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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção

Análise da Aplicação de Métodos Multicritério de Apoio à


Tomadas de Decisões na Engenharia de Produção

Natalia Yuki Soma

TCC-EP-76-2012

Maringá - Paraná
Brasil
Universidade Estadual de Maringá
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Produção

Análise da Aplicação de Métodos Multicritério de Apoio à


Tomadas de Decisões na Engenharia de Produção

Natalia Yuki Soma

TCC-EP-76-2012

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito de avaliação no curso de graduação em
Engenharia de Produção na Universidade Estadual de
Maringá – UEM.
Orientador(a): Prof.(ª): MSc. Gislaine Camila Lapasini
Leal

Maringá - Paraná
2012
AGRADECIMENTOS

Primeiramente aos meus pais, que me concederam todo o apoio, força e amor para que fosse
possível conquistar meus objetivos.

À Deus, por me "enviar" para Maringá e sempre me rodear de pessoas incríveis, que de
alguma forma me forneceram aprendizados.

À todos meus amigos, por terem feito esses cinco anos da faculdade os melhores da minha
vida. Principalmente à Patricia e ao Renato, pela amizade verdadeira e confiança.

À República Fogo na Tia Ana, por me proporcionar momentos hilários, que se tornaram
memórias inesquecíveis.

À minha orientadora Camila, pelos "puxões de orelhas" e orientações, o que tornou possível a
realização deste trabalho.

À minha irmã Emily, que sempre esteve ao meu lado e que aturou todo o meu estresse nas
semanas de entrega deste trabalho.
RESUMO

A competividade do mercado esta cada dia mais acirrada, onde as empresas não podem
cometer erros. Por isso, os problemas envolvendo tomadas de decisões devem analisadas
detalhadamente e os métodos multicritério vem ganhando importância no mundo empresarial.
No presente trabalho foram identificados problemas da Engenharia de Produção em que
foram utilizados métodos multicritérios como auxiliadores nas tomadas de decisões.
Primeiramente, foi realizado uma pesquisa bibliográfica dos métodos multicritérios
existentes. Depois foram selecionados e filtrados artigos jà publicados, em simpósios e
revistas, envolvendo problemas de multicritério. Com esses estudos de casos, foram
realizadas análises relacionando-os com os anos de publicações, as fontes de pesquisa, a
ferramenta utilizada, o método multicritério usado e com a área da Engenharia de Produção
aplicada.

Palavras-chave: métodos multicritério, tomadas de decisão, áreas da Engenharia da Produção


v

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS............................................................................................................................................vi
LISTA DE QUADROS.........................................................................................................................................vii
LISTA DE TABELAS.........................................................................................................................................viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...........................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 1
1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................................ 2
1.2 DEFINIÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................................... 2
1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................................................................... 2
1.3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................................. 2
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................................................... 3
1.4 METODOLOGIA ..................................................................................................................................... 3
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................................................. 4
2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................................................ 6
2.1 ATORES NO PROCESSO DECISÓRIO ................................................................................................................. 9
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO ......................................................................................... 10
2.3 TIPOS DE TEORIAS ........................................................................................................................................ 11
3. MÉTODOS E A SUA METODOLOGIA ...................................................................................................... 12
3.1 MÉTODO AHP .............................................................................................................................................. 12
3.1.1 REPRESENTAÇÃO DA HIERARQUIA .................................................................................................. 13
3.1.3 MÉTODO DO AUTOVALOR ............................................................................................................... 15
3.1.4 AGREGAÇÃO DAS PRIORIDADES ....................................................................................................... 17
3.2 MÉTODO TOPSIS ......................................................................................................................................... 17
3.3 MÉTODO ELECTRE ..................................................................................................................................... 21
3.4 MÉTODO MACBETH ...................................................................................................................................... 26
4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ................ 31
4.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 32
4.1.1 APLICAÇÕES EM ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO ................................. 40
4.1.2 APLICAÇÕES EM LOGÍSTICA ............................................................................................................ 41
4.1.3 APLICAÇÕES EM ENGENHARIA DO PRODUTO ................................................................................... 42
4.1.4 APLICAÇÕES EM ENGENHARIA ORGANIZACIONAL .......................................................................... 43
4.1.5 ENGENHARIA DO TRABALHO ........................................................................................................... 45
4.1.6 ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE ............................................................................................. 46
4.2 FERRAMENTAS ............................................................................................................................................. 46
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................... 48
5.1 CONTRIBUIÇÕES ........................................................................................................................................... 48
5.2 LIMITAÇÕES ................................................................................................................................................. 48
5.3 TRABALHOS FUTUROS .................................................................................................................................. 48
6. REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 50
vi

