Lei #14751 - Análise
Lei #14751 - Análise
Lei #14751 - Análise
• Secretário Municipal de Segurança Pública (apresentou redução de 50% na taxa de homicídio por 100 mil habitantes
no período, tendo sido registrado o menor total bruto de homicídios na série histórica do município).
CASA MILITAR DO GOVERNO DO CEARÁ (FEV/2021 – JAN/2022)
Este breve artigo tem o objetivo de realizar uma análise básica da recente Lei Orgânica
Nacional das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios (Lei no 14.751/2023), sancionada com vetos pelo Presidente da República no dia 12 de
dezembro de 2023 e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte (13/12/2023), levando ao
conhecimento dos militares estaduais de todo o país as normas gerais de organização e padronização do
funcionamento das corporações e, principalmente, os direitos e garantias dos policiais militares e
bombeiros militares.
Tendo sido proposta por iniciativa do Poder Executivo no ano de 2001, a lei tão esperada,
apesar de não ter contemplado garantias mais expressivas para as classes profissionais atingidas e de
estar ainda carente de uma abordagem mais moderna das instituições militares estaduais, por conta de
vários vetos presidenciais que subtraíram direitos importantes que iriam contribuir para a valorização dos
profissionais de segurança pública dos estados e do Distrito Federal, enfim substituiu o Decreto-Lei no 667
de 1969, que continha inúmeras disposições incompatíveis com a Constituição Federal.
Infelizmente, a Lei no 14.751/2023 já nasce caduca no que se refere à realidade atual das
atividades desenvolvidas pelas polícias militares e corpos de bombeiros militares, após 22 anos de
tramitação no Congresso Nacional, notadamente nos quesitos relacionados aos direitos humanos dos
profissionais de segurança pública, não obstante ser uma grande conquista para as instituições militares
estaduais. Como exemplo deste viés obsoleto, posso citar o fato de não levar em consideração que,
diferentemente do que se pensava no início dos anos 2000, momento em que o Projeto de Lei (PL) foi
gerado por iniciativa do Poder Executivo, quando o grande debate na área da segurança pública girava em
torno da possível unificação das polícias estaduais, a limitação imposta com a exigência exclusiva do
curso de Direito para integrar o Quadro de Oficiais de Estado-Maior (QOEM), no caso dos policiais
militares, é limitante para o desenvolvimento técnico adequado das diversas áreas das corporações, pois,
indiscutivelmente, é extremamente necessário também contarmos com oficiais integrantes do QOEM com
formações diversas ao Direito, tais como administradores, sociólogos e economistas.
Para encerrar esta introdução, citarei o destacado presidente americano Abraham Lincoln:
“Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes”. Inspirado nisso,
afirmo que uma das ações mais importantes que um profissional de segurança pública pode realizar é lutar
pelos seus direitos, pois estamos vivendo uma época em que ser militar estadual, principalmente policial, é
fazer parte de uma profissão extremamente perseguida, desrespeitada, incompreendida e não valorizada
pela sociedade. Portanto, para se habilitar a lutar pelos seus direitos é imprescindível que o profissional
conheça a fundo todos eles. Aproveitando, deixo uma dica de suma importância: com a edição da Lei no
14.751/2023, torna-se imprescindível uma atuação forte e focada das entidades representativas dos
militares estaduais, bem como dos políticos eleitos sob a pauta da segurança pública, muitos deles
oriundos das instituições abordadas no referido diploma legal, no sentido de cobrar e fiscalizar para que
todas as conquistas sejam ofertadas em suas plenitudes, sempre com vistas ao benefício máximo de
nossos heróis da vida real e seus dependentes, além de manterem a consciência em prolongar a luta para
a futura inclusão daqueles direitos que foram vetados pelo Presidente da República.
5. PLANEJAMENTO E OPERACIONALIDADE............................................................................................... 16
7. ORGANIZAÇÃO ........................................................................................................................................... 18
VETOS .......................................................................................................................................................... 21
No que se refere às promoções nos postos e graduações, que devem se processar de forma
seletiva, gradual e sucessiva, é essencial observar três importantes conquistas:
b. Os parâmetros utilizados para a classificação dos militares que concorrem à promoção devem,
obrigatoriamente, alicerçarem-se na objetividade de julgamento, ficando proibidos os critérios
que dependam de uma avaliação pessoal de superiores hierárquicos. Critérios como
pontualidade, assiduidade, cordialidade e urbanidade, dentre outros, não mais podem ser
admitidos caso não coexista uma metodologia objetiva de registro e métrica.
c. Apesar de não obrigatórios, serão admitidos outros critérios de promoção, tais como:
• Por bravura.
• Post mortem.
• Requerida por transferência para a inatividade.
