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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO: AÇÕES PARA A DISSEMINAÇÃO DO


ESPÍRITO EMPREENDEDOR NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNESC

Conference Paper · August 2015

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1 1,552

2 authors:

Abel Souza Adriana Carvalho Pinto Vieira


Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) Federal University of Rio de Janeiro
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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO: AÇÕES PARA A DISSEMINAÇÃO DO
ESPÍRITO EMPREENDEDOR NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA UNESC

Abel Corrêa de Souza1


Adriana Carvalho Pinto Vieira2

Resumo: Este trabalho tem como objetivo elaborar uma proposta da oferta da disciplina
Empreendedorismo e Planos de Negócios na modalidade a distância aos cursos de graduação da
Universidade do Extremo Sul Catarinense, iniciando na Unidade Acadêmica de Humanidades,
Ciências e Educação. Analisando as matrizes curriculares dos cursos que compõem esta unidade
acadêmica, observa-se um potencial para oferta desta disciplina, cujo propósito é preparar os
egressos para o mercado de trabalho com uma base que possa diferenciá-los. Os dados referentes
ao número de vagas ofertadas e de matrículas efetivadas por semestre foram obtidos por meio de
pesquisa na página oficial da UNESC, devidamente agrupados. Como resultado, fica evidente a
possibilidade da oferta da disciplina nos cursos da unidade acadêmica. Por tratar-se de uma
situação que provoca alterações culturais, a disseminação da experiência deve ser gradual,
avançando posteriormente pelas demais unidades acadêmicas.
Palavras-chave: Empreendedorismo, inovação, Educação a distância

Abstract: This work aims to develop a proposal for the supply of the discipline Entrepreneurship
and Business Plans in the distance to undergraduate courses at the University of the Extreme
South of Santa Catarina, starting at the Academic Unit of Humanities, Sciences and Education.
Analyzing the curriculum matrices of courses comprising this academic unit, we see a potential
for offering this course whose purpose is to prepare graduates for the job market with a base that
can differentiate them. Data regarding the number of vacancies offered and enrollments per

1 Doutorado em Ciências Empresariais pela Universidad del Museo Social Argentino de Buenos Aires (UMSA),
Coordenador do Programa de Orientação ao Pequeno Empreendedor (POPE). E-mail: [email protected]

2 Doutorado em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP, Pós-doutorado pelo


Instituto de Geociências, Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP, Professora Doutora do
Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Socioeconômico (PPGDS) da Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC), Lider do Grupo de Pesquisa: Propriedade Intelectual, Desenvolvimento e Inovação (PIDI);
Pesquisadora Colaboradora do INCT/PPED/UFRJ. Email: [email protected]
semester were obtained through research on the official UNESC, properly grouped. As a result, it
is evident the possibility of providing the discipline in the academic unit. Because it is a situation
that causes cultural change, the spread of experience should be gradual, moving later by other
academic units.
Key-words: Entrepreneurship, Inovation, Distance Education

