A Historia Cultural Entre Praticas e Rep
A Historia Cultural Entre Praticas e Rep
A Historia Cultural Entre Praticas e Rep
AHISTÓRIA CULTURAL
ENTRE PRÁTICAS EREPRESENTAÇÕES
MEMORIA e SOCIEDADE
• l o....aFi.-.:aJ
MEMÓRIA e SOCIEDADE
•
Aos 43 anos, Roger Chartier 6 um dos expoentes máxjmoa
da história cultural francesa actual. pireêtor de fnvestiaa9Gea
na Escola dos Altos Estudos em ei!ncias Sociais, depois
de uma breve passagem como docente pela Universidade
de Paris I (Sorbonne), tem sido conVidado Pila CODfedacjas
e missões de eusino em universidades europeias e~
A sua actividade revela uma enorme capacidade de criaçlo
indv~ bem como um grande empenhamento
em projectos de trabalho colectivos (Nouvelle HLttotre, H1810iN
de /'Éditlon Françal.re, Histoire de la Pr#We).
A HISTÓRIA CULTURAL
ENTRE PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES
Tradução
de
Maria Manue1a Galhardo
2.a edição
Memória e Sociedade
© Rogc:r Cha.rtier, 1988 e Cornelt Univer~'lty Press, 1982; Éditions du Omre Georges:
Pompidou, 1987; Êd.itions Flammarion,l985; Insrhuw de Cultun Portuguesa,
1987; tditions Garnier et f r~es, 1986; Promodis, 1984; Pc:rgamon Press, 1986:
École Française de Rome, 1985.
Todos os direitos para publica~o desta obra em Ungua porruguesa reservados por:
Memória e Sociedade
Colecção coordenada por Francisco Bethencourt c: Diogo Ramada Curto
Capa: Emflio Vi'IA:r
Revisão: Ftrnando Portugal
Com posição: Maria Estbtr- Gab. Fotocornposição
Impressão e acabamemo: Tipografia Gutrra- Viseu
Depósito Legal n." 174 6011(}1
ISBN 972-29-0584-8! Janeirc 2002
-se por diwdgar algmru::s da.s suas obras mais importantes. Editores
brasileiros têm-se preompado em dar a conhecer a obra de Michel
Foucault, mas do lado de cá do Atlântico só muito dificilmente essas
traduções pod~ ser comparadas ao fragmento que nos ofereceu, vai
para dez anos, uma antologia organizada por E. Prado Coelho. A
sondagem dwerá ser extensiva a outros autrwes - Gadamer, Getrtz,
Hahermas, jauss e, ainda, Ricoeur- quase ignorados entre nós, mas
que intereJJaria controlar mais directamente, ultrapaJJando
a leitura de segunda mão ou a eJtupefar:ção frente aos nO'miJ conJidera-
dos na moda. Neste quadro, tal11ez desolador, a excepção será Norhert
Elias - que outras editoras têm proa~d divulgar - , mas também
aqui há o perigo de se estarem a fovorecer leituras redutoras da sua
obra. ·
Se, ao esquecer tais autores, corremos o risco de ler Chartiw fora
do seu contexto, o mesmo acontece quando isolamO$ uma peqrm1a parte
da sua obra e a apresentamos em forma de li'll'ro, Neste ca.so1 controlar
o acto de leitura implica1 no mfnimo1 atender a um conjunto de
práticas de exclusão e dl da.rsifir:ação. Para a.s entender, será útil
definir o conjtmto de áreas e de interems pre.senteJ na totalidtldl das
publicações do autor. Cinco rubricas podem servir de pontrJ.de partida.
a) Uma primeira área de trabalhos de Roger Chartier visa a análise
elas instituifões de. ensino e das sor:iahilidade.r intelectuais. b) Numa
segunda área, será possível agrupar um ~onjut de investigações
parcelares - sobre a marginaLidade, os intelectuais frmtrados, a festa
ou a morte - e de tentativas de síntese - da França urbana à vida
Privada; tanto num caso como no outro, poderemos dizer que se pretende
reinventar a história ror:ial, atendendo sobretudo a um r:onjtmto de
p1'áticas e de objectos cttlturais. c) Segue-se um campo de. publicações
constituído principalmente pela histiria da leitura, pe-rmanentemente
confrontada com a história do livro, da edifão· ou dos objectos
10 HISTÓRIA CULTURAL
a lbid., p. 1118. ,
•s la Bruyere, LeJ cara•tlrts, Paris, Garnier/Flamma.tion, 196'5, «Ou
mérire personnel», 27, pp. 107-108.
INTRODUÇÃO 23
- , como corolário da ausência ou do apagamento da violência
bruta. É no processo de longa duração, de erradicação e de
monopolização da violência, que é necessário inscrever a impor-
tância crescente adquirida pelas lutas de representações, onde o
que está em jogo é a ordenação, logo a hierarquização da
própria estrutura social. Trabalhando assim sobre as representa-
ções que os grupos modelam deles próprios ou dos outros,
afastando-se, ponanto, de uma dependência demasiado estrita
relativamente à história social entendida no senrido clássico, a
história cultural pode regressar utilmente ao social, já que faz
incidir a sua atenção sobre as estratégias que determinam
posições e relações e que atribuem a cada classe, grupo ou meio
um «ser-apreendido» constitutivo da sua ident:idade.
