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NATAL/RN
2011
ADAUTON SANTANA DA CONCEIÇÃO - CAP PMDF
EDUARDO QUEIROGA E SILVA PALÁCIO - CAP PMRN
NATAL/RN
2011
ADAUTON SANTANA DA CONCEIÇÃO - CAP PMDF
EDUARDO QUEIROGA E SILVA PALÁCIO - CAP PMRN
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Orientador: Eduardo Franco Correia Cruz - MSc - (PMRN)
__________________________________________________
Membro:
___________________________________________________
Membro:
Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam
pequenos. Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz
com que todos se sintam Grandes.
(Gilbert Chesterton)
RESUMO
This monograph deals with the use of covert policing, carried out by some Brazilian
military police, and subsequent developments arising from the diversity of
understandings about the legality of such activity. The study seeks to understand the
elaborate Policing Veiled from its origin to the current shape and form of
employment, in order to define the crux of the discussion involving the civil and
military police on the activities carried out by soldiers disguised as ordinary citizens.
The work is made perfect through literature search was undertaken based on authors
like Lazzarini (2003), Santin (1999), Meirelles (2002), as well as in the 1988 Federal
Constitution, Criminal Code and Criminal Procedure, Guidelines Veiled Policing and
others. Finally, the scientific work brings up the arguments for and against application
of the method of policing which are reviewed in the light of constitutional law, Penal
and Criminal Procedure and an administrative building for the vision to reach a final
conclusion about the legality of the activity as well as the limits it imposes in the face
of the powers peculiar to the Judicial Police (Police Civil).
Art. Artigo
ABIN Agência Brasileira de Inteligência
CF Constituição Federal
CG Comando Geral
CP Código Penal
CPB Código Penal Brasileiro
DATASUS Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
DI Diretriz de Inteligência
DOPM Diretrizes de Operações Policiais Militares
MS Ministério da Saúde
ONG Organização Não Governamental
PC Polícia Civil
PCDF Polícia Civil do Distrito Federal
PM Polícia Militar
PMDF Polícia Militar do Distrito Federal
PMESP Polícia Militar do Estado de São Paulo
PMMA Polícia Militar do Maranhão
PMMG Polícia Militar de Minas Gerais
PMMS Polícia Militar do Mato Grosso do Sul
PMPA Polícia Militar do Pará
PMRN Polícia Militar do Rio Grande do Norte
PMS Polícias Militares
RENISP Rede Nacional de Inteligência de Segurança Pública
SEJUSP MS Secretaria de Estado da Segurança Pública do Mato Grosso do
Sul
SENASP Secretaria Nacional de Segurança Pública
SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade
SIMPOL-DF Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal
SISBIN Sistema Brasileiro de Inteligência
SISP Subsistema de Inteligência de Segurança Pública
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 09
2 POLICIAMENTO VELADO NO CONTEXTO DA SEGURANÇA
PÚBLICA................................................................................................. 15
2.1 ORIGEM DO POLICIAMENTO VELADO................................................ 15
2.2 POLICIAMENTO VELADO E A ATUAÇÃO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA:
ANÁLISE DE CONFLITUOSIDADE........................................................ 19
2.2.1 Poder de Polícia..................................................................................... 19
2.2.2 Polícia de Preservação da Ordem Pública (Polícia Militar)............... 20
2.2.3 Polícia Civil (Polícia Judiciária)............................................................ 22
2.2.4 Policiamento Velado PM x Polícia Judiciária...................................... 24
2.3 POLICIAMENTO VELADO COMO ALTERNATIVA PARA SOLUÇÃO
DE CONFLITOS...................................................................................... 27
2.3.1 Segurança Pública e Policiamento Ostensivo na atualidade............ 27
2.3.2 O policiamento orientado para solução de problemas...................... 29
2.3.3 Policiamento velado como policiamento orientado para solução
de problemas......................................................................................... 31
3 OS LIMITES LEGAIS DA ATUAÇÃO DO POLICIAMENTO VELADO
FRENTE À ATIVIDADE DE POLÍCIA JUDICIÁRIA............................... 33
3.1 A ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR EM FACE À NORMA
CONSTITUCIONAL................................................................................. 33
3.2 OS LIMITES LEGAIS DA ATUAÇÃO DO POLICIAMENTO VELADO E
A POLÍCIA JUDICIÁRIA.......................................................................... 36
3.2.1 Dos limites legais com base em norma Constitucional.................... 38
3.2.2 Dos limites legais com base em norma penal e processual Penal.. 43
3.2.2.1 Do Crime de Usurpação de função pública (art. 328 do CPB)................ 43
3.2.2.2 Do Policiamento Velado e o flagrante diferido........................................ 46
3.2.3 Dos limites legais numa visão administrativa institucional.............. 48
4 CONCLUSÃO......................................................................................... 56
REFERÊNCIAS....................................................................................... 60
ANEXOS................................................................................................. 66
9
1 INTRODUÇÃO
período o número de mortes por homicídios registrados pelo SIM1 passou de 40.507
para 47.707, revelando um aumento de 17.8%. Tal incremento rendeu ao Brasil a 6ª
colocação no ordenamento dos países com as maiores taxas de homicídio na sua
população total (WAISELFISZ, 2011).
