BARROS
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RESUMO
Busca-se examinar a relação entre Memória e História,
particularmente atentando para os aspectos conceituais, teóricos e
metodológicos envolvidos nesta interação, O objetivo é traçar uma
visão panorâmica das discussões historiográficas em torno desta
questão, refletindo sobre o conceito de Memória, desde os primórdios
desta reflexão nas ciências sociais e na historiografia contemporânea,
e abordando questionamentos que têm sido mais recentemente
propostos por filósofos, cientistas sociais e historiadores. Uma
discussão importante é dedicada aos “lugares da memória”.
ABSTRACT
This article aims to examine the relation between Memory and History,
attempting in particular to the conceptual, theory and methodological
aspects involved in its. The aims is to develop a panoramic view of
this historiographyc discussions around this question, reflecting about
the concept of Memory, since the first moments of this reflection in the
social sciences and in the contemporary historiography, finally
approaching to questions that have been proposed more recently by
philosophers, social scientists and historians. An important discussion
is dedicated to the memory pace‟s.
Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Professor da
Universidade Federal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Professor-
Colaborador do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]
A CONSTITUIÇÃO DE UM CONCEITO
LUGARES DE MEMÓRIA
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Na chamada “disputa dos historiadores” (historikerstreit), os debates sobre o
Nazismo começaram com a publicação em 1986 de um artigo de Ernst Nolte (n.1923)
intitulado “O passado que não quer passar”, que propunha ultrapassar a sensação
alemã de culpa pelo Holocausto e justificar a “solução final” em um quadro de
movimentos políticos que devia levar em conta o que Nolte chamava de “ameaça
bolchevista” e também a posição da comunidade judaica alemã alinhada com os
adversários políticos e bélicos do Nazismo (NOLTE, 1993: 18–23). A primeira réplica
foi elaborada por Jürgen Habermas, em um artigo publicado no Die Zeit em 11 de
junho de 1986. A querela, na sua totalidade e complexidade, foi estudada por Alfred
Low (1995: 183-216).
3
Sobre a obra de Joutard, diz-nos Le Goff: “reencontra no próprio seio de uma
comunidade histórica, através dos documentos escritos do passado, e depois através
dos testemunhos orais do presente, como ela viveu e vive o seu passado, como
constituiu a sua memória coletiva, e como essa memória lhe permite fazer face a
acontecimentos muito diferentes daqueles que fundam a sua memória numa mesma
linha e encontrar ainda hoje a sua identidade” (LE GOFF, 1990: 475).
REFERÊNCIAS
Recebido em 27/05/2013
Aprovado em 17/08/2017