Nas Unidades Federativas (UF) que estabelecem a promoção ao último posto do oficialato pelo
critério de escolha pessoal do governador, dentre as indicações apresentadas pela instituição, com base
na classificação por merecimento formulada por uma CPO, observa-se uma tendência de politização das
corporações militares “obrigando” os oficiais a cumprirem integralmente os mandos e desmandos da
administração executiva e a se sujeitarem à favores de aliados políticos do governo para serem
promovidos ao posto de coronel ainda na ativa, pois, caso contrário, somente através da promoção
requerida com a imediata passagem para a inatividade.
Ü Art. 14. A progressão do militar na hierarquia militar, pelos fundamentos das Forças Armadas, independentemente
da sua lotação no quadro de organização, será fundamentada no valor moral e profissional, de forma seletiva,
gradual e sucessiva, e será feita mediante promoções, pelos critérios de antiguidade e merecimento, este com
parâmetros objetivos, em conformidade com a legislação e a regulamentação de promoções de oficiais e de praças
do ente federado, de modo a garantir fluxo regular e equilibrado de carreira para os militares.
Parágrafo único. Além do disposto no caput deste artigo, serão admitidas as promoções por bravura e post
mortem e a promoção por completar o militar os requisitos para transferência a pedido ou compulsória para
a inatividade, sem prejuízo da promoção em ressarcimento de preterição.
Após muitos anos de dúvidas sobre a questão da validade do porte de armas para os militares
estaduais, onde era observado um vácuo legal que possibilitava decisões administrativas conforme o
humor do comandante-geral de plantão, finalmente temos uma legislação que garante o direito do policial
militar e bombeiro militar, esteja na ativa ou não, em portar a sua arma de fogo em qualquer parte do
território nacional brasileiro, devendo este direito ser constado em seu respectivo documento de identidade
militar. Caso regulamentação administrativa do comando-geral vá de encontro ao determinado no inciso IV
do caput do art. 18, criando restrições incompatíveis, é possível ocorrer questionamento na justiça, seja
por iniciativa individual ou através das associações representativas. Ressalte-se que a responsabilidade
direta para que se faça cumprir esse importante direito é do comandante-geral, bem como é possível que
decisão administrativa venha a suspender ou cassar o porte de arma de militar estadual, no entanto isso
só poderá ocorrer em situações excepcionais e devidamente justificadas com pareceres técnicos ou por
decisão de uma junta médica, como no caso de doenças psicológicas.
Ü Art. 18. São garantias das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, bem como de seus membros ativos e veteranos da reserva remunerada e reformados, entre outras:
[...]
IV - expedição, pela respectiva instituição, de documento de identidade militar com livre porte de arma, com fé
pública em todo o território nacional, na ativa, na reserva remunerada e na reforma, nos termos da
regulamentação do comandante-geral e observado o padrão nacional;
Ü Art. 29 [...]
[...]
§ 4º Compete ao comandante-geral certificar o atendimento do direito ao porte de arma de seus militares, bem
como as hipóteses excepcionais de suspensão e cassação de porte de arma.
Também é dever dos estados e do Distrito Federal (DF) garantir assistência médica,
psicológica, odontológica e social para os militares da ativa, da reserva ou reformados, extensíveis aos
seus dependentes. Insisto que é imprescindível uma atuação forte e direcionada das associações
representativas, além dos parlamentares estaduais e federais oriundos das categorias profissionais
abrangidos por esta lei, que cobrem dos respectivos governadores o oferecimento de um serviço de
qualidade e com condições de atendimento proporcional aos seus efetivos. Não adianta nada os governos
ofertarem serviços de saúde, bem como qualquer outro de interesse das classes profissionais militares
estaduais, que não tenham condições logísticas na prestação de serviços rápidos e com qualidade.
Ressalte-se que com o aumento substancial da criminalidade no Brasil nos últimos anos, além da cada
vez mais elevada periculosidade das facções criminosas em atuação no país, somadas a uma atual
tendência política de relativização dos criminosos em detrimento do trabalho policial, os profissionais de
segurança pública estão adoecendo em níveis elevadíssimos, principalmente através de doenças
psicológicas e emocionais, levando-os a ocuparem o topo das listas das classes profissionais com mais
casos de suicídio.
Por mais incrível que possa parecer, ainda há instituições militares estaduais que não têm a
suas cargas horárias máximas legalmente delimitadas, levando, em muitos casos, a uma extrapolação das
horas de trabalho, principalmente para aqueles profissionais que laboram em unidades militares distantes
dos grandes centros urbanos. Observamos que nos últimos anos, principalmente pela pressão política
imposta pelas classes profissionais representadas, alguns estados já estabeleceram a carga horária
máxima para o trabalho dos militares, como é o caso, por exemplo, de Minas Gerais, onde foi determinada
uma carga horária máxima mensal de 160 horas. Outras instituições optaram pela adoção de escalas de
serviço no padrão 12x24 por 12x48, além da escala 12x36; ambas somam, individualmente, 168 horas
mensais, que, no meu entendimento, é o máximo possível de ser aceito para que não ocorram prejuízos à
saúde física e mental dos seus profissionais. É importante também observar que, por extrema
necessidade de serviço, com a voluntariedade do profissional, é possível estender a carga horária de
trabalho para além daquela que deverá ser prevista em legislação estadual, desde que ocorra o devido
pagamento de horas-extras compatíveis com o valor salarial percebido pelo executante, portanto, é
também necessário que se observem a incompatibilidade dos valores pagos pelo estado, a título de
indenização por serviço extraordinário, àqueles profissionais que executam atividades oficiais nos
intervalos de suas respectivas escalas de serviço.