Deste modo,. a noção de representação ser pode construída a
partir das acepções antigas. Ela é um dos conceitos mais im~
portantes utilizados pelos homens do Antigo Regime, quando
pretendem compreender o funcionamento da sua sociedade ou
definir as operações intelectuais que lhes permitem apreender o
mundo. Há aí uma primeira e boa razão para fazer dessa noção
a pedra angular de uma abordagem a nível da história cultural.
Mas a razão é outra. Mais do que o conceito de mentalida.de,
~la permite articular três modalidades da relação (:OPl. o mundo
social: em- primeiro lugar, o. trabalho de ciassificaÇão e .. de
delimitação que produz as configurações inrelecruais múltiplas,
através das quais a realidade é contraditoriamente construída
pelos diferentes grupos; seguidamente, as práticas que visam
fazer reconhecer uma identidade social. exibir wna ma.neira
própria de estar no mundo, significar simbolicamente wn esta-
tuto e uma posição;. por Hm, as formas institucionalizadas e
objectivadas graças às quais uns «representantes» (instâncias
colectivas ou pessoas singulaces) marcam de forma visível e per-
petuada a existência do grupo, da classe ou da comunidade 16 •
A problemática do ~mundo como representação», moldado
através das séries de discursos que o apreendem e o estruturam,
conduz obrigatoriamente a urna reflexão sobre o modo como
uma figuração desse tipo pode ser apropriada pelos leitores dos
rexcos (ou das imagens) que dão a ver e a pensar o reaL Daí,
neste livro e nouüos, mais especificamente consagrados às
práticas da leitura 1 7, o interesse manifestado pelo processo por
intermédio do qual é historicamente produzido um sentido e
diferenciadamente construída uma significação. Tal tarefa Cru-
za-se, de maneira basranté evidente, com a da hermenêutica.
quando se esforça _pOr compreender como é que um cexto pode
ocaplicar-se>) à situação· do leitor, por ourras palavras, como
é que uma configuração . narrativa pode corresponder a wna
refiguração da própria experiência. No pomo de articUlação
entre o mundo do texto e o mundo do sujdro coloca-se neces-
sariamente lima te<lda da leitura capaz de compiúnder a apro-
priação. dos discursos, isto é, a maneira como estes afectam o
leitor e o cóndu'zem a urria ··nova norma de compreensão de si
próprio e do mundo. É sabido como Paul Ricoeuc quis cons-
truir essa teoria da leitura apoiando-se, por. um lado,: ·na
fenomenologia dó aCto Cle l'er; por outro/ na :estétka"da recep-
Ção 18 • o objecrivo visado erã. duplo: pensar a 'efeàivaÇão ··do
t:eXtb .nà sua leitura como i condiÇãQ para ·que se revelem as
suas'- possibilidades semânticas e se opere o úabalho de refigura-
ção 'da expedênda; compreender a apropriação ··-do texto como
uma:· mediaÇão n~cesira à constituição e à compreensão de si
mesmo 19 • ··Todo ·a trabalho que se ·propõe identificar o' modo
como as configurações 1nscritás nos textos, que
dão lugar a
séries, corisrru!ram reim~s-n.taçõcd óu" impostás do
mundo socüil, não pode deixai de.subsàéver o projecco·e colo-
car a questão;" essencial; das modalidades 'da sua.'· recepção.
É na resposta a t:al questão que deve ser m"arcado um dis-
tanciamento em . relaçãO" à perspe:ctiva hermenêu'tica. Com~
preendei na sua hisroricidade as apropriaçiles que se apoderam
···' •. .
11 Ibid., p. 394
HISTÓRIA.. INTELECTUAL
•
nos pormos em guarda contra os nossos próprios hábitos mentais
e traremos de descobrir os dos primitivos através da análise das
suas representações colectivas e das
ligações entre essas represen-
tações» 12); e as primeiras páginas de um livro publicado por
Febvre em 1944, AmtJur sam, amt)11r profane. Autcur de l'Heptamé-
ron («A esses antepassados, emprestar candidamente conheci-
mentos de facto- e, portanto, materiais de ideias- que todos
possuímos, mas que para os mais sábios de entre eles era
impossível obter; imitar cantos bons missionários que, em
tempos, regressaram maravilhados das 'ilhas'' pois todos os
selvagens que . tinham · encontrado acreditavam em Deus (mais
um pequeno passo, e tornar-se-iam autênticos cristãos); dotar-
mos os contemporâneos do papa Leão, com uma generosidade
imensa, das concepções do universo e da vida que a nossa. ciência
para nós forjou e cujo teor é cal que nenhum dos seus elementos,
ou· quase, habitou· algwria vez o espírito de um homem da
Renascença - · porém, contam-Se pelos dedos os histOriadores, e
refiro-me aos de maior. envergadura, que recuam perante tal
deformação do passado, ral mutilação da pessoa humana na sua
evoluÇão. E isto, sem dúvida, por não rerem posto a si próprios
a questão que- colcicámos acima,·· a questão da incdigibilídade.
