante e feto.
O aborto espontâneo recorrente é uma condição que abrange três ou mais abortos sucessivos, causando
um enorme desgaste físico e emocional para o casal. As causas da problemática estão divididas em não
imunológicas, como alterações anatômicas ou genéticas; e imunológicas, como células natural killers
e incompatibilidade de antígenos leucocitários entre o casal. No entanto, acredita-se atualmente que
em torno de 60% dos abortos espontâneos com causa inexplicada estejam relacionados com fatores
imunológicos. Por conseguinte, a imunoterapia busca novas abordagens para o tratamento do aborto
espontâneo recorrente, que são perspectivas promissoras, apesar de controversas. Investigar as
evidências científicas disponíveis na literatura acerca da temática: abordagens imunoterapêuticas
possíveis para o tratamento de abortos espontâneos recorrentes. A metodologia utilizada trata- se de
uma revisão integrativa da literatura, com buscas nas bases de dados PUBMED e Scopus. Os descritores
utilizados foram “Abortion” AND "Immunotherapy” AND "Lymphocytes", com um recorte temporal
de 2017 a 2021. Os critérios de exclusão são: artigos repetidos, pagos e que não abordavam o objetivo
desta revisão. Como resultado, foram encontrados 56 artigos, que após rigorosa seleção, 21 compuseram
a amostra final. Após análise dos estudos, percebe-se que as abordagens imunoterapêuticas para o
tratamento de abortos espontâneos recorrentes mais evidenciadas na literatura são a imunoterapia com
linfócitos paternos e o uso de imunoglobulina intravenosa. A aloimunização é um procedimento no
qual a mãe recebe antígenos do pai, que serão passados para o feto, e isso desencadeará uma reação
imunológica antecipada que proporcionará o sucesso na implantação embrionária. Já o uso da
imunoglobulina intravenosa consiste na extração de frações de anticorpos IgG do plasma de um doador,
que será transfundido ao receptor por meio intravenoso. No entanto, os estudos demonstram que as
duas terapias têm, em sua maioria, resultados negativos. Ademais, evidencia-se que o seu uso ainda é
controverso, pois há grande risco de infecção. Portanto, é possível concluir que, apesar do avanço da
medicina, imunoterapias carecem de mais estudos para serem utilizadas no tratamento de abortos
espontâneos recorrentes. Nesse sentido, para que o seu uso seja de fato efetivo e seguro, é necessário
que pesquisas acerca da prevenção de infecção sejam realizadas.
Munyra Rocha Silva Assunção; Bianca Moura Peloso Carvalho; Camila Alessandra da Silva Marcelo;
Roberta Seron Sanches; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
O Diabetes mellitus é considerado uma epidemia mundial, representando um grande desafio e uma
demanda crescente nos serviços públicos de saúde. Diante da pandemia causada pela COVID-19 as
ações dos serviços de saúde foram priorizadas para o enfrentamento dessa doença com importantes
alterações no atendimento de pessoas com Diabetes mellitus. No decorrer da coleta de dados para uma
pesquisa conduzida nos serviços de saúde da atenção básica como, Estratégia de Saúde da Família,
Unidade Básica de Saúde, Farmácia Municipal, Academia em Saúde e Núcleo de Apoio à Saúde da
Família de um município localizado no Sul do Estado de Minas Gerais, com a finalidade de analisar
as ações para o controle do Diabetes mellitus, constatou-se, por meioda observação participante e dos
relatos dos profissionais de saúde e de pessoas com Diabetes mellitus, a reorganização desses serviços.
As consultas eletivas foram suspensas, o aprazamento das consultas para o acompanhamento dessas
pessoas foi estendido, a renovação de receitas passou a ter validade por seis meses; as atividades
coletivas foram suspensas ou readaptadas, limitando-se à no máximo três pessoas por vez, a exemplo
dos atendimentos da equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o acesso aos exames laboratoriais,
de imagem e as consultas com especialidades não disponíveis pelo município, como oftalmologia,
endocrinologia, nefrologia e angiologia foram interrompidas ou reduzidas, a escassez deinsumos para o
autogerenciamento da glicemia gerou sobrecarga às unidades de saúde para a realização do controle
glicêmico. E ainda, as orientações que tem veiculado nos meios de comunicação sobre a maior
predisposição de pessoas com Diabetes mellitus à COVID-19, pode ter contribuído para o
afastamento dessas pessoas aos serviços de saúde. Embora, ainda não tenha estudos conclusivos sobre o
impacto da pandemia no controle de pessoas com Diabetes mellitus, acredita-se que a reorganização do
processo de trabalho na atenção básica pode não ter perdido a essência do que é o cuidado na atenção
básica, garantindo o direito à saúde dessas pessoas.
Bianca Gonzalez Martins; Lucas Arrais de Campos; João Marôco; Juliana Alvares Duarte Bonini
Campos.
Munyra Rocha Silva Assunção; Camila Alessandra da Silva Marcelo; Bianca de Moura Peloso
Carvalho; Roberta Seron Sanches; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
A pandemia causada pela COVID-19 exigiu modificações em todo mundo, a sociedade precisou se
reconfigurar em meio à crise sanitária global (WERNECK; CARVALHO, 2020). No âmbito da
educação,as universidades tiveram que usar da sua criatividade e da tecnologia para readequar as
atividades de ensino, pesquisa e extensão. A pandemia desafiou a continuidade da pesquisa científica,
sendo necessário o replanejamento para os procedimentos para a coleta de dados presenciais, afim de
atender às normas de biossegurança, como o uso de máscara, o distanciamento físico de 1,5m entre
pesquisador e participante, a busca por ambientes ventilados, o uso de desinfecção com álcool gel e a
redução do número de participantes, estabelecidas pelos Comitês de Éticas em Seres Humanos. Em
consonância às normas, os procedimentos para a coleta de dados para a realização de uma pesquisa na
Atenção Básica de um município, localizado no Sul do Estado de Minas Gerais foram realinhados.
Medidas sanitárias foram adotadas, a fim minimizar os prejuízos e potenciais riscos; além de prover
cuidado, preservar a integridade e assistência aos participantes e à equipe de pesquisa. A pesquisa
de campo, as técnicas para a coleta dedados estabelecidas previamente no estudo, como a observação
participante, entrevista, grupo focal e análise documental, foram readequadas para que medidas
minimizadoras fossem adotadas, como o uso de máscara, o distanciamento físico de 1,5m entre
pesquisador e participante, a busca por ambientes mais ventilados, o uso de desinfecção com álcool gel
e a redução do número de participantes no grupo focal. O cuidado do pesquisador para a garantia das
medidas sanitárias para si e para os outros, para qualidade dos dados obtidos, para estimular os
participantes para o estudo e responder em tempo hábil para evitar muito tempo de exposição, para
cumprir o cronograma da pesquisa e ainda para encontrar com o outro e saber escutar constituiu uma
experiência ímpar. Embora muitas atividades na pandemia tiveram suas atividades interrompidas, a
ciência comprometida com a sociedade imprimiu todo o seu potencial para trazer soluções resolutivas.
Assim, comprometidos com a ciência e a sociedade, a pesquisa de campo exigiu do pesquisador a
capacidade de adaptação rápida e de antecipação, de enxergar a situação global e não apenas o seu caso
particular, de se sacrificar (SOUSA, 2011), por temer o risco da contaminação, contribuiu para o
crescimento pessoal e profissional.
Ruan Henrique Delmonica Barra; Nathália Januario de Araujo; Luan Felipe Toro; Edilson Ervolino;
Juliano Milanezi de Almeida.
O objetivo do presente estudo foi avaliar a progressão da periodontite experimental (PE) e a resposta
tecidual periodontal frente à raspagem e alisamento radicular (RAR) durante tratamento com dose
oncológica de zoledronato. Foram utilizados 100 ratos (6 meses de idade) distribuídos aleatoriamente
em 4 grupos experimentais: SAL (n=30), ZOL (n=30), SAL-RAR (n=20) e ZOL-RAR (n=20). O plano
de tratamento medicamentoso teve duração de 8 semanas. Os ratos receberam injeções intraperitoneais
de 0,45 ml de solução de cloreto de sódio 0,9% (Grupos SAL e SAL-RAR) ou 0,45 ml da mesma
solução acrescida de 100 µg/Kg de zoledronato (ZOL e ZOL-RAR) com um intervalo de três dias entre
as aplicações. Decorridas duas semanas de tratamento medicamentoso, foi instalada uma ligadura de
algodão ao redor do primeiro molar inferior esquerdo. Nos grupos SAL e ZOL essa ligadura
permaneceu até o final do experimento. Nos grupos SAL-RAR e ZOL-RAR após outras duas semanas
a ligadura foi removida, e foi efetuada a RAR. A eutanásia foi efetuada nos grupos SAL e ZOL aos 14,
21 e 42 dias pós instalação da ligadura enos grupos SAL-RAR e ZOL-RAR aos 7 e 28 dias pós
tratamento local com RAR. Foi executadoo processamento histológico das hemi-mandíbulase os cortes
histológicos foram submetidos à coloração pela hematoxilina-eosina (HE). Na região de furca do
primeiro molar inferior foram efetuadas: análise histopatológica dos tecidos peridontais e análise
histométrica da porcentagem de osso na região de furca (POF) e da porcentagem de osso necrótico na
região de furca (PON). Os resultados foramsubmetidos a análise estatística. O grupo ZOL apresentou
uma resposta inflamatória local mais exacerbada, menor POF e maior PON aos 14d, 21d e 42 pós
instalação da ligadura em relação ao grupo SAL. Em ZOL-RAR a resposta inflamatória se mostrou
mais exacerbada, não houve alteração da POF, e a PON se mostrou maior ao longo do tempo e em
relação ao grupo que não recebeu tratamento periodontal. Conclui-se que o tratamento com dose
oncológica de zoledronato reduz a perda óssea alveolar induzida pela PE, todavia, aumenta a quantidade
de tecido ósseo alveolar necrótico, exacerba e prolonga a resposta inflamatória local, tanto nos sítios
sem tratamento periodontal quanto nos sítios submetidos à RAR, ou seja, a doença periodontal e o
tratamento mecânico periodontal convencional são importantes fatores de risco local para a ONM-M.
A Educação Alimentar e Nutricional (EAN), é uma importante estratégia para prevenção e controle de
problemas alimentares e nutricionais da atualidade, por isso sabe-se da necessidade de realizar ações
promotoras de saúde e do Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA). Identificar a importante
contribuição das ações de EAN como um método crucial na promoção de saúde da população através
de levantamento bibliográfico realizado no período de 2020 a 2021 nas bases de dados científicas. Após
análise da literatura, os autores afirmam que a EAN é fundamental para a realização do DHAA, pois é
relevante em todos os ciclos de vida, desempenha papeis importantes dentro da sociedade e mostra-se
eficiente em transformações do comportamento alimentar dos indivíduos através de uma mudança de
concepção. Ressaltam ainda, a necessidade do conhecimento das características dos alimentos, sua
origem, produção e formas de processamento. Dado que uma vez que uma pessoa toma conhecimento
de onde vem o alimento e quais suas implicações para a saúde torna-se capaz de decidir por si o que
deseja ou não consumir. Reitera-se que a EAN é importante de diversas formas e exerce influência em
variados aspectos, tornando essencial que seja valorizada e utilizada como o forte aparato que é para a
promoção da saúde, da segurança alimentar e nutricional e do DHAA e sugerem que o
profissional Nutricionista, que atua como educador, deve estimular a autonomia das escolhas
alimentares da população orientados por metodologias ativas. Portanto, evidencia-se que EAN é uma
ação única de partilhamento de conhecimentos e saberes para com a população, o que permite o
protagonismo de todos os envolvidos na busca ativa pela alimentação adequada e saudável.
Lucas Arrais de Campos; Julia Lucio Bueno; Bianca Gonzalez Martins; Juliana Alvares Duarte Bonini
Campos.
O cenário da pandemia pode afetar diretamente a saúde mental das pessoas. Para estudantes
universitários, a pandemia interrompeu de forma abrupta a rotina de estudos. Assim, a investigação de
sintomas psicológicos associados ao contexto torna-se importante paraplanejamento das atividades de
ensino visando o bem-estar dos estudantes. O objetivo do estudo foi estimar a prevalência de sintomas
de ansiedade, depressão e estresse considerandoo contexto anterior e a fase inicial da pandemia e
estimar a prevalência do impacto psicológico devido a pandemia nos estudantes de Farmácia da UNESP.
Participaram 66 estudantes (75,8% mulheres; média de idade: 21,7 (desvio-padrão=3,0) anos). Utilizou-
se a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) aplicada antes (agosto/outubro de 2019) e
na primeira fase da pandemia (maio/junho 2020). O rastreamento do impacto psicológico devido a
pandemia foirealizado utilizando a Escala do Impacto do Evento-revisada (IES-R). As prevalências dos
sintomas foram estimadas por intervalo de 95% de confiança (IC95%). Observou-se aumento
significativo na prevalência de sintomas depressivos após o início da pandemia (antes: 66,7%
[IC95%=65,3-68,1%]; fase inicial da pandemia: 81,0% [IC95%=79,8-82,2%]). A prevalência de
sintomas de ansiedade diminuiu no contexto de pandemia (antes: 66,7% [IC95%=65,3-68,2%]; fase
inicial da pandemia: 53,0% [IC95%=51,5-54,5%]). A prevalência de sintomas de estressenão se
alterou (antes: 63,6% [IC95%=62,1-65,2%]; fase inicial:(66,6% [IC95%=65,1-68,1%]). Dos estudantes,
71,2% [IC95%=69,8-72,6%] apresentaram impacto psicológico devido a pandemia sendo que 16,7%
[IC95%=15,6-17,8%] o impacto foi leve, 9,1% [IC95%=8,2-10,0%] moderado e 45,4% [IC95%=43,9-
46,9%] severo. Conclui-se que, na pandemia, os estudantes universitários encontram-se altamente
vulneráveis ao desenvolvimento de sintomas depressivos e de estresse peri-traumático. Essas condições
merecem atenção de gestores e educadores, de modo que o ambiente de retorno e/ou manutenção das
atividades acadêmicas seja acolhedor, empático e envolva cuidados com a saúde mental dos estudantes.
Financiamento: CAPES (Código de Financiamento 001); FAPESP 2020/08239-6.
Lucas Arrais de Campos; Bianca Gonzalez Martins; Juliana Alvares Duarte Bonini Campos.
O sentimento de solidão é uma resposta desagradável frente à ausência de contatos sociais ou por
contatos que não atendem às necessidades emocionais do indivíduo. Esse sentimento pode estar
associado a outros sintomas psicológicos e pode ser aumentado devido às restrições e isolamento
impostos durante a pandemia. O objetivo do estudo foi estimar a prevalência de solidão e a
probabilidade de ocorrência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse frente ao sentimento de
solidão em estudantes universitários. Os dados foram coletados online de novembro a dezembro de
2020. Participaram 255 estudantes (média de idade: 21,3 (desvio- padrão=2,2) anos; 73,6% mulheres).
Utilizou-se a versão reduzida da Escala de Solidão da UCLA e a Escala de Depressão, Ansiedade e
Estresse (DASS-21). A prevalência de solidão e dos sintomas de depressão, ansiedade e estresse foi
estimada por intervalo de 95% de confiança (IC95%). Modelos de regressão logística simples, e a razão
de chances (OR), foram estimados. Observou-se alta prevalência de solidão entre os estudantes durante
a pandemia (78,0% [IC95%=73,0-83,0%]). A prevalência de sintomas de depressão, ansiedade e
estresse foram, respectivamente, 82,7% [IC95%=78.1-87.3%], 63,1% [95%IC=57,2-69,0%] e 74,9%
[95%IC=69,6-80,2%]. A presença da solidão aumentou significativamente a chance de o estudante
apresentar sintomas depressivos (OR=5,21 [95%IC=2,60-10,44], p<0,001), ansiosos (OR=2,68
[95%IC=1,46-4,91], p=0,001) e de estresse (OR=5,60 [95%IC=2,95-10,64], p<0,001).
Conclui-se que em contexto de pandemia a solidão é uma característica que deve ser considerada, no
planejamento de ações direcionadas ao bem-estar dos estudantes. Essas açõesdevem ser capazes de
restituir o sentimento de pertencimento à instituição e de conexão com os demais estudantes e membros
acadêmicos.
Financiamento: CAPES (Código de Financiamento 001); FAPESP 2020/08239-6.
Joselane Izaquiel Marinho; Schirley Maria de Araújo Azevedo; Larissa Soares Mariz.
O câncer bucal (CB) representa um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo,
tanto pelo crescente nu?mero de casos observados, como pelas elevadas taxas de morbidade e
mortalidade relacionadas. No Brasil, existe uma evidente variação nas taxas de incidência e mortalidade
em diferentes áreas geográficas, que pode ser atribuída ao consumo de tabaco e etanol, condições
socioeconômicas e ambientais, dieta e/ ou características genéticas. Neste contexto, estudos abordando
a distribuição espacial do CB são de suma importância, pois o mapeamento permite uma análise realista
da distribuição dos casos de CB, facilitando a determinação das regiões com maior densidade de casos,
melhorando a implementação de estratégias específicas para sua prevenção, diagnóstico e tratamento
precoces com base na densidade de casos. Assim sendo, o objetivo desse trabalho foi descrever o
retrato geoepidemiológicodos indivíduos com CB no Sul de Minas Gerais. Para isso, foi realizada uma
análise retrospectiva dos prontuários de pacientes com CB tratados no Hospital Bom Pastor, localizado
no município de Varginha- MG, no período de 2003 a 2013. Para a descrição do perfil epidemiológico
foram utilizadas as variáveis idade, sexo, consumo de tabaco e/ ou etanol, endereço residencial e
localização do tumor. A distribuição espacial foi realizada por meio da construção de mapas temáticos.
Os resultados revelaram que, dentre os 290 pacientes incluídos no estudo, a maioria foram homens,
leucodermas, na sétima década de vida, que relataram não ser tabagista ou etilista. Houve um
predomínio de lesões localizadas em língua, assoalhobucal e orofaringe. A análise espacial evidenciou
que o município de Varginha, sede do referido hospital, apresentou o maior número de casos de CB,
seguido por Pouso Alegre e Itajubá. Houve um predomínio de pacientes com CB de língua e assoalho
bucal em Pouso Alegre, Varginha e Lavras. Assim torna-se evidente que o CB representa um importante
problema de saúde no Sul de Minas Gerais, requerendo um planejamento de ações georreferenciadas
pelo sistema regional de saúde.
Monica Moreno de Carvalho; Renan Lemos da Silva; Carolini de Oliveira Hernandes; Karina Gonzalez
Camara Fernandes; Luciana Estevam Simonato.
As células-tronco são definidas como células indiferenciadas com grande capacidade de renovação e de
produzir pelo menos um tipo celular altamente especializado. Novos avanços em biotecnologia
apresentam uma perspectiva positiva deste recurso no campo de pesquisa da Odontologia,
proporcionando um novo conjunto de estratégias terapêuticas para o manejo clínico de pacientes com
enfermidades dentárias e craniofaciais. Este estudo teve como propósito realizar uma revisão de
literatura acerca das atuais tendências das pesquisas com a utilização de células-tronco na Odontologia.
A regeneração de um órgão dentário não é simples, pois seu desenvolvimento é determinado por
interações complexas, inúmeros fatores de crescimento e pela diferenciação celular estar ligada a
mudanças morfológicas no decorrer da formação do germe dentário. Pesquisas apontaram que as
células-tronco de elementos dentários são muito mais potentes, podendo se diferenciar em vários tipos
de tecidos craniofaciais, tendo como seu objetivo uma Odontologia conservadora, restaurando ou
regenerando tecidos dentários para manter sua vitalidade, função e estética do dente. Essa terapia
apresentou como uma forma promissora de tratamento para patologias que não respondem com sucesso
às terapias convencionais. As células oferecem potencial regenerador em vários tecidos, com
capacidade de restabelecer esmalte, dentina, ligamentos periodontais, polpa, papila dentária, periósteo,
folículos periapicais, glândulas salivares, nervos e ossos. Sendo a bioengenharia um campo de atuação
e desenvolvimento para trabalhar com pacientes que apresentam alterações craniofaciais que requerem
regeneração de tecidos por traumas ou patologias, onde diversas áreas da Odontologia podem se
beneficiar. A perspectiva da Odontologia diante deste recurso tem sido positiva, principalmente no
reestabelecimento e regeneração de tecidos em patologias pulpares, periodontais, distúrbios ósseos,
dores orofaciais, entre outros. Entretanto, ainda requer muitas pesquisas sobre o assunto, esperasse que
em um futuro próximo utilize-se da bioengenharia tecidual em terapias odontológicas como primeira
escolha de tratamento.
Pesquisas relatam estresse, ansiedade, depressão, abuso de álcool e outros problemas de saúde
mental na fase universitária. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, criou em 2018, o
Núcleo Técnico de Atenção Psicossocial (NTAPS), que tem como objetivo disponibilizar
atendimento psicossocial para seus alunos. O NTAPS foi organizando em três frentes, sendo elas:
prevenção, acolhimento, e a assistência. No mesmo campus também existe o programa Promove
Universitários, cujo objetivo é ajudar universitários, principalmente dos primeiros anos de
graduação, a lidar com dificuldades acadêmicas e interpessoais. Uma das condições dentro do
quadro de saúde mental é a fobia social, que pode ser compreendida como um quadro de ansiedade
significativo que ocorre devido ao medo exposição a determinados tipos de situação. Por exemplo,
podemos citar que pessoas com fobia social encontram dificuldades em atividades como apresentar
um seminário, ir a uma festa, fazer compras no mercado, expressar opiniões e sentimentos, e criar
vínculos de amizade e/ou namoro. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi de apresentar resultados
referentes a um programa de habilidades sociais. "Participaram desta intervenção 3 alunos de dos
primeiros anos de graduação de diferentes cursos da UNESP Bauru, com idades entre 18 e 20 anos.
Foram realizados 12 encontros em grupo, na modalidade remota, com aproximadamente 1 h e 30
minutos de duração. A mediação foi feita por uma psicóloga e uma estudante de psicologia. Foi
aplicado o Inventário de Fobia Social -Mini- SPIN, no qual o escore total varia de 0 a 12 pontos.
Pontuação igual ou superior a seis sugerem a presença da fobia social generalizada. Este instrumento
foi aplicado antes e após término da intervenção para avaliar o índice de fobia social antes e após
participação no programa. Como resultados os participantes apresentaram os seguintes índices para
fobia social antes do programa de habilidades sociais: 10; 11 e 7, e após o término de programa e
reavaliação com o mesmo instrumento os índices foram: respectivamente: 5, 4 e 6. Ou seja, os
três participantes apresentaram ganhos em redução no score de fobia social, sendo que para as duas
primeiras participantes os ganhos foram bastante significativos.
A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica grave, com grande significado clínico devido
à elevada incidência e mortalidade. Sua via de infecção primária é a pulmonar, mas a doença é
frequentemente diagnosticada por meio da detecção de manifestações bucais. Apesar de sua relevância
científica, a PCM não recebe a devida atenção dos órgãos responsáveis pela saúde pública ou mesmo
incentivos da indústria farmacêutica, caracterizando-se como uma doença negligenciada. Sua
distribuição geográfica é heterogênea, mostrando alta e baixa endemicidade em diferentes áreas, de
acordo com o climae as condições agrícolas da região. No entanto, devido à ausência de notificação
compulsória, os dados sobre a real prevalência de PCM nos diferentes estados brasileiros não são
satisfatórios. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência da PCM com
manifestação bucal no Sul do Estado de Minas Gerais, bem como o perfil populacional com maior
risco de desenvolvimento e progressão desta patologia. Para isso, realizamos uma análise retrospectiva
de laudos anatomopatológicos emitidos no Laboratório de Anatomopatologia Bucal da UNIFAL-MG,
no período de 1999 a 2019. Os resultados revelaram que 86 pacientes foram diagnosticados com PCM
no período analisado. Destes, 6 (6,98%) foram excluídos devido ao preenchimento inadequado dos
formulários de requisição de exame histopatológico. Dentre os 80 pacientes analisados, constatou-se
que a maioria era do sexo masculino (82,50%), leucoderma (60,0%) e PCM foi a hipótese diagnóstica
predominante (66,25%). A idade média das pacientes do gênero feminino foi 52,14 12,78 anos,
superior à dos pacientes do gênero masculino 49,23 10,44 anos. As informações clínicas quanto ao
hábito de tabagismo e etilismo estavam ausentes na maioria dos casos. Houve um predomínio de
lesões localizadas em dois ou mais locais, seguido de mucosa alveolar, independente do sexo dos
pacientes. Assim, este estudo revelou que a prevalência de PCM no Sul de Minas Gerais é elevada,
ressaltando o papel fundamental do cirurgião-dentista nesta região endêmica para o correto diagnóstico
de lesões bucais e, o encaminhamento do paciente para o tratamento médico adequado, evitando-se que
evolua com sequelas e morte. Adicionalmente, torna-se evidente a necessidade de investimentos em
pesquisas científicas sobre novas opções terapêuticas.
Lidyanne da Silva Teixeira Hortélio; Evelin Aline Nobre Peniche; Anna Julie Bentes Brito; Andreia
Paes Oliveira; Juciléia Barbosa Bezerra.
O tempo sentado prolongado é um comportamento sedentário e portanto, pode apresentarriscos à
saúde. Avaliar o tempo que participantes do programa VAMOS permanecem em comportamento
sedentário. A pesquisa apresenta uma abordagem quantitativa e foi desenvolvida no projeto Vida Ativa
Melhorando a Saúde (VAMOS): Estratégia para mudança de comportamento de indivíduos obesos no
nordeste do Pará que aconteceu no Serviço Social do Comércio (SESC) da cidade de Castanhal-PA. O
VAMOS é um programa teórico de mudança de comportamento que objetiva melhorar os níveis de
atividade física e a alimentação. Os participantes deveriam ter 60 anos ou mais; ser do sexo feminino
e apresentar Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 25 kg/m2. A amostra foi composta por
25 idosas com média de idade de 69,245,35 anos e média de IMC de 32,723,84 kg/m2. Esta pesquisa
foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) sob parecer:
3.461.602 e CAAE: 11965219.4.0000.0018. Todas as participantes assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este estudo foi realizado com as idosas que praticam
atividade física no Sesc e foram selecionadas para o Programa vamos. Para conhecer o tempo
despendido em comportamento sedentário foram realizadas duas perguntas do questionário
internacional de atividade física (IPAQ) no início da pesquisa: Quanto tempo no total o Sr. gasta sentado
durante um dia de semana e Quanto tempo no total o Sr. gasta sentado durante um dia de fim de semana.
Foi realizada estatística descritiva por meio do software Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS) . Os dados são apresentados em média desvio padrão. A média do tempo sentado das idosas
durante um dia da semana foi de 251,8159,45 minutos e a média do tempo sentado em um dia do final
de semana foi de 269,8252,91 minutos. Apesar das idosas praticarem atividade física, verificou-se que
as médias do tempo sentado durante um dia da semana e um dia do final de semana foram equivalentes
a aproximadamente 4 horas por dia. Esse tempo em comportamento sedentário pode ser considerado
um risco à saúde.
Mariella Padovese; Naira da Costa Lima; Daniela Alvim Chrisostomo; Robson Frederico Cunha.
Os cuidados odontológicos voltados para a primeira infância começaram a receber maior atenção por
parte dos cirurgiões dentistas, uma vez que nesta faixa etária a doença cárie pode também ocorrer de
forma agressiva, resultando na perda precoce dos dentes decíduos. Esta perda traz consequências
funcionais negativas para o sistema estomatognático infantil, além de repercutir na qualidade de vida
dessas crianças. O objetivo dessa pesquisa foi traçar o perfil da manifestação das lesões de cárie em
pacientes de 0 a 5 anos de idade da Bebê Clínica. Para o presente estudo, foi realizada uma pesquisa
nos prontuários de pacientes atendidos do período de 2012 a 2018 e selecionados aqueles que continham
em seu registro, a ocorrência de cárie dentária. Dados de cada paciente, como: nº do prontuário, sexo,
dente acometido, tipo de lesão, tipo de tratamento realizado e data da ocorrência foram registrados em
planilha do Microsoft Excel 2010. Do total de prontuários verificados (n=2.252), 178 (8%)
apresentaram registro de cárie dentária sendo 56% pertencentes ao sexo masculino e 44% ao sexo
feminino. Os dentes mais afetados pela cárie foram os incisivos centrais superiores (22,3%) com a
superfície vestibular a mais acometida (56%). A faixa etária com maior acometimento de pacientes
com cárie dentária foi a de 25 a 36 meses (35,6%). A lesão de mancha branca prevaleceu (327 dentes
- 58,5%), sendo nos dentes anteriores a maior ocorrência desta (80%). Tanto a lesão do tipo mancha
branca e a cavitada foram mais observadas em meninos. Em relação aos tipos de tratamentos, observou-
se que em 62% prevaleceu a remineralização (preferencialmente no sexo masculino) seguido pela
restauração em 36,5% dos casos (mais frequente no sexo feminino). Com exceção da faixa etária de 49
a 60 meses, nas demais predominou o tratamento do tipo remineralização. Conclui-se que os achados
em termos de perfil de manifestação de cárie dentária de uma amostra submetida a programa
odontológico educativo e preventivo tende a apresentar características semelhantes a outras crianças
não participantes de programas preventivos.
Bianca Gonzalez Martins; João Marôco; Mauro Virgílio Gomes de Barros; Juliana Alvares Duarte
Bonini Campos.
O estilo de vida (EV) representa escolhas e ações individuais adotadas no cotidiano. A avaliação do EV
considera aspectos físicos, como nutrição, prática de exercícios físicos e comportamentos preventivos,
e psicológicos, como relações interpessoais e controle do estresse. A investigação do EV em
universitários torna-se relevante pela vulnerabilidade específica dessa população à adoção de
comportamentos de risco para a saúde. Assim, realizou-se este estudo com objetivo de estimar a relação
de características amostrais no EV físico e psicológico de estudantes universitários. Trata de estudo
transversal realizado em 2019. Informações como sexo, idade, área do curso e nível econômico foram
coletadas. Para investigação do EV, utilizou-se o Perfil do Estilo de Vida Individual (PEVI). A validade
dos dados coletados com o PEVI foi analisada por meio de estratégia confirmatória. Para investigar o
impacto das características amostrais no EV físico e psicológico elaborou-se um modelo estrutural.
Avaliou-se o ajustamento global do modelo a partir dos índices ?²/gl, CFI, TLI e RMSEA. A
significância das trajetórias hipoteticamente causais foi estimada com o teste-z (n=5%). Participaram
1.303 estudantes com média de idade de 20,9 (desvio-padrão=2,8) anos, sendo 66,8% do sexo feminino.
A maioria dos participantes estava matriculada em cursos de ciências humanas (65,8%) e possuía nível
econômico médio (Nível B – 57,2%). Os dados de EV foram válidos (n²/gl=2,03; CFI=0,98; TLI=0,97;
RMSEA=0,04). O modelo estrutural ajustou-se aos dados (n²/gl=5,04; CFI=0,90; TLI=0,92;
RMSEA=0,06). O sexo (n=-0,10; p<0,01) e a idade (n=0,12; p=0,01) exerceram influência significativa
sobre o EV físico. Para o EV psicológico, o sexo (n=-0,16; p<0,01), a área do curso (n=-0,11; p<0,01)
e o nível econômico (n=0,19; p<0,01) foram significativos. As mulheres e os indivíduos mais jovens
apresentaram pior EV físico. As mulheres, estudantes de cursos da área da saúde e indivíduos com
baixo nível econômico apresentaram pior EV psicológico. A partir dessas informações, torna-se
possível a elaboração de estratégias mais direcionadas no que se refere à promoção de um EV mais
saudável na universidade.
Bianca de Moura Peloso Carvalho; Camila Alessandra da Silva Marcelo; Eliza Maria Rezende Dázio;
Tabatta Renata Pereira de Brito; Murilo César do Nascimento; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
O câncer é apontado como um dos agravos com maior incidência e responsável por altas taxas de
morbimortalidade entre os homens, comprometendo as dimensões biopsicossocial, econômica, cultural
e espiritual. De maneira inquestionável, o apoio social pode proporcionar-lhes maior bem-estar e
melhor qualidade de vida. Este trabalho tem o objetivo de descrever o apoio social percebido por
homens em atendimento oncológico. Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa,
realizado com 94 homens em atendimento em um hospital referência para tratamento oncológico
localizado em um município do sul de Minas Gerais. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética, sob o
número 2.397.931 e CAAE: 78017717.9.0000.5142. Coleta de dados por meio de instrumentos
validados de caracterização sociodemográfica e Escala de Apoio Social do Medical Outcomes Study-
MOS(3) e os resultados apresentados em frequência e porcentagem. Constatou-se que dos 94 homens
com câncer, 62,76% (n=59) encontravam-se na faixa etária de 61 a 80 anos, autodeclararam cor de pele
branca 59,57% (n=56); casados 61,70% (n=58); com ensino fundamental incompleto 53,19% (n= 50);
crença católica 72,34% (n=68); residiam com suas esposas ou companheiras 42,55% (n=40); tinham
três filhos vivos 22,34% (n=21), declararam uma relação ótima com os familiares 62,77% (n=59); não
recebiam acompanhamento de cuidador 88,30% (n=83); eram aposentados 64,89% (n=61); com renda
mensal de um a três salários mínimos 85,11% (n=80) e consideravam sua situação financeira, para o
atendimento de suas necessidades e de sua família como regular 47,87% (n=45). Quanto ao tipo de
câncer, constatou-se predominância do diagnóstico de câncer de próstata em 29,79% (n=28). Verificou-
se por meio da frequência das respostas obtidas para cada escore nas cinco dimensões, que o apoio
material e o afetivo foram percebidos como as dimensões mais altas com 92,82% e 92,55% das
respostas válidas como “sempre”, seguidas pelas dimensões emocional (85,64%), interação social
positiva (85,64%) e informação (83,24%). Conclui-se que homens em atendimento oncológico
perceberam seu apoio social de forma satisfatória, o que pode contribuir para melhor qualidade de vida
e redução do impacto do câncer. A crença e a ótima relação com os familiares podem ter contribuído
para uma percepção de alto apoio social.
