Espada de São Jorge PDF
Espada de São Jorge PDF
Espada de São Jorge PDF
Campinas
2004
TICIANNY MELO DO NASCIMENTO
Campinas
2004
631.535 Nascimento, Ticianny Melo do
N17e Estaquia foliar como método de propagação de sanseviérias (Sansevieria
trifasciata e Sansevieria sp.) / Ticianny Melo do Nascimento - Campinas, SP,
2004.
91fls: il.
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________
Dra. Taís Tostes Graziano
Instituto Agronômico Campinas
______________________________________
Dr. Giulio Cesare Stancato
Instituto Agronômico Campinas
______________________________________
Dr. Armando Reis Tavares
Instituto de Botânica
A minha orientadora, Drª. Taís Tostes Graziano, pelo grande apoio, dedicação e compreensão
durante todas as etapas deste trabalho.
A minha família, que apesar de longe, transmitiu-me confiança e motivação para que
continuasse o meu trabalho.
Aos amigos, Solange Romeiro, Josiane Oliveira, Bruno Pereira, Danilo Barbasso, André
Cremasco e Sueli Marcon, pela força e ombro amigo durante o curso e pelas alegrias.
Ao Dr. Carlos Eduardo F. de Castro, pela grande oportunidade de estágio nesta instituição,
sendo por conseqüência, também responsável por este título.
Aos Drs., Armando Reis Tavares e Giulio Cesare Stancato, pela disponibilidade e satisfação
em fazer parte de minha banca examinadora.
Aos Drs., Pedro Furlani, Ana Lagôa, Cleide Abreu e Ondino Bataglia, pelo conhecimento
adquirido e atenção dedicada ao longo do curso.
Aos técnicos Sérgio, Ana Maria e Fernando, pela enorme contribuição durante todos os
experimentos, estando presente em avaliações e tarefas.
Aos meus sogros, Renato e Maria Coser, pelo apoio e compreensão durante estes dois anos de
curso, e por terem me recebido em casa como filha.
Aos profissionais que contribuíram com informações valiosas para a realização deste estudo e
a todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste trabalho.
“O segredo é não correr atrás das borboletas,
é cuidar do jardim para que elas venham até você”
Mário Quintana
NASCIMENTO, Ticianny Melo do. Estaquia foliar como método de propagação de
sanseviérias (Sansevieria trifasciata e Sansevieria sp.). 2004. 91p. Dissertação (Mestrado
em Agricultura Tropical e Subtropical) – Instituto Agronômico Campinas.
RESUMO
Estudou-se propagação por estaquia foliar de duas espécies de sanseviérias (S. trifasciata e
Sansevieria sp.), verificando: a) o efeito do tempo de cicatrização das estacas e do substrato
utilizado, sobre a sobrevivência das estacas, o enraizamento e o desenvolvimento das mudas,
e: b) o efeito da posição de retirada das estacas foliares e do ácido indolbultírico (AIB) no
desenvolvimento das mudas. Foram realizados dois experimentos onde, no primeiro, em
delineamento inteiramente casualizado, e esquema fatorial 5 x 2, com 10 tratamentos e 10
repetições, os tratamentos utilizados foram 5 tempos de cicatrização (0, 1, 2, 4 e 6 dias) e 2
substratos (areia de rio e comercial Plantmax®), e no segundo, em esquema fatorial 3 x 2,
apresentando 6 tratamentos e 10 repetições, sendo os tratamentos aplicados, 3 posições de
retirada da estaca na folha (basal, mediana e apical) e a aplicação do AIB na dose de 1000
mg.L-1. Pelas características diferenciadas das plantas, existem diferenças nas respostas das
duas espécies, onde: o tempo de cicatrização das estacas não comprometeu, no período de 6
dias, o enraizamento e nem a brotação de ambas espécies, no entanto, a estrutura física da
areia, importante no início, favoreceu a formação das raízes e brotos nas estacas de S.
trifasciata, não ocorrendo brotação nas estacas de Sansevieria sp.; no substrato comercial
Plantmax®, a composição química contribuiu para o crescimento, acelerando o
desenvolvimento nas duas espécies; as folhas de sanseviérias podem ser utilizadas por inteiro
na obtenção de estacas, sendo, as estacas apicais e medianas mais indicadas, chegando a
produzir no período de 180 dias uma média de 4,6 brotos/estaca plantada de S. trifasciata e
1,2 brotos/estaca, de Sansevieria sp. e; a aplicação de AIB, na dose de 1000 mg.L-1, não
favoreceu nenhum dos parâmetros analisados, pelo contrário, na Sansevieria sp. teve efeito
inibitório, atrasando ou diminuindo alguns deles.
ABSTRACT
The propagation of two sansevierias species has been studied (Sansevieria trifasciata and
Sansevieria sp.). During the research, some parameters were observed: a) the effect of
cuttings healing period and the growing media used on the cuttings survival, rooting and
plantet development, and b) the effect of leaf cuttings portions according to the position they
were removed, and Indole butyric acid (IBA) on the development of the cuttings. Two
experiments were carried out. In the first, the experimental design used was completely
randomized, with a factorial scheme of 5x2, with ten treatments and ten repetitions, the
treatments used were: five healing periods (0,1,2,4 and 6 days) and two growing media (sand
and Plantmax brand). In the second, with factorial scheme of 3x2, with 3 treatments and 10
repetitions, the treatments were three different leaf cuttings portions (basal, median and
apical) and with Indole butyric acid (IBA) application (1000 mg.L-1), between the species
responses, where: the leaf cuttings healing period affected, in the period of six days, neither
the rooting nor the budding of both species. However, the sand physical structure, important
at the beginning of the work, helped the root and bud formation in S. trifasciata cuttings,
which didn´t happened in the Sansevieria sp. cuttings budding; the Plantmax chemical
composition has improved the growth, with an increase on speed and on the development of
both species. The whole leaf of sansevieria may be used as cutting, but apical and median
ones are mostly indicated. They can produce, in a period of 180 days, an average of 4,6
buds/planted cutting of S. trifasciata, and 1,2 buds/planted cutting of Sansevieria sp., and, the
IBA application of 1000 mg.L-1 didn´t benefited any of the analyzed parameters, on the
contrary, in Sansevieria sp. it had an inhibited effect, delaying or decreasing some of them.
Figura 5 - Brotações (A) e planta (B) desenvolvidas a partir de estacas de S. trifasciata var.
