Aspectos Gerais Da Produção de Bovinos de Corte: Histórico
Aspectos Gerais Da Produção de Bovinos de Corte: Histórico
DE BOVINOS DE CORTE
Prof. Giovani Fiorentini
HISTÓRICO
→ Introdução do gado bovino no Brasil em 1534 por Martin Afonso de Souza que se destacou
pela prosperidade nas Capitanias do Sul.
→ Primeiras raças introduzidas foram espanholas e portuguesas.
• Minhota; • Alantejana;
• Caracu; • Arouquesa;
• Mirandesa; • Franqueiro;
• Mocho Nacional; • Transtargana.
• Curraleira;
→ Introdução começou no Nordeste(chegada dos portugueses) e Sul(missões jesuíticas na
Argentina) e depois chegou ao Centro-Oeste pelo movimento Bandeirante.
Evolução de Produção:
→ Combinação entre dois fatores: Brachiária e Nelore.
1) Ciclo das Brachiarias
→ Graminea muito cultivada e utilizada no Centro-Oeste se desenvolveu muito bem
animais se alimentaram bem engorda.
2) Ascensão de Gado Nelore.
→ Raça se adaptou muito bem no Centro-Oeste, aumentando a produção.
Produção
→ Década de 20 até a 1ª Guerra Mundial;
→ Chegada de grandes frigoríficos estrangeiros;
→ Boom da pecuária (entre décadas de 40 e 70) – rebanho dobrou;
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• Produção de alimentos para pessoas da cidade
→ Década de 70 – 3º maior rebanho do mundo;
→ Atualmente
• Maior rebanho comercial do mundo (criação de animais para abate)
• Maior exportador de carne bovina do mundo.
o 20% do que é produzido é exportado – principalmente carne in natura
o 80% é comercializado para o mercado interno
• Consumo brasileiro: 35kg/pessoa/ano
• 10% dos animais abatidos são terminados em confinamento (silagem, cana picada
e ração a base de milho, farelo de soja ou algodão)
o 30% volumoso e 70% concentrado energético ou proteico
→ Principais compradores de carne brasileira – Hong Kong, China, União Europeia, Rússia
→ Idade média de abate no Brasil – 4 anos e meio
• Nutrição deficiente – boi sanfona
Políticas
→ 1996 – Grande salto do mercado internacional
→ Aplicação da Portaria 304 (MAPA).
Importância
→ Atualmente - 220 milhões de cabeças de bovinos no Brasil
• 75% - bovinos de corte
• 80% desse rebanho tem sangue zebuíno – por questões de adaptação (calor e
parasitas)
o O que mais se tem – cruzamento industrial (F1)
Sudeste, Centro-oeste – Fêmeas nelore x touro angus – grande parte
dos animais abatidos no Brasil.
→ Pecuária corresponde a 31% do PIB do agronegócio brasileiro;
→ Pecuária de corte movimentou cerca de 523,25 bilhões de reais em 2017;
→ Em 2017 gerou 353 725 empregos;
→ Corresponde a 26% do trabalho rural.
→ Taxa de desfrute = 20%
• Taxa de desfrute = taxa de abate
• Nos EUA a taxa é de 40% porque eles abatem animais mais jovens (2 anos) – criação
mais intensiva
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**TEC = Tonelada equivalente de Carcaça – Medida de padronização da pesagem da carne in
natura industrial .
**Ordem de terminação por sexo:
Fêmea macho castrado macho inteiro
• Macho inteiro é muito vendido pro Oriente/Turquia não gostam de gordura.
Evolução da produção
→ Bem-estar animal
→ Ética e respeito ao contrato (principalmente produtor-frigorifico)
→ Superar as barreiras de exportação
→ Boi Verde
→ Investimento em tecnologia
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Inovação agropecuária Brasileira
→ Embrapas espalhadas pelo Brasil – centros de pesquisa
→ Brasil – um dos maiores exportadores de alimentos do mundo.
MERCADO
Conceitos importantes:
→ Carne: Todo e qualquer tecido animal in natura, processado ou elaborado, principalmente
muscular propício ao consumo humano
→ Commodity: Produto básico, homogêneo, ideal ao consumo, pouco industrializado.
Produzido e negociado por diversas empresas. Qualidade quase uniforme.
Exemplo: soja, milho, petróleo, boi gordo, minérios
→ Produtos in natura: Alimento de origem animal ou vegetal comercializado em seu estado
natural
→ Produtos industrializados: Aqueles que passam por algum tipo de processamento e
possuem maior prazo de validade.
→ Mercado futuro: Mecanismo de proteção para produtores e compradores das oscilações
de preços (impacto das commodities).
**Contratos futuros de compra e venda negociados com base na expectativa do futuro.
CADEIA DE PRODUÇÃO
Fases da Produção
→ Cria – produção de terneiro (touro + fêmea)
• Terneiro vai ficar de 6 a 7 meses mamando na vaca depois vai para recria
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• Desmame por voltar de 120kg
→ Recria – Terneiro vai se desenvolver
• Geralmente é a fase mais longa da produção
• Permanece nessa fase até 380/400kg e vai para terminação
o É quando o animal atinge todo o crescimento muscular e começa a deposição
de gordura.
→ Terminação – Engorda do animal para abate
Processamento do frigorífico
→ Abate e inspeção sanitária
→ Desossa
→ Separação dos quartos
→ Toalete
Distribuição
→ Feita por frigoríficos que vendem para outros países
→ Supermercados, açougues vendam para o consumidor interno
Consumidor final
→ Renda de 10 a 15 SM – cortes nobres, carne de primeira
→ Renda de 5 a 10 SM – carne industrializada, menos nobres
→ Renda de até 5 SM – carne de segunda
**Antigamente o consumidor prezava pelo preço – comprava o mais barato
**Novo consumidor – o que influencia é a segurança, qualidade, variedade de corte,
sustentabilidade...
Interesses do Produtor
→ Preços satisfatórios
→ Giro de capital
→ Bonificações
→ Transparências
Interesse do Frigorífico
→ O que é SISBOV?
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• Normativa do MAPA (2006) – objetivo de padronizar a produção de carne bovina
com garantia de qualidade todos os animais deveriam ter rastreabilidade
o Carnes teriam o selo – acesso ao sistema daria informação à genética, sexo,
idade de abate, etc...
• Sistema de identificação e certificação de bovinos e bubalinos.
o Não funcionou muito bem, apenas em algumas propriedades
*O estado de Goiás possui maior número de propriedade com rastreabilidade, seguido de
MT e MS, depois RS.
*MT possui a maior quantidade animais abatidos rastreados, seguido de GO, MS, SP e RS.
*Carnes certificadas de exportação têm controle e rastreabilidade bem maior
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*Gasta-se mais energia para depositar 1 kg de gordura do que 1kg de musculo
(principalmente porque gordura tem menos água)
Desafios
→ Ociosidade das plantas frigoríficas.
• Excesso de plantas – muitas ficam inativas.
• Concentrações em algumas regiões – as plantas acabam ficando distantes das
propriedade afeta o pré-abate - jejum
• Capacidade de abate maior que oferta de animais.
→ Problema de estruturas.
→ Consumidor
• Renda
• Carne mais consumida: de primeira e moída.
• Desconfiança com o produto final (Manuseio).
• Expansão de carne à vácuo.
• Gordura aparente não desejada – amarela.
o Consumidores de modo geral não gostam de gordura amarela
→ Desafios Sanitários
• Febre aftosa.
o Santa Catarina – Zona livre sem vacinação.
o Norte do Brasil – Zona não livre.
• Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) – Doença da Vaca Louca.
• Até 50% de abates clandestinos no Brasil
→ Sustentabilidade
• Eliminar qualquer relação entre produção de carne e floresta amazônica.
o Desvincular a ideia de desmatamento a produção de carne
• Bem-estar animal.
→ Mercado
• Acesso aos mercados da América do Norte e Ásia – mercados que remuneram
muito bem, principalmente Japão, coreia, EUA e UE (muito fechados) e que exigem
rastreabilidade.
• Expansão vertical (produtividade) e horizontal (terras).
• Subsídios
• Barreiras tarifárias
Perspectivas e Projeções
→ Rebanho – 221 milhões.
→ Médio prazo – valor em alta para todas as carnes.
→ Inflação campo > cidade.
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→ Crise atual no país.
→ Operação carne fraca.
→ Pagamos 20 a 30% mais pela carne, enquanto o produtor paga 67 a 85% a mais no milho
e suplementos minerais.
→ Financiamento de frigoríficos para fornecedores (Similar a Sistema Integrado de Suínos)
Incertezas
→ Recessão mundial.