COVID-19 é uma nova doença decorrente da infecção pelo SARS-COV-2, um novo tipo de
coronavírus, que teve seu primeiro caso no final de 2019 e possui um período de incubação de 2 a
14 dias. Sabe-se que o novo coronavírus é transmitido, sobretudo, através do contato direto com
gotículas respiratórias ou indiretamente através de fômites ou secreções presentes em superfícies.
Este estudo trata-se de uma revisão de literatura sobre as principais complicações que podem
acontecer nos períodos da gestação e parto, causados pelo SARS-CoV-2 e demonstrar os sintomas
mais comuns. A gestação é um período que acontece diversas alterações fisiológicas, fazendo com
que esse público seja mais suscetível a infecções, como influenza H1N1, MERSCoV e agora ao
SARS-CoV-2. Os principais sintomas do coronavírus são febre, tosse, fadiga e algumas vezes
apresenta dispnéia, diarréia, coriza e alguns casos podem evoluir para pneumonia grave e outros
para Síndrome Respiratória Aguda Grave, fazendo necessário o uso de suporte respiratório e
admissão em Unidade de Terapia Intensiva. De acordo com a nota técnica publicada pelo Ministério
da Saúde, nas gestantes a sintomatologia e os casos clínicos são similares aos da população em geral,
dessa forma o SARS-CoV-2 não parece se associar a risco de maior gravidade em gestantes.A
necessidade de suporte ventilatório e admissão na UTI se fez presente em gestantes e puérperas,
porém não apresenta maior incidência quando comparado com mulheres não gestantes. Quando nos
referimos às complicações em mulheres gestantes que se infectam pelo novo vírus, existem
registros de aumento de incidências de algumas doenças como, ruptura prematura de membranas,
pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e hipertensão, além de algumas complicações neonatais, como
pneumonia e baixo peso ao nascer). Observou-se também um aumento da indicação de cesarianas em
gestantes com Covid-19, isso se dá pela preocupação dos obstetras quanto à prevenção de
contaminação do feto pelo coronavírus no momento do parto, mesmo que até o momento não se
encontre nenhum estudo claro sobre a transmissão vertical e a melhor via de parto. Observa-se a
necessidade de atenção e de cuidado às gestantes infectadas pelo COVID-19, visto às complicações
potenciais que foram relatadas durante a gestação e ao neonato, também há o risco de necessitar de uma
cesária de emergência e não desejada. Por isso reforça-se a necessidade de se adequar aos cuidados
preventivos e de uma triagem neonatal eficaz.
Bianca de Moura Peloso Carvalho; Camila Alessandra da Silva Marcelo; Munyra Rocha Silva
Assunção; Murilo César do Nascimento; Eliza Maria Rezende Dázio; Silvana Maria Coelho Leite Fava.
O câncer de próstata, sem considerar os tumores de pele não melanoma, é o mais incidente em todas
regiões brasileiras, o que representa um grande desafio para os profissionais e instituições de saúde.
Descrever as características sociodemográficas de homens com câncer de próstata em tratamento e/ou
acompanhamento, atendidos em um hospital de alta complexidade oncológica do Sul de Minas Gerais.
Trata-se de pesquisa de campo, com abordagem quantitativa, do tipo descritiva. Coleta de dados por
meio de entrevistas no período de junho a dezembro de 2019. População composta porhomens maiores
de 18 anos, com diagnóstico de câncer de próstata, em tratamento e/ou acompanhamento. Dados
coletados por meio de instrumentos validados e adaptados para a versão eletrônica, registrados em
aparelho celular e submetidos à frequência simples. Aprovado por Comitê de Ética, número do parecer
2.397.931 e CAAE: 78017717.9.0000.5142. Participaram do estudo 30 homens, a maior parte com
idade entre 70 a 79 anos 46,67% (n=14), destes 43,33% (n=13) se declararam com cor de pele parda,
60% (n=18) alegaram serem casados, 60% (n=18) possuíam ensino fundamental incompleto, 70%
(n=21) eram de crença católica e 73,33% (n=22) eram praticantes de sua religião, 90% (n=27) residiam
em zona urbana, 90% (n=27) em casa própria, e 86,67% (n=26) moravam há mais de cinco anos no
mesmo endereço, 33,33% (n=10) moravam com esposa ou companheira, 43,33% (n=13) vivia com
uma pessoa, 23,33% (n=7) possuíam três filhos vivos, 53,33% (n=16) referiram ótima relação com os
familiares e 86,67% (n=26) não recebia acompanhamento de cuidador, 80% (n=24) eram aposentados,
e destes 83,33% (n=25) eram dependentes da aposentadoria, 83,33% (n=25) tinham renda mensal de
um a três salários mínimos, sendo 36,67% (n=11) dependentes da referida renda, de maneira que
46,66% (n=14) consideravam sua situação financeira como boa e 46,66% (n=14) regular. Homens com
câncer de próstata podem carecer de suporte em seus cuidados em detrimento a idade avançada e
dificuldades financeiras, aspectos como apoio social e arranjo domiciliar devem ser investigados a fim
de implementar cuidados de enfermagem individualizados e congruentes às demandas desta população.
Jéssica Moreira Fernandes; Maria Paula Bernardo dos Santos; Lucila Bistaffa de Paula.
Vinicius Toquetto; Giseli da Silva Toquetto Gomes; Hélio Rubens de Carvalho Nunes; Sabrina Ramires
Sakamoto
As plataformas digitais constituem algumas das qualidades das mídias sociais e móveis, passando a ser
emblemáticas nos níveis atuais de convergência de mídias, que podem ser alavancados no cotidiano da
assistência à saúde. Na esfera da saúde, as tecnologias vêm sendo cada vez mais utilizadas diariamente
a fim de otimizar o tempo e a qualidade do acesso à saúde dos pacientes, além de gerar um elo de
comunicação entre os profissionais de saúde e os pacientes. O WhatsApp® por sua vez, é um aplicativo
baixado em proporções avassaladoras, que tem sido inserido no cotidiano da população para
comunicação instantânea e no âmbito da saúde, isto pode acarretar em atendimentos multiprofissionais
com intervenções efetivas e com baixo custo ao paciente, uma vez que o mesmo não precisa estar
presente no momento da consulta. O presente estudo teve como objetivo identificar na literatura os
estudos que associam o uso do WhatsApp® como recurso para a educação em saúde. Tratou- se de um
estudo de revisão integrativa da literatura realizada no período de dezembro de 2019 a janeiro de 2020.
O problema de pesquisa foi elaborado através da estratégia PICO (paciente, intervenção, comparação
e resultados), onde: P = uso do WhatsApp®; I = estratégias do uso do WhatsApp® associados aos
serviços de saúde; C = comparação dos benefícios encontrados pelo uso do WhatsApp®; O = assistência
ofertada pelos profissionais de saúde. Para o levantamento dos artigos do tema em questão, realizou-se
uma busca nas bases de dados: Portal de Periódicos CAPES/MEC, no SciELO e Google Acadêmico.
Utilizamos, para a busca dos artigos, os descritores e suas combinações nos idiomas português, inglês
e espanhol: “WhatsApp®” e “Educação em saúde”. Foram selecionados 15 artigos, publicados entre
os anos de 2015 e 2019, sendo 10 (66%) de literatura estrangeira e 5 (33%) produzidos no Brasil. Foram
selecionados 15 artigos, sendo 5 publicados em português, 3 espanhóis e 7 em inglês. As áreas do
conhecimento avaliadas foram, em maior parte, a Enfermagem e Medicina com 11 artigos, seguido de
Odontologia com 3 artigos e Saúde pública e Nutrição com 1 artigo cada. Na educação em saúde, o
WhatsApp® consiste em uma ferramenta de educação em saúde, que por meio da comunicação
instantânea entre profissionais, pacientes e estudantes promove integração, acesso aos serviços e
desenvolvimento profissional e pessoal aos participantes.
Gilmara Miguel Souza; Amanda Vitória Lima Barbosa; Karina Tiemi Takara
São categorizadas como zoonoses as infecções que transitam entre animais e seres humanos e estima-
se que cerca de 60% das patologias infecciosas que atingem o homem sejam de origem zoonótica e,
destes 60%, cerca de 72% são zoonoses sejam oriundas de fauna silvestre. Este elevado índice de
transmissão se deve principalmente pelo constante contato entre animais de vida livre e seres humanos,
graças ao desmatamento e fragmentação do habitat de espécies que encontram em ambientes
humanizados um local para a sobrevida. O presente trabalho visa revisar e destacar a problemática do
contato entre animais silvestres e seres humanos, a fim de reforçar os pilares da saúde única e
conservação de espécies. Dentre as patologias transmissíveis de animais selvagens para primatas
humanos, destacam-se a raiva, a influenza aviária, a febre amarela, a doença de ebola, a febre do Nilo
Ocidental, a doença de Chagas e as hantaviroses. Os índices de transmissão e a susceptibilidade da
população a tais infecções varia de acordo com padrões sociais, culturais e econômicos de cada região,
visto que pode fazer parte da cultura um grupo o consumo de animais silvestres, além de ser comum a
divisão de espaços entre a população e animais categorizadas como reservatório de patógeno (espécie
que alberga o agente etiológico de determinada doença e o elimina para o meio com capacidade
infectante) e a população, o que é problemático tanto para a conservação da fauna, como para a saúde
dos indivíduos. Visto isso, para manter a saúde única, é necessário ter conhecimento sobre as zoonoses
e também sobre o ciclo de transmissão, paraque se evite a contaminação do ambiente e dos sujeitos que
o habitam, estas capacidades configuram algumas das diversas formas de atuação da epidemiologia.
Conclui-se que é que fundamental o estudo sobre zoonoses e a importância de estratégias
epidemiológicas para que se mantenha o bem estar e a saúde plena e comum de todo o ecossistema
urbano, rural e silvestre. É também de suma importância informar a população sobre os riscos de
convivência - mesmo que harmoniosa - com animais de vida livre, a fim de proteger e manter a saúde
de ambas as vias.
Yanna Carolina Cardoso dos Santos; Julia Rodrigues Andrade; Fernanda Vargas Ferreira; Lia Silva de
Castilho; Fabiana Vargas Ferreira
Gilmara Miguel Souza; Karina Tiemi Takara; Amanda Vitória Lima Barbosa
Os pinípedes (Mammalia: Pinnipidae) são mamíferos carnívoros e aquáticos que podem ser
encontrados desde os polos até os trópicos. Na natureza, os pinípedes possuem o comportamento
de mergulhar nos oceanos para capturar suas presas, e como o fundo do mar reflete pouca luz solar,
além de dificilmente precisarem olhar para cima, estes animais naturalmente não são expostos a
uma grande quantidade de raios ultravioleta (UV). No entanto, pinípedes mantidos sob cuidados
humanos são frequentemente alojados em piscinas de cor azul clara, que refletem a maior parte
desses raios. Além disso, os animais geralmente precisam olhar para cima com frequência devido a
alimentação por tratadores, treinadores ou pelo público. Essas condições podem causar danos aos
olhos de pinípedes de cativeiro, e outros fatores como a má nutrição, a falta de sombra, o uso
exacerbado de oxidantes na água e o aumento da salinidade podem colaborar com essa
predisposição. Embora muitos avanços tenham sido feitos nas práticas de manejo, nutrição, e na
medicina de mamíferos marinhos, uma grande porcentagem dos pinípedes ainda sofre de doenças
oculares. O presente trabalho visa revisar a prevalência dessas lesões em focídeos, otarídeos e
morsas. Em um estudo realizado por COLITZ et al. (2010) utilizando-se 111 pinípedes, doenças
oculares foram diagnosticadas, a partir de exame oftálmico, em 49,5% dos animais. Usando-se a
histopatologia dos globos oculares de 70 pinípedes, demonstraram que 43 possuíam doença de
córnea, 23 possuiam catarata, e os outros animais apresentavam phthisis bulbi, neoplasia, deposição
amiloide, doença fúngica, ou deformidades decorrentes de trauma, de acordo com estudos
realizados por MILLER et al. (2013). Por fim, COLITZ et al. (2019) demonstrou que em 319
pinípedes, ceratopatias foram identificadas em 56,7% dos animais, sendo 51,4% com ambos os
olhos afetados, 3,4% com apenas o olho esquerdo afetado e 1,9% com o olho direito afetado.
Conclui-se que lesões oculares são afecções frequentes na clínica de pinípedes, com relativa
prevalência de doenças de córnea. Dessa forma, sabendo que esses animais possuem essa
predisposição, maiores cuidados relacionados ao manejo, como a melhoria na nutrição, na
qualidade da água e nos designs de recintos, podem ser realizados com a finalidade de aumentar a
longevidade, assim como o bem-estar desses indivíduos, colaborando para fins de conservação.
Lucas Santos Villar; Thaynara Dorigheto Fernandes; Wellington Dorigheto Andrade Vieira; Maria Inês
da Cruz Campos
A Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença respiratória aguda com potencial fatal que
se dissemina de pessoa para pessoa por gotículas de saliva, espirro, tosse, assim como pelo contato da
boca, nariz, olhos, ou até mesmo, por meio de objetos e superfícies contaminadas. Embora um quadro
clínico grave seja mais provável em indivíduos com comorbidades, pessoas de todas as idades são
susceptíveis à doença. Os sintomas mais comuns para suspeita de Covid-19 são tosse seca, pirexia,
dispneia, fadiga e algia muscular, estudos têm evidenciado algumas manifestações orais em pacientes
com COVID-19. Ainda não se sabe se essas manifestações são resultantes da infecção viral direta ou
mesmo da debilidade sistêmica, uma vez que são susceptíveis a infecções oportunistas e também a
reações adversas aos tratamentos medicamentosos. Além disso, observam-se os parâmetros vitais como
a saturação por oximetria de pulso, temperatura e achados radiológicos que incluem radiografia de tórax
e tomografia computadorizada. Nesta revisão, com base em pesquisas recentes e relevantes, apresentar
dados essenciais sobre a COVID-19, destacando as principais manifestações bucais. Entre as
manifestações cutâneas podemos citar cinco padrões clínicos: erupções maculopapulares, lesões de
urticária, pseudo-frieiras, outras erupções vesiculares e necrose epidérmica. A literatura demonstrou
casos de pacientes confirmados com Covid-19 que apresentaram erupção maculopapular intra-oral
(enantema) nas regiões de palato, gengiva palatina, gengiva bucal inferior, mucosa labial inferior,
erupções induzidas por medicamentos, xerostomia ligada à diminuição do fluxo salivar e gengivite
descamativa. Os pacientes apresentaram manifestações bucais entre o primeiro e segundo dia da
doença, ao qual começou com uma inflamação dolorosa que evolui para uma mácula eritematosa e,
subsequentemente, para uma úlcera assintomática. CONCLUSÃO: É possível concluir que a literatura
disponível sobre as manifestações orais é escassa e faz-se necessária atualizações de pesquisas maiores
criando bases sólidas para os atuais e futuros diagnósticos da doença. Ainda, é de grande relevância
clínica que, ao se diagnosticar a presença de enantema na mucosa oral dos pacientes, o Cirurgião-
Dentista deve suspeitar de um possível diagnóstico de COVID -19, porém é válido levar em
consideração outras doenças virais que podem estar associadas.
Pesquisas apontam que as disfunções de ordem sexual na mulher podem influenciar sua saúde física e
mental resultando em dificuldades pessoais, sociais impedidos de viver com qualidade de vida e muitas
vezes, viver de modo pleno sua sexualidade (SERRA, 2009).
Este trabalho dedica-se a discutir a relação entre o Vaginismo e a Violência Sexual, a partir dos estudos
de gênero e da Teoria das Representações Sociais (TRS). Foi usada como metodologia a revisão
sistemática da literatura, a partir de consultas nas bases de dados usando os termos “vaginismo” e
“psicologia” e também “vaginismo” e “violência sexual". A respeito do problema de pesquisa e o
objetivo do estudo, questiona-se: a violência de gênero é um fator agravante para o vaginismo? A
violência sexual é um fator desencadeador dessa disfunção sexual? Pode-se relacionar a opressão
feminina com as disfunções sexuais? Serra (2009) coloca como as possíveis causas do desenvolvimento
do vaginismo a violência sexual, agressão física, abandono, traição, estar inserida num contexto
familiar rígido, conservador e religioso. Para Pandochi (2017), as causas do vaginismo são o próprio
medo da dor, a fobia acerca da penetração, sexualidade infantil muito retraída, traumática ou abuso
sexual. Fanganiello (2018) acredita que fatores predisponentes ao vaginismo incluem o meio ambiente,
trauma sexual na infância e ortodoxia religiosa; educação sexual e estereótipos de gênero bem
demarcados nos pais. Para Pinheiro (2009), causas do desenvolvimento do vaginismo são: sentimento
de culpa, educação religiosa conservadora e violência sexual. Silva (2020) acredita que as possíveis
causas do vaginismo para a autora são: questões psicológicas, violências, abusos, crenças a respeito do
sexo e a rigidez da musculatura da mulher. Abdo e Fleury (2012) citam como causas do vaginismo:
intensa necessidade de controlar, de forma rígida, variados aspectos de sua vida, incluindo o sexual,
como também a ocorrência de algum abuso sexual. Pereira (2007) conclui que as mulheres que foram
violentadas sexualmente possuem índices bem maiores de transtorno do estresse pós-traumático,
transtornos sexuais como o vaginismo e transtornos alimentares do que as mulheres que não sofreram
violência sexual. De acordo com esta revisão, pode-se concluir que a educação conservadora e rígida,
como também a violência sexual sofrida pelas mulheres, são fatores predisponentes para desenvolver o
quadro de Vaginismo como disfunção sexual.
As dificuldades alimentares são situações em que a criança demonstra menor aceitação alimentar,
resultando em consequências familiares, emocionais, físicas e no desenvolvimento. Acometem de
8% a 50% das crianças, independentemente de sexo, idade e etnia. Devido a estas dificuldades serem
alterações complexas e não apresentar somente uma etiologia, é necessária uma abordagem
multiprofissional, dentre eles a atuação do fonoaudiólogo. No entanto, durante a Pandemia do Covid-19
os atendimentos presenciais foram suspensos e houve a necessidade de oferecer Teleatendimentos. O
objetivo deste estudo centralizou- se a descrever alternativas utilizadas na telefonoaudiologia e no
atendimento presencial para crianças com dificuldades alimentares durante o período de pandemia.
Compareceu a Clínica Escola de Fonoaudiologia/UPF para atendimento devido a dificuldades
alimentares a paciente A.L. 2 anos, sexo feminino, com histórico de problemas de saúde, nasceu
prematura, precisando de suporte respiratório,recebeu alta hospitalar com uso de sonda nasogástrica,
após foi submetida ao uso de gastrostomia. A prematuridade é uma condição de risco para
dificuldades alimentares, devido a imaturidade anatomofisiológica que predispõe a uma série de
dificuldades para adaptação e evolução na vida pós-natal. Organizou-se 7 sessões de fonoterapia, nas
quais a paciente compareceu em 4. A primeira sessão ocorreu como Teleatendimento para anamnese
inicial. O segundo atendimento foi realizado de forma presencial, para aplicação da avaliação
informal, utilizando gelatina e brinquedos. A terceira sessão ocorreu online, na qual foi solicitado a mãe
que fizesse arroz cozido e cru colorido, após a mãe instigar, a paciente brincou e interagiu com arroz
amarelo e cru. No quarto atendimento e presencial, foi confeccionado um tapete sensorial com o intuito
de promover a estimulação sensorial visual e de diferentes partes do corpo, onde interagiu com as
diversas texturas. Por meio dos estímulos sensoriais é possível promover a exploração e o aprendizado
de novos padrões de movimento sendo essenciais para a alimentação. Constatou-se que diante do
período de pandemia, buscou novas alternativas como a telefonoaudiologia e o apoio familiar para dar
continuidade aos atendimentos. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois, a paciente demonstrou
maior interação com os alimentos, com progresso nos horários de refeições familiares e não demonstrou
aversão a este processo terapêutico.
Beatriz Vieira Gomes; Silvia Cristina Vieira Gomes; Rodrigo Fernando Marandola
As ciências biológicas dialogam com outros sabres, neste sentido, a medicina estabelece estreito vínculo
com as ciências agrárias. O agronegócio brasileiro destaca-se na produção mundial de alimentos, fato
que favorece a utilização de agrotóxicos, visando elevar a produtividade e mitigar perdas nas lavouras.
Elencou-se como objetivo geral desta pesquisa identificar as principais enfermidades que acometem
os trabalhadores rurais que manipulam e estão expostos a esses produtos químicos sintéticos. A escolha
da temática justifica-se pelo fato da maioria das bibliografias estarem pautadas nas consequências
danosas do uso de agrotóxicos no consumidor final e é no campo que esse padecimento torna-se mais
evidente pela exposição direta com o produto. Segundo Gomes et al. (2018) ocorre fragmentação das
informações que chegam até oprodutor rural. A trilha metodológica parte de uma revisão de literatura
com apoio documental da legislação por meio das Normas Regulamentadoras NR 06/2017 que versa
sobre uso de equipamento de proteção individual (EPI) no manuseio de agrotóxicos e da NR 31/2005
que contempla saúde e segurança na agricultura, ambas do Ministério do Trabalho. Além de impactos
na saúde humana, os agrotóxicos tendem a causar danos agudos e crônicos, principalmente nos
sistemas: cardíaco, respiratório, endócrino, urinário, neurológico e danos psicológicos. Tais como:
arritmia cardíaca, hipotireoidismo, câncer, lesões renais, Parkinson, depressão. Notou-se que embora
exista uma legislação que parametrize a obrigatoriedade do uso de EPI nas lavouras, conforme sua
toxidade e concentração, estudos como os de Gomes et al. (2018) relatam que ainda agricultores
desconhecem EPIs e a legislação. Consequentemente, a carência de informações intensifica o
acometimento desses trabalhadores rurais. O insuficiente serviço de assistência técnica e extensão rural
deveria inserir profissionais da área da saúde, com o intuito de realizar prevenção primária e repasse
de informações, não apenas atuar na área técnica de produção. Fiscais do trabalho que possuem interesse
punitivo, deveriam realizar ações educativas. Por não ser de notação compulsória, essas enfermidades
derivadas pela exposição ao agrotóxico possam despercebidas e possuem subnotificação e
informalidade de casuística. Conclui-se que para esta temática, devido ao escasso material, cabe o
desenvolvimento de uma ampla pesquisa de campo.
A indústria alimentícia para desenvolver produtos com características organolépticas atrativas, com
maior tempo de prateleira e a um baixo custo utiliza aditivos alimentares, tais como os emulsificantes
e edulcorantes. Dois aditivos naturais ganharam destaque na indústria nos últimos anos, a lecitina de
soja e a frutose. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a lecitina de soja e a frutose nas alterações
da microbiota intestinal e possíveis doenças metabólicas e inflamatórias que podem ocorrer no
organismo. Foi realizada uma revisão de 15 artigos nacionais e internacionais, por meio da busca na
plataforma PubMed, no período de 2017 a 2021. Os termos utilizados para a pesquisa, analisados pelo
Mesh Terms da PubMed, foram: “food emulsifiers”, “soy lecitina”, “fructose AND High Fructose Corn
Syrup”. Os estudos com animais e com células humanas demonstraram que os aditivos alimentares
provocam alterações na microbiota intestinal diminuindo a parede da mucosa e aumentando a
permeabilidade intestinal, o que, a longo prazo, pode contribuir para o aparecimento de doenças
inflamatórias, aumento de peso, obesidade, diabetes, resistência à insulina, esteatose hepática, bem
como outras doenças metabólicas. Uma pesquisa realizada com suínos por 150 dias identificou um
aumento no peso dos animais ao adicionar emulsificante Lisolecitina (50% lecitina de soja) na ração
durante os estágios de crescimento até o abate. No entanto, um estudo randomizado com 89 mulheres
japonesas, saudáveis, no estágio da menopausa, verificou melhora no vigor, na pressão diastólica e no
índice cardiovascular após 8 semanas (56 dias) de tratamento com lecitina de soja. Já um ensaio clínico
com mulheres saudáveis verificou que uma dieta com alta concentração de frutose resultou em uma
diminuição nos níveis médios de acilcarnitina em todos os indivíduos, e um aumento nos níveis médios
de lisofosfatidilcolina e diacil-fosfatidilcolina em indivíduos obesos, sendo que as acilcarnitinas de
cadeia média vêm sendo relacionadas à esteatose hepática. Apesar de as pesquisas clínicas em humanos
não demonstrarem uma toxicidade no uso de aditivos como frutose e lecitina de soja, mais estudos,
especialmente de longo prazo necessitam ser realizados, pois evidências sugerem que o uso contínuo
destes aditivos pode promover alterações na microbiota intestinal, especialmente na barreira da mucosa,
ocasionando o aumento de peso, doenças metabólicas e inflamações sistêmicas.
A leucemia é o câncer que afeta os glóbulos brancos, fazendo com que as células jovens; em formação
que estão na medula óssea já de reproduzem em sua forma anormal substituindoassim, todas as
saudáveis.
Na fase infantojuvenil (até os 18/19 anos) essa anormalidade é comum mesmo não possuindo método
de detecção precoce apesentam alto potencial de cura. A partir da pesquisa realizada, foi visado citar de
forma sucinta como esse câncer se apresenta, desenvolve e é detectado; principalmente em
crianças/adolescentes. A partir dos estudos selecionados pôde-se observar que entres os 12 tipos de
leucemia a linfoide aguda (LLA) é a mais comum com cerca de 80% dos acasos em crianças, enquanto
com menos casos é a Miloide Crônica (LMC) com cerca de 5%. Aprofundando na pesquisa alguns
estudos apontam que, na maioria dos países, as mais elevadas taxas de mortalidade por leucemia
ocorrem no sexo masculino,7,12,13 provavelmente devido a possíveis recaídas testiculares e a uma
depuração do quimioterápico metotrexato mais rápida em meninos. 3 Contribuindo para o diagnostico
tardio temos: a desinformação dos pais, bem como dos médicos; as duas situações podendo ser
relacionadas como o medo do diagnóstico do câncer. As aparições clínicas mais citadas foram: febre de
origem indeterminada e persistente; crianças com amidalites frequentes mesmo após uso de medicação
para tratamento dela; emagrecimento; palidez cutânea; fadiga; proteção; produção deficiente de
hemácias; sangramento sem causa definida; petéquias; equimoses, hematomas; epistaxe; gengivorragia.
A investigação para o diagnóstico precoce consiste no aprofundamento da causa dos tens anteriores. A
partir do exposto é possível concluir que os estudos chegam aos mesmos achado, destacando que as
leucemias são os tumores de maior prevalência na primeira infância; bem como a negligência com os
sinais e sintomas que são, quando relatados de forma persistente de grande relevância para diagnostico
precoce; trazendo em pauta a necessidade da informação, dos profissionais e dos pais.
Mariana Bragatti de Morais; Letícia Fornel Mangolin; Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti; Fabiano
Antonio Cadioli
Trypanosoma spp. é um hemoprotozoário que afeta a saúde de humanos, animais silvestres e domésticos
nos continentes Americano, Africano e Asiático. A relação entre o Trypanosoma spp. e morcegosé
reconhecida e ancestral e as características físicas e comportamentais destes animais colaboram para a
dispersão do parasita. Sendo assim, os quirópterossão importantes hospedeiros do Trypanossoma
spp., o qual apresenta grande diversidade evariabilidade genética. Contudo, tal diversidade genética
continua pouco elucidada, assim como a evolução histórica da interação entre parasita e hospedeiro.
Dessa forma, esta revisão de literatura visa caracterizar a dinâmica epidemiológica da interação entre
morcegos e o Trypanosoma spp. Há identificação desse parasito em mais de 70 espécies de quirópteros,
das quais 40 que estão no Brasil já foram encontradas infectadas com mais de 10 espécies diferentes de
Trypanosoma spp.. Estudos identificaram diferentes espécies de morcegos como o Desmodus rotundus,
Carolliaperspicillata, Glossophaga soricina, Mimoncrenulatum, Artibeussp, Artibeusplanirostris,
Phyllostomushastatus, Phyllostomusdiscolor parasitados por T.cruzi, T. c. marinkellei, T. c. cruzi T.
dionisii, T. evansi, T. madeirae, T. pessoai, T. rangeli, e Trypanosoma spp.. Entretanto, ainda há poucos
estudos que avaliam a interação entre o Trypanosoma spp. e quirópteros, assim enfatizado por Adams
et al. (2009) o qual relatou que tal magnitude não é conhecida. Portanto, esclarecer esta relação é de
extrema importância, umavez que o impacto da adaptação do Trypanosoma spp. para o sucesso da
infecção em diferentes hospedeiros pode ocasionar mudanças filogenéticas, as quais não sabemos as
consequências, podendo em certas circunstâncias aumentar a capacidade de disseminação ou infecção.
Logo, a caracterização de animais silvestres na eco-epidemiologia é relevante à saúde pública, sendo
necessárias mais pesquisas que demonstrem a importância epidemiológica entre morcegos e
Trypanosoma spp..
Thaynara Dorigheto Fernandes; Lucas Santos Villar; Wellington Dorigheto Andrade Vieira; Maria Inês
da Cruz Campos
Os profissionais da área de saúde têm um papel imprescindível desde a prevenção e promoção de saúde
até o tratamento de enfermidades e favorecimento do bem-estar do ser humano. Mediante o cenário de
pandemia instalado pelo novo Coronavírus, se faz primordial a atuação direta desses profissionais no
combate da COVID-19, que incluem proximidade face a face entre pacientes e Cirurgiões- Dentistas,
exposição frequente a saliva, sangue e outros fluidos, produção de aerossóis, além de instrumentos
cortantes manuais contaminados, as medidas de biossegurança são fundamentais para evitar a
transmissão de microrganismos. Realizar uma revisão de literatura sobre a abordagem do cirurgião-
dentista em identificar casos suspeitos e, apresentar medidas preventivas para controlar e minimizar a
infecção na clínica odontológica. As características clínicas podem incluir febre, tosse e falta de ar. Em
casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia ou dificuldades respiratórias. Esses sintomas são
semelhantes à gripe ou ao resfriado comum, que são muito mais comuns que o COVID-19. Nos
consultórios odontológicos, a principal via de transmissão é o aerossol produzido pela alta rotação,
contendo sangue, saliva e fluidos. A fim de identificar casos suspeitos o dentista deve medir a
temperatura corporal do paciente e aplicar uma anamnese dirigida. Para minimizar a contaminação e a
infecção cruzada durante o atendimento através de uma abordagem odontológica preventiva, o
profissional deve realizar com frequência a lavagem das mãos antes e após o atendimento e usar
equipamentos de proteção individual. São recomendados bochechos com Peróxido de Hidrogênio a 1%
e iodopovidona a 0,2% previamente ao tratamento, emprego de isolamento absoluto do campo
operatório, uso de motores de alta rotação anti refluxo, desinfecção de superfícies e cuidados adicionais
com a transmissão por contato como remoção de revistas das salas de espera. Diante do contexto
enfrentado, ressalta-se a importância de um minucioso exame clínico pelo cirurgião-dentista, pois uma
anamnese e um exame físico bem executado são fundamentais para o diagnóstico e tratamento das
possíveis alterações orais. O procedimento odontológico deve ser realizado com a menor formação de
aerossóis e maior biossegurança, reduzindo infecção cruzada, trazendo mais segurança para a realização
dos procedimentos neste momento de pandemia pelo SARS-CoV-2.