laurenti....................................................................................................................27
Figura 7 - Disposição das estacas de S. trifasciata e Sansevieria sp., nos canteiros preenchidos
com areia de rio (A) e substrato comercial (B).......................................................39
Figura 19 - Número médio de brotos aparentes obtidos em estacas basais, medianas e apicais
de S. trifasciata e Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio..............................69
Figura 21 - Número total de brotos obtidos a partir de estacas de posição basal, mediana e
apical da folha de S. trifasciata, submetidas ou não a aplicação de AIB (mg.L-1),
aos 180 dias de desenvolvimento............................................................................71
Figura 22 - Número médio de brotos em estacas de Sansevieria sp., obtidas das posições
basal, mediana e apical da folha, submetidas ou não ao AIB (mg.L-1), aos 180 dias
de desenvolvimento.................................................................................................72
Figura 25 - Peso médio de massa seca de estacas remanescentes, obtidas das posições basal,
mediana e apical da folha de S. trifasciata, aos 180 dias do plantio.......................75
Figura 27 - Número médio de folhas (A) e altura média de plantas (B) obtidas a partir de
estacas basais, medianas e apicais de Sansevieria sp., aos 180 dias após o
plantio......................................................................................................................78
Figura 28 - Diâmetro médio de rizomas formados a partir de estacas de Sansevieria sp., em
função da aplicação de AIB (mg.L-1), aos 180 dias após o plantio.........................78
Figura 29 - Comprimento médio dos rizomas obtidos a partir de estacas basais, medianas e
apicais de Sansevieria sp., submetidas a aplicação de AIB (mg.L-1), aos 180 dias
após o plantio..........................................................................................................79
Figura 30 - Matéria seca média das estacas de Sansevieria sp., obtidas de diferentes posições
da folha, submetidas ou não ao AIB (mg.L-1), aos 180 dias após o plantio............82
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 - Efeito do tempo de cicatrização das estacas e do substrato, sobre o número médio
de brotos total, em estacas de S. trifasciata, aos 270 dias após o plantio...............53
Tabela 5 - Altura das plantas em S. trifasciata, a partir de estacas foliares cultivadas em areia
e substrato comercial sob diferentes tempos de cicatrização, 270 dias após o
plantio......................................................................................................................57
Tabela 6 - Efeito do substrato e do tempo de cicatrização no peso de massa seca (g) da estaca
plantada, das raízes, do rizoma e da brotação de S. trifasciata, 270 dias após o
plantio......................................................................................................................59
Tabela 9 - Comprimento médio dos rizomas de Sansevieria sp. formados a partir de estacas
foliares cultivadas em areia e substrato comercial sobre diferentes tempos de
cicatrização, 270 dias após o plantio.......................................................................63
Tabela 12 - Peso de massa seca (g) de estacas de S. trifasciata e Sansevieria sp., obtidas das
posições basal, mediana e apical das folhas, antes do plantio ...............................65
Tabela 13 - Efeito da posição de retirada da estaca e do AIB, sobre o número médio de brotos
aparentes e do total de brotos, em estacas de S. trifasciata e Sansevieria sp., 180
dias após o plantio...................................................................................................68
Tabela 16 - Efeito da posição da folha e do tratamento com AIB no peso de massa seca (g) da
estaca, raízes, rizomas e folhas de S. trifasciata, aos de 180 dias após o
plantio......................................................................................................................75
Tabela 18 - Comprimento médio dos rizomas de Sansevieria sp., formados a partir de estacas
obtidas das regiões basal, mediana e apical da folha, sob a presença ou não de
AIB, no período de 180 dias...................................................................................79
Tabela 19 - Efeito da posição da folha e do tratamento com AIB na matéria seca da estaca (g),
raízes, rizomas e folhas de Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio................80
Tabela 20 - Efeito da posição da folha e do tratamento com auxina na matéria seca da estaca
plantada de Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio........................................81
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... .14
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... .16
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CULTURA ..................................................................... 16
2.2 ESPÉCIES E VARIEDADES CULTIVADAS ............................................................................. .17
2.3 FORMAS DE UTILIZAÇÃO .................................................................................................. .19
2.4 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO UTILIZADOS .......................................................................... .22
2.4.1 Propagação por Sementes ...............................................................................................22
2.4.2 Propagação Assexuada ....................................................................................................23
2.4.2.1 Divisão de touceiras .....................................................................................................23
2.4.2.2 Estaquia ........................................................................................................................24
2.5 FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO DE MUDAS A PARTIR DE ESTACAS......28
2.6 USO DE REGULADORES VEGETAIS EM ESTACAS FOLIARES ............................................... .32
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ .36
3.1 EXPERIMENTO 1 ................................................................................................................ .37
3.2 EXPERIMENTO 2 ................................................................................................................ .41
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... .45
4.1 EXPERIMENTO 1 ................................................................................................................ .45
4.2 EXPERIMENTO 2 ..................................................................................................................65
4.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................... .82
5 CONCLUSÕES.....................................................................................................................86
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................87
1 INTRODUÇÃO
São Jorge, pertencem à família Agavaceae (JOLY, 1977). Muitas delas, e seus cultivares, são
seu uso determinado pelo tamanho, textura e coloração da planta (HENLEY et al., s/d). Todas
as espécies são extremamente rústicas, adaptando-se muito bem ao sol ou à sombra, ao calor e
jardins, inclusive de pedras, pela rusticidade e forma característica de suas folhas, e mais
recentemente, como folhagem de corte, para compor arranjos florais, com grande expectativa
características desejáveis somente podem ser mantidas por via assexuada. A divisão de
touceiras é hoje o método mais utilizado, porém, estacas de folhas também podem ser
plantas de órgãos subterrâneos maiores podem ser propagadas por divisão de rizomas, e
aquelas de parte aérea mais desenvolvida são facilmente reproduzidas por estacas foliares
(BLOSSFELD, 1963). Segundo Hill (1996), algumas espécies, por terem folhas compridas e
substrato, enraizando facilmente e desenvolvendo uma nova planta a partir da base da estaca.
Com a expansão da floricultura brasileira nos últimos anos, a busca por novos
produtos tem sido uma constante. Para atender também um mercado cada vez
mais exigente e ávido por novidades é preciso identificar plantas com potencial de
aos novos produtos. Isso tem levado à procura de novas espécies ou daquelas
tido um uso bastante restrito, até o momento, e com pouco valor comercial.
sua maior parte, da África e da Índia (MEJIAS e RUANO, 1990). Suas plantas são
(JOLY, 1977), porém, esta classificação pode variar de acordo com o sistema adotado.
Enquanto que alguns autores as classificam como pertencente à família Liliaceae (LORENZI
e MELLO FILHO, 2001; GRAF, 1978), outros, Dracaenaceae (DAHLGREN et al., 1985) e
Muitas das espécies e suas cultivares são cultivadas comercialmente pelo seu caráter
ornamental, definido tanto pelo seu hábito de crescimento, como pela textura, forma e
Segundo Lorenzi e Mello Filho (2001), são plantas herbáceas, rizomatosas, com
folhas geralmente eretas, suculentas, fibrosas, de coloração que varia do verde mais claro ao
plantas pequenas, de folhas curtas, carnosas e espessas, enquanto outras possuem folhas
longas, delgadas e coriáceas. Outras, como a Sansevieria singularis, são caracterizadas por
folhas cilíndricas e separadas entre si, em contraste com aquelas de folhas semicilíndricas,
dispostas em forma de leque. Existem também espécies arborescentes, com folhas emergindo
racemo, que geralmente se origina na axila das folhas (LORENZI e MELLO FILHO, 2001),
em dois ciclos (cálice e corola) idênticos e soldados entre si; a coloração predominante é
branca, podendo ocorrer ora amarelada, ora esverdeada. Os frutos são carnosos e do tipo baga.
cultivares comerciais.
A Sansevieria trifasciata var. laurentii (De Wild) N. E. Br. é uma variedade tolerante
1975). De acordo com Lorenzi e Mello Filho (2001), é indicada para o cultivo em vasos ou
formando bordaduras, apresentando boa resistência a solos de regiões áridas e ao calor
A pequena S. trifasciata Pain ‘Hahnii’, variedade anã que surgiu por mutação
espontânea nos Estados Unidos, durante a segunda guerra mundial (BLOSSFELD, 1963), é
resultante de mutação hortícola da espécie típica (S. trifasciata) (LORENZI e SOUZA, 2001).
e verde escuro, que se agrupam formando uma roseta. Conforme Lorenzi e Souza (2001), é
grande efeito decorativo. A forma variegada, S. trifasciata ‘Golden Hahnii’, tem tendência a
retroceder à forma original. Essas formas e variedades anãs não costumam florescer e não
toleram o frio.
Henley et al. (s/d) ainda destacam para fins ornamentais a S. trifasciata ‘Futura’, que
‘Craigii’ de folhas mais longas e flexíveis e S. trifasciata ‘Goldiana’, muito parecida com a
laurentii, mas além de borda lateral amarelo creme, apresenta uma faixa estreita de cor creme,
como matéria prima para a fabricação de fibras. É encontrada em jardins, apresentando folhas
SOUZA, 2001).
Conhecida popularmente como sansevieria-leque, a Sansevieria ehrenberguii
Schweinf. ex Baker é caracterizada pelo arranjo alternado das folhas como um grande leque
(GRAF, 1978). Suas folhas canaliculadas, achatadas nas margens e arredondadas no meio,
Sansevieria dawei Stapf, Sansevieria splendens Stapf (LORENZI e MELLO FILHO, 2001), a
Thunb. (GRAF, 1978), Sansevieria longiflora Sims (HERWIG, 1976), Sansevieria pinguicula
das plantas, tanto ambientes de interior como exterior. Segundo Herwig (1976), essas plantas
entraram em nossas casas desde muito tempo, não perdendo mais a sua popularidade pela sua
natureza até certo ponto suculenta, sendo resistentes a eventuais negligências, além de
oferecerem a vantagem de tolerância à baixa umidade do ar, razão pela qual podem ser
Roberto Burle Marx sempre teve um carinho grande por essas plantas, mantendo
uma coleção considerável em seu sítio em Guaratiba, Estado do Rio de Janeiro, onde também
as mantinha em canteiros de frente à sua residência, compondo com bromélias, entre outras,
sobre pedras.
Na figura 1 estão apresentadas algumas das espécies mais cultivadas como plantas
(B)
(A)
(C)
(F)
(D)
(E)
(G) (H)
Figura 1 ― Utilização de diferentes espécies e cultivares de Sansevieria como planta
envasada e na formação de canteiros: S. zanzibarica (A), S. cilyndrica (B), S. trifasciata
Hahnii (C), S. trifasciata Golden Hahnii (D), S. trifasciata Laurentii (E), Inflorescência de
Sansevieria sp. (F, G e H).