Na verdade, wn homem do século XVI deve ser inteligível não
relativamente a nós, mas aos .seus contemporâneos» ' 3 )_ ·
.Todavia, a noção de urensilagem mental, tal· como é utili-
zada por Febvre, apresenta um certo número de diferenças em
relação aos conceitos, ainda que próximos, aplicados na mesma
altura por Panofsky. Antes de mais, a própria palavra utensila-
gem (ou a expressão «utensílios mentaiS», às vezes empregue por
Febvre), .·que sugere a existência quase objectivada de urna
panóplia de instrumentos intelectuais (palavras, símbolos,
conceitos, etc.) à disposição do pensamento, contrasta com a
maneira como Panofsky define o hábito mental, conjunto de
esquemas inconscientes, de principias inreriorizados que dão a
sua unidade às maneiras de pensar de uma época, qUalquer que
seja o objecro pensado. Nos séculos XII e XIII, por exemplo, são
os p.rincfpíos de clarificação e da conciliação dos contrários que
constituem um modus operandi escolástico cujo campo de aplica-
ção não se limita à construção teológica. Deste primeiro afas-
tamento decorre um segundo. Com Febvre, a urensilagem mental
que podiam manipular os homens de uma época é pensada como
um determinado stock de (<materiais de ide ias» (para retomar a sua
expressão). Desde logo, o que diferencia as mentalidades dos
grupos sociais é. acima de tudo, o uso mais ou menos alargado
que eles fazem <;los «utensílios» disponíveis: os mais conhecedores
apllcarão a quase totalidade das palavras ou dos conceicos
existentes; os mais desprovidos só utilizarão uma ínfuna parte da
utensilagem mental da sua época., limitando assim, comparativa-
mente aos seus próprios contemporâneos, o que lhes é possível
pensar. Com Panofsky, a tónica é outra (e, para.doxalmente·.
mais social). Para ele, com efeito, os hábit<XIi mentais remetem
para as suas condições de inculcação. ponanto para as «furça.s
criadoras de hábitos» (habit-formi-ng forceJ) - por exemplo, a
instituição escolar nas suas diferentes modalidades-· próprias de
cada grupo. É-lhe então possível compreender, na unidade da sua
produção. as homologi:as de estrutwa existentes entre vários
«produros» inrelecru:ais de um dado meio, e também pensar os
distanciamentos entre os grupos como diferenças entre· sistemas
de percepção e de apreciação, remetendo eles próprios para
diferenças nos modos de formação. É de wna concepção deste
tipo que se aproxima Marc Bloch quando, no capítulo de La
Société féodale indnllado «Façons de sentir et de penser», hierar-
quiza níveis de língua e universos culturais em função das
condições de formação intelecrual 14• Falta aqui, no entao~
como em Febvre, a análise (central em Panofsky) dos mecanismos
através dos quais categorias de pensamentos fundamentais se
tornam, nwn dado grupo de agentes sociais, esq_uemas interiori-
zados e não algo que sobre-estrutura todos os pensamentos ou
acções pacriCulares.
Apesar desta limitação, de natureza teórica, é bem claro que a
posição dos hís~otiadre da primeira geração dos Annale.J
14 M. Bloch,/a Jodérifiodaú, 1939, ~d., Paris, Albin Michel («L'Evolu·
tion de l'Hwnanité» ), 1968, pp. 115- 128.
40 HISTÓRIA INTELECTUAL
1948.
18 J.-P. Vernant, Mythl et jJmiit d.Jez les Grecs. êtutks de psychoiogie
hútoriqNt, Paris, Maspero, 1965, pp. 13-14.
• CAPÍTULO I 43
Questionar as de/imitafões
applies chiefly CO me intel!ectua.l elite, ic has liOt t:eac:hed very fa.r into rhe
broad field of popular thought. The blwtter, extemal appmach of cbe social
scíentisr Ieads us closer to collective loyalties an aspiradoos of the bulk of
humaniry .. , ]. Higham, .. Inte11ectual Hisrory and its Neighbourh, in The
Jo~rnal of tbe History of ldeas, vol. XV, n. 0 3, 1954, p. 346. ·
CAPITULO I
•
maioria, que ressaltaria de uma abordagem externa, colectiva e
quantitativa, e, por .outro lado, a intelecrualidade dos pensa-
mentos do topo, susceptível apenas de uma· análise interna,
indívidualizando a irredutível originalidade das ideias. Clara-
mente ou não, é sobre esta distinção que se apoíaram os
historiadores desejosos de explorar o vasto território da cultura.
popular, objecto não único mas em todo o caso privilegiado. da
história das mentalidades em França e de uma história cultural
grandemente inspirada pela antropologia nos Estados Unidos.