1.6. INAMOVIBILIDADE
É notório que os militares são vulneráveis às pressões políticas dos que se sentem
incomodados com a atividade policial, principalmente nos rincões interioranos, por isso a estipulação de
períodos mínimos possíveis para a transferência dos profissionais é importante decisão para garantir que
A lei agora estipula um tempo mínimo de permanência de 1 ano na unidade militar sem que
possa ser transferido, a não ser que seja por interesse do próprio profissional ou de forma compulsória
quando houver motivo previsto em legislação própria, desde que seja apresentado pela administração
militar uma justificativa coerente e formal.
Caso o militar estadual, sendo estudante em instituição de ensino superior, for transferido
compulsoriamente para outra localidade diversa daquela em que se situa a referida instituição e em que
estava lotado, tem o direito assegurado de matrícula, em caráter compulsório, em instituição de ensino
congênere na localidade onde irá trabalhar, ou para localidade mais próxima. Observe os seguintes
apontamentos sobre o tema:
b. A transferência será realizada entre instituições congêneres (privada para privada / pública
para pública). Entretanto, pode ser efetivada entre instituições pertencentes a qualquer sistema
de ensino, na falta de universidade congênere à de origem. Exemplo: militar cursa Direito em
uma universidade privada e é transferido para um município onde não existe universidade
privada de Direito, mas há uma universidade pública, então está assegurada a sua matrícula
nesta (STF – RE 601580/RS – Pub. 20/02/2020 – Min. Edson Fachin).
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXV - transferência de ofício para instituição de ensino congênere, nos termos do parágrafo único do art. 49 da
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e da Lei nº 9.536, de 11 de dezembro de 1997;
Ü Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na
hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei.
Ü Art. 1º A transferência ex officio a que se refere o parágrafo único do art. 49 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, será efetivada, entre instituições vinculadas a qualquer sistema de ensino, em qualquer época do ano e
independente da existência de vaga, quando se tratar de servidor público federal civil ou militar estudante, ou seu
dependente estudante, se requerida em razão de comprovada remoção ou transferência de ofício, que acarrete
mudança de domicílio para o município onde se situe a instituição recebedora, ou para localidade mais próxima
desta. (Vide ADIN 3324-7)
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXVI - estabilidade dos militares de carreira após 3 (três) anos de efetivo serviço nas corporações militares;
Entretanto, a Lei no 14.751/2023 ainda manteve uma ideia obsoleta no que diz respeito aos
direitos políticos dos militares estaduais, talvez na intenção de limitar a grande ascendência de
representantes das instituições de segurança pública em cargos políticos eletivos verificada nas últimas
eleições, mantendo a determinação para que militares com menos de dez anos de serviço, ao se
candidatarem a cargos eletivos, sejam afastados do serviço ativo, constituindo, com isso, um artifício para
desestimular o profissional a tentar a opção de um cargo político.
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXVII - direito a equipamentos de proteção individual, em quantidade e qualidade adequadas ao desempenho
das funções, nos termos da legislação do ente federado, dentro dos parâmetros editados pelo governo federal;
Quando o militar estadual for vítima de crime e estiver formalmente de serviço, ou que este
crime tenha ocorrido em função de sua condição de policial militar ou bombeiro militar, fica garantido o seu
atendimento prioritário e imediato (não é aceito que o militar fique aguardando a boa vontade de outras
pessoas) pelos policiais civis, peritos criminais, promotores e procuradores de justiça, defensores públicos
e magistrados. Além disso, também é garantida a precedência quando for depor na condição de
testemunha, em audiências judiciais.
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXIX - atendimento prioritário e imediato pelos membros do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Poder
Judiciário, da Polícia Judiciária e dos órgãos de perícia criminal quando em serviço ou em razão do serviço, quando
for vítima de infração penal;
XXX - precedência em audiências judiciais na qualidade de testemunha, em serviço ou em razão do serviço;
Estes são direitos básicos do servidor na administração pública, mas, infelizmente, ainda não
recebem a devida importância por parte de algumas instituições militares estaduais pelo Brasil:
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXXI - ajuda de custo, quando removido de sua lotação para outro Município, no interesse da administração pública,
na forma da lei do ente federado;
XXXII - pagamento antecipado de diárias por deslocamento fora de sua lotação ou sede para o desempenho de
sua atribuição, na forma da lei do ente federado;
c. Injúria – concretiza-se quando se atinge a honra, dignidade e moral de outra pessoa com
ofensas e xingamentos, mas, ao contrário da calúnia e da difamação, não é necessário que
terceiros tomem ciência da ofensa.
