2019 - Simango, Manuel Lucas PDF
2019 - Simango, Manuel Lucas PDF
2019 - Simango, Manuel Lucas PDF
Costeiras
I
Província de Zambézia
Autor:
Autor:
Manuel Lucas Simango
Supervisora:
Msc: Halaze de Pedro Clestino Manhice
I
Manuel Lucas Simango Licenciatura em Biologia Marinha Página 1
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha família, em especial aos meus pais Lucas João Simango e Celina
Alberto Manuel e em memória do meu avo João Cambata, aos meus irmãos João, Rosa, Lúcia,
Alberto, Nicolas, Fernando e ao meu pequeno irmão e amigo Jossefo, a todos membros da família
Simango que me deram forças de continuar a batalhar pela vida.
I
Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Jeová por me ter proporcionado a vida, saúde, força, e inspiração
para que me pudesse formar, sem ele não teria ultrapassado todas dificuldades e enfrentartodo
obstáculos que surgiram durante o percurso académico para atingir este objectivo.
Ao meu profundo e imensurável agradecimento vai para a minha supervisora Halaze de Pedro
Celestino Manhice pela atenção prestada em todos os momentos que solicitei, criticas e comentários
que serviram de muralha para o melhoramento do trabalho, pela paciência e um gesto nobre na
transmissão dos seus conhecimentos desde os trabalhos de campo, análises laboratoriais e na
redacção do trabalho.
Agradecer aos funcionários da IIP dr. Eurico Morais, dr. Dramane, dr. Secanhe pela ajuda na
identificação das espécies.
Ao senhor Maquina (wáwa), Ali, Elisa, Guzias, e Zimoua pela ajuda de trabalho de campo. Ao Msc.
Noca Furaca e dr. Homar Falume pela ajuda na calibração de instrumentos, saída de campo e pelo
conhecimento transmitido no uso desses instrumentos oceanográficos.
Agradeço a Universidade Eduardo Mondlane por ter me concedido a bolsa de isenção que foi útil
para o meu progresso.
Ao corpo docente e aos funcionários da UEM-ESCMC pelos conhecimentos científicos e sociais
transmitidos.
Obrigado.
II
Declaração de honra
Declaro que esta monografia nunca foi publicada para obtenção de qualquer grau e que ela constitui
o resultado do meu labor individual. Esta monografia é apresentada em cumprimento parcial dos
requisitos de obtenção de grau de Licenciatura em Biologia Marinha, da Universidade Eduardo
Mondlane.
Assinatura
III
Resumo
O presente estudo faz a identificação da composição específica dos camarões que ocorre no
estuário, caracteriza a estrutura da população e relaciona a influência dos factores ambientais (maré,
salinidade e temperatura) na abundância de camarões da família Penaeidae no estuário dos Bons
Sinais. A periodicidade de amostragem foi mensal durante um período de um Ano entre Setembro
de 2017 a Agosto de 2018. As colectas foram realizadas em dois pontos, no centro de desembarque
de Icídua e no centro de pesca de Chuabo dembe na maré viva. Em relação ao objectivo de
relacionar a influência de factores ambientais (maré, salinidade e temperatura), na abundância de
camarões da família Penaeidae, foi realizado a pesca usando uma rede passiva (Chicocota) no
centro de pesca de Chuabo dembe durante cinco ciclos consecutivos da maré viva num período de
três meses de Abril a Junho de 2018. Foram registados 8488 individuos, correspondente a quatro
famílias (Penaeidae, Palaemonidae, Alpheidae e Sergestidae). Quatro espécies da família Penaeidae
foram capturadas nomeadamente: Fenneropenaeus indicus, Metapenaeus monoceros,
Parapenaeopsis sculptilis e Penaeus monodon, dos quais duas especies Fenneropenaeus indicus e
Metapenaeus monoceros constituíram cerca de 98% na captura dos indivíduos desta família. Para a
espécie F. indicus foi observada uma distribuição de comprimento de carapaça de 5 a 56 mm e para
a espécie M. monoceros os comprimentos variaram de 8 a 38 mm, a espécie Parapenaeopsis
sculptilis com 0.4 a 60mm. As fêmeas foram dominantes em ambas espécies. Em relação a
abundância das espécies foram comparadas em número de indivíduos das três epécies usando o
teste t-student em cada fase da maré (enchente e vazante), no entanto não verificou-se a diferença
significativa na abundância de números de indivíduos das espécies em relação a maré, F. indicus (t
=0.21 e p= 0.84), M. monoceros (t= -1.2 e p = 0.27) e P. sculptilis (t = -0.25 e p = 0.81). A
temperatura e salinidade mostraram uma correlação positiva com abundância das espécies, mas não
influênciam na sua abundância. Contudo os resultados obtidos indicam que o estuário dos Bons
Sinais é habitat importante para espécies desta família de camarão economicamente importante no
país, devendo se fazer uma exploração sustentável.