·Tomemos o exemplo francês. A cultwa popular (que poderia
também ser designada como aquilo que é considerado popular
no campo da história intelectual) foi aí identificada duplamente:
com um conjunto de textos- os dos pequenos livros de venda
ambulante e conhecidos sob o termo genérico «bibliorheque
bleu~> [«literatura de cordelll>] •; com um conjunto de crenças
e de gestos considerados como constitutivos de uma religião
popular. Em ambos os casos, o popular é definido· pela sua
diferença relativamente ~ algo que não o é (a Hcerarura erudita e
lerrada; o catolicismo normativo da Igreja); em ambos os casos, o
historiador («intelectual» ou «culcurah•) tem perante si um ctwpus
bem delimitado cujos motivos precisam de ser invenrariados.
Ora é justamente esta delimítação que conscirui um proble-
ma. Por um ··lado,· a atribuição social das" ptátkas culrurais
designadas até então· como populares é agora pensada de maneira
mais complexa. A religião «popular» será a dos camponeses, a
do conjunto dos dominados (por oposição às élir-es), ·da ror:ali-
dade dos laicos (por oposição aos clérigos)? A literatllta «pOpu-
lar» alimentará as leituras (ou a escuta) da sociedade camponesa,
ou de um público mediano situado entre o povo analfabew e a
magra minoria dos letrados, ou ainda, consdtuirá. u:ina leitura
pactilhada por toda uma sociedade, que cada grupo decifra à sua.
maneira, da simples detecção dos signos à leitura corrente?
Debates difíceis, mas que em todo o caso indicam que não é
simples identificar wn nfvel cultural ou intelecrual, que seria
o do popular. a partir de um conjunto de objecros ou de prá-
ticas. Por outro lado, todas as formas culturais nas quais os bis-
44 R. Hoggart, The Usu of Lite,-acy, 1957, trad. francc:sa, ·u. CNitun dtJ
pauvt't. Etulk Iu-rle .rtyle iÚ vie des dasm populaire.r rn AT'gl.st"", Paris, Minuic,
1970, pp. 263-298, e a apresentação de J.-C. P:a.sseron, pp. 20-24.
CAPÍTULO I • 61
4s M. de Ceneau, r~p. cit. supr11 n. 43, pp. 28~-6, e ca.p. XII, «Lire:
Un braconnage .. , pp. 279-:296-
46 Numa bi)jog.raf'~ já imensa, citemos apenas}. Kristeva, Rtrhh'rh.J
pour u11e rémanaly1e (SemeiolikiJ, Paris, Seuil, 1969, e H.-R. Jauss, P~ur 1171e
esthitit]flt de la recéption, Paris, G!Ulimud, 1978.
62 HISTÓRIA INTELECTUAL
Conclusão?
History», Pait ar.rd P,-erent, 85, 1979, pp. 3-24 (trad. fr. -Retour au récit
ODI réflexions sue une n,ouvelie vieille histoire .. , ú Di!Jat, 4, 1980, pp.
116-142). Para as respostas a L. Srone, cf. E. Hobsbawm, «The Revival of
Narrative. 'Some Comments .. , Pmt anrl Pment, 86, 1980 (trad. fr. •Retour
au récit? Réponse à Lawrence Stone», L• Díbat, 23, 1983. pp. 15)-160).
11 L. Stone, .,,-r; c-il., ú Débat, p. 117.
82 FILOSOFIA E HISTÓRIA
KiinigstumJ 11nd der bõfnthen ll.ristokratie mit riTier EinlriTittmg: So"'iologu N11d
Gt!(hichrswnsemdJaft, Neuwied e Bedim, Hermaon luchrerhand Verlag,
Soziologische l'exte, Band 54, 1969, reedição em 1975, com. a chancela de
Hermann luchterhand, Darmstadt e Neuwied, e em 1983 na SuhJ:kamp
Verlag. stw 423. (Referência às n:aduções desta obra na nota 6 do presente
ca.pículo).
• Norbert Elias, Die hofoche Gmliichaft. UntmNchungtn zur Sr~zolJg;e de!
Ade/J, dts Kiinig1tunu 1md iks Ho/es, l'Or a/Jmt in Prankreich dts XVII 11n
} ahrhu7Jdet-tr. Habilitationschrifr em sociologia, U n.iversidade de F nnkfun.
l93 3, dsctilogcaf.tdo.
I
96 FORMAÇÃO SOCIAL E ,HABlTUS»
.'}9-~:=!ihr,
E somente ao ~eitar: a S1Ja,-, ~tpesd_cação pelo ~oban e a sua
sujeição às formaliciades condicionadorru,; da etiqueta de corte
que a aristocracia: pode. ~ pesrya _distân~. que setma da
a sua
concorrente pela dominação: a
burguesia_ do5 oficiais .. A Jógica
da corte é, portac_tto, ?-. ~ .~ ~stí- pela. _dep~ci!l:. «Pela
etiqueta, a sociedade de. corre procede à auto-representação, cada
um distng~o-e do q~crp,_ e distng~em: roclos em conjun-
to das pessoas . estranhas · aq -g~pO, . adminstrM~ cada um ~
todos em conjunto a prova do ~alor_ ab~luto da sua existência»
(p. 97). O rei não escapa ~ esta 16giÇa, e é. somente devido ao
facto de ele próprio se submeter à etiq\reta imposta ao~ corte-
sãos que ele pode utilizá-la como ~ insrrumenro de domina-
·de ser dos homens da· corte. Pensar este processo é, portanto,
um ponto. essencial no projecto de conjunto de Elias, e ele
consagra-lhe o penúltimo capitulo da longuíssima conclusão .
do seu livro de 1939, intitulado· «Esboço de wna teoria do
processo de civilização» (La Dynamique de J'Occident, pp. 281·
-303) .