Ü Art. 18 [...]
[...]
XXXIV - aplicação ao militar veterano da reserva remunerada do disposto na Lei nº 7.524, de 17 de julho de
1986, quanto ao direito de expressão e manifestação;
Lei nº 7.524/86 – Dispõe sobre a manifestação, por militar inativo, de pensamento e opinião políticos ou filosóficos.
Ü Art. 1º Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das
disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto
político, e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse
público.
Parágrafo único. A faculdade assegurada neste artigo não se aplica aos assuntos de natureza militar de caráter
sigiloso e independe de filiação político-partidária.
Diferentemente dos boatos que vinham circulando pelo país, dando conta de uma possível
desmilitarização das polícias militares e corpos de bombeiros militares, a Lei nº 14.751/23 findou por deixar
clara a condição de INSTITUIÇÕES MILITARES PERMANENTES e FORÇAS AUXILIARES E RESERVA DO EXÉRCITO,
ratificando o disposto no parágrafo 6o, art. 144, da Constituição da República Federativa do Brasil, dando à
Inspetoria-Geral das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares (IGPM/BM), órgão integrante
do Comando do Exército, a incumbência para coordenar e controlar os dispositivos da lei relativos à
condição de força auxiliar e reserva do EB.
Ü Art. 2º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
são instituições militares permanentes, exclusivas e típicas de Estado, essenciais à Justiça Militar, na condição de
forças auxiliares e reserva do Exército, nos termos do § 6º do art. 144 da Constituição Federal, indispensáveis à
preservação da ordem pública, à segurança pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio e ao regime
democrático, organizadas com base na hierarquia e na disciplina militares e comandadas por oficial da ativa do último
posto, integrante do Quadro de Oficiais de Estado-Maior (QOEM) da respectiva instituição.
[...]
§ 3º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios são
instituições:
I - militares;
II - permanentes;
Ü Art. 4º São diretrizes a serem observadas pelas polícias militares e pelos corpos de bombeiros militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além de outras previstas na legislação e em regulamentos, no âmbito
de suas atribuições constitucionais e legais:
[...]
V - racionalidade e imparcialidade nas ações das instituições militares estaduais, do Distrito Federal e dos
Territórios;
Ü Art. 7º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
instituições militares permanentes, subordinam-se aos governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.
Ü Art. 10 [...]
[...]
§ 7º As instituições militares estaduais poderão, nos termos em que a lei do ente federado estabelecer, criar e
manter as assessorias militares.
Ü Art. 25. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
poderão ser mobilizados pela União no caso de guerra e integrarão a força terrestre designada, que delimitará
os aspectos operacionais e táticos de seu emprego, obedecidas as suas missões específicas e constitucionais.
Ü Art. 28. A Inspetoria-Geral das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares (IGPM/BM), integrante do
Comando do Exército, incumbe-se dos estudos, da coleta e do registro de dados e da assessoria referente ao
controle e à coordenação, no âmbito federal, dos dispositivos desta Lei relativos à condição de força auxiliar e
reserva do Exército, nos termos do § 6º do art. 144 da Constituição Federal.
As Unidades Federativas tinham certa autonomia para legislar em relação aos critérios
necessários a um policial militar ou bombeiro militar para ser nomeado Comandante Geral de suas
respectivas instituições, entretanto com o advento da Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares e
Corpos de Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, foram detalhados os
requisitos mínimos necessários.
Para que as próximas nomeações estejam dentro da legalidade, deverão ser cumpridos os
seguintes requisitos básicos:
g. Ser Bacharel em Direito (para os oficiais dos corpos de bombeiros militares, poderá ser exigida
outra graduação prevista na legislação do ente federado).
Este último item será aquele que suscitará a grande polêmica sobre o tema, pois observamos
um paradoxo legal na falta de harmonia entre o inciso I do caput do art. 15 em face do parágrafo único do
art. 39, tudo da Lei no 14.751/2023. Vejamos:
a. O inciso I do caput do art. 15, que conceitua o QOEM, determina que para ser integrante do
citado quadro será “exigido bacharelado em direito”, deixando a exceção da possibilidade de
outra graduação, a critério da respectiva legislação estadual, apenas para os oficiais dos
corpos de bombeiros militares.
b. Considerando a orientação contida no caput do art. 2o, que para ser Comandante-Geral é
imprescindível ser integrante do QOEM, extrai-se, assim, a obrigatoriedade do oficial indicado
também ser bacharel em Direito.
c. Na Lei no 14.751/2023, não está expressa qualquer regra de transição para o aproveitamento
dos atuais oficiais, integrantes das corporações policiais militares, que não sejam bacharéis em
Direito, para inclusão no QOEM.