De acordo com Herwig (1976), é uma planta muito fácil de cultivar, não exigindo
requisitos especiais, mas o sol intenso pode afetar o desenho da folhagem. Já, segundo uma
reportagem exibida no jornal O POVO (2004), no Ceará, a produtora Fátima Del Valk,
portuguesa que há um ano cultiva 2,5 mil pés de S. cylindrica, explica não ser tão fácil como
parece, pois estas plantas são comumente atacadas por insetos, precisam de sombra para se
Além do seu uso como ornamentais, são também conhecidas como plantas de
“defesa”, vindo a compor o conhecido "vaso das sete ervas", encontrado no mercado como
cultos afro-brasileiros, acredita-se que o perfume exalado influencia as reações das pessoas.
indicada para ser colocada na porta de entrada, do lado de fora das casas.
sua durabilidade após o corte. Segundo Takawira e Nordal (2002), há também espécies
Uma outra novidade sobre estas plantas é que podem combater a poluição existente
dentro de casas e escritórios, gerada por verniz, tintas, colas, fibras sintéticas e fumaça de
cigarro. Um estudo recente, conduzido pelo cientista americano Bill Wolverton, da Nasa,
comprovou que os poluentes são absorvidos por bactérias que vivem nas raízes e nas folhas de
(http://www.arquitectando.blogger.com.br/; http://www.jardimdeflores.com.br ).
Além disso, algumas espécies, como por exemplo, a S. cilyndrica, são usadas na
morfologia de cada planta. Embora muitas espécies possam ser propagadas por sementes, essa
provenientes de estacas foliares, sendo que plântulas de Sansevieria sp. podem ser observada
na figura 2.
Figura 2 ― Plântulas oriundas da propagação sexuada de Sansevieria sp.
podendo ser por divisão de touceiras ou por estaquia, tanto de rizomas como de folhas,
plantas rizomatosas, muito comum nas sanseviérias. Consiste na separação das novas
brotações que surgem do rizoma subterrâneo, podendo variar de acordo com o tipo de rizoma.
Algumas espécies produzem brotações bem próximas da planta original, apresentando um
crescimento mais adensado, outras, produzem brotações mais distanciadas, ocupando áreas
Segundo Henley et al. (s/d), as plantas obtidas dessa forma atingem a máxima
produção, como ornamentais, entre um ano e meio a dois anos depois do plantio, dependendo
folhas suficiente para que alcancem o máximo desenvolvimento em menor tempo (MEJIAS e
RUANO, 1990).
2.4.2.2 Estaquia
algumas frutíferas.
(rizomas, tubérculos e bulbos), folhas e raízes. Muitas espécies podem ser propagadas por um
ser propagadas por divisão de rizomas, enquanto aquelas de parte aérea mais desenvolvida
podem também ser multiplicadas através de estacas foliares (NASCIMENTO et al., 2003).
a) Estaquia de rizoma
menos uma gema lateral. O tamanho das estacas depende da espécie ou cultivar, uma vez que
b) Estaquia de folhas
Outra forma de estaquia utilizada é por intermédio de secções da folha, cujo tamanho
é determinado pelo hábito de crescimento da planta. Para as cultivares anãs, como Sansevieria
plantas de folhas maiores são cortadas em secções de 10 a 20 cm. Quanto menores as porções,
As estacas devem ser plantadas com a sua parte basal para baixo, enterradas em 2,5 a
4,0 cm, em um substrato úmido, de boa drenagem. Para o enraizamento, o ideal é que a
da cultivar, do tamanho, da posição em que foi retirada a estaca e da sua condição fisiológica,
sob condições favoráveis, um propágulo pode originar de uma a cinco brotos, que devem ser
separados quando atingirem o tamanho desejado (HENLEY et al., s/d; MEDINA, 1959).
Nas figuras 3 e 4 são apresentadas as etapas da multiplicação de plantas do gênero
areia, como substrato. Com o tempo, em sua base dá-se início a formação de
conhecidas como quimeras, onde tecidos com e sem mutações ocupam lugares distintos no
planta que muitas vezes deseja-se manter, nos casos de propagação clonal dessas espécies.
Nessas plantas, partes do tecido vegetal perdem a capacidade de produzir clorofila, enquanto
onde o tecido mutado está localizado numa fina camada, geralmente epidérmica, recobrindo
uma porção de tecido inalterado. Esse é o tipo de quimera mais comum e estável. A
propagação de uma quimera periclinal por alguns tipos de estacas de folhas, como em plantas
de S. trifasciata var. laurenti, pode resultar numa reversão à forma não mutante, nesse caso
perdendo a variegação nas folhas (Figura 5), uma vez que a planta originada será obtida por
(A) (B)
Figura 5 ― Brotações (A) e planta (B) desenvolvidas a partir de estacas de S. trifasciata var.
laurenti.
Por isso, para que essa cultivar mantenha as características desejadas, deve-se
touceira.
qualidade e quantidade das raízes nas estacas, podem variar com a espécie, cultivar, condições
a auxina requer fonte de carbono para a biossíntese de ácidos nucléicos e proteínas, para a
desenvolvimento das plantas e o enraizamento das estacas, o que vem sendo estudado em
melhor do que quando retiradas no outono. Em estacas de Vitis vinifera L., também
de inibidores do enraizamento.
fornecidos pelas folhas remanescentes, atuam como co-fatores no enraizamento, sendo que o
valor de auxina responsável pela formação ou não das raízes adventícias é o fator
observado maior enraizamento nas estacas da porção basal em relação às medianas e apicais.
colocadas no substrato, ainda não possuem raízes e, portanto, não têm como absorver água
2003). No cultivo comercial de sansevierias a irrigação deve ser moderada, podendo ser feita
pelo método localizado, visando evitar ataque de fungos foliares (MEJIAS e RUANO, 1990).
condiciona diretamente o metabolismo das células das folhas e da base das estacas. Para as
Segundo Grimstad e Frimanslund (1993), citados por Minami (1995), o controle das
temperaturas diurna e noturna pode levar a um controle de crescimento de plântulas, sem que
temperatura do substrato também é importante, pois nem sempre são iguais. A temperatura do
espécie, pode-se afirmar que, em geral, temperaturas entre 18 e 24° C exercem efeito
2000).
penetração das raízes e as trocas gasosas, além de proporcionar um ambiente escuro na base
da estaca. O substrato deve manter as estacas fixas e com boa aderência, permitindo sua
remoção sem danos às raízes. Alem disso, deve ter baixo custo, ser de fácil obtenção e não
areia, material orgânico, argila, de modo a constituir o meio mais adequado ao enraizamento
vegetal, mineral ou sintética, sendo que na prática apenas os três últimos devem ser
considerados. Dentre os fatores a serem considerados nas matérias-primas que são usadas
dará o processo de enraizamento. Como ocorre normalmente com outras suculentas, nas
sansevierias o substrato utilizado deve permitir uma boa drenagem da água e aeração das
raízes, já que as plantas facilmente têm suas raízes apodrecidas por umidade excessiva
(GRIFFITH JUNIOR, 1998). Herwig (1976) recomenda seu cultivo em solo arenoso e
levemente alcalino.
turfa, material muito utilizado na Europa pela sua disponibilidade, sendo pouco utilizada no
Brasil; a casca de pinus, bastante utilizada no mercado brasileiro por ser um material fácil de
acordo com Kämpf (2000), ainda podem ser usados, isopor (poliestireno expansível), argila
características desejáveis para um bom meio de cultivo e, por esta razão, os substratos
De acordo com Gonçalves (1995), a areia foi um dos primeiros substratos utilizados
para o enraizamento de estacas em nosso país, tratando-se de um material muito bom para
De acordo com Santos (1994), citado por Norberto et al. (2001), as condições
internas da planta podem ser traduzidas pelo balanço hormonal entre inibidores, promotores e
de crescimento sintéticos é uma das formas mais comum de favorecer o balanço hormonal,
elevando o teor de auxinas nos tecidos. De acordo com Fachinello et al. (1995), o grupo de
reguladores de crescimento usado com maior freqüência é o das auxinas, que são essenciais
níveis que variam conforme a velocidade das reações de síntese, destruição e inativação, e
que, por sua vez, é afetada por alguns fatores, como idade fisiológica do orgão e da planta,
condições ambientais, e parte da planta que foi utilizada (FACHINELLO et al., 1995).