IV
Abstract
The present study identifies the specific composition of the shrimp that occurs in the estuary,
characterizes the structure of the population and relates the influence of environmental factors (tide,
salinity and temperature) on the abundance of prawns of the family Penaeidae in the Bons Sinais
estuary. The sampling frequency was monthly for a period of one year from September 2017 to
August 2018. The collections were carried out at two points at the Icidua and the Chuabo dembe
fishing center at live tide. In relation to the objective of relating the influence of environmental
factors (tide, salinity and temperature) on the abundance of prawns of the penaeidae family, fishing
was carried out using a passive net (Chicocota) at the Chuabo dembe fishing center during five
consecutive tide for a period of three months from April to June 2018.There were 8488 individuals,
corresponding to four families (Penaeidae, Palaemonidae, Alpheidae and Sergestidae). Four species
of the family Penaeidae were captured: Fenneropenaeus indicus, Metapenaeus monoceros,
Parapenaeopsis sculptilis and Penaeus monodon, of which two species Fenneropenaeus indicus
and Metapenaeus monoceros constituted about 98% in the capture of the individuals of this
family.For F. indicus species, a carapace length distribution of 5 to 56 mm was observed and for M.
monoceros the lengths varied from 8 to 38 mm, the species Parapenaeopsis sculptilis with 0.4 to 60
mm. Females were dominant in both species. In relation to the abundance of the species were
compared in number of individuals of the three species using the t-student test in each phase of the
tide (flood and ebb). However, there was no significant difference in the abundance of individuals
of the species in relation the tide, F. indicus (t = 0.21 and p = 0.84), M. monoceros (t = -1.2 and p =
0.27) and P. sculptilis (t = -0.25 and p = 0.81). The temperature and salinity showed a positive
correlation with abundance of the species, but did not influence its abundance. However, the results
indicate that the Bons Sinais estuary is an important habitat for species of this economically
important family of shrimp in the country, and a sustainable exploitation should be done.
V
Lista de Abreviaturas
Abreviatura Significado
IIP Instituto de Investigação Pesqueira
REPMAR Regulamento Geral de Pesca Marítima
S Sul
E Este
Km Quilómetro
% Percentagem
g Gramas
Wt Peso
Ct Comprimento total
Cc Comprimento de carapaça
mm Milímetro
o
C Graus Centigrados
M Macho
F Fêmea
NI Nãoidentificado
ppm Partes por mil
ESCMC Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras
VI
Lista de Figuras
N° Figuras Páginas
VII
Lista de Equações
Equações Páginas
Equação 1 14
Equação 2 14
Equação 3 15
Lista de Tabelas
N° Tabelas Páginas
VIII
Índice
CAPÍTULO I........................................................................................................................................1
1. Introdução.....................................................................................................................................1
1.1. Problematização e justificativa..............................................................................................2
1.2. Objectivos:.............................................................................................................................3
1.2.1. Geral...............................................................................................................................3
1.2.2. Específicos......................................................................................................................3
CAPÍTULO II.......................................................................................................................................4
2. Revisão de Literatura....................................................................................................................4
2.1. Estuário..................................................................................................................................4
2.2. Proporção sexual....................................................................................................................4
2.3. Descrição da pescaria no Banco de Sofala e composição de espécies capturadas................5
2.4. Descrição da pesca artesanal.................................................................................................6
2.5. Taxonomia de camarões Penaeideos.....................................................................................7
2.6. Diferença de camarões Penaeideos e camarões da infra-ordem Carídea..............................8
2.7. Ciclo de vida de camarões Penaeideos..................................................................................8
APITULO III......................................................................................................................................10
3. Materiais e Método.....................................................................................................................10
3.1. Caracterização da área do estudo.........................................................................................10
3.2. Amostragem.........................................................................................................................11
3.3. Dados biológicos.................................................................................................................11
3.3.1. Procedimento laboratorial............................................................................................12
3.3.2. Biometria......................................................................................................................12
3.4. Parâmetros ambientais.........................................................................................................13
3.5. Análise de Dados.................................................................................................................14
3.5.1. Composição específica........................................................................................................14
3.5.2. Caracterização da estrutura da população............................................................................14
3.6. Relação da abundância de camarão da família Penaeidae em relação aos factores
ambientais (maré, temperatura e salinidade)......................................................................................15
CAPÍTULO IV...................................................................................................................................16
4. Resultados e Discussão...............................................................................................................16
4.1. Composição específica do camarão do estuário dos Bons Sinais........................................16
4.4.1. Composição das capturas totais...........................................................................................16
4.4.2. Distribuição mensal das famílias de camarões do estuário dos Bons Sinais................17
IX
4.4.3. Distribuição mensal das espécies da família Penaeidae...............................................17
4.2. Caracterização da estrutura de tamanhos e proporção sexual mensal de camarões da
família Penaeidae...............................................................................................................................18
4.3. Relação da abundância de camarão da família Penaeidae com maré, salinidade, e
temperatura.........................................................................................................................................22
4.3.1. Abundância de camarão em relação a maré.................................................................22
4.3.2. Abundância de camarão em relação a Temperatura e Salinidade no estuario dos Bons
Sinais 25
4.4. Discussão.................................................................................................................................26
CAPITULO V....................................................................................................................................31
5. Conclusão e Recomendações......................................................................................................31
5.1. Conclusão............................................................................................................................31
5.2. Recomendações...................................................................................................................32
CAPITULO VI...................................................................................................................................33
6. Bibliografia.................................................................................................................................33
Anexo II..............................................................................................................................................39
X
CAPÍTULO I
1. Introdução
Moçambique apresenta uma linha de costa extensa com cerca de 2 700 km de comprimento. A costa
moçambicana é caracterizada por uma ampla diversidade de habitats e de biodiversidade, com
espécies endémicas e em vias de extinção e por recursos diversos, incluindo os camarões
Penaeideos, que constituem uma importante fonte de rendimento e alimento para população
moçambicana que reside na zona costeira e que depende da actividade pesqueira (Hoguane, 2007).