Thais Ferminiano Bohn; Tafnes Ikegami Pereira; Matheus Monge Soares Correa; Yacco Volpato
Munhoz; Thaynara Mattiazzo Simonetti
Maria Eduarda de Freitas Santana Oliveira; Caroline Liberato Marchiolli; Luana Ferreira Oliveira;
Vitória Parmejane de Oliveira; Fábio Roberto Batista de Souza; André Luis da Silva Fabris
A hiperplasia condilar (HC) é uma condição rara, de origem não-neoplásica, caracterizada por um
crescimento excessivo do côndilo mandibular provocando problemas estéticos e funcionais, como
mordida aberta e/ou cruzada. Adicionalmente, alguns pacientes podem apresentar sintomas na
articulação temporomandibular (ATM) descritos como dor, limitação da abertura bucal e ruídos
articulares. Sua etiologia ainda é desconhecida, entretanto, têm sido apontados alguns fatores como
traumatismo, infecção, distúrbio hormonal, hipervascularização, neoplasia e hereditariedade que
podem ter alguma associação com o desenvolvimento dessa condição clínica. O objetivo deste trabalho
é abordar a sintomatologia, diagnóstico e tratamento da hiperplasia condilar, por meio de uma revisão
de literatura. A busca bibliográfica foi realizada nos bancos de dados do Scielo e Lilacs, onde foram
selecionados 12 artigos publicados em língua portuguesa e inglesa, datados entre os anos de 2015 à
2020. O diagnóstico dessa patologia condilar geralmente é feito por meio de avaliação clínica, exames
imaginológicos e documentação fotográfica. A varredura óssea (cintilografia) demonstra bom
desempenho nessa avaliação, fornecendo informações anatômicas detalhadas associadas à atividade de
crescimento que em conjunto com um exame clínico detalhado contribui significativamente no
estabelecimento do diagnóstico. Seu tratamento pode variar de acordo com o tipo de HC, se é vertical
ou horizontal e possui diversos protocolos de manejo cirúrgico como a realização apenas da cirurgia
ortognática, o tratamento cirúrgico exclusivo da ATM (condilectomia alta ou proporcional), ou ambas.
Entretanto, para decidir sobre o tratamento adequado para a HC, é necessário primeiro determinar o
padrão da atividade de crescimento, e assim determinar a progressão da assimetria. Várias
classificações foram propostas para a HC. Uma das utilizadas classificaram a HC em 3 tipos. O tipo I
que provoca um alongamento hemimandibular, resultando em assimetria no plano transversal; o tipo II
que é uma hiperplasia hemimandibular, causando assimetria no plano vertical; e o tipo III que é uma
combinação das 2 entidades. Dessa forma, podemos concluir que o diagnóstico e tratamento precoce
nos casos de HC no início da puberdade, diminui o estimulo de crescimento do côndilo afetado,
aumentando as chances de o paciente não necessitar posteriormente uma cirurgia ortognática e
mantendo sua qualidade de vida.
Angelica Barboza; Lucilene Lopes Santos; Mayra Alves Hirata; Luan Oenning Col; Taize M Augusto;
Nilva K Cervigne
Introdução: O câncer de ovário está entre as cinco neoplasias mais comuns em mulheres Brasileiras.
Embora apresente uma estatística relevante em todo o mundo, seu diagnóstico geralmente ocorre em
estágios avançados da doença, e apresentam um perfil pouco responsivo à quimioterapia. Entre os
mecanismos que conferem malignidade e pior prognóstico ao câncer epitelial de ovário está a degradação
dos componentes da membrana basal e da matriz extracelular (MEC), o que favorece a invasão tumoral
e metástase. A heparanase 1 (HPSE1) é uma enzima que degrada sulfato de heparano, e é expressa pelo
tumor ou células hospedeiras mediando uma troca cruzada viciosa pró-inflamatória e protumorigênica
no microambiente tumoral, através da expressão gênica, remodelação da MEC e da facilitação da
biodisponibilidade de fatores de crescimento e cascatas de sinalização. Além disso, o HPSE1 pode levar
à secreção de exossomos que interagem com as células tumorais e hospedeiras, e conduzindo-os a
comportamentos associados a um fenótipo tumoral agressivo, tal qual a resistência à drogas
quimioterápicas. Apesar do conhecimento dos diversos eventos moleculares envolvidos na oncogênese
do câncer de ovário, a elucidação dopapel da HPSE1 no que diz respeito a sua resistência aos tratamentos
quimioterápicos convencionais ainda é limitada. Objetivo/Método: O presente estudo teve como
objetivo analisar o papel funcional da HPSE1 na quimio- resistência do câncer de ovário, através do uso
da técnica de silenciamento gênico mediado por shRNA. Resultados: Nossos resultados parciais
indicaram que a enzima HPSE1 possui expressão significativamente aumentada (p<0,05) em linhagem
maligna resistente de câncer de ovário (NCI-ADR/RES), e o silenciamento gênico dessa enzima diminui
consideravelmente a proliferação e a migração dessas células malignas ovarianas. Adicionalmente, o
tratamento com Cisplatina das células tumorais NCI-ADR/RES silenciadas por shHPSE1 reduziu
significativamente (p<0,05) a proliferação, migração e invasão, em relação às células tumorais ovarianas
parentais com super-expressando HPSE1. Conclusão: Coletivamente, esses resultados indicam que
HPSE1 pode estar envolvida na resistência do câncer de ovário ao tratamento e, portanto, seria uma
ferramenta terapêutica molecular potencialmente válida e adequada para o tratamento de pacientes com
câncer de ovário.
Rafael Tenório Falcão; Bruno Sutani Barros Cardoso; Bruno de Melo Souza; Gabriella Dias da Silva;
Fábia Maria de Lima; Alexandre de Mattos Gomes
Os idosos representam parcela cada vez maior da população e são mais suscetíveis a alterações do estado
nutricional provenientes de mudanças compatíveis com o envelhecimento. A desnutrição, que é uma das
mais graves alterações do estado nutricional na pessoa idosa, é definida como transtorno corporal
produzido por desequilíbrio entre o aporte de nutrientes e as necessidades do indivíduo, motivado por
dieta inadequada ou por fatores que comprometam a ingestão, absorção e utilização de nutrientes,
decorrentes afecções ou por necessidades nutricionais aumentadas. Caracterizar os idosos internados
em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), no estado de Pernambuco, em decorrência de
desnutrição, sequelas de desnutrição e outras deficiências nutricionais. Trata-se de um estudo
retrospectivo em base de dados secundários, considerando todos os casos de internações hospitalares no
SUS em idosos no estado de Pernambuco, no período de 2015 a 2020; nos sexos masculino e feminino;
e nas faixas etárias de “60 a 69 anos”, “70 a 79 anos” e “80 anos e mais”. Os dados foram obtidos no
Sistema de Informação Hospitalares do SUS, base de dados do Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde do Brasil, considerando duas categorias: desnutrição; e sequelas de desnutrição e outras
deficiências nutricionais, incluídas na lista de morbidade da Classificação Internacional de Doenças. A
análise dos dados foi realizada no programa Excel versão 16.0. Observou-se que, no período analisado,
ocorreram 2774 registros de internações de idosos decorrentes de desnutrição, sequelas de desnutrição
e outras deficiências nutricionais, sendo mais prevalente no sexo masculino (52,27%). Em relação as
faixas etárias, constatou-se maior frequência de internações em “80 anos e mais” (45,24%), seguido por
“70 a 79 anos” (31,65%). Notou-se uma média anual de 462,33±116,87, com elevado coeficiente de
variação (25,28%), indicando falta de linearidade nos anos levantados. Sabe-se que a nutrição é um
importante modulador da saúde e do bem-estar. Há uma estreita relação entre desnutrição e piores
desfechos clínicos, como aumento das taxas de infecções e lesões por pressão, aumento do tempo de
internação hospitalar, duração da convalescença após doença aguda e maior mortalidade. A nutrição
inadequada contribui para a progressão de muitas doenças e é importante fator na complexa etiologia da
sarcopenia e da fragilidade.
Natalia Pereira Ribeiro; Victor Perinazzo Sachi; Anderson Maikon de Souza Santos; Tiburtino José de
Lima Neto; Eduardo Hochuli Vieira; Leonardo Perez Faverani
A coronectomia consiste na remoção da coroa dentária, deixando a raíz sepultada na mandíbula, se
houver migração ou exposição dentária dos remanescentes coronários, pode ser necessária uma
intervenção adicional. Essa técnica foi desenvolvida para minimizar o risco de lesão do nervo alveolar
inferior nos casos em que as raízes dentárias estão em íntimo contato com o nervo, portanto é
importante que o cirurgião dentista estabeleça um planejamento que previna essas complicações. Ambas
as pacientes são do sexo feminino, adultas, com indicação de extração de terceiro molar, elas não
aceitavam a possibilidade de parestesia, por esse motivo foi optado pela coronectomia. Ambas as
pacientes evoluíram com migração dentária, onde uma delas apresentou migração discreta e ossificação
da porção superior com formação de osso cortical, havendo sepultamento desse dente, enquanto a
outra paciente houve migração importante havendo necessidade de extração do remanescente dentário
em um segundo momento, agora sem risco de lesão do nervo alveolar inferior. Conforme descrito na
literatura esse procedimento apresenta baixo índice de complicação, e em alguns casos, pode ser
necessário que haja novamente uma intervenção cirúrgica. Os exames de imagem, como radiografias
panorâmicas e tomografias computadorizadas, são essenciais para o planejamento do caso, elas exibirão
maiores detalhes anatômicos e um diagnóstico específico da proximidade do ápice radicular com o canal
do nervo alveolar inferior. A coronectomia se mostrou uma técnica previsível e eficaz, é um
procedimento que só deve ser usada em casos onde a extração completa do terceiro molar acarrete em
um risco significativo de lesão no nervo alveolar inferior.
A idade gestacional corresponde ao período de semanas que é delimitado desde a data da última
menstruação até a data do parto, dentro da janela da idade gestacional existem exames e consultas
que servem como parâmetros de crescimento para acompanhar o feto e ver o seu desenvolvimento,
sendotambém capaz de identificar se existe alguma anomalia. O RN (recém nascido) é considerado pré
maturo ou pré-termo quando este nasce com menos de 37 semanas de gestação, podendo ser dividido
em prematuroleve, moderado ou severo. Após o nascimento o RN acaba sendo afastado da mãe,
colocado na incubadorae cercado de equipamentos que auxiliam na alimentação, na respiração, a manter
o calor corporal. Estas são umas das complicações as quais são necessárias enfrentar e muitos
enfrentam sozinhos, sem os pais por perto. Por isso o objetivo é mostrar técnicas de humanização
para que os RN tenham uma boa recuperação e fiquem menos tempo nos aparelhos, assim como
capacitar profissionais de saúde para utilizar técnicas que humanizam o tratamento. A necessidade de
uma assistência humanizada influencia diretamente na recuperação e interação do RN com a família,
diminuindo assim os efeitos causados pela hospitalização,um RN prematuro é um ser indefeso que
precisa de profissionais para ter uma recuperação, é esse cuidado dos profissionais que tornam um
atendimento humanizado, é como você trata o outro como vida, por isso a importância desse olhar
diferenciado para com os prematuros, que podem acabar por vir a aumentar a sobrevida e minimizar a
duração do mesmo na incubadora. Por isso o objetivo é mostrar quais técnicas podem ser instituídas
em prol da recuperação de um prematuro e quais os benefícios acarretam tanto para o RN quanto para
os pais e família. Este trabalho foi elaborado através de uma revisão de literatura tendo como base
artigos, livros e pesquisas referente às técnicas de humanização que podem ser utilizadas para uma
melhora no quadro clínico do RN. Desta forma podemos identificar melhoras significativas tanto no
ambiente hospitalar e na equipe quanto ao RN, garantindo conforto e uma melhora física e emocional,
possibilitando uma recuperação mais rápida.
Rafael Tenório Falcão; Bruno Sutani Barros Cardoso; Bruno de Melo Souza; Alexandre de Mattos
Gomes
Maria Eduarda de Freitas Santana Oliveira; Renan Lemos da Silva; Monica Moreno de Carvalho;
Natália França Lucatto; Luciana Estevam Simonato
O Cisto Dentígero (CDT) é o mais comum dos cistos odontogênicos de desenvolvimento e o segundo
mais frequente entre todos que ocorrem nos maxilares, representando cerca de 20% de todos os cistos
revestidos por epitélio nos ossos gnáticos. É uma lesão benigna, associada ao epitélio odontogênico da
coroa de um dente não erupcionado. Ocorre predominantemente nas 3 primeiras décadas de vida, com
predileção pelo gênero masculino. Os dentes mais acometidos são os terceiros molares inferiores,
caninos superiores e pré- molares inferiores. O objetivo foi realizar uma revisão de literatura sobre as
características clinicas, radiográficas e tratamentos para o cisto dentígero. A busca bibliográfica foi
realizada através dos bancos de dados Scielo e PubMed, onde foram selecionados 7 artigos publicados
na língua portuguesa e inglesa entre os anos de 2010 e 2021. Clinicamente, os cistos dentígeros são
assintomáticos. Entretanto, têm o potencial de se tornarem extremamente grandes e causarem expansão
e erosão da cortical. Histopatologicamente, apresentam uma cavidade revestida internamente por
epitélio escamoso estratificado com poucas camadas e, externamente, por uma cápsula fibrosa de tecido
conjuntivo, contendo ilhas de epitélio odontogênico e infiltrado inflamatório em quantidade e natureza
variáveis. Radiograficamente, o CDT se apresenta como uma cavidade unilocular radiotransparente
com margem esclerótica bem definida, envolvendo a coroa de um dente não erupcionado, partindo da
junção cemento-esmalte, embora aspectos multiloculares possam também ocorrer nas grandes lesões.
Os métodos empregados no tratamento incluem a descompressão, a marsupialização e a enucleação.
No entanto, os critérios para a escolha de uma destas modalidades não são claramente definidos. Como
critérios para diagnóstico e tratamento aceitos, devem-se levar em consideração o tamanho do cisto, a
idade do paciente, os dentes envolvidos e o envolvimento de outras estruturas anatômicas. A biópsia
incisional deve ser realizada para a diferenciação do tipo de cisto, pois outras lesões, podem apresentar
características clínico-radiográficas semelhantes. Assim, podemos concluir que o cirurgião-dentista
deve estar preparado para realizar a identificação da lesão, indicar o tratamento ou encaminhar a um
especialista quando conveniente, contribuindo para o diagnóstico precoce de CDT e consequentemente
para a preservação de estruturas anatômicas e dentes adjacentes.
Cayara Mattos Costa; Ana Cristina Moraes Soares; Rubenice Amaral da Silva
Tulio Santos da Silva; Severino Marinho da Silva Neto; Jaylane Gisele Ferreira
A principal indicação para remoção de um linfonodo mandibular é para estadiamento do câncer, mais
precisamente, em cães com tumores na cavidade oral. Segundo autores do livro "Fundamentos de
Cirurgia em Pequenos Animais", metástases regionais são mais comuns de serem detectadas por
histopatologia e biópsia de linfonodo com citologia. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso de um
canino, macho, 7 anos de idade, sem raça definida, atendido no Hospital Escola Veterinário do Centro
Universitário Brasileiro UNIBRA, em Recife-PE, apresentando sinais de perda de peso, sangramento
oral, deformidade em região da face, epistaxe e halitose. Procedeu-se exame clínico completo,
mantendo em primeiro momento ênfase na cavidade bucal do paciente e após minunciosa inspeção,
concluiu-se que de fato, o mesmo apresentava quadro de neoplasia na cavidade oral. Posterior a
realização de exames pré-operatórios como hemograma, bioquímica, radiografia e risco cirúrgico que
apresentaram segurança, o animal foi submetido a intervenção cirúrgica para remoção do linfonodo
mandibular. A cirurgia culminou em comprimir a veia jugular do paciente, marcando uma localização
por meio de utilização de um marcador estéril, estabilizou-se o linfonodo contra a região da pele
subjacente, realizou-se uma incisão na pele a cima do linfonodo atentando-se ao cuidado de não afetar
a veia linguofacial, removeu-se o platisma e os tecidos que circundavam o linfonodo por meio de
dissecação romba paralelamente a veia linguofacial, a qual anteriormente foi citada e em conseguinte,
o linfonodo foi liberado das suas ligações ainda por método de dissecação romba, retraiu-se o linfonodo
para fora da incisão, uma pinça hemostática foi utilizada para pinça-lo através do pedículo, o qual
posteriormente foi ligado utilizando fio absorvível de poliglactina 3-0 e retirado, realizadando por
último a sutura do tecido subcutâneo. Em relação ao pós-operatório imediato do animal, o mesmo foi
observado durante 72 horas no setor de internamento, apresentou boa recuperação da anestesia e
recebeu alta. Conclui-se portanto, que a técnica cirúrgica aplicada para excisão de linfonodo mandíbular
é um importante método de tentativa de estadiamento do câncer em animais de companhia acometidos
por neoplasia em região bucal.
Os medicamentos são de grande importância no tratamento de doenças e são responsáveis pela melhoria
da qualidade de vida das pessoas. No entanto, é notório que seu uso indiscriminado pode causar riscos
à saúde. A prática da automedicação tem preocupado, devido à fácil disponibilidade dos produtos de
tratamento e aos potenciais danos à saúde dessa prática. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS),
automedicação refere-se à seleção e uso de medicamentos para o tratamento de sintomas e doenças,
sem um profissional de saúde qualificado para orientar sobre determinadas funções. Além disso, a
automedicação traz riscos indissociáveis, embora seja uma importante forma de autocuidado da
população. Deixar evidente os riscos causados pela prática da automedicação. Revisão de literatura: De
acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões
de pessoas são adeptas da automedicação, sendo na maioria das vezes, uma prática decorrente do
desconhecimento dos seus malefícios. A intoxicação por medicamentos é considerada a principal via
de intoxicações humanas registradas no país. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-
Farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) registrou, só em 2011, cerca de 30 mil casos de intoxicação por uso
de medicamentos e 53 mortes, correspondendo a uma letalidade de 0,18%. Crianças menores de 5 anos
representam, aproximadamente, 30% dos casos de intoxicação por medicamentos no Brasil. Além disso,
de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os hospitais gastam 15% a 20% de
seus orçamentos para lidar com as complicações causadas pela automedicação. O diagnóstico de
intoxicação medicamentosa pode ser tardio ou incorreto pelo mascaramento dos sintomas,
possibilitando o agravamento da doença, escolha de medicamentos inadequados, administração
incorreta, dosagem insuficiente e uso de medicamento excessivamente curto ou prolongado, entre
outros. Diante do exposto, fica evidente a necessidade de sanar essa problemática, fazendo campanhas
que apontem as principais consequências causadas pelo uso inapropriado de fármacos, regulamentando
leis que proíbam a compra de medicamentos sem prescrição médica, além do trabalho educativo que
deve ser incentivado para mobilizar toda a população a uma reeducação para o consumo de medicação.
Cayara Mattos Costa; Graça Maria Lopes Mattos; Liana Linhares Lima Serra
Isabella Machado da Costa; José Peixoto Ferrão-Júnior; Alan Augusto Kalife Coelho; Ísis de Fátima
Balderrama; Rafael Ferreira
Tulio Santos da Silva; Severino Marinho da Silva Neto; Jaylane Gisele Ferreira
As fístulas oronasais em cães são conexões congênitas ou adquiridas entre a cavidade nasal e bucal. Nos
animais jovens estas fístulas resultam em quadros de fenda palatina secundárias congênitas, oronasais
adquiridas pós-exodontia dos caninos ou quartos pré-molares superiores e podem ser classificadas como
cicatrizantes ou não cicatrizantes. O objetivo deste trabalho foi relatar o atendimento de um canino,
macho, 2 anos de idade, atendido no Hospital Escola Veterinário do Centro Universitário Brasileiro
UNIBRA, em Recife-PE, apresentando fístula oronasal, espirros, hálito fétido e corrimento nasal.
Pós-avaliaçãoclínica, levando em consideração a idade do animal no qual indica-se realização deste
procedimento apenas para maiores de quatro meses de idade, realizou-se radiografia do tórax, onde
descartou-se suspeitas de pneumonia por aspiração. Assim, posteriormente a realização de exames pré-
operatórios queapresentaram segurança, o animal foi submetido a cirurgia, colocado em decúbito dorsal
e a técnica cirúrgica culminou em cobrir a fístula com retalho bilateral invertido, realizou-se incisão
até a região do osso palatino ao longo das arcadas dentárias deixando os retalhos ligados da região
rostral e caudal, elevou- se o retalho rostral mucoperosteal na direção lateral mantendo a artéria
palatina maior, deslizou-se os retalhos em direção da linha média e os suturou utilizando pontos
interrompidos simples deixando o osso palatino lateral exposto, pois, o mesmo recobre-se por tecido de
granulação em aproximadamente 48 horas pós-intervenção. Em relação ao pós-cirúrgico imediato, o
paciente recuperou-se bem da anestesia, ficou sob observação durante 24 horas e utilizou uma sonda de
alimentação por duas semanas, bem como alimentação pastosa. Não houve necessidade de remoção
das suturas, tendo em vista que, as mesmas seriam eliminadas dos tecidos em até três semanas pós-
cirurgia e o animal recebeu alta. Portanto, conclui-se que a utilização da técnica de retalho de
deslizamento mucoperiosteal bilateral é um método seguro e importante para a correção cirúrgica de
animais de companhia acometidos por fístulas oronasais.
Maristel Kasper; Cinira Magali Fortuna; Monica Vilchez da Silva; Adriana Barbieri Feliciano; Kisa
Valladão Carvalho
Há décadas que o uso de pesquisas participativas busca apoiar soluções para problemas sociais, a
partir do trabalho coletivo. Um dos princípios da pesquisa-ação é conhecer melhor a práxis
institucional e ampliar o poder de agir sobre a realidade (BARBIER, 1985). A forma de participação
dos sujeitos pode variar, ou seja, um pesquisador da universidade não tem os mesmos interesses na
pesquisa-ação que um trabalhador de saúde da assistência direta ao usuário. O grupo que se constitui
para a produção da pesquisa-ação constrói o que se chama pesquisador coletivo. Analisar as
relações do pesquisador coletivo com o seu objeto de pesquisa faz parte desse tipo de estudo
(BARBIER, 1985). Analisar a participação e a temporalidade na construção de uma pesquisa-ação
com apoiadores de humanização e articuladores de Educação Permanente em Saúde (EPS). trata-se
de dados parciais de uma pesquisa em andamento, desenvolvida a partir do referencial da Análise
Institucional (LOURAU, 2014), linha Socioclínica (MONCEAU, 2013). Esta envolve 24 municípios
de um Departamento Regional de Saúde do interior do Estado de São Paulo. A equipe de
pesquisadores é constituída por docentes de universidades, bolsistas, mestrandos, doutorandos,
trabalhadores da gestão estadual e apoiadores/articuladores dos municípios envolvidos. Possui
financiamento PPSUS FAPESP (Processo N° 2019/03848-7). A análise de implicação evela que há
no coletivo de pesquisadores o desejo do fortalecimento e capilaridade do SUS, no entanto, temos
respostas e expectativas diferentes no processo de pesquisa. Os pesquisadores da academia
depositam esforços nas publicações cientificas, nos dispositivos da pesquisa e na participação ativa
dos pesquisadores apoiadores e articuladores, assim como os pesquisadores da gestão estadual.
Estes, investem na sustentação do coletivo, pois o trabalho de apoio tem sequência após o término
dos encontros da pesquisa. Os apoiadores e articuladores manifestam interesse na resolução dos
problemas de pesquisa, e menos nos seus dispositivos. Por vezes, verbalizam não entender o foco do
encontro. A temporalidade se revela por sua assincronia e desmistifica a homogeneidade e
universalidade de pertenças e interesses. Conclusão: A pesquisa-ação intervenção favorece a
construção de um pesquisador coletivo, pois inclui sujeitos e análises na produção de conhecimentos
e de respostas aos problemas
vividos.
Bruno Morais Kos, Larisse Silva de França, Maria Clara Melo da Costa, Yslanne Maria Barbosa de
Sousa, Jairelda Sousa Rodrigues
Cosmético é qualquer substância ou tratamento aplicado à face ou a outras partes do corpo para alterar
a aparência, para embelezar ou realçar o atrativo da pessoa. Apesar dos rigorosos ensaios de segurança,
a utilização inadequada desses produtos pode acarretar efeitos inesperados e gerar sintomas de
intoxicação. O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo. Logo, com essa grande
dimensão de utilização desses produtos, o cuidado deve ser reforçado. O presente estudo teve como
objetivo identificar o público-alvo que são acometidos por intoxicações ocasionado pelo uso
inapropriado de cosméticos. Constitui-se de um estudo com apreciação exploratória, epidemiológica e
descritiva com abordagem transversal, quantitativo e retrospectivo. Os dadoscoletados foram referentes
aos estados da região nordeste. A coleta de dados foi realizada através de buscas no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para aprimorar a análise, fez-se um levantamento
bibliográfico por meio de bases de dados como LILACS e MEDLINE, através de descritores indexado
no decs (Descritores em Ciências da Saúde), em inglês e em português, isolados e associados, com
delimitação de período da publicação entre 2016 e 2021. Foram encontradas 141 publicações, restando
apenas 8 após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Dos 188.604 casos notificados de
intoxicação exógena, 2.272 foram por cosméticos no período de 2007 a 2017, com o ano 2017
apresentado os maiores valores e o estado de Pernambuco abrangendo a maior quantidade de casos
notificados, cerca de 37,19%. Reações como vermelhidão, queimaduras, irritação da pele ou do couro
cabeludo, lacrimação, hipersensibilidade, visão embarcada são as mais comuns entre os casos. A faixa-
etária de 01-04 anos foram os mais acometidos com 27,68%, devido a utilização precoce desses
produtos, visto que a pele de crianças e adolescentes ainda não está preparada para tal uso, além de ser
muito sensível. O sexo feminino apresentou maior prevalência com 66,68%. Diante do exposto,
observou-se que os casos de intoxicações por cosméticos não apresentam alto risco a saúde humana,
sendo apenas crianças as mais acometidas e o sexo feminino o que mais utiliza e se expõe ao agente.
Com a presença do rótulo do produto para o reconhecimento dos compostos químicos, o tratamento é
sempre bem-sucedido.
Camila Elidia Messias dos Santos; Victor Alexandre Barreto da Cunha; Vera Lucia Messias Fialho
Capellini
Andresa de Souza Ugaya; Elen Fernanda Sciensa; Rafael da Silva Edgar; Christiane Carrijo Eckhardt
Mouammar; Alessandra Goulart Custódio; Ana Letícia San Juan
O Programa de Educação pelo Trabalho (PET) - Saúde Interprofissionalidade tem como objetivo
“promover e qualificar a integração ensino-serviço-comunidade envolvendo docentes, estudantes
de graduação e profissionais de saúde para o desenvolvimento de atividades na rede de serviços de
saúde” (BRASIL, 2019) e tem como princípio orientador a Educação Interprofissional (EIP). No
PET desenvolvido pela Unesp, em parceria com a Secretaria Municipal de Bauru, os estudantes
dos cursos de Biologia, Educação Física e Psicologia, com o auxílio de preceptoras da saúde,
coordenação e tutoria do projeto, realizaram intervenções presenciais em 3 territórios da atenção
básica: CAPS AD III infantojuvenil, Consultório na Rua e UBS. Com o surgimento da pandemia
de COVID-19, tais intervenções foram suspensas, sendo necessário pensar em novas ações, sendo
uma delas o PetCast. No grupo de trabalho, a estudante de Biologia compartilhou sua experiência
com criação de conteúdo através de podcast para uma disciplina do curso. Ela nos enviou um pod
para que ouvíssemos e discutissemos a criação de um podcast com conteúdos relacionados à saúde.
O grupo considerou a ideia pertinente e, a partir disso, iniciamos a estruturação da ação. Definimos
os temas pensando no contexto de Pandemia de Covid-19 e dividimos o programa em três
temporadas. Na primeira, contextualizamos o PET, a Educação Interprofissional e os territórios de
atuação. Na seguinte, tratamos questões relacionadas à saúde mental, visto o aumento de
sofrimentos causados pela situação de isolamento social. A última focou nas problemáticas atuais
sobre a vacina. Para concretizar a ação, criamos funções e a cada episódio havia um revezamento
entre os membros do grupo. No início, encontramos dificuldades para nos organizarmos mas, aos
poucos, compreendemos a dinâmica de produção de conteúdos, das questões técnicas e da
necessidade de definir melhor as tarefas, de forma que as atividades foram sendo desenvolvidas de
maneira fluida. Fizemos constantes avaliações sempre pensando em como aperfeiçoar a ação.
Apesar das dificuldades decorrentes do contexto pandêmico, ficamos satisfeitos com o PetCast, que
se tornou um grande desafio e aprendizado para o grupo. Mesmo com as limitações impostas, foi
possível desenvolver a ação que teve como objetivo criar conteúdos informativos para toda
população.
Bruno Morais Kos; Larisse Silva de França; Maria Clara Melo da Costa; Yslanne Maria Barbosa de
Sousa; Jairelda Sousa Rodrigues
Intoxicação é definida como uma manifestação clínica dos efeitos adversos causados em um organismo
vivo como resultado de sua interação com alguma substância química. Todos os anos, milhares de casos
de intoxicação são registrados no Brasil, causados pela ingestão de alimentos contaminados,
medicamentos e outras substâncias. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar os casos de
intoxicação causada por alimentos e bebidas, assim definir seu perfil epidemiológico. Realizou-se um
estudo exploratório, epidemiológico e descritivo com abordagem transversal, quantitativo e
retrospectivo. Os dados coletados foram referentes a todos os estados do Brasil, através de buscas no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (DATASUS) entre 2007 até 2017. Para aprimorar a
análise, realizou-se um levantamento bibliográfico utilizando descritores como: alimento, intoxicação
e paciente, indexados no DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), de modo isolado e associados, no
período de 2010 a 2020. Foram notificados 830.675 casos de intoxicação, sendo 77.409 por alimentos
e bebidas. A região sudeste notificou 35.787 confirmados, com o estado de São Paulo abrangendo
15.484 notificações, o maior entre os estados. A faixa etária mais acometida foi entre 20-39 anos
(37,98%), com o sexo masculino (57,49%) junto com pacientes declarados parda (36,47%). O motivo
das intoxicações por alimento provavelmente está relacionado a ingestão do produto fora do prazo de
validade. A associação de várias bebidas contendo álcool ou energéticos ocasionam reações não
esperadas, resultando desde mal estar até o óbito do paciente. Diante do exposto, os casos de
intoxicações exógenas, em especial por alimentos e bebidas, causam muitos danos ao paciente e é
recorrente em unidades de urgência. Jovens e adultos, principalmente do gênero masculino e declarados
pardos, tendem a serem os mais acometidos. O atendimento rápido torna-se essencial para reduzir os
números de mortes por esse agravo.
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti; Letícia Fornel Mangolin; Mariana Bragatti de Morais; Fabiano
Antônio Cadioli; Prof Luciana Del Rio Pinoti.
Este trabalho objetiva apresentar um grupo de terapia ocupacional com pessoas diagnosticadas com
esquizofrenia no CAPS. O grupo tem função de oficina terapêutica, a fim de trazer reflexões e conexões
por meio de atividades manuais. Através deste relato de caso pretende-se apresentar a oficina
terapêutica como instrumento de intervenção e uma alternativa à lógica manicomial ainda presente na
rede de saúde mental. O grupo acontece semanalmente, às quartas-feiras. As atividades propostas se
configuram em pinturas e desenhos, em sua maioria. Durante a realização das mesmas, há o
acompanhamento da produção de cada um, incitando reflexões e conexões do resultado com a história
individual dos integrantes do grupo. Os encontros viabilizam o estabelecimento de relações entre os
sujeitos, favorecendo a construção de vínculos e auxiliando na criação de uma rede de apoio entre eles.
Galletti (2004) pontua que o modo híbrido e migrante das oficinas terapêuticas possibilita o diálogo
entre a clínica e os outros campos da vida (comum e coletiva). Algumas das temáticas já abordadas
foram: a morte e o luto, estigmatização, religião, família. Lopes (LOPES, 1996 apud GALETTI, 2004)
discorre sobre o espaço grupal como um facilitador da expressão do sujeito, observa-se nos encontros
o compartilhamento de medos, angústias, alegrias, perdas, como quando um dos participantes perdeu
a mãe e buscou acolhimento dentro das oficinas terapêuticas. O momento semanal no CAPS demonstra
a importância da criação de ambientes onde os usuários se sintam confortáveis e à vontade para trazer
suas questões. Dessa forma, o grupo se apresenta como uma alternativa às lógicas estigmatizantes e
medicalizantes, trazendo uma humanização tanto para os usuários, quanto para as profissionais.
Yasmin Franco Rodrigues Silva; Maria Clara Barcelos de Aquino; Carolina Teixeira Bertoni; Giuliana
Rizzo Taveira; Míriam Carmo Rodrigues Barbosa
Introdução: Fatores associados ao aumento da expectativa de vida da população trazem consigo enormes
desafios para sociedade, razão pela qual, com frequência, a pessoa idosa passa por um processo de
exclusão social involuntário. Nesse contexto, pode-se dizer que as Universidades Abertas à Terceira
Idade (UNATI´s) têm contribuído na reinserção dos idosos na sociedade, disponibilizando espaços
educacionais onde o idoso seja considerando protagonista de direitos e deveres. Objetivo: Nessa
perspectiva, este estudo tem como objetivo desenvolver ações de educação em saúde mediante dez
oficinas em grupo sobre “Educação em Saúde” com idosos frequentadores da UNATI da
UNESP/Franca como estratégia de inclusão social, troca de saberes e ampliação de conhecimentos
sobre vários temas vinculados à promoção de saúde e qualidade de vida. O referido projeto foi
desenvolvido em parceria com o programa de pós- graduação em Promoção da Saúde (PPS) da
UNIFRAN sob o protocolo no CAAE 21932819.0.0000.5495. Materiais e Métodos: Trata-se de uma
pesquisa com delineamento transversal, de natureza aplicada com característica quantitativa,
exploratória, descritiva. Discussão: Iniciativas como esta, respondem às vontades de aprender e
desenvolver novas habilidades como forma de enriquecimento pessoal, do capital cultural na terceira
idade, além de se reafirmar a importância dos trabalhos em grupo como ferramenta de inclusão social e
pertencimento. Conclusão: As UNATI´s, assim como outros espaços educacionais, constituem uma
alternativa eficaz no processo de inclusão social e empoderamento do idoso, promovendo desta forma a
intersetorialidade e o desenvolvimento de ações nos âmbitos social e da saúde, atuando ainda como
apoio para o enfrentamento das adversidades típicas do envelhecimento.