Diante de tal cenário, é natural que a população se manifeste das mais
variadas formas, em especial através da criação de Organizações Não
Governamentais (ONGs)2 e grupos organizados que, utilizando-se da mídia em
geral, buscam sensibilizar os órgãos do Estado para que se adotem posturas mais
eficazes contra os números que se apresentam.
Os órgãos estatais responsáveis pela segurança pública em nível nacional,
estadual e no Distrito Federal, estão definidos no art. 144 da Constituição Federal de
1988 (CF/88), tendo este definido, entre outras, as atribuições atinentes às Polícias
Civis e Militares:
e empregado no meio do povo, de forma a facilitar para que o mesmo possa flagrar,
sem ser identificado, a ação de criminosos e subsidiar o policiamento ostensivo
geral3 de informações. Comumente denominado Policiamento Reservado, P2 ou,
como trataremos nesta pesquisa, Policiamento Velado, define-se como sendo:
3
São todos os meios e formas de emprego da Polícia Militar, onde o policial é facilmente identificado
pela farda que ostenta, como principal aspecto e de equipamentos, aprestos, armamento e meio de
locomoção, para a preservação da ordem pública, observando critérios técnicos, táticos, variáveis e
princípios próprios da atividade, visando a tranqüilidade e bem estar da população (MANOEL, 2011,
p. 01).
12
4
O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi criado pela Lei nº 4.341, de 13 de junho de 1964, como
um órgão da Presidência da República, com a finalidade de superintender e coordenar as atividades
de informação no âmbito nacional (BRASIL, 1964, p. 01).
5
Atividade que tem por objetivo a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora
do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado
(BRASIL, 1999, p. 01).
6
Lei Federal que instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência, que integra as ações de planejamento
e execução das atividades de inteligência do País, com a finalidade de fornecer subsídios ao
Presidente da República nos assuntos de interesse nacional (BRASIL, 1999, p. 01).
7
Conjunto de órgãos governamentais responsável pela produção de conhecimentos de interesse das
atividades de inteligência, em especial aqueles ligados à defesa externa, segurança interna e
relações exteriores (BRASIL, 1999, p. 01).
8
Órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) tem a seu cargo planejar, executar,
coordenar, supervisionar e controlar a atividade de Inteligência no pais. (BRASIL, 1999, p. 01).
16
9
Tem como finalidade coordenar e integrar as atividades de inteligência de segurança pública em
todo o País, bem como suprir os governos federal e estaduais de informações que subsidiem a
tomada de decisões neste campo (BRASIL, 2000, p. 01).
10
Órgão de assessoria do Ministro de Estado da Justiça na definição e implementação da política
nacional de segurança pública, e, em todo o território nacional, acompanhamento das atividades dos
órgãos responsáveis pela segurança pública (BRASIL, 1997, p. 01).
11
Rede tecnológica para a comunicação segura dos integrantes do Sistema de Inteligência de
Segurança Pública (PACHECO, 2005, p. 07).
17
12
Também conhecida como Agência Local de Inteligência ou P2 é o setor dentro do organograma
das Polícias Militares encarregado dos assuntos relativos a atividades de inteligência e contra-
inteligência, da guarda e manutenção de documentos e arquivos sigilosos. (DISTRITO FEDERAL,
2007).