d. Entretanto, no parágrafo único do art. 39, o diploma legal abre a possibilidade das instituições
militares estaduais e distrital de oferecerem o “curso de formação de educação superior”,
equivalentes àqueles definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, podendo
ser de bacharel em Direito ou em Ciências Policiais. Neste caso, o nível de escolaridade
exigido no concurso público seria o Ensino Médio.
e. Resta-nos, então, a seguinte conclusão: caso a instituição opte por realizar o curso de
formação de educação superior, deverá direcionar a formação de bacharel em Direito para os
candidatos que irão integrar o QOEM e a formação em bacharel em Ciências Policiais para
Ü Art. 2º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
são instituições militares permanentes, exclusivas e típicas de Estado, essenciais à Justiça Militar, na condição de
forças auxiliares e reserva do Exército, nos termos do § 6º do art. 144 da Constituição Federal, indispensáveis à
preservação da ordem pública, à segurança pública, à incolumidade das pessoas e do patrimônio e ao regime
democrático, organizadas com base na hierarquia e na disciplina militares e comandadas por oficial da ativa do
último posto, integrante do Quadro de Oficiais de Estado-Maior (QOEM) da respectiva instituição.
Ü Art. 29. Os comandantes-gerais das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios serão nomeados por ato do governador entre os oficiais da ativa do último posto do
quadro a que se refere o inciso I do caput do art. 15 desta Lei e serão responsáveis, no âmbito da administração
direta, perante os governadores das respectivas unidades federativas e Territórios, pela administração e emprego da
instituição.
§ 1º A escolha a que se refere o caput deste artigo deverá recair em oficial possuidor do Curso de Comando e
Estado-Maior (CCEM), e o comandante-geral poderá permanecer, a critério do governador, nos termos da lei do
ente federado, durante o governo da autoridade que o nomeou.
Ü Art. 15 [...]
I - Quadro de Oficiais de Estado-Maior (QOEM), destinado ao exercício, entre outras, das funções de comando,
chefia, direção e administração superior dos diversos órgãos da instituição e integrado por oficiais aprovados em
concurso público, exigido bacharelado em direito, observado o disposto no inciso IX do caput do art. 13 desta Lei,
facultada, para os oficiais dos corpos de bombeiros militares, outra graduação prevista na legislação do ente
federado, e possuidores do respectivo curso de formação de oficiais, realizado em estabelecimento de ensino
próprio ou de polícia militar ou de corpo de bombeiros militar de outra unidade federada ou de Territórios;
Ü Art. 39. A adoção do requisito de escolaridade para ingresso na instituição militar será processada no prazo de até
6 (seis) anos a contar da publicação desta Lei.
Parágrafo único. Na forma da legislação de ensino do ente federado, a instituição poderá optar por formar o militar do
Estado e do Distrito Federal em curso de formação de educação superior com equivalência àqueles definidos no art.
44 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), concedendo-lhe o
requisito para ingresso previsto no inciso IX do caput do art. 13 desta Lei, ensino superior, e no art. 15 desta Lei,
bacharel em direito ou em ciências policiais.
Em resumo, considerando que a Lei nº 14.751/2023 não estabeleceu uma “regra de transição”,
tendo entrado em total vigência no dia 13 de dezembro de 2023, mesmo sendo observada uma
incongruência entre os dispositivos da lei, extrai-se a exigência do bacharelado em Direito como requisito
para a assunção do oficial ao comando geral da instituição, não obstante os questionamentos jurídicos que
poderão defender teses diferentes de interpretação, face à atecnia legislativa vislumbrada no diploma legal
mencionado.
Com a Lei no 14.751/2023, algumas Unidades Federativas terão que modificar completamente
os seus atuais sistemas de ensino destinados aos militares estaduais, pois várias delas, nas últimas
décadas, adotaram um sistema de formação em instituições integradas, de caráter civil, onde se realizam
a formação, habilitação, aperfeiçoamento, especialização e adaptação de todos os profissionais dos
órgãos de segurança pública e defesa social do estado, como são os exemplos do Ceará e de
Pernambuco, respectivamente com a Academia Estadual de Segurança Pública (AESP) e a Academia
Integrada de Defesa Social. Torna-se expressamente proibida a realização de cursos de natureza militar
por instituições civis, mesmo que apenas de forma cooperativa, devendo os cursos de formação,
adaptação e habilitação ser realizados em instituições de ensino militar, próprias ou congêneres (também
militares), sejam estaduais, federais ou do Distrito Federal, enquanto apenas os cursos de
aperfeiçoamento e especialização poderão ser realizados em instituições de ensino conveniadas no Brasil
ou no exterior. Portanto, o mais indicado para as instituições que extinguiram as suas academias militares
e centros de formação é começarem a pensar em reativá-las, pois, do contrário, terão dificuldades
estratégicas para o cumprimento das diretrizes legais de capacitação profissional continuada também
exigida pela lei.
Ü Art. 4º São diretrizes a serem observadas pelas polícias militares e pelos corpos de bombeiros militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além de outras previstas na legislação e em regulamentos, no âmbito
de suas atribuições constitucionais e legais:
[...]