raízes vem de longa data, mas, embora a auxina tenha sido correlacionada originalmente ao
tecidos localizados abaixo do ápice. O suprimento constante de auxina que chega à região
(TAIZ e ZEIGER, 2004). Em baixos níveis de concentração, isto é, entre 10-8 a 10-6 M, a
ou próximo, começa a induzir a formação do etileno e com o sucessivo aumento além deste
nível, ocorre inibição progressiva do tecido pela formação cada vez maior do etileno
aquosa ou na forma de pó. As soluções aquosas podem ser aplicadas na forma diluída em
baixas concentrações (> zero a 500 mg.L-1), ou na forma concentrada (de 1000 a 6000 mg.L-
1
). A pesquisa mostra resultados satisfatórios com os dois métodos (HARTMANN et al.,
1990), sendo que o tempo de imersão depende do tipo de estaca, devendo as estacas, lenhosas
na concentração entre 3000 e 8000 mg.L-1 (REUTHER et al., 1973). No entanto, segundo
Loach (1988) citado por Pereira (2003), auxinas na forma de talco não permitem a precisão na
quantidade do princípio ativo absorvido para os tecidos, dependendo da condição das estacas
agregados de células maduras que renovam sua atividade de divisão celular. Essas células em
muito útil para a propagação vegetativa de plantas por estaquia (TAIZ e ZEIGER, 2004).
O AIB é a auxina mais utilizada via exógena e mais eficiente para promover o
1982), Rosa sp. ‘Red Success’ (PIVETTA et al., 2001), Rhipsalis grandflora (STANCATO et
de secagem (0, 1, 2, 4 e 6 dias) para cicatrização das estacas e do substrato utilizado (areia e
apresentam quanto à forma e consistência das folhas. Segundo Lorenzi e Mello Filho (2001),
A largura varia entre 5 e 8 cm e a altura de 30 a 70 cm. Esta planta, ainda não identificada, de
acordo com Michael Phillips1 (informação verbal) provavelmente seja um híbrido, que
PF.1056.
1
Membro da Diretoria da Sociedade Internacional de Sansevieria, [email protected]
Foram instalados dois ensaios em cada experimento, sendo um para cada espécie
estudada.
(A) (B)
Tratamentos:
comparadas pelo teste de Tukey a 1% de significância. Alguns dados tiveram que ser
obtidas de folhas frescas expandidas, lavadas com água corrente e detergente de pH neutro em
com 2 tipos de substrato: areia lavada de rio e substrato comercial Plantimax®, onde as
estacas foram enterradas verticalmente, em 1/3 delas. A irrigação foi manual, três vezes por
semana.
(A) (B)
Agronômico Campinas, o pH deste substrato é baixo e a sua composição pode ser visualizada
na tabela 1.
níveis de NO3, P e Na estão compatíveis, no entanto, os demais valores estão fora do padrão
para plantas cultivadas em vaso, estando ou acima do normal, como é o caso do K, Ca, Mg e
3.1.3 Avaliações
não do enraizamento em todas as estacas. Daí por diante foram feitas avaliações quinzenais,
A sobrevivência das estacas foi considerada observando o número de estacas que não
(cinco) estacas (repetições) de cada tratamento para observação visual através da atribuição de
brotação aparente, os brotos visíveis na superfície do substrato, antes do arranquio das mudas.
44
3.1.3.3 Brotação
todos os brotos observados quando da retirada das estacas do canteiro, aparentes ou ainda
subterrâneos.
O desenvolvimento das mudas foi avaliado através do peso de massa seca de cada
parte diferenciada da planta (raíz, rizoma e brotação) e da estaca utilizada no plantio, obtido
pela última avaliação (aos 270 dias), a partir de uma amostra constituída por 5 repetições. A
massa seca foi determinada, secando-se o material em estufa de circulação forçada, a uma
temperatura de ± 50° C, até o seu peso constante, obtido após sete dias.
Além disso, avaliou-se o número de brotos por estaca, número de folhas por broto,
UTILIZAÇÃO DE AUXINA.
e desenvolvimento das mudas. O período de condução deste foi de dezembro de 2003 a junho
(basal, mediana e apical) e a aplicação ou não da auxina, ácido indolbutírico (AIB), na dose
Tratamentos:
Basal testemunha
Basal + AIB
Mediana testemunha
Mediana + AIB
Apical testemunha
Apical + AIB
Os resultados obtidos foram submetidos à análise da variância, sendo as médias
comparadas pelo teste de Tukey a 1%, e algumas submetidas à transformação dos dados em
raiz de x + 1.
estacas foram submetidas a aplicação de AIB por imersão rápida e imediatamente enterradas
em 1/3 delas (figura 8), em canteiros preenchidos de substrato comercial. A irrigação foi
3.2.3 Avaliações
colocadas para secar em estufa de circulação forçada, a uma temperatura de ± 50°C, até o seu
peso constante, obtido após sete dias, com a finalidade de comparação com as estacas
acima do nível do substrato. Na ocasião foram considerados como brotação aparente, aqueles
brotação aparente foram realizadas a cada 15 (quinze) dias, a partir dos 30 (trinta) dias após o
plantio.
3.2.3.3 Brotação
todos os brotos observados quando da retirada das estacas do canteiro, aparentes ou ainda
subterrâneos.
O desenvolvimento das mudas foi avaliado pelo peso de massa seca da estaca
original e de cada parte diferenciada da planta (raíz, rizoma e parte aérea), a partir de uma
amostra constituída de 5 (cinco) repetições, aos 180 (cento e oitenta) dias, na última
forçada, a uma temperatura de ± 50°C, até o seu peso constante, obtido após sete dias.
Avaliou-se ainda, o número de brotos por estaca, número de folhas, altura (cm) da
herbáceas, muitas delas ornamentais como violeta-africana, begônias, etc, onde são utilizadas
diferentes porções da folha. Poucas espécies, no entanto, apresentam folhas como as das
tamanho da folha, e do tamanho da estaca, uma folha de sanseviéria pode originar entre 10
praticamente baseada na estaquia caulinar (STUMPF et al., 2001; PIVETTA, 1994). Pouco se
rusticidade das espécies. Ao longo do período, não foi observada qualquer perda de estaca por
apodrecimento ou por não enraizamento.
sobrevivência não foi afetada por nenhum dos substratos testados. Em trabalho realizado por
Pereira (2003), na propagação de jabuticabeiras por estacas, o autor observou que o tipo de
pelo encharcamento, permitindo uma boa aeração para o desenvolvimento das raízes.
propagação (KÄMPF, 2000). Pelo avaliado pode-se deduzir também que o material de
fitossanitário a ele aplicado, antes do plantio, foi eficiente, mantendo as estacas livres de
das estacas. A avaliação foi realizada aos 30 dias após a estaquia, através do arranquio
cuidadoso.
5 5
Enraizamento
Enraizamento
4 4
(nota)
3 3
(nota)
2 2
1 1
0 0
0 1 2 4 6 0 1 2 4
Tempo de Cicatrização (dias) Tempo de Cicatrização (dias)
(A) (B)
Areia Comercial Areia Comercial
Figura 9 ― Notas2 médias atribuídas aos níveis de enraizamento das estacas de S. trifasciata
(A) e Sansevieria sp. (B), em função do tempo de cicatrização e do substrato utilizado,30 dias
após o plantio.
Segundo George (1993) citado por Hoffmann et al. (2001), o substrato é um fator
2
0- sem raíz; 1- Formação de calos/primórdios radiculares; 2- início de desenvolvimento de raíz; 3- raíz
desenvolvida; 4- raíz bem desenvolvida e; 5- raíz muito desenvolvida.
Como o cultivo em substrato comercial foi mais precoce, provavelmente essas suas
características podem ter sido mais favoráveis ao desenvolvimento das raízes primárias. Seu
bom desempenho pode ser atribuído à boa agregação junto à base das estacas e raízes, e a
enraizamento de estacas. Desta forma, maior enraizamento observado nesta fase pode estar
aeração, quando comparado à areia. Para Hill (1996), as plantas não só se reproduzem melhor
a partir de um propágulo específico, mas também têm um substrato mais adequado para cada
uma delas.
Pinus moída.
Na areia, o desenvolvimento inicial de brotos aparentes se deu aos 225 dias após o
precoce em relação aos demais e aquelas submetidas à secagem de 6 dias apresentaram o pior
resultado. Nas estacas cultivadas em substrato comercial, a brotação deu início aos 210 dias,
nas estacas não submetidas à secagem e nas submetidas a 1 e 2 dias. Este efeito pode ser
foi em areia, não houve desenvolvimento de brotação aparente, durante o período de 270 dias.