18
13
Os poderes administrativos representam instrumentos que, utilizados isolada ou conjuntamente,
permitem à Administração cumprir suas finalidades, sendo, por isso, entendidos como poderes
instrumentais (ALEXANDRINO, 2008, p. 221 e 222).
14
Lei federal que regula o sistema tributário nacional e estabelece as normas gerais de direito
tributário aplicáveis à União, Estados, Distrito Federal e Municípios (BRASIL, 1966).
20
15
São termos empregados no texto da norma para cuja compreensão é insuficiente desenvolver uma
atividade meramente cognitiva, devendo-se realizar uma atividade valorativa (BITTENCOURT, 2003).
21
16
Artigo 302 do Código de Processo Penal: Considera-se em flagrante delito quem: está cometendo
uma infração penal - inciso I; acaba de cometê-la - inc. II; é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da infração - inc. III;
ou é encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
autor da infração - inc. IV (NUCCI, 2006).
22
investigativa, missão esta que caberia ao órgão policial auxiliar do Poder Judiciário,
qual seja, a Polícia Judiciária.
Malgrado o posicionamento que tem na ocorrência do ilícito a fronteira entre
a competência da PM e da PC, existe no meio doutrinário entendimento no sentido
de que, nos primeiros momentos que se segue à ocorrência de um crime, tempo em
que se dá a chamada Repressão Imediata, compete de forma exclusiva à Polícia de
Segurança (PM) desencadear diligências que possam vir a localizar e prender o
autor do crime. Assim, a Polícia Militar também se investe de competência de Polícia
Judiciária quando realiza a repressão imediatamente após a ocorrência do delito, o
qual não conseguiu evitar com a atuação preventiva. Age nessas circunstâncias, que
lhe é exclusiva, como órgão auxiliar e controlado pelo Poder Judiciário e sob os
mandamentos da legislação processual penal (LAZZARINI, 2003).
Assim, segundo esta corrente, a qual reputamos ser a mais coerente, às
Polícias Militares cabe todo o universo de atuação policial que se desenvolve desde
a tentativa de prevenção até a ação imediatamente desencadeada após o delito.
Nesse sentido, a transferência do encargo de se restabelecer a ordem pública para
a Polícia Judiciária deve se dá após às diligências efetivadas pela PM no sentido de
prender em flagrante o responsável pela ofensa à norma penal.
Assim, aos olhos da Polícia Civil e com base na forma como está
recepcionando, o Policiamento Velado, ao contrário do que se propõe, representa
27
em uma maior intervenção do Estado, mais sim numa intervenção mais forte em
face do delinqüente (grifo nosso) e não do cidadão comum, o que exige um maior
aperfeiçoamento da estrutura material e pessoal e preparo adequado para atuação
dos órgãos de segurança pública (SANTIN, 2004).
O policiamento ostensivo tradicionalmente realizado pela policia militar, por
outro lado, nos leva a atividade específica de patrulhamento preventivo, levada a
efeito pela presença visível de policiais uniformizados ou fardados. Porém, Quando
a policia faz o patrulhamento não pode vê o suficiente para intervir constantemente
na vida da comunidade. Se ela espera para ser chamada, está por definição,
esperando até que um crime seja cometido. Estrategistas enxergam nesta forma de
policiamento da PM uma natureza reativa que limita o potencial de controle sobre a
criminalidade (TONRY, 2003).
Crítico da atual forma de se empregar o policial militar, onde a prevenção se
torna um propósito secundário em detrimento da ação reativa da instituição policial,
Rolim se opõe a qualquer tentativa de ajuste ou investimento no atual modelo de
policiamento:
A Polícia Militar brasileira, ao contrário do que muitos pensam, não tem por
única função a de fazer cumprir o arcabouço jurídico. O exercício da atividade
policial pressupõe o equacionamento de variados problemas sociais e de
comportamento. Ou seja, ser policial não se trata exclusivamente de combater
diretamente o crime. Trata-se sim, além do combate, numa maior proporção, de
prevenir a ocorrência do ilícito. Não fosse isso, não teríamos como missão
constitucional a “preservação da ordem pública”, mas sim o “restabelecimento da
ordem pública” ou coisa do gênero.