Gabriela Cristina Baccaro; Monique Gonçalves da Costa; Anderson Maikon Souza dos Santos;
Tiburtino José de Lima Neto; Eduardo Hochuli Vieira; Leonardo Perez Faverani
A presença de dentes ectópicos é uma condição rara, estando limitada a 1% da população. Essa condição
pode ser resultado de traumas, processos patológicos e distúrbios de desenvolvimento. Diferentes áreas
dos maxilares, como seio maxilar, fossa nasal e côndilo mandibular podem ser atingidas por essa
alteração. A presença de dente em cavidade nasal pode causar uma reação de corpo estranho com
possível surgimento de Rinolitíase. O presente trabalho objetiva relatar um caso de cefaleia crônica
associada a dente supranumerário com rinolitíase o qual foi tratado cirurgicamente. Paciente do sexo
feminino, leucoderma, 38 anos de idade, compareceu ao ambulatório de Cirurgia Buco-maxilo-facial
com queixa de cefaleia intensa recorrente, a qual abrangia a região dos seios da face, também descrevia
a ocorrência de odor desagradável e histórico de epistaxe em narina esquerda. Foi observado, por
endoscopia, a presença de material calcificado, de coloração esbranquiçada, que se expandia do
assoalho de fossa nasal esquerda para concha nasal média, associado com tecido de granulação. Foi
observada, ao exame tomográfico, a presença de material hiperdenso em assoalho de fossa nasal à
esquerda, com características semelhantes às de um dente em posição invertida e, também, um material
hiperdenso, o qual permeava a concha nasal inferior e se estendia para a concha nasal média, sugerindo
a hipótese de odontoma ou rinolitíase, o qual foi submetido a biópsia incisional. O exame
histopatológico evidenciou um material mineralizado com presença de tecido necrótico e infiltrado
inflamatório compatível com Rinolitíase. A cirurgia foi realizada sob anestesia geral e por via
endoscópica, sendo possível a remoção facilitada de todo o material por meio de descolamento simples.
A Tomografia Computadorizada é o exame de imagem mais utilizado e de melhor resultado para
determinar o posicionamento e relação do dente e do rinólito com as estruturas adjacentes. A remoção
completa do dente em cavidade nasal realizada sob anestesia geral com uso de endoscópio, tem sido o
tratamento preferido pela maioria dos cirurgiões nos últimos anos. Portanto, a remoção do dente e do
rinólito por via endonasal com auxílio de endoscópio se mostrou uma técnica cirúrgica de fácil
execução, conduzindo a resolução de todos os sinais e sintomas associados.
Geovana Almeida dos Santos Araujo; Marciele Freire da Silva; Nadia Maia Pereira; Raquel de Brito
Pereira; Taynara Lais Silva; Diêgo Afonso Cardoso Macêdo de Sousa
Anielle Oliveira da Silva; Isabela de Sousa Vargas; Jéssica Moreira Fernandes; Maria Paula Bernardo
dos Santos; Vivian Aline Preto
Introdução: A insuficiência renal crônica é caracterizada pela perda gradual ou total da função
renal e muitas vezes resultam na necessidade de terapias renais substitutivas e transplante. Entretanto,
diante da possibilidade de um transplante, alguns pacientes se recusam e preferem manter o tratamento
conservador que já realizam. Objetivo: Realizar um levantamento sobre quais são os motivos que
levam um paciente renal crônico a se recusar a um possível transplante. Materiais e métodos: Trata-se
de um estudo de abordagem qualitativo-descritivo e exploratório, onde os dados foram coletados de 15
pacientes, através de um questionário, no Hospital do Rim da Santa Casa, localizado em Araçatuba,
com pacientes com condições clínicas favoráveis para um possível transplante que recusam realizar
o procedimento. A coleta de dados foi realizada após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
instituição, atendendo os preceitos éticos da Resolução nº 446/12 2 510/16 do Conselho Nacional de
Saúde. Resultados: Após a análise das informações coletadas, foram divididas categorias para facilitar
a compreensão do estudo diante dos relatos e dos motivos dos pacientes entrevistados diante do fato
exposto. As categorias foram: Adaptação e Satisfação com o Tratamento Atual; Medos Relacionados
às Complicações no Pós- Transplante, Medos Relacionados ao Óbito em Decorrência do Pós-
Transplante e por fim, Causas Distintas que esteve presente em poucos depoimentos, que apontaram a
religião, a não aceitação de órgãos de estranhos e experiências negativas com transplante anterior como
causa para recusa de um possível transplante renal. Conclusão: Constata-se que não são todos
pacientes portadores de insuficiência renal crônica que aceitam realizar um possível transplante futuro,
alguns decidem optar por continuar o tratamento conservador ao qual são submetidos rotineiramente
e recusam o transplante por motivos pessoais de adaptação com o tratamento que está sujeito, por
medos dos riscos e complicações após o novo procedimento. Sendo importante para a equipe
multidisciplinar que lida com estes pacientes, que compreendam estas informações, respeitem a
autonomia dos pacientes e consigam esclarecer dúvidas em relação a este assunto.
Daniela Alvim Chrisostomo; Mariella Padovese; Mayra Frasson Paiva; Nayara Gonçalves
Emerenciano; Robson Frederico Cunha; Cristiane Duque
O Nevo Branco Esponjoso (NBE) é uma desordem autossômica dominante, caracterizada por placas
brancas difusas que afetam a mucosa bucal. O objetivo do presente trabalho foi relatar o caso clínico
de nevo branco esponjoso em um paciente atendido na Bebê Clínica da Faculdadede Odontologia de
Araçatuba FOA-UNESP. O paciente VSA, 3 meses de vida, sexo feminino, foi levado à Bebê Clínica
por seus pais, os quais se queixaram da presença de manchas brancas em toda a mucosa bucal da
criança. Ao exame clínico, foi observada a presença de placas brancas rugosas e difusas, localizadas
bilateralmente na mucosa jugal, mucosa do lábio superior e superfície dorsal da língua. No histórico
médico não houve relato de qualquer tipo de alteração sistêmica, e a mãe ainda relatou que o caso havia
sido diagnosticado por dois médicos como candidíase, não obtendo sucesso no tratamento instituído
com Nistatina. Uma revisão da história familiar revelou que a mãe do paciente possui histórico de nevo
branco esponjoso em sua cavidade bucal, o que foi um fator determinante para o diagnóstico na
criança, uma vez que o nevo branco esponjoso constitui uma desordem hereditária, autossômica
dominante. Diante disso, podemos concluir que um diagnóstico eficiente deve ser embasado em uma
anamnese minusciosa, uma vez que a mesma pode trazer informações importantes e decisivas
para ocorreto diagnóstico e evitar tratamentos desnecessários.
Amanda Helena Laurindo Silva; Lucas Mariano Santos Novaes; Mariana Fulanetti Costa; Denise
Hollanda Iunes; Lígia de Sousa Marino; Juliana Bassalobre Carvalho Borges
Introdução: o Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença crônica não transmissível que corresponde a cerca
de 90% de todos os casos de diabetes. O aumento da taxa de obesidade, sedentarismo e os processos de
urbanização são considerados as principais causas do aumento da incidência e prevalência do diabetes
mellitus tipo 2, além de estar associada ao surgimento de complicações, como insuficiência renal,
amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular, gerando comorbidades aos
pacientes e um alto custo ao sistema de saúde. Objetivos: avaliar a composição corporal de indivíduos
com diabetes mellitus tipo 2 e comparar segundo o sexo. Métodos: foi realizado estudo transversal com
193 indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE
2.138.277). A avaliação foi constituída por dados socioeconômicos, clínicos, nível de atividade física
(IPAQ) e composição corporal com balança de bioimpedância (massa corporal, índice de massa
corpórea, índice de gordura corporal, índice de água, porcentagem de massa muscular e peso dos ossos)
e circunferência de cintura. A análise estatística foi efetuada com o Software The R. Foundation for
Statistical, Teste de Shapiro-Wilk e teste U de Mann-Whitney; nível de significância de 5%.
Resultados: Dentre os indivíduos avaliados, 67,4% eram do sexo feminino e 32,6% do sexo masculino;
a média de idade foi de 61,26 ± 10,10 anos, massa corporal 77,85±16,6 kg e IMC 31,2±5,3 kg/m². A
maioria foi considerada com obesidade grau II, a circunferência de cintura (104,7cm ± 12,1) aponta um
aumento substancial do risco cardiovascular, mais de 65% da amostra se enquadra na classificação de
insuficientemente ativo, pelo questionário IPAQ. As mulheres, apresentaram massa corporal, IMC e
índice de gordura corporal aumentado, sendo p<0,05, comparadas ao sexo masculino. Os homens
apresentaram índice de água, massa muscular e peso dos ossos aumentado, com p<0,05, comparados
às mulheres. Conclusão: É possível considerar que a amostra em estudo apresentou, em sua maioria,
obesidade e aumento substancial do risco cardiovascular. Porém, as mulheres apresentaram aumento
significativo de massa corporal, com maiores valores de gordura corporal, em comparação aos homens,
evidenciando maior susceptibilidade ao desenvolvimento de doenças associadas e comorbidades.
Mileni Buzo Souza; Maria Eloise de Sá Simon; Anderson Maikon de Souza Santos; Tiburtino José de
Lima Neto; Leonardo Perez Faverani; Eduardo Hochuli Vieira
Comunicação buco-sinusal é uma intercorrência comum após extrações dentárias na região maxilar
posterior, envolvendo principalmente primeiro e segundo molar. Tal comunição, no geral, envolve
dentes com raízes divergentes nas proximidades de espaços edêntulos, situação em que o seio maxilar
se torna pneumatizado, fazendo com que o ápice dentário esteja em íntima relação com a cavidade
sinusal. O objetivo do presente trabalho foi relatar um caso clínico de fechamento de fístula buco-
sinusal utilizando retalho vestibular. Paciente de 68 anos, sexo masculino, foi submetido a exodontia
do dente 17, após três meses procurou o serviço apresentando uma ampla fístula buco-sinusal na região
relatada, com extensão de 1,1 centímetro por 0,8 centímetro, com presença de secreção purulenta. Foi
realizado antibioticoterapia com amoxicilina com clavulanato de potássio para o tratamento do processo
infeccioso. O fechamento da comunicação se deu através de um retalho vestibular com duas relaxantes,
rebatimento da bola adiposa de Bichat para um fechamento em primeira camada e fechamento com
retalho vestibular em segunda camada. A escolha da técnica cirúrgica para o fechamento das fístulas
buco-sinusal é motivo de discussão na literatura. Há autores que defendem o uso da rotação de retalhos
palatino, pois é espesso com bom suprimento sanguíneo,além de permitir recobrimento com tecido
ceratinizado, e desaprovam o uso dos retalhos vestibulares dado que os mesmos acarretam a uma
notável perda de fundo de vestíbulo carecendo de uma segunda intervenção cirúrgica. Outros autores
acham melhor utilizar o deslizamento do retalho vestibular e certificam que este tipo de retalho não
provoca alterações no contorno facial, sendo o fundo de vestíbulo perdido restituído em oito semanas
do pós- operatório. Por outro lado, contra-indicam o uso dos retalhos palatais em virtude da sua
tendência a contrair quando são levantados do osso e exigem uma cicatrização por segunda intenção da
área doadora. Além disso, a utilização da técnica com o retalho da bola adiposa de Bichat, possui uma
alta taxa de sucesso e eficiência no tratamento da fístula buco-sinusal. Diante do resultado obtido,
conclui-se que o fechamento com uso de corpo adiposo e retalho vestibular é previsível e repara
adequadamente mesmo fístulas amplas.
Claudia Aparecida Stefane; Beatriz Brecht Albertini; Estefany Camila Bomfim dos Santos
Diante do impacto da falta de ergonomia na qualidade de vida, o Grupo de Estudos sobre a Saúde do
Trabalhador/UFSCar se dedica a realizar intervenções ergonômicas e disseminar conhecimento sobre
saúde e ergonomia, de forma gratuita e atualizada desde o seu início, em 2018. Frente a necessidade da
implantação do home office pela pandemia do COVID-19, o projeto de extensão (n.
23112.104497/2019- 91) tornou suas intervenções digitais e disponíveis para estudantes. Entre agosto
e dezembro de 2020, 73 estudantes (E) e trabalhadores (T) responderam a um questionário baseado no
Ergonomic Workplace Analysis, Rapid Office Strain Assessment e Questionário Nórdico de Sintomas
Osteomusculares e com itens sobre saúde e hábitos. Após análise, foi realizada uma devolutiva
individual com recomendações de ajustes ergonômicos, leitura sobre doenças crônicas e cartilha
educativa sobre ergonomia. Os resultados demonstraram a intensa necessidade de ações de cuidados
em saúde a curto prazo, visto que 33%(E) e 50% (T) estavam acima do peso; 50% (E;T) não praticavam
atividade física; 14%(E) e 42%(T) relataram doenças crônicas (diabetes, colesterol, hipertensão) e
88%(E) e 92%(T) dores osteomusculares; 90%(E) e 91%(T) permaneciam mais de cinco horas
sentados/dia; 98%(E) e 83%(T) na frente de telas por mais de quatro horas/dia e 60%(E) e 75%(T)
realizavam menos de três intervalos ao longo da jornada. Das 11 posturas avaliadas (sentar, encostar,
posição dos joelhos, pés, cotovelos, antebraços e cabeça), todas tiveram mais de 20% dos participantes
em posicionamento errado. Quanto às percepções acerca do ambiente e da tarefa (equipamentos; nível
atividade física; posturas; atenção, volume e repetição da tarefa; autonomia; comunicação com
superiores; poder de decisão; iluminação; conforto térmico; ruído) afirma-se que o ambiente e os
processos de organização, comunicação e autonomia precisam ser revistos. Exceto "autonomia'', 54%
a 95% dos E avaliaram as condições como não ideais; entre os T, “iluminação”, “comunicação com
superiores” e “poder de decisão” foram os itens com menos problemas. Comparando esse cenário com
dados de projetos anteriores, observa-se uma piora no quadro de saúde, do ambiente físico e emocional
da atividade em home office e aumento do tempo de exposição a telas e do tempo sentado. Desse modo,
políticas públicas e institucionais visando a adequação ergonômica, ambiental e dos fluxos de processos
de trabalho precisam ser estabelecidas o mais rápido possível.
A resistência dos dentes artificiais aos impactos mastigatórios e à escovação é uma propriedade
importante para a longevidade das reabilitações. Dessa forma, está ocorrendo a comercialização
desenfreada destes produtos, dentre eles: dentifrícios, géis, colutórios, tiras de clareamento, entre outros,
que podem comprometer a superfície dos dentes. Sendo assim, esta pesquisa avaliou a resistência à
abrasão de dentes acrílicos de três marcas comerciais submetidos à escovação simulada com dentifrícios
de diferentes abrasividades através da análise da rugosidade superficial e perda de massa. Foram
selecionados 18 incisivos centrais de cada marca (Biocler, Bioform e Natusdent), subdivididos em três
grupos: água destilada (controle), dentifrício de alta abrasividade (AA) e dentifrício de baixa
abrasividade (BA). A rugosidade superficial inicial foi avaliada através do rugosímetro, comprimento
de onda de 0,25mm, velocidade média de 0,5mm/s, raio de ação de 80mm. A pesagem foi analisada
em balança analítica de cinco casas decimais. As amostras foram submetidas a 14.690 ciclos de
escovação com escova macia sob carga de 200g, simulando um ano de escovação. A diluição dos
cremes dentais foi feita na proporção 1:1. Os resultados comparativos das amostras não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas para rugosidade superficial. Já na aferição de massa, a marca
Natusdent apresentou perda de massa significativa quando comparada a Biocler e Bioform. Concluiu-
se que os grupos não apresentaram diferença estatisticamente significante quanto à rugosidade
superficial, no intervalo simulado de 1 ano de escovação. No entanto, o grupo Natusdent apresentou
perda de massa quando comparado aos demais.
Amanda da Silva Gomes; Thiago Marques Wanderley; Joice Alves Gaia; Micaely Cristina dos Santos
Tenório; Alane Cabral Menezes de Oliveira
Amanda Viana Ribeiro; Lucas Bueno Gimenez; Lucilene Sanches Cirilo da Cunha; Lara Cardoso
Buson; Gabrielle Pires de Morais Monari
O relato de caso trazido refere-se a um caso atendido em psicoterapia breve pelo NTAPS (Núcleo
Técnico de Atenção Psicossocial), que oferece um serviço de acolhimento a universitários em
sofrimento, serviços deste tipo são destacados como de relevância a área de psicologia. Trata-se de um
caso de uma cliente que apresentava dificuldades no convívio familiar, a hiper convivência com família
acabou intensificando conflitos. Outras queixas da cliente eram relacionadas à baixa autoestima,
inseguranças, dificuldades em lidar com relacionamentos amorosos, vivências passadas de bullying e
gordofobia, impactando negativamente em sua relação atual com o próprio corpo. A cobrança para ter
um corpo magro norteada por padrões estéticos sempre esteve presente. Através da realização de seis
atendimentos, realizados por videoconferência, por uma estagiária de psicologia acompanhada de uma
psicóloga, característico do modelo de acolhimento do NTAPS, buscou-se compreender e explorar a
situação-problema apresentada inicialmente, bem como pensar em possíveis intervenções, no sentido
de reflexões sobre o contexto atual da cliente, relações atuais, diferenças neste contexto com o passado,
bem como diferenças nos relacionamentos, e na forma dela se comportar frente às pessoas, expressar
suas opiniões e atitudes. Ao final dos atendimentos, a cliente relatou estar se sentindo mais segura,
mais satisfeita quanto à própria aparência e ao próprio comportamento, bem como mais preocupada e
consciente da importância de cuidar de si mesma. Através dos atendimentos foi possível direcionar a
cliente a uma situação de maior preocupação consigo mesma no sentido de autoconhecimento. O
autoconhecimento se apresenta como uma ferramenta importante para o processo terapêutico,
possibilitando uma melhor orientação de seu comportamento, resultando na obtenção de reforçadores
importantes e percepção real de si mesma, importante quando as queixas se relacionam a baixa
autoestima. O enfrentamento das dificuldades e melhorias na qualidade de vida foram direcionadas a
partir de encaminhamentos que visassem aprendizagens de novos repertórios, relacionados ao
autoconhecimento e promoção de respostas que auxiliem no manejo das circunstâncias que lhe causam
sofrimento, e a partir do relato da cliente, foi possível perceber avanços neste sentido.
A maioria dos recém-nascidos nascem em bom estado. Existe um alta taxa de morbimortalidade
perinatal decorrentes de ocorrências no nascimento e as mudanças da vida extra-uterina, um deles é a
asfixia perinatal. Diante disso o tratamento indicado para os recém-nascido acometidos por asfixia é a
hipotermia terapêutica (HT), sua estratégia neuroprotetora envolve a interrupção de alguns mecanismos
de lesão irreversível, inibindo a cascata inflamatória.O fundamental papel que a enfermagem exerce
com paciente submetido a terapia HT. Identificar na literatura existente a importância da enfermagem
frente ao recém-nascido submetido a hipotermia induzida. Trata-se de uma revisão de literatura. Os
critérios de inclusão: artigos publicados na integra nos últimos 5 anos, em português e inglês.
Descritores utilizados foram: “Hipotermia Induzida”, “Hipóxia-isquêmia Encefalica”, “Enfermagem”.
A busca foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde nas bases de dados LiLacs, BDENF e MEDLINE.
Resultados: Foram 26 artigos, 5 artigos selecionados para o estudo correspondem com a temática
abordada. Da análise dos artigos emergiram duas categorias: “Critérios para utilizar o tratamento”
evidenciou alguns criterios para indução ao tratamento: idade gestacional igual ou maior que 36
semanas, sendo a escala de apgar menor ou igual a 5 no 10 º minuto de vida, agravantes perinatais,
ressuscitação prolongada minutos após o nascimento, acidose grave pH 7,0 ou BE -16. O tratamento
consiste em baixar a temperatura central entre 33 a 34º C durante um período de 72 horas. E a segunda
categoria é “ Papel da equipe de enfermagem”: Os paciente submetido a este tratamento requer atenção
constante, monitorização dos sinais vitais, pele e extremidades evitando as queimaduras, procedimentos
de sondagem nasogástrica, sondagem vesical, instalação do termômetro esofágico e de pressão arterial
média, avaliação constante do nível de sedação com foco em evitar qualquer desconforto gerado pelo
tratamento, manipulação deverá ser mínima evitando o excesso de movimentação desnecessária,
reduzindo assim fatores estressantes. Evidenciar a eficácia do tratamento aos recém-nascidos
acometidos pela asfixia perinatal e a importância da intervenção de enfermagem, observando esses
neonatos é um grande desafio tornando seu papel fundamental no tratamento, sendo executor direto do
procedimento durante todas as fases de indução, manutenção e reaquecimento.
Isadora Caroline Pereira Sena de Carvalho; Olavo Maurício de Souza Neto; Walkerlane Adelaide
Damasceno Silva; Glenda Agra
Ricardo Antônio Vieira; Alice Regina Costa Barbosa; Alice Helena de Souza Paulino; Daniela Braga
Lima; Tábatta Renata Pereira de Brito
Bárbara Azevedo Pinto; Gabriela Cassimiro Arena; Fernanda Lopez Rossell; Flávia Salomão
Remédio; Gabriela Paim Guimarães; Isabella Ferreira Araújo
Atualmente nos deparamos com o crescimento de pessoas excluídas dos direitos sociais básicos e um
aumento na população em situação de rua. O artigo 196 da Constituição Federal de 1988 tem a saúde
como direito de todos e dever do estado, e é definida pela Organização Mundial da Saúde como estado
completo de bem-estar físico, mental e social. Vigília e sono conturbados, alimentação irregular,
ambiente hostil e consumo exacerbado de álcool, tabaco e drogas ilícitas colaboram para a debilidade
dessa população. Com isso, a estratégia de Atenção às Pessoas em Situação de Rua do PET Saúde-
Interprofissionalidade de Araraquara objetiva identificar os fatores de risco à saúde das pessoas em
situação de rua para assim promover o cuidado. Tendo isso em vista, o grupo elaborou uma ficha para
entrevistar essas pessoas, visando à coleta de dados socioepidemiológicos. Caracterizar o perfil da
população de rua de Araraquara entrevistando acolhidos em instituições no município, promovendo a
escuta ampliada e identificando suas necessidades, para posteriormente viabilizar um cuidado integral.
Os participantes do grupo foram orientados e capacitados para realizar entrevistas individuais e registrar
os dados com seus smartfones pessoais. A entrevista contou com um total de 60 acolhidos das
instituições São Pio (34), Sacrário de Amor (14) e Casa Transitória (12), que já passaram por situações
de rua. Dos entrevistados 88,3% são homens e 11,7% mulheres, a faixa etária predominante é de 35 à
56 anos. Se declararam pretos/pardos 68,3% e 31,7% brancos. 85% sabem ler e escrever, 11,7% apenas
assinam o nome e 3,3% são analfabetos. 43,3% não possui contato com nenhum familiar, 53,4%
possuem e 3,3% não informaram. Quanto ao periodo de sono, 46,7% dormiam à noite, 16,7% de
manhã e 30% não souberam informar. Relacionado aos problemas de saúde 58,3% não possuem,
8,3% são diabéticos, 8,3% são hipertensos e 10% possuem outras condições. Quanto ao uso de
medicamentos controlados, 55% utilizam e 50% apresentam algias no momento da entrevista. 100%
usaram substâncias/psicoativos, sendo predominante o tabaco/cigarro (86,6%), álcool (88,3%), crack
(58,3%), cocaína (53,3%) e maconha (45%). 53,3% relataram realizar acompanhamento médico regular.
Com os dados conclui-se que essa população apresenta uma grande necessidade de acompanhamento
em saúde em diversas áreas. Além disso, muitos sugeriram propostas para um melhor atendimento.
Maria Clara Faria Poli; Amanda Lúcia Pereira; Lícia Clara Garcia Belizário; Tiago Esgalha da Rocha;
Letícia Helena Theodoro; Ana Paula Farnezi Bassi
Lorena Rodrigues Souza; Almira Oliveira Pereira; Flávia Cruz Costa Lopes; Luana Souza Carneiro;
Priscila Alves Torreão; Márcio Campos Oliveira
Introdução: A mucosite oral (MO) é uma das complicações mais frequentes nas terapiasradioterápicas
e quimioterápicas. Ela está frequentemente associada à dor intensa, disartria, disfagia, odinofagia,
sensação de queimação, desidratação, risco de infecção e sangramento, acarretando prejuízo nutricional,
psicológico e social; inviabilidade de continuidade da terapia e até mesmo morbidade. Entre as
abordagens para prevenir e tratar a MO está a terapia a laser de baixa intensidade (TLBI). Proposição:
Realizar uma revisão narrativa da literatura acerca da TLBI nos casos de MO em pacientes em
tratamento antineoplásico. Revisão de literatura: A busca bibliográfica foi realizada no portal PubMed
utilizando os descritores “Mucositis” and “Laser Therapy”. Foram incluídos artigos publicados entre
2016 e 2021, sem restrição de idiomas. Com base na literatura, a TLBI, também chamada de terapia
fotobiomoduladora, é uma modalidade terapêutica não invasiva para prevenção e tratamento de MO,
principalmente em casos graves, onde outros métodos não são efetivos. A terapia ocorre pela aplicação
de lasers ou fontes de luz, como LEDs, na mucosa sem gerar dor ou calor. A técnica auxilia no reparo
tecidual, induz a analgesia temporária, o metabolismo celular, e reduz a inflamação. Tais resultados
melhoram a qualidade de vida do paciente, reduz o custo terapêutico e a necessidade de intervenções
farmacológicas. O uso da TLBI no manejo da MO em pacientes recebendo tratamento antineoplásico é
uma medida segura, eficaz, bem tolerada e apresenta resultados satisfatórios, proporcionando a
prevenção dos casos graves de mucosite, redução das manifestações clínicas e remissão da lesão,
muitas vezes sem recorrência. Embora não haja efeitos colaterais significativos, a TLBI deve ser
utilizada com cautela em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, pois estudos indicam que o laser
pode influenciar na proliferação das células tumorais. Outras limitações são: o seu uso em lesões de MO
na orofaringe e hipofaringe por conta do difícil acesso, o que limita a técnica; e a ausência de um
consenso na literatura sobre os protocolos clínicos.Conclusão: A TLBI é uma modalidade terapêutica
eficaz no tratamento e na prevenção da MO em pacientes com câncer, tendo efeitos positivos na
qualidade de vida dos mesmos. Porém, ainda há a necessidade de novos estudos sobre a influência do
laser nas células tumorais e o consenso de protocolos terapêuticos.
Palavras-chave: Mucosite; Terapia a laser; Terapia com Luz de Baixa Intensidade; Radioterapia;
Quimioterapia.
Monique Gonçalves da Costa; Anderson Maikon de Souza Santos; Tiburtino José de Lima Neto;
Leonardo Perez Faverani; Eduardo Hochuli Vieira
A exodontia é um dos procedimentos mais realizados por cirurgiões dentistas em sua prática clínica
cotidiana. Como em todo procedimento cirúrgico, essa abordagem pode resultar na ocorrência de
complicações intra e pós-operatórias como trismo, infecções, edema, alveolites, paretesia ou fraturas.
Essas complicações podem estar associadas a falha no planejamento, utilização de técnicas e
instrumentais inadequados, além da falta de conhecimento do profissional sobre a técnica utilizada e
sobre as estruturas anatômicas. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de uma
fratura mandibular associada à exodontia de primeiro molar, abordando seus principais fatores de risco
e tratamento. Paciente JSS, 24 anos, sexo feminino, foi encaminhada ao serviço de Cirurgia
Bucomaxilofacial do Hospital Estadual de Emergencia e Trauma devido a complicações após a
realização da exodontia do elemento 36.Ao exame físico, observou-se a presença de mobilidade de
fragmento, comunicação de tecido ósseo com o meio bucal e queixa álgica relatada pela paciente. Após
o exame clínico, foi solicitada tomografia computadorizada, que evidenciou a presença de fratura na
região de corpo mandibular se estendendo até a base do lado esquerdo. A paciente foi submetida a
procedimento cirúrgico, sob anestesia geral para a fixação da fratura, onde inicialmente foi realizado o
debridamento intrabucal de fragmentos ósseos. Na sequência realizou-se um acesso extrabucal na
região de base da mandíbula do lado esquerdo, para a fixação da fratura com placa 2.4. Foi realizada
a sutura extrabucal do acesso por planos com vicryl 4-0 para os planos internos e nylon 5-0 para pele.
Por fim, foi feita sutura intrabucal com vicryl 4-0 para fechamento do defeito ósseo decorrente da
fratura e tecido mole. Durante o procedimento cirúrgico, é de grande importância que o cirurgião
dentista esteja atento aos sinais emitidos pelo paciente, como estalidos associados à dor intensa,
sangramento abundante ou crepitação pois esses sintomas podem ser resultado de fratura mandibular.
Quando algum desses sinais é encontrado durante o ato operatório, o profissional deve investigar a
ocorrência de uma possível fratura. Diante disso, conclui-se que além da realização de uma boa
avaliação pré-operatória, o cirurgião dentista deve realizar um correto planejamento do ato cirúrgico
fundamentando-se nos princípios básicos da técnica cirúrgica.
Amanda Vitória Lima Barbosa; Gilmara Miguel Souza; Karina Tiemi Takara
Os felídeos neotropicais são mamíferos carnívoros e terrestres pertencentes à família Felidae e ocorrem
nas Américas. As periodontites são comuns, porém pouco estudadas por conta do desenvolvimento
tardio da odontologia veterinária preventiva, da alta periculosidade e do reduzido contato com os
animais, do número variado de espécies dificultando o conhecimento científico e dos recintos amplos
e coletivos prejudicando a identificação do indivíduo. É uma afecção altamente prevalente,
imunoinflamatória crônica do periodonto que resulta em perda progressiva do tecido e pode ocasionar
perdas dentárias, infecção e desconforto oral em animais de cativeiro. Este trabalho visa revisar a
prevalência de doenças periodontais em felídeos neotropicais de cativeiro. Em um estudo realizado por
ANDRADE (2013) foram avaliados três jaguatiricas, Leopardus pardalis, uma onça-parda, Puma
concolor , um gato-mourisco, Puma yaguaroundi, um gato-maracajá, Leopardus wiedii e um gato-
palheiro, Leopardus colocolo. A partir de exames físicos e odontológicos, foi possível observar três
exemplares dentre os sete (42,9%), com alteração periodontal localizada, retração gengival e exposição
parcial de raiz, fuça exposta e hiperplasia gengival. Outro estudo realizado por PRAZERES (2014)
avaliou 50 pequenos felídeos neotropicais, sendo 15 jaguatiricas, Leopardus pardali, 15 gatos-do-mato-
pequenos, Leopardus tigrinus, 10 gatos-maracajás, Leopardus wiedii e 10 gatos-mouriscos, Puma
yagouaroundi. Como resultado dos exames físico e odontológico, macroscopia e radiografia, foi
observado doença periodontal em 44 animais (88,8%), sendo cálculo dentário grau I e II e gengivite
grau I as mais prevalentes. Por fim, um estudo realizado por GOMES (2013), em 12 gatos-do-mato-
pequenos, Leopardus tigrinus e nove gatos-mourisco, Puma yagouaroundi, mostrou que mais de 90%
dos animais apresentaram gengivite grau I, e mais de 70% cálculo dentário grau I e II. Portanto, a
periodontite é frequente na clínica de felídeos neotropicais de cativeiro. Assim, deve-se manter a dieta
o mais próximo ao natural, pois alimentos moles favorecem a proliferação de bactérias, e a medicina
odontológica preventiva precisa estar na rotina desses animais.
Arthur Alexandrino; Isadora Caroline Pereira Sena de Carvalho; Olavo Maurício de Souza Neto; Ronny
Anderson de Oliveira Cruz; Glenda Agra
Câncer designa um conjunto de mais de cem tipos diferentes de doenças, cujas características são a
multiplicação e o crescimento desordenados de células malignas. Itinerário diagnóstico e terapêutico é
uma sucessão de etapas, que vão desde o início da doença, confirmação do diagnóstico até o tratamento.