→ Mudança Climática
• Austrália – principal concorrente de exportação – problema com chuvas Brasil
tende a exportar mais em 2019
→ Aumento do protecionismo nos países importadores (barreiras não tarifárias).
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
PECUÁRIOS
Prof. Giovani Fiorentini
→ Modelos:
• Intensivo
• Semi-intensivo
• Extensivo ATENÇÃO: Os tipos de modelos e fases da produção serão
→ Fases: cobrados em prova (o que acontece, as diferenças e etc).
• Cria
• Recria
• Engorda/terminação
FASES
Cria
→ Rebanho em reprodução e terneiros mamando/se desenvolvendo até o desmame (7 a 8
meses)
• Vacas primíparas e multíparas, touros e terneiros mamando
→ O rebanho deve apresentar estações bem definidas para acasalamento, parição e
desmame.
→ Segmento mais importante da vida do animal, pois o bezerro consegue em sete meses
atingir cerca de 25 a 50% de seu peso final de abate.
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Importante – recria fase mais longa do processo produtivo e o que vai definir o sucesso ou
fracasso do sistema presença apenas de bezerros e bezerras recriando (desmamados).
Recria de fêmeas
→ Categorias
• Bezerras desmamadas e as novilhas jovens (1 a 2 anos) são vendidas para reprodução
• Novilhas de 2 a 3 anos que não serviram para reprodução
ABATE
• Vacas de descarte
→ Bezerras desmamados até atingirem a maturidade sexual e de crescimento muscular.
→ Fase de produção de maior custo – principalmente na época de seca/inverno
Recria de Machos
→ Maior parte da vida animal.
→ Touros que não foram selecionados para reprodução
→ Animais castrados
→ Maiores custos
→ Seca/inverno
→ Atraso de desenvolvimento
→ Define quando o animal será abatido.
Terminação
→ Animal deve atingir o peso e acabamento de carcaça adequados, agregando valor a todo
o trabalho desenvolvido na cria e recria.
→ Crescimento já não é tão eficiente
• à medida que o animal se aproxima de seu peso maduro o ganho de peso e a
eficiência alimentar diminuem.
o Maior deposição de tecido adiposo no corpo do animal (acabamento da
carcaça) Maior exigência de energia para ganho de peso conversão
alimentar menos eficiente;
→ Boi magro – entre 10 e 12@.
→ Boi terminado – entre 15 e 17@.
→ Fase de produção que evolve mais custos (mais gasto com nutrição, por exemplo)
→ Venda para frigoríficos e açougues.
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→ Extensivo
• Abate acima de 30 meses
→ Semi-intensivo
• Abate entre 18 a 24 meses
→ Intensivo – confinamento.
• Novilho precoce – 24 meses
• Super precose – 14 meses
→ Quantos existem?
• Subsistema tradicional (extensivo)
• Subsistema intensificado (semi-intensivo ou intensivo).
→ Qual o melhor sistema?
• Depende do objetivo. É necessário responder às perguntas:
o Qual raça?
o Qual forrageira?
o Como são as instalações?
o Qual a expectativa/desempenho?
o Qual a perspectiva de preço e comercialização? Gosto do consumidor, etc..
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→ Emprego de alimentos concentrados e minerais.
→ Manejo geral dos animais é mais detalhado e laborioso
→ Manejo sanitário é mais complexo
→ Custos de produção são mais elevados.
→ Quanto às características genéticas – pode ter base zebuína, mas também pode ocorrer
maior utilização de animais de origem europeia, essa variação é dependente do objetivo
da produção, que geralmente está associada ao mercado consumidor final.
→ Exploração do máximo potencial genético dos animais.
→ Mão-de-obra especializada com necessidade de especialista nas áreas que circundam o
sistema de produção de carne.
→ Surgimento de uma nova modalidade – CONFINAMENTO EXPRESSO
• Animais ficam em pastagem recebendo suplementação de 2%PV
Exemplo: animal de 400kg vai receber 8kg de concentrado
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→ Utilização maciça de recursos naturais (algumas vezes de forma extrativista).
→ Maioria das propriedades rurais – longe dos centros consumidores.
→ Gado a campo
→ Animais mestiços (azebuados)
→ Sem ou com diminutos planejamentos.
→ Controles de produção e reprodução inadequados ou inexistentes.
→ Instalações inadequadas, muitas vezes somente o curral de manejo.
Pecuária Orgânica
→ Mais lucrativa em pastagens nativas (intenso apelo ecológico)
• Pantanal
• Ilha de Marajós
• Pampas gaúchos
→ Mercados dos orgânicos cresce 25% por ano
• Convencional – menos de 1%
→ Consumidores estão dispostos a pagar 20% a mais por um produto que contribui para
preservação ambiental
→ Maiores mercados: Europa, Japão, EUA
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→ Brasil – em caso de oferta – mercado deve atingir 10% do total de carnes
→ Maiores produtores: Brasil. Austrália, Argentina, Nova Zelândia – países que tem área pra
isso
Sistema Silvipastoril
→ Envolve: animal, espécie forrageira, espécie arbórea
→ Integra componentes pecuários e florestais.
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→ Diversificação cultural
→ Sistema interessante do ponto de vista de Bem-estar animal
• Muita árvore/sombra, umidade, etc...
→ Pode ter aumento de rentabilidade, dependendo do tipo de forrageira utilizada
MANEJO REPRODUTIVO DE
BOVINOS DE CORTE
Prof. Cássio Cassal
CATEGORIA DE FÊMEAS E SUAS EXIGÊNCIAS
→ No RS, bovinos de corte têm basicamente 3 categorias:
• Primípara
o 1º parto – vaca nova
• Multípara
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o Mais que um parto - Vaca adulta com terneiro ao pé
o Mais magra de todas as categorias
• Solteira
o Vaca falhada/sem terneiro ao pé
→ Observar terneiros, tamanho e condição corporal das vacas
→ Período de acasalamento – de Novembro a Fevereiro
→ Primípara e multípara têm maior demanda de energia para produção de leite por isso
possuem menor ECC
Exigências Nutricionais
(VAI CAIR NA PROVA: saber diferenciar as exigências)
1. Multípara
→ Mantença – energia para se manter
→ Lactação – principal exigência nutricional
→ Reprodução – só em último caso
• Precisa sobrar nutriente para isso.
2. Primípara
→ Mais exigência que a vaca adulta por conta do crescimento – a sobra de energia para
reprodução é mais dificil
→ Mantença
→ Crescimento
→ Lactação
→ Reprodução
3. Solteira
→ Mantença
Melhor condição corporal porque tem menos exigências
→ Reprodução
4. Novilhas
→ Vacas jovens, prestes a serem colocadas em acasalamento
→ Mantença
→ Crescimento
→ Reprodução
→ ECC de novilhas pode ser equiparável às solteiras
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MANEJO DE NOVILHAS
→ Terneiros machos que não foram selecionados para reprodução passarão pela recria e
terminação para abate.
→ Fêmeas – objetivo quase sempre – reprodução (devem chegar a puberdade o mais rápido
possível).
→ Puberdade – transição de imaturidade para maturidade sexual – mudança de
características físicas, gametogênicas e comportamentais, permitindo, assim, um serviço
fértil.
• Físicas – nota-se bastante no macho, quando começa a secretar grande quantidade
de testosterona – modificação de padrão muscular (trem anterior aumenta mais)
• Comportamentais – fácil de detectar na fêmea o comportamento de cio
→ Puberdade – sempre uma relação entre peso e idade
• Peso – depende do ambiente – geralmente 65% peso adulto
• Idade – depende a precocidade
→ Esquema do que acontece com a fêmea até chegar na puberdade:
IMPORTANTE:
1. No momento em que o terneiro passa para a recria, é importante definir uma dieta
eficiente para que o animal continue crescendo
2. Sistema precoce, de terneiras que entram em puberdade muito jovens
• Quanto mais jovem emprenhar, maior vai ser a exigência nutricional quanto
primípara – tem que ter estrutura pra isso, pasto de boa qualidade, etc..
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3. Avaliar a habilidade materna – produção de leite
• Interfere no peso ao desmame (terneiros mais ou menos pesados)
• Principal fator para se ter um bom GMD
o Hereford – péssima habilidade materna
o Angus – boa habilidade materna e precocidade
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o Ísquio
o Púbis
o Sacro
o Primeiras vértebras coccínenas
• Via fetal mole – contração
o Cérvix
o Vagina
o Vestíbulo vaginal
o Vulva
o Ligamentos sacro-isquiáticos
→ Controle de parto – no mínimo 2 visitas por dia a fêmeas que entraram em trabalho de
parto
MANEJO DE VACAS
Nutrição
→ Qualidade e quantidade alimento ingerido
• Nunca deixar o campo baixo/rapado
• Evitar vazio forrageiro – trabalhar com pastagens de inverno
→ Melhor forma de avaliação – pesagem, porém muito difícil
• Poucas propriedades possuem balança
• Exige sempre, pelo menos, 2 pesagens em um intervalo de tempo (pra saber o
GMD)
→ Reservas corporais – condição corporal (mais importante)
• Dá uma noção do status do campo, se é suficiente, de boa qualidade...