Nesse sentido vê-se surgir uma nova perspectiva de policiamento, a qual
cobra da polícia um estudo aprofundado dos problemas que se apresentam, bem
como o levantamento de variadas estratégias sobre a melhor forma de prevenir,
reduzir ou eliminar cada problema, considerando para isso a forma mais eficiente e
direcionada. Esta é a essência do policiamento orientado para a solução de
30
18
A ação policial é proativa quando é iniciada e direcionada pela própria polícia ou pelos próprios
policiais independentemente de demanda dos cidadãos e até mesmo em conflito com a demanda dos
cidadãos (ROLIM, 2006, p.31).
32
lado, nada impede que tal atividade seja empregada na busca mais elaborada de
informações que possam fundamentar uma ação direcionada a determinado
problema. Este tipo de atividade caracteriza o chamado “levantamento de
informações”, o que coincide com o primeiro procedimento adotado na doutrina de
policiamento voltado para a solução de problemas, e que não deixa de ser uma
espécie de investigação preventiva.
Nesse sentido manifesta-se Tonry ao comentar a origem do método de
policiamento direcionado para a solução de problemas, o que, naquele momento, já
se identificava em parte com as funções atinentes ao Policiamento Velado:
Uma polícia que atue sem os dados necessários para otimização de seu
desempenho trabalha às cegas e sua produtividade será muito pequena. Através de
uma política de ações e serviços públicos, por meio de uma atuação social e policial
de caráter proativo, é que se trabalha preventivamente (ROLIM, 2006).
Assim, com o advento da metodologia de policiamento orientado para a
solução de problemas, na qual se insere o Policiamento Velado, o trabalho da polícia
toma nova conotação, passando a ser avaliado pelo mal que ela foi capaz de evitar,
ou sua ação imediatamente após o fato, sendo então eficiente pelas ocorrências
criminosas e violentas que ela soube impedir, e não pelos resultados alcançados
diante do crime já praticado e consumado.
33
Para zelar pelo bem coletivo, o Estado não pode abrir mão de sua polícia.
Esta, por sua vez, não cuidará somente da segurança da comunidade como um
todo, mas também da segurança de cada pessoa que a integra, englobando, então,
à denominação segurança pública o sentido comum e individual da proteção do
Cidadão. A importância de tal instituição se reflete nas palavras de Honoré de
Balzac citado por Lazzarini (1999, p. 76): “os governos passam, as sociedades
morrem, a polícia é eterna”.
A Constituição da República, promulgada em 05 de outubro de 1988, em seu
art. 144, tratou de distribuir corretamente as atribuições decorrentes do poder de
polícia a cada um dos Órgãos, taxativamente, relacionados como componentes do
sistema de segurança pública. Na individualização das competências restou à
Polícia Militar as funções atinentes às ações de polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública. Nesta seara, no que tange à ostensividade, incube-se às
corporações militares estaduais a função de polícia administrativa através do
policiamento ostensivo e preventivo.
Em razão disso os agentes policiais tem à sua disposição para o
cumprimento de suas funções a correspondente autoridade policial na área de sua
atuação. É com essa autoridade e nos exatos limites previstos na carta magna que
devem executar o Poder de Polícia, que legitima sua ação. Aquele que decidir por
desempenhar atividade policial que não seja da alçada do órgão a que está
vinculado, conforme texto constitucional, incorrerá em desvio ou e excesso de poder,
ficando exposto a responsabilização nas esferas criminal, civil e administrativa do
direito pátrio (LAZZARINI, 2003).
A distinção das atribuições feita no bojo da constituição se apresenta como
de fundamental importância a partir do momento em que visa evitar atos abusivos
levados a efeito por representantes de qualquer dos órgãos de segurança pública no
sentido de invadir o campo de atribuições de outros segmentos da administração
34
Não é competente quem quer, mas quem pode, segundo a norma de direito.
[...] A primeira condição de legalidade é a competência do agente. Não há
em direito administrativo, competência geral ou universal: a lei preceitua, em
relação a cada função pública, a forma e o momento do exercício das
atribuições do cargo [...] a competência é, sempre, um elemento vinculado,
objetivamente fixado pelo legislador (TÁCITO, 1959, p. 27).