Já no cultivo em substrato comercial, a brotação aparente deu início nas estacas submetidas à
cicatrização de 2 e 6 dias, aos 255 dias após o plantio. As estacas do tratamento testemunha (0
dia) brotaram mais tarde, mas com intensidade maior, igualando-se com a de 2 dias, aos 270
dias. Com 1 e 4 dias de cicatrização, não houve brotação aparente no período (Figura 11).
Cultivo em Areia
0,4
0,3
Nº de brotos 0,2
0,1
0
195 210 225 240 255 270
Tempo de avaliação (dias)
2
1,5
Nº de brotos 1
0,5
0
195 210 225 240 255 270
Tempo de avaliação (dias)
0,2
0,15
Nº de brotos 0,1
0,05
0
225 240 255 270
Tempo de avaliação (dias)
somente retardando-os.
de folhas com cerca de 10 a 15 cm, novas plantas foram obtidas entre 70 a 90 dias. Já Henley
et al. (s/d), não exemplificando a espécie, afirmam que uma ou mais folhas emergem da
superfície do meio de propagação entre 90 e 120 dias. Isso contribui para mostrar que há
4.1.3 Brotação
manifestam-se sobre as raízes, mas podem acarretar algumas influências sobre o crescimento
da parte aérea.
S. trifasciata. No cultivo em areia, o número médio de brotos por estaca, observado no final
de ensaio, foi de no máximo 0,4 broto por estaca, o que vem reforçar o atraso na brotação. Em
substrato comercial, o crescimento no número médio de brotos teve resultados melhores, com
número médio de 0,2 broto (aparente) por estaca, aos 270 dias após o plantio. As estacas
cultivadas em areia não apresentaram nenhum broto nesse período (Figura 11).
Diferentemente do observado na brotação aparente, em ambas espécies o tempo
Tabela 2 ― Efeito do tempo de cicatrização das estacas e do substrato, sobre o número médio
de brotos total, em estacas de S. trifasciata, aos 270 dias após o plantio
Cicatrização (dias)
0 1,50 a 1,21 a
1 1,57 a 1,28 a
2 1,65 a 1,24 a
4 1,69 a 1,16 a
6 1,63 a 1,40 a
F 1,01 ns 1,86 ns
DMS 0,29 0,27
Substrato
Areia 1,72 a 1,28 a
Comercial 1,50 b 1,24 a
F 10,93 ** 0,31 ns
DMS 0,13 0,12
ns
F (P x A) 0,81 1,92 ns
CV% 14,40 16,71
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não
É Interessante notar que, aos 270 dias, quando as mudas de S. trifasciata foram
Isto significa dizer que, apesar do cultivo em areia ter atrasado a brotação, ele
obtidos no cultivo em areia e substrato comercial, foi de 2,04 e 1,28 brotos, respectivamente
(Figura 12). Para a Sansevieria sp., o substrato não teve efeito significativo.
2,5
2
Número de 1,5
brotos 1
0,5
0
Areia Comercial
Substrato
Um estudo realizado sobre a propagação por estaquia de Lippia alba, por Biasi e
Costa (2003), mostrou que para esta espécie, o comportamento foi semelhante na estaquia em
enraizamento e número de brotos por estaca. Ocorreu diferença significativa somente com
relação ao comprimento dos brotos, cujo maior valor foi observado no substrato Plantmax que
Médias
Variáveis N° de Altura da Comprimento Diâmetro do
Folhas (1) planta (1) (cm) do rizoma (1) rizoma (mm)
(cm)
Substrato
Areia 1,15 b 1,44 b 2,83 a 2,87 a
Comercial 2,05 a 3,29 a 2,75 a 2,91 a
F 55,00 ** 33,22 ** 0,82 ns 0,65 ns
DMS 0,24 0,64 0,18 0,70
Cicatrização (dias)
0 1,44 ab 2,32 a 2,81 a 7,85 a
1 1,71 ab 2,39 a 2,73 a 6,75 a
2 1,71 ab 2,79 a 2,96 a 8,25 a
4 1,29 b 1,53 a 2,67 a 6,80 a
6 1,85 a 2,78 a 2,78 a 7,45 a
F 2,85 * 2,05 ns 1,13 ns 2,85 *
DMS 0,54 1,45 0,41 1,56
F (S x T) 6,27 ** 4,61 ** 1,61 ns 1,29 ns
CV% 26,57 48,01 11,54 16,50
(1)
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
de folhas por broto. Foi observado que, quando submetidas a 6 dias de cicatrização, as estacas
apresentaram o número de folhas superior àquelas submetidas a 4 dias, que foi o tratamento
Figura 13 ― Desenvolvimento de mudas obtidas de estacas foliares de S. trifasciata, cultivadas em areia e substrato comercial e submetidas à
diferentes tempos de cicatrização, aos 270 dias após o plantio.
O enraizamento foi maior e mais vigoroso quando o cultivo foi conduzido em areia e
substrato, percebeu-se que as raízes e brotações vieram mais rapidamente, porém em menor
dos fatores para número de folhas e altura das plantas, e o desdobramento das médias pode ser
Para número de folhas e altura das plantas, foi possível observar que o tempo de
testemunha.
folhas por broto, quando as estacas foram cicatrizadas por 1, 2 e 6 dias e 2 e 0,8
Enquanto que na areia, esse valor não chegou a um em nenhum dos tratamentos.
cicatrização proporcionou uma altura bem inferior, de 1,3 cm. No tratamento com
6 dias de cicatrização a altura das plantas foi em média de 14,3 cm. Em areia, os
tratamentos com cicatrização de 1 e 2 dias, não apresentaram altura mensurável.
25
20
Altura da 15
planta (cm) 10
5
0
0 1 2 4 6
Tempo de cicatrização (dias)
Para a matéria seca da estaca plantada, das raízes e do rizoma, não houve efeito
al. (2003) verificaram que, a matéria seca das mudas aclimatadas em substrato comercial
Plantmax®, sozinho ou com vermiculita, foi superior tanto para raízes quanto para a parte
aérea da planta.
Médias
Variáveis Estaca Raízes Rizoma Brotação (1)
Substrato
Areia 7,56 a 5,06 a 4,86 a 1,25 b
Comercial 7,31 a 5,18 a 5,26 a 2,24 a
F 2,90 ns 0,26 ns 1,76 ns 38,63 **
DMS 0,30 0,45 0,61 0,32
Cicatrização (dias)
0 7,56 a 5,17 a 5,32 a 1,64 a
1 7,40 a 5,27 a 4,65 a 1,76 a
2 7,76 a 4,81 a 4,82 a 1,80 a
4 7,15 a 5,20 a 5,24 a 1,59 a
6 7,31 a 5,18 a 5,29 a 1,91 a
F 1,94 ns 0,52 ns 0,83 ns 0,52 ns
DMS 0,67 1,01 1,36 0,72
F (P x A) 2,18 ns 0,73 ns 0,75 ns 3,61 *
CV% 7,14 15,46 21,03 32,25
(1)
Dados trasformados a partir da raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
entre elas. O menor peso de massa seca da brotação foi observado nas estacas
dias. Esse resultado não permite definir um tempo de cicatrização que possa ser
adotado.
b) Sansevieria sp.
Com relação aos resultados obtidos para a Sansevieria sp., a análise das variáveis,
Médias (1)
N° de Altura da Comprimento Diâmetro do
Variáveis Folhas Planta (cm) do Rizoma Rizoma (mm)
(cm)
Substrato
Areia 1,00 b 1,00 a 1,94 a 2,08 a
Comercial 1,17 a 1,20 a 1,68 a 2,02 a
F 4,66 * 3,55 ns 1,92 ns 0,07 ns
DMS 0,16 0,21 0,37 0,47
Cicatrização (dias)
0 1,24 a 1,18 a 1,60 b 1,89 a
1 1,00 a 1,00 a 1,75 a b 2,06 a
2 1,10 a 1,10 a 1,66 a b 2,05 a
4 1,00 a 1,00 a 1,59 b 1,63 a
6 1,10 a 1,22 a 2,46 a 2,63 a
F 1,19 ns 0,73 ns 3,12 * 1,94 ns
DMS 0,37 0,48 0,84 1,05
F (S x T) 1,19 ns 0,73 ns 2,81 * 1,96 ns
CV% 26,89 34,76 36,53 40,10
(1)
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
Houve efeito do substrato somente para a variável número de folhas, as estacas
médios por broto foram de 1,6; 0,6 e 0,6 nos tratamentos testemunha e de
2
1,5
Nº de folhas 1
0,5
0
0 1 2 4 6
Tempo de cicatrização (dias)
Figura 17 ― Desenvolvimento de estacas foliares de Sansevieria sp., cultivadas em areia ou substrato comercial e submetidas a diferentes tempos de
cicatrização, aos 270 dias do plantio.