Analisar a produção científica sobre o itinerário diagnóstico e terapêutico de pessoas com câncer
publicada em periódicos online. Trata-se de um estudo bibliométrico, realizado por meio de artigos
disponíveis eletronicamente, gratuitamente e em qualquer língua e indexados nas bases de dados
LILACS, MEDLINE, BDENF e SciELO e no Portal CAPES, utilizando os descritores: “assistência à
saúde”; “cuidados paliativos”; “diagnóstico”; “terapêutica”; “oncologia” conectados estrategicamente
com o operador booleano AND, considerando o período de 2010 a 2019. Os resultados mostraram que
foram publicados 12 artigos, bilíngues e em diferentes revistas nacionais e internacionais. A
investigação apontou que a maior parte das publicações foi conduzida por pesquisadores da área de
Medicina e Enfermagem, predominando o título de doutor. Quanto ao percurso metodológico, a maioria
era estudo original, com abordagem qualitativa; o formulário semiestruturado e a entrevista foram os
instrumentos mais utilizados para a coleta dos dados e a análise de conteúdo de Bardin foi técnica
de análise de dados mais empregada. Os três descritores que mais apareceram nos estudos selecionados
são: “enfermagem”, “neoplasias” e “oncologia”. De forma geral, os estudos da amostra mostram os
entraves no acesso ao sistema de saúde, bem como a compreensão de comportamentos relacionados aos
cuidados em saúde de pessoas com câncer. Além disso, os estudos permitiram compreender que pessoas
com câncer apresentaram agravamento das condições clínicas devido à falta de organização da
Rede de Atenção à Saúde. Observou-se que as publicações que envolvem itinerários diagnósticos e
terapêuticos de pessoas com câncer apresentam um enfoque biomédico e sociológico das experiências
atribuídas à doença. Acredita-se na importância de desenvolvimento de outros estudos, com amostras
mais robustas e que descrevam maiores detalhes sobre o acesso e o itinerário diagnóstico e terapêutico
de pacientes com câncer, visto que este é um ponto determinante no processo de enfrentamento à doença.
Maria Clara Faria Poli; João Victor Soares Rodrigues; Vitor Hugo Gonçalves Sampaio; Alessandra
Marcondes Aranega; Karina Helga Turci de Carvalho; Letícia Helena Theodoro
Entre as crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) e seu cuidador existe uma relação
recíproca, por consequência as diferentes adversidades na saúde, interação e comportamentos
relacionados TEA são desafiadoras tanto para a criança que possui a condição, quanto para seus
cuidadores, o que pode afetar diretamente a qualidade de vida do cuidador. Tendo isso como base,
objetivou-se com o presente estudo avaliar a correlação da qualidade de vida e sobrecarga dos
cuidadores responsáveis com o nível do TEA, grau de dependência geral e bucal de crianças com TEA,
assistidas pelo Centro de Assistência Odontológica à Pessoa com Deficiência (CAOE). Para esse estudo
foram recrutadas 40 crianças entre 5 a 15 anos diagnosticadas com TEA, em acompanhamento
ambulatorial no CAOE, e seus cuidadores. Foi aplicado aos cuidadores um questionário
sociodemográfico abordando questões relacionadas ao nível do TEA, grau de dependência geral e bucal
da criança. Também foi empregue os questionários World Healtth Organization Quality of Life
(WHOQOL-Bref) e Burden Interview para mensurar a sua qualidade de vida e sobrecarga,
respectivamente. Os dados foram tabulados e submetidos aos testes Qui-quadrado e de correlação de
Pearson (p=5%). Após tabulação dos dados foi possível identificar que o nível de sobrecarga dos
cuidadores não apresentou correlação com o nível do TEA (p=0,302) e com a dependência geral do
indivíduo (p=0,940), no entanto, houve correlação positiva com o grau de dependência para higiene
bucal (p=0,012) e com a qualidade de vida (p=0,000). Por outro lado, o nível de qualidade de vida dos
cuidadores teve correlação significativa com o nível do TEA e grau de dependência da higiene
bucal (p=0,042 e p=0,001, respectivamente), mas não teve correlação com a dependência geral do
indivíduo (p>0,05). Dessa forma, conclui-se a partir dos resultados obtidos que a sobrecarga e a
qualidade de vida dos cuidadores de crianças com TEA apresentam correlação entre si e com o grau de
dependência bucal, e que o nível do TEA influencia apenas na qualidade de vida dos cuidadores.
Maria Paula Bernardo dos Santos; Anielle Oliveira da Silva; Isabela de Sousa Vargas; Jéssica Moreira
Fernandes; Vivian Aline Preto
Tayna Rosendo da Silva; Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti; Fabiano Antonio Cadioli
Antibióticos são substâncias com ação em microrganismos inibindo seu crescimento ou os destruindo.
São empregados há muito tempo no tratamento de doenças, diminuindo a taxa de mortalidade após a
aplicação destes em terapias. É inevitável o surgimento de bactérias resistentes após o uso deste
medicamento tanto em bactérias patogênicas, quanto comensais. Existe uma grande preocupação sobre
o uso de antibióticos, pois a má utilização leva a uma maior gama de resistência de micro-organismos,
o que compromete a ação destes fármacos e gera problemas de saúde pública. Esta revisão inclui o
proposito de alertar sobre o risco do uso indiscriminado de antibióticos em animais. Na medicina
veterinária estes antibióticos são utilizados em prevenção e controle de doenças durante atendimento
clinico e procedimento cirúrgico, mesmo com o controle do médico veterinário, muitas vezes existe uso
desnecessário, porém, o maior uso indiscriminado ocorre em animais de produção e companhia pelo
proprietário, sem a prescrição de um profissional. O fator mais alarmante é que o mecanismo de
mutação das bactérias se dá mais rápido que a produção de novas drogas, podendo ter o aparecimento
de bactérias que não sejam tratadas. A proximidade dos animais de companhia com o ser humano,
assim como o consumo de carne de animais de produção, levam ao risco de bactérias resistentes de
animais infectarem humanos. Inclusive Almeida, Rossi e Carrijo (2010) avaliaram suabes nasais de
funcionários de clinicas veterinárias, mostrando presença de Staphylococcus resistente a pelo menos
uma classe de antibióticos em 78% das amostras testadas. Portanto, o uso indiscriminado de antibióticos
em animais e a proximidade com os humanos pode levar àtransmissão de microrganismos resistentes,
portanto deve incentivar o controle e venda apenas com prescrição veterinária desta classe de
medicação.
Nathalia Maria Salvadeo Fernandes Parizoto; Murilo José Vendramini Cuoghi; André Rodrigues Dos
Santos Souza; Paulo Cezar Candido; Marianna Sanz Melis; Sergio Pereira
Letícia Fornel Mangolin; Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti; Fabiano Antonio Cadioli
Com o avanço de estudos preventivos, diagnósticos e terapêuticos na medicina veterinária, houve uma
melhora significativa quanto à expectativa de vida dos pets proporcionando conforto e bem-estar animal.
Entretanto, a higiene bucal dos cães ainda é negligenciada pelos tutores, seja por falta de informação,
tempo ou dificuldade em se realizar esse processo. Por meio dessa revisão de literatura buscou-se
elucidar os fatores de risco para ocorrência da fístula infra-orbitária e sua prevenção. As periodontites
e gengivites regularmente ocorrem como um processo evolutivo e por essa razão acometem
principalmente cães mais velhos, sem predisposição racial ou de sexo, iniciando como uma placa
bacteriana que conforme se cronifica evolui para o cálculo dentário, que é capaz de causar lesão tecidual
no epitélio de fixação gengival, no ligamento periodontal, na superfície cementária da raiz até
chegar no osso alveolar; esse processo leva à formação de um abscesso periapical com consequente
formação de fístula na região infra orbitária para drenagem de secreção. Também pode ocorrer de forma
iatrogênica, neoplasias, lesões, traumas e fraturas dentárias ou de coroa, onde se torna possível a entrada
de bactérias para a raiz devido a exposição da polpa dental com formação de abscesso evoluindo para a
“fístula do carniceiro” ou fistula infraorbitária que se localiza no quarto pré-molar superior. Esse dente
é inserido nos alvéolos do osso maxilar através de três raízes distintas próximas a região infra-orbitária
dos cães. Logo, é possível ver uma solução de continuidade com secreção e aumento de volume dessa
região. Ocorre osteólise periapical que é uma inflamação em resposta a necrose pulpar e contaminação
bacteriana do canal radicular do dente sendo possível a visualização por exame radiográfico. O
tratamento é feito por exodontia ou endodontia associado a administração de antimicrobianos e
antiinflamatórios. A melhor prevenção é a higiene oral, com produtos mastigáveis, escovação,
antimicrobianos, antibacterianos e intervenção do médico veterinário periodicamente. O controle das
placas bacterianas para se evitar as periodontites é parte essencial. A escovação remove o biofilme do
dente através do atrito, logo, esse hábito seria capaz de reduzir 90% a predisposição à periodontite,
devido ao controle da placa bacteriana.
Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti; Tayna Rosendo da Silva; Fabiano Antonio Cadioli
Luiza Santana Monteiro da Silva; Tássia Teles Santana de Macêdo; Wilton Nascimento Figueredo;
GustavoMarques Porto Cardoso; Rodrigo Marques da Silva; Rodolfo Macedo Cruz Pimenta
Desde o começo da pandemia 10.138.265 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus (COVID-
19). A cidade de Salvador possui o maior número de casos decorrentes da COVID-19 na Bahia, e
apesar da alta incidência dos casos, o índice de isolamento registrado na cidade está abaixo do mínimo
recomendado. Neste cenário, o monitoramento epidemiológico desempenha um papel fundamental no
enfrentamento da doença, para a análise dos dados de forma a prever o seu comportamento, bem como
a sua evolução. Analisar o perfil dos soteropolitanos acometidos com a COVID-19. Estudo
epidemiológico, retrospectivo, observacional e descritivo, utilizando dados secundários referentes aos
casos notificados da COVID-19 em Salvador. Os dados foram fornecidos pela Secretaria de Saúde de
Salvador, provenientes da Diretoria de Vigilância à Saúde, e coletados através da Ficha de Investigação
de Síndrome Gripal Suspeito de Doença pelo Coronavírus 2019, no período de 1º de março até 30 de
junho/2020. Os dados foram extraídos da plataforma Microsoft Excel, versão 2017, e as análises
estatísticas foram realizadas no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.
Os resultados descritivos foram apresentados em tabelas na forma de números absolutos (n) e frequência
(%). Foram confirmados 34.692 casos da doença no período analisado, com maior número de casos
entre os adultos (77,3%), do sexo feminino (53,7%), e raça/cor parda (56,7%). O distrito sanitário
Barra/Rio Vermelho apresentou o maior notificado no município. As doenças cardíacas (10,4%) e o
diabetes mellitus (7,8%) foram as patologias pregressas mais relatadas entre as pessoas infectadas,
sendo que a maioria dos casos evoluiu com a cura da doença (67,5%). O perfil dos casos notificados
de COVID-19 no munícipio de Salvador apresentou tendência de crescimento quando comparado ao
nível nacional. Contudo, dados evidenciaram similaridade quanto ao perfil clínico das pessoas
infectadas. Dessa forma, reforça-se a atuação da vigilância, do monitoramento, da prevenção, das
medidas de biosegurança e do isolamento social proposto pelas autoridades de saúde para que seja
possível diminuir a propagação do vírus SARS-CoV-2.
Maria Eloise de Sá Simon; Mileni Buzo Souza; Anderson Maikon Souza dos Santos; Tiburtino José
de Lima-Neto; Eduardo Hochuli-Vieira; Leonardo Perez Faverani
Lesões agudas dos tecidos moles da face são comumente encontradas no cenário de emergência como
lesões isoladas ou com trauma esquelético facial concomitante. Os acidentes motociclísticos,
atualmente, correspondem à causa de aproximadamente 29% dos traumas faciais em terço médio de
face. Objetiva-se apresentar um caso de tratamento cirúrgico de fraturas de terço médio do tipo Le Fort
I e Le Fort II, associada a múltiplos ferimentos de tecidos moles. Paciente do sexo masculino, 24 anos
de idade, foi atendido pela equipe de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial após sofrer trauma
decorrente de acidente motociclístico em área rural, alcoolizado e sem o uso de capacete. Sob anestesia
geral, os ferimentos foram limpos, debridados e suturados e o paciente permaneceu sob observação na
UTI do hospital durante uma semana para acompanhamento do trauma neurológico e regressão do
edema, sendo planejada a fixação cirúrgica das fraturas para um segundo momento. Após uma semana,
o paciente apresentava-se estável e foi transferido para a enfermaria do hospital. A cirurgia de fixação
das fraturas pôde então ser realizada pela equipe de cirurgia bucomaxilofacial sob anestesia geral. Sob
acompanhamento pós–operatório o paciente apresentou retorno da oclusão dentro dos padrões de
normalidade, adequada evolução da região fraturada, dos ferimentos em tecido mole, do edema e então
recebeu alta. O efeito do trauma em face pode gerar diversas complicações como parestesia de nervos,
rinoliquorreia, má oclusão, entre outros, incluindo o prejuízo da motricidade facial associado à fibrose
cicatricial, como no caso citado. Desta forma, é de grande importância ressaltar a necessidade do
adequado cumprimento da legislação através do uso do capacete e proibição do uso de álcool para
condutores de veículos, de modo a prevenir tais acidentes. Conclui-se que o tratamento das fraturas de
terço médio, associadas a ferimentos de grande extensão é complexo, entretanto medidas simples de
prevenção e conscientização, de acordo com o cumprimento da lei, podem evitar consideravelmente a
ocorrência de acidentes que colocam em risco a vida dos indivíduos e das pessoas a sua volta.
Rodolfo Barcellos Crevelin; Eduarda Teixeira Lorenzoni; Mariana Stefenoni Ribeiro; Juliana Pelição
Moraes; Luisa Schilmann Frisso; Carlos Eduardo David De Almeida
Luick Cardoso Soares; Anderson Saranz Zago; Jair Murillo Lé Luciano; Elaine Cristina Nunes
Fagundes Costa; Cristiane Aparecida Carlos da Silva; Larissa da Silva Romano
Edson Olivari de Castro; Josiane Fernandes Lozigia Carrapato; Magna Gabriella Viganó Cavalcanti;
Camila Gabriela Marques da Assumpção Renzi; Natália Cristina Cadamuro Ribeiro; João Gomes Netto
Viviane de Oliveira Zequini Amarante; Nubia Pini; Mariana Emi Nagata; Liliana Carolina Báez-
Quintero; Robson Frederico Cunha; Thayse Yumi Hosida
Viviane de Oliveira Zequini Amarante; Mariana Emi Nagata; Robson Frederico Cunha; Thayse Yumi
Hosida
O traumatismo dental é comum em crianças em função da menor resiliência do osso alveolar, o que
favorece as lesões nos tecidos de sustentação. Outro aspecto é o fato do rebordo alveolar abrigar os
germes dos dentes permanentes, o que diminui a massa óssea e torna as paredes mais finas. A luxação
intrusiva consiste no deslocamento do dente para o interior de seu alvéolo, seguindo uma direção axial.
Clinicamente, as injúrias traumáticas apresentam diferentes graus de intrusão: Grau I (intrusão parcial
leve,na qual mais de 50% da coroa é visível), Grau II (intrusão parcial moderada, onde menos de 50%
da coroa é visível), Grau III (intrusão severa ou total da coroa). O objetivo do presente trabalho é
relatar uma intrusão severa do dente 61 e seu acompanhamento clínico e radiográfico. Paciente de 15
meses de idade, compareceu a Bebê Clínica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP) uma
semana após sofrer um traumatismo que resultou na intrusão total do dente 61. Ao exame clínico
constatou-se gengiva bastante edemaciada e ausência do dente 61. Após exame radiográfico confirmou-
se a intrusão total do dente 61 e ápice da raiz deslocada em direção vestibular. O tratamento tardio foi
expectante onde aguardou-se a reerupção espontânea do dente, além disso, orientou-se alívio oclusal
(controle do uso de chupeta, mamadeira, hábitos de roer objetos e unha) e controle mecânico do
biofilme. Foi realizado acompanhamento clínico e radiográfico de 7 dias, 1 mês e 3 meses após o
traumatismo. No último controle observou-se total irrupção do dente 61, gengiva e ápice do dente
traumatizado com aspectos de normalidade. A partir do caso clínico apresentado conclui-se a
importância do controle clínico e radiográfico principalmente nos casos de lesões traumáticas na
dentição decídua além do monitoramento até a erupção do permanente para detecção de possíveis
sequelas nos dentes sucessores.
Amanda Da Silva Gomes; Thiago Marques Wanderley; Joice Alves Gaia; Micaely Cristina dos Santos
Tenório; Alane Cabral Menezes de Oliveira
A ingestão energética materna relaciona-se com o ganho de peso gestacional, o qual pode influenciar
o estado nutricional, que uma vez inadequado pode promover desfechos desfavoráveis para a saúde do
binômio mãe-filho. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo avaliar a relação entre estado
antropométrico e ingestão calórica de gestantes atendidas pela rede pública de saúde de Maceió-AL.
Estudo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (parecer nº2.814.845), realizado no ano
de 2019, na rede pública de saúde de Maceió-AL. Aplicou-se questionário padronizado contendo dados
socioeconômicos e dietéticos, esse último avaliado através da aplicação de três recordatórios
alimentares de 24 horas. Realizou-se a verificação da altura (m) e do peso (Kg) para cálculo do Índice
de Massa Corporal (IMC) gestacional. As análises estatísticas foram realizadas no pacote estatístico
SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 20.0, realizando teste de Kolmogorov-
Smirnov para avaliação da normalidade das variáveis. Os dados foram expressos por meio de médias
e desvio-padrão, utilizando-se o teste ANOVA para comparar o consumo calórico (Kcal) entre as
diferentes faixas de IMC, considerando p<0,05 como significativo. Participaram 100 gestantes, com
idade cronológica média de 24,74 ± 6,35 anos (25,0% adolescentes e 8,0% com idade < 35 anos) e
média de idade gestacional de 29,02 ± 3,66 semanas. 25,3% referiram renda familiar mensal < 1 salário
mínimo (renda média de 1.440,71 ± 1029,32 reais) e 34,0% trabalhavam fora do lar. Houve ausência
significativa entre o consumo calórico segundo as faixas de IMC avaliadas (p=0,627). Foram
identificadas médias calóricas de: 2029,61 ± 468,58 Kcal para gestantes com baixo peso; 2053,86 ±
603,77 Kcal para as eutróficas; 2154,54 ± 630,31 Kcal para as com sobrepeso e 1872,50 ±423,03 Kcal
para as obesas. Não houve diferença significativa entre os grupos segundo as faixas de IMC, porém,
observou-se menor consumo alimentar nas gestantes com obesidade, sugerindo possível omissão de
informações ou restrição calórica. O consumo alimentar das gestantes deve estar de acordo com suas
necessidades segundo o período gestacional, ganho de peso e a faixa de IMC, sendo esperada diferença
entre as faixas. Avaliar o consumo alimentar de gestantes é essencial, visto que pode auxiliar em
estratégias para diminuir os riscos gestacionais.
Rodrigo Pereira de Lima; Josiclei de Castro Moraes; Rycila Thaiana Lima Viana; Thiago Brito Xavier
A osteomielite é uma inflamação, geralmente de origem infecciosa, que invade o osso e seus espaços
medulares com tendência à progressão para as corticais ósseas e tecidos adjacentes.Além disso, a
osteomielite mandibular é a mais frequente em relação aos demais ossos craniofaciais devido ao
suprimento sanguíneo pobre. A infecção é de origem polimicrobiana e doenças sistêmicas
frequentemente estão associadas. Paciente do sexo feminino, 65 anos, osteoporótica, submetida à
exodontia do dente 38 há aproximadamente 2 anos, fez uso de Alendronato 1 ano após extração
dentária; compareceu ao Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital
Universitário João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará (HUJBB/UFPA) com queixa de
dor e presença de secreção purulenta na região retromolaresquerda. No exame físico extra e intraoral
observou-se fístula na região de ângulo mandibular do lado esquerdo com ausência de drenagem ativa
e presença de débito purulento na região retromolar esquerda. No exame radiográfico, notou-se raiz
residual na região do 38 extraído e área radiolúcida sem contornos definidos, entremeada por espaços
radiopacos em corpo/ ângulo mandibular, sendo diagnosticada com osteomielite crônica. A paciente
foi submetida à terapia antimicrobiana com Clindamicina 600mg de 8/8 horas por 7 dias e foram
solicitados os exames pré-operatórios incluindo TC de face. No procedimento cirúrgico, foi realizada
sequestrectomia e instalação de placas de titânio por conta da fragilidade mandibular. No pós-
operatório, a paciente evoluiu com discreto edema, ausência de dor e sem sinais de infecção. A
osteomielite mandibular é uma patologia de tratamento complexo e os resultados são imprevisíveis por
conta de fatores como etiopatogenia. Dyn et al. (2017) afirma que a osteomielite crônica da mandíbula
não é causada por apenas um microrganismo, mas sim por diversos tipos de bactérias. Fatores como
doenças sistêmicas, assim como no trabalho em questão corroboram para que a infecção se dissemine,
além da resistência de microrganismo a vários antimicrobianos por causa da prática comum de
automedicação em países em desenvolvimento. De acordo com o caso em questão e com os dados
disponíveis na literatura, podemos concluir que é imprescindível um adequado exame clínico com
correção radiográfica para um diagnóstico e tratamento precoce, diminuindo a quantidade de
medicamentos usados pelo paciente e as complicações decorrentes do uso prolongado dos mesmos.
Jovana Maria de Carvalho; Lígia de Sousa Marino; Erika de Cássia Lopes Chaves; Leonardo César
Carvalho; Denise Hollanda Iunes; Juliana Bassalobre Carvalho Borges
Pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2), apresentam risco para o desenvolvimento de uma série
de alterações designada como Pé Diabético (PD). Essas alterações podem causar deformidades e
culminar em pontos de pressão elevados em determinadas regiões dos pés, com alteração da
Temperatura Cutânea Plantar (TCP) e possível surgimento de úlceras. O objetivo deste estudo foi
analisar a Pressão Plantar Máxima (PPM) (kPa) e a TCP (ºC) equivalente ao ponto de PPM dos pés de
indivíduos com DM2. Trata-se de um estudo transversal, a partir de um banco de dados de 208
voluntários, cujas características clínicas foram consideradas. Foram analisados 416 pés, que tiveram a
TCP (coletada em repouso) e a PPM (coletada em ortostatismo), avaliadas por meio de câmera
termográfica infravermelha e baropodometria. A PPM do pé contralateral e os pontos de TCP referentes
ao ponto de PPM, e foram avaliados a partir da impressão da imagem baropodométrica em uma folha
de transparência, que posteriormente foi posicionada sobre a imagem baropodométrica e a termográfica,
na tela do computador. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste Shapiro Wilk; prosseguiu-se
com os testes de Wilcoxon, Mann-Whitney e Kruskal- Wallis para comparações entre os pontos de PPM
e de TCP entre os pés, e para comparações entre PPM e TCP com as variáveis clínicas da amostra. O
teste de Spearman correlacionou variáveis contínuas. Os resultados apontam que o ponto de PPM é
significativamente maior em relação ao ponto equivalente no pé contralateral (p<0,0001); O índice de
massa corporal (IMC), caracterizado como obesidade II e o ponto de PPM, localizado no retropé,
indicam maior PPM no pé ipsilateral (p=0,006; p<0,0001) e no ponto equivalente ao pé contralateral
(p=0,023; p=0,004). Valores significativamente menores da TCP no ponto de PPM são vistos em
pessoas com alto risco de pé diabético e glicemia capilar menor que 99mgdl (p=0,008; p=0,004), assim
como, no ponto correspondente no pé contralateral 99mgdl (p=0,014; p=0,005). O ponto de PPM
correlaciona-se positivamente com o ponto equivalente ao pé contralateral e com a TCP do ponto de
PPM, sendo correlação fraca. A TCP no ponto de PPM apresenta forte correlação com a TCP
contralateral. O ponto de PPM correlaciona-se positivamente com a massa corporal e com o IMC. Pode-
se concluir que a PPM e a TCP se correlacionam e sofrem interferência das variáveis massa corporal,
IMC,risco do pé diabético e glicemia capilar.
Identificada em dezembro de 2019 uma nova síndrome causada pela Covid-19(SARS-CoV-2) surgiu
na província de Wuhan, China. Em janeiro de 2020 foi declarado o surto do coronavírus (COVID-19)
pela organização mundial da saúde (OMS) no Brasil. Os profissionais passaram por momentos difíceis
devido a alterações graves na estrutura e organização do programa de saúde no Brasil por más
condições de trabalho, medo de contaminar familiares e o medo da morte. Nesse contexto, o objetivo
deste estudo foi evidenciar os reflexos pandêmicos da Covid-19 na saúde mental dos profissionais de
saúde. Trata-se de um estudo qualitativo baseado em um levantamento bibliográfico de artigos
acadêmicos em português e inglês publicados entre os anos de 2020 e 2021 nas bases de dados SCIELO,
PUBMED e LILACS, utilizando-se os descritores: "Covid-19”, “Saúde mental”, “Profissionais de
saúde”. Todos os registros de artigos que continham qualquer uma dessas expressões no título ou
resumo foram identificados, armazenados e tratados. Em um primeiro momento todos os títulos foram
lidos e em seguida apenas aqueles que melhor se enquadravam tiveram seus resumos lidos. Finalmente,
após as análises, apenas um restrito número de publicações foi lidos na íntegra. Ao total foram
encontrados 120 artigos. O procedimento metodológicoadotado levou a um refinamento de 20 trabalhos
e, por fim, foram selecionados os nove artigos que melhor traziam as informações pertinentes à proposta
desta investigação. Destacam-se pontos negativos: jornadas de trabalho excessivas, escassez de
insumos e equipamentos, baixos salários, baixo reconhecimento profissional, medo de transmitir o vírus
para familiares e medo da morte, podendo acarretar associados ou isolados, depressão, ansiedade,
distúrbios do sono, insônia e angústia.Os achados mostram o reflexo impactante causado pela Covid-
19, pela falta de material, atividades excessivas trazendo exaustão física e mental, falta de
reconhecimento do trabalho pelo baixo salario, medo de serem contaminados e levarem o vírus para
casa, induz o sofrimento mental aos profissionais de saúde. Desse modo é importante a inserção de
acompanhamento psicológico com intuito de minimizar os impactos negativos, possibilitando o
fortalecimento físico e mental, gerando melhor condições de trabalho e assistência em frente ao cenário
atual.
Maria Bethânia Alves de Freitas; Mikael de Souza Oliveira; Ivana Maria Esteves Maciel
O novo coronavírus (COVID-19) trouxe a maior emergência de saúde pública que a comunidade
internacional enfrentou em décadas, promovendo inúmeras dúvidas e incertezas quanto ao seu
surgimento, suas formas de interação no corpo humano e tratamentos eficazes que viabilizem seu
combate e prevenção. Neste contexto, os mais recentes avanços nas pesquisas científicas vêm
objetivando encontrar vacinas que sejam eficazes no combate à COVID-19, tendo em vista a vacinação,
como um dos maiores avanços da ciência moderna, permitir a prevenção de mais casos da doença e
morte precoce do que qualquer outro tratamento. Nada obstante à importância da vacinação no combate
ao novo coronavírus, grupos midiáticos ativos, notícias falsas (“Fake News”) e teorias não científicas
fortaleceram o aparecimento de argumentos anti-vacinação no cenário brasileiro. Considerando que um
dos maiores desafios do tratamento vacinal pode ser a adesão da população a esta medida preventiva,
o presente artigo possui o objetivo de analisar a adesão da comunidade acadêmica do UNIFUNEC
(professores, alunos e funcionários de todos os níveis) à vacinação contra o novo coronavírus. Tratando-
se de pesquisa quantitativa, no referido percurso metodológico, utilizou-se como material e método
questionário construído no GOOGLE FORMS, constando de perguntas de identificação do grupo
dentro da comunidade acadêmica do UNIFUNEC, idade, sexo, escolaridade, com o fim de identificar
se esses indivíduos tomariam a vacina ou não, apontando as respectivas razões. Como resultados, foi
possível constatar que a comunidade acadêmica do UNIFUNEC irá aderir à imunização provocada pela
vacina, com 81,6%, pela imunização, eficiência e segurança pretendidas.
Jéssica Moreira Fernandes; Maria Paula Bernardo dos Santos; Lucila Bistaffa de Paula.
Jéssica Moreira Fernandes; Maria Paula Bernardo dos Santos; Lucila Bistaffa de Paula
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa grave e sistêmica com alta letalidade e
incidência, reconhecida como uma das "Doenças Tropicais Negligenciadas". Apesar de acometer
pessoas de todas as idades no Brasil, na maior parte das áreas endêmicas 80% dos casos registrados
ocorrem em crianças menores de 10 anos. Elucidar a incidência das notificações de LV em crianças que
residem no estado de São Paulo de 1 a 9 anos, de 2015 a 2019. Trata-se de um estudo retrospectivo, no
qual os dados do SINAN foram coletados do DATASUS, selecionando casos confirmados notificados
entre 2015 a 2019. Observou-se que de 2015 a 2019, foram notificados 188 casos de LV, sendo 2017
o ano com o maior número de casos (60) e 2019 o ano com menor número (27). Com relação a idade,
137 crianças possuíam de 1 a 4 anos e 51 possuíam de 5 a 9 anos. Dentre as notificações, 158 eram
casos novos da doença e 23 eram recidivas. Nota-se maior prevalência de LV em crianças brancas, do
sexo masculino e que moram na zona urbana. Das 188 crianças infectadas nesse período, 3 vieram a
óbito por detrimento da LV, sendo 2 do sexo masculino. Os resultados coincidem com diversos estudos
que justificam a vulnerabilidade infantil à doença pelas condições precárias de saneamento básico
associadas as regiões endêmicas sem manejo ambiental, que evitaria a transmissibilidade, e o menor
poder aquisitivo de diversas famílias, levando a dificuldades na aquisição de alimentos e
consequentemente, a desnutrição infantil, que provoca um sistema imunológico deficiente. A incidência
em crianças, também pode estar relacionada a proximidade delas com os cães, que são o principal
reservatório da doença no ambiente urbano. Apesar da queda no número de casos em crianças, sabe-se
que a LV continua sendo negligenciada. Falar de LV é essencial para que ela ganhe a atenção adequada,
novas drogas e vacinas sejam encontradas e a doença seja erradicada não só no estado de São Paulo,
mas a nível nacional. Assim, torna-se necessário a capacitação dos profissionais que atuam na Atenção
Primária à Saúde, a fim de detectar a LV precocemente e iniciar o tratamento, visando à extinção da
letalidade em todos os níveis de atenção. Além disso, a implantação de ações de educação em saúde
voltadas para a comunidade é de grande valia, já que as famílias das crianças podem adotar medidas
preventivas simples que contribuem para a diminuição da transmissão da LV.
O exercício físico apresenta efeito hipotensor tanto em indivíduos normotensos quanto hipertensos, por
isso sua prática é tão importante. Avaliar o efeito de uma sessão de ginástica na pressão arterial de
idosos. A amostra foi composta por 10 participantes do projeto deextensão Atividade Física para Idosos
da Universidade Federal do Pará (UFPA), na cidade de Castanhal, sendo 4 homens e 6 mulheres com
média de idade 67,6±7,21 anos e média da massa corporal (MC) de 68,74±12,53 kg. Os critérios de
inclusão foram ter 60 anos ou mais e ser diagnosticado com hipertensão arterial por um médico. Todos
os idosos faziam uso de medicação para tratamento da hipertensão. A aula de ginástica teve duração de
50 minutos e foi realizada com halteres, caneleiras, bastões, bola suíça e colchonetes. A pressão arterial
(PA) foi realizada por meio do aparelho de pressão automático de pulso (HEM-6124) e foi aferida com
os participantes sentados durante 10 minutos antes e 10 minutos após a aula e com o pulso na direção
do coração. Essa avaliação foi realizada no primeiro dia de retorno das aulas do projeto. Esta pesquisa
foi aprovada pelo comitê de ética da Universidade Federal do Pará (UFPA) sob parecer: 3.693.743 e
CAAE 16524719.0.0000.0018. Para análise dos dados utilizou-se o software Statistical Package for
the Social Sciences (SPSS) versão 25 para MacBook. Foi testada a normalidade dos dados e utilizado
o teste t de Student para amostras dependentes para comparação das médias e utilizado o valor de
significância de p < 0,05. A média da PAS no momento pré e pós exercício foi de 133,80±26,18 mmHg
e 123,10±25,07 mmHg (p=0,008) respectivamente e a média da PAD pré e pós exercício foi de
69,60±8,03 mmHg e 67,70±11,34 mmHg (p=0,272) respectivamente.Os resultados demonstram que
uma sessão de ginástica contribuiu para a redução da PAS de idosos hipertensos, mas não da PAD.
Paola Fernanda Santos Antunes; Caique Anízio Santos da Rosa; Izabella Mariane Ramos dos Santos;
Mariana Silveira Silva; Mara Dantas Pereira.
O Envelhecimento Ativo (EA) de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é caracterizado
como um processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança. Esses três
pilares, visam a melhoria na qualidade de vida dos indivíduos que estão em processo de envelhecimento.
O dinamismo de experiência permite formular distinção entre os fatores intrínsecos ligados a velhice
possibilitando enxergar as características do indivíduo, as dinâmicas sociais e as políticas públicas.