Introdução
O conceito de empreendedorismo, em seus primórdios, manteve-se restrito ao mundo dos
negócios, com alguns pensadores abordando o assunto. Depois foi proliferando pelo meio
acadêmico, com alguns estudiosos procurando dar forma científica sem perder o foco
empresarial, e, por fim, tem sido disseminado para um universo cada vez maior de sociedades,
recebendo, consequentemente, diversas conotações.
Nos dias atuais, diversas instituições, nacionais e internacionais têm se dedicado ao tema
empreendedorismo, usando-o no sentido mais adequado ao seu propósito. Alguns organismos
governamentais utilizam este termo como a criação de empreendimentos com a finalidade de
geração de emprego e renda. Outros tendem a fomentar a criação de planos que sustentem
negócios das chamadas start-ups, ou seja, empresas que iniciam suas atividades com base na
geração de uma ideia sustentada pela identificação de oportunidades.
A partir da análise das estatísticas publicadas periodicamente, se percebe que o ciclo de
vida das organizações, tem diminuído de forma abrupta, comprometendo, sobretudo, a falta de
estudos preliminares que possam dar sustentação à sua sobrevivência.
O fato de ter uma boa ideia de produtos e/ou serviços e identificar oportunidades, não são
elementos suficientes para se obter sucesso num empreendimento. É necessário que seja
elaborado um plano de negócios que contemple os diversos fatores que são inerentes a qualquer
tipo de empreendimento.
Por outro lado, o mercado, entendido em sua amplitude, tem rejeitado de forma
sistemática a inclusão de mais um tipo de empreendimento, sem a agregação de um diferencial,
quer seja um produto, um serviço, ou o profissional disponível para este mercado. É necessário
oferecer algo mais, caracterizado pela inovação, pela disponibilização de algo diferente,
surpreendente, em suma, inovador.
A união dos elos, empreendedorismo, planos de negócios, inovação e educação a
distância, sãofatores que podem servir de fundamento para a oferta de uma disciplina que os
contemplem, com o propósito de incentivar os acadêmicos a despertar o espírito empreendedor,
que pode estar inerte em cada um.
Para tanto, foi elaborado o projeto da disciplina e apresentado ao Setor de Educação a
Distância da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), que o aprovou na íntegra e que
pretende implementá-lo o mais breve possível.
Neste sentido, o objetivo do trabalho é avaliar a importância da disciplina de
empreendedorismo nas Unidades Acadêmicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense,
como um instrumento para estimular a geração de negócios e carreiras sustentáveis.
O trabalho está pautado em três linhas mestras que o justificam: a crescente exigência do
mercado em relação à inserção do profissional com espírito empreendedor, o interesse particular
do pesquisador em relação ao tema e a necessidade de disseminar a influência da inovação e do
empreendedorismo no mundo do trabalho e dos negócios.
O presente artigo está estruturado de acordo com uma base teórica a partir dos conceitos
de empreendedorismo, sua inserção no meio acadêmico, planos de negócios, inovação e educação
a distância. Posteriormente, com a organização das matrizes curriculares dos cursos da UNESC
em tabelas, é realizada uma avaliação de sua representatividade em números absolutos e
relativos, com o propósito de mensurar o potencial que a oferta da disciplina representará a partir
de sua oferta aos acadêmicos, quer seja na condição de disciplina obrigatória, quer seja como
disciplina optativa. Na sequência, apresenta-se a estrutura da disciplina empreendedorismo,
dividindo-a em blocos e tópicos. Ao final são apontadas algumas considerações a respeito
motivações do estudo e das possibilidades de aumento de acesso ao mercado de trabalho pelos
egressos dos cursos.

1 Empreendedorismo
O conceito de empreendedorismo tem diversas conotações, dependendo da época e do
enfoque que é dado. Em termos de estudo, remonta a primeira metade do século XVIII quando
Cantillon (2002) associa a atividade empresarial às incertezas, enfatizadas em várias
oportunidades em sua obra. Se considera uma das principais tônicas no que tange ao
empreendedorismo: a evidência de que o mundo dos negócios é caracterizado pelas incertezas e
pelos riscos.
No início do século XIX, Say (1983) vislumbrou o potencial de demanda como um efeito
multiplicador quando afirma que a criação de um produto desencadeia potencialmente a busca
por outros produtos. O aproveitamento de oportunidades, caracterizado no potencial de mercado,
é uma das características que o empreendedor deve estar sempre atento.
Avançando no tempo para a terceira década do século XX, Schumpeter (1961) afirma que,
ao abrir novos mercados e organizar a produção, por meio da destruição do antigo e da criação do
novo, ao que chamou de “destruição criadora”, consiste a essência para o entendimento do
ambiente em que a empresa atua. O empreendedor deve ter a capacidade de identificar o
momento em que seu produto ou seu serviço entram no ciclo de vida de declínio para aproveitar a
oportunidade e inovar.
Como decorrência lógica do empreendedorismo, é necessário incluir o agente principal
deste contexto, ou seja, o empreendedor, que na visão de Hisrich e Peters (2004) é o sujeito que
toma a iniciativa, organiza mecanismos sociais e econômicos com o propósito de apresentar
algum bem decorrente dos recursos utilizados e assume os riscos.
Birley e Muzyka (2001) complementam que a capacidade empreendedora tem por foco a
exploração de oportunidades, independentemente dos recursos materiais disponíveis. Essa
capacidade tem relação mais forte com algumas dimensões críticas, como orientação estratégica,
comprometimento com a oportunidade e com os recursos, uso adequado dos recursos, estrutura
administrativa e filosofia de recompensas.
Vale ressaltar que, dependendo da situação, afirma Degen (2009) o empreendedor assume
distintos papéis, incluindo empresário, executivo ou até empregado. Esta assertiva encontra
respaldo quase unânime entre os estudiosos do empreendedorismo, desmantelando a ideia que é
feita em algumas circunstâncias, em que se confunde o empreendedor única e exclusivamente
com o proprietário de um empreendimento.
Foi por essa razão que Pinchot III (1989) disseminou o termo intrapreneur, caracterizando
aquele, por meio de ação inovadora, realiza internamente mudanças nos bens oferecidos.
No Brasil, o empreendedor corporativo encontrou ressonância em Dornelas (2003) e Bom
Ângelo (2003), instigando o profissional a adotar uma postura diferenciada, por meio da busca de
oferta de produtos e serviços inovadores.
Neste sentindo, a comunidade acadêmica tem uma crescente preocupação com a
disseminação do conceito e das práticas de empreendedorismo, principalmente evidenciando as
suas diversas manifestações.