Tabela 9 ― Comprimento médio dos rizomas de Sansevieria sp. formados a partir de estacas
foliares cultivadas em areia e substrato comercial em diferentes tempos de cicatrização, 270
dias após o plantio
O efeito dos tratamentos testados sobre a matéria seca das mudas de Sansevieria sp. é
resultados significativos nos tratamentos testados, exceto para a matéria seca da brotação.
Médias
Variáveis Estaca Raízes Rizoma (1) Brotação (1)
Substrato
Areia 7,62 a 5,18 a 1,95 a 1,00 b
Comercial 7,38 a 5,11 a 1,64 a 1,35 a
F 0,54 ns 3,56 ns 2,30 ns 8,99 **
DMS 0,65 0,07 0,40 0,23
Cicatrização (dias)
0 7,42 a 5,15 a 1,73 a 1,30 a
1 7,57 a 5,13 a 1,74 a 1,00 a
2 7,37 a 5,15 a 1,88 a 1,14 a
4 7,91 a 5,20 a 1,59 a 1,00 a
6 7,24 a 5,10 a 2,04 a 1,44 a
F 0,51 ns 0,82 ns 0,58 ns 2,12 ns
DMS 1,45 0,16 0,90 0,53
F (P x A) 2,56 ns 3,47 * 2,44 ns 2,12 ns
CV% 15,15 2,47 39,28 35,47
(1)
Dados trasformados a partir da raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
Pelo desdobramento das médias ficou possível observar a interação entre os fatores
para a variável matéria seca das raízes. No cultivo em areia, as estacas do tratamento
testemunha apresentaram resultados inferiores comparadas aquelas submetidas a 4 dias de
dias tiveram a matéria seca menor, comparadas ao cultivo das mesmas em areia (Tabela 11).
Médias seguidas de letras iguais e minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas não diferem entre si pelo
teste de Tukey; ns- não significativo; ** significativo a 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa
mudas, em ambas as espécies, concorrendo para uma redução no tempo de formação das
mesmas.
O menor tempo no viveiro significa menor custo de produção. O período de 270 dias,
para formação de mudas, observado nesse experimento, pode ser considerado muito longo,
quando comparado com os dados obtidos por Medina (1959) e Henley (s/d), que variam de 70
a 120 dias. Essas diferenças podem estar relacionadas ao trabalho com espécies distintas e,
DE AIB.
inicialmente pesadas quanto a sua massa seca, de forma a poder compará-las, observando
Tabela 12 ― Peso de massa seca (g) de estacas de S. trifasciata e Sansevieria sp., obtidas das
posições basal, mediana e apical das folhas, antes do plantio
Posição da folha
Basal 12,08 a 8,12 a b
Mediana 8,86 b 8,60 a
Apical 6,18 c 5,56 b
F 58,39 ** 5,17 *
DMS 1,45 2,71
CV% 9,56 21,65
Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey; ns- não significativo; * e **
respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima significativa.
Nota-se, para S. trifasciata, que as estacas basais são mais pesadas que as medianas e
estas, por sua vez, mais que as apicais, provavelmente devido às variações na composição
normalmente são mais lignificados que nas porções mediana e apical, apresentando também
apical, não diferindo, no entanto, das estacas basais. Fica evidenciada a diferença existente
Na propagação por estaquia foliar, espera-se que sejam regenerados não só um novo
sistema radicular como também uma nova parte aérea. O processo normalmente ocorre
parte aérea (GALSTON, 1974). A formação de novos brotos e a emergência destes, ao longo
É possível notar que o início da brotação nas estacas de S. trifasciata ocorreu aos 105
dias, sendo crescente até os 150 dias quando se estabilizou, independente do tratamento,
permanecendo assim até os 180 dias (avaliação final). Ainda na mesma figura, para
Sansevieria sp. ocorreu um pouco diferente. Nesse caso, a formação de brotos foi mais tardia,
aos 120 dias após o plantio para estacas apicais e 150 dias para as medianas e basais.
4.2.3 Brotação
estacas obtidas das três posições, sendo este número superior nas estacas da
posição apical e inferior nas da posição basal, estas, no entanto, não diferindo
2,5 0,1
2 Nº de
Nº de 1,5 0,05
brotos
brotos 1
0,5 0
0 105 120 135 150 165 180
90 105 120 135 150 165 180
Tempo de avaliação (dias)
Tempo de avaliação (dias)
(A) (D)
Basal Basal AIB Basal Basal AIB
3 0,4
0,3
Nº de 2 Nº de
brotos 1 0,2
brotos
0,1
0 0
90 105 120 135 150 165 180 105 120 135 150 165 180
Tempo de avaliação (dias) Tempo de avaliação (dias)
(B)
(E)
Mediana Mediana AIB Mediana Mediana AIB
4 1
3 0,8
Nº de Nº de 0,6
2
brotos brotos 0,4
1
0,2
0 0
90 105 120 135 150 165 180 105 120 135 150 165 180
Tempo de avaliação (dias) Tempo de avaliação (dias)
(C) (F)
Apical Apical AIB Apical Apical AIB
brotos, aproximadamente 2,8 por estaca, enquanto que as medianas e basais, 2,1 e 1,6,
respectivamente. Na Sansevieria sp., o número médio de brotos visíveis, não chegou a um,
porém, seguiu a mesma tendência, variando de 0,05 broto/estaca basal a 0,6/estaca apical.
Ainda na tabela 13, observa-se que a aplicação de auxina, na dose de 1.000 mg.L-1,
não teve efeito significativo sobre a brotação aparente em nenhuma das espécies.
número total de brotos emitidos, tanto os brotos visíveis e como aqueles ainda sob o substrato.
Sansevieria trifasciata
3
2
Nº de brotos
1
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
Sansevieria sp.
0,8
0,6
Nº de brotos 0,4
0,2
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
significativas somente para à posição da folha (Tabela 13), onde estacas apicais apresentaram
posições, ele é superior à brotação aparente, sendo de 2,2, 2,6 e 4,4, para as basais, medianas e
5
4
3
Nº de brotos
2
1
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
tipo de estaca na produção de mudas de guaco (Mikania glomerata Spreng.) por estaquia de
ramo, os autores observaram que, com relação às estacas basais e apicais, as apicais foram
mudas.
Nota-se que a estaca apical foi responsável pelo maior número de brotos,
independente do tratamento com auxina. Houve efeito da auxina somente nas estacas basais,
inibindo a brotação, caindo de 3,0 brotos por estaca para 1,4 broto. Sabe-se que a aplicação
exógena de auxina varia de tecido para tecido e, portanto, a resposta da planta é dependente
Provavelmente, como os tecidos nas estacas basais são normalmente mais lignificados,
portanto, mais resistentes, isso pode ter contribuído para uma menor formação de brotos.
Segundo Haissig (1986) as plantas não lenhosas são usualmente altamente sensíveis
(AIA - Ácido Indolacético) sobre o número de brotos, constataram que a ausência do AIA no
meio de cultura foi benéfica para a produção de brotos em duas das espécies. Na Heliconia
psittacorum, o melhor resultado se deu com a utilização da auxina. Isto mostra que há uma
variação muito grande nas respostas aos fitorreguladores pelas plantas, pois mesmo sendo
Os valores médios obtidos, para o número de brotos, podem ser observados na figura
21, onde as estacas das posições basal, mediana e apical do tratamento testemunha
apresentaram 3,0, 2,2 e 4,6 brotos, enquanto as submetidas ao AIB, 1,4; 3,0 e 4,2 brotos,
respectivamente.
5
4
3
Nº de brotos
2
1
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
0 1000
Figura 21 ― Número total de brotos obtidos a partir de estacas de posição basal, mediana e
apical da folha de S. trifasciata, submetidas ou não a aplicação de AIB (mg.L-1), aos 180 dias
de desenvolvimento.
mostra que o tratamento com AIB inibiu o número de brotos emitidos por estaca, quando
comparado com o tratamento testemunha (Tabela 14). O efeito da auxina pode ser observado
AIB, o número total de brotos por estaca foi, nesta mesma ordem, de 0,8, 1,0 e 1,2.