Assim, a busca por uma melhor qualidade de vida, envelhecimento com autonomia e independência,
tem influenciado diretamente na perspectiva de uma abordagem de promoção do EA em programas
direcionados a população idosa.Discutir sobre os desafios para o envelhecimento ativo na sociedade
atual.Trata-se de uma revisão da literatura realizada por meio da busca por artigos científicos indexados
nas bases de dados PubMed (MEDLINE), SciELO e LILACS com os descritores catalogados no Decs
e MeSH: “desafios”, “envelhecimento ativo”, “enfermagem”, empregados com o operador booleano
“AND”. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol, excluídos os que não estavam
disponíveis gratuitamente, repetidos e incompletos. Foi possível identificar que os idosos apresentam
deficiência quanto a rede de relacionamentos, sendo esta a grande preditora e influenciadora da saúde
na velhice, quando essa rede é comprometida ou até mesmo inexistente, haverá reflexo negativo na
saúde desses indivíduos. Os estudos afirmam ainda que, o abandono familiar potencializa o sentimento
de solidão aumentando a sensação de invalidez funcional possibilitando-o a optar pelo isolamento
social, influenciando de forma negativa na qualidade de vida. Logo, os determinantes econômicos e de
saúde, apresentam destaque na tentativa de busca por uma vida de estabilidade e com qualidade de vida,
apresentando impacto não satisfatório e resultados negativos nos dias atuais, estabelecendo-se como
uma barreira para o EA. Portanto, fica evidente que as políticas públicas são imprescindíveis para
propor melhorias das condições de saúde dos idosos, propondo adaptações dos sistemas de saúde. Dessa
forma, é necessário o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias, que permitam o
monitoramento de saúde e o acompanhamento a longa distância. Por fim, cabe pontuar que é essencial
adaptar estratégias que possibilitem apoio social a este público.
O tratamento oncológico engloba terapias que podem causar sérias reações adversas ao paciente. Porém,
tem-se associado a elas terapias complementares que auxiliam positivamente na evolução do paciente.
O Viscum album é uma planta semiparasita, amplamente utilizada na Alemanha, apresentando
características antitumorais. A variabilidade de compostos dessa planta está diretamente associada a
planta hospedeira ehoje representa o terceiro medicamento citostático mais prescrito ambulatoriamente.
Busca-se compreender os principais efeitos do Viscum album em seres humanos e identificar os
benefícios de sua utilização associado a terapia convencional oncológica. O Viscum album, trata-se de
uma planta semiparasita, sendo que seus efeitos citotóxicos são originados especialmente das
viscolectinas que induzem a apoptose e das viscotoxinas que induzem a necrose. Com isso, observa-
se que essa planta tem a capacidade de ativar macrófagos, granulócitos, células NK, linfócitos T, além
de inibir a motilidade e invasibilidade células tumorais. Um estudo randomizado, realizado com
mulheres com câncer de mama demonstrou que as pacientes que receberam o Viscum album tiveram
uma atividade mais alta de células NK em comparação aquelas que receberam o placebo, indicando,
portanto, a redução nos efeitos imunossupressores da quimioterapia. Dentre os benefícios do Viscum
album, pode-se destacar melhora significativa no quadro de fadiga, exaustão, sono, náuseas, vômitos,
bem-estar emocional, tristeza, ansiedade, depressão, irritabilidade e concentração. Verifica-se que além
de uma diminuição da chance de recidiva tumoral, os pacientes apresentam uma melhora significativa
na qualidade de vida e maior sobrevida. Consequentemente, é de extrema importância que estudos
clínicos da terapia com Viscum album sejam intensificados para um melhor esclarecimento de sua
eficácia e segurança. A utilização do Viscum album na Europa tem sido amplamente utilizada devido
benefícios como redução da fadiga e maior aceitação da terapia convencional. Apesar de apresentar
poucos efeitos adversos como vermelhidão no local de aplicação e prurido, hoje o Viscum album está
entre o grupo de medicamentos mais prescritos para pacientes oncológicos. Embora seja comercializado
no Brasil, observa-se a necessidade de maiores estudos clínicos afim de confirmar benefícios, segurança
e eficácia do Viscum album caso seja associado a um fármaco quimioterápico.
Lara de Freitas; Alice Regina Costa Barbosa; Daniela Braga Lima; Alice Helena de Souza Paulino;
Tábatta Renata Pereira de Brito.
O envelhecimento populacional pode ser considerado para saúde pública um dos maiores avanços do
século XX. É estimado que em 2050 cerca de 80% da população seja pessoas com mais de 60
anos. Apesar dos efeitos positivos da expectativa de vida há poucas evidências que essa longevidade
será seguida por longos períodos de boa saúde. Estudos apontam que com o envelhecimento a
população idosa tende a desenvolver condições multifatoriais, conhecidas como síndromes
geriátricas, dentre elas são citadas a depressão e apolifarmácia. Dessa forma, surge uma necessidade
de estudar porque alguns indivíduos envolvidos em polifarmácia relatam depressão. Identificar a
relação entre polifarmáciae sintomas depressivos em idosos. Trata-se de um estudo quantitativo,
transversal, analítico, realizado por meio de inquérito domiciliar com uma amostra probabilística de
472 idosos residentes em Alfenas-MG. A coleta dos dados ocorreu de julho a dezembro de 2019,
sendo utilizado um questionário contendo questões sobre aspectos sociodemográficos e condição
geral de saúde. Considerou-se como polifarmácia a utilização referida de cinco ou mais medicamentos
pelo idoso. Os sintomas depressivos foram avaliados por meio da Escala deDepressão Geriátrica.
Utilizou-se o teste ?2 de Pearson na análise estatística dos dados. Observou-se rastreio positivo para
depressão em 33,19% dos idosos e prevalência de polifarmácia de 42,00%. Do total da amostra,
observou-se maior proporção de mulheres (71,49%) e indivíduos com idade entre 60 e 69 anos (45,40%).
No que diz respeito à condição de saúde, a maior parte dos idosos era independente para atividades
básicas e instrumentais vida diária e não apresentava declínio cognitivo. Observou-se diferença
estatisticamente significativa entre polifarmácia e sintomas depressivos, sendo que a proporção de
idosos que referiram sintomas depressivos é maior dentre os que fazem uso de polifarmácia. Houve
relação entre polifarmácia e sintomas depressivos entre os idosos da comunidade, o que chamaa
atenção para a necessidade de intervenções, especialmente à nível de atenção primária àsaúde,
que possam reduzir a prevalência dessas condições e, consequentemente, melhorar asaúde dos
idosos.
Gisele Egidio Iriarte; Maria Fernanda Cazo Alvarez; Luciana Marolla Garcia; Vera Lucia Messias
Fialho Capellini.
Jefferson dos Santos Silva; Ângela Pereira Ribeiro; Maxandra Santos do Carmo; Matheus de Sousa
Rocha; Erlania do Carmo Freitas.
A posição prona é uma técnica que consiste em posicionar o paciente em decúbito ventral, permitindo
aos pulmões uma melhor oxigenação. Pesquisa já evidenciaram que na COVID-19, quadros de hipoxia
são constantes, comprometendo a saúde pulmonar dos sujeitos, sendo necessário na maioria dos casos
ao uso da ventilação mecânica, para minimizar o desconforto respiratório. Nos casos de pacientes graves
com COVID-19, essa posição deve ser evidenciada. O presente trabalho, objetiva realizar uma revisão
integrativa da literatura, visando investigar o que já foi publicado sobre a importância da pronação no
tratamento da Covid-19 em sujeitos hospitalizados.Foi realizado uma busca na base de pesquisa
“Google acadêmico” no dia 23 de setembro de 2020, com as palavras-chave: “Pronação” and
“Fisioterapia” and “Covid-19”, e foi encontrado 28 artigos. Foi realizado leituras flutuantes de cada
artigo encontrado, logo após realizado as leituras exaustivas, obtendo 05 artigos que respondiam os
critérios de inclusão da busca.Foi encontrado 05 artigos que contemplavam a temática, atuação do
fisioterapeuta na conduta da pronação para facilitar no período de convalescência da Covid-19.Conclui-
se que a técnica da posição prona, juntamente com o uso da ventilação mecânica e as condutas
fisioterapêuticas aos pacientes da COVID-19, tem sido de grande importância para a sua? reabilitação,
é bastante benéfica na melhora da oxigenação, diminuindo drasticamente a severidade dos casos de
insuficiência respiratória aguda.
A sepse aborda um conjunto de respostas sistêmicas do organismo mediante uma infecção, uma
síndrome extremamente prevalente, com elevada morbimortalidade. Além disso, o quadro clínico para
diagnóstico é diverso, variando de acordo com o foco infecioso e a resposta imune do organismo.
Atualmente, de acordo com dados de centros de saúde do Brasil e do mundo, sabe- se que os casos de
sepse são altos e apresentam alta mortalidade se não houver um diagnósticorápido e preciso. Este
trabalho tem como proposição demonstrar a epidemiologia em pacientes com sepse para que os
profissionais de saúde conscientizem sobre os altos números de casos de sepses que tiveram
complicações devido o diagnóstico errado e tardio. A sepse é uma doença que apresenta manifestações
sistêmicas no organismo a partir de respostas imunes desreguladas a infecções. Trata-se de uma
síndrome de alta mortalidade queatinge indivíduos em diversos lugares. Dados de centros de saúde do
Brasil demonstram que a morbimortalidade associada a sepse chega a ser 50% em todo território
brasileiro. Além disso, estima-se que há cerca de 15 a 17 milhões de pacientes com sepses por ano no
mundo, os quais contribuem com mais de 5 milhões de mortes anuais. Estudos abordando a sepse,
demonstram que altos números epidemiológicos ocorrem principalmente devido ao aumento da
expectativa de vida dos indivíduos, pois com o processo de envelhecimento natural há a maior
suscetibilidade doenças crônicas e imunossupressoras noorganismo. Outrossim, pesquisas mostram que
diversos casos de sepses estão presentes principalmente em indivíduos do sexo masculino e alguns
levantamentos epidemiológicos demonstram que 42,2% dos pacientes com sepse morrem em
instituições do governo e 17,7% nas unidades privadas, devido ao diagnóstico tardio da doença. Conclui-
se que a sepse é uma doença sistêmica grave e que é necessário a maior atenção dosprofissionais de
saúde para fazer o melhor diagnóstico e buscar um melhor tratamento. Além disso, é uma doença que
está relacionada com alto número de morbimortalidade no Brasil e no mundo devido ao diagnóstico
tardio e o quadro clínico pode variar entre os indivíduos, pois estárelacionado com os focos de infecções
e respostas imunes descontroladas dos organismos.
Victor Seabra Lima Prado Costa; Daiana Cristine Bündchen;Francielly Andressa Felipetti.
Devido ao crescente interesse pelo manejo não farmacológico na prematuridade e à maior frequência
do emprego da música neste âmbito, observa-se a necessidade de estudos que apresentem o que se
aprendeu de novo nessa área nos últimos anos. Apresentar uma revisão sistemática da literatura, a qual
identifique os efeitos que a música pode promover à saúde dos recém-nascidos pré-termo (RNPT),
apresentando sugestões e orientações para futuros estudos. O presente trabalho utilizou a recomendação
PRISMA (“Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses”) para melhor
relatar a revisão sistemática. Revisamos a literatura até 10 de janeiro de 2021, redigida em inglês,
português, espanhol ou italiano e que estavam disponíveis nas seguintes bases de dados: PubMed,
Scopus, APA PsycNet e Cochrane Central Register of Controlled Trials, utilizando os descritores
("premature infant") AND ("music") AND ("health"), previamente pesquisados nas plataformas DeCS
e MeSH. Para este trabalho, foram apenas considerados os estudos que utilizaram um grupo controle
em seu protocolo (“randomized controlled trials” e “quasi-experimental studies”). Um total de 26
estudos, de 1978 a 2020, com desenhos diferentes atenderam aos critérios de inclusão (com uso da
estratégia PICOS) e serviram de base para nossa análise. Investigamos o ano de publicação, o país da
instituição do primeiro autor, a intervenção musical utilizada no estudo e o principal tópico explorado
em cada artigo. Os estudos revelaram que as intervenções musicais aumentaram o alívio da dor em
RNPTs e melhoraram a estabilidade fisiológica e comportamental destes. Uma melhora nas habilidades
de alimentação e um ganho de peso mais acelerado também foram relatados. A curto prazo, a música
mostrou efeitos clínicos positivos, em especial no alívio da dor de RNPTs e em sua estabilidade
fisiológica e comportamental, porém mais estudos são necessários, principalmente quando se trata dos
efeitos de longo prazo da música na saúde dos prematuros.
Ana Carolina Oliveira Araújo; Lívia Máris Ribeiro Paranaiba; Nilva de Karla Cervigne Furlan; Ricardo
Della Coletta; Carine Ervolino de Oliveira.
O carcinoma de células escamosas oral (CCEO) é o tipo de câncer mais frequente em boca,
representando mais de 90% de todas as neoplasias malignas que acometem a cavidade oral e cerca de
4% das neoplasias malignas em todo o mundo. Apesar dos avanços e descobertas recentes, o
prognóstico dos pacientes com CCEO oral se manteve praticamente inalterado nas últimas décadas
permanecendo entre 50% e 60% em um período de 5 anos. Isto resulta do fato de que a maioria dos
pacientes com CCEO é diagnosticada com a doença em estágio avançado, quando as opções terapêuticas
são reduzidas e limitadas. Nesse contexto, estudos relatam o papel das quimiocinas e de seus receptores
em diferentes estágios da progressão tumoral, tornando-os importantes alvos terapêuticos a serem
avaliados. Particularmente o receptor de quimiocinas CCR5, tem se mostrado um importante alvo
terapêutico para o tratamento do câncer pois, além de apresentar-se altamente expresso em tecidos e
linhagens neoplásicas, promove o direcionamento de tipos celulares específicos para o microambiente
tumoral, favorecendo o desenvolvimento de metástases, a indução de angiogênese e a evasão da resposta
imune. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar a expressão de CCR5 e de seus ligantes
(CCL3, CCL4 e CCL5) em linhagens celulares de CCEO e de queratinócitos imortalizados não
transformados. Para isso, foi realizada a técnica de PCR quantitativo em tempo real, utilizando a
linhagem HACAT de queratinócitos imortalizados não transformados, e de CCEO primário SCC4, 9,
15, 25, HSC3 e CAL27. Os resultados revelaram que a expressão de CCR5 e de CCL3 foi
significativamente superior nas linhagens SCC15 e SCC25. Contudo, as linhagens HSC3 e CAL27
apresentaram expressão de CCL3 inferior ao controle (HACAT). Todas as linhagens neoplásicas
apresentaram níveis de expressão de CCL4 significativamente inferior aos queratinócitos imortalizados
nãotransformados. Com exceção da linhagem SCC4, todas as demais linhagens celulares apresentaram
baixos níveis de expressão de CCL5. Embora diversos estudos tenham identificado a expressão de
CCR5 em diferentes tipos de cânceres incluindo mama, colorretal e esôfago, é reduzido o número de
trabalhos que buscaram esclarecer os mecanismos pelos quais este receptor influencia o
desenvolvimento de CCEO. Assim, os resultados deste trabalho sugerem que o bloqueio de CCR5 e/
ou de seus ligantes pode representar uma nova oportunidade terapêutica para o CCEO. Bolsista
PIBIC/CNPq.
Febre Maculosa Brasileira (FMB) é zoonose causada pela bactéria intracelular obrigatória do gênero
Rickettsia, sendo R. rickettsii a espécie mais importante no no Brasil, no qual há cepa circulante com
elevado grau de virulência e patogenicidade para animais e humanos. O parasitismo do carrapato é
pouco específico, principalmente na fase de larva e ninfa. Na ecoepidemiológica da FMB, os
ectoparasitos possuem longo período de transmissibilidade, podendo chegar a 18 meses. Há evidencias
que desequilíbrios antropológicos culminaram em fatores de dispersão da FMB, notado pelo aumento
da densidade populacional de capivaras no perímetro urbano e periurbano. Estudos de avaliação
geoespacial em saúde otimizam tomadas de decisões por priorizar e categorizar áreas com maiores
necessidades de atenção à saúde, desde modo pode-se aplicar estudo geoespacial na FMB por
evidenciar se há perímetros com maiores vulnerabilidade à enfermidade decorrente aos desequilíbrios
no ecossistema. Portanto, este trabalho visa a caracterização da variação espacial pontual de casos
confirmados de FMB, e promover a análise geoespacial das áreas com notificação de doenças do período
de 2007 a 2017. Dados foram obtidos pelo Ministério da Saúde, e selecionou-se os casos confirmados
por zona de infecção e evolução do paciente. Análise foi feita por Pesagem Inversa de Distância para
verificar o padrão espacial do evento nos conglomerados. Identificou-se 328 municípios com registro
da doença, mas a forma endêmica é observada na região Sudeste. Detectou-se correlação especial entre
a evolução do paciente e a zona de infecção, destacando os municípios de Valinhos, Paulínia, Jaguariúna
e Sumaré (SP) que apresentaram autocorrelação espacial na morte e cura de pacientes infectados em
zonas de infecção urbana, rural e periurbana. As áreas rurais foram mais frequentemente registradas,
mas outras áreas também apresentaram relevância significativa na análise espacial, indicando diferenças
nos determinantes ecoepidemiológicos da doença. Unidades espaciais com correlação positiva devem
ser priorizadas em termos de ações preventivas e de vigilância, bem como novas investigações
epidemiológicas são necessárias para identificar outros fatores que corroborem a correlação espacial da
doença. Aspectos ecoepidemiológicos com diferenças na unidade geoespacial determinam a ocorrência
da doença e auxilia no estabelecimento de medida profiláticas.
Durante o decorrer dos anos houveram diversas mudanças no comportamento da mortalidade por câncer
de colo de útero, resultando acentuadamente em diversas variações na incidência da doença e em seus
importantes determinantes, sendo perceptível a variação da tendência. Os fatores sociais que estão
diretamente ligados com a mortalidade por essa patologia são: pobreza, baixa escolaridade, residência
na zona rural e a falta de acesso aos serviços de saúde. Dessa forma, os fatores socioeconômicos e
sociodemográficos se apresentam como destaques uma vez que, são determinantes importantes na
incidência e mortalidade sendo conhecidos como condicionantes para desigualdade da carga de câncer.
Analisar os efeitos dos fatores sociodemográficos na mortalidade por câncer de colo de útero no estado
de Sergipe. Estudo do tipo ecológico de caráter quantitativo e analítico. Tendo como análise, dados
disponíveis no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) nos anos de 2016 a 2019. Foram
utilizadas as variáveis faixa etária, município e cor/raça. A base populacional foi obtida por meio das
estimativas do ano de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além disso foram
incluídos na pesquisa os indicadores de escolaridade, renda e índice de Gini. Para avaliar a correlação
foram aplicados os testes de correlação de Pearson, considerando a taxa de mortalidade por 100 mil
habitantes, utilizando-se do programa Microsoft Excel®. Foram identificados 318 óbitos por câncer de
colo de útero em Sergipe, com maior prevalência de mulheres em idade de 50 a 59 anos (22%), quanto
a cor/raça (67,8%) eram pardas. Por outro lado, as maiores médias de taxas de mortalidade foram:
Tobias Barreto (5,4%), Estância (4,9%), São Cristóvão (4,9%), Nª Senhora do Socorro (4,2%), Lagarto
(3,8%) e Aracaju (3,1%). A correlação entre as variáveis foi negativa e inversamente proporcional para
indicadores de renda (r =-0,321) e incide de Gini (r =-0,382). A correlação foi positiva e diretamente
proporcional para analfabetismo (r=0,545). Os resultados apresentados neste estudo demonstram que,
há desigualdade quanto a distribuição geográfica da mortalidade por câncer de colo de útero em Sergipe,
de fato são influenciados por fatores sociodemográficos, uma vez que as cidades com maiores taxas de
mortalidade localizam-se no interior do estado.
Brenda Sayuri Tanaka; Ana Cláudia Bortolozzi; George Miguel Thisoteine; André Gellis.
A experiência profissional mostra que a abordagem do processo de morte e morrer tem sido feita de
maneira rápida e superficial durante a formação do enfermeiro. Este fato tem contribuído para que haja,
não apenas uma lacuna na formação acadêmica, mas também a negação da morte como parte integrante
da vida, gerando consequências, como profissionais pouco aptos a prestar cuidados de maneira
abrangente às pessoas que vivenciam a finitude. Analisar a produção científica sobre o ensino da morte
e do morrer por docentes de enfermagem no Brasil. Trata-se de um estudo bibliométrico, realizado por
meio de artigos indexados nas bases de dados LILACS, MEDLINE, BDENF e SciELO e no Portal
CAPES, utilizando os descritores em português: “morte”; “tanatologia”; “docentes de enfermagem” e
“ensino em enfermagem”, conectados estrategicamente com o operador booleano AND, considerando
o período de 2005 a 2019. Os resultados mostraram que foram publicados nove artigos em diferentes
revistas, com fator de impacto que variou de 0,945 a 0,628, escritos, em sua maioria, por doutores em
enfermagem. Quanto ao percurso metodológico, a maioria apresentou abordagem qualitativa; o
formulário semiestruturado e a entrevista foram os instrumentos mais utilizados para a coleta dos dados
e a análise heiddegereana foi técnica de análise de dados mais empregada. Os resultados também
pontuaram que a temática morte e morrer abordada por docentes de enfermagem na graduação apresenta
algumas fragilidades: a) conteúdos curriculares do processo de morte voltados para a habilidade
procedimental em detrimento da habilidade atitudinal ou relacional; b) a morte abordada nas atividades
práticas e estágios somente quando relacionada a algum paciente em processo de terminalidade; c)
ausência de disciplinas específicas para o ensino de Tanatologia; d) abordagem da temática morte e
morrer, de forma superficial ou como conteúdo de alguma disciplina obrigatória e/ou optativa; e) carga
horária docente insuficiente em ministrar uma disciplina específica de tanatologia e f) dificuldades
pessoais dos docentes em vivências particulares durante o processo de morte e morrer. Observou-se que
a temática é pouco explorada no Brasil, o que demonstra que as pesquisas ainda não estão consolidadas,
apresentando lacunas na produção do conhecimento. Por isso, é necessário considerar a
interdisciplinaridade na formação em educação para a morte.
A temática acerca do processo de morte e morrer nos cursos de graduação em Enfermagem são
ministrados de forma superficial e as poucas disciplinas que tratam do assunto denotam de forma
fragmentada e fazendo-se relação apenas ao cuidar técnico. Essa fragilidade, possivelmente, configura-
se como fator principal nas lacunas de formação dos futuros profissionais, deixando-os inseguros frente
às situações de finitude de vida, pois não foram preparados adequadamente para enfrentar tais situações.
Analisar a produção científica sobre a percepção de acadêmicos de enfermagem acerca do processo de
morte e morrer. Trata-se de um estudo bibliométrico, realizado por meio de artigos indexados nas bases
de dados LILACS, MEDLINE, BDENF e SciELO e no Portal CAPES, utilizando os descritores em
português: “morte”, “estudante de enfermagem” e “percepção” conectados com o operador booleano
AND, considerando o período de 2009 a 2019. Os resultados mostraram que foram publicados 14 artigos
em diferentes revistas, com fator de impacto que variou de 1,021 a 0,945, escritos, em sua maioria, por
doutores em enfermagem. Quanto ao percurso metodológico, a maioria apresentou abordagem
qualitativa; o formulário semiestruturado e a entrevistaforam os instrumentos mais utilizados para a
coleta dos dados e a análise de conteúdo de Bardin foi técnicade análise de dados mais empregada. Os
resultados também pontuaram que a percepção da morte e morrer por acadêmicos de enfermagem
apresenta algumas especificidades, dentre elas: 1) a morte é um tema permeado de sentimentos, tais
como incerteza e medo, tristeza, frustração, temor, impotência; 2) existem fragilidades no processo de
ensino-aprendizagem sobre a temática durante a formação acadêmica nas disciplinas teóricas e práticas;
3) há um despreparo para atuar frente às situações de morte de pacientes; 4) existem dificuldades
pessoais relacionadas às vivências particulares envolvendo o processo de morte e morrer de
familiares e que são projetados nos pacientes.Observou-se que a temática é pouco explorada no Brasil,
por isso, acredita-se que investir em grupos de estudos, ligas acadêmicas e pesquisas voltados para a
Tanatologia seja um dos aspectos que possam contribuir para transformar a visão de mundo dos
acadêmicos de enfermagem sobre a morte e com isso, proporcionar uma formação mais científica,
reflexiva e humana.
Palavras-chave: Percepção; Estudantes de Enfermagem; Morte.
Marcela Albertini Roquim Alcantara; Flavia da Silva Menezes; Ligia de Sousa Marino; Ana Paula
Aparecida Mantuani; Érika de Cássia Lopes Chaves; Denise Hollanda Iunes.
A dor acarreta um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos, sendo um sintoma que leva a
constante busca ao atendimento de saúde. Identificar se há modificação na maior intensidade da dor nos
últimos sete dias na coluna vertebral após a aplicação da terapia auricular com Laser de baixa potência.
Trata-se de um estudo quase experimental, cuja amostra foi constituída por 24 participantes com dor
crônica na coluna vertebral. Os participantes foram submetidos à três avaliações, uma avaliação inicial,
previamente ao tratamento; uma avaliação final, imediatamente após o término da última sessão de
intervenção, e 15 dias após o término do tratamento (follow up). A variável “maior intensidade da dor
nos últimos sete dias” foi avaliada pela “Escala numérica de dor”. Os voluntáriosreceberam 10 sessões
de terapia auricular com Laser, duas vezes na semana nos seguintes pontos shemen, rim, simpático,
bexiga, fígado, subcórtex, vértebras cervical, torácica e/ou lombar. Foi utilizado o Laser de baixa
potência infravermelho de 808 nm (Therapy EC) da marca DCM®, com potência útil de emissão de
100 mW e dose de 4J por ponto estimulado. Os dados coletados foram agrupados e analisados utilizando
o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e o nível de significância
adotado será de 5%. Foi possível observar diminuição nos escores de maior dor na comparação entre os
momentos pré e pós-intervenção (p<0,001) e entre os momentos pré e o follow-up (p<0,001). Com este
estudo, pode-se concluir que, a intervenção proposta foi eficaz na redução da maior dor nos últimos sete
dias, resultado esse que se manteve no seguimento de 15 dias após a última sessão de intervenção.
Palavras-chave: Acupuntura Auricular; Terapia a Laser; Dor Musculoesquelética; Reabilitação.
Fibromas são tumores benignos que se desenvolvem a partir de uma reação hiperplásica tecidual,
habitualmente relacionada a estímulos traumáticos que são responsáveis por desencadear reações
inflamatórias do tecido conjuntivo. Histologicamente, são massas nodulares caracterizadas por um
tecido conjuntivo denso, circundado por epitélio escamoso estratificado. O diagnostico diferencial do
fibroma é o granuloma piogênico e o granuloma periférico de células gigantes. A remoção cirúrgica
nestes casos é indicada, e para reconstrução de tecido mole na região, algumas técnicas cirúrgicas
periodontais são indicadas, como o enxerto gengival livre. Assim, o presente estudo tem como objetivo
relatar um caso clínico submetido à técnica de enxerto gengival livre para reconstrução tecidual após a
remoção cirúrgica de um fibroma. Foi realizada a excisão total da lesão, posteriormente enviado para
laudo histopatológico onde foi diagnosticada como fibroma, após a remoção da lesão a região ficou com
o periósteo exposto e então foi realizado o enxerto gengival livre para recobrir a região e promover
aumento de gengiva queratinizada. Esta técnica se mostrou eficiente para reconstrução do tecido mole
na região após a remoção cirúrgica do fibroma e tem como vantagens a capacidade de coletar uma área
maior de tecido doador, podendo o enxerto ser utilizado para maiores coberturas e assim tratar múltiplos
dentes, além de ser uma técnica simples e realizada em um único tempo cirúrgico geralmente,
devolvendo estética, função e saúde periodontal.
Julio César de Paula Ribeiro; Eduardo Ferreira do Amaral Filho; Martha Maria Rocha Vieira.
O Papilomavírus humano (HPV), faz parte da família de vírus capazes de infectar apele e mucosa oral,
genital e anal, em ambos os sexos, provocando verrugas anogenitais e câncer, a depender do tipo de
vírus. Atualmente o Brasil possui imunização para os 4 principais tipos de HPV, sendo eles do tipo
6,11,16 e 18. As manifestações pelo HPV, podem ser clínicas ou subclínicas. Nas mulheres podem se
manifestar no colo do útero, vagina, vulva. Já nos homens podem surgir no pênis, bolsa escrotal, região
pubiana. O tratamento se dá a depender da variante.Descrever a atuação do profissional de enfermagem
na prevenção do Papilomavírus Humano.Trata-se de uma revisão bibliográfica, do tipo integrativa. Os
métodos de pesquisas utilizados foram: leitura e análise dos títulos e resumos dosartigos selecionados.
Como critério de inclusão foram utilizados artigos dos últimos cinco anos em língua portuguesa,
selecionados por seus resumos que apresentavam os seguintes Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS): “HPV; Infecções Sexualmente Transmissíveis; Papillomaviridae; Vacinas contra
Papillomavirus”. Como critério de exclusão, foram artigos que não contemplavam a temática em
questão. Foram realizadas buscas nas bases de dados LILACS, SciELO, Pubmed e MEDLINE,
referente ao período de treze a dezessete de fevereiro de 2021. A pergunta norteadora foi: “Qual o
papel que o enfermeiro realiza frente aos pacientes acometidos pelo Papilomavírus humano? ”. Segundo
SOUZA et al em 2015 e CARDOSO et al em 2020, a consulta de enfermagem destaca-se como uma
importante estratégia tecnológica no controle e tratamento do HPV. Já BURLAMAQUI et al em 2017,
ABREU et al em 2018 e CRUZ et al em 2019 acreditam que devesse utilizar as tecnologias comomeios
de estímulo para a propagação das informações referentes ao HPV. No entanto SANTOS et al em 2011,
evidencia que há poucos artigos que ligam o homem como um forte vetor, através da relação sexual
desprotegida. O profissional de enfermagem atua na prevenção do HPV de forma integrada com os
demais membros da Equipe de Saúde da Família. Possuindo maior atribuição na orientação a população
quanto às vias de transmissão, trabalhando de forma perspicaz, na promoção e prevenções do HPV e
de seus agravos, a fim de diminuir os índices dadoença e consequentemente seus agravos, através da
educação sexual, por meio de palestras, cartilhas educativas, mesa redonda propagandas.
A mucosite oral (MO) refere-se a lesões eritematosas e dolorosas na mucosa bucal geralmente presente
em pacientes com câncer submetidos a tratamentos antineoplásicos. Segundo Daugelaite et al. (2019),
essa complicação acomete cerca de 80% dos pacientes que recebem quimioterapia de alta dose, 100%
daqueles que fazem radioterapia em cabeça e pescoço e 20 a 40% dos que recebem quimioterapia
convencional. Nesse sentido, a MO se mostra como um fator de influência na interrupção do tratamento
oncológico, uma vez que afeta consideravelmente a qualidade de vida do paciente. Tendo isso em vista,
vários estudos acerca do uso e eficácia da terapia a laser de baixa potência (TLBP) têm sido realizados
e revelam sua capacidade de penetrar nos tecidos moles e exercer efeitos analgésicos e cicatrizantes, se
mostrando uma alternativa promissora para a profilaxia da MO. Esse trabalho visa analisar, através de
uma revisão sistemática de literatura, a eficácia da aplicação clínica da TLBP na prevenção da mucosite
oral decorrente da terapia antineoplásica. A TLBP, em geral, é realizada por lasers de diodo, incluindo
vermelho ou infravermelho, para exercer efeitos imunomoduladores e promover a cicatrização e
regeneração de tecidos. Além disso, também é capaz de induzir a angiogênese, aumentar a atividade
leucocitária e a liberação de fatores de crescimento. Ela age a partir da absorção da luz emitida pelos
cromóforos da mitocôndria e atua sobre o citocromo c oxidase resultando numa série de mudanças
bioquímicas e celulares que aumentam a proliferação das células e aceleram o processo de cicatrização
do tecido. Segundo Marques et al. (2020), pacientes com MO que não recebem TLBP têm a chance de
apresentar 50% mais lesões orais. Enquanto os que são tratados com TLBP tem uma menor taxa de
interrupção do tratamento de câncer, uma melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida. Uma meta-
análise feita por Lima et al. (2020), revela que a TLBP se mostrou eficaz na prevenção da incidência
de MO principalmente nas primeiras semanas de tratamento. Preveniu 52% da incidência de MO na 3ª
semana, 29% na 4ª semana, 23% na 5ª semana e 18% na 6ª semana. As evidências atuais apontam que
a TLBP tem o maior percentual de prevenção a MO durante a 3ª semana de tratamento e que a sua
eficácia diminui gradualmente até o final do acompanhamento. No entanto, é importante o
desenvolvimento de novos estudos para que possa ser obtida uma maior evidência científica acerca da
eficácia dessa terapia.
Natália Leal Vio; Isabella de Oliveira Pascoal; Marianne Ramos Feijó; Mário Lázaro Camargo.
