Faculdade UNOPAR
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Direito
Ingrid Michelly Malheiros Carvalho
RESUMO
Guanambi-BA
2022
Ingrid Michelly Malheiros Carvalho
RESUMO
Guanambi-BA
2022
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como finalidade fazer um breve relato à respeito da Estrutura da
Constituição, Princípios Fundamentais, Evolução das Gerações de Direitos e os Remédios
Constitucionais; sendo orientado pela Docente Ana Luiza Bezerra Chagas, com intuito de
obtenção de nota da disciplina Teoria Geral de Direito Constitucional, do 1º semestre do
Curso de Direito, da Faculdade UNOPAR de Guanambi-BA.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1.1. O Preâmbulo
Como já aduz sua nomeação, a Teoria da Plena Eficácia, admite que o texto
vestibular da Constituição Federal possui eficácia jurídica equivalente ao restante do
texto constitucional; esta teoria é muito pouco adotada por doutrinadores, e alguns
deles nem a reconhecem, levando em consideração que o procedimento constituinte
não dita que o preâmbulo constitucional deva ser obrigatório na redação do texto
constitucional.
A Teoria da Relevância Jurídica Indireta, por sua vez, elenca que o preâmbulo
constitucional desempenha função de orientar a identificação das características que
regem o texto constitucional, sem possuir, por si próprio, caráter normativo. Neste
caso, o preâmbulo desempenha um papel orientador na identificação das
características da Constituição, mas não se confunde com suas normas, não
equivale a elas.
Teoria da Irrelevância Jurídica
“O preâmbulo (...) não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo
posição ideológica do constituinte. É claro que uma Constituição que consagra princípios
democráticos, liberais, não poderia conter preâmbulo que proclamasse princípios
diversos. Não contém o preâmbulo, portanto, relevância jurídica. O preâmbulo não constitui
norma central da Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-
membro. O que acontece é que o preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação
no sentido dos princípios inscritos na Carta: princípio do Estado Democrático de Direito,
princípio republicano, princípio dos direitos e garantias, etc. Esses princípios, sim, inscritos
na Constituição, constituem normas centrais de reprodução obrigatória, ou que não pode a
Constituição do Estado-membro dispor de forma contrária, dado que, reproduzidos, ou não,
na Constituição estadual, incidirão na ordem local.”
(ADI 2.076, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 15-8-2002, Plenário, DJ de
8-8-2003.)
2.1.2. ADCT
ADCT, Os Atos das Disposições Constitucionais Transitórias, são normas
constitucionais que asseguram uma transição pacífica entre um ordenamento
constitucional antigo para o novo texto constitucional, presente na maioria das
constituições, o conhecimento do ADCT é indispensável para se ter o conhecimento
mais básico do ordenamento constitucional.
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em
sessão unicameral.”
Art. 19° do ADCT: esse é outro artigo interessante de analisar, então veja:
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, da administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na
data da promulgação da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não
tenham sido admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considerados
estáveis no serviço público.”
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Aqui deve-se destacar que não foi criada uma nova categoria de servidor público
com a instauração desse ADCT, mas sim, foi realizada uma estabilização da carreira
dos servidores públicos da época em que a Carta Magna foi promulgada, com isso,
unificou o regime deles com a nova ordem constitucional.
Art. 15° do ADCT: agora, contrariando a ideia de que o ADCT traz normas apenas
de caráter de pouca duração, temos o Art. 15° como exemplo.
Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área
reincorporada ao Estado de Pernambuco.”
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I- A soberania;
II- À cidadania;
V- O pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Por sua vez, o referendo é a consulta ex post do Poder Legislativo ao cidadão, para
que aceite ou rejeite a proposta já formulada.
Princípio fundamental da soberania nacional corresponde ao poder de
autodeterminação dos povos, típico das nações independentes, havendo dois vieses
para a compreensão da soberania.
Não apenas, essa valorização também deve se realizar por meio de políticas
públicas de qualificação profissional e que visam incrementar as condições nas
quais o trabalho é desenvolvido, inclusive por meio de programas educacionais
específicos, nos termos do art. 205 da Constituição.
Nesse escopo, a livre iniciativa é base para muitas das liberdades individuais
inscritas no rol do art. 5º, fundamenta a liberdade de profissão e ofício, a liberdade
de associação, a liberdade de empresa, a propriedade privada, a liberdade de lucro
em um quadro de livre concorrência e a liberdade de contratar.
Para fechar o rol dos princípios fundamentais, encontra-se o pluralismo político, este
é o fundamento para a liberdade de pensamento, crença e liberdade de expressão
artística, científica e intelectual.
De um ponto de vista negativo, significa que o Estado não pode impor uma única
visão política da sociedade, ainda que o governo eleito tenha um posicionamento
ideológico próprio do mandatário ou de seu partido político, de um ponto de vista
positivo, é dizer que as múltiplas concepções de moral e fins sociais devem poder
conviver harmonicamente.
As mais diversas ideologias, desde que não ofendam o regime democrático, podem
participar do livre mercado de ideias, o único ataque permitido contra as ideologias
políticas é a argumentação.
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
IV – não-intervenção;
Quarta Geração
Vários analistas afirmam que está surgindo uma quarta geração de direitos
humanos, que incluiria direitos que não podem ser incluídos na terceira geração,
reivindicações futuras de direitos de primeira e segunda geração e novos direitos,
especialmente em relação ao desenvolvimento tecnológico e de informação e
comunicação tecnologias e ciberespaço.