2
1,5
Nº de brotos 1
0,5
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
0 1000
Figura 22 ― Número médio de brotos em estacas de Sansevieria sp., obtidas das posições
basal, mediana e apical da folha, submetidas ou não ao AIB (mg.L-1), aos 180 dias de
desenvolvimento.
cada estaca plantada pode fornecer mais de uma muda, já que os brotos emitidos,
Para S. trifasciata, observou-se a formação de até 6 mudas por estaca, muito embora
a brotação média entre as posições da folha, tenha variado de 1,4 a 4,6 mudas por estaca. O
rendimento da estacas de Sansevieria sp. foi bem inferior, variando de 0,8 a 1,8 mudas por
estaca. A demora no processo de desenvolvimento das mudas pode ser compensada pela
rizoma, não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos para o fator
estacas obtidas da região basal da folha apresentaram rizomas com diâmetros maiores,
Médias
Variáveis N° de Altura da planta Comprimento Diâmetro do
folhas (1) (cm) do rizoma (1) (cm) rizoma (1) (mm)
Posição da Folha
Basal 2,30 a 27,80 a 2,39 a 3,00 a
Mediana 2,42 a 25,45 a 2,48 a 2,81 b
Apical 2,40 a 24,20 a 2,26 a 2,75 b
F 1,59 ns 1,88 ns 1,09 ns 7,38 **
DMS 0,18 4,70 0,36 0,17
AIB
0 mg.L-1 2,34 a 27,86 a 2,42 a 2,86 a
1000 mg.L-1 2,40 a 23,76 b 2,33 a 2,84 a
F 0,89 ns 7,10 * 0,57 ns 0,17 ns
DMS 0,12 3,17 0,24 0,11
F (P x A) 1,03 ns 0,15 ns 0,78 ns 0,53 ns
CV% 6,86 16,31 13,68 5,34
(1)
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
apicais, independente da utilização do AIB, que foram de 8,5; 5,45 e 6,6 mm,
respectivamente.
10
8
Diâmetro do 6
rizoma (mm) 4
2
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
planta, sendo significativamente maior nas estacas do tratamento testemunha. Neste, a altura
média das plantas foi de 27,8 cm, enquanto, com a aplicação do AIB, a altura atingiu 23,7 cm,
28
26
Altura da
24
planta (cm)
22
20
0 1000
Dose de AIB
É de se esperar que, pela brotação mais precoce, de uma forma geral, observada nas
estacas testemunhas, que a altura das plantas seja maior do que naquelas mais tardias.
estaca da folha, para S. trifasciata, somente no peso de massa seca da estaca remanescente,
onde estacas da posição basal são mais pesadas do que as estacas apicais, e o peso de ambas
Tabela 16 ― Efeito da posição da folha e do tratamento com AIB no peso de massa seca (g)
da estaca, raízes, rizomas e folhas de S. trifasciata, aos 180 dias após o plantio
Médias (g)
Variáveis Estaca Raízes Rizomas Folhas
Posição da Folha
Basal 6,09 a 4,18 a 4,04 a 4,90 a
Mediana 5,84 a b 4,15 a 4,03 a 4,78 a
Apical 5,28 b 3,90 a 3,90 a 4,80 a
F 5,16 * 2,46 ns 2,21 ns 0,16 ns
DMS 0,64 0,36 0,18 0,56
AIB
0 mg.L-1 5,82 a 4,04 a 4,05 a 4,96 a
1000 mg.L-1 5,64 a 4,10 a 3,92 b 4,68 a
F 0,72 ns 0,32 ns 4,37 * 2,27 ns
DMS 0,43 0,24 0,12 0,38
F (P x A) 1,90 ns 0,29 ns 1,17 ns 1,69 ns
CV% 10,06 7,88 4,15 10,52
Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey; ns- não significativo; * significativo a
5% de probabilidade; DMS- diferença mínima significativa.
Os valores médios do peso da massa seca, obtidos para S. trifasciata podem ser
Figura 25 ― Peso médio de massa seca de estacas remanescentes, obtidas das posições basal,
mediana e apical da folha de S. trifasciata, aos 180 dias do plantio.
Percebe-se, comparando esses dados com o peso inicial das estacas, quando do
plantio (Tabela 13), que, nesse período, as estacas basais tiveram uma redução em torno de
50% do seu peso, muito maior que a observada nas estacas medianas e apicais, de 34% e
e brotos durante a formação das mudas, se deram em parte, às custas das reservas das estacas,
de forma, proporcionalmente, mais acentuada nas basais, mesmo permanecendo com maior
Com relação ao fator auxina, somente houve diferença significativa para o peso de
massa seca dos rizomas, com o tratamento testemunha apresentando rizomas de peso seco
médio superior (4,0g) àqueles obtidos em estacas tratadas com AIB (3,9g) (Figura 26). Não
b) Sansevieria sp.
Com relação a Sansevieria sp., os resultados das análises dos fatores que medem o
desenvolvimento das mudas são apresentados na tabela 17. Para as variáveis, comprimento e
diâmetro do rizoma, não houve diferença significativa para o fator posição. Porém, para
número de folhas e altura da planta sim. Estacas das posições apical e mediana apresentaram
maior número de folhas que as da posição basal, assim como altura maior de plantas, muito
Médias (1)
Variáveis N° de Altura da Comprimento do Diâmetro do
folhas planta (cm) rizoma (cm) rizoma (mm)
Posição da Folha
Basal 1,10 b 1,20 b 2,01 a 2,15 a
Mediana 1,74 a 1,89 a b 2,53 a 2,42 a
Apical 1,98 a 2,41 a 2,44 a 2,50 a
F 7,45 ** 5,43 * 2,60 ns 1,43 ns
DMS 0,59 0,92 0,60 0,54
AIB
0 mg.L-1 1,69 a 2,06 a 2,45 a 2,55 a
1000 mg.L-1 1,52 a 1,60 a 2,20 a 2,16 b
F 0,80 ns 2,33 ns 1,47 ns 4,70 *
DMS 0,39 0,62 0,41 0,36
F (P x A) 0,54 ns 0,96 ns 4,35 * 3,00 ns
CV% 32,93 44,94 23,35 20,67
(1)
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
Os valores para número de folhas e altura da planta, obtidos nas mudas a partir de
estacas basais, medianas e apicais de Sansevieria sp., foram respectivamente de 0,3; 2,4 e 3,2
entre as brotações. As mais precoces apresentaram maior crescimento tanto em número como
Para o fator AIB, somente houve efeito significativo sobre o diâmetro do rizoma,
mm) que aquelas onde foi aplicado AIB (4,2 mm) (Figura 28).
4
3
Nº de folhas 2
1
(A)
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
6
5
Altura da 4
3
planta (cm)
2
1
0
(B) Basal Mediana Apical
Posição da folha
Figura 27 ― Número médio de folhas (A) e altura média de plantas (B) obtidas a partir de
estacas basais, medianas e apicais de Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio.
6
Diâmetro do 4
rizoma (mm)
2
0
0 1000
Dose de AIB
comprimento do rizoma, observando-se que o uso do AIB em estacas da região basal inibiu o
comprimento médio de rizoma maior do que a estaca basal, no entanto, ambas não diferiram
Comparando os resultados das tabelas 17 e 18, pode-se concluir que a auxina inibiu o
crescimento do rizoma em diâmetro, de um modo geral, e também os tornou mais curtos nas
O comprimento médio do rizoma nas estacas de posição basal, mediana e apical não
submetidas ao tratamento com o AIB foi de 4,9; 6,9 e 3,8 cm, respectivamente. Quando na
presença da auxina, o comprimento médio dos rizomas foi de 2,3; 4,5 e 6,5 cm, naquela
8
Comprimento 6
do rizoma 4
(cm) 2
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
0 1000
Figura 29 ― Comprimento médio dos rizomas obtidos a partir de estacas basais, medianas e
apicais de Sansevieria sp., submetidas a aplicação de AIB (mg.L-1), aos 180 dias após o
plantio.
O resultado da análise do peso de massa seca das partes diferenciadas das mudas de
Sansevieria sp., é apresentado na tabela 19, que mostra o efeito de posição da folha e do
tratamento com auxina sobre o peso de matéria seca no desenvolvimento das mudas de
Sansevieria sp.