Com o avanço da pandemia de COVID-19, causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), no Brasil, o
isolamento social foi imposto, uma situação inédita e que alterou a rotina individual, familiar e os
modos de conviver em sociedade. Nesse contexto, objetivou-se investigar o consumo de álcool e as
relações familiares e domésticas de docentes do ensino superior durante a pandemia. Os dados foram
coletados por meio de formulário online, composto por perguntas de múltiplas escolhas e dissertativas,
elaboradas pelos pesquisadores e que investigavam questões socioeconômicas, a saúde, o trabalho, a
rotina e a família dos participantes. As respostas às alternativas foram inseridas em um programa de
análise quantitativa e as respostas dissertativas foram analisadas por categorização de conteúdo. Sobre
a caracterização da amostra, a maioria dos participantes: possuía de 41 a 50 anos de idade, era do sexo
feminino, casada, com doutorado completo e formação na área das ciências humanas ou da saúde, não
possuía doenças, permanecia em isolamento social, moravam em casa. Com relação ao consumo de
bebidas alcoólicas, aproximadamente 19,4% dos participantes notaram um aumento, principalmente
nos primeiros meses. 71% identificou também mudanças nas relações familiares e 40,8% perceberam
o aumento de conflitos familiares. Os conteúdos dos conflitos foram descritos como irritabilidade,
ansiedade, dificuldades com a divisão do espaço para trabalho e atividades domésticas. Os participantes
também avaliaram que o suporte familiar foi satisfatório ou muito satisfatório (73%) para desenvolver
o trabalho remoto. Antes da pandemia, a docência já enfrentava um processo de precarização, como
desvalorização econômica e social do profissional, cargas horárias e rotinas exaustivas, o que pôde ser
identificado nas avaliações descritivas na pesquisa. A rotina e o modo de viver passaram por drásticas
mudanças; o espaço de trabalho, estudo e lazer foi limitado à casa, o que pode ter agravado a condição
de vulnerabilidade de alguns docentes, uma vez que excesso de uso de substâncias, redução de renda ou
de trabalho e precariedade no exercício laboral são fatores que impactam as relações e a saúde e podem
aumentar a violência doméstica.
O Câncer de Cabeça e Pescoço é uma doença que acomete estruturas anatômicas humanas, desde
a mucosa aerodigestiva até a cavidade oral e tem como fatores de risco mais comumente associados, o
tabagismo, alcoolismo e infecção por Papiloma Vírus Humano. Dentre as abordagens terapêuticas para
a patologia, está disponível a radioterapia, que apesar de trazer a possibilidade da cura da doença ou a
melhora dos sintomas, pode, através de sua toxidade, interferir na qualidade de vida dos pacientes. Dessa
forma, buscou-se descrever a experiência de enfermeiras de um serviço de radioterapia, acerca da
avaliação da qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos ao tratamento
radioterápico. Tratou-se de um relato de experiência acerca da aplicação de um questionário de avaliação
da qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço submetidos a radioterapia nos anos
de 2018 e 2019. A aplicação foi realizada com todos os pacientes atendidos no período, com exceção
dos pediátricos, utilizando um instrumento já validado no Brasil, conhecido como UW-QOL. Com
aplicação do questionário UW-QOL durante as consultas de enfermagem pode-se perceber que a
abordagem ao paciente tornou-se mais ampla, pois possibilitou entender melhor o impacto causado
pelo câncer através da impressão do indivíduo e família. Favoreceu identificar as toxidades induzidas
pelos tratamentos e sua tolerância sob o olhar pessoal. Percebeu-se ainda, que entender o que o paciente
sente acerca da doença e do tratamento é de suma importância para a aplicabilidade do processo de
enfermagem e um bom desenvolvimento da sistematização da assistência, pois permite humanizar o
cuidado. Foi concebido que é importante que os cuidados da equipe de enfermagem sejam prestados
através de estratégias previamente pensadas e estruturadas, sempre baseadas em evidências cientificas
e boas práticas, essas atitudes, devem, portanto, trazer benefícios na melhoria da qualidade de vida do
paciente. A aplicação do questionário mostrou ser uma ótima ferramenta para a prática das enfermeiras,
na busca por identificar problemas relacionados a qualidade de vida dos pacientes, bem como em
propiciar um ambiente acolhedor e resolutivo, criado através do vínculo feito pelo diálogo.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) torna difícil a adaptação de crianças e adolescentes à vida
escolar. Para facilitar esse processo, algumas instituições recorrem à figura do mediador. O caso a seguir
descreve uma experiência deste tipo realizada em uma escola particular, na Bahia, entre fevereiro e
dezembro de 2019. O acompanhamento ocorria três vezes na semana e correspondeu a um estágio da
graduação em psicologia. O adolescente acompanhado cursava o sexto ano do ensino fundamental e
apresentava dificuldades cognitivas e de coordenação motora. Todas as ações foram orientadas a partir
da proposição humanista centrada na pessoa e realizadas através de uma mediação eticamente
responsável. O pré- acompanhamento envolveu uma entrevista semiestruturada com a mãe, para
conhecer elementos da vida do sujeito, histórico escolar, hábitos, relacionamento com outras crianças,
terapias que estaria ou esteve submetido, incluso uso de medicação, possíveis catalizadores para crises
e as medidas usualmente tomadas nesses casos. Foram desenvolvidas atividades que trabalhavam com
sua coordenação motora fina e ampla, como exercícios de ligar pontos. Um quadro foi construído com
os horários de aulas para facilitar a orientação do aluno. As atividades de matemática eram realizadas
através de objetos para representar a quantidade, além do auxílio de um ábaco. A leitura de textos
privilegiava temas de seu interesse e contribuía para desenvolver a capacidade de interpretação. Apesar
da direção do trabalho originalmente ter sido: promover espaços para a escola se adaptar ao aluno;
durante a execução, o inverso foi o mais comum. A mediação, na verdade, era realizada de modo a
adaptar o aluno à escola. Nota-se que mesmo que uma proposta deste tipo aponte para a possibilidade
de inclusão, em uma outra via ela pode contribuir para perpetuar a exclusão, sendo veículo para a
promoção de uma inclusão perversa. Devido a isso, o mediador, além de acolher o sujeito, entendendo
suas limitações e facilitando a socialização, deve atentar-se também ao trabalho com a instituição para
auxiliar na promoção de uma inclusão real, algo que não foi alcançado nessa experiência. Porém, através
de avaliação qualitativa e processual foi possível notar avanços na caligrafia, interpretação de textos
simples, operações matemáticas e socialização. Constatou-se assim, evolução na coordenação motora,
leitura, habilidades matemáticas e relações interpessoais.
O termo medicalização faz referência a um fenômeno social que emerge com a ascensão da medicina e
sua associação com as políticas estatais. Começa assim uma “invasão médica” no âmbito da vida
cotidiana dos corpos e comportamento dos indivíduos. Logo, questões de ordem coletiva são tomadas
como individuais e problemas sociais, políticos, econômicos e culturais são tomados como biológicos.
Não diferente, a esfera educacional foi gravemente afetada por este movimento, que atribuíram à
distúrbios, transtornos e déficits as causas das dificuldades do processo de escolarização. Refletir sobre
o processo da medicalização, compreendendo sua função e sua propagação no contexto escolar,
entendendo a gravidade desses dados e como ela atua na tentativa de controlar e enquadrar o sujeito em
padrões normatizadores, que são preestabelecidos socialmente. Assim, analisa-se o adoecimento que a
educação vem enfrentando e a culpabilização do aluno diante do fracasso escolar. Investigando tais
objetivos, foi realizada uma revisão literaria tendo como base, artigos científicos, livros sobre a temática
e materiais disponibilizados no site do Conselho Federal de Psicologia. Tornou-se evidente que os
fenômenos da patologização e medicalização da educação vêm protagonizando amplas discussões entre
os profissionais, sejam eles da área da educação ou saúde. Porém, até que ponto o saber médico deve
interferir em questões do processo de aprendizagem? A falta de protagonismo dos estudantes em seu
processo de aprendizado é cada vez mais visível, o que facilita a construção de um terreno fértil à
medicalização, uma vez que são estabelecidos modelos de estudante e como ele deve aprender,
ignorando todos os processos individuais e histórico-culturais. Logo, há o aumento do número de
diagnósticos e um consequente aumentodo processo de medicalização. Nesta perspectiva, é possível
compreender como o processo de medicalização contribuiu para a precarização do ensino ao longo do
tempo, promovendo um ambiente educacional fragilizado. Esse problema reforçou a ideia de que o corpo
do estudante precisa ser domesticado, o que nos permite entender como a responsabilidade do fracasso
escolar tende a recair sobre ele. Assim, tornar-se imperioso que os profissionais agucem seus olhares e
direcionem sua atenção para as potencialidades dos estudantes, em oposição à atribuição de faltas ou
insuficiências, de modo a repensar todo o processo educacional e trazer intervenções efetivas para o
contexto.
As cardiopatias congênitas são alterações cardíacas anatômicas que acarretam anormalidades na função
cardíaca desde o nascimento, sendo uma das principais causas de mortalidade neonatal. As
malformações cardíacas podem ser isoladas - resultado de alterações genéticas e de medicações de uso
materno (como anticonvulsivantes e antidepressivos), têm amplo aspecto clínico, são sintomáticas ou
assintomáticas e surgem em decorrência da embriogênese defeituosa durante o período gestacional da
3ª até a 8ª semana. Descrever o papel da enfermagem atuando nos cuidados com o neonato portador de
cardiopatia congênita. Revisão de Literatura: Trata-se de uma revisão de literatura exploratória. Os
métodos de pesquisas utilizados foram: leitura e análise dos títulos e resumos dos artigos selecionados.
Como critério de inclusão foram utilizados artigos dos últimos cinco anos em língua portuguesa,
selecionados por seus resumos que apresentavam os seguintes Descritores em Ciências da Saúde
(DeCS): “Anormalidades Congênitas; Cardiopatias Congênitas; Cuidados de Enfermagem;
Malformações Congênitas”. Os critérios de exclusão foram artigos que não contemplavam a temática
em questão. Foram realizadas buscas nas bases de dados LILACS, SciELO, Pubmed e MEDLINE,
referente ao período de treze a dezessete de fevereiro de 2021. A pergunta norteadora foi: “Qual o papel
que a Enfermagem exerce na atuação dos cuidados com os neonatos portadores de cardiopatias
congênitas?”. Segundo a literatura, é de grande importância a capacitação dos enfermeiros e a execução
correta do diagnóstico de enfermagem, assim como um planejamento adequando nos cuidados aos
neonatos portadores de cardiopatia congênita. Outros autores relatam que a maioria dos enfermeiros
possuem conhecimento sobre o teste do coraçãozinho e a importância de realiza-lo. No entanto a
literatura afirma que há um elevado índice de cardiopatia congênita entre a faixa etária estudada. As
malformações congênitas estão entre as principais causas de morte na primeira infância, sendo a
Cardiopatia Congênita (CC) uma das mais frequentes e a de maior morbimortalidade, representando
cerca de 40% das malformações. A enfermagem tem como função primordial os cuidados a esses
portadores, assegurando uma melhoria física e mental tanto para o paciente quanto para a sua família
de maneira holística.
Nas últimas décadas observou-se um desenfreado e irracional uso dos recursos naturais para suprir o
consumo humano. Isso gerou desequilíbrio no ecossistema, como a presença de animais silvestres em
áreas urbanas, extinção de espécies da fauna e flora e mudanças climáticas significativas, entre outros.
Tais ocorridos revelaram a situação preocupante da temática ambiental: desta forma, a sociedade passou
a adotar medidas sustentáveis a fim de mudar essa situação. Para que isso aconteça, é fundamental que
todos os cidadãos, inclusive pessoas com deficiência, contribuam para a conservação ambiental. A
inclusão desse público nas práticas sustentáveis deve ser feita pois o contato com o ambiente natural
permite desenvolvimento de interação social e de habilidades sustentáveis, além do sentimento de
pertencer a um sistema ecológico único; portanto, degradações ambientais impactam na vida do
indivíduo. Para que a sociedade desenvolva valores sustentáveis é necessária a equidade social:
portanto, as pessoas com deficiência devem receber educação ambiental e aprender a equilibrar o
consumo humano com os recursos naturais disponíveis. Segundo a lei nº 4.281/02, da Política Nacional
de Educação Ambiental, as atividades de educação ambiental devem ser elaboradas para que qualquer
grupo social tenha capacidade de participar, incluindo crianças com deficiência. Para o público infantil,
os exercícios lúdicos, interativos e com contato direto com a natureza são os que mais geram resultados.
A visão de mundo das crianças com deficiência se limita à internet, televisão, livros e algumas a contatos
com colegas de escola: desta forma, é importante que espaços públicos e privados, como parques,
zoológicos e ambientes naturais, garantam acessibilidade a esse público como rampas, placas em braile,
tradução em libras e funcionários habilitados a atendê-lo. Tendo em vista os pontos apresentados, esta
revisão explana a importância de a educação ambiental ser planejada também para o público com
deficiência, assim permitindo o contato social com a natureza e desenvolvimento do pensamento crítico
em relação a sua função como cidadão, sensibilizando-o sobre as temáticas socioambientais.
Renan Shida Marinho; Andréia Fresneda da Silva; Juliana Bassalobre Carvalho Borges; Reinaldo
Camacho Bezerra; Fernando Borges Ferreira; Marcos Oliveira Santos.
O sedentarismo, é um importante fator para risco da obesidade e consequentemente das patologias
cardiovasculares, com impacto negativo no estado biopsicossocial do indivíduo. A obesidade é definida
como uma doença crônica progressiva, com altas chances de desenvolver diabetes tipo II, infarto agudo
do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Dessa forma, a avaliação antropométrica do
indivíduo, é de suma importância para detecção precoce de risco cardiovascular e encorajar a prática de
exercício físico, proporcionando qualidade de vida e bem-estar da população. Determinar a prevalência
de sobrepeso e obesidade em policiais da cidade de Tupã. Verificar se existe correlação entre as
variáveis de composição corporal e antropometria nessa população. Foram avaliados 32 indivíduos do
sexo masculino. O índice de massa corpórea (IMC) foi calculado pela divisão entre massa corporal e
altura ao quadrado, foi utilizado a balança para mensurar a altura e peso (Welmy -110 CH – Santa
Barbara d’ Oeste – SP – Brasil). A fita métrica foi utilizada para verificar a circunferência da cintura
e quadril. Após essa avaliação antropométrica os indivíduos foram estratificados quanto ao risco de
desenvolverem patologias cardiovasculares e metabólicas por meio do IMC segundo os critérios da
OMS. Foi verificada a normalidade dos dados com o teste de Shapiro-Wilk. Utilizou-se o teste T de
student e os dados estão expressos em média e desvio padrão para variáveis contínuas e em frequência
para as variáveis categóricas, optou-se pela utilização do software estatístico (SPSS Statistic Base –
versão 22.0 – Chicago – E.U.A). Observou-se média do IMC de 27±3 kg/m², com maior prevalência
de sobrepeso e possível risco de comorbidades cardiovasculares aumentado. Ainda, encontrou-se
correlação forte entre opeso (kg) e a circunferência da cintura (cm) (P= <0,001, R=0,758), e correlação
moderadas entre o peso (kg) e a circunferência do quadril (cm) (p=<0,001, R=0,674. A população do
presente estudo apresenta risco para desenvolver doenças cardiovasculares e metabólicas, a massa
corporal tem influência direta e importante nas circunferências de cintura e quadril, dessa forma, as
reduções desses índices podem influenciar no risco de cardiovascular. Destaca-se a importância de
incentivo à prática de exercício físico regular nessa população.
Renan Shida Marinho; Renata Aparecida Serafim; Sarah Fonseca Alves Rocha; Danúbia da Cunha de
Sá Caputo; Giovani Galdino de Souza; Juliana Bassalobre Carvalho Borges.
A intolerância ao exercício é fator limitante em pacientes com doença pulmonar crônica, devido a
presença de sintomas como a dispneia, fadiga crônica e perda da força muscular, com impacto
significativo nas atividades de vida diária (AVDs) como a caminhada. Por esse motivo, o Teste de Força
da Preensão Palmar (FPP) é um teste rápido, seguro e de fácil aplicação, e, tem sido um importante
instrumento de avaliação da capacidade funcional para a população de pacientes com doença pulmonar
crônica. Propor uma equação de predição para a tolerância ao exercício através do teste de força
utilizando o dinamômetro, e observar se o mesmo é capaz de prever a distância percorrida através do
teste de caminhada de seis minutos (TC6). Estudo transversal, no qual foram avaliados 136 indivíduos
de ambos os gêneros no qual realizaram o TC6, seguindo os critérios da American Thoracic Society em
um corredor de 30 metros no qual, os mesmos foram instruídos a percorrer a maior distância antes
do sexto minuto. Após 30 minutos, os mesmos indivíduos realizaram o teste de FPP com o dinamômetro
(Jamar Jackson, MI 49.203, EUA), em ambos membros, e para realização do teste, o paciente estava
sentado, cotovelos fletidos a 90º, antebraço e punho em posição neutra, conforme recomendações da
American Society of Hand Therapists. Observou-se média da idade de 67±6; prevalência do sexo
masculino; bem como de diagnóstico de DPOC; IMC de 27±5 kg/m² com prevalência de sobrepesoe
a maioria tinha hábito pregresso de tabagismo. Na análise de regressão linear simples optou-se
pelomembro dominante direito (MDD) considerando a variável FMSD (kgf), como preditor da distância
percorrida no TC6 (R2 Ajustado=0,03; F=6,04 (P=0,01), foi obtida a seguinte equação: Distância
Percorrida (m) do TC6 = 261,30 + (3,10*FMSD). O dinamômetro manual é capaz de avaliar a FPP e a
FMSD (kgf) avaliada pelo mesmo, pode ser um substituto da distância percorrida nesseteste de campo
quando por questões de ambiente e tempo é inviável a aplicação do TC6, visto que é mais rápido e a
necessidade do corredor de 30 metros para o teste.
Palavras-chave: Doença Pulmonar Crônica; Força da Preensão Palmar; Teste de Caminhada de seis
minutos; Capacidade funcional; Dinamômetro Manual.
A tuberculose é uma doença negligenciada de alta incidência no Brasil, tendo elevado índice de
abandono do tratamento. Em meio às dificuldades de seu controle, surge a covid-19 que configura um
risco para população com tuberculose, visto que a coinfecção viral e bacteriana traz presságios de
complicações clínicas para o paciente. Estudos apontam o desconhecimento da população sobre a
tuberculose e seu tratamento como causas de atrasos na busca pelo diagnóstico e abandono do
tratamento. Assim, esta pesquisa, de abordagem qualitativa descritiva transversal, tem como objetivo
conhecer o que sabem os pacientes em tratamento de tuberculose de uma Clínica de Família do Rio de
Janeiro, Brasil, sobre ambas as doenças. Para isso, utilizou-se da aplicação de questionários digitados
no Google Forms e aplicados por alunos dos cursos de graduação de odontologia, medicina e
enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Universidade Veiga de Almeida. A análise
dos dados foi gerada automaticamente pelo programa citado e revelou equívocos em relação à
transmissão da tuberculose, da covid-19, bem como as formas de entrada do vírus no organismo e os
fatores de prevenção. Entendeu-se como primordial promover a ampla divulgação nas mídias sociais
de informações sobre a tuberculose e a covid-19, contribuindo para autonomia dos indivíduos e da
comunidade, para a busca assistencial frente ao aparecimento dos sintomas, além da prevenção de
ambas as doenças e a promoção da saúde. Em resposta optou-se pela elaboração de um vídeo destinado
às populações vulneráveis e sujeitas aos agravos de duas enfermidades igualmente desafiadoras e
geradoras de tormentos sociais, em momento pandêmico: a tuberculose e a covid-19.
O tumor odontogênico primordial (TOP) é um tumor odontogênico misto benigno e raro que, foi
incluído na última classificação de tumores de cabeça e pescoço da Organização Mundial da Saúde
(OMS), 2017 (1). É composto por tecido conjuntivo mixóide semelhante à papila dentária, recoberta
por epitélio ameloblástico fino e delicado (1,2). Paciente com 13 anos, sexo feminino, leucoderma,
procurou atendimento odontológico particular para a realização de tratamento ortodôntico. No exame
físico extrabucal e à oroscopia não foram observadas alterações significativas. O exame radiográfico
panorâmico revelou uma grande radioluscência unilocular bem definida, circunscrevendo a coroa do
dente 38. Com base nos aspectos clínicos e radiográficos, sugeriu-se como hipótese diagnóstica o cisto
dentígero. O cirurgião-dentista realizou a enucleação da lesão e encaminhou o espécime fixado em
formalina para o Laboratório de Anatomopatologia Bucal da Universidade Federal de Alfenas. A análise
macroscópica revelou uma massa sólida branca aderida a coroa do dente 38 que foi removida em
conjunto. Os cortes microscópicos corados em H.E. revelaram que a lesão era composta por tecido
fibromixóide celularizado circundado por epitélio ameloblástico delgado, com áreas semelhantes ao
retículo estrelado. O exame imunoistoquímico revelou a expressão difusa de citoqueratina 14 nas células
epiteliais, enquanto a citoqueratina 19 foi expressa principalmente na camada basal. Nas regiões
semelhantes ao reticulo estrelado e subepitelial observou-se a expressão de sindecano 1 (CD138). Com
base nos aspectos microscópicos e imunoistoquímicos, estabeleceu-se o diagnóstico de TOP. Após 60
meses de acompanhamento, a paciente não apresenta sinais de recidiva e foi detectada neoformação
óssea na radiografia de acompanhamento. Dada a raridade desse tumor e a limitação de informações
até o momento, é importante relatar novos casos de TOP para ampliar o conhecimento acerca dessa
lesão. Embora o TOP seja uma lesão rara, é importante considerar suas características clínicas e
histopatológicas ao lidar com lesões radiolúcidas bem definidas associadas a um dente não irrompido
nas regiões posteriores da mandíbula, principalmente em crianças e pacientes jovens, pois o diagnóstico
correto é determinante para uma abordagem terapêutica eficaz.
Ana Paula Dalmagro; Letícia Conzati; Sandra Mara Coelho da Nora; Bruna Kuhn de Freitas Silva
A síndrome HELLP (hemólise, elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas) acomete
cerca de 2 mulheres a cada 1000 gestações. Apesar de ser considerada uma síndrome rara, compromete
severamente a qualidade de vida no período gestacional de cerca de 10-20% das mulheres com
hipertensão. Sua fisiopatologia é parcialmente conhecida, mas a falta de biomarcadores sensíveis para
diagnóstico e medidas efetivas de tratamento, a tornam uma síndrome com alta letalidade. Revisar a
literatura científica sobre possíveis biomarcadores que têm sido investigados no diagnóstico e
acompanhamento da Síndrome HELLP. Foram compiladas informações científicas obtidas das
plataformas PubMed, ScienceDirect e Google acadêmico, publicadas entre 2016-2021. Para que o artigo
fosse incluso nesta revisão, pesquisou-se a combinação de palavras “Síndrome HELLP + biomarcador”,
em português e inglês. Foram revisados 56 artigos que se enquadraram nos critérios de inclusão da
pesquisa. Tradicionalmente, as pacientes diagnosticadas com síndrome HELLP são submetidas aos
exames laboratoriais como hemograma (para avaliação de anemia hemolítica), dosagem de lactato
desidrogenase, bilirrubinas, alanina aminotransferase e aspartato aminotransferase. Exames de imagem
como a tomografia podem ainda ser úteis para avaliação do comprometimento hepático, mas esses
equipamentos não estão disponíveis em todos os hospitais. Além disso, os exames laboratoriais citados
não são específicos para esse diagnóstico. A pentraxina-3 – uma proteína de fase aguda – é liberada por
células fagocíticas, fibroblastos e células musculares lisas em resposta à um estímulo inflamatório. A
elevação de pentraxina-3 no plasma das gestantes mostrou uma leve associação à eclampsia e uma forte
correlação com a síndrome HELLP. Apesar dos inúmeros estudos pré-clínicos e clínicos envolvendo a
síndrome HELLP, são poucos aqueles direcionados para a busca de biomarcadores que facilitem seu
diagnóstico e acompanhamento. Até o presente momento, a pentraxina-3 configura-se como um dos
mais promissores biomarcadores para essa síndrome. Entretanto, novos estudos ainda precisam ser
conduzidos para implementar essa descoberta.
Tripanosomoses são doenças causadas por hemoprotozoário, sendo o Trypanosoma vivax principal
responsável por infectar bovinos. Nas Américas, onde não há a presença de Glossina spp. (tsé-tsé), este
é transmitido predominantemente por vetores mecânicos. Epidemiologia Matemática é uma seara de
estudo da dinâmica de enfermidades por meio de modelos matemáticos que permite compreender a
interação de diferentes propostas de intervenções e soluções no espaço-tempo. Dentre as enfermidades
com estudo em modelo matemático é possível identificar a aplicação na Tripanosomose Bovina, nisto,
este estudo tem como objetivo sintetizar os principais resultados evidenciados no modelo da dinâmica
desta enfermidade. A literatura estabeleceu que o primeiro modelo para tripanosomoses de origem
africana transmitida pela mosca Glossina spp.,no entanto, o estudo é limitado para aplicação em zonas
livre da tsé-tsé. Outro modelo que é possível aplicar em áreas livres de tse-tsé, dentre os resultados
destaca-se o impacto do ingresso de apenas um animal infectado em um rebanho livre de 100 cabeças,
tem- se que em 12 semanas é atingido 100 % de prevalência com infestação de 50 insetos/cabeça/dia.
coordenou estudo de modelo matemático para determinar a eficácia entre tratamento com tripanomicida
em bovinos e aplicação de inseticidas, o estudo apresenta a eficácia do controle decorrente ação de
inseticidas, porém para controle de T. vivax é necessário ainda o tratamento com cobertura de 100% dos
animais, no entanto torna-se impossível atingir o percentual pela presença de reservatório silvestres.Não
há estudos que apliquem modelos matemáticos da doença no Brasil, sendo preciso também maiores
estudos para caracterizar o impacto de reservatórios silvestres, assim como a dinâmica da doença em
territórios com ecologia diferente da África quanto a possíveis soluções como inseticida e tratamento.
Heloisa Toledo da Silva; Melissa Agostini Lampert; Ariel Billig; Natália Evaldt Steigleder.
AMPLISOFT é uma prancha de edição para comunicação alternativa e ampliada (CAA), desenvolvido
com o objetivo de auxiliar na comunicação de pessoas que estejam impossibilitadas, temporária ou
permanentemente, de se comunicar oralmente. Durante a pandemia de COVID-19, pacientes que são
internados em UTIs (assim como de outras doenças respiratórias) podem ficar impossibilitados de se
comunicarem verbalmente e expressarem de forma efetiva devido à conexão dos equipamentos
respiratórios. O objetivo principal desse estudo é avaliar as necessidades da comunicação não-verbal da
interação com profissionais da saúde no processo de cuidado desses pacientes para fins de validação,
montagem e programação de uma prancha de comunicação especialmente adaptada. Por meio de um
estudo longitudinal com profissionais de saúde, esses profissionais responderam um questionário inicial
e estão fazendo o uso do AMPLISOFT com as figuras de comunicação existentes no sistema pelo
período sugeridode um mês e serão reavaliados com um questionário estruturado de perguntas fechadas
e abertas como pós- intervenção para, então, comparar as duas etapas em resposta ao objetivo geral do
projeto. Os dados permitirão a atualização do software para que tenha figuras direcionadas ao campo
da saúde. Até o momento, sete profissionais responderam ao questionário inicial. Destes, três deles, os
quais já utilizaram meios de comunicação alternativa ampliada, fizeram uso de chamadas de vídeo e
tecnologias para transferências respiratórias. Cinco profissionais consideraram o uso de tecnologias
assistivas de extrema importância. Com essa pesquisa, espera-se confirmar as potencialidades da
utilização desse software no contexto hospitalar a fim de propor melhorias para sua continuidade como
uma ferramenta útil e, assim, beneficiar o processo de comunicação entre paciente e equipe de saúde
em ambientes de UTI. O projeto foi aprovado pelo CEP sob o Parecer número 3143720.6.0000.0020
Monique Gonçalves da Costa; Anderson Maikon de Souza Santos; Tiburtino José de Lima Neto;
Leonardo Perez Faverani; Gabriela Cristina Baccaro; Eduardo Hochuli Vieira.
Osteomas são considerados tumores ósseos benignos, estreitamente restritos ao complexo buco-maxilo-
facial, ocorrendo com maior frequência na mandíbula, sendo raramente diagnosticados em outros ossos
do esqueleto. Clinicamente manifestam-se como lesões bem definidas, assintomáticas e comumente
associadas a pacientes portadores da Síndrome de Gardner. Dependendo de sua localização e tamanho,
podem causar danos às estruturas adjacentes, além de alterações funcionais e estéticas. O presente
trabalho tem como objetivo de apresentar um caso de osteoma em ramo mandibular. Paciente L.M.S,
55 anos, sexo masculino, procurou o serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial, queixando-se de um nódulo
na face com desenvolvimento de 2 anos. Ao exame físico, observou-se considerável aumento
volumétrico em região pré-auricular do lado esquerdo, assintomático a palpação e não sangrante. Após
exame clínico, foi solicitada tomografia computadorizada, que evidenciou uma lesão óssea hiperdensa
em região de ramo mandibular esquerdo. O paciente foi submetido a procedimento cirúrgico, sob
anestesia geral, para a ressecção da lesão, sendo realizada incisão retromandibular para acesso ao ramo
mandibular, na sequência realizou-se osteotomia na base do osteoma, removendo a maior parte da lesão
e então foi feita osteotomia periférica. Após irrigação copiosa da área, foi realizada a sutura por planos
com Vicryl 4-0 para os planos internos e nylon 5-0 para pele. Posteriormente a excisão, a peça foi
enviada para análise histopatológica que identificou a lesão como um osteoma compacto. O paciente
seguiu em acompanhamento durante 1 ano e meio, mediante avaliação clínica e radiográfica, por meio
da qual se observou excelente reparo ósseo, não apresentando sinais de recidiva. A realização do exame
clínico é de suma importância para o diagnóstico do osteoma, por se tratar de uma patologia
assintomática. Devido ao fato de apresentar baixo índice de recorrência e não apresentar malignização,
uma abordagem conservadora pode ser realizada com o devido acompanhamento pós-operatório. Diante
disso, conclui-se que o exame clínico associado as informações imaginológicas e microscópicas são
imprescindíveis para a realização de um bom diagnóstico e escolha da conduta clínica ideal.
Larissa Angelocci; Tacielle Costa Domingues; Victória Nuri Habedank Vallespin; Luciana Marolla
Garcia.
O presente caso foi atendido através da frente de acolhimento do Núcleo Técnico de Atenção
Psicossocial da Unesp-Bauru/SP. Ao total, foram 6 sessões com duração média de 45 minutos. A
orientação teórica utilizada nos atendimentos foi a psicanálise. A acolhida foi uma estudante
universitária de 22 anos chamada Yasmin (nome fictício). Suas queixas iniciais estavam ligadas a um
distanciamento em relação a alguns membros de sua família, à angústia frequente e ao recente
falecimento de uma pessoa importante. Ela também mencionou ter sintomas de ansiedade, tais como
taquicardia. Relatou uma experiência anterior com uma psicóloga que na entrevista inicial sugeriu que
a jovem estivesse “melancólica”, ela se identificou com adjetivo sugerido e relatou que havia lido Luto
e Melancolia (1917), mas não o compreendeu, então foi pedido que Yasmin o lesse novamente. Após a
releitura, novos elementos de identificação com o escrito surgiram, tais como o desinteresse
generalizado e a perda da capacidade de amar. Relatou sua relação estreita com a irmã mais nova de 9
anos e o aparecimento de doenças nos momentos em que tinha que se separar de seus avós e retornar
para a casa da mãe ao final dos períodos de férias escolares, evidenciando a angústia descarregada no
corpo. Abordou as figuras masculinas importantes de sua vida, tais como seu pai, seu padrasto, seu
padrinho e seu patrão. Na última sessão contou sobre os avós que já haviam falecido e sua angústia em
se separar, o que incluiu o fim do acolhimento. A partir do caso foi possível levantar a discussão acerca
do papel do psicólogo quanto à nomeação do sofrimento alheio considerando as consequências de uma
possível identificação, pode-se pensar se, de fato, é função do analista nomear o que é particular do
sujeito. Pode-se colocar, então, que um dos fatores que mais chama a atenção no acolhimento de
Yasmin é o papel central que o diagnóstico teve em sua forma de existir no mundo e de se enxergar,
além da possibilidade de o serviço de acolhimento ser a iniciativa de um tratamento analítico.
O trauma facial pediátrico, cujos fatores etiológicos incluem acidentes automobilísticos, quedas e
agressões físicas, possui baixa incidência devido a aspectos anatômicos, fisiológicos e sociais; atingindo
com menor frequência crianças menores de cinco anos. Nesses pacientes, a avaliação e abordagens
feitas são baseadas tanto no tipo de trauma quanto na idade e desenvolvimento do paciente. Embora
segundo a legislação seja proibido o transporte de crianças menores de 7 anos em motocicleta, tais
ocorrências são frequentes em países subdesenvolvidos devido à características socioeconômicas, se
mostrando um problema de saúde pública. Desta forma, o objetivo deste caso clínico é ilustrar um
trauma facial pediátrico em paciente de 4 anos de idade, sexo masculino, vítima de acidente de moto
em zona rural ao não fazer uso de capacete. O paciente apresentou extensas lacerações em couro
cabeludo bilateralmente com grande quantidade de detritos e fratura pouco deslocada do osso frontal à
direita e temporal esquerdo, sem apresentar lesões encefálicas. Sob anestesia geral e intubação
orotraqueal, os ferimentos foram limpos, debridados e suturados. O paciente segue sob
acompanhamento há 2 anos e evoluiu com alopécia na região da laceração, refletindo em prejuízo
estético, mesmo sem o uso de eletrocautério ou outros meios complementares para controle de
hemorragia durante o procedimento. Esta complicação deve ser ressaltada, uma vez que está presente
em cerca de 7% dos pacientes submetidos a acessos na região de couro cabeludo, especialmente com a
utilização de eletrocautério ou clipes de Raney, devido à necrose térmica ou gerada por isquemia. Por
outro lado, a alopécia do caso apresentado possivelmente está relacionada à contaminação da área e a
isquemia tecidual advinda da compressão causada pelo trauma. O resultado estético insatisfatório e suas
repercussões sociais poderiam ter sido prevenidas com o uso de capacete e o cumprimento da lei, a qual
foi implantada com o objetivo de diminuir o risco ao trauma facial. Embora o acidente e o tratamento
não tenham prejudicado o crescimento do paciente, ambos apresentaram repercussão em sua saúde,
uma vez que a Organização Mundial da Saúde define a saúde como o completo estado de bem-estar
físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções e enfermidades. Desta forma enfatiza-se a
importância da conscientização para o cumprimento da lei, levando à prevenção de acidentes e suas
repercussões à vida dos indivíduos.