XI - capacitação profissional continuada;
Ü Art. 5º Compete às polícias militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos termos de suas
atribuições constitucionais e legais, respeitado o pacto federativo:
[...]
XIV - recrutar, selecionar e formar seus membros militares e desenvolver as atividades de ensino, extensão e
pesquisa em caráter permanente com vistas à sua educação continuada e ao aprimoramento de suas atividades,
por meio do seu sistema de ensino militar, em órgãos próprios ou de instituições congêneres, inclusive
mediante convênio, termo de parceria ou outro ajuste com instituições públicas, na forma prevista em lei;
Ü Art. 8º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
poderão cooperar nas comunicações de centro de operações, na formação, no treinamento e no aperfeiçoamento de
outras instituições e órgãos de segurança pública federal, estadual, distrital e municipal, no âmbito de suas
atribuições constitucionais e legais.
Parágrafo único. É vedada a cooperação para formação e treinamento de natureza militar para as instituições
civis.
Ü Art. 16. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
manterão o seu sistema de ensino militar, podendo incluir os colégios militares de ensino fundamental e médio, e
ter cursos de graduação ou pós-graduação lato sensu ou stricto sensu e, se atendidos os requisitos do Ministério
da Educação, terão integração e plena equivalência com os demais cursos regulares de universidades públicas.
§ 1º Os cursos previstos no sistema de ensino militar observarão o seguinte:
I - os cursos de formação, adaptação e habilitação serão realizados em instituição de ensino militar;
II - os cursos de aperfeiçoamento ou especialização poderão ser realizados em unidade de ensino militar ou
em instituições públicas conveniadas, no País ou no exterior.
Por lei, também ficou estabelecido um rol mínimo dos cursos profissionais que deverão ser
mantidos pelas instituições militares estaduais, tanto para os oficiais quanto para as praças, sendo estes
requisitos para promoção na hierarquia militar:
b. Para praças:
Ü Art. 16 [...]
[...]
§ 2º Os cursos existentes nas instituições militares, além de habilitarem aqueles aprovados em concurso público ou
interno para o desempenho das atribuições do cargo, também serão requisitos para promoção, nos seguintes termos:
I - para os oficiais:
a) curso de formação de oficiais (CFO), destinado aos aprovados no concurso público para o QOEM, com o
ingresso na condição de cadete e habilitação à promoção a aspirante a oficial;
b) curso de aperfeiçoamento de oficiais (CAO), destinado aos capitães e à habilitação à promoção ao posto de
major;
c) curso de comando e estado-maior (CCEM), destinado aos majores e tenentes-coronéis do QOEM e do QOS e à
promoção ao posto de coronel;
d) curso de habilitação de oficial do Quadro de Oficiais de Saúde (CHOS) e curso de habilitação de oficial do
Quadro de Oficiais Especialistas (CHOE), com ingresso na condição de aluno-oficial e à habilitação à promoção ao
posto de segundo-tenente;
II - para as praças:
a) curso de formação de praças (CFP), destinado aos aprovados em concurso público, na graduação de aluno-
soldado, e habilitação à promoção à graduação de soldado;
b) curso de formação de sargentos (CFS), com ingresso na graduação de aluno-sargento e habilitação à promoção
à graduação de terceiro-sargento;
c) curso de aperfeiçoamento de praças (CAP), destinado aos segundos-sargentos e habilitação à promoção à
graduação de primeiro-sargento.
[...]
§ 4º Os cursos previstos neste artigo poderão ser realizados nas instituições militares federais, estaduais e do
Distrito Federal.
Ü Art. 13. São condições básicas para ingresso nas polícias militares e nos corpos de bombeiros militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do previsto na lei do ente federado:
[...]
IX - comprovar, na data de admissão, de incorporação ou de formatura, o grau de escolaridade superior, nos
termos do art. 15 desta Lei e da legislação do ente federado;
[...]
VIII - ser aprovado em exame de saúde e exame toxicológico com larga janela de detecção;
Ü Art. 4º São diretrizes a serem observadas pelas polícias militares e pelos corpos de bombeiros militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além de outras previstas na legislação e em regulamentos, no âmbito
de suas atribuições constitucionais e legais:
[...]
II - planejamento estratégico e sistêmico;
[...]
VI - caráter técnico e científico no planejamento e no emprego;
VII - padronização de procedimentos operacionais, formais e administrativos e da identidade visual e funcional,
com publicidade, ressalvados aqueles para os quais a Constituição ou a lei determinem sigilo;
Ü Art. 5º Compete às polícias militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, nos termos de suas
atribuições constitucionais e legais, respeitado o pacto federativo:
[...]
XI - produzir, difundir, planejar, orientar, coordenar, supervisionar e executar ações de inteligência e
contrainteligência destinadas à execução e ao acompanhamento de assuntos de segurança pública, da polícia
judiciária militar e da preservação da ordem pública, subsidiando ações para prever, prevenir e neutralizar ilícitos e
ameaças de qualquer natureza que possam afetar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, na
esfera de sua competência, observados os direitos e garantias individuais;
[...]