Geralmente os camarões que pertencem a família Penaeidae ocorrem principalmente em regiões
tropicais e subtropicais Bauer (2004) e dependem dos estuários como locais de berçário e
crescimento (Garcia e Le Restte, 1981).
Em Moçambique, os crustáceos desta família são o grupo mais importante na pesca e se encontram
com mais abundância na Baia de Maputo e ao longo do Banco de Sofala (Loureiro, 1998), desde a
zona costeira até profundidades acima dos 70 metros, a maior concentração encontra-se em
profundidades que variam de 5 a 25 metros e a sua distribuição está muito ligado com a presença de
mangal no local onde o camarão passa as fases de vida iniciais (de Sousa et al., 2011).
Os Penaeídeos do Banco de Sofala, desovam na plataforma continental e suas larvas migram para
os estuários que servem de local de crescimento até estes regressarem ao mar aberto no estágio
juvenil (de Sousaet al., 2006, 2009). Estudos de avaliação de camarão em Moçambique são
realizados pelo Instituto de Investigação Pesqueira (IIP) a mais de trinta anos, contudo informações
em relação a dinâmica da população dos Penaeídeos do Banco de Sofala ainda não são bem
compreendidas (Malauene, 2015).
A zona costeira da região central de Moçambique, onde se encontra o Banco de Sofala caracteriza-
se pela ocorrência de rios que desaguam no oceano Índico através de vários estuários com o mangal
como vegetação predominante. Apesar de reconhecido o papel dos estuários como locais de
berçário para os Penaeideos do Banco de Sofala, o nível de utilização dos estuários pelas espécies
não parece uniforme, Brito e Pena (2007) analisando a estrutura da população dos camarões
penaeideos no estuário do rio Pungué, através da diferença entre o número de juvenis e adultos
encontrados entre as espécies, sugeriu que este estuário não é o berçário para espécie F. indicus,
uma das principais espécies alvo da pesca industrial no Banco de Sofala. Estes estudos da dinâmica
dos Penaeídeos com resultados reveladores reconhecem a necessidade de investigação aprofundada
dos estuários da região de forma a identificar as fontes dos juvenis recrutados para o Banco de
Sofala e outros aspectos da dinâmica da população de camarões penaeídeos.
1.2.1. Geral
Estudar a dinâmica e abundância populacional de camarões Penaeideos no estuário dos
Bons sinais.
1.2.2. Específicos
Determinar a composição específica do camarão no estuário dos Bons sinais;
Caracterizar a estrutura da população das espécies pertencente a família Penaeídae mais
abundante;
Relacionar a abundância de camarões da família Penaeídae commaré, salinidade e
temperatura.
2. Revisão de Literatura
2.1. Estuário
Estuário é definido como sendo um corpo de água semiconfinado que faz uma ligação livre com
oceano, e no seu interior a água vinda do oceano sofre uma diluição do gradiente salino pela água
doce que vem do continente tornando a água salobra. A salinidade diminui da boca para a
confluência e aumenta quando se caminha em direcção ao oceano, as variações temporais e
espaciais nesses ambientes são contínuas Elliotte e Mclusky (2002).