→ Competição por nutrientes, entre outras funções fisiológicas
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• Simplicidade – sem necessidade de equipamentos especiais
• Melhor precisão do que “peso vivo”
o Animais de tamanhos diferentes
• CC reflete atividade ovariana
o Vaca magra – não está ciclando
o Vaca com bom ECC – deve estar ciclando
Lembrar:
**Vaca NÃO tem anestro – deve ciclar o ano inteiro, não tem interferência de fotoperíodo
• Apenas 1 grande problema para vacas de corte – Anestro pós parto
o Muito relacionado ao ECC – se tiver boa, volta a ciclar mais rápido.
→ Escalas adotadas:
• Inglesa (1 a 5) –Entre um escore e outro há uma diferença, aproximadamente, de
40kg de peso vivo
Produção de terneiros
→ Meta = 1 terneiro/vaca/ano
• 100% de natalidade
• Praticamente impossível – sempre tem uma vaca que dá problema
→ Atual realidade do RS – 55% de natalidade
• Produz metade do que deveria
• Determinantes:
o Nutrição deficiente
o Doenças reprodutivas
o Falta de investimentos
Problema cultural, relutância para adquirir tecnologias
→ Fluxograma de gestação e produção forrageira (campo nativo)
• Outras regiões do brasil são iguais - problema de seca ao invés de inverno
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→ Deveria-se ajustar época de parição com época de maior produção forrageira
• Problema de ECC ao parto – últimos 3 meses de gestação = inverno perda de
peso.
• 1/3 final de gestação – terneiro cresce 70% - maior demanda energética.
• Pico de lactação – quase 10L de leite por dia – dobra as exigências energéticas
→ Fator chave = Nutrição
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• dificuldade – planejamento e mercado (retorno demora)
→ Nutrição
• Objetivo = ECC > 3 ao parto
o Suplementação
o Utilização de feno
→ Amamentação
• Princípio de manejo – Tirar o terneiro do pé da vaca
o Vaca vê/ouve o terneiro libera peptídeos opioides endógenos (POE)
Influencia de forma negativa o hipotálamo diminui/impede
liberação de LH
Cada vez que a vaca amamenta, libera mais POE
Em vacas gordas/saudáveis não tem muita influência organismo
não percebe problema, porque há energia para lactação e reprodução.
Geralmente são vacas ECC 4 e não precisam de nenhum tipo de
manejo, retornam ao cio naturalmente.
o Problema – baixo desenvolvimento do terneiro (com certeza irão falhar na
primeira concepção).
• Reduzir o efeito da mamada em vacas de médio score
1. Desmame Precoce
→ Separar o bezerro, definitivamente, aos 90-120 dias de vida.
→ Recomendada para períodos de escassez de forragem e tem a finalidade de reduzir o
estresse da amamentação e os requerimentos nutricionais da vaca, permitindo que estas
recuperem seu estado corporal e manifestem o cio.
→ Novilhas de primeira cria - desenvolvimento ainda é incompleto - o desmame precoce
pode ser uma boa opção
→ Para que não afete o desenvolvimento do terneiro:
• desmama de bezerros com peso > 90 kg
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• desmama em época adequada
• pastos diferenciados para animais desmamados precocemente;
• suplementação com ração concentrada até 5-6 meses de idade;
• uso de "creep-feeding" ou "creep-grazing" na fase pré-desmama.
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Causas de infertilidade pós-parto – ocorrendo no período de 82 dias
→ Involução uterina – diminuição do tamanho do útero
Normal
→ Ciclos estrais curtos
→ Anestro
→ Infertilidade geral – doenças reprodutivas
TIPOS DE ACASALAMENTO
Monta Natural
→ Mais utilizado
→ touro faz detecção de cio cópula, escolhendo naturalmente o melhor momento.
→ 4% - 1touros para 25 vacas
→ Levar em consideração o número de hectares, a vegetação do local, manejo das vacas.
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Monta Controlada
→ Menos utilizado
→ O ser humano deve detectar o cio (desafio), e leva a vaca até o touro
→ Desvantajoso, pois quando se detecta o cio geralmente se faz inseminação ao invés de
levar até o touro.
Inseminação Artificial
→ Segundo mais utilizado
→ Com a vaca no cio, ela é inseminada artificialmente pelo homem.
→ Muito utilizada – em comparação a outras espécies
→ Cio fácil de detectar em bovinos, além de protocolos hormonais.
→ Geralmente se faz repasse das vacas que não tiveram sucesso na inseminação
MANEJO NUTRICIONAL DE
BOVINOS DE CORTE
Prof. Giovani
→ Animal precisa comer para depositar músculo e gordura
• Precisa-se de muito mais energia para depositar 1kg de gordura do que 1kg de
músculo.
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
→ Hipertrofia ≠ Hiperplasia
• Hipertrofia = Aumento de células musculares
• Hiperplasia = Aumento no número de células musculares
→ Processo e desenvolvimento dentro do útero até o nascimento = HIPERPLASIA
→ Depois do nascimento = HIPERTROFIA
→ Principal componente muscular – Fibras
• Massa muscular
o Número de fibras
o Tamanho das fibras
→ Crescimento = Aumento de massa corporal em um determinado espaço de tempo.
• Envolve crescimento ósseo, muscular, visceral e adiposo.
→ Sistema de produção de carne = ênfase no crescimento muscular.
• Gordura – principal determinante de ponto de abate
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o Mercado e remuneração diferenciada ditam o grau ótimo de gordura na
carcaça.
Classificação de alimentos
→ Volumosos (≥ 25% FDN) - mínimo 15% da dieta com fibra fisicamente efetiva
• Forragens secas – fenos e palhas
• Forragens aquosas
o Silagens
o Forragens verdes
o Raízes
o Tubérculos
→ Concentrados
• Energéticos (-20% proteína) – cereais e subprodutos
• Proteicos (+20% proteína)
o Origem vegetal
o Origem animal
→ Outros – Suplementos vitamínicos, suplementos minerais, aditivos
Lembrar: Primeiro tipo de energia que o animal tem contato – EB (energia bruta)
Energia Digestível – Energia da urina – Energia dos gazes = Energia Metabolizada
Energia Metabolizada – Incremento Calórico (gasto na digestão) = Energia Líquida
Energia Líquida = leite + músculo + reprodução
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IMPORTANTE: Programação fetal
→ Alterações na dieta materna visando alterar características metabólicas e produtivas da
progênie
→ Fase mais importante para hiperplasia – gestação (primeiros 6 meses)
→ Fase mais importante para adipogênese – final da gestação e 15 dias pós parto
→ Suplementação proteica (sal proteinado 0,5kg/dia/animal)
→ Necessidade de controle nutricional durante toda a gestação (sem restrições alimentares)
→ Grupo genético
• Taurinos/Zebuínos
• Precocidade
o Raças de pequeno porte (Angus/Hereford)
o Raças médias
o Raças grandes ou tardias (Charolês)
Exemplo: Nelore a pasto se desenvolve melhor que Angus, por ser tardio e ter baixa
exigência nutricional, enquanto em confinamento o Angus se desenvolve muito
melhor
→ Classe sexual
• Fêmeas machos castrados Inteiros
o Região traseira é maior na fêmea
o Região dianteira é maior no macho
→ Idade
• Maturidade fisiológica – aumenta quantidade de gordura, diminui água, proteínas
e cinzas
• Deposição de gordura exige mais energia que músculo (pior conversão alimentar)
– músculo tem 78% de água e gordura tem 10% de água
o Animais mais velhos necessitam mais consumo para boa camada de gordura
ATENÇÃO: Eficiência alimentar é inverso de conversão alimentar
Deposição relacionada com o consumo (deposição/consumo) – quanto maior o número é
melhor Animais jovens consomem mais e depositam mais
→ Nível nutricional
• Energia para a microbiota – conversão em proteína microbiana (alimento para o
animal)
o Equilíbrio entre energia e proteína
→ Consumo
• Volumoso
o Pasto 1,5-2,5% PV
o Silagem 2,0-2,5% PV
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o Cana de açúcar 1,8-2,0% PV
o Fenos 2,5-3,0% PV
• Vacas em lactação 3,0-4,0% PV em MST
• Bovinos de corte 2,0-2,5% PV em MST
• Qualidade nutricional do pasto interfere na quantidade de consumo
→ Exigência do animal
• PV
• Categoria
• Estado físico
• Promotores de crescimento
• Fatores ambientas (relevo, clima)
→ Gráfico de conversão alimentar
Suplementação no inverno
→ Sal proteinado + ureia (manter peso)
• Mínimo 0,3% PV
• Máximo 2% PV
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→ Suplemento proteico (aumentar peso)
→ Ração de semiconfinamento (aumentar peso)
• Ganha muito peso
• Mais caro
OBSERVAÇÃO: Se o animal para de consumir
• Tamanho de fibra (muito grande)
• Quantidade de energia ingerida
Uso de ureia
→ Máximo 30% da proteína diária
→ Problema: Cocho coberto
• Sem evaporação
• Sem mistura com água (intoxicação)
→ Necessário adaptação
→ 45% de nitrogênio
→ Em caso de intoxicação – utilizar ácido acético (vinagre)
• Se liga a amônia livre no sangue
Necessidade individual
→ Animal inteiro – mais proteico
→ Animal castrado – mais energético
Desordem metabólica
→ Acidose ruminal
→ Timpanismo
→ Laminite
Cuidados
→ Lote homogêneo
→ Cocho adequado
→ Adaptação ao manejo
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RAÇAS LEITEIRAS
Msc. Andressa Miranda
→ Bos taurus taurus - gado taurino de origem europeia:
• Holandês • Normando
• Jersey • Simental
• Pardo Suíço
→ Bos taurus indicus - gado zebuíno de origem asiática:
• Gir Leiteiro
• Guzerá
RAÇA HOLANDESA
→ Origem – não há um acordo sobre a origem desta raça, possivelmente:
• Holanda • Alemanha
• Frísia • Grécia
→ Segundo dados históricos a raça chegou ao Brasil entre 1530 – 1535
→ Peso ao Nascer: 38 – 40 Kg
→ Peso Adulto:
• Fêmea: 500 – 700 Kg
• Touros: 900 – 1.000 Kg
→ Altura:
• Fêmea: 1,30 – 1,40 m
• Touros: 1,40 – 1,45 m.
