Trabalho 2 DQIV
Trabalho 2 DQIV
Quelimane
2021
Valter dos Santos Catuto
Quelimane
2021
Índice
1. Introdução.................................................................................................................. 3
1.1. Objectivos.............................................................................................................. 3
1.1.2. Específicos................................................................................................... 3
2. Currículo.................................................................................................................... 4
4. Conclusão ................................................................................................................ 16
1. Introdução
O currículo escolar abrange todas as experiências escolares que estão inseridas
no campo pedagógico. A noção de o que é currículo atravessou por inúmeras
concepções ao longo da história da educação. Tradicionalmente, o currículo representa
um relacionamento de matérias, disciplinas com estrutura familiar que projectam uma
sequência lógica, com o respectivo tempo de cada matriz, grade curricular. Suas
particularidades atendem o currículo de forma colectiva respeitando o tempo que é
destinado a cada disciplina que virá a ser trabalhada no curso ou série.
No ambiente escolar, o currículo não se restringe unicamente a sala de aula, o
estudante aprende consigo mesmo, com o colega, em grupo, com o orientador, ou seja,
ele aprende com todos que fazem a escola, através da divisão do tempo, rotinas e
organização do processo ensino aprendizagem que é proporcionado em seus mais
diversos ambientes.
A prática curricular deve ser reflectiva e construída de forma colectiva,
conforme a produção humana, constituída pelo ambiente escolar, buscando clareza da
função social da escola, na transmissão, na apropriação e socialização do conhecimento
institucional compreendendo as concepções educacionais, currículo e cultura que se
entrelaçam reflectindo na prática institucional.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Abordar sobre os currículos e modelos curriculares.
1.1.2. Específicos
Conceitualizar os currículos;
Conhecer os componentes fundamentais do currículo;
Descrever os tipos de currículos e modelos curriculares;
Reflectir sobre os tipos de currículos e modelos curriculares vigentes no
Ensino de Química no ESG em Moçambique.
1.2. Metodologias
No que diz respeito a metodologia para a realização do trabalho foi através de
consultas bibliográficas relacionadas a esta área de estudo. As obras consultadas que
tornaram o trabalho possível encontram-se listadas no final do trabalho, depois da
conclusão, estando organizadas em ordem alfabética.
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2. Currículo
2.1. Caracterização geral
Em termos gerais, a palavra currículo diz respeito a um conjunto de informações
organizadas categoricamente para um determinado fim, seja ele educacional ou
profissional.
2.2. Conceito
O termo currículo é familiar para todos que trabalham nas instituições de
educação, associa-se aos diversos modos que a educação é concebida e ao conjunto de
valores pedagógicos desenvolvidos com finalidades educativas.
Segundo Lopes (2016, p.23), o Currículo é um plano pedagógico e institucional,
que visa o saber e define como trabalhar o processo de ensino e aprendizado dos
estudantes sistematicamente.
Complementando a ideia de Lopes, Veiga (2002, p.07) diz que o Currículo é
uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para
que esta construção se efective; a transmissão dos conhecimentos historicamente
produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção, transmissão e assimilação
são processos que compõem uma metodologia de construção colectiva do conhecimento
escolar, ou seja, o currículo propriamente dito.
Outrora podemos assim pensar que o currículo como referem Sacristán e Gómez
(1989, p. 125), provém da palavra latina currere, que quer dizer “à carreira, a um
percurso que deve ser realizado”. Logo, neste fim de pensamento, a escolaridade é um
percurso para os alunos e o currículo são os conteúdos, o guia de seu progresso pela
escolaridade. Pensando que um sistema de educação formal, a exemplo da escola, deve
ser organizado e servir a interesses sociais que inevitavelmente terão consequências
decisivas que tendem a ser controláveis, o professor deve ser capaz de regular e
controlar a distribuição do conhecimento, expressando assim, o que é, e o que não é
objecto de ensino, estabelecendo a ordem de sua distribuição.
O currículo escolar contempla aspectos, como saúde, sexualidade, vida familiar
e social, meio ambiente, trabalho, cultura, linguagens, interligada a Matemática,
Português, Ciências, História, Língua Estrangeira, Educação Física, Artes e Educação
Religiosa. Cada disciplina é ensinada separadamente e as que são consideradas de maior
importância, recebem mais tempo para serem explanadas no contexto escolar.