Tabela 19 ― Efeito da posição da folha e do tratamento com AIB na matéria seca da estaca
(g), raízes, rizomas e folhas de Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio
Médias
Variáveis Estaca (g) Raízes (g) Rizoma (1) Folhas (1)
Posição da Folha
Basal 5,86 a 3,41 a 1,80 a 1,12 b
Mediana 5,08 b 3,62 a 1,91 a 1,48 a b
Apical 4,27 c 3,36 a 2,07 a 1,93 a
F 16,57 ** 3,31 ns 1,54 ns 6,50 **
DMS 0,69 0,26 0,38 0,56
AIB
0 mg.L-1 5,35 a 3,74 a 2,19 a 1,64 a
1000 mg.L-1 4,78 b 3,18 b 1,66 b 1,38 a
F 6,31 * 41,88 ** 18,45 ** 2,04 ns
DMS 0,46 0,18 0,25 0,38
F (P x A) 5,14 * 1,74 ns 1,66 ns 0,71 ns
CV% 12,17 6,92 17,60 33,49
(1)
Dados transformados em raiz de x + 1. Médias seguidas de letras iguais nas colunas não diferem entre si pelo teste de
Tukey; ns- não significativo; * e ** respectivamente, significativo a 5% e 1% de probabilidade; DMS- diferença mínima
significativa.
Observou-se efeito significativo da posição da folha sobre o peso de massa seca das
estacas, onde as estacas basais apresentaram maior peso comparado às estacas das posições
mediana e apical.
perda de peso das estacas basais (51,5%) foi maior que a das estacas medianas (42,7%) e
Com relação à matéria seca das raízes e rizomas, não houve efeito significativo entre
posição, onde estacas apicais produziram maior massa seca. Estacas basais apresentaram
menor peso que as apicais, não diferindo das medianas. Os pesos médios obtidos pelas estacas
das posições basal, mediana e apical foram, respectivamente, de 0,36; 1,55 e 2,82 g.
Com relação ao AIB, esta interferiu significativamente sobre o peso de massa seca de
sobre a matéria seca da estaca plantada. Os valores obtidos pelo desdobramento das médias
Tabela 20 ― Efeito da posição da folha e do tratamento com auxina na matéria seca da estaca
plantada de Sansevieria sp., aos 180 dias após o plantio
Posição da folha D.M.S
AIB Basal Mediana Apical (Tukey)
0 mg.L-1 6,64 aA 5,22 bA 4,20 cA (A d. P) 0,80
1000 mg.L-1 5,08 a B 4,94 a A 4,34 a A (P d. A) 0,97
5,14 *
Médias seguidas de letras iguais e minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey; *
significativo a 5% de probabilidade; DMS- diferença mínima significativa.
A estaca basal quando não tratada com auxina, apresentou peso seco maior, tanto
Na figura 30 são observados os valores médios para o peso de matéria seca por
estaca de Sansevieria sp. A estaca basal, quando não tratada apresentou peso médio de 6,64 g,
8
Matéria seca 6
(g) 4
2
0
Basal Mediana Apical
Posição da folha
0 1000
Figura 30 ― Matéria seca média das estacas de Sansevieria sp., obtidas de diferentes
posições da folha, submetidas ou não ao AIB (mg.L-1), aos 180 dias após o plantio.
resultados. Por se tratar de um método bastante específico, pelas características das espécies,
(GRAZIANO, 1982; GRAZIANO et al., 1987; PIVETTA, 1994; STUMPF et al., 2001).
Porém, com sanseviérias, a estrutura utilizada é a estaca de folha, cujos tecidos são
organizados de forma diferente e específica, e tendo que regenerar, para a formação de uma
Como o estudo teve por base duas espécies diferentes, uma com folhas laminares (S.
trifasciata) e a outra com folhas semicilíndricas (Sansevieria sp.), espera-se que os resultados
A constituição da folha, dada pelo peso de massa seca das estacas das três posições,
antes do início da brotação, o que está de acordo com Galston (1974) e Hartmann et al.
(1990). A brotação aparece na superfície do substrato aos 105 dias, com as estacas apicais
apresentando maior número de brotos nesta fase, e o AIB reduzindo o número destes nas
O número total de brotos, aos 180 dias, quando do arranquio das mudas,
considerando os brotos visíveis e os subterrâneos, mostrou-se também superior nas estacas
O desenvolvimento dessa brotação, medido pelo número de folhas por broto e altura
estacas basais o diâmetro foi maior. Isso, provavelmente, seja resultado do menor número de
Pela análise do peso de massa seca das partes diferenciadas da muda, não houve
dos tratamentos, a altura atingiu 20,5 cm, inferior ao observado no segundo, conduzido em
180 dias (± 28°C), de dezembro a junho, quando as mudas alcançaram 27,8 cm, em média.
Isso mostra que a época de estaquia pode ser um fator determinante na multiplicação dessas
trifasciata, são semicilíndricas, mais longas e fibrosas e, mais pesadas. Isso leva às estacas,
leves.
A brotação aparente ocorreu aos 150 dias, sendo as basais mais tardias. O número
total de brotos, no entanto, não diferiu entre as posições de retirada das estacas.
e altura da planta menores que as demais, isto sendo refletido também, no peso de massa seca
O efeito do AIB, nessa espécie, foi mais acentuado, agindo negativamente no início
Pelas características diferenciadas das plantas, existem diferenças nas respostas das duas
A estrutura física do substrato areia é importante no início, favorecendo a formação das raízes
e brotos, já a composição química do substrato comercial, contribui muito mais para o seu
As folhas de sanseviérias podem ser utilizadas por inteiro na obtenção de estacas, porém, as
A aplicação de AIB, na dose de 1000 mg.L-1, não favoreceu nenhum dos parâmetros
REFERÊNCIAS
BIASI, L. A.; COSTA, G. Propagação vegetativa de Lippia Alba. Santa Maria: Ciência
Rural, vol.33, n.3, maio/jun., 2003. p.
out./2000. p.3.
São Paulo: Edgard Blücher Ltda., Universidade de São Paulo, 1972. p.51-88.
GALSTON, A. W. A planta verde. São Paulo: Ed. Edgard Blücher Ltda., Universidade de
GLAVICH, T. San Gabriel Valley Cactus and Succulent Society: Succulent of the month,
GRAF, A. B. Exotica: pictorial cyclopedia of exotic plants from tropical and near-tropic
regions. 9 ed. New Jersey: Rehrs Company Inc., 1978. 1834 p.
GRAZIANO, T. T. Estudos sobre o enraizamento de estacas de alamanda (Alamanda
cathartica L.). In: III CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS. Anais. Salvador, 1982. São Paulo:
Fundação Cargill, 1986. p.1-11.
GRIFFITH JUNIOR, L. P. Tropical foliage plants: a grower’s guide. Batavia (USA): Ball
publishing, 1998. p. 268-270.
HARTMANN, H. T.; KESTER, D. E.; DAVIES JR., F. T. Plant propagation: principles and
practices. 5ed. Englewood Cliffs, New Jersey: Printice-Hall International, Inc., 1990. p.211.
HERWIG, R. Viva o verde: o livro das plantas. São Paulo: Círculo do Livro, 1976. p. 159.
HILL, L. Segredos da propagação de plantas: cultive suas próprias flores, legumes, frutas,
sementes, arbustos, árvores e plantas de interior. São Paulo: Editora Nobel, 1996. p. 117-124.
JOLY, A. B. Botânica: introdução a taxonomia vegetal. 2ed. São Paulo: Companhia Editora
Nacional, 1977. p. 661-663.
MUÑOZ, H. I.; VALENZUELA, B. J. The rooting capacity of softwood cuttings from three
varieties of grapevine. The effect of the position on the shootand the time of collection.
Agricultura Técnica, v.38, p.14-17, 1978.
NORBERTO, P. M.; CHALFUN, N. N. J.; PASQUAL, M.; VEIGA, R. D.; PEREIRA, G. E.;
MOTA, J. H. Efeito da época de estaquia e do AIB no enraizamento de estacas de figueira
(Fícus carica L.). Ciênc. Agrotec., Lavras, v.25, n.3, p.553-541, maio/jun., 2001.
REUTHER, W.; BATCHELOR, L. D.; WEBBER, H. J. The citrus industry. 2ed. California:
University of California, v.3, 1973. p.32-37.
SONNEVELD, C. J.; VAN DEN ENDE, J.; VAN DIJK, P. A. Analysis of growing media
by means of 1:1,5 volume extract. Comm. Soil Sci. and Pl. Anal. 5, p.183-200, 1974.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3ed. Porto Alegre: Artmed. 719p., 2004.