Os estuários caracterizam-se pelas mudanças naturais de suas variáveis ambientais sendo elas
bióticas ou abióticas. Tem-se relatado que os factores abióticos sobrepõem os factores bióticos na
determinação da presença das espécies e as suas abundâncias nos estuários (Blaber, 2000). O autor
enfatiza que o factor abiótico que limita a presença das espécies é a salinidade e a temperatura da
água, limita a abundância individual das espécies que podem ocupar os estuários e esses factores
são influenciados pelo regime pluviométrico. No contesto ecológico assume se que a maior
presença ou abundância das espécies nos estuários deve se principalmente a disponibilidade de
alimentos que provem a partir da produção primaria e a existência da vegetação de mangal em que
os juvenis de peixes utilizam como lugares de refúgio, reduzido número de peixes predadores de
maiores tamanho e a elevada turbidez da água. Portanto os estuários suportam uma grande
diversidade de organismos pesqueiros principalmente os juvenis e são as principais áreas de
alimentação, criação, reprodução e crescimento Robertson e Blaber (1992).
Figura 2: Diferenças entre o aspecto esterno: (A) petasma, (B, C) télico e (D) tipos de abdómen: Carideos
(a) e Penaeideos (b). Fonte: (Farfante, 1988).
3. Materiais e Método
Figura 4: Localização geográfica do Estuário dos Bons Sinais (Fonte: Google Earth).
Figura 5: Localização geográfica de pontos de amostragens no estuário dos Bons Sinais (Fonte:
GPS, Google Earth).
3.2. Amostragem
3.3. Dados biológicos
1) Colecta mensal de amostras nos centros de desembarque
No período compreendido de (1 Ano) entre Setembro de 2017 a Agosto de 2018 foram realizadas
colectas mensais no centro de desembarque de Icídua e centro de pesca de Chuabo dembe no
estuário dos Bons Sinais no período de maré viva numa enchente e vazante. As amostras foram
colectadas no período diurno (na maré vazante e enchente) com os pescadores artesanais nos
centros de desembarque. Depois de ser adquirida as amostras foram colocadas nos sacos plásticos
devidamente etiquetados e acondicionados numa caixa térmica com gelo. Para o centro de
desembarque de Icídua usou-se uma solução de formol a 10% para conservação, posteriormente as
amostras foram encaminhadas para o laboratório da Escola Superior de Ciências Marinhas e
Costeiras (ESCMC), onde foram feitas as análises.
De uma em uma hora foram colectadas amostras de camarão e registado a hora e o número de fluxo
inicial e final de cada colecta, para cada amostra foi obtido o peso total de camarão antes da
separação da fauna acompanhante. Para evitar o acumulo das amostras foram realizadas as análises
referente a biometria no campo, as amostras que não foram analisadas no mesmo dia foram
colocados nos sacos plásticos etiquetados e acondicionado numa caixa térmica com gelo e foram
transportados para o laboratório da ESCMC.
3.3.2. Biometria
A biometria foi realizada seguindo a metodologia descrita por Abdurremane (1998), com o auxílio
de um Ictíometro, Craveira e uma balança digital de precisão em (g), sendo as informações anotadas
num bloco de nota.
As medidas biométricas foram: comprimento total - Ct (mm) (comprimento entre a ponta inicial do
rostro e a extremidade do telso) (figura 2), e o comprimento de carapaça - Cc (mm) foi medido
incluindo o rostro (tomando da ponta do rostro à margem posterior dorsal do cefalotórax) (figura 3),
(Abdurremane, 1998; Silva, 2006), e o peso (Wt) de cada individuo em (g). Os organismos que se
apresentaram com um dos apêndices (rostro ou telson) danificado não foram analisados.
Onde: X2→Qui-quadrado;
No final dos cálculos o X2→calculado foi comparado com o X2→crítico tabelado com o nível de
significância α = 0,05, graus de liberdade n=1 para aceitação ou rejeição das hipóteses. Rejeita-se a
H0se P> 0.05 e se P <0.05 aceita-se a H0.
Onde:
V→Volume de água filtrada (l); c→Factor de aferição do fluxômtro; a→ Área do saco capturante
(m2);
∆ F→Diferença entre número de rotação inicial e final do fluxômetro em cada amostra.
Para verificar a relação entre a abundância das espécies e os factores abióticos (temperatura e
salinidade) utilizou-se a regressão linear. É importante saber que os valores do coeficiente de
correlação variam entre −1 ≤ 𝑟 ≤ 1, onde:
−𝟏 ≤ 𝐫 ≤ −𝟎. 𝟓→ Correlação negativa forte;
−𝟎. 𝟒𝟗 ≤ 𝒓 ≤ −𝟎. 𝟏→ Correlação negativa fraca;
𝟎 → Não há correlação;
𝟎. 𝟏 ≤ 𝒓 ≤ 𝟎. 𝟒𝟗 → Correlação positiva fraca;
𝟎. 𝟓 ≤ 𝒓 ≤ 𝟏 → Correlação positiva forte.
É de referir que os dados dos factores ambientais só foram colectados a partir do mês de Abril a
Junho de 2018.
4. Resultados e Discussão
Tabela 2. Número total, abundância relativa e peso das espécies capturadas no estuário dos Bons
Sinais.