→ Pelagem branca e preta ou vermelha e branca;
→ Ventre e vassoura branca;
→ Barbela e umbigueira pouco pronunciada;
→ Cabeça bem moldada e sub-concava;
→ Focinho amplo com narinas bem abertas e coloração negra;
→ Olhos salientes;
→ Pescoço longo;
→ Peito profundo;
→ Costelas arqueadas com abdômen desenvolvido e de grande capacidade.
→ Garupa comprida e larga, largura entre a ponta das nádegas é ligeiramente inferior à
distância entre os jarretes, cedendo lugar para o úbere
→ Ossatura é bastante forte
→ Pernas com ossatura limpa
→ Desenvolvimento dos tetos dianteiros
→ Pele fina e pregueada
→ Pêlos finos e macios
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Vantagens
→ Alta produção leiteira → Persistência na lactação
→ Adaptação a região → Rebanhos grandes
→ Habilidade materna → Muitas organizações (produtores)
→ Gado dócil → Genética avançada
Desvantagens
→ Predisposição mastite → Desvalorização dos machos (demora
→ Predisposição ectoparasitas fazer acabamento de gordura)
→ Predisposição a úbere caído → Problemas de casco
→ Adaptabilidade ao calor.
JERSEY
→ Origem: Os primeiros animais Jersey introduzidos no Brasil foram adquiridos por Joaquim
Francisco de Assis Brasil, grande pecuarista e embaixador plenipotenciário em Lisboa, no
ano de 1895 do rebanho Windsor, da Rainha Vitória, Inglaterra
→ Peso ao Nascer: 22 –26 kg
→ Peso Adulto
• Vacas: 320 – 450 Kg
• Touros: 600 – 700 Kg
→ Altura: 115 a 120 cm nas vacas
→ Idade à Cobertura: 13- 17 meses
→ Pelagem amarela fosca e pode ir do cinzento ao pardo escuro até quase negro;
→ Focinho possui um anel de pelos claros, apresentando manchas escuras na face e nas
extremidades do corpo;
→ Focinho e língua são pretos ou cor de chumbo;
→ Pele é fina e amarela, pelos curtos e brilhantes;
→ Cabeça delicada, curta e côncava.
→ Orelhas são médias e finas;
→ Olhos são grandes e pouco proeminentes;
→ Corpo tipicamente leiteiro;
→ Úbere bem irrigado, volumoso, com tetas pequenas e espaçadas;
→ Membros delicados e ossatura fina.
Vantagens
→ Rusticidade; → Ótima conversão alimentar;
→ Elevada qualidade de leite (alto teor de → Mantegueira;
gordura e alto teor de proteína) → Elevada tolerância ao calor
→ Precoce novilha leiteira;
30
GIR LEITEIRO
→ Raça zebuína.
• Originária da Índia, das regiões de Gir na Península de Kathiawar.
• Juntamente com as raças do tipo Misore, ao sul, e as raças das regiões
montanhosas, ao norte, é considerada de criação mais antiga.
→ Os primeiros exemplares da raça Gir, provavelmente, devem ter sido introduzidos no
Brasil por volta de 1906, em uma das importações efetuadas por Teófilo Godoy.
→ Na década de 30, alguns criadores identificaram em diferentes plantéis, exemplares Gir
que se destacavam por sua capacidade leiteira. O Gir Leiteiro é resultado da seleção
efetuada por entidades e por criadores particulares nos estados de São Paulo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro, que fundamentaram seu trabalho dando ênfase na seleção para
leite.
→ Perfil convexo e ultra-convexo;
→ Testa proeminente;
→ Chifres laterais e normalmente retorcidos;
→ Barbela desenvolvida;
→ Pelagens - pêlos brancos, vermelhos, amarelos e
pretos em combinações variadas.
GIROLANDO
→ Origem: Brasil (reconhecida 1996 MA);
→ Década de 40;
→ Raça sintética:
• Cruzamento do Gir com o Holandês:
o 5/8 Hol + 3/8 Gir
o As duas raças se complementam pela rusticidade e produtividade
→ Alta produtividade e eficiência reprodutiva;
→ Dupla aptidão.
→ Peso ao Nascer: 35 kg
→ Peso Adulto
• Fêmea: 400 a 600 kg
• Macho: 700 a 900 kg
→ Altura
• Fêmea: 1,30 a 1,40m
• Touro: 1,40 a 1,50m
→ Produção leiteira
• 3.600 a 9.000 kg • 4% de gordura • 210 dias
por lactação lactação
→ Pelagem: Preto e branco e marrom mesclado
31
Vantagens
→ Ótima adaptação ao clima; → Ótima fertilidade;
→ Capacidade de auto-regulação do calor → Precocidade
corporal; → Não tem problemas de parto;
→ Aprumos e pés fortes; → Alta resistência a ectoparasitas;
→ Longevidade; → Terminação dos machos
→ Raça mais utilizada como receptora de
embrião.
Desvantagens
→ Período curto de lactação;
→ Dificuldade de descer o leite quando não há o bezerro ao pé;
→ Pouco dócil;
→ Algumas vacas têm dificuldades na ordenha (tetos duros)
32
GUZERÁ
→ Origem: norte da Índia;
→ Características raciais:
• Pelagem variando do cinza claro ao cinza escuro
• Chifres em forma de lira
• Pêlos curtos
• Pele escura.
→ Região Nordeste do país, raças de extrema rusticidade
→ Dupla aptidão
→ Animais adultos chegam a atingir
→ 1.300 kg e 950 kg (machos e fêmeas respectivamente);
→ Produção leiteira de 4.500 kg na lactação
PARDO SUÍÇO
O Pardo Suíço foi introduzido no Brasil em 1905, com a importação do touro ‘Kuno’ pelo
visconde de Ribeiro Magalhães (1840-1926), de Bagé (RS). Na mesma década houve outras
importações também para o Rio Grande do Sul.
O Pardo Suíço pode ser a raça mais antiga da Suíça, a raça de boi europeu mais antiga do
mundo. 'Braunvieh’ é o nome da raça em alemão e significa ‘Gado Pardo’.