2 Empreendedorismo na universidade
Apesar de tratar-se de um tema relativamente novo e, como a grande maioria do que é
novo, despertar um sentimento dúbio, antagônico, de um lado, a atração e a curiosidade e, de
outro, o medo do desconhecido, observa-se que, quase que invariavelmente, as ações ficam mais
num plano teórico do que na aplicação prática do estímulo ao empreendedorismo aos alunos.
Estas evidências tem ressonância no entendimento de Dolabela (2003) ao afirmar que o
aumento da capacidade empreendedora não deve restringir-se ao combate ao desemprego, mas
está diretamente relacionada aos novos padrões das relações sociais e políticas do mundo dos
negócios.
Os estudos de Rocha e Freitas (2014) apontam para a necessidade de adoção de abordar as
distintas perspectivas na formação acadêmica valorizando os traços empreendedores por meio de
modelos pedagógicos adequados.
Neste sentido, Dolabela (2003) complementa que os insumos materiais são necessários,
mas não são suficientes para a liberação do espírito empreendedor, uma vez que é preciso investir
no capital humano e social como forma de capacitação para o empreendedorismo.

3 Planos de negócios
A geração de ideias e a identificação de oportunidades são partes integrantes e
fundamentais no processo empreendedor. Entretanto, para que não se tornem apenas mais um
conjunto de boas intenções, devem-se organizar todos os elementos necessários à concretização
de um empreendimento. Para isso, Dornelas (2001) sugere que a elaboração de um plano de
negócios não seja apenas um conjunto de números caracterizados pelo entusiasmo, que não sejam
condizentes com a realidade. Acrescenta ainda, que o conteúdo deve ser aplicável, com
identidade e sintonia com o negócio.
O plano de negócios, para Hashimoto e Borges (2014) oferece uma visão integrada do
empreendimento, um documento que congrega informações confiáveis sobre o futuro negócio,
cujo propósito é identificar seu potencial e mensurar sua viabilidade.
Entretanto, Dornelas et al (2008) atentam para o dinamismo de um plano de negócios, os
quais alertam para que seja verificado se aquilo que incialmente foi caracterizado como
oportunidade, é efetivamente oportunidade.
É possível que, quanto mais revestido de inovação for uma plano de negócios, há uma
tendência de que o mesmo venha a lograr sucesso em sua implementação.