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - EXEMPLO DE HIERARQUIA DE CRITÉRIOS/OBJETIVOS. .......................................................................... 14


FIGURA 2 - MATRIZ DE DECISÃO (FONTE: VALLADARES, 2011) ............................................................................ 18
FIGURA 3 - FILTRAGEM DOS ARTIGOS..................................................................................................................... 31
FIGURA 4 - NÚMERO DE ARTIGOS PUBLICADOS POR ANO. ...................................................................................... 32
FIGURA 5 - NÚMERO DE ARTIGOS POR FONTE DE PESQUISA. ................................................................................... 33
FIGURA 6 -GRÁFICO EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE ARTIGOS PUBLICADOS POR ÁREA DA ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO. .................................................................................................................................................... 39
FIGURA 7 - GRÁFICO DO NÚMERO DE ARTIGOS POR MÉTODOS MULTICRITÉRIO UTILIZADO. ................................... 39
FIGURA 8 - GRÁFICO DO NÚMERO DE ESTUDOS QUE UTILIZARAM ALGUMA FERRAMENTA COMO AUXÍLIO. ............ 46
vii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - ESCALA DE COMPARAÇÃO DE PARES DO AHP.................................................................................... 15


QUADRO 2 - ARTIGOS PUBLICADOS NOS ANOS DE 2002 E 2003. ............................................................................. 34
QUADRO 3 - ARTIGOS PUBLICADOS EM 2004 E 2005 .............................................................................................. 34
QUADRO 4 - ARTIGOS PUBLICADOS EM 2006 E 2007. ............................................................................................. 35
QUADRO 5 - ARTIGOS PUBLICADOS EM 2008 E 2009. ............................................................................................. 36
QUADRO 6 - ARTIGOS PUBLICADOS EM 2010 E 2011. ............................................................................................. 37
QUADRO 7 - ARTIGOS PUBICADOS EM 2012............................................................................................................ 38
viii

LISTA DE TABELA

TABELA 1 - ICAS EM FUNÇÃO DA ORDEM DA MATRIZ ............................................................................................ 17


ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABEPRO Associação Brasileira de Engenharia de Produção

AHP Analytic Hierarchy Process

BOCR Benefícios Oportunidades Custos e Riscos

ERB Estação Radio Base

MCDA Multi Criteria Decision Analysis

MCDA-C Multi-criteria Decision Aid - Constructivist

MODM Multi Objetive Decision Making

NIS Solução Ideal Negativa

NSF Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos

OKP One-Kind-Of-Product

PIS Solução Ideal Positiva

PO Pesquisa Operacional

PPL Problemas de Programação Linear

QFD Quality Function Deployment

SIMPEP Simpósio de Engenharia de Produção

SLP Planejamento de Sistema de Layout

SPOLM Simpósio de Pesquisa Operacional e Logística Marinha


x
1

1. INTRODUÇÃO

A todo o momento, não somente as empresas, mas como todos os indivíduos se deparam com
tomadas de decisões, sejam elas simples, como por exemplo, na escolha do supermercado ou
ainda complexas, na quais as empresas muitas vezes enfrentam. Um exemplo disso, seria na
escolha de um fornecedor para uma determinada matéria-prima.

A complexidade do problema é justificável pela existência de inúmeras alternativas, e que


mesmo assim, nenhuma delas acaba por atender cem por cento todos os critérios. Isso acaba
sendo um problema enfrentado por todas as empresas, não importando se são de pequeno ou
grande porte.

De acordo com Bana, Costa e Vansnick1 (apud Bertoloto, 2009), a tomada de decisão é uma
atividade intrisensecamente complexa e potencialmente das mais controversas, em que deve-
se naturalmente de escolher não apenas entre alternativas de ação, mas também entre pontos
de vista e formas de avaliar essas ações, e por fim, de considerar toda a multiplicidade de
fatores direta e indiretamente relacionados com a decisão a tomar.

Devido a globalização mundial, o mercado vem sofrendo mudanças, resultando em


competividade. Decorrente disso, para se manter no mercado, todas as tomadas de decisões
devem ser muito bem analisadas. Portanto, os métodos multicritérios, nada mais são que
estudos matemáticos para auxiliar no encontro da melhor dentre as alternativas existentes.