Ü Art. 29 [...]
[...]
§ 2º O comandante-geral nomeado deverá apresentar, em até 60 (sessenta) dias da posse, plano de comando com
metas, indicadores, prestação de contas e participação da sociedade, ajustado aos planos estratégicos da instituição,
que contenha:
Ü Art. 30. O comandante-geral da polícia militar deverá regulamentar e estabelecer protocolos operacionais com
vistas a apoiar o militar em suas atividades.
Parágrafo único. Os protocolos operacionais referidos no caput deste artigo deverão:
a. Órgãos de Direção
a. Quadros obrigatórios:
b. Quadros opcionais:
Nos últimos anos estava ocorrendo uma grande confusão na organização das instituições
militares estaduais, principalmente na distribuição dos níveis hierárquicos, onde postos e graduações
foram suprimidos ou, por mais incrível que possa parecer, criados novos níveis, como é o caso do estado
do Ceará que fundou ineditamente uma espécie de general policial ou general bombeiro, recebendo a
denominação de Coronel-Comandante-Geral, para justificar um maior salário para todos aqueles que
fossem escolhidos pelo governador para ocupar o cargo de comandante-geral. Entretanto, agora a lei
colocou limites na criatividade dos gestores da segurança pública estabelecendo a estrutura básica dos
níveis hierárquicos:
a. Oficiais
• Oficiais Superiores
o Coronel
o Tenente-Coronel
o Major
o Capitão
• Oficiais Subalternos
o Primeiro-Tenente
o Segundo-Tenente
b. Praças Especiais
• Aspirante a Oficial
• Cadete
• Aluno-Oficial
c. Praças
• Subtenente
• Primeiro-Sargento
• Segundo-Sargento
• Terceiro-Sargento
• Aluno-Sargento
• Cabo
• Soldado
• Aluno-Soldado
Ü Art. 10. A organização das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, prevista em lei de iniciativa privativa do governador, deve observar preferencialmente a seguinte
estrutura básica:
I - órgãos de direção;
II - órgãos de assessoramento;
III - órgãos de apoio;
IV - órgãos de execução;
V - órgãos de correição.
§ 1º Os órgãos de direção referidos no inciso I do caput deste artigo compreendem:
I - os órgãos de direção-geral, destinados a efetuar a direção geral, o planejamento estratégico e a administração
superior da instituição;
II - os órgãos de direção setorial, destinados a realizar a administração setorial das atividades de inteligência,
recursos humanos, saúde, ensino e instrução, pesquisa e desenvolvimento, logística e gestão orçamentária,
financeira e ambiental, entre outras.
§ 2º Os órgãos de assessoramento referidos no inciso II do caput deste artigo destinam-se a prestar assessoria,
consultoria, recomendação e orientação técnica e política e a expedir nota técnica, para auxiliar as decisões dos
órgãos de direção em assuntos especializados.
§ 3º Os órgãos de apoio referidos no inciso III do caput deste artigo destinam-se, entre outras atribuições, ao
atendimento das necessidades de recursos humanos, saúde, ensino, pesquisa, logística e gestão orçamentária e
financeira e são responsáveis pela realização das atividades-meio da instituição.
§ 4º Os órgãos de execução referidos no inciso IV do caput deste artigo destinam-se à realização das atividades-fim
da instituição, de acordo com as peculiaridades da unidade federada ou dos Territórios.