19
Exprime o estado de ânimo tranqüilo, sossegado, sem preocupações nem incômodos, que traz às
pessoas uma serenidade, ou uma paz de espírito. A tranqüilidade pública, assim, revela a quietude, a
ordem, o silêncio, a normalidade das coisas, que, como se faz lógico, não transmitem nem provocam
sobressaltos, preocupações ou aborrecimentos, em razão dos quais se possa perturbar o sossego
Alheio (LAZZARINI, 1999, p. 21).
20
Designa o estado de sanidade e de higiene de um lugar, em razão do qual se mostram propícias as
condições de vida de seus habitantes. Estado de sanidade e de higiene de um lugar, em razão do
qual se mostram propícias as condições de vida de seus habitantes (LAZZARINI, 1999, p. 23).
35
21
A ordem de polícia se contém num preceito, que, necessariamente, nasce da lei, pois se trata de
uma reserva legal (art. 5º, II), e pode ser enriquecido discricionariamente, consoante as
circunstâncias, pela Administração (BRASIL, 2001, p. 7).
22
O consentimento de polícia, quando couber, será a anuência, vinculada ou discricionária, do Estado
com a atividade submetida ao preceito vedativo relativo, sempre que satisfeitos os condicionamentos
exigidos (BRASIL, 2001, p. 7).
23
A fiscalização de polícia é uma forma ordinária e inafastável de atuação administrativa, através da
qual se verifica o cumprimento da ordem de polícia ou a regularidade da atividade já consentida por
uma licença ou uma autorização. A fiscalização pode ser ex-ofício ou provocada. No caso específico
da atuação da polícia de preservação da ordem pública, é que toma o nome de policiamento
(BRASIL, 2001, p. 8).
24
A sanção de polícia é a atuação administrativa auto-executória que se destina à repressão da
infração. No caso da infração à ordem pública, a atividade administrativa, auto-executória, no
exercício do poder de polícia, se esgota no constrangimento pessoal, direto e imediato, na justa
medida para restabelecê-la (BRASIL, 2001, p. 8).
36
estendem por toda a área de atuação policial competente aos órgãos locais, exceto
no que se refere a investigações criminais e no cumprimento de requisições
judiciais, sem qualquer ofensa à norma da Constituição.
3.2.2 Dos limites legais com base em norma penal e processual penal
25
Crime militar é toda violação acentuada ao dever militar e aos valores das instituições militares
(ASSIS, 1999, p. 35-36).
44
investigação onde para eles não existe qualquer instrumento jurídico que
possa oferecer denúncia nos tribunais (CÔRTE, 2011, p. 09).
26
Para a Teoria Finalista da Ação, a conduta é composta de ação/omissão somada ao dolo
perseguido pelo autor, ou à culpa em que ele tenha incorrido por não observar dever objetivo de
cuidado. Antes da proposição dessa teoria, a Teoria Clássica, adotada até a reforma do Código Penal
de 1984 no Brasil, considerava elementos da conduta apenas a ação/omissão e o resultado (CAPEZ,
2008).
27
Não enquadramento do fato ao tipo penal (NUCCI, 2006).
28
É a vontade consciente do indivíduo em praticar o ato infracional (NUCCI, 2006).
45
29
Regulamenta a aplicação do inciso II, do artigo 48, da Lei nº 6.450, de 14 de outubro de 1977, que
dispõe sobre a Organização Básica da Polícia Militar do Distrito Federal (DISTRITO FEDERAL, 2011,
p.1).
46
30
Art. 319 do Código de Processo Penal. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito (NUCCI, 2006).
47
delito; portanto, atribui a todos a competência de Policia Judiciária, sob o risco de,
em caso de omissão, incorrer na prática de outro delito, qual seja o crime de
prevaricação31. Aos policiais civis e militares a norma impõe o dever de efetuar a
prisão, podendo em caso de omissão responder a processo criminal e administrativo
(NUCCI, 2006).
Para melhor entendimento acerca do tempo de atuação do Policiamento
Velado no chamado “caminho do crime” analisemos o esquema abaixo, elaborado
com base em ilustração de Raymundo (2011, p. 06), apresentado em artigo que
versa sobre Policiamento Velado:
31
Art. 319 do Código Penal. Trata-se de crime funcional, ou seja, praticado por funcionário público
contra a Administração Pública. A prevaricação consiste em retardar ou deixar de praticar
devidamente ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal (NUCCI, 2006).
