MARIA VILMA ALMEIDA OLIVEIRA DA SILVA TCC Artigo PDF
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Fundamental II
Abstract: This article discusses the reading practices in the classroom. The objective is to
analyze how the elementary school teacher develops reading practices with his students.
We seek to reflect on the importance of the teacher in the formation of new readers and
discuss the relevance of reading in the critical, social and intellectual development of the
student. To develop the article was made a qualitative research with bibliographic
procedure and field research. Thus, we take the basis of texts like the NCPs and texts by
authors such as Kleiman (2012), Solé (1998), Freire (1989) and Freitas (2012). Based on
the theory, we conducted a field research with teachers and students from three public
schools in the municipality of Redenção, in which, we perceive that the teachers of
Portuguese Language or Literature of these schools are appreciators of reading and
encourage their students through the diversification of texts in the classroom and are
concerned with developing the pleasure of reading. However, notes a deficiency in the
theoretical knowledge on the part of these teachers in regard to reading, which would
contribute to a better result of their pedagogical practice.
O tema leitura sempre foi motivado por muita discussão, visto o seu
grau de relevância não somente no meio acadêmico, mas para toda a
sociedade, afinal, uma sociedade crítica só é alcançada com a formação de
leitores proficientes, sendo da responsabilidade da escola e do professor
essa difícil tarefa. Porém, antes de nos debruçarmos sobre o assunto, faz-
se necessário definirmos o que é leitura com base em documentos que
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regem as práticas pedagógicas em sala de aula e na visão de alguns
estudiosos da área.
Martins (1988), em sua obra O que é leitura, sintetiza as concepções
de leitura em duas características. A primeira tem leitura como um simples
processo de decodificação, visando apenas um ato mecânico de apreensão
de signos linguísticos, deixando de lado toda a capacidade do leitor em
estabelecer significados e desenvolver sentidos ao texto. A outra
caracterização de leitura abrange uma série de fatores, indo dos emocionais
aos culturais. É importante ressaltar que, para a autora, uma caracterização
de leitura não deveria excluir a outra, visto que ambas se completam.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem a seguinte
definição de leitura:
A leitura desde cedo faz parte de nossas vidas, isso porque, quando
crianças, somos capazes de realizar leituras do mundo a nossa volta. Entre
os alunos, as experiências vivenciadas deverão ser consideradas pelos
professores, pois elas ajudam a compreender melhor os textos. Segundo
Freire (1989, p.9), antes de iniciarmos o processo de aprendizagem da
leitura, realizamos, primeiramente, a leitura do mundo, porém, em um
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segundo momento, ambas as leituras são indissociáveis para construírem
uma compreensão do texto.
Os textos fazem parte do nosso cotidiano e ajudam as pessoas a se
localizarem, a se informarem, a anunciarem, e uma infinidade de utilidades,
porém apenas quem sabe ler pode desfrutar desses subsídios com maior
independência. Neste ponto, concordamos com Solé (1998, p.32), quando
fala que “[...] a aquisição da leitura é imprescindível para agir com
autonomia nas sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem
profunda nas pessoas que não conseguiram realizar essa aprendizagem”.
Dessa forma, a leitura é capaz de libertar os indivíduos das amarras sociais,
pois só através da compreensão do mundo é que o sujeito se tornará
competente para agir sobre ele.
Os textos têm funções sociais, sendo da responsabilidade do leitor
conhecê-los e saber suas finalidades para uma melhor utilização em
sociedade. Por esse motivo, os PCN (2001, p.41) ressaltam a importância
do contato dos alunos, desde muito cedo, com diversos textos, pois “Um
leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de
leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em
torno da diversidade de textos que circulam socialmente.” Ao ter domínio
sobre sua leitura, o leitor torna-se apto a ler a diversidade de gêneros
textuais que circulam socialmente, tornando a vida mais prática e dinâmica.
Ao dominarmos a leitura, inserimo-nos, de forma consciente, no
mundo, podendo intervir diante de realidade. A leitura torna o ser humano
mais coerente e flexível em suas escolhas, sendo capaz de transformar a
realidade a sua volta. Por esse motivo, a prática da leitura em sala de aula
não deve ser uma obrigação, mas uma necessidade, pois é de fundamental
importância que a escola forme leitores capazes de atuar criticamente na
sociedade, em diversas áreas, seja política, econômica ou cultural:
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imaginação e permite a reflexão crítica, o debate e a troca de ideias.
(MOURA; MARTINS, 2012, p.87)
Leitura na escola
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Para tornar os alunos bons leitores — para desenvolver, muito mais
do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura
—, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler
(e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los
achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que,
conquistado plenamente, dará autonomia e independência.
Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a
“aprender fazendo”. Uma prática de leitura que não desperte e
cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente.
(BRASIL, 2001, p.43)
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acabando por estimular a formação de leitores passivos. De acordo com os
PCN (2001), a escola tem que superar a velha concepção de que leitura é
converter letras em sons, e compreensão é uma consequência, pois é
através desta que a escola vem formando leitores que leem, mais
apresentam dificuldade de compreensão.