Figura 8: Distribuição mensal em abundância das famílias coletadas no estuário dos Bons Sinais
durante Setembro/2017 a Agosto/2018.
Figura 9: Distribuição mensal das espécies da família Penaeidae coletada no estuário dos Bons
Sinais durante Setembro/2017 a Agosto/2018.
Tabela 3: Proporção sexual mensal da espécie F. indicus no período de Setembro de 2017 a Agosto
de 2018.
A espécie P. sculptilis não ocorreu em Março, Junho e Julho (figura 12 tabela 10 anexo I). O
comprimento da carapaça variou de 0.4 a 60mm. Indivíduos juvenis foram observados no período
de Setembro a Novembro e Abril a Maio com baixa frequência. Maior percentagem de indivíduos
foi observada em classe de comprimento de 28 – 32mm correspondente a indivíduos sub-adultos e
adultos. Foram observadas mais fêmeas que machos em todos os meses amostrados. Todas as
fêmeas amostradas também apresentavam o estágio de maturação I (imaturo), a sua proporção não
foi diferente durante os meses excepto os meses de Março, Junho e Julho em que não ocorreu.
C
Figura 12: Distribuição de frequência mensal de tamanho de P. sculptilis coletada no estuário dos
Bons Sinais durante Setembro/2017 a Agosto/2018.
A tabela 6 abaixo mostra a relação da abundância em densidade por litro de camarões da familia
Penaeidae de cada amostra em cada maré. Referir que os dados do Fluxômemetro do dia 02 de
Abril de 2018 não foram analisados. Fazendo uma análise da tabela, nota-se que no dia 14 de Abril
a maré enchente apresentou maior densidade de camarão com 4.795 camarões/litro da espécie F.
indicus. No entanto a maré enchente apresentou a maior densidade média total de 0.405
camarões/litro. A espécie M. monoceros apresentou a maior densidade de 2.594 camarões/litro no
dia 14 de Abril na maré enchente. Esta espécie, a sua maior densidade verificou-se na maré
enchente com uma densidade média total de 0.219 camarões/litro e 0.110 camarões/litro na vazante.
A especie P. sculptilis mostrou um comportamento diferente, a sua maior densidade foi verificada
na maré vazante com uma densidade média total de 0.022 camarões/litro e 0.013 camarões/litrona
maré enchente. A água filtrada mostrou que tem uma influência na densidade de camarões desta
família.
Foi observado que quando a água filtrada é maior nas amostras de cada maré, a menor é a
densidade de camarões capturados por litro.
Segundo a análise feita da regressão linear mostrou que asespécies Fenneropenaeus indicus e
Metapenaeus monoceros apresentam uma correlação positiva forte (boa correlação) com a
temperatura e salinidade tendo como coeficiênte de correlação para a espécie F. indicus (r = 0.74 e
r = 0.71), e M. monoceros (r = 0.72 e r = 0.68) Tabela 11, 12Anexo II.
Fazendo ainda uma análise aprofundada dos resultados da regreção linear, a temperatura e a
salinidade não apresentam uma diferença significativa (p> 0.05) e parece que a temperatura e a
salinidade não influênciaram na abundância das espécies F. indicus (p = 0.061 e p = 0.071) e M.
monoceros (p = 0.068 e p = 0.081). Referir que não foi analisada a correlação para a espécie P.
sculptilis devido o baixo número de indivíduos capturados.
4.4. Discussão
4.4.1. Composição específica
4.4.2. Composição das capturas totais
Manuel Lucas Simango UEM-ESCMC Página
Os resultados obtidos no presente estudo mostram que do total das espécies encontradas no estuário
dos Bons Sinais a maior percentagem constitui espécies de grande valor económico em
Moçambique. De acordo com Miguel (1984) referenciado por Abdurremane (1998) relata que a
maioria das espécies de grande valor comercial capturadas na região continental possui as suas
áreas de crescimento dentro do ecossistema costeiro como os mangais, estuarios e baias. Warburton
(1979) tambem friza que ambientes costeiros, lagoas, baias e estuários considera-se como habitats
de várias espécies marinhas. O estuário dos Bons Sinais suporta uma pescaria de pequena escala
(pesca artesanal) onde são capturadas várias espécies de peixes e camarão incluido de maior valor
comercial. A abundância dessas espécies capturadas no estuário dos Bons Sinais deve-se
principalmente a disponobilidade de alimentos e a existência da vegetação de mangal em que os
juvenis utilizam como locais de crescimento (Robertson e Blaber 1992).