48
32
Agência Central de Inteligência responsável pela administração geral da Atividade de Inteligência
no âmbito da Polícia Militar do Distrito Federal (DISTRITO FEDERAL, 2007).
50
sendo raras as vezes em que não se tem equipe ostensiva para prontamente
atender o chamado do efetivo velado, a própria equipe velada vê-se obrigada a
efetuar prisões em flagrante.
É justamente a partir dessa necessidade de atuação direta na prisão de
criminosos e apresentação dos elementos que os vinculam à prática de delitos à
autoridade policial que surgem manifestações contrárias ao policiamento velado.
Amostra disso é o extrato de relatório elaborado pela Corregedoria da
Polícia Civil do Distrito Federal, publicado no Jornal de Brasília de 19 de janeiro de
2011 e encaminhado à Procuradoria do Distrito Federal e ao Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios, o qual denuncia suposta invasão de competência por
parte da PMDF, conforme se vê abaixo:
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar: Parte Geral. 2. ed.
Curitiba: Juruá, 1999.
BAYLEY, David H. Nova polícia: inovações nas polícias de seis cidades norte-
americanas. São Paulo: EdUSP, 2001.
BITENCOURT, Cezar R. Tratado de Direito Penal: Parte Geral, 8. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003.
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 12. ed. São Paulo: Saraiva,
2008.
DESVIO de função na PM: 2,5 mil policiais militares estariam agindo, à paisana,
como policiais civis. Jornal de Brasília. Brasília, 19 Jan. 2011. Caderno Cidades –
Matéria - Denúncia. Disponível em: <http://www.pmdf.df.gov.br>. Acesso em 01 set.
2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 1990.
______. Temas de direito administrativo. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2003.
LIMA, Ruy Cirne. Princípios de Direito Administrativo. 6. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1987.
63
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
______. Código Penal Comentado. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.
OLIVEIRA, Alberto. Águia 21 Prende ladrão de moto na esplanada e quase vai
preso. Disponível em: <http://www.gtop21.com.br>. Acesso em 23 de agosto de
2011.
RIO GRANDE DO NORTE. Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Ofício Nº 240/2011
– 4ªDP. Dispõe sobre apresentação de policiais militares. Natal, RN: PCRN,
2011.
ANEXOS
ANEXO A - DIRETRIZES DE OPERAÇÕES POLICIAIS-MILITARES - DOPM
010/90-CG/PMMG
1 FINALIDADE
2 OBJETIVOS:
3 PRESSUPOSTOS BÁSICOS
a. Objetividade
b. Sustentação
c. Inferência
A partir de um dado conhecido, deve-se alcançar por dedução outro que dele
decorra, de maneira lógica e racional, proporcionando a adoção de medidas
preventivas e/ou prisão em flagrante.
A interrupção de uma possibilidade de delito, função primordial da polícia
preventiva, está diretamente ligada ao raciocínio e análise correta do dado
conhecido ou decorrente.
d. Oportunidade
e. Reconhecimento
f. Interação Comunitária
a. Conceituação
6 MISSÃO
a. Principal
b. Secundárias
a. Conceito da Operação
b. Prescrições Diversas
8. COORDENAÇÃO E CONTROLE
9. INSTRUÇÃO
10. DESDOBRAMENTO
Exemplar Nr ___/___.
FUNDAMENTAÇÃO
I - MOTIVAÇÃO
II – OBJETIVO
III – DESENVOLVIMENTO
1. Conceitos Empregados
2 - Orientações
1) Policiamento de Reconhecimento
Aquele que realiza as atividades antes do emprego do policiamento ostensivo;
2) Policiamento de Reforço
- Aquele que executa suas atividades durante as operações policiais;
3) Segurança de Dignitários
- Aquele que visa garantir a integridade física de determinada autoridade.
c. Missão
d. Características:
1) Grau hierárquico:
2) Efetivo:
3) Vinculação:
4) Forma de atuação:
5) Missão principal:
6) Missão secundária:
e. Execução
IV - PRESCRIÇÕES DIVERSAS
b. tão logo sejam obtidos dados, em função dos quais o órgão foi
acionado, deverão de imediato ser transmitidos a Agência Central, a
fim de garantir o princípio da oportunidade. Para isso a Agência
Central mantém serviço de permanência de 24 (vinte e quatro)
horas;