Teoria Do Crime
Teoria Do Crime
Teoria Do Crime
CONCEITO DE CRIME
O Direito Penal estabelece 3 (três) conceitos de crime, a figura do crime não é
concreta igual a figura do Direito Civil ou outros direitos, pois a doutrina diverge em
entendimento para poder explicar o fenômeno do crime propriamente dito. Portanto,
a doutrina classificará o crime com 4 (quatro) características diferentes.
CLASSIFICAÇÕES DE CRIMES
a) Conceito Formal de Crime: o conceito formal de crime dirá que ‘’a figura do crime
está centrada naquilo em que a norma estabelece’’. A teoria do Labelling Approach
vem dizendo que não existe a ideia material de crime.
b) Conceito Material de Crime: conceito material de crime foca-se na ação ou
omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente
tutelados. Este conceito leva em conta a relevância e o mal produzido aos
interesses e valores selecionados pelo legislador como merecedores da tutela
penal. Destinando a orientar a formulação de políticas criminais, funcionando
como vetor ao legislador, incumbindo-lhe a tipificação como infrações penais
exclusivamente das condutas que causarem danos ou ao menos causarem perigo
a bens jurídicos relevantes.
c) Conceito Analítico (estratificado) 1: também conhecido como conceito tripartido
do crime, ao qual teremos 3 (três) elementos que são: fato típico, ilicitude e
culpabilidade. Entretanto, alguns doutrinadores seguem a teoria bipartida 2 do
crime que seria: fato típico e ilicitude, para essa teoria a culpabilidade é
pressuposto para a aplicação da punição penal.
d) Conceito legal (minoria doutrinária): segundo este critério o conceito de crime
é fornecido pelo legislador, em que pese o código penal não conter nenhum
dispositivo estabelecendo o que se entende por crime, tal tarefa ficando à cargo
da Lei de Introdução ao Código Penal em seu art.1.
1 Basileu Gárcia sustentava que o crime era composto por 4 (quatro) partes: fato típico; ilicitude; culpabilidade
e punibilidade.
2 Professor Damásio Jesus foi um grande adepto à esta teoria (teoria brasileira);
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente
com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou
cumulativamente.
A diferenciação é nítida:
ATENÇÃO: a teoria da Ratio essendi3 (fato típico + ilícito = tipo total de injusto) e
(culpabilidade) é considerado um modelo de bipartição do crime, entretanto, se
estivesse alguma excludente de ilicitude presente na tipificação seria favorável para
a exclusão do próprio fato típico. (exemplo: legítima defesa seria um fato atípico).
FATO TÍPICO
ILICITUDE
5 Não confundir movimentos reflexos com ação em curto-circuito que significa o revide imediato à um
fato praticado.
6 O hipnotizado, juridicamente, é considerado um sujeito sem vontade nenhuma. Sendo o
humana penalmente relevante, já a coação moral, exclui a culpabilidade. Observa-se que na coação
moral há uma grave ameaça.
8 Teoria das Fontes Formais do Garantidor (Kauffman): a lei previamente estabelece quem é o
garantidor, sendo assim, somente será garante aquele que a lei disser. Se o garantidor podia evitar o
resultado, responde este como se estivesse praticado.
Na doutrina brasileira, considera-se ilicitude como fenômeno da antijuridicidade (ratio
cognoscendi). Observa-se que o fato típico é presumivelmente de caráter ilícito, desta
forma, inexiste elementos da ilicitude. O fato típico só deixará de ser ilícito se estiver
presente algum fator que gere a exclusão da ilicitude.
• Legitima Defesa;
• Estado de Necessidade;
• Estrito Cumprimento do Dever Legal;
• Exercício Regular de Direito;
• Consentimento do Ofendido (causa supralegal)
CULPABILIDADE
Consiste em um juízo de valor que cai sobre o autor do fato típico e ilícito. Sendo
dividido em três elementos que são:
• Imputabilidade;
• Exigibilidade de Conduta diversa;
• Potencial Consciência da ilicitude;