→ Peso ao Nascer: 26 – 30 Kg
→ Adulto
• 597 Kg nas fêmeas
• 930Kg nos machos
→ Altura
• Fêmeas: 1,30 – 1,40 m
• Touros: 1,40 – 1,50 m
→ Produção Leiteira: 3 642 a 9 000 Kg com 3,88 % GB
→ Características raciais
• Pelagem parda clara, cinzenta, escura;
• Partes internas dos membros e das orelhas mais claras;
• Língua e o focinho são azulados, quase pretos;
• Cascos pretos;
• Chifres brancos com as pontas pretas;
• Cabeça grande, perfil direito, com a fronte larga entre os olhos e estreita entre os
chifres.
• Orelhas grandes e atentas e focinho largo;
• Pescoço bem musculoso e barbela;
• Garupa larga, longa e regularmente cheia;
• Cauda grossa e curta;
33
• Tetas de tamanho médio.
Vantagens
→ Rusticidade; → Maior fertilidade;
→ Adaptação ao clima e topografia; → Dupla aptidão;
→ Puberdade precoce das novilhas; → Carne de boa qualidade;
→ Longevidade e docilidade;
SIMENTAL
A raça Simental tem origem na Suíça, na montanhosa região do vale do rio Simen, de onde é
derivado o seu nome.
Os primeiros animais da raça Simental chegaram ao Brasil em 1904, importados pela
Secretaria de Estado da Agricultura de São Paulo, com o objetivo de intensificar o fomento à
Pecuária.
→ Peso ao nascer
• Fêmeas 42 kg
• Machos 50 kg
→ Peso adulto
• Vacas - 750 kg
• Touros - 1050 kg.
→ Altura
• Fêmeas - 1,35 a 1,40 m
• Touros - 1,40 a 1,50 m
→ Caracteristicas:
• Pelagem castanha amarelada ou vermelhada, com manchas brancas;
• Couro é um pouco grosso, porém macio e elástico;
• Mucosa rosada tanto nas pálpebras como no focinho;
• Cascos amarelados, pigmentação preta é indesejável;
• Cabeça média, perfil convexo, larga;
• Orelhas são médias;
• Corpo grande, robusto e pesado;
• Garupa é bem desenvolvido;
• Úbere quadrado, glanduloso, tetas médias e separadas;
• Veias mamárias grossas, compridas e sinuosas.
Vantagens Desvantagens
→ Docilidade; → Maior preço do sêmem;
→ Rusticidade; → Animal muito grande;
→ Dupla aptidão; → Menor produção de leite ( 3.050 Kg
→ Ótimo desempenho; /lactação);
→ Excelente comercialização; → Persistência na lactação por 8 meses.
→ Bom acabamento de carcaça;
34
NORMANDO
→ Década de 20;
→ Produção de carne e de leite;
→ Alto teor de gordura para produção de queijos finos (camembert);
• Produção média: + 4.500 kg leite/lactação, com 4% gordura;
→ Riqueza do leite em proteínas;
→ Apresenta uma originalidade genética a respeito das características tecnológicas do leite
que são:
• equilíbrio fosfocalcitíco;
• menor diâmetro das partículas de caseínas;
• frequência das variantes favoráveis das caseínas.
→ Características:
• Coloração de 3 cores:
o vermelho ou ruivo
o castanho escuro
o pardo e o branco;
• Orelhas com pelagem escura, mas separadas na inserção com a cabeça por pelagem
branca;
• Linha dorso-lombar plana, larga e musculosa;
• Óculos ao redor dos olhos;
• Estrutura e conformação de úbere são equilibradas permitindo uma fácil ordenha
mecânica.
• Criação extensiva de manejo;
• Sobressai em musculosidade;
• % gordura e % proteina no leite;
• Facilidade de manejo;
• GPD;
• Facilidade de parto;
• Precocidade sexual.
GLÂNDULA MAMÁRIA E
PRODUÇÃO DE LEITE
→ A glândula mamária - evolução das glândulas da pele, provavelmente das sudoríparas.
• Desenvolvimento maior durante a puberdade do animal somente começa a
produzir leite com a presença da gestação
o Ação de diversos hormônios, entre eles, a progesterona.
• Tipo secretório holomerócrino ou apócrino
→ O úbere é composto por quatro quartos/tetos
35
• Posteriores são um pouco maiores que os anteriores - produzem 20% - 30% mais
leite.
→ Entre os quartos, existem:
1. Uma fina camada de tecido conjuntivo separando-os.
• Essas camadas de tecido conjuntivo podem delimitar as inflamações localizadas
o As inflamações podem ficar restritas a apenas um quarto mamário.
2. O ligamento suspensório medial
• Principal sustentação do úbere
• Formado por tecido conjuntivo elástico disposto no plano sagital mediano,
dividindo o úbere em porções direita e esquerda.
3. Ligamentos suspensórios laterais direito e esquerdo.
• Tiras fibrosas que originam lamelas que penetram na glândula por suas duas
porções laterais; unidos ao tendão subpélvico.
• Esses ligamentos vão se relaxando gradativamente com o avançar da idade e das
lactações.
4. Fáscia superficial
• Tecido conjuntivo difuso que reveste as glândulas mamária.
→ O úbere possui uma rica irrigação sanguínea, o que vai ajudar na disseminação de
medicamentos, como antibióticos.
→ A principal artéria para úbere da fêmea bovina = Artéria pudenda externa.
→ O sistema venoso forma um plexo na base abdominal do úbere.
• A anastomose da Veia epigástrica superficial caudal com a Veia epigástrica
superficial cranial, a denominada veia do leite, aumenta seu diâmetro durante a
primeira lactação.
o Dessa forma, as valvas, nessas veias, permitem que o fluxo venoso seja
realizado nas duas direções.
→ Inervação - Os nervos que inervam as várias estruturas do úbere são mistos quanto à
origem:
• Da medula espinal (aferentes)
• Do sistema simpático (eferentes).
o Sistema simpático provêm do plexo mesentérico (simpático lombar) e induz
vasoconstrição.
36
CRESCIMENTO MAMÁRIO E FORMAÇÃO DO LEITE
→ O crescimento mamário, sua diferenciação e lactação envolvem os seguintes processos:
• Mamogênese - crescimento e desenvolvimento da glândula mamária
• Lactogênese - células alveolares mamárias adquirem a capacidade de secretar leite
• Galactpoiese - manutenção da secreção de leite e/ou intensificação da lactação
estabelecida.
Mamogênese
→ Inicia-se no desenvolvimento fetal do animal.
• Ao final – formação de um sistema de ductos rodeado por tecido conjuntivo e
adiposo.
→ Durante o crescimento corporal de novilhas (nascimento até o primeiro parto), ocorrem
duas fases distintas de desenvolvimento da glândula:
• Crescimento isométrico
o 1ª fase – nascimento até puberdade - desenvolvimento da glândula
proporcional aos demais tecidos.
• Crescimento alométrico
o 2ª fase – puberdade até época de parto - crescimento da glândula duas a
quatro vezes mais rápido que os demais tecidos corporais.
→ No início do ciclo estral (puberdade) há liberação do hormônio folículo-estimulante (FSH)
e hormônio luteinizante (LH) pela glândula pituitária anterior, devido ao estímulo de
hormônio regulador das gonadotropinas (GnRH) liberado pela glândula hipotalâmica.
• Atividade do FSH sobre o ovário durante a fase folicular:
o Influencia as células da granulosa do ovário converteram androgênios
produzidos pela teca interna do folículo em estrogênios.
• Atividade do LH sobre o ovário, durante a fase luteínica:
o influencia o crescimento de corpos lúteos no ovário, convertendo os
estrogênios em progesterona.
Ação conjunta de estrogênio e progesterona nessa fase causa a
estimulação das células glandulares (proliferação).
ATENÇÃO: A atividade desses dois hormônios depende do sinergismo dos mesmos com a
somatotropina (STH) e a prolactina (PRL), ambos hormônios da pituitária anterior.
• Esse sinergismo promove alongamento, espessamento e ramificações dos ductos
mamários.
• A diferenciação dos ductos em alvéolos continua com cada ciclo estral posterior.
o O máximo de crescimento de lóbulos e alvéolos nos ciclos estrais somente
ocorre com cerca de 30 a 36 meses de idade.
→ Soma-se aos hormônios anteriormente descritos, a ação dos glicocorticóides.
• A maior parte do crescimento da glândula mamária se dá durante a gestação.
37
Lactogênese e Galactopoiese
→ Total desafio para o metabolismo energético da fêmea.
• Aumento na atividade enzimática mamária e diferenciação das organelas celulares
dos alvéolos por meio de controle endócrino
o Produção de leite em detrimento a outras atividades metabólicas
→ Principais hormônios requeridos para a mantença da lactação:
• Prolactina • Adrenocorticotrópico
• Somatotropina (glicocorticóides)
• Insulina • Tireoestimulante (T3 e T4)
• Paratormônio
Prolactina
→ Hormônio peptídico produzido na hipófise anterior.