No entanto, o conteúdo não é claro, e esses analistas não apresentam uma proposta
única, normalmente retiram alguns direitos da terceira geração e os incluem na
quarta, como o direito a um ambiente saudável ou aspectos relacionados à bioética,
alguns desses analistas acreditam que a quarta geração é dada pelos direitos
humanos em relação às novas tecnologias, enquanto outros preferem falar em
direitos digitais, onde uma nova gama de direitos seria encontrada, como:
Quinta Geração
A Quinta Geração destaca a paz como um direito fundamental que legitima o
estabelecimento da ordem, da liberdade e do bem comum na convivência dos
povos, assim, a nova dimensão de direitos fundamentais reserva ao direito à paz o
papel central de supremo direito da humanidade.
Art. 5º, inciso LXVIII – conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder.
Ele pode ser liberatório, quando alguém já foi privado da liberdade, ou preventivo,
quando existe uma ameaça ao direito de ir e vir de um cidadão.
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;
O habeas corpus, além de ser gratuito, é o único remédio constitucional que não
necessita de advogado para ser impetrado, podendo a sua legitimidade para
impetrar o Habeas Corpus ativa ou passiva.
1. Legitimidade ativa: A lei não define um rol de legitimados ativos, nem exara a
necessidade de capacidade civil para sua impetração, de modo que esse
remédio poderá ser impetrado por qualquer pessoa física, em benefício próprio
ou de outrem, ou pessoa jurídica, que não poderá fazê-lo em benefício próprio,
evidentemente, prescinde também de capacidade postulatória e pode ser
concedido de ofício pelo juiz.
2. Legitimidade passiva: Apesar de o Código de Processo Penal mencionar
“autoridade” coatora, o entendimento jurisprudencial é no sentido que podem
figurar como legitimados passivos tanto a pessoa jurídica quanto o particular.
E para sabermos qual será o órgão competente para o julgamento do habeas corpus
é preciso ter em mente quem é o coator, pois sendo particular ou delegado e outras
autoridades que não tenham foro por prerrogativa de função, esse deverá ser
proposto na primeira instância estadual ou federal, de acordo com a esfera do posto
ocupado pelo coator, se a autoridade coatora for juiz, será competente a segunda
instância à qual ele se encontra vinculado.
Por fim, se a autoridade coatora for qualquer das pessoas elencadas no art. 102,
inciso I, alínea “d” da CRFB/88, o Habeas Corpus deverá ser impetrado diretamente
no STF.
Mandado de Segurança
Esse remédio constitucional tem como objetivo proteger um direito líquido e certo
que está sob ameaça ou foi violado por uma autoridade ou órgão público, seu
cabimento é subsidiário, ou seja, somente será utilizado nos casos em que não for
cabível habeas corpus ou habeas data.
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por “habeas-corpus” ou “habeas-data”, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
- STJ, quando for contra ato do Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do
Exército, da Aeronáutica ou do próprio Tribunal. E em recurso ordinário decididos em
única instância pelos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados,
Distrito Federal e territórios, quando a decisão for denegatória.
Mandado de Injunção
O Mandado de Injunção tem como objetivo fazer valer uma norma constitucional,
quando não existir uma lei regulamentando o exercício de um determinado direito
fundamental, em outras palavras, é um instrumento para legitimar a aplicação da
Constituição Federal, como forma de tornar todos os direitos fundamentais
exercíveis e acessíveis.
Habeas Data
Essa ação ganha grande destaque com o advento da Lei Geral de Proteção de
Dados, uma vez que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com suas
informações sensíveis e sigilosas perante bancos de dados.
A previsão do habeas data está no artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição Federal:
LXXII – conceder-se-á “habeas-data”:
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo.
Vale destacar que o habeas data possui regulamentação própria na Lei 9.507/1997,
e para ser impetrado, deve haver prova da tentativa de acesso ou correção de dados
de forma administrativa perante o órgão público, essa ação é gratuita e necessita de
advogado para ser ajuizada, e para sua impetração, enfim, é necessário haver
direito líquido e certo, e todas as provas devem acompanhar a peça inicial, que
prescinde de forma específica.
1. Legitimidade ativa: tem legitimidade ativa qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou
estrangeira, desde que em nome próprio, não obstante o caráter personalíssimo
dessa ação, a jurisprudência admite que seja proposta pelos herdeiros do de cujos em
nome do falecido.
2. Legitimidade passiva: toda a Administração Pública direta ou indireta, bem como
pessoas jurídicas de direito privado que mantenham banco de dados aberto ao público.
Ação Popular
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.
-Entidades
-Autárquicas;
- De empresas públicas;
- De instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido
ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua;
3. 3. CONCLUSÃO
4.
Ao longo do resumo, foi possível notar a respeito da Constituição Federal, que o
Preâmbulo e a ADCT fazem parte da estruturação mesma, e dessa maneira, a
ADCT diferencia-se do preâmbulo, que só se sustenta no terreno das aspirações
políticas. Para a Suprema Corte, o ADCT é dotado de normas constitucionais que
ostentam o mesmo status jurídico atribuído às demais constantes do corpo, foi
relatado a respeito dos princípios fundamentais que são considerados conjunto de
normas ou padrões de conduta a serem seguidos por uma pessoa ou instituição.
Observou-se também a evolução das gerações de direitos que foi proposta
inicialmente em 1979 pelo jurista checo Karel Vasak, inspirado nos ideais da
Revolução Francesa, no Instituto Internacional de Direitos Humanos, em
Estrasburgo, e comentado sobre os remédios constitucionais, que são instrumentos
à disposição dos cidadãos para provocar a intervenção de autoridades a fim de
impedir ilegalidades ou abuso de poder que prejudiquem direitos e interesses
individuais.