Conceitos Básicos de Shipping Parte 02
Conceitos Básicos de Shipping Parte 02
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INTERNACIONAL
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Olá!
Nesta aula iremos discorrer sobre as características das diferentes modalidades de serviço da navegação
marítima de longo curso (linhas regulares, linhas não regulares e joint services), bem como as navegações de
cabotagem, portuária, off-shore, etc. Apresentaremos ainda um breve histórico das navegações de Longo Curso e
de Cabotagem no Brasil.
Na sequencia, será explicada a natureza das atividades desenvolvidas pelos diferentes tipos de organizações
Serão ainda abordados os conceitos jurídicos de: Mar Territorial, Zona Contígua e Zona Econômica Exclusiva,
1- Compreender conceitos sobre transporte marítimo que são peculiares a esta atividade;
2- Compreender as atividades típicas de cada uma das organizações intervenientes no transporte marítimo.
1 Tipos de navegação
Para estudarmos adequadamente o Transporte Marítimo, faz-se necessário começarmos abordando alguns
Navegação de Longo Curso: navegação comercial internacional, realizada entre portos de diferentes países,
independentemente dos países serem limítrofes ou antípodas (do outro lado do planeta), ou dos portos serem
commodities.
Linhas Regulares: são linhas de navegação nas quais os navios fazem sempre a mesma rota, previamente
definida por opção das empresas marítimas, escalando regularmente alguns portos para fins de carregamento e
contínuo do Comércio Internacional. Os portos de escala desses navios são anunciados em periódicos
Linhas Não Regulares: diferente das linhas regulares, não há rotas de navegação previamente definidas. Cada
viagem se dá de acordo com a conveniência comercial da empresa marítima. Os portos de escala não são
anunciados, como ocorre com as linhas regulares, e nem sempre estão disponíveis a todos os embarcadores.
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a) Navio Afretado: todo o navio foi disponibilizado a um único Embarcador, para uma única viagem;
b) Navio Tramp: por conveniência da empresa de navegação, o navio não está vinculado a nenhuma linha de
navegação, escalando qualquer porto onde haja cargas requerendo navios para serem embarcadas. Este tipo de
Joint Services: duas ou mais empresas de navegação que atuam na mesma rota, unem os seus esforços para
oferecer regularidade de saídas, dispondo-se inclusive a embarcar em seus navios cargas cujos fretes foram
pagos a outra empresa. Além do serviço prestado aos Embarcadores, garantem com isso a racionalização do uso
dos espaços de seus respectivos navios. Essa operação conjunta pode ocorrer formal ou informalmente, podendo
Navegação de Cabotagem: navegação comercial, realizada por navios de qualquer porte, entre portos situados
em águas territoriais do mesmo país, podendo cobrir o seu litoral marítimo e suas hidrovias navegáveis
Navegação de Apoio Marítimo: também conhecida com Navegação Off-Shore, é a navegação comercial
executada exclusivamente para prestar apoio, logístico ou de qualquer outra natureza, a embarcações e
instalações marítimas atuando nas atividades de pesquisa e exploração de minérios, petróleo e gás natural,
dentro dos limites das águas territoriais e Zona Econômica Exclusiva de um país. No Brasil, o exemplo típico são
Navegação de Apoio Portuário: navegação comercial que ocorre dentro do limite da parte marítima de um
porto ou terminal portuário, exclusivamente para atender às necessidades dos navios, outras embarcações e
instalações portuárias. Os melhores exemplos desse tipo de navegação são os serviços prestados por lanchas e
rebocadores.
Navegação Interior: navegação comercial executada em rios e lagos dentro do mesmo país ou entre diferentes
países. A navegação lacustre no Brasil liga os portos gaúchos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre. A navegação
fluvial no Brasil ocorre no sistema fluvial Tiête-Paraná, na Bacia do Rio Paraguai, no Rio São Francisco, no Rio
define alguns conceitos do direito internacional marítimo sobre a soberania dos países litorâneos. A mesma
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Convenção criou o Tribunal Internacional do Direito do Mar, para julgar eventuais disputas sobre a aplicação
daquele tratado. O Brasil ratificou a Convenção em dezembro de 1988 e estabeleceu legislação própria sobre o
Mar Territorial: faixa marítima costeira medindo 12 milhas náuticas, a contar da linha de baixa-mar (uma milha
náutica é equivalente a 1.852m). Dentro do seu mar territorial, o país tem total soberania, da mesma forma que
em seu território terrestre. Contudo, as embarcações estrangeiras civis e militares têm o "direito de passagem
inocente" pelo mar territorial, independentemente de autorização prévia, desde que não violem as leis do país e
Passagem Inocente: a passagem inocente deve ser contínua e rápida, podendo ainda abranger paradas ou
fundeios, desde que caracterizados por incidentes da navegação, motivos fortuitos ou prestação de socorro a
pessoas e/ou embarcações à em perigo. Não compreende o acesso às águas interiores. Submarinos ou quaisquer
outros veículos submergíveis devem navegar pela superfície, hasteando a sua bandeira.
Zona Contígua: além do Mar Territorial, o país litorâneo detém controle sobre uma faixa adicional de 12 milhas
náuticas, com o objetivo de reprimir infrações às suas leis, promovendo fiscalização aduaneira, de imigração,
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Zona Econômica Exclusiva: faixa litorânea que começa no limite exterior do Mar Territorial e termina a 200
milhas náuticas (370km) do litoral (exceto se o limite exterior for mais próximo de outro Estado). Na Zona
Econômica Exclusiva, o a Estado dispõe de direitos exclusivos na exploração e uso dos recursos naturais.