. Nessas páginas, Elias consrrói uma interpretação toal~'
mente original da circulação dos modelos cul~rais·, qu"e. coloca.
no seu cenrro a: tensão entre distinção e divulgação·;, :A genera.IH
. z~ção dos ·. comportamellto.r e condfdonamenros próio5je~
primeiro lugar da sociedade de corte não deve ser entendida
como uma simples difusão, atingindo progressivamente todo o
corpo social a partir da élire que o domina. Ela :é . ante!L Olt
resultado de .. uma Juta ,concorrencial· que leva as camadas
burguesas a imitarem as m~eiras de ser aristocráticas e que,
por seu turno, obriga a nobreza da corte a aumentar as
exigências da civilidade, no intuito de voltar a atribuir-lhe um
valor discriminativo. Esta' ·competição pela: aproiç~ ou,
contrariamente, ~:·. confiscação :·perper1,1ada · da, ç:li.~tnã_g', é" ~-a
Jl1oror',Ptindpal qo pro.c.essq""'ãe dvil~açã; uma vez que conduz
ao aumento. dos requintes do savoir-vivre, à multiplicação das
interdições, ao agravamento do ·nível das censuras.
· · A~éircwação dos 'modelos: de,.. tomp.orta:ment0? reprodutora;'
4rur-distâricias.' culturaiS. no próprio ~nterio d~;- um: processo ?'de)
im.itação-.·e.·de:··.difusão sodalJ·;~v.e ser-,; pensada .. no,·mesmÔ1
,hodzoritê:·conceprual de ·«circulação .de eondicioruimeritos» .evó··
çada ·poj" Elias no final ·de La Société de Cour (p .. 304). Também
aqui se trata de evitar rodas as noções -por exemplo. a de
poder [Herrschaft] ou de autoridade [Autoritat] - que possam
levar a supor que o condidonamento social não existe senão no
sentido de cima para baixo. Do mesmo modo que a arracção
exercida pela civilização de corte sobre as camadas inferiores da
sociedade não deixa de tornar mais exigente essa mesma
civilização, os condicionamentos que os grupos dominantes
fazem pesar sobre o resto do corpo social não deixam de
produzir efeitos de retorno. que reforçam nos poderosos os
mecanismos de aurocondidonamento. Ao caracterizar cada
formação ou configuração social a partir da rede específica das
ll6 FORMAÇÃO SOCIAL E «HABITUS,.
b~:1!·,iZ;-.os_'eú . equilí:-~·
E: notório que por detrás da noção de ~psicolga histórica»
Elias· define um ob jecto que·· excede. largamente aquilo a que
convencionalmente ·se·· chama ·a história das mentalidades. A
história tal como é hoje em dia,: nas, suas aquisíções dos últimos
cinquenta anos' como.rias suas investigações actuais, já não tem,
é certo;- muita coisa·em comum com ·a que Elias conhecia., cri-
ticava ou utilizava no início·dos anos 30.· Deverá daí concluir-
-se, por· tal motivO; ·que· os seus· livros perderam a sua força
inovadora, -a sua. capacidade de provocar? Claro que não, e por
duas razões. NU.mi"'epoca-: em "_que. a ..:história ~cestrin•gU\"â.·
exten:sã.O .:dos· seüS climpüs{de,:ruo~· privilegiando.· a· moncigr'a-
fiw'•~ ' o'.i"~stÔd: .... ~·.
: ....
de 'óísO·b~a/+c fuicrcr históa;~·el':fzm , ':recor-
.- -
dàr;'~con: ~a.Iglins:(tro ;-, .qué . c'ert~· evolbções. fundamentais, ,só
~i\r. ~compretisf v~ .ls~:éJTI-r,; fãtga\ ~scai;•- :riat-~Jõng' d uraç~o·, da.·.
sucessão daS~ formações' sô"éiais";:e" d.as'>trarisforrriaçõês. das estrutu:.:
ras psicológi!=as. E numa época em que a história frágroentou as
suas abordagens, cornpartimentou os seus objectos, a obta de
Elias sublinha o risco de ~ dfarelamenro ao colocar como
problema essencial o elo existente entre as formas sociais, os
habitus psíquicos, as produções estéticas. Dis hiifische Gese/1-
CAPÍTULO l1l
• 119
pp. 13~ 161 e .cLeisure and sociabilüy. Reading aloud in Modem Europe•,
in Urban Lifo in th1 ReTu~imznc, sob a direcção de S. Zinmerman e B..