→ Fundamental no processo de diferenciação das células da glândula mamaria e controle de
passos bioquimicos envolvidos na síntese do leite.
• Induz o acumulo de RNAm da caseína, estimulando a expressão de genes dessa
proteína e de outros genes.
→ Liberação influenciada também por estímulos sensoriais durante o manejo do teto na
ordenha: estímulos são conduzidos até o hipotálamo
• Síntese de dopamina é bloqueada
o Inibidor de secreção de prolactina
• Estímulo para a produção de peptídeo intestinal vasoativo
o Estimulante para liberação de prolactina).
Insulina
→ Age em resposta à ingestão de alimento (anabolismo).
• Efeito sobre o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteína, promovendo a
entrada de glicose dentro de células do organismo
→ Estimula glicogênese e lipogênese, além de desnaturar enzimas que catalisam a
glicogenólise.
→ Aumenta o transporte da maioria dos aminoácidos para o músculo
38
→ Estimula síntese de proteína e inibe catabolismo proteico
→ Induz a síntese de lipase lipoproteica, inibe a lípase intracelular e aumenta esterificação
de ácidos graxos.
→ Ou seja, baixa as concentrações sanguíneas de glicose, ácidos graxos e aminoácidos e
promove a conversão intracelular desses compostos em sua forma de armazenamento.
→ Na espécie bovina, a glândula mamária utiliza glicose, acetato, β-OH-butirato e
triglicerídeos de forma independente a insulina.
Paratormônio (PTH):
→ Produzido pelas células da paratireóide
→ Liberado para manter a homeostasia mineral sérica do organismo.
→ Ação sobre o metabolismo de cálcio nos ossos:
• Atividade aumentada de osteoclastos - gerando lise de matriz extracelular óssea
• Atividade diminuída de osteoblastos - evitando o uso de minerais séricos para
síntese de matriz extracelular óssea
→ Age nos túbulos contorcidos dos rins para aumentar a absorção de cálcio.
• Como efeito secundário no intestino, converte a vitamina D em sua forma ativa
(1,25 diidroxicolecalciferol) estimula a absorção de cálcio pelos enterócitos.
→ Em virtude do elevado conteúdo de cálcio no leite, a concentração de 1,25
diidroxicolecalciferol é aumentado durante a lactação.
Hormônio adrenocorticotrópico:
→ Essencial para regular a liberação de corticoesteróides (glicocorticóides e
mineralocorticóides) pela córtex da glândula adrenal.
→ Durante a lactogênese, o principal corticoesteróide é o cortisol.
• Cortisol: aumento nos níveis séricos no final da gestação, parto e durante a lactação
é considerado normal
• Mediador de metabolismo intermediário: estimula gliconeogênese hepática
(conversão de aminoácidos em carboidrato) e aumenta os níveis de glicose
sanguínea
• Inibe a captação e metabolismo de glicose principalmente em músculo e células
adiposas
• Aumenta taxa de lipólise.
• Desta forma, disponibiliza mais glicose e ácidos graxos para síntese láctea.
→ A maior concentração de cortisol encontra-se durante a segunda semana de lactação
OBSERVAÇÃO: Não pode-se deixar de relacionar a alta taxa de cortisol sérico durante a
lactação da fêmea ao estresse sofrido por esta durante a ordenha. O estresse crônico
aumenta significativamente o nível plasmático médio de cortisol.
39
Estrutura do úbere
→ O úbere é formado por duas estruturas
• Cisterna da glândula
onde o leite fica armazenado dentro da glândula mamária
• Cisterna do teto
→ O tecido mamário é formado por lóbulos, cuja unidade funcional é o alvéolo.
Os alvéolos possuem células secretoras unidades funcionais responsáveis pela
produção de leite.
• Essas células recobrem todo o alvéolo sintetizando e excretando os componentes
lácteos.
o Os nutrientes que chegam até os alvéolos mamários pelos capilares
sanguíneos são transformados em componentes que fazem parte do leite.
A glicose é transformada em lactose
Os aminoácidos vão compor as caseínas do leite
Os ácidos graxos vão compor a gordura do leite.
40
Exemplos: íons, glicose e aminoácidos.
41
→ Para facilitar o processo de remoção do leite, as células mioepiteliais rodeiam os alvéolos
e ductos. As células mioepiteliais são particularmente responsivas à oxigenação e se
contraem quando exposta aos hormônios.
→ Todo esse mecanismo é influenciado por hormônios:
• Prolactina (principal) - tem um pico de produção na terceira semana após o parto.
• Ocitocina, que é responsável pela contração dos alvéolos
o Quem controla a “descida” do leite.
Qualquer estímulo positivo como a presença do bezerro, a voz do
ordenhador, estimula a produção de ocitocina pela vaca.
• Em situação de estresse o animal produz adrenalina
o Impede a contração dos alvéolos.
Ciclo de Lactação
→ Produção de leite tende a aumentar nas primeiras 3 a 4 semanas de lactação e então
começa a declinar lentamente até o final da lactação.
→ Os animais normalmente estarão “secos” após 305 dias de período lactacional.
→ A pressão retrógrada dentro do alvéolo causada pelo leite inibe gradualmente a secreção
do leite pelas células epiteliais alveolares, com resultante regressão das células alveolares
e dos pequenos ductos.
→ O processo denominado involução, requer pelo menos 1 mês, havendo necessidade de
um período mínimo de 6 semanas de intervalo entre uma lactação e outra.
• Dentro de um período de 1 a 2 meses os sistemas secretor (alvéolos) e excretor
(ductos) regridem e são substituídos.
→ Primíparas que não atingem seu pico por falta de aporte nutricional, jamais conseguirão
expressar em 100% seu potencial.
→ Pico de lactação: 3 – 4 lactações
→ Dentro das lactações: pico é 30 a 60 dias
CRIAÇÃO DA TERNEIRA E DA
NOVILHA
Prof. Rogério Bermudes
→ Terneiras: colostro até 6 horas.
• Maior absorção intestinal
• Até 12 horas: o abomaso ainda não secreta protease - degrada imunoglobulinas.
42
o Por não estar adequadamente desenvolvido
LEMBRAR: Bovinos NÃO passam imunidade pela placenta.
→ Criação de terneiras se inicia na seleção do touro
• Custo da produção já deve levar em conta sêmen, serviço.
o O que se deseja? Aumento na produção de leite? Aumento na produção de
sólidos?
→ Nutrição da vaca: levar em consideração custos com a manutenção dela, desenvolvimento
do feto e produção de colostro.
→ Importante garantir que o terneiro nasça com bom ECC
• Desmame mais cedo
• Bom manejo pré-parto
→ Procurar introduzir ração aos poucos na alimentação das terneiras
• A partir do 14º dia
• Concentrado estimula o desenvolvimento de papilas ruminais acelera a absorção.
• Estimula a produção de saliva – tamponante.
→ Deve ser fornecido volumoso para estimular musculatura ruminal para torná-la
“pançuda” maior capacidade de consumo maior produção.
→ Se a vaca não fizer a higienização da terneira
• Veterinário faz - luva, pano limpo, iodo 7% (para secagem do umbigo)
→ Terneiras mamam cerca de 10% do seu peso
• 4L - Holandês
• 3L – Jersey
ATENÇÃO: A qualidade de leite é diferente, então deve-se ter esse cuidado.
→ A quantidade de leite que as terneiras mamam é variável, ainda, de acordo com raça,
clima, temperatura.
• Deve-se adequar a quantidade de acordo com a necessidade da terneira.
• Só vai conseguir aumentar consumo com concentrado depois de 45 dias.
DESMAME
→ O desmame pode ser feito de duas formas:
• Troca brusca: aos 60 dias
o Quando há corte abrupto, o animal vai demorar mais pra ter um bom
consumo de concentrado
• Gradativa: a partir dos 15 dias.
o Substituir aos poucos: água por leite
OBSERVAÇÃO: Ao chegar na propriedade é importante coletar dados como PV ao nascer,
índices de mortalidade, GPD, critérios de desmame...
• Facilita a identificação e solução dos problemas na propriedade para,
posteriormente, apresentar resultados.
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Metas de Criação de Terneiras e Novilhas
FATOR ESPERADO
% terneiros nascidos mortos ou morte nas Novilhas <8%
primeiras 24h Vacas <6%
Mortalidade nos primeiros 3 meses de vida <5%
Mortalidade entre 3 e 14 meses de vida <2%
Descarte por problemas reprodutivos,
<10%
acidentes, características anormais
H – 680g
GPD
J – 500g
H – 14 a 18m
Idade à cobertura (em meses)
J – 13 a 15m
H – 340 a 385kg
Peso à cobertura (em kg)
J – 250 a 275kg
H – 23 a 25
Idade ao parto (meses)
J – 22 a 24
H – 545 a 590kg
Peso vivo ao parto (em kg)
J – 365 a 385kg
H – 3,5
ECC ao parto
J – 3,5
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Porém.....arredondando pra 30% a taxa de reposição, tem-se 9 nascidos.