A leitura deveria ser prática constante e prioritária em sala de aula,
porém a preocupação em seguir com o conteúdo não disponibiliza tempo
para aulas que visem desenvolver a fluência leitora. Por esse motivo, o
texto serve como um pano de fundo para o ensino da metalinguagem, no
qual os livros didáticos estão cheios de frases descontextualizadas, na
maioria, retiradas dos próprios textos, para estudo de subcategorias de
classes de palavras.
O resultado disso é um estudo superficial do texto, que não permite
ao aluno desenvolver as estratégias para estimular as habilidades leitoras
e tampouco permite uma reflexão coerente da língua, visto que ela é
contextualizada, indo assim, de desencontro com a aprendizagem.
Outro problema que contribui para um desempenho escolar
insatisfatório na formação de bons leitores é a deficiência na formação dos
profissionais na área da Linguagem. Para Barbosa, (2004, p. 17) “Se os
leitores iniciantes pudessem contar com o auxílio de uma pessoa que
conhecesse a leitura como um processo a ser construído, com certeza esta
se desenvolveria naturalmente”. Afinal, só se aprende a ler, lendo, porém
nesse longo e árduo processo, faz-se necessária a mediação da leitura, para
melhor auxiliar aos alunos na construção da compreensão dos textos.
Segundo Bardosa (2004, p.16), “É preciso que o professor tenha
conhecimento sobre o processo de leitura, bem como sobre as estratégias
e habilidades desenvolvidas pelo leitor, para poderem decidir com eficácia
como ensinar leitura”. É necessário formar professores comprometidos com
a formaçao de leitores, capazes de instruir nas práticas leitoras, buscando
através de suas próprias experiencias incentivar a leitura, pois segundo Solé
(1998, p.172), “Aprender a ler requer que se ensine a ler. O modelo de
leitor oferecido pelo professor e as atividades proprostas para o ensino e a
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aprendizagem da leitura não são um luxo, mas uma necessidade”. Desse
modo, o professor não deve ser apenas um incentivador da leitura, mas um
leitor modelo para seus alunos.
- A leitura tem muita importância na minha vida, adoro ler, desde muito
nova tive grande paixão pelo ato de ler.
Os professores 2 e 3 responderam:
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pelos professores são pertinentes de uma comparação com as respostas
fornecidas pelos alunos, conforme os gráficos que seguem.
Gráfico 1: Seu (sua) professor (a) faz comentários sobre livros que já leu?
6
5
4
3 Sim
2 Não
1
0
Alunos
Gráfico 2: Seu (a) professor (a) recomenda livros para você ler?
7
6
5
4
Sim
3
Não
2
1
0
Alunos
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e da boa relação com a leitura, dessa forma será um excelente modelo para
o aluno.
A terceira questão questionava aos educadores sobre os métodos
que usam em sala de aula para estimular a leitura de seus alunos. Apenas
dois responderam. O professor 2 diz que:
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Como podemos perceber através das respostas dos docentes, as
leituras coletiva/individual4 são frequentes em sala, podemos confirmar
essa informação através das respostas dadas pelos alunos disponíveis no
gráfico 3.
Gráfico 3: Como são realizadas, frequentemente, as leituras?
7
6
5
4 Coletiva/individual
3 Coletiva
2 Individual
1
0
Alunos
4 Entende-se como leitura coletiva aquela que todos leem em voz alta, ao mesmo tempo, e leitura
individual aquela na qual apenas um aluno realiza a leitura, seja em voz alta ou de forma silenciosa.
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concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais,
institucionais e técnicas. (MARCUSCHI, 2008, p.155)
Porém, não disse quais os requisitos que usa para a escolha dos
gêneros textuais. O professor 2 respondeu:
Resposta do professor 3:
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Gráfico 4: Quais os Gêneros textuais que seu professor costuma utilizar em sala de aula?
4
Textos do cotidiano
3
Textos do cotidianos e Contos
2 Textos do Cotidiano e outros
1
0
Alunos
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São considerados Gêneros Textuais do dia a dia (notícias, músicas, crônicas, charge, Tirinhas, etc), textos que
circulam livremente na sociedade, fazendo parte do cotidiano das pessoas.
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- Alguns chegam ao Fundamental II sem saber ler ou com deficiência na
leitura e, à medida que crescem, vão ficando inibidos, arredios, tornando-se cada
vez mais difíceis de serem alfabetizados, quanto ao desenvolvimento da leitura.
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prazer de ler em seus alunos, utilizando-se dos gêneros textuais do
cotidiano e dos métodos cooperativos para a realização de leituras, porém
foi observada uma deficiência dos docentes no que se refere aos
conhecimentos teóricos, uma vez que a maioria demonstrou dificuldade em
responder “como planejavam e avaliavam as práticas de leituras” e não
mostrou clareza nos métodos e estratégias utilizados para a mediação da
leitura de seus alunos.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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