4.4.3. Distribuição mensal das famílias de camarões do estuário dos Bons Sinais
A composição específica encontrada nessa família no estuário dos Bons Sinais foi bastante próxima
da composição por espécie encontrada por Brito e Pena (2007) no estuário de Pungué, onde
verificou-se que as espécies F. índicus e M. monoceros constituíam 99% da captura total dos
penaeideos. A espécie F. indicus apresentou a maior distribuição mensal de seguida por M.
monoceros. Esse resultado provavelmente pode ser explicada pelas condições que o estuário
oferece, visto que o estuário dos Bons Sinais ao longo do seu percurso apresenta o mangal que serve
como zona de refúgio e área de crescimento, e também os rios (Cuacua e Licuar) que desaguam
neste estuário, trazem consigo os nutrientes que podem servir de alimentos. Segundo Brito e Pena
(2007) salientaram que a maior abundância da espécie F. índicus deve-se as condições dos habitats,
e os juvenis permanecem nas águas estuarinas até atingirem o tamanho adulto, apenas migrando
para o mar quando precisam de desovar para completar o seu ciclo de vida.
O padrão da composição de espécies encontrada desta família no estuário dos Bons Sinais é típico
para as águas do Banco de Sofala. Segundo (de Sousa et al., 2010), a pescaria de camarão do Banco
de Sofala captura seis espécies de camarão penaeídeos de valor comercial sendo F. índicus e M.
monoceros são as principais espécies mais capturadas. A razão de baixo número ou quase nula de
P. monodon nas amostras capturadas não é clara, provavelmente essa espécie não usa este estuário
como berçário, possivelmente tenha escapado na empresa Aquapesca no momento de troca de água
nos tanques, outro sim, tenha seguido a corrente até o estuário e tambem as condições do ambiente
como substrato podem ter influenciado na sua abundância. Estudo feito na baia de Maputo por
Abdurremane (1998) verificou que esta espécie tem maior preferencia de substratos lodosos e
arenosos.
Contudo esse resultado no presente estudo mostra que Fenneropenaeus índicus e Metapenaeus
monoceros são espécies comerciais mais abundântes no estuário dos Bons Sinais devendo se fazer
uma exploração sustentável dessas espécies.
Fenneropenaeus indicus
Parapenaeopsis sculptilis
A estrutura populacional desta espécie foi caracterizada por indivíduos juvenis e sub-adultos com
maior predominância de indivíduos juvenis. O seu comprimento de carapaça variou de 4 a 60 mm
para fêmeas e 6 a 39 mm para machos, tendo observado a proporção sexual favorável a fêmeas em
todos meses de ocorrência. Na pesca artesanal na praia de Zalala o comprimento de carapaça variou
entre 70 a 118 mm para machos e 70 a 158 mm para fêmeas, e foi observado uma proporção sexual
homogénea natural de 1M:1F (Machaieie, 2011). Estas diferenças possivelmente podem ser
explicada pela selectividade das artes e também pela metodologia e a área de estudo pode ter
influenciado. Lopes at al. (2010), advoga que há desvio de proporção sexual natural esperada de
1M:1F num determinado local ou região devido a mortalidade por pesca ou natural, predação e
também pode ser atribuída a taxa de crescimento.
No geral a estrutura populacional mostra que as águas do estuário dos Bons sinais são dominadas
por indivíduos sub-adultos, essa abundância de maior indivíduos sub-adultos sugere que no estuário
dos Bons Sinais, devido a condições que o estuario oferece as espécies permanecem nas águas
estuarinas até tamanhos adultos, provavelmente, apenas migram para o mar quando necessitam
desovar para completar seu ciclo de vida Brito e Pena (2007). Segundo Hall (1962) advoga que
muitas pos-larvas de penaeideos permanecem próximo das zonas costeiras até atingirem 42-63 mm
de comprimento, que é a altura em que eles migram para o alto mar.
Foi observado a maior distribuição de camarão e abundância das espécies da família em estudo na
maré vazante, e as espécies F. indicus e M. monoceros foram as que mais se destacaram em ambas
maré. A pesca experimental realizada no presente estudo mostou uma forte relação da maré com
abundância de camarão. Provavelmente este comportamento das espécies pode ser justificado pelo
ritmo de maré, alem disso a maré viva facilita o movimento dos organismos para as áreas de
alimentação e protecção. Segundo Godefroid et al. (2003) defende que na maioria dos casos, os
indivíduos entram nestas áreas com a maré enchente, alimentando-se e retirando-se com a maré
vazante. No entanto há o movimento de pequenos organismos (peixes e camarão) que procuram
estas áreas para proteção, resultando assim em modelos rítmicos de composição e abundância de
espécies nestes locais.
Segundo o teste de regressão linear simples demonstrou uma boa correlação da temperatura e
salinidade com abundância das espécies em análise, isso mostra que essas espécies têm uma forte
afinidade com esses factores nesse ambiente sendo espécies dependentes dos estuários podem
tolerar variações dos factores ambientais (salinidade e temperatura), o que faz com que essas áreas
sejam como locais de crescimento. No presente estudo, esses factores ambientais analisadas não
influênciaram na abundância das espécies F. indicus e M. monoceros, sendo (p> 0.05), este
resultado assemelha-se com estudo realizado por Abdurremane (1998).