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fornecer informações sobre o estado em que o aluno se encontra no que respeita aos
objectivos previamente estabelecidos num programa servindo, também, para o aluno e
para o professor para o trabalho a desenvolver posteriormente.
Ter em conta as componentes do currículo permite-nos compreender, como
foram pensadas as componentes do novo currículo da instituição onde o estudo se
realizou, sendo possível o confronto entre os objectivos definidos pela mesma e o plano
elaborado, pela presença ou ausência de cada uma delas.
2.4. Teorias de Currículo
O currículo escolar abrange experiencias de aprendizagens executadas pelas
instituições escolares que devem ser vivenciadas pelos estudantes. Neles estão
prescritos os conteúdos que deveram ser abordados no processo de ensino e
aprendizagem e metodologias utilizadas para os diferentes níveis de ensino (Maria,
2014)
O currículo deve contribuir para construção da identidade dos alunos na medida
em que ressalta individualidade e o contexto social que estão inseridos.
Além de determinar os assuntos que devem ser ensinados, para aperfeiçoar as
potencialidades e criatividade dos alunos.
Nessa perspectiva, a função da teoria curricular é compreender e descrever
fenómenos da prática curricular. É através da teoria que teremos a compreende do
objecto e intenções de um determinado grupo social. Temos como teoria de currículo,
teoria crítica e a teoria pôs crítica sistematizada.
2.5. Tipos de currículo
Conforme Pereira (2014, p.19), existem vários níveis de Currículo, sendo que
tais níveis “servem para fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de
aprender. Para melhor compreender a estrutura do currículo, é importante conhecer suas
diferentes dimensões, pois como visto, ele apresenta várias nuances. Aponta-se que no
contexto escolar coexistem três tipos de currículo. Assim, na sequência será descrito três
faces do currículo Académico, construtivista Humanista, e Reconstrucionista.
2.5.1. Currículo academista ou formal
O currículo academista é aquele que esta mais focado em ensino-aprendizagem.
Academicismo ou academismo teve a sua origem na Itália, e teve um impacto
em várias sociedades não ocidentais este é um método de ensino que é formalmente
ministrado nas academias baseando se nos programas de ensino.
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nenhuma instancia, como algo terminado. Ele constitui pela interacção do individuo
com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações
sociais, e se constitui por sua acção e não por qualquer outra dotação prévia, na
bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da acção
não há psiquismo nem consciência, e muito menos, pensamentos.
2.5.3.1. Sala de aula tradicional versus Sala de aula construtivista
Os pesquisadores cognitivos afirmam que a melhor maneira de aprender é
construindo o seu próprio conhecimento, desta forma, as salas de aulas construtivistas
devem proporcionar um ambiente onde os estudantes confrontam-se com problemas
cheios de significado porque estão vinculados ao contexto de sua vida real. Resolvendo
estes problemas, os estudantes são encorajados a explorar possibilidades, inventar
soluções alternativas, colaborar com outros estudantes ou especialistas externos, tentar
novas ideias e hipóteses, revisar seus pensamentos e finalmente apresentar a melhor
solução que eles puderem encontrar. Esta abordagem contrasta com as salas de aula
behavioristas, onde os estudantes estão passivamente envolvidos em receber toda a
informação necessária a partir do professor e do livro texto. Ao invés de inventar
soluções e construir o conhecimento durante este processo, os estudantes são ensinados
a procurar a “resposta certa” segundo o método do professor.
Finemann e Bootz (1995), salientam ainda que, não teoria construtivista, ocorre
um deslocamento do centro do conhecimento de uma fonte externo ao aprendiz para um
local residente em seu interior. A colaboração torna-se crítica porque é importante
conhecer a perspectiva única de cada estudante e apoiar a negação social do significado.
Quando o aprendiz dialoga, cada estudante fica exposto a múltiplas perspectivas do
ambiente, aprofundando seu entendimento através da interacção com os outros. O papel
do professor também se desloca da figura autoritária para a figura do mentor.
2.5.3.2. Características da sala de aula tradicional
A sala de aula tradicional apresenta as seguintes características:
O currículo é apresentado das partes para o todo, com enfâse nas
habilidades básicas;
O seguimento rigoroso do currículo pré estabelecido é altamente
valorizado;
As actividades curriculares baseiam-se fundamentalmente em livros
textos e de exercícios;
Os estudantes são vistos como “tabuas rasas” sobre as quais a informação
é impressa;
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3. Modelos Curriculares
Conforme Ribeiro (2012), qualquer currículo apresenta, de modo explícito ou
implícito, uma estrutura de relações entre todas ou algumas das suas componentes.