§ 5º Os órgãos de correição referidos no inciso V do caput deste artigo, com atuação desconcentrada, destinam-se a
exercer as funções de Corregedoria-Geral, mediante regulamentação de procedimentos internos, para a prevenção,
fiscalização e apuração dos desvios de conduta em atos disciplinares e penais militares, a promoção da qualidade e
eficiência do serviço de segurança pública e a instrumentalização da Justiça Militar, bem como a acompanhar o
cumprimento de quaisquer medidas cautelares restritivas de direitos e mandados de prisão judicialmente deferidos
em desfavor de militares dentro da instituição, sem suprimir a responsabilidade do poder hierárquico e disciplinar das
autoridades locais.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
Ü Art. 15. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
regulamentados pelo ente federado, constituir-se-ão, entre outros, dos seguintes quadros:
I - Quadro de Oficiais de Estado-Maior (QOEM), destinado ao exercício, entre outras, das funções de comando,
chefia, direção e administração superior dos diversos órgãos da instituição e integrado por oficiais aprovados em
concurso público, exigido bacharelado em direito, observado o disposto no inciso IX do caput do art. 13 desta Lei,
facultada, para os oficiais dos corpos de bombeiros militares, outra graduação prevista na legislação do ente
federado, e possuidores do respectivo curso de formação de oficiais, realizado em estabelecimento de ensino próprio
ou de polícia militar ou de corpo de bombeiros militar de outra unidade federada ou de Territórios;
II - Quadro de Oficiais Especialistas (QOE), destinado ao exercício de atividades complementares àquelas
previstas para o quadro constante do inciso I deste caput e integrado por oficiais oriundos do quadro de praças, nos
termos da legislação do ente federado, possuidores do respectivo curso de habilitação, realizado em estabelecimento
de ensino próprio ou de polícia militar ou de corpo de bombeiros militar de outra unidade federada ou de Territórios,
admitida a promoção até o posto de tenente-coronel;
III - Quadro de Oficiais de Saúde (QOS), destinado ao desempenho de atividades de saúde e de direção e
administração de órgãos de saúde das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares e integrado por oficiais
possuidores de cursos de graduação superior na área de saúde de interesse da instituição, com emprego obrigatório
e exclusivo na área de saúde das corporações;
IV - Quadro de Oficiais da Reserva e Reformados (QORR), destinado aos oficiais das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares da reserva remunerada e aos reformados;
V - Quadro de Praças (QP), destinado às atividades dos diversos órgãos da instituição e integrado por praças
aprovadas em concurso público de nível de escolaridade superior ou possuidoras do respectivo curso de formação,
desde que oficialmente reconhecido como de nível de educação superior, oferecido pelo sistema de ensino da
respectiva instituição ou de outra unidade federada ou de Territórios, observado o disposto no inciso IX do caput do
art. 13 desta Lei, com progressão até a graduação de subtenente;
VI - Quadro de Praças da Reserva e Reformados (QPRR), destinado às praças das polícias militares e dos corpos
de bombeiros militares da reserva remunerada e aos reformados.
[...]
§ 4º A critério das corporações, poderão ser instituídos Quadro de Oficial Temporário (QOT) e Quadro de Praça
Temporário (QPT), por tempo determinado, nos termos da legislação do ente federado.
§ 5º A critério das corporações, poderão ser estabelecidas especialidades dentro dos quadros.
Ü Art. 12. A hierarquia nas polícias militares e nos corpos de bombeiros militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios, em razão de seu regime jurídico constitucional militar e dos fundamentos das Forças Armadas, deve
observar a seguinte estrutura básica:
I - oficiais:
a) oficiais superiores:
1. coronel;
2. tenente-coronel;
3. major;
b) oficiais intermediários: capitão;
c) oficiais subalternos:
1. primeiro-tenente;
2. segundo-tenente;
II - praças especiais:
a) aspirante a oficial;
b) cadete;
c) aluno-oficial;
III - praças:
a) subtenente;
b) primeiro-sargento;
c) segundo-sargento;
d) terceiro-sargento;
e) aluno-sargento;
f) cabo;
g) soldado;
h) aluno-soldado.
Para finalizar a síntese explicativa sobre a Lei no 14.751/2023, eu não poderia deixar de
comentar sobre os vetos presidenciais que abortaram direitos que seriam muito importantes para os
profissionais das instituições militares estaduais. A Lei Orgânica das Polícias Militares e dos Corpos de
Bombeiros Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, sem qualquer dúvida, foi uma
grande conquista para estas instituições, pois há muito tempo estávamos órfãos de uma legislação federal
que, além de organizar e padronizar o funcionamento das Policias Militares e Corpos de Bombeiros em
todo o país, garantisse os direitos básicos de seus profissionais, evitando que ficássemos à total mercê
dos humores pessoais de governadores e das nefastas interferências políticas que abalam
inexoravelmente os pilares de sustentação das instituições militares: hierarquia e disciplina.
ACUMULAÇÃO DE CARGOS
DISPOSITIVO Art. 21 do Projeto de Lei
"Art. 21. As funções dos cargos de policial militar e de bombeiro militar têm caráter eminentemente
técnico-científico para todos os efeitos legais, aplicando-se aos seus membros o previsto no inciso
XVI do caput do art. 37 e no § 3º do art. 42 da Constituição Federal, com prevalência da atividade
militar."
"II - os integrantes dos diversos quadros de praças que tenham supressão de graduações terão
180 (cento e oitenta) dias para fazer a opção de permanecer no seu quadro ou ingressar na nova
carreira."
"§ 1º Nas instituições que tenham suprimido postos ou graduações até a entrada em vigor desta Lei, ficam
convalidadas as supressões, vedadas novas supressões, observado que as instituições devem regulamentar os
postos e as graduações componentes dos quadros e decorrentes dos cursos constantes dos arts. 15 e 16 desta
Lei."
"§ 2º Caso haja impacto financeiro decorrente da opção pelos novos quadros previstos nesta Lei, o ente
federado que esteja no regime de recuperação fiscal poderá, por ato do respectivo Poder Executivo, suspender
a aplicação deste artigo enquanto perdurar a recuperação fiscal."
"§ 3º Em qualquer caso, não haverá redução de postos máximos dos quadros existentes, nos Estados que
tenham ou editem leis que regulem a matéria."
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