4 Inovação
Ainda existe muita confusão, tanto nas empresas quanto no meio acadêmico, do
verdadeiro significado de inovação. Entretanto, Tidd, Bessant e Pavitt (2008) afirmam que não é
possível pensar em inovação sem que esteja atrelada ao conhecimento. Acrescentam que este
conhecimento pode ser manifestado de distintas formas, quer seja pela experiência adquirida,
quer seja pela busca de novas tecnologias, visando atender a uma necessidade.
A relação entre empreendedorismo e inovação é muito forte, cria até certa relação de
dependência e, como afirma Drucker (2003), o espírito empreendedor tem como instrumento
específico, a inovação. Complementa ainda que, a capacidade de criação de riqueza decorre da
inovação, uma vez que é um termo econômico e social, superando o aspecto técnico.
Sarkar (2008) salienta que o propósito da inovação consiste em explorar ideias que
aproveitem a oportunidade do mercado para a inserção de novas tecnologias, processos, produtos,
serviços ou melhores práticas. O espírito empreendedor não pode abrir mão da inovação, sob
pena de se apresentar ao mercado como mais um, sem um diferencial competitivo que permita
desfrutar de alguma vantagem comparativa.
A inovação tem uma relação muito forte com a ação. Pode-se afirmar inclusive, que esta é
uma de suas principais características, e Bessant e Tidd (2009) apresentam que a essência da
inovação consiste no estabelecimento de relações, na visualização de oportunidades e de obter
algum tipo de resultado. Em suma, percebe-se que a inovação exerce uma forte influência sobre o
espírito empreendedor, e em grande medida, o diferencial entre o sucesso e o fracasso de
empreendimentos.
É notório que os resultados obtidos a partir da formação de parcerias e alianças
estratégicas produz efeitos multiplicadores satisfatórios para todos os agentes envolvidos. Neste
sentido, Nunes et al (2011) afirmam que a hélice tríplice é o agente dinâmico da inovação,
engajando, numa relação complexa, as instituições compreendidas por universidades, empresas e
governos em todas as suas esferas. Complementam os autores que estas relações se estreitam por
decorrência de mudanças em cada uma dessas hélices e das influências que umas exercem sobre
as outras.

5 Educação a distância
A educação a distância ainda padece de alguns preconceitos, mesmo no meio acadêmico,
uma vez que existem certas resistências a esse método de disseminação do conhecimento. O
propósito da educação a distância, para Faria e Salvadori (2010) visa a aproximação de professor
e aluno, mesmo que fisicamente distantes, utilizando-se de multimeios tecnológicos como
ferramentas didáticas.
Numa sociedade que não apenas deseja, mas acima de tudo, necessita de novos recursos
tecnológicos que facilitem suas vidas, o conceito de distância vem se modificando de forma
célere, assim como as relações referentes ao tempo e ao espaço, segundo Belloni (2002). Neste
sentido, continua a autora, o fenômeno da educação à distância deve ser entendido como
elemento central do processo de inovação na educação, integrando os avanços tecnológicos de
comunicação e informação aos processos educacionais.

Procedimentos Metodológicos
Quanto aos meios, para Vergara (2009), esta pesquisa se caracteriza como documental,
uma vez que os dados e as informações foram obtidos nas matrizes curriculares dos cursos da
Unidade Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação (UNA HCE) disponíveis no portal da
Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Enquadra-se ainda como estudo de caso,
visto que analisa detalha as matrizes curriculares de uma unidade acadêmica da UNESC.
Ainda segundo Vergara (2009) quanto aos meios utilizados esta pesquisa classifica-se
como aplicada por ter como principal motivação, propor a implementação de uma nova disciplina
nos cursos de graduação da UNA HCE da UNESC.
Do ponto de vista da abordagem, esta pesquisa é classificada como mista, pois para Freire
(2013), procura entender o contexto com a percepção dos participantes, integrando com a análise
quantitativa oferecida pelos números obtidos a partir da quantificação de alunos por curso.
Foram pesquisadas as matrizes curriculares dos cursos de graduação da Unidade
Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação (UNA HCE) da Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC).