Weissman, The Uníversicy of Delaware Press, no prelo.
4 Miguel de Cervances, E/ lngmio.so Hidalg~> Don Quijotl iÚ la M<~nt'b,
Edíción de John Jay Allen, Madrid, Cacedra, 1984, t. I, pp. 237-239.
126 TEXTOS) ·IMPRESSOS, LEITURAS
1 A. Fillon, Lo1Jis Sirwon, étarwíttier 1741-1820 riam Jon Pillagr d11 HAtlt-
-Mo~ine, Université du Maine, 1982 ([ese de ~.o ciclo).
142 LEITURAS CAMPONESAS
ANEXO
1 M. SJ:~ufotd, Srnall BiJr~b and Ple~Mant HiiiDf'les. PlJpuia,. Fictro11 and iti
Rtotdw.rhip i7z St!rM111Nfllh..CIIIIIIf'J E11glaRd, Londres, Mechuen. 198 J.
166 LITERATURA DE CORDEL
O corpus de çoráeJ
Textos letrados
. . .
1 R. Robert, Le.r Contes de _/lei ·litr~;m ,,. Fran(e ele. la fi.n &IN XVII' siide à
la fin dJJ X.VIIP siit:le, Nancy, Presses unive~ta.rs de Nancy, 1982, pp.
22·30 e 291·325. ·
CAPÍTULO VI
•
171
autor.:es. Em primeiro lugar, Madame d' Aulnoy, que publica em
Paris, em 1697. os três primeiro5 tomos dos seus Contes de fées e,
em 1698, o quarto, . bem CÇ>mo os quatro tomos dos Conte.I
nouveaux ou leJ Fies. à la mode. Destas recolhas. reeditadas
separadam.ence, a primeira em 1710 e em 1725, a segunda em
I711e em 17~5, e juntas em 1742, Jean-Am:oine Garnier
exçrai Chatte Blanr:he suivi de Blanr:he Bel/e (autorização de 1758),
a. viúva çle Jean IV Oudot, OiJeau BleuJ Prince Marcassin,
Prince Lutin et Fortunée (autorização de 1758). um outro Garnier,
La Princesse Betle Etoile et Je p,.ínce Chéri. Publicada igualmente
E;!m P@ris em 1697, reeditada em 1707 e em 1724, a recolha
de. Perrault Histoire ou CrmtBS du temps passé avec_des moralitez,
alimenta também, quarenta ou cinquenta anos mais tarde, o
catálogo_ de Troyes. A obra Les contes dei fies, Par Mon.rieur
P~rault. A ver; deJ Moralités, que retoma o conjunto dos contos
do v:olume de ~rca.ult; é editado,. com efeito, em 1734 por
J~an Oudot (autorização de 13 de Março de 1723), em 1737
por Pierre Garnier (autorização d.e 23 de Julho de 1723),.em
~Z5_6 pela yiúva de Jean ,O"!ldot, e por Garnier-o-N()vo a
coberto de. uma autorização de. Maio de 1735. Teccei..rafonte
explorável para. .os editores de Troyes= os Conter de fos e os
Nouveaux contei .du fies da condessa de Mutat, publicados em
1698 por. Barhin, .o- editor de Perrault, e reeditados em .17l0.
e em 1724. Jean Garnier, em meado do século XVIII, r.etoma
três desses contos, .saldos em Troyes em edições se~rad:
Jerme et Bel/f.--Le Parfait Amou,. e Le Palaii de la '11111-
geance •
." , Esta estratégia de apropriação irá continuar durante a
Revolução e no início do século XIX, fazendo entrar nas edi-
ções de Troyes, graças sobretudo a «Madarne Garnier», esposa
separada do segundo Jean-Antoine Garnier, e a Baud<X', os
contos anteriormente deixados de lado. É. o de Madame
d'Aulnoy La bel/e aux cheveux d'or ou Betle Bel/e et le ChttJalier
FM-tuné, da condessa de Murat La Fée Anguillette ou Le Roi
Magicien, publicado em 1698, da recolha do t:avaleito de
Mailly, Ler Illustre.s Fíes. Os contos àe fadas publicados pelos
impressores de T royes são textos letrados, emanados dos meios
atistocrádcos e afectados no momento do maior entusiasmo pelo
172 LITERATURA DE CORDEL
•• •• 'l. ··:
A marca @s editores
Leitores e leituras
:xvm~ siecle, pre!Ucio, introdução, notas e aneic:os por J.-M. Goulemot, Paris,
Le Sycomore, 1981, ~P· 191-193. Todos os cftulos citados por Jamerey-
-Duval siiJ identifidveis no teportór.io de A. Morin,' Clki~JKNI tk.itriptif de la
Biblothequ~ hlsllt dt1 y.,.I'Jt! (Almana.chs exclus), Geoebm, Droz. 1974.