O mesmo autor ainda ressalta que, a escolha de um modelo de organização
curricular deve, em princípio, constituir uma decisão deliberada e esclarecida e não ser
fruto de circunstâncias de simples omissão; só assim ela corresponderá aos princípios e
intenções que presidem à concepção de um currículo. A diversidade de princípios e fins
traduzir-se-á na variedade de estruturas curriculares.
Seleccionado o modelo estrutural, as decisões sobre os vários elementos do
currículo, incluindo as suas condições de execução devem ser consistentes; a
incompatibilidade entre componentes curriculares pode, como se disse, gerar
discrepâncias na própria estrutura escolhida, afectando a influência educativa sobre os
alunos.
Segundo Gress (1978); Klein (1985) (citados por Ribeiro, 2012), os modelos de
organização curricular disponíveis não existem, na prática, sob formas «puras» e estão
sujeitos a evolução ou adaptações, permanecendo sempre a hipótese de invenção de
novos tipos de estruturas curriculares, em função das realidades concretas do ensino.
Em especial, tendo em conta limitações e vantagens inerentes a cada um dos modelos
disponíveis, pode ser benéfico e equilibrado utilizar diferentes estruturas para diferentes
segmentos de um currículo total adoptado no sistema escolar, em vez de este se
restringir a um único tipo de organização, facto que, na prática, tende a acontecer.
3.1. Tipos de modelos curriculares
3.1.1. Modelo Baseado em Disciplinas
Os proponentes deste modelo ditam algumas características, salientando que:
As disciplinas representam a fonte predominante dos conteúdos
curriculares e programáticos a seleccionar, o método mais lógico e
eficaz para a sua organização e, por esse facto, também o processo
mais eficiente de aprender o conhecimento humano disponível;
A lógica ou estrutura de cada disciplina o conjunto de conceitos
fundamentais e processos necessários para a compreensão dessa
disciplina determinam a escolha e organização dos conteúdos e
métodos de ensino-aprendizagem, cabendo, sobretudo, aos
especialistas disciplinares o estabelecimento de tal estrutura e a
participação na definição dos métodos da sua transmissão ou da
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4. Conclusão
Terminado o trabalho é de concluir que o currículo é um plano pedagógico
institucional que orienta o ensino aprendizagem dos estudantes, de forma regular
adoptando diversos modelos, conforme as concepções de aprendizagem que orientam o
currículo, por assuntos ou interdisciplinar, trabalha os temas atuais, o integrado
corresponde à organização institucional que articula com dinamismo trabalho e ensino,
prática e teoria, ensino e comunidade. Já o currículo oculto está inserido no quotidiano
escolar sob forma de aprendizados não planejados, ou seja, são as relações interpessoais
que a escola desenvolve.
O currículo situa-se entre as intenções, princípios e orientações gerais e a prática
pedagógica. Mais do que apenas evitar a distância e o hiato entre esses dois polos do
processo educacional as intenções e as práticas o currículo deve estabelecer, uma
vinculação coerente entre eles, deve constituir um eficaz instrumento que favoreça a
realização das intenções, princípios e orientações, numa acção prática efectiva com
vistas ao desenvolvimento dos educandos.
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5. Referências bibliográficas
Becker, F. (1993). O que é Construtivismo. São Paulo.
Finemann, E. e Bootz, S. (1995). Uma introdução a teoria construtivista.
Austin: Universidade de texas.
Lopes, G. K. F. (2016). Currículos e Programas. Sobral: INTA - Instituto
Superior de Teologia Aplicada.
Maria, P. (2014). Currículo de Química.
Pereira, P. (2014). O currículo e as Praticas Pedagógicas. São Paulo.
Ribeiro, A. (2012). Desenvolvimento Curricular. Lisboa: texto editora.
Sacristan, J. e Gomez. (1989). Currículo e diversidade cultural e os novos
mapas políticos e culturais. São Paulo.
Veiga-Neto, A. (2002). Currículo e telemática. Currículo, práticas pedagógicas
e identidades. Braga: Porto Editora.