Experiência de Pesquisa
Análise das matrizes curriculares
Por meio da análise das matrizes curriculares dos cursos de graduação da Unidade
Acadêmica de Humanidades, Ciências e Educação (UNA HCE) da Universidade do Extremo Sul
Catarinense (UNESC), foi possível verificar o potencial de oferta da disciplina
Empreendedorismo e Planos de Negócios nos diversos cursos. Esta constatação permitiu
vislumbrar o potencial de transformação do projeto em disciplina, obrigatória ou optativa,
estendendo-a posteriormente, a todas as unidades acadêmicas da UNESC, no sentido de
contribuir para a inserção dos egressos da instituição no mercado de trabalho, seja como
empreendedores de seu próprio negócio, seja na condição de profissional qualificado para
identificar novas oportunidades para a empresa na qual trabalha.
A UNESC classifica os cursos distribuídos por quatro unidades acadêmicas (UNA), as
quais agrupam os cursos de graduação de acordo com suas afinidades.
Inicialmente foram enumerados os cursos ativos distribuídos por unidades acadêmicas.
Tabela 1 – Distribuição de cursos por unidade acadêmica
UNIDADE ACADÊMICA CURSOS ATIVOS PARTICIPAÇÃO
CIÊNCIAS, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 12 18,75%
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 19 29,69%
HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 21 32,81%
CIÊNCIAS DA SAÚDE 12 18,75%
TOTAL 64 100%
Fonte: Dados da pesquisa
O propósito da Tabela 1 é destacar a participação relativa de cada unidade acadêmica, em
termos de quantidade de cursos, no total da UNESC. Vale observar que a UNA HCE é a que tem
maior participação relativa em número de cursos oferecidos pela UNESC.
Em seguida, foram distribuídas as vagas oferecidas totais por unidade acadêmica.
Tabela 2 – Vagas ofertadas por unidade acadêmica
UNIDADE ACADÊMICA VAGAS PAR
TICI
PAÇ
ÃO
30,65
CIÊNCIAS, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 4.552 %
38,62
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 5.736 %
14,89
HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 2.212 %
15,84
CIÊNCIAS DA SAÚDE 4.296 %
TOTAL 16.796 100%
Fonte: Dados da pesquisa
Esta informação tem como objetivo detectar a participação relativa do número de vagas
oferecidas pela UNA HCE. Destaca-se que, apesar de ser a unidade acadêmica com o maior
número de cursos, é a que oferece o menor número de vagas.
O passo seguinte foi distribuir o número de alunos efetivamente matriculados por unidade
acadêmica.
Tabela 3 – Matrículas por unidade acadêmica
PARTI
CIPA
UNIDADE ACADÊMICA ALUNOS ÇÃO
CIÊNCIAS, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 2.560 26,41%
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 3.727 38,45%
HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 1.053 10,86%
CIÊNCIAS DA SAÚDE 2.353 24,28%
TOTAL 9.693 100%
Fonte: Dados da pesquisa
A Tabela 3 evidencia situação similar ao que foi detectado na Tabela 2, ou seja, uma
relação inversamente proporcional entre o número de cursos ofertados e a quantidade de alunos
matriculados.
A diferença entre o número de vagas oferecidas e o número de acadêmicos matriculados
dá o número de vagas ociosas por unidade acadêmica, que é demonstrada na Tabela 4.
Tabela 4 – Ociosidade por unidade acadêmica
VAGAS NÃO PARTICIPAÇ
UNIDADE ACADÊMICA PREENCHIDAS ÃO
CIÊNCIAS, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 1.992 28,04%
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 2.009 28,28%
HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 1.159 16,32%
CIÊNCIAS DA SAÚDE 1.943 27,35%
TOTAL 7.103 100%
Fonte: Dados da pesquisa
A Tabela 4 quantifica a ociosidade relativa por unidade acadêmica que apresenta a UNA
HCE com a menor participação.
Neste sentido, foi instigante identificar a taxa de ocupação das unidades acadêmicas,
relacionando a quantidade de matrículas efetivadas e o número de vagas disponíveis.
Tabela 5 – Taxa de ocupação por unidade acadêmica
TAXA DE
UNIDADE ACADÊMICA VAGAS MATRÍCULAS OCUPAÇÃO
CIÊNCIAS, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 4.552 2.560 56,24%
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 5.736 3.727 64,98%
HUMANIDADES, CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO 2.212 1.053 47,60%
CIÊNCIAS DA SAÚDE 4.296 2.353 54,77%
TOTAL 16.796 9.693 57,71%
Fonte: Dados da pesquisa
A Tabela 5 demonstra que, assim como ocorre nas Tabelas 2 e 3, que dizem respeito ao
número de vagas e de matrículas, respectivamente, igual situação acontece com a taxa de
ocupação por unidade acadêmica, a UNA HCE é a que tem a menor taxa.
O momento seguinte foi dedicado especificamente à unidade acadêmica foco do trabalho,
a UNA HCE. Assim, foram enumeradas a quantidade de vagas oferecidas e o número efetivo de
matrículas, e calculada a taxa de ocupação por curso da unidade acadêmica.
Tabela 6 – Número de vagas, de matrículas e taxa de ocupação por curso da UNA HCE
OCUPAÇ
CURSOS VAGAS MATRÍCULAS ÃO
Artes Visuais - Bacharelado (Noturno) 240 82 34,17%
Artes Visuais - Licenciatura (Noturno) 240 127 52,92%
Ciências Biológicas - Bacharelado (Matutino) 200 64 32,00%
Ciências Biológicas - Bacharelado (Noturno) 60 51 85,00%
Ciências Biológicas - Bacharelado (Vesp.) 60 4 6,67%
Ciências Biológicas - Licenciatura (Noturno) 240 78 32,50%
Educação Física - Bacharelado (Matutino) 378 205 54,23%
Educação Física - Licenciatura (Noturno) 432 263 60,88%
Geografia - Licenciatura e Bacharelado (Not.) 120 26 21,67%
Geografia - Licenciatura (Vespertino) 50 8 16,00%
História - Licenciatura (Vespertino) 120 32 26,67%
História - Licenciatura e Bacharelado (Not.) 120 68 56,67%
Letras - Hab. Português e Inglês (Vespertino) 216 72 33,33%
Letras - Hab. Língua Portuguesa (Vespertino) 36 32 88,89%
Letras - Hab. Português e Espanhol (Noturno) 20 1 5,00%
Matemática - Licenciatura Plena (Noturno) 120 37 30,83%
Matemática - Licenciatura Plena (Vespertino) 120 29 24,17%
Pedagogia - Licenciatura (Noturno) 240 167 69,58%
Pedagogia - Licenciatura (Vespertino) 240 112 46,67%
Sociologia - Licenciatura (Noturno) 1
TOTAL 2.212 1.053 47,60%
Fonte: Dados da pesquisa
Destaca-se que, do total dos 21 cursos oferecidos pela UNA HCE, mais da metade deles
está abaixo da média da unidade acadêmica.
Por fim, analisando as matrizes curriculares dos cursos da UNA HCE, foi identificado
que, dos 21 cursos, apenas 1 deles oferece disciplina com foco em empreendedorismo.
Tabela 7 – Oferta da disciplina por curso da UNA HCE
CURSOS SIM NÃO
Artes Visuais - Bacharelado (Noturno) X
Artes Visuais - Licenciatura (Noturno) X
Ciências Biológicas - Bacharelado (Matutino) X
Ciências Biológicas - Bacharelado (Noturno) X
Ciências Biológicas - Bacharelado (Vespertino) X
Ciências Biológicas - Licenciatura (Noturno) X
Ciências Biológicas - Licenciatura (Vespertino) X
Educação Física - Bacharelado (Matutino) X
Educação Física - Licenciatura (Noturno) X
Geografia - Licenciatura e Bacharelado (Noturno) X
Geografia - Licenciatura (Vespertino) X
História - Licenciatura (Vespertino) X
História - Licenciatura e Bacharelado (Noturno) X
Letras - Hab. Português e Inglês (Vespertino) X
Letras - Hab. Língua Portuguesa (Vespertino) X
Letras - Hab. Português e Espanhol (Noturno) X
Matemática - Licenciatura Plena (Noturno) X
Matemática - Licenciatura Plena (Vespertino) X
Pedagogia - Licenciatura (Noturno) X
Pedagogia - Licenciatura (Vespertino) X
Sociologia - Licenciatura (Noturno) X
TOTAL 1 20
Fonte: Dados da pesquisa
De todos os vinte e um (21) cursos da Unidade Acadêmica de Ciências, Humanidades e
Educação, somente o curso de Educação Física – Bacharelado do período matutino oferece a
disciplina Empreendedorismo.
Quantificando esta situação, isto significa que, do universo de 2.012 potenciais
acadêmicos, representado pelo número de vagas oferecidas pela unidade acadêmica, e uma
amostra de 1.053 acadêmicos, representados pelo número de matrículas realizadas, pouco mais de
17% das vagas e menos de 20% das matrículas desta unidade acadêmica tem acesso à disciplina
correlata ao empreendedorismo.
Assim, fica evidente que a oferta da disciplina com foco em empreendedorismo tem
espaço nas matrizes curriculares da unidade acadêmica em estudo e poderá contribuir para que o
egresso tenha maiores chances de inserção no mercado, seja como empreendedor corporativo,
seja como empreendedor solo.