Gomes, Gomes e Almeida (2009) afirmam que os métodos de Apoio Multicritério procuram
esclarecer o processo de decisão, tentando incorporar os julgamentos de valores dos agentes,
na intenção de acompanhar a maneira como desenvolvem as preferências, e entendendo o
processo como aprendizagem.

Existem muitos métodos multicritérios, e muitas vezes não se sabe em qual caso utiliza-las.
Logo, este trabalho analisa os detalhadamente, de modo que possa identificar as ferramentas
necessárias e quais problemas, do contexto de Engenharia de Produção que podem ser
solucionados por tais métodos.

1
BANA e COSTA, C.A e VANSNICK, J.C. "MACBETH - an interactive path towards the construction of
cardinal value functions." Int. Trans. in Oper. Res., 1, pp. 489-500 (1994a)
2

1.1 Justificativa

A escolha de uma alternativa, não deve ser realizada a partir do atendimento de um único
critério. Portanto, a vantagem dos métodos multicritérios é a capacidade de poder quantificar
e avaliar tais critérios.

Deste modo, torna-se necessário um estudo mais profundo sobre os métodos multicritérios,
com a finalidade apresentar com clareza as suas metodologias e em quais os tipos de
problemas eles podem ser aplicados.

1.2 Definição e Delimitação do Problema

Tomada de decisão é o processo de análise e escolha entre várias alternativas existentes.


Keeney (apud Saliba, 2009) ressalta que o processo de tomada de decisão deve ser focado nos
valores a serem alcançados e que as alternativas são relevantes apenas por serem meios de se
atingir esse objetivo.

A tomada de decisão esta presente, no dia-a-dia, em todas as atividades desenvolvidas pelo


homem. A todo o momento, as pessoas passam por situações que exigem tomadas de
decisões. Tais situações apresentam na maioria das vezes, vários caminhos possíveis, na qual
o decisor deve optar pela que melhor satisfaz.

Dentro da Pesquisa Operacional, existem vários métodos desenvolvidos para tratamento de


problemas complexos, nas quais envolvem multiplos critérios. A escolha do método
dependerá do problema analisado, do contexto e das preferências do decisor.

O presente trabalho analisa detalhadamente livros e artigos já publicados. Tais artigos são em
sua maioria, com base em pesquisas descritivas, nas quais foram realizados estudos de casos
em diferentes tipos de problemas.

Portanto, foram realizadas, comparações entre os diversos artigos e a partir de então,


identificados quais problemas da Engenharia de Produção podem ser solucionados com os
métodos multicritérios e quais ferramentas utilizar.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral


3

Este trabalho tem como objetivo analisar a aplicação dos métodos multicritérios de apoio a
tomada de decisão em áreas da Engenharia de Produção.

1.3.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos tem-se:

 Revisar a Literatura sobre métodos multicritérios

 Identificar os métodos multicritérios;

 Identificar ferramentas para a resolução dos métodos multicritérios.

 Identificar problemas da área de Engenharia de Produção que possam ser


solucionados usando métodos multicritério.

1.4 Metodologia

Segundo Gil (p. 41, 2002), pode-se definir pesquisa como procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.
A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao
problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem
que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

"A teoria da decisão não é uma teoria descritiva ou explicativa, já que não faz parte
de seus objetivos descrever ou explicar como e/ou por que as pessoas (instituições)
agem de determinada forma ou tomam certas decisões. Pelo contrário, trata-se de
uma teoria ora prescritiva ora normativa, no sentido de pretender ajudar as pessoas a
tomarem decisões melhores, em face de suas preferências
básicas"(GOMES,GOMES,ALMEIDA, p.21 ,2009).

A pesquisa desse projeto é de natureza exploratória. Segundo Seltiz (apud GIL,2002) estas
pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como
objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento
é, portanto, bastante flexivel, de modo que possibilite a consideração dos mais variados
aspectos relativos ao fato estudado. Neste caso, essa pesquisa envolve: levantamento
bibliográficoe análise de exemplos que estimulem a compreensão.
4

A seguinte trabalho também se caracteriza por ser de análise qualitativa, na qual segundo
Neves (1996), não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental
estatístico para análise dos dados; seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva
diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Ainda segundo Neves (1996), nas
pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segunda
a perspectiva dos participantes da situação estudada e, a partir, daí situe sua interpretação dos
fenômenos estudados.