Apesar do resultado obtido nesta pesquisa, a salinidade e temperatura parecem ser os factores que
estariam mais relacionados com abundância dessas espécies. Tem sido relatado que vários factores
ambientais, dos quais a temperatura e salinidade são uns dos factores que tem influênciado na
abundância de juvenis de Penaeideos (Dall, 1990; Zacharia e Kakati, 2004; Nunes, 2007). Esta
contradição dos resultados com outros autores possivelmente pode ser explicada pela influência dos
rios Cuacua e Licuar visto que estes factores foram medidos quase na confluência causando assim a
baixa variação desses parâmetros ambientais.
5. Conclusão e Recomendações
5.1. Conclusão
De acordo com os objetivos, o presente trabalho pretendeu estudar a dinâmica e abundância
populacional do camarão penaeideos no estuario dos Bons Sinais. Foram registados 8488
individuos, correspondente a quatro famílias (Penaeidae, Palaemonidae, Alpheidae e Sergestidae).
A família Penaeidae foi a mais que contribuiu com cerca de 74% da captura total sendo constituida
por quatro espécies nomeadamente, Fenneropenaeus indicus, Metapenaeus monoceros, Penaeus
monodon e Parapenaeopsis sculptilis.
A estrutura populacional mostrou que as águas do estuário de Bons Sinais são dominadas por
indivíduos sub-adultos, seguidos por indivíduos Juvenis e adultos, maior número de indivíduos
capturados foram fêmeas que machos e as fêmeas encontravam-se no estágio imaturo.
6. Bibliografia
1. Abdurremane, Z. (1998). Estudo da Distribuição e Abundância de Algumas Espécies de
Camarão no Saco de Inhaca. Tese de Licenciatura. Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
53 Pp.
2. Anker A; Ahyong S. T; Noel P. Y; Palmer A. R. (2006). Morphological phylogeny of Alpheid
shrimps: parallel preedaptation and the origin of a key morphological innovation, the snapping
claw. Evolution.
3. Bauer, R. T. (2004). Remarkable Shrimps: Adaptations and Natural History of the Carideans.
Oklahoma University. USA. Marine resources Library, 282 p.
4. Benefield, R. L. (1982). Studies of shrimp populations in selected coastal bays of Texas.
Tex. Parks Wildl. Dep. Coast. Fish.
5. Blaber, S. J. M. (2000). Tropical estuarine fishes: ecology, exploitation and conservation.
Queensland, Blackwell Science, 372p.
6. Brito, A., Pena, A. (2007). Population Structure and Recruitment of Penaeid Shrimps from the
Pungué River Estuary to the Sofala Bank Fishery, Mozambique.Western Indian Ocean Journal
of Marine Science. 6 (2):147-158.
7. Carpenter, K. E., Niem, V. H. (1998). FAO species Identification Guide for Fishery Porposes.
The Living Marine Resources of the Western Central Pacific. Vol.2. Cephalopods, Crustaceans,
Holothurians and Sharks. Rome, FAO, 936 e 944pp.
8. Cavariato, E. C., Mualeque, D. O. (2013). Relação entre o ciclo da maré e rendimentos de
Thryssa vitrirostris (Ocar decristal), Sillago sihama (Pescadinha comum) e Sardinela albella
capturados por arrasto a praia no distrito de Angoche, norte de Moçambique
9. Chauca, I., Limited, P., Pereira, T., Chacate, O., Mualeque, D., Mutombene, R. (2010). O
estado de exploração dos recursos acessíveis à pesca artesanal em Moçambique.
10. Chace F. A. (197). The shrimps of the Smithsonian-Bredin Caribben Expeditions with a
Summary of the West Indian shallow-water Species (Crustacea: Decapoda: Natantia).
Smithsonian Contributions to Zoology, no98, 176p.
11. Corrêa, A. B., MartinellI, J. M. (2009). Composição da População do Camarão-Rosa
Farfantepenaeus subtilis (Pérez-Farfante, 1936) no Estuário do Rio Curuçá, Pará, Brasil.
Revista Científica da UFPA., 7 (1): 1-18.
12. Decreto no. 43/12/2003de 10 de Dezembro. Regulamento Geral da PescaMarítima.
27. Hall, D.N.F. (1962). Observation on the Taxonomy and Biology of Some Indo-West Pacific
penaeidae (Crustacea, Decapoda). Fisheries Publication of the Colonial Office N˚ 17:1-229pp.
36. Mohamed, K. H. e Rão, V. (1971). Estuarine Phase in the Life-History of the Commercial
Prawns of the West Coast of India. Vol. 3, No. 2. 150-155 Pp.
37. Munguambe, F. (1995). Estudo da Distribuição, Composição por Espécie e Determinação de
Alguns Aspectos Biológico das Duas Principais Espécies de Camarão no Banco de Sofala P.