Caracterização da disciplina
O projeto da disciplina Empreendedorismo e Planos de Negócios na modalidade a
distância foi inicialmente submetido ao Setor de Educação a Distância da UNESC em agosto de
2013 e aprovado pela coordenação do SEaD sem ressalvas no mesmo mês.
Para ser validada como disciplina obrigatória ou optativa, dependendo das diretrizes do
curso, optou-se por oferecê-la com carga horária compatível a quatro créditos, ou seja, 72 horas-
aula por semestre.
A organização da disciplina Empreendedorismo e Planos de Negócios na modalidade a
distância tem carga horária de 72 horas-aula e é dividida em seis unidades, conforme quadro
abaixo:
Quadro 1 – Conteúdo programático da disciplina
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO AO EMRPEENDEDORISMO
1.1 – Conceito de empreendedor e de empreendedorismo
1.2 – Histórico do empreendedorismo
1.3 – Características do empreendedor
UNIDADE II – EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO
2.1 – Empreendedor corporativo
2.2 – Comportamento empreendedor nas organizações
UNIDADE III – IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES
3.1 – Identificação de oportunidades de negócios
3.2 – Fontes de ideias
UNIDADE IV – PLANOS DE NEGÓCIOS – ELEMENTOS E ESTRUTURA
4.1 – Elementos componentes do plano de negócios
4.2 – Estrutura do plano de negócios
UNIDADE V – CONSTRUÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS
5.1 – Conceito do negócio
5.2 – Intenção estratégica
5.3 – Análise das variáveis internas e externas
5.4 – Análise do mercado
5.5 – Projeções financeiras
5.6 – Análise econômico-financeira
UNIDADE VI – FORMALIZAÇÃO DE NOVOS EMPREENDIMENTOS
6.1 – Aspectos legais
6.2 – Órgãos reguladores
6.3 – Agentes de fomento