Caique Mendes Cordeiro; Ana Claudia Bortolozzi; Leilane Raquel Spadotto de Carvalho.
Como tentativa de reduzir os riscos trazidos pela pandemia de covid-19, grande parte da população ficou
socialmente isolada. Tal medida afetou as mais diversas instâncias, dentre elas as interações sexuais.
Privadas de contato presencial, as pessoas tiveram que adaptar seus comportamentos sexuais das mais
variadas formas, dentre elas o uso do sexting, que consiste em uma conversa com intuito sexual, podendo
ser acompanhada de fotos ou vídeos eróticos. A tendência em utilizar as mídias sociais como parte do
comportamento sexual é comum entre pessoas que mantêm relacionamentos homossexuais, pois
escondem seus desejos e experiências sexuais, já que estão inseridas em uma sociedade preconceituosa.
Este estudo, descritivo-exploratório, teve por objetivo investigar se as interações por sexting
aumentaram, diminuíram ou se mantiveram as mesmas durante a pandemia entre parte da população
lgbtq+ . 72 homens e mulheres acima de 18 anos, recrutados com snowbal, responderam de modo
anônimo e voluntário um questionário com perguntas abertas e fechadas analisadas quanti-
qualitativamente. Os dados foram coletados nos três primeiros meses da pandemia em 2019 e mostram
que houve um aumento no uso do sexting para pessoas que não tinham um relacionamento fixo, assim
como para as que estavam em um relacionamento fixo, somado ao intuito sexual para pessoas que já
estavam se relacionando durante a pandemia, sobretudo entre as pessoas bissexuais. A maioria já fazia
uso de mídias em aplicativos de relacionamento como hornet, grindr e scruff antes e continuou durante
a pandemia. Conclui-se que gays, lésbicas, bissexuais e panssexuais conseguiram formas de experienciar
sua sexualidade durante a pandemia pelos meios digitais, entretanto, não se sabe como essas experiências
se mantiveram com o prolongamento do isolamento. É muito importante que os profissionais da saúde
se atentem para a vulnerabilidade afetiva e sexual dessa população, especialmente em contextos de
pandemia.
A Organização Mundial da Saúde define violência sexual como sendo todo ato sexual, insinuações
indesejadas, ou ações para comercializar ou usar de qualquer outro modo a sexualidade de uma pessoa
por meio da coerção. Ocorre de diversas maneiras, desde o estupro, até ao ato sexual com penetração e
práticas eróticas não consentidas e impostas. No contexto de violência contra crianças e adolescentes,
tais atos são considerados problemas de saúde pública e violação dos direitos humanos causando
inúmeros impactos na qualidade de vida dessa população, no seu desenvolvimento psicossocial, no bem-
estar das famílias e das comunidades, constituindo-se em desafios para os gestores e profissionais da
saúde. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Pergunta norteadora: quais os impactos da
violência sexual na qualidade de vida de crianças e adolescentes? Foi realizado um levantamento
bibliográfico nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e no Portal PubMed. Definiram-se os
seguintes critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês e/ou
espanhol, nos últimos dez anos, que privilegiassem aspectos relacionados à qualidade de vida de
crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Realizou-se uma busca avançada nas bases de dados,
na qual foram encontrados um total de 77 artigos. Após identificar e selecionar os artigos que
obedeceram aos critérios de inclusão estabelecidos e uma prévia leitura de todos os títulos e resumos
selecionaram-se 6 artigos. Quatro desses artigos abordam, além da violência sexual infantil, questões
relacionadas ao HIV, fazendo uma análise comparativa dos impactos que ambos causam na qualidade
de vida de crianças e adolescentes, dos demais, um aborda a associação do abuso sexual infantil com o
câncer avançado em pacientes no âmbito de cuidados paliativos,e o outro aborda os impactos de eventos
traumáticos na infância na apresentação clínica da bexiga hiperativa. As pesquisas realizadas para a
confecção deste trabalho, apontam que a violência sexual contra crianças e adolescentes gera danos
nocivos à saúde dos mesmos, física e psicologicamente. A saber, transtorno de ansiedade, baixa estima,
não aceitação de si, transtornos depressivos, ideação suicida, inapetência, uso de substancias psicoativas,
infecções sexualmente transmissíveis. Ações propostas ao combate e prevenção devem partir tanto
do âmbito público quanto privado. É importante a atenção da família quanto aos sinais de violência.
Palavras-chave: Criança; Adolescente; Qualidade de vida; Delitos Sexuais; Abuso Sexual na Infância.
A Leucoplasia Oral (LO), classificada pela OMS como uma placa branca de risco questionável
excluindo- se outras doenças ou distúrbios que não acarretam risco ao câncer, é a mais prevalente das
desordens potencialmente malignas que acometem a cavidade bucal. Assim, o objetivo do presente
estudo foi avaliar as características clínicas, epidemiológicas e morfológicas (dando ênfase para a
gradação histopatológica) de pacientes com LO diagnosticados no Laboratório de Anatomopatologia
Bucal da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG), no período de 1997 a 2018. Para isso, foi
realizada uma análise retrospectiva dos formulários de requisição de exame anatomopatológico, bem
como dos laudos histopatológicos emitidos no período proposto. Os resultados revelaram que 259
pacientes foram diagnosticados com LO no período de 22 anos. Destes, 38 (14,67%) foram excluídos
devido ao preenchimento inadequado dos formulários de requisição de exame histopatológico. Dentre
os 221 pacientes analisados, a maioria era do gênero masculino (54,30%), leucoderma (68,78%) e com
idade média de 50,9 ? 13,28 anos. Houve predomínio de lesões leucoplásicas localizadas em mucosa
jugal (25,34%) e língua (19,00%), sem displasia ou com displasia epitelial leve, seguidas das lesões em
lábio (12,67%) e mucosa alveolar (11,76%). As lesões em língua foram mais prevalentes em mulheres
(26,73%) do que nos homens (12,5%). Dentre as fichas nas quais constava a informação referente ao
tamanho da lesão constatou-se que a maioria (55,65%) foram categorizadas no estágio 3, o qual inclui
a LO em estágios avançados, ou seja, maiores de 4 cm e sem displasia ou com até 4 cm com displasia
epitelial leve ou moderada. Por fim, as informações acerca de hábitos como o tabagismo e etilismo
foram registradas em apenas 05,43% e 22,62% dos pacientes, respectivamente. Dessa forma, foi
possível delimitar o perfil de pacientes diagnosticados com LO e notar a prevalência das lesões em
estágios avançados, ressaltando a necessidade do diagnóstico e tratamento precoce que, em última
análise, refletirá na diminuição da incidência do câncer oral.
O câncer colorretal é uma neoplasia que acomete os segmentos do intestino grosso, cólon, reto e ânus,
este é considerado um problema de saúde pública a nível mundial. Destaca-se pelo aumento exponencial
nos últimos anos, dado que a população está cada vez mais exposta aos fatores de risco. Nesse sentido,
surgem os ácidos graxos ômega-3, ofertados na forma de ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido
docosahexaenóico (DHA) com atividades antineoplásicas, mecanismos que conseguem modificar o
processo de carcinogênese, interferindo na alteração da resposta imunológica das células tumorais e na
modulação dos processos inflamatórios. Metodologia: Foram utilizados estudos publicados entre os
anos de 2015 á 2020 na língua inglesa, como critério de escolha artigos que falassem sobre a utilização
do EPA e DHA na terapia nutricional oncológica, excluindo os que utilizavam outros suplementos além
deste. Dissertar sobre a interação do EPA e DHA na expressão genética como forma de tratamento
adicional na neoplasia colorretal. O câncer colorretal é classificado como a terceira neoplasia maligna
mais comumente diagnosticada, sendo assim, justifica-se a busca por compostos adicionais ao
tratamento convencional. A suplementação feita com EPA e DHA proporciona uma melhora no
prognóstico de cura do câncer, pois apresenta uma diminuição no desenvolvimento de citocinas pró-
inflamatórias, reduzindo o catabolismo proteico e aumentando a tolerância metabólica dos substratos
energéticos. Ademais, dentre as características que o uso de ômega 3 pode vir a causar no organismo,
observa-se ações antineoplásica, imunossupressora e anti caquética, capaz de reduzir de forma
significativa a produção de citocinas pró-inflamatórias. Pacientes com neoplasias que receberam uma
suplementação hiperproteica e hipercalórica, contendo EPA e DHA apresentaram melhorias
significativas em seu estado nutricional e consequentemente do quadro clínico geral. Entre esses
avanços, houve a estabilização ou ganho de peso e de massa magra, assim como aumento da força
corporal e qualidade de vida, melhora na ingestão calórica e proteica, diminuição dos marcadores
inflamatórios e melhora aos tratamentos. Portanto, a utilização do ômega 3 apresenta benefícios, agindo
na prevenção das complicaçõesinflamatórias referente ao câncer, além de ter atividades antineoplásicas,
estabilizando o peso corporal e auxiliando o ganho em pacientes com caquexia.
O caso relatado fez parte dos atendimentos de acolhimento oferecidos pelo Núcleo Técnico de
Assistência Psicossocial (NAPS) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP),
do campus Bauru. Foram um total de 6 sessões conduzidas via online por uma psicóloga e uma
estagiária de psicologia do quarto ano do curso. A análise do caso se deu sob a luz da psicologia analítica
junguiana. Relato do caso: A queixa inicial de A. concentrava-se a respeito da sua relação com a mãe
que segundo A. fazia uso abusivo de álcool. Ademais, no relato apareceram também outros vínculos
importantes de serem investigados. Assim,a cliente relatou sobre sua relação com seu pai, que separou-
se de sua mãe e era usuário de drogas, além do relacionamento com seu padrasto que não tratava sua
mãe bem e não dava atenção a L.,preferindo sua irmã mais nova, de quem era pai. A cliente ainda
evidenciou a relação estabelecida com a avó materna como referência de cuidado. Dificuldades relativas
ao namoro e a escolha de sua profissão também foram relatadas. Sob a luz da psicologia analítica
junguiana observamos ao longo das sessões que A. estabeleceu uma relação simbiótica com a avó
materna e um complexo materno negativo com sua mãe. Como consequência destes dois processos A.
passa a inverter os papéis e se coloca como responsável pela própria mãe , fato este expresso nas
responsabilidades exercidas pela adolescente no seio de sua família. A adolescente , portanto, passa a
lidar com a sua própria vida de maneira rígida, negligenciando seus próprios anseios e necessidades.
Ao longo das sessões fizemos intervenções objetivas que evidenciaram qual o seu papel nas relações
estabelecidas com sua família, orientamos A.para que retomasse o cuidado com aspectos referentes a
sua própria vida , como o namoro e asua escolha profissional. Por meio do relato oral de A. e de alguns
registros de expressões simbólicas ( sonhos e análise de desenhos) pudemos perceber que A. tomou
consciência da necessidade de retomar o papel de filha na relação estabelecida com sua mãe, e assim
passou a olhar de forma mais ampliada para suas próprias escolhas. Finalizamos esse breve processo
com o relato de A. de que as sessões haviam lhe possibilitado uma compreensão mais ampliada sobre
sua vida , colaborando ao seu bem estar físico e a sua relação com a mãe.
Allana Nayara Soares da Silva; Sándna Fabíolly Silva Fernandes; Amanda Gabrielly de Santana Silva.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é entendido como um transtorno neurológico que afeta o
desenvolvimento do indivíduo, envolvendo distúrbio na comunicação, interação social e
comportamentos repetitivos. Dentro desses comportamentos, encontra-se a seletividade alimentar que é
caracterizada pela recusa alimentar, pelo repertório restrito e aingestão frequente de um único alimento.
Diante desse fato, existem aspectos que contribuempara a seletividade na alimentação nas crianças
com Transtorno do Espectro Autista.Conhecer as evidências científicas sobre os fatores que auxiliam
na seletividade alimentar em crianças com TEA. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura por
meio de pesquisa na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), em queforam levantados artigos nas bases
de dados da Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Scientifc Eletronic Library
Online (SICELO), PubMed e MEDLINE, utilizando como critério de inclusão os artigos entre o período
de 2014-2020, com os seguintes descritores: autismo, seletividade alimentar e crianças. Ademais, a
busca foi restrita aos artigos em português, inglês e espanhol e a revisão teve como critério de
exclusão os estudos que nãoestava de acordo com a temática e fora do período escolhido. A amostra
foi composta por 19 artigos, 11 publicados em inglês e 8 em português, a base de dados da Pubmed
contribuiu com 12 estudos, SCIELO com 6 e LILASC com 1. Todos os artigos escolhidos tratavam
do tema, sendo identificada na categoria temática: seletividade alimentar e autismo. Os estudos
mostraram que os fatores relacionados à seletividade alimentar em crianças com TEA são: as
inabilidades motoras orais na mastigação e deglutição, problemas gastrointestinais e disfunção sensorial.
De acordo com os estudos, essa disfunção está associada à modulação sensorial do indivíduo que vai
interferir no seu paladar, olfato e entre outros sentidos. Assim, a criança vai selecionar o alimento ou
rejeitá-lo em função da sua textura, temperatura, consistência, forma, cheiro, sabor e cor. O presente
evidenciou que os fatores associados à seletividade alimentar são comuns em autistas, devido à
interferência dos estímulos sensoriais. Visto isso, como reflexo das interferências mencionadas, as
crianças com TEA apresentam complicações alimentares tais como falta de interesse ou recusa pelos
alimentos oferecidos, fato este que acaba prejudicando os hábitos alimentares.
A atenção primária à saúde, muitas vezes não se comunica com a atenção secundária à saúde, e esses
dois níveis não se comunicam com a atenção terciária à saúde, e dificilmente com os sistemas de apoio.
O principal elemento para a integração das redes de saúde é um efetivo Sistema de Referência e
Contrarreferência de Pacientes (SRCRP). Iniciativas para melhorar a comunicação, efetuar mudanças e
implementar sistemas informatizados, é uma forma de prestar um cuidado contínuo e integral.
Ferramentas eletrônicas representam uma forma de inovar, melhorar o Sistema de contrarreferência, e
garantir continuidade do tratamento ao paciente. Avaliar o conhecimento pelos usuários e profissionais
da unidade de saúde, na contrarreferência de uma ferramenta eletrônica (HC em Casa), entre os níveis
de atenção. Relatar sobre o conhecimento da ferramenta, e se a utilizam para contra referenciar o
atendimento obtido em níveis secundário e terciário. Estudo Misto e descritivo, realizado a coleta na
USF COHAB IV, na cidade de Botucatu-SP, através da aplicação de Questionário, duração de no
máximo 3 minutos por paciente. A coleta foi iniciada no mês de março de 2020 e pretende-se finaliza-
la ate fevereiro de 2021. As variáveis, foram realizadas através da aplicação de um questionário
impresso, analisadas por estatístico. As entrevistas eram coletivas, realizadas em sala de espera do
serviço de saúde (para os usuários) e para os funcionários distribuído em mãos, e posteriormente
codificados em planilha do programa Microsoft Excel®, de acordo com estatística descritiva, e
apresentados em tabelas e gráficos. Até o momento, fizeram parte do estudo 58 usuários e nove
profissionais que fazem parte da unidade de saúde da pesquisa. Durante a coleta de dados 2 usuários se
recusaram a participar da pesquisa, caracterizando dados obtidos de somente 56 usuários e nove
profissionais da saúde. Iniciativas para melhorar a comunicação, efetuar mudanças e implementar
sistemas informatizados, é uma forma de prestar um cuidado contínuo. Assim, ferramentas eletrônicas
representam não somente uma forma de inovar, mas também uma forma de cuidar, tanto ao nível
individual pelas vantagens ao paciente que a utiliza, como a nível global, pois auxilia na logística e
eficiência dos processos dentro do sistema de saúde eno trabalho dos profissionais.
A violência doméstica é uma das múltiplas facetas da violência vivenciada pelas mulheres no cotidiano,
tornando-as reféns dos próprios companheiros amorosos. Tomando como base que a arte imita a vida
e uma obra literária é dividida em atos, o presente artigo tem como objetivo apresentar estudo de caso
a partir da obra “É Assim que Acaba”, explorando as mais variadas formas e relatos de violência sofridos
pela personagem principal que passa de espectadora para protagonista. Primeiro ato: Lily observa uma
cena de violência do pai contra a mãe, nesse trecho podemos ver os impactos das agressões do pai na
personagem que se indaga perguntando os motivos de sua mãe continuar com ele e ainda tentar esconder
da sociedade os atos do marido. Segundo ato: Lily agora é a própria vítima da violência, recebendo
agressões do namorado. Terceiro ato: Lily novamente é vítima de violência sendo empurrada da escada
depois de uma discursão, nesse momento nota-se o ciclo de violência aumentar, uma vez que Lily sofre
tanto violência física quanto psicológica, já que o mesmo a acusou de infidelidade. Quarto ato: no
último ato de violência do livro há a descrição de uma tentativa de estupro devido a novo episódio de
ciúmes, diante do ocorrido Lily não consegue mais justificar ou nomear as ações do marido de outra
forma que não sendo por meio da violência. Pode-se, então, perceber que além do ciclo da violência
podemos observar que os atos cometidos pelo personagem agressor vão aos poucos ultrapassando os
limites anteriores, ficando cada vez mais fortes, portanto, violentos e colocando a vida da personagem
em risco. Saindo da literatura e adentrando na vida real muitas mulheres não conseguem interromper o
ciclo da violência, no qual, diferentemente do fim evidenciado na obra muitas se escondem debaixo de
feridas emocionais ou físicas que acabam impactando todo o ciclo de desenvolvimento, podendo, ainda,
resultar no fim precoce de sua vida por meio do feminicídio.
Pessoas acometidas por paralisia cerebral podem apresentar limitações de funcionalidade que
influenciam na realização de suas atividades de vida diária. No que se refere à saúde bucal da pessoa
com deficiência, encontraram-se dados indicando que estes apresentam maior prevalência da doença
cárie dentária, maior número de dentes perdidos e possuem maior necessidade de tratamento
periodontal. Nestes indivíduos, a literatura indica maior dificuldade na realização da higiene bucal em
decorrência de desordens motoras. O objetivo deste trabalho é apresentar os recursos terapêuticos, e
suas indicações que se configuram como alternativa para realizar a higiene bucal facilitando os
movimentos do paciente ou o acesso a cavidade bucal pelos cuidadores para aprimorar a escovação bucal
contribuindo para o controle da placa bacteriana. A literatura tem demonstrado pelos estudos que a
utilização de recursos terapêuticos pode contribuir com a melhora da higiene bucal em indivíduos com
deficiências e com paralisia cerebral, minimizando as dificuldades encontradas para a realização da
higiene bucal, melhorando e efetivando a escovação. Os recursos terapêuticos apresentados utilizados
e descritos com maior frequência tem sido as dedeiras, cabo da escova dentária engrossado, adaptador
para os dedos, caneca recortada, pulseira de areia, calça de posicionamento e dispositivo para fio
dentário. Concluiu-se neste estudo que esses recursos terapêuticos contribuem para facilitar a higiene
bucal tornando-a uma técnica segura, sistemática e de boa qualidade.
Olavo Mauricio de Souza Neto;Walkerlane Adelaide Damasceno Silva; Isadora Caroline Pereira Sena
de Carvalho; Glenda Agra; Glenda Agra.
No mês de março de 2020 foi declarado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), uma nova
pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov 2). Por se propagar rapidamente, o vírus atingiu
milhões de pessoas em todo o mundo, levando milhares delas ao óbito repentino, solitário, sem
despedida, uma vez que essas pessoas eram mantidas em isolamento para que o vírus fosse
contido. O luto é oprocesso de elaboração de perdas significativas na vida, porém, por causa do avanço
da doença em todo mundo, familiares se viram obrigados a passar pelo processo de morte e rituais de
despedida do seu ente querido à distância, o que acaba prejudicando o processo natural do luto. Explanar
acerca do processo de enlutamento frente à COVID-19. Trata-se de um ensaio narrativo da literatura
que utilizou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM-5), bem como estudos
publicados em bases de dados: CAPES, PUBMED, MEDLINE, durante o período de abril a junho de
2020,a partir das seguintes palavras-chave: “luto”; “luto normal”; “luto complicado”; “luto patológico”;
“transtorno de luto complexo persistente”; “coronavírus”; “pandemia” e “covid-19” conectados com o
operador booleano AND. O ensaio mostrou que em contexto de pandemias, sobretudo a da COVID-19,
a morte torna-se mais súbita e frequente quando comparada aos parâmetros de rotina. Mortes repentinas,
inesperadas e precoces são consideradas risco potencial de complicações para elaboração do luto normal
e podem gerar transtornos psicológicos importantes nas pessoas que vivenciam suas perdas com esse
perfil. Nesse sentido, em situações de pandemia, tem-se um processo de luto interrompido, com
desdobramentos que potencializam o risco de agravar sofrimentos psíquicos individuais e coletivos.
Nesse contexto, os entes queridos podem apresentar um risco aumentado de desenvolver um transtorno
de luto complexo persistente, uma vez que se torna mais complexo a realização dos rituais de despedida
e funerários, rompendo com o senso de realidade e concretude da morte em si e, com isso, alterando o
processo de enlutamento normal. Conclusão: o estudo contribuiu para compreender e aprofundar sobre
o processo de luto na pandemia, sendo necessário a realização de novos estudos quali- quantitativos em
um contexto futuro com os familiares enlutados, assim como ressaltar a importância de uma escuta
qualificada, acolhimento dos profissionais de saúde aos demais.
Arthur Alexandrino; Bruno Gonçalo Souza de Araujo; Walkerlane Adelaide Damasceno Silva; Olavo
Mauricio de Souza Neto; Isadora Caroline Pereira Sena de Carvalho; Glenda Agra.
Itinerário diagnóstico e terapêutico é definido como uma sucessão de etapas, que vão desde o início da
doença, confirmação do diagnóstico até o tratamento, que pode ser realizado com o uso da medicina
tradicional e moderna.Investigar o itinerário diagnóstico e terapêutico percorrido pelos familiares e
pessoas com doença oncológica.Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa,
realizado em um hospital filantrópico de João Pessoa, Paraíba – Brasil, que atende pacientes com
doenças crônicas e em cuidados paliativos. Participaram do estudo familiares e pessoas com doença
oncológica, com idade acima ou igual a 18 anos, conscientes, sem alterações na fala, na cognição e na
memória. Para a determinação do número de participantes foi utilizado o critério de saturação. A
coleta de dados foi realizada em 2020 logo após a aprovação do comitê de ética e para o registro do
material empírico, utilizou-se a técnica de entrevista norteada por um roteiro semiestruturado, bem como
sistema de gravação e diário de campo. Os dados empíricos foram analisados por meio da técnica
de análise deconteúdo de Bardin. Participaram do estudo 18 pacientes com câncer e 18 familiares, com
idade, raça, sexos variados. De acordo com a análise dos relatos obtidos nas entrevistas, foram
construídas as seguintes categorias: Categoria 1 – Reconhecendo os sinais e sintomas antes do
diagnóstico; Categoria 2 – Do diagnóstico ao início da terapêutica: caminhos vivenciados pelos
pacientes; Categoria 3 – Itinerário terapêutico dos pacientes, que foi dividida em Subcategoria 1 –
Sintomatologia durante o tratamento e Subcategoria 2 – Dificuldades enfrentadas pelos pacientes durante
a terapêutica proposta e, por fim, a Categoria 4 – Desafios enfrentados pelos familiares. Os discursos
permitiram compreender que pessoas com doença oncológica apresentaram agravamento das condições
clínicas devido à falta de organização da Rede de Atenção à Saúde. Observou-se a necessidade de
mudanças no itinerário diagnóstico e terapêutico de pessoas com doença oncológica, haja vista que,
neste estudo, a Rede de Atenção à Saúde à pessoa com doença oncológica apresentou inúmeras
fragilidades no acolhimento, no diagnóstico, na manutenção do tratamento e no suporte psicossocial dos
pacientes e seus familiares.
Sindemia, descrita na década de 90 pelo médico e antropólogo Merrill Singer, é a sinergia de múltiplas
enfermidades associadas a interações biológicas e sociais, sendo que o resultado final é maior do que
a soma das partes. O cenário imposto pela COVID-19 fez com que houvesse um sinergismo entre essa
doença e uma série de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs), já que os pacientes com DCNTs
compõem o grupo mais susceptível a complicações, caso contraiam o novo coronavírus, principalmente
as populações socioeconomicamente vulneráveis. Assim, outras soluções, além da biomédica, precisam
ser exploradas na intenção de superar esse quadro sindêmico da COVID-19. A proposição deste trabalho
foi revisar artigos dos últimos 12 meses que retratassem a influência da COVID-19 na abordagem das
DCNTs. Em um cenário de falta de tratamento efetivo, de falta de vacinação, de alto potencial de
propagação do vírus em espaços fechados e da necessidade de manter o isolamento social, notou-se,
principalmente nas suas fases iniciais, uma necessidade de se evitar a busca em massa pelos sistemas
de saúde. Essa conjuntura também forçou os sistemas de saúde a priorizar os esforços nos casos de
COVID-19, sendo que o estudo realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) mostrou que houve remanejamento de 89% dos profissionais
responsáveis pelos cuidados relacionados às DCNTs para cuidados de pacientes com COVID-19. Além
disso, tal pesquisa mostrou que 64% dos países pesquisados tiveram parte dos serviços ambulatoriais
interrompidos, tanto pelo remanejamento de pessoal quanto pelo cancelamento de serviços de
atendimento eletivo e não comparecimento de pacientes. O contexto da COVID-19 enfatizou, desse
modo, a importância da atenção à prevenção da incidência não apenas das doenças infecciosas, como
também das DCNTs, mostrando que um tratamento puramente biomédico contra a COVID-19, por si
só, não é suficiente para controlar essa sindemia. Consequentemente, os governos precisam elaborar
estratégias para reverter as disparidades socioeconômicas e garantir os cuidados adequados às DCNTs.
Assim, deve-se investir em estruturas que visem à melhoria do acesso à saúde, como uso da telemedicina
para substituir consultas presenciais, triagem para determinar as prioridades de atendimento,
reformulação do sistema de dispensação de medicamentos e redirecionamento de pacientes para
ambientes de cuidados alternativos.
Este trabalho objetiva apresentar um grupo de terapia ocupacional com pessoas diagnosticadas com
esquizofrenia no CAPS. O grupo tem função de oficina terapêutica, a fim de trazer reflexões e conexões
pormeio de atividades manuais. Através deste relato de caso pretende-se apresentar a oficina terapêutica
como instrumento de intervenção e uma alternativa à lógica manicomial ainda presente na rede de
saúde mental. O grupo acontece semanalmente, às quartas-feiras. As atividades propostas se configuram
em pinturas e desenhos, em sua maioria. Durante a realização das mesmas, há o acompanhamento da
produção de cada um, incitando reflexões e conexões do resultado com a história individual dos
integrantes do grupo. Os encontros viabilizam o estabelecimento de relações entre os sujeitos,
favorecendo a construção de vínculos e auxiliando na criação de uma rede de apoio entre eles. Teoricos
pontuam que o modo híbrido e migrante das oficinas terapêuticas possibilita o diálogo entre a clínica e
os outros campos da vida (comum e coletiva). Algumas das temáticas já abordadas foram: a morte e o
luto, estigmatização, religião, família. Outros autores discorrem sobre o espaço grupal como um
facilitador da expressão do sujeito, observa-se nos encontros o compartilhamento de medos, angústias,
alegrias, perdas, como quando um dos participantes perdeu a mãe e buscou acolhimento dentro das
oficinas terapêuticas. O momento semanal no CAPS demonstra a importância da criação de ambientes
onde os usuários se sintam confortáveis e à vontade para trazer suas questões. Dessa forma, o grupo se
apresenta como uma alternativa às lógicas estigmatizantes e medicalizantes, trazendo uma humanização
tanto para os usuários, quanto para as profissionais.
Yasmin Franco Rodrigues Silva; Maria Clara Barcelos de Aquino; Carolina Teixeira Bertoni; Giuliana
Rizzo Taveira; Míriam Carmo Rodrigues Barbosa.
Fatores associados ao aumento da expectativa de vida da população trazem consigo enormes desafios
para sociedade, razão pela qual, com frequência, a pessoa idosa passa por um que processo de exclusão
social involuntário. Nesse contexto, pode-se dizer que as Universidades Abertas à Terceira Idade
(UNATI´s) têm contribuído na reinserção dos idosos na sociedade, disponibilizando espaços
educacionais onde o idoso seja considerando protagonista de direitos e deveres. Nessa perspectiva, este
estudo tem como objetivo desenvolver ações de educação em saúde mediante dez oficinas em grupo
sobre “Educação em Saúde” com idosos frequentadores da UNATI da U N E S P /Franca como
estratégia de inclusão social, troca de saberes e ampliação de conhecimentos sobre vários temas
vinculados à promoção de saúde e qualidade de vida. O referido projeto foi desenvolvido em parceria
com o programa de pós- graduação em Promoção da Saúde (PPS) da UNIFRAN sob o protocolo no
CAAE 21932819.0.0000.5495.Trata-se de uma pesquisa com delineamento transversal, de natureza
aplicada com característica quantitativa, exploratória, descritiva. Iniciativas como esta, respondem às
vontades de aprender e desenvolver novas habilidades como forma de enriquecimento pessoal, do capital
cultural na terceira idade, além de se reafirmar e a importância dos trabalhos em grupo como ferramenta
de inclusão social e pertencimento. Considerando-se as UNATI´s assim como outros espaços
educacionais, constituem uma alternativa eficaz no processo de inclusão social e empoderamento do
idoso, promovendo desta forma a intersetorialidade e o desenvolvimento de ações nos âmbitos social e
da saúde, atuando ainda como apoio para o enfrentamento das adversidades típicas do envelhecimento.
Palavras-chave: Marginalização Social; Envelhecimento; Promoção de Saúde; Educação em Saúde;
Empoderamento.
Gabriela Cristina Baccaro; Monique Gonçalves da Costa; Anderson Maikon Souza dos Santos;
Tiburtino José de Lima Neto; Eduardo Hochuli Vieira; Leonardo Perez Faverani.
A presença de dentes ectópicos é uma condição rara, estando limitada a 1% da população. Essa condição
pode ser resultado de traumas, processos patológicos e distúrbios de desenvolvimento. Diferentes áreas
dos maxilares, como seio maxilar, fossa nasal e côndilo mandibular podem ser atingidas por essa
alteração. A presença de dente em cavidade nasal pode causar uma reaçãode corpo estranho com
possível surgimento de Rinolitíase. O presente trabalho objetiva relatarum caso de cefaleia crônica
associada a dente supranumerário com rinolitíase o qual foi tratado cirurgicamente. Paciente do sexo
feminino, leucoderma, 38 anos de idade, compareceu ao ambulatório de Cirurgia Buco-maxilo-facial
com queixa de cefaleia intensa recorrente a qualabrangia a região dos seios da face, também descrevia
a ocorrência de odor desagradável e histórico de epistaxe em narina esquerda. Foi observado, por
endoscopia, a presença de material calcificado, de coloração esbranquiçada, que se expandia do
assoalho de fossa nasal esquerda para concha nasal média, associado com tecido de granulação. Foi
observada, ao exame tomográfico, a presença de material hiperdenso em assoalho de fossa nasal à
esquerda, com características semelhantes às de um dente em posição invertida e, também, um material
hiperdenso, o qual permeava a concha nasal inferior e se estendia para a concha nasal média, sugerindo
a hipótese de odontoma ou rinolitíase, o qual foi submetido a biópsia incisional.O exame
histopatológico evidenciou um material mineralizado com presença de tecido necrótico e infiltrado
inflamatório compatível com Rinolitíase. A cirurgia foi realizada sob anestesia geral epor via
endoscópica, sendo possível a remoção facilitada de todo o material por meio de descolamento simples.
A Tomografia Computadorizada é o exame de imagem mais utilizado e de melhor resultado para
determinar o posicionamento e relação do dente e do rinólito com as estruturas adjacentes. A remoção
completa do dente em cavidade nasal realizado sob anestesia geral com uso de endoscópio, tem sido o
tratamento preferido pela maioria dos cirurgiões nos últimos anos. Portanto, a remoção do dente e do
rinólito por via endonasal com auxílio de endoscópio se mostrou uma técnica cirúrgica de fácil execução,
conduzindo a resolução detodos os sinais e sintomas associados.