23 J. Hébrard, «Comm.ent Valentin ]8Jneiey-Duval. appJ:it-il à lire?
l'autodidaxie exemplaire,., in PrtJtiqllli de lt1 ilctl#rr, sob a di r. de ll. Chartíer,
Marselha, Rívages, 198', pp. 23-60. •
24 V. }amerey-Duva!, op. cít. p. 195.
CAPÍTULO VI 185
1 ! Estes dados são tirados de uma pesquisa 'da Ecole des Hautes Erudes
8. Era uma vez um rei que «tinha uma corça branca à qual
dera de comer e que gostava muito dele». Um dia, o rei «disse
que queria matá-la, disparou sobre ela e feriu-a. A corça correu
para o pé do rei e fez-lhe festas; mas ele fê-la afastar-se
novamente, disparou uma segunda vez e matou-a.- Isto foi
considerado muito cruel: e ainda se inventam histórias seme-
lhantes sobre pássaros que ele possui,. 28 •
O presságio é mau: anuncia uma natureza bem ~roz e
tempos ruins para os pássaros, as corças e os povos. O crime
não teve lugar numa qualquer floresta das Ardenas ou num
reino mítico, mas no parque de La Muette, em 1722. O rei,
menor, ainda não reina. A sua maioridade, como em todas as
regências, é esperada com impaciência,. mas a sua crueldade
causa apreensão, como se fosse portadora do anúncio das
desgraças futuras do Estado e dos seus súbdicos. Da fábula, a
moral é dupla. Por um lado, dá a ler a força perpetuada de
representações antigas, enterradas, que decifram a ordem do
pol.írico com as chaves fornecidas por uma cultura habitada
pelos signos, pelas correspondências, pelas alegorias. Os produ-
tores das imagens dos faustos régios saberão apoderar-se delas,
,.
228 CONSTRUÇÃO DO ESTADO
PRÁTICAS, 17, 27, 23, 26-28, 6.5, 78·79, missão polílic:a e -, 112; represen-
80, 84-87, 111, 125, 13.5-138, tar simbolicamente, 220; silfnos,
163, Ui6, '175, 181, 190-191, 194, 212, 220, 225, 228; - de poder,
198, 209, 218; - cullllrais, 13, 46. 220-221, 228. .
135, 142, 215, 220, 225: - de lei- SOCIAI.(AlS), 27, 33-34, 45, 47, 49, 116;.
1uta, 121-122, 127, 142, 157-158. ronnação -, 25, 79,100-105, 107,
180,·184. .· . 111, 114-118; ronfiguzação -. 16,
PRIVADO, 197, 219: [oposiçio: privado/ '1:7, 31, 79 100-105, 108, 110,
público (social)]. · 95, lll, 117, 115, 118; fonna -,. 94-95, 102,
138, 195, 219; Último. lll, 122. 118; foona.o; - e psicológiCas, 79;
134, 180. (Vd. públicrJ.) [OIJII as :... e cliscursivas, 79; espaço
PSICANÁLISE, investigações psicanal!ti- - •. 16-17, 105, 109, 223, 225;
c:as.. Il7. . mas -: 221; umdadc -, l<M-106;
PÚBUCO, espaço-, 191-194,21$. relações -, 14, ··13, 66, 83, 93,
. ' ...
101·102, 104, 108, 1t6·118;- (ou
RECEPÇÃO, "24, 49, 58, 62, 112; preces· cadeirt~) <k frutrdepeildln.cias, 19,
sos de -; 136; ICoria da -, 127; 1QO.IOS, 107-109, 116·117; cqui·
percepção, 220. (Vd. aprfYprlação, llbrios -, 109, ·217; equUfórlos
in~rptaçdo, leitura.) -· · dru ten.sõts. 100, 102,- 104, 107-
REUGIÃO, 75; 203; -·po]Ju!M, 191;- e lOS, 112, ll6, 118, 20(C229; rede
poütica, 228; - e moral da Contra- de dcperideDc:ias recfprócas, 93,
-Reforma, 130~ reforma cat6lica, 101; - das inlerdependl!ncias, 115-
151,-tcS8·169, 176, ··203; lgnja 116; .;. de CIJodicionalismos, 92; -
pós-rrid«nrina, 207: brweas, feitf· d!ui_ poSições; 104; diferenciar;iio,
çârla. 154; /Wrc(cios dt devoção 46, 106-107, 109, 114, 22.1; par-
{prociss<les, ·peregrinações), 208. tilhas,' 131, 173, 183, 207, 211;
(Vd. ltrejg..) · ' · ·· < • · diSdnç&J; 112-113, 115, 138; 223;
REPRESENTAÇOES, 14, 17-21, 27-28, reprodução, BS; evolução, UlO,
37-40; 50, S2-Sl, 57, &6-87, 112, 103; · promoçt!o, 99; hierarquüa-
116, 1215, 12$, ] 38, 150, 159, 191' çdo/' H4; ·:.processo ·ile civiliza·
194, 2o4, 212; 223; tU.tas de..:.. 11: çâD.D; 95,ti0, 111, Ii4., 116, 119;
- e realidade, 62-63, 112; - [do «Curial/~ção dos gwerreiros», 95,
poder], 194-195, 198, 218, 220, 113·1 14: ur-banbaçáD, 114; popu-
225, 228. . . .. lari:açãrJ; 1&3; rllNiizai;drJ, 183;
REVOLUÇÃO FRANCSSA, ttó, 142, ordem _rocia!,ll4; OI'ganização -,
144, 146-148, 152,' 168, 17()..171, 18: esttulula(!l) -,: 66; ~tnívc:is» da
185, 189, 194;; 205. - ·s6ciedade, TI; -·- estrututada fim
Rl'l'UAL(AIS), cultra·~ 191; dispositi- instlncias, 83; definiçãO redutora
vos-, 13.5;_ forrnss·-, 200;- poll- do .raâ(;l/; 1J4, 135; divisões mzll-
lic:os · régios, de · Es lado, __191, ·194, ti.plas do soda/, 134; acror11s, 19:
221; ft;nutos régio~. 212; :-- e~ agent~, SO; sujeitos, 93; gnql()(s),
siástil:os, 13$;. - da otissa, l30, 18, 23, 39, ·45. 105, 108, 116,
180; - de· punição, 209; rito(s), 221-.:.222:.- donünantes,. 107. 222,
194; -. de inversão, 200; 2.29; ~- mais pode.rOSos, 106; -
cerimónia(s); 194, 191, 221, 22S, · central carismático, 99; -·_de joga-
227; cerimonial de cone, 112, dores, 1DO; «halliw s» ele c8da· -.