3 Bandeiras de conveniência
Outorga de nacionalidade por alguns países pobres a navios pertencentes a proprietários estrangeiros,
oferecendo vantagens econômicas e fiscais, além da inexistência de regras trabalhistas, de segurança, sociais ou
sindicais. Comumente as tripulações dos navios sob Bandeira de Conveniência são mistas, a maioria oriunda de
países muito pobres, com baixa qualificação profissional. Como consequência direta, os navios sob Bandeiras de
Conveniência são responsáveis pela maioria dos grandes acidentes marítimos que tem ocorrido nos últimos
quarenta anos.
As principais Bandeiras de Conveniência são: Libéria, Panamá, Chipre, Honduras, Vanuatu, Bahamas, Malta,
Belize, Ilhas Marshall. Atualmente, cerca de 40% da frota mundial circula sob Bandeiras de Conveniência.
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4 Atores do transporte marítimo
• Proprietário de Navio
Pessoa física ou jurídica que investe na construção ou aquisição de navios, com o objetivo de auferir receitas
patrimoniais. Há Proprietários que não têm interesse em armar e/ou operar os navios de sua propriedade, como
por exemplo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que os afreta (aluga) a
Armadores.
• Armador
Empresa mercantil que, a partir de um casco de navio comprado ou alugado, arma-o ou apresta-o para viagem.
Suas receitas decorrem do gerenciamento de capital intelectual. Há Armadores que decidem não investir na
aquisição de navios, ou seja, não são Proprietários. Outros Armadores que, sendo ou não Proprietários, não têm
marítimas comerciais. Suas receitas são os fretes recebidos como pagamento pelo transporte de mercadorias (ou
pessoas). Existem Operadores que não são bem Proprietários e nem Armadores, como, por exemplo, a empresa
de turismo CvC.
• Non-Vessel Operator, Common Carrier - NVOCC
Transportador comum, não Proprietário de navios, que opera em outros modais de transporte que não o
marítimo, mas que vende espaço em porções de navios, cobra fretes e emite Conhecimento de Carga Marítima
(Bill of Lading - B/L), com respaldo jurídico. Essas empresas costumam ter acordos operacionais (contratos de
frete) com empresas Operadoras para a compra de espaço em seus porões (slots).
O NVOCC recebe do Armador o Conhecimento de Embarque em seu nome, referente à carga de terceiros. Perante
o Armador, passa a ser o Embarcador, no lugar do dono da carga. Na qualidade de Armador virtual habilitado
juridicamente, emite o seu próprio Conhecimento de Embarque para o dono da carga. O Consignatário do
Conhecimento de Embarque emitido pelo Armador será o mesmo ou outro NVOCC, que recebe, desconsolida e
clientes e por elas se responsabilizar até serem entregues aos seus respectivos Consignatários. Age em nome e
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sob responsabilidade de seus clientes, sendo que em nenhum documento aparece como Embarcador ou
associadas a outros Transitários em diversos países, para oferecerem a seus clientes o serviço porta a porta.
Ao receber e consolidar as mercadorias, o Transitário abre um B/L House, que deve ser vinculado ao B/L
emitido pelo Operador marítimo que fará o transporte (B/L Master). Ao final do processo, o Transitário abre o
seu B/L House em "filhotes", devolvendo a cada um dos lotes de carga a sua independência.
• Agência Marítima ou Agente de Navegação
Empresa prestadora de serviços como Procurador do Proprietário, Armador ou Operador de navios, a quem
representa mediante remuneração variável, conforme a natureza do seu contrato, podendo desempenhar uma
Agente Geral
representa todos os interesses do Operador em uma região ou país, podendo nomear e destituir Sub-Agentes e
reparos, seguros, vistorias, certificados e tudo o mais que se relacione com a proteção do navio como bem
patrimonial. Caso trabalhe apenas para o Armador, provê os meios para o navio entrar, operar e sair em
segurança de um porto como, por exemplo, combustível e lubrificantes, víveres, sobressalentes e numerários,
porões contrata e recebe fretes, emite Manifesto e B/L, contrata Operador Portuário, Prático, serviços de lancha e
rebocadores, administra estadia e as operações de carga e descarga, quita as despesas operacionais etc.
Agente Angariador
também é uma Agência Marítima como as demais; porém, não representa os interesses do Proprietário, do
Armador ou do Operador. Apenas foi convidada pela Agente do Navio para ajudar no angariamento de cargas,
mediante divisão da comissão de fretes. Nesse caso, estará atuando como se fosse um Agente de Carga.
Angariadores de carga, Agentes de Carga ou Brokers
profissionais especializados em determinados tipos de mercadorias, modais de transporte ou determinadas rotas,
que atuam como Intermediários na contratação de fretes, cobrando comissões e muitas das vezes agindo como
mandatários de uma das partes. Atuam de forma autônoma ou se constituem em Sociedades Civis, cobrando
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5 Outros intervenientes no transporte marítimo
• Fornecedor de Navios (Ship Chandler)
Empresa especializada e legalmente habilitada a fornecer os suprimentos necessários aos navios atracados nos
portos, podendo atuar de maneira geral ou especificamente com combustíveis, lubrificantes, gêneros
alimentícios, água potável, cartas náuticas e suprimentos de navegação, roupa de cama e outros suprimentos de
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu conceitos sobre transporte marítimo que são peculiares a esta atividade;
• Compreendeu as atividades típicas de cada uma das organizações intervenientes no transporte marítimo.
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