Considerações Finais
Nos dias atuais cada vez mais o acesso ao mercado de trabalho é mais exigente. A
formação acadêmica em um curso de graduação tem sido cada vez menos um diferencial
competitivo, tanto pela proliferação das possibilidades de obtenção desta, quanto pela pequena
variação observada nas matrizes curriculares de cursos similares.
Por outro lado, o mesmo mercado de trabalho também tem se tornado muito restritivo
pelo descompasso da oferta de vagas em relação aos pretendentes a ingressar neste mercado.
Parte da solução passa pela geração de novos empreendimentos que exigem algumas habilidades
desses empreendedores, haja vista que podem aumentar ainda mais as duras estatísticas que
mostram a mortalidade precoce de empresas.
A proposta deste trabalho visa ofertar a disciplina de empreendedorismo que capacite os
alunos dos cursos de graduação da UNA HCE tanto na condição de empreendedores corporativos
quanto na condição de empreendedores de negócios próprios.
Entretanto, por tratar-se de uma proposta que pode provocar algumas alterações culturais
nos diversos cursos, é necessário que haja muita cautela na abordagem da mesma, uma vez que
pode comprometer todo o propósito deste estudo. Neste sentido, deve se ter o cuidado de fazer
uma experiência inicial apenas em uma unidade acadêmica da UNESC, disseminando,
posteriormente, por todas as demais.
Assim, sugere-se que estudos similares sejam realizados em relação às demais unidades
acadêmicas que comportam os cursos de graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense,
no sentido de ofertar oportunidades similares a todos os futuros egressos, sem distinção da área
que escolheram para graduar-se.

Referências bibliográficas

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Sociedade, ano XXIII, nº 78, abril/2002.
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Pearson Prentice Hall, 2009.
DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura, 1999.
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DORNELAS, José Carlos de Assis. Empreendedorismo – Transformando ideias em negócios.
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