índicos e M. monoceros. Tese de Licenciatura. Universidade Eduardo Mondlane, Maputo. 38
Pp.
38. Natividade, C. D. (2006). Estrutura Populacional de Distribuição do Camarão Sete-barbas
Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Decápode: Penaeidae) no Litoral do Paraná, Brasil.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná.
Anexo I
Tabela 6: Distribuição mensal em abundância das famílias observadas no estuário dos Bons Sinais
ao longo do período de Setembro de 2017 a Agosto de 2018.
Total
Mês/Ano Alpheidae Palaemonidae Penaeidae Sergestides Geral
Set/17 0.00% 26.56% 73.44% 0.00% 100.00%
Out/17 0.00% 7.10% 92.90% 0.00% 100.00%
Nov/17 0.00% 9.29% 90.71% 0.00% 100.00%
Dez/17 0.00% 31.93% 68.07% 0.00% 100.00%
Jan/18 0.00% 6.23% 93.77% 0.00% 100.00%
Fev/18 0.00% 42.47% 57.53% 0.00% 100.00%
Mar/18 0.00% 21.43% 78.57% 0.00% 100.00%
Abr/18 0.31% 12.64% 85.93% 1.13% 100.00%
Mai/18 0.03% 33.14% 55.14% 11.69% 100.00%
Jun/18 0.00% 36.82% 60.46% 2.72% 100.00%
Jul/18 0.29% 9.26% 90.44% 0.00% 100.00%
Ago/18 0.00% 4.12% 95.88% 0.00% 100.00%
Total Geral 0.13% 20.99% 74.45% 4.43% 100.00%
Tabela 7: Distribuição mensal das espécies da família penaeidae capturado no período de Setembro
de 2017 a Agosto de 2018
Total
Mês/Ano F. indicus M. monoceros P. sculptilis P. monodon Geral
Set/17 53.19% 0.00% 46.81% 0.00% 100.00%
Out/17 75.80% 0.00% 24.20% 0.00% 100.00%
Nov/17 93.17% 0.00% 6.83% 0.00% 100.00%
Dez/17 98.23% 0.00% 1.77% 0.00% 100.00%
Jan/18 92.62% 0.00% 7.38% 0.00% 100.00%
Fev/18 36.90% 59.52% 3.57% 0.00% 100.00%
Mar/18 34.71% 65.29% 0.00% 0.00% 100.00%
Abr/18 48.01% 51.54% 0.41% 0.05% 100.00%
Mai/18 94.04% 5.39% 0.57% 0.00% 100.00%
Jun/18 86.85% 13.15% 0.00% 0.00% 100.00%
Jul/18 95.61% 4.39% 0.00% 0.00% 100.00%
Ago/18 93.16% 6.25% 0.59% 0.00% 100.00%
Total Geral 73.90% 24.19% 1.90% 0.02% 100.00%
Anexo II
Tabela 11: Resultados deanalise de regressão linear simples da espécie F. indicus (variável dependente) e
factores ambientais (variáveis independente).
ANOVA
gl SQ MQ Fcal F de significação
Regressão 1 278937.2703 278937.3 8.55892 0.061219878
Resíduo 3 97770.72968 32590.24
Variavel Coeficientes Erro padrão Stat t Valor-P
Interseção -2843.418432 1181.481196 -2.40666 0.095303
Temperatura 124.3928444 42.51928238 2.925563 0.06122
Gl-grau de liberdade, SQ-Soma dos Quadrados, MQ-Minimos Quadrados
ANOVA
gl SQ MQ Fcal F de significação
7.52255322
Regressão 1 269307.8305 269307.8305 6 0.071175159
Resíduo 3 107400.1695 35800.0565
Variável Coeficientes Erro padrão Stat t Valor-P
Intersecção 3319.307389 993.2489738 3.34186843 0.044325837
Salinidade -121.5869642 44.33067871 -2.742727333 0.071175159
Tabela 12: Resultados de analise de regrecao linear simples da especie M.monoceros( variavel dependente)
e factores abientais ( variaveis independente).
ANOVA
gl SQ MQ Fcal F de significação
7.76976738
Regressão 1 280960.6 280960.5683 1 0.068565237
Resíduo 3 108482.2 36160.74389
Variavel Coeficientes Erro padrão Stat t Valor-P
Interseção -3216.7 1244.519 -2.584694461 0.081447564
Temperatur
a 124.8432 44.78791 2.787430247 0.068565237
ANOVA
gl SQ MQ Fcal F de significação
6.66713203
Regressão 1 268587.1 268587.0595 3 0.081632464
Resíduo 3 120855.7 40285.24682
Variável Coeficientes Erro padrão Stat t Valor-P
Intersecçã
o 2954.872692 1053.633 2.804461556 0.067602278
Salinidade -121.4241485 47.02573 -2.582079014 0.081632464
Número de individuos