116; etiqueta de corte, 108, lll; 187;·· c/a:mll, 17, .23; ·meir.IJ1, 23,
[oposição: cerimonial privado/ri- 48; - aristocráiicos, l 71; c'amadas,
mal pú.blico], _195. , 114; ..:. inferiOICS, 11 !!; - burguc-
sas:, 116; - dominantes, 116;
SÍMDOLOS, 19, 228; cbjcctos sbnbóli· grelha social e profissional, 45;
cos. 219; :lmbólica; f'unçllo -, 19; e~tuos sodais, 219; ·corpo :JO·
forma-, 19;- da mo!lll1"quia, 2t0; cial, 134, 2.15; corpo po/{tico e
-do EstBdo, 221, 2ZR; imbricação social. 208; comu-nidle(s)~ 23,
entre - e instrumental, 218; sub· 101, 204, 206; - de leilores. 124,
INDICE TEMÁTICO 239
131; privilégios comunitários, sada, dada a 11!1'), 17.
199; ideologia comunal e burgue- SOCIOLOGIA. 13, 15, 18, 45, 183. 187;
sa. 208; :rolidariediJde:, 101, 199; -de Norben El:ias, 91-119;- his-
Jociobil!dades, l38, 211; - da tdricot, 13; - hi stdrica das práticas
leituia, 124~- aldeL 163; - livtes de leitura, 121; - retrospectiva,
(café, clube, loja maçónica, socie- 136; · abordagem sociogen6tica,
dade Urer4da), !91·193; tem:~lia 118; - do conhecimento, 104; -
de café, 100; turma de alunos, cultural, 54S, 215; - da leitwa,
100; aldeia, 100; aldeia, baino, 121;- do saber, 16; objecto da-,
corpo[J.Çio, 100; sor:i~datk(}, - 100; t.aref'a do sociólogo, 103; es-
de cone, 22, 91-119, 195, 222; - tudo sDCiol6gi.co, 9S.
feudal. 3, 101; Estados feudais,
2IS-217; - de Andgo Regime, 20, TEATRO, 193-194; Mpresenrações rea-
93. 220: - antiga, 138; - das or- trais, 128.
dens e dos esta<tos. 201; - burgue- TE.\fPO, -longo Oonga duração), 2S, 44,
sa, 95; - industrial, 93, 217; - 91, 110, 118, 190, ·~. 219, 217;
urballa.s, 187; - das grande& cida· - corto, 44; aconucimenro, 74,
des, 159: - rwal, 129; [relações: 196; descontinutdtlde(r), 65, 74-
sccial/cu1tUia1], grupos - e niveis 75, 79.
cu1tmais, 4.5; ag~ntes - e objcetos
cultw'ai.s, SO; es1rutura - e cu11u- VIOLtNCIA,- escatológica e blasfema-
ra1, 67; níveis- e indicadores cul· tória, 176; - em formas rltuaiJ,
tutais, 76-77; obras e sociedade, 200; - do leXto, 211; vinganças
.52; j)O&içíio - e diSCIUSOS, 72; - e familiares, - recípror.:as, 215: -
~prenaçlo, 112; - e posição legitima. 105, 215; monopólio
cerimonial, 22.2; po:1ição (enraka- (monopolização) da -, 23, lOS,
menro) &ocioculblral, 184, 227; 109, 215: expulsão da -., 223;
relaglJu entre maneiras de pen:ar apagamento da -. 23; pctjia~o
a :fociedade e insfitulç6e:f, 206; das to!ldur.a.s, 94; - da sociedadde,
realidade sociaJ (cOI!Szru!da, pcn- 215.
Agradecemos aos editores a. autorização para traduzir os cexros aqui
reunidos.
Nota de apresentação 7
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244 HISTÓRIA CULTURAL
'·
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