• Desses 9 animais 3% mortalidade 8 nascidos.
o 8 nascidos = 4 machos e 4 fêmeas (aleatório) TEM-SE 4 NOVILHAS, AO
INVÉS DAS 7 ESPERADAS.
Assim...deve-se tentar elevar o índice de reposição para 60%
• 18 animais nascidos 3% mortalidade 14 nascimentos
o 7 fêmeas e 7 machos.
Colostro
→ Primeiro produto da glândula mamária
→ A terneira deve mamar cerca de 5 a 10% do PV em até 6 horas
• Primeiros 30 minutos tomar colostro à vontade
o Ou tirar da vaca e fornecer 2L de colostro na mamadeira
Pode ser do banco de colostro ou da própria mãe
É melhor, pois se tem certeza que a terneira mamou.
o Passado 1 hora: fornecer mais 1L
→ Não se pode dar colostro demais porque pode dar diarreia abomaso não suporta
toda a quantidade e o colostro vai pro rúmen
→ Qualidade de transmissão de imunidade passiva colostral depende:
• Fatores ligados a vaca - qualidade do colostro
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• Fatores ligados a terneira
o Atitude de mamar
o Capacidade de absorção das Igs
• Fatores ligados ao criador - forma de administração do colostro
→ Colostro é uma boa fonte de lactoferrina – proteína ligada ao ferro.
• Limita o crescimento de certos organismos que necessitam de Ferro para seu
crescimento/metabolismo
Exemplo: E. coli
Banco de colostro
→ Se faz na propriedade e se fornece junto com o leite.
• Colostro congelado - descongelar em banho-maria
o Cuidar porque o estresse térmico diminui a qualidade do colostro.
• Silagem de colostro
o Vantagem – não precisa de freezer
• No caso do fornecimento junto com o leite, as terneiras podem ter diarreia, que
no caso vai ser nutricional e não patológica.
→ Como produtor sabe que não é mais colostro: pega uma amostra e ferve se coalhar
é colostro.
→ Qualidade de colostro: colostrômetro.
• Verde = graduação superior – alta qualidade
• Amarelo = graduação moderada – média qualidade
• Vermelho = graduação inferior – qualidade ruim.
→ Como congelar o colostro?
1. Lavar bem a garrafa
2. Lavar bem o úbere
3. Retirar o colostro
4. Etiquetar recipiente
5. Levar ao freezer
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o Com ou sem sangue (diferenciar se é sangue vivo ou digerido).
→ Se não souber a diferença de diarreia e mecônio -- vai gastar a toa com antibiótico.
Limpeza do umbigo
→ Umbigo é composto por: 2 artérias, 1 veia e o úraco.
→ Complicações das infecções de umbigo:
• Artérias: pneumonia, artrite, septicemia
• Veia: diarreia, abcessos no fígado, septicemia
• Úraco: infecções nos rins e bexiga
Identificação da terneira
→ Brincagem
• Identificar após nascimento – geralmente nº da terneira e atrás nº mãe.
→ Vantagens:
• Avaliar PV
• Controle sanitário
• Idade/cobertura
Descorna
→ Descornador – ferro quente: recomendado até 2 meses de idade
→ Bastão químico: recomendado até a primeira semana de vida
Aleitamento
→ Grandes propriedades têm pasteurizador pro leite que será fornecido as terneiras.
→ Até 12h com vaca
• Depois tira terneira o aleitamento é feito com balde ou mamadeira.
o Mamadeira - mais próximo do que seria o ato de mamar do ponto de vista
anatômico e fisiológico
Dificuldade: limpeza da mamadeira.
o Balde: tem que ensinar a tomar leite no balde e possui maior facilidade de
limpeza.
→ Fornecer 3 a 4 L/dia dividido em 2 tomadas
• Preocupar-se com a quantidade de sólidos que a terneira vai tomar as vezes
adiciona-se leite em pó junto pra aumentar sólidos
• Temperatura do leite: se ficar variando muito pode ser um fator para diarreia.
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Leite em pó:
→ Qualidade
• Quanto maior a quantidade de lactose, melhor e mais caro
o Menos se consegue diminuir a gordura vegetal a ser fornecida
Fígado não tem condição ainda pra tanta gordura
→ Solubilidade: copo – homogeneíza – espera um tempo – vê quanto decanta.
→ Quantidade máxima por espécie:
• Holandesa - 6 L por animal
• Jersey – 4 a 5 L por animal
Qualidade do sucedâneo
→ Origem láctea (que tenha muita quantidade de lactose)
→ Quantidade de fibra < 2%
• Importante porque quanto mais cedo começar a ruminar, mais cedo a terneira
vai entrar pra produção
→ Diluição de água morna.
→ Proteína: 18-22% (quanto mais, melhor)
→ Gordura: 10-25%
→ Carboidrato 0,2% de fibra bruta vegetal
→ Vitaminas A, D, E.
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→ Melhor desempenho da terneira: leite in natura (digestibilidade 95%).
→ Desenvolvimento do processo digestivo pré ruminante, ruminante em
desenvolvimento e ruminante.
ALIMENTAÇÃO
→ Leite
→ Ração balanceada a partir do 4° a 5° dia (<60 dias):
• Grãos moídos com peneira grossa
• 70% NDT (Nutrientes Digestíveis Totais) e 20% PB
→ Água à vontade e de boa qualidade
→ Feno a partir do 14° dia de vida
→ Silagem só depois de 30-45 dias de vida
Simbiose ruminal
→ Síntese de proteína microbiana
→ Utilização de NNP (Nitrogênio não proteico)
→ Síntese de AAE (Aminoácidos essenciais)
→ Digestão de fibra
→ Síntese de vitaminas hidrossolúveis e K
→ Detoxificação (soja: fator anti tripsina rúmen inibe soja).
→ Desvantagens da fermentação: ótima proteína vai ser absorvida pelos microrganismos
ruminais, produção de gás.
Relação dieta x população microbiana
49
→ Transição para ruminante
• Concentrado <20% fibra
• PB +18%
→ Papila mais escura = volumoso
→ Papila mais clara = concentrado
→ Transtornos digestivos:
• acidose, diarreia, timpanismo menor desenvolvimento, pneumonia, artrose,
Desmame:
→ Métodos de desmame
• Desaleitamento precoce (4-8 semanas):
o Vantagens: diminui consumo leite, diminui mão-de-obra, custo de
alimentação, reduz problemas de saúde.
o Desvantagens: menor GPD, maior exigência de qualidade nutritiva dos
alimentos, maior qualidade quanto as pastagens, maior consumo de
concentrado, maior incidência de mortalidade na criação.
→ Duração de aleitamento
→ Manter as terneiras na ração inicial por alguns dias antes da mudança
→ Fornecer feno de excelente qualidade
→ 2 semanas antes do desmame juntar pequenos grupos de 4-10 animais porte similar
(máximo variação de 45 kg)
→ Para desmamar:
• Saúde impecável
• Peso vivo (80 kg)
• Consumo mínimo diário de 1 a 1,5 kg de concentrado por 3 dias consecutivos
o Evitar dias chuvosos e muito frios.
Para desmame: idade, peso, consumo de ração (3 dias consecutivos comendo 1Kg)
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MANEJO DA RECRIA
Prof. Rogério Bermudes
→ Recria: tempo desde o desmame até primeiro parto.
→ Objetivo:
• reposição de rebanho
• atingir PV à puberdade e a cobertura o mais cedo possível
• aumentar vida produtiva ao longo da vida
• mortalidade <5% no 1° ano de vida.
ATENÇÃO:
→ VL - vacas em lactação
→ %VL/ VT = ~80-85%
→ VS - vacas secas
→ %VL/rebanho = ~50-55%
→ VT - vacas totais (VS + VS)
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• Menos parênquima
• Menor produção de leite nas primeiras lactações
CUSTO DE PRODUÇÃO
Puberdade
→ 1º estro seguido de 1ª faz luteal normal.
→ É o peso vivo e não idade que determina a puberdade
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Como avaliar se a recria está sendo bem conduzida?
→ Idade e peso a primeira cobrição
→ Idade e peso a primeira parição
Mudanças
→ Período seco → Mudanças de dieta
→ Reinicio de lactação → Mudanças no sistema hormonal
→ Mudanças de lote → Mudanças metabólicas.
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2ª fase:
→ 21 a 30 dias antes ao parto – prepara nova lactação, minimiza perdas PV, aumenta CMS
→ Fornecer concentrado pra adaptar à microbiota rúmen
→ Utilizar mesmos alimentos pra vaca em lactação
→ Evitar uso de bicarbonato e sal comum, se possível fornecer dieta total.
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Metas fisiológicas para as vacas no pré-parto
→ Adaptar o rúmen para alta energia no pós-parto
→ Manter níveis de Ca sanguíneo normais
→ Desenvolver e estimular sistema imune (mastite no inicio da lactação muitas vezes é
sem bactérias)
→ Manter um BE pra evitar infiltração de ácidos graxos e cetose subclínica.
→ Estimular consumo:
• Manter animais saudáveis em ambiente de conforto, sem estresse.
• Acesso a água fresca
• Acesso ao espaço de cocho e constante ao alimento
• Alimento fresco disponível pelo menos 20h/dia
• Cocho limpo pra evitar fermentação de alimentos
• Ajustar CC
Pós-ordenha:
→ Pós-dipping
→ Remoção do esterco
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ATENÇÃO: Tomar cuidado com o espaço por animal na sala de espera - 12m²/ vaca
Pré-dipping
→ Eliminação de 80-90% dos MO do teto
• Tem que deixar agir por 20 a 30 segundos.
→ Eliminação dos 3 primeiros jatos em caneca de fundo preto
• Eliminação bacteriana (varia)
• Observar grumos e sangue (mastite subclinica)
Pós-dipping
→ Cobrir 75-90% da superfície do teto
• Quanto maior a quantidade de glicerina no produto, melhor formação da gota na
ponta do tento.
→ Função: formar gota na ponta do teto.
Procedimento de limpeza
→ Processo eficiente de higiene requer observação de alguns parâmetros:
• Ação mecânica
• Ação química (detergentes alcalino e ácido)
o Detergente alcalino: todas ordenhas, pois remove gordura e proteína
o Detergente ácido: depende da qualidade de água da propriedade
se tiver muitos minerais, deve ser utilizado todos os dias, se não 2 a
3x/sem, pois remove minerais
• Tempo
• Temperatura
o 70-75°C – detergentes sempre vinculados a temperatura
→ Redução CCS – mastite
CBT – sujidades ordenhador, ordenha, úbere, infecção glândula mamária.
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ASPECTOS BIOCLIMÁTICOS QUE
INFLUENCIAM NA
BOVINOCULTURA BRASILEIRA
Prof. Rogério Bermudes
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Considerações:
→ Vacas de alta produção tendem a ter mais alterações na composição do leite, pois
sentem mais alterações bioclimaticas
→ Melhor PL entre 5-21°C
→ Variação entre raças e individualmente
→ Estresse pelo calor e composição do leite – depressão de PL, gordura, lactose, proteína,
Ca e K.
Alternativas:
→ Aspersores (linhas do cocho)
• 0,270 l/m²
Exemplo: 21°C por 1 a 2 min, ligando a cada 6 min Em cima dos canzis, a
1,8m do chão.
→ Ventiladores (cama, freestall compostbarn)
• No mínimo a 2,4m do chão.
• Distancias entre ventiladores de 90 cm de diâmetro = 6 a 7m.
• Ângulo 15 a 30°.
→ Coçadores: 1/30 animais.
→ Bebedouro: 4cm/animal (vazão 50l/ vaca)
→ Saleiro: 2cm/ animal
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CONFINAMENTO EM
COMPOSTBARN
História
→ Grande gasto com cama
• Ambiente anaeróbico: multiplicação de bactérias patogênicas e aumento de
amônia.
→ Composto: usou o mesmo sistema, mas com fermentação aeróbica menos bactérias
patogênicas, gerando calor que ajuda a secar a cama.
Como planejar?
→ Animais com problemas devem ser → Dias em lactação
descartados. → Qualidade da dieta
→ Incremento de produção → Manejo
→ Potencial genético
→ Vacas em compost, bem manejadas, são tão limpas quanto em free stal.
• Compost pode ser tão bom pra saúde da glândula mamaria quanto em um free
stal bem manejado.
IMPORTANTE:
→ Característica do compost - produzir calor (cama seca)
→ Manejo - revirar a cama fermentação aeróbica
→ Iniciar a compostagem: Fazer a cama com 30 a 50 cm de profundidade
• Isolar o calor da compostagem
• Repor 10 a 15 cm a cada 15 ou 30 dias (depende da umidade do local)
• Recomendado: serragem e maravalha, casca de café, de amendoim
• Não recomendado: palha e casca de arroz, bagaço de cana
Parâmetros de compostagem:
→ Temperatura em °C
→ Aeração da cama:
• Escarificador (atinge grandes profundidades)
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• Enxada rotativa (quebra torrões da cama)
→ Umidade: 30 a 45%
• Teste da mão: se não formar bolo denso na mão, umidade está boa
• Micro-ondas: igual silagem
Implementos necessários:
→ Trator (preferencia com tração nas 4 rodas)
→ Enxada rotativa
→ Escarificador
→ Escarificador acoplado a enxadas rotativas.
• escarificador deve ter o tamanho do trator: roda a roda.
→ Ventilador HVLS: consome menos energia, forma ventilação mais dispersa, indicado pra
galpões com boa troca de ar com o meio externo.
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→ Tamanho da cama: proporcional a umidade que a vaca deixa sobre a cama.
• Uma vaca de 40l 70 kg de esterco/ dia; deixando 60 kg de umidade.
• Uma vaca de 25l 50 kg de esterco/ dia; deixando 45 kg de umidade.
→ Corredor de alimentação: 4m de largura (que possa passar por trás uma vaca indo e outra
voltando).
• Linha de cocho: 65-75 cm/ animal
→ Corredor de serviço (onde animais são retirados para ordenha e manejos.): 2,5m
→ Outros corredores
• Pista de alimentação central (onde trator vai passar pra fornecer comida pros
animais): 5,5 a 6m largura.
• Pista de alimentação lateral: 3-3,5m de largura.
→ Muro que separa pista de alimentação corredor central: 55cm da pista, 45 cm e altura
do corredor
→ Cano de proteção 20cm pra frente do muro, 1,2m do casco das vacas.
→ Contenção: canzil x livres
→ Pé direito: 5-5,3m
→ Inclinação de telhado: 30-33% escoamento de ar quente do interior para fora
→ Beiral: 2,5-3m que proteja corredor de serviço
→ Piso frisado (sentido longitudinal): 5 a 7 cm com 1,25x1,25 ou 1,5x1,5
→ Bebedouros:
• mínimo 2 por lote na pista de alimentação
• 10cm/ vaca com proteção pra não molhar a cama.
• Altura 70-80 cm.
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→ Aspersores acima da linha de alimentação e cabeça das vacas: a 1,9m dos cascos.
• Maior eficiência: bicos duplos na pista atrás.
→ Vasão de 4 litros de água/ min
• 700 a 1200 ml água/ciclo
→ Ventiladores distribuídos em linhas
• Quanto mais longo for o galpão mais eficiente é a ventilação
MODELOS
→ Cama dupla - cabeça com cabeça
→ Traseiros com traseiro - não há preferência pelas camas da pista)
→ Camas triplas: cabeça com cabeça + traseiro – sem canzil, maior área de cocho por animal.
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• altura 15-20 cm.
→ A cada 20 camas fazer 1 corredor transversal (evita a preferência de camas próximo ao
alimento)
Design de camas
→ Camas: medir altura e largura das vacas
→ Tubo mais baixo da contenção das camas: 15-30cm
→ Barra de pescoço: 1,2-1,25m altura
→ Distancia do beiral da cama até a barra de pescoço: 1,68-1,72m
→ Do centro até a mureta: 2,60m
→ Altura da mureta: 15-20 cm
→ Tipos de cama: casca de café, palha, feno, serragem, areia...
Pista de trato
→ Cocho (revestido de lajota): 0,9-1m
• Sem muretas pra conter o alimento, para que se possa empurrar ó alimento pra
dentro e estimular o consumo
→ Largura dos corredores: 3,5m
Bebedouros
→ Na saída da ordenha
→ 10cm lineares/vaca, a 70-80 cm altura
→ Quanto mais próximo da pista de alimentação melhor
→ Largura 40-45 cm
→ Profundidade 25cm
Custos
Free stall: R$ 4.278,00/ vaca manutenção mensal: R$ 8.050,00
Compost: R$ 4.224,00/ vaca manutenção mensal: R$ 15.232,00 (disponibilidade de
camas)
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