A metodologia do projeto foi dividida nas seguintes etapas:

1. Revisão Bibliográfica: esta etapa consiste na identificação de trabalhos e livros


científicos sobre métodos multicritério.

2. Seleção dos Métodos Multicritério a serem analisados: a partir da revisão bibliográfica


serão identificados os métodos multicritério que podem ser aplicados no contexto da
Engenharia de Produção.

3. Seleção de ferramentas: esta etapa consiste na identificação de ferramentas que podem


ser utilizadas na resolução de cada método multicritério selecionado.

4. Identificação de problemas: selecionar os problemas de tomada de decisão em


Engenharia de Produção que podem ser solucionados por meio de métodos
multicritério.

1.5 Estrutura do Trabalho

Nesta seção foram apresentados a Introdução do trabalho com os elementos como a


justificativa, a definição e a delimitação do problema, os objetivos gerais e específicos, e a
metodologia, na qual caracteriza o tipo de pesquisa e foi desenvolvida.

O restante do trabalho foi organizado da seguinte forma:

 O Capítulo 2 faz um levantamento dos conceitos sobre tomadas de decisões no


cotidiano e nas empresas, sobre a Pesquisa Operacional e os métodos multicritérios.

 O Capítulo 3 apresenta alguns métodos multicritérios e a sua metodologia.


5

 O Capítulo 4 mostra como foi realizada a seleção de artigos e os resultados e


discussões de cada artigo dividido por área da Engenharia de Produção.

 O Capítulo 5 apresenta as contribuições, limitações e pesquisas futuras.


6

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Tomadas de Decisões


"Situações do cotidiano, mesmo as mais simples, exigem que decisões sejam
tomadas. Uma decisão precisa ser tomada sempre que estamos diantes de um
problema que possui mais de uma alternativa para a solução. Mesmo quando, para
solucionar um problema, possuímos uma única ação a tomar, temos a alternativa de
tomar ou não essa ação (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2009)."

A tomada de decisões de uma empresa são, em sua maioria, complexas. Isso ocorre pois
envolve dados imprecisos e/ou incompletos, múltiplos critérios, e vários agentes de decisão
(Gomes e Moreira2 apud Vilas Boas, 2007). Destacando-se como principal característica, a
necessidade de atender vários requisitos ao mesmo tempo. Segundo Milan Zeleny3 (apud
Gomes, Gomes e Almeida, 2009), a tomada de decisão é um esforço para tentar problema(s)
de objetivos conflitantes, cuja presença impede a existência de uma solução ótima e conduz à
procura do "melhor compromisso". Outra complexidade implica na impossibilidade de prever
os impactos, pois para Miettinen e Peka4 (apud Merçon, 2010) todos estão inseridos em um
meio ambiente mutável, e sujeito a condições que o decisor não pode controlar, e com
incertezas, imprecisão e/ou ambiguidades.

Um processo de tomada de decisão pode conceber-se como a eleição por parte de um centro
decisor (um indivíduo ou um grupo de indivíduos) da melhor alternativa entre as possíveis. O
problema analítico está em definir o melhor e o possível em um processo de decisão
(ROMERO5 apud GOMES, GOMES, ALMEIDA, 2009).

Para Hammond, Keeney e Raiffa6 (apud Gomes, Gomes e Almeida, 2009), os objetivos
ajudam a determinar quais informações devem ser obtidas, permitem justificar decisões
perante os outros, estabelecem a importância de escolha, e permitem estabelecer o tempo e o
esforço necessário para cumprir uma tarefa.

2
GOMES, L. F. A. M., MOREIRA, A. M. M.,Da Informação à Tomada de Decisão: Agregando Valor Através
dos Métodos Multicritério. COMDEX SUCESU - RIO’ 98, Riocentro, Rio de Janeiro, RJ, 1998.
3
ZELENY,M. Multiple Criteria Decision Making. McGraw Hill, New York, 1982.
4
MIETTINEN, Kaisa; SALMINEN, Peka. Decision-aid for discrete multiple criteria decision making problems
with imprecise data. European Journal of Operational Research; 119, p. 50-60, 1999.
5
ROMERO, C. Teoria de la decisión multicritério: Conceptos, técnicas y aplicaciones, Madrid,
AlianzaEditorial, S.A. 1993.
6
HAMMOND, J. S.; KEENEY, R. L.; RAIFFA, H. Decisões inteligentes. Rio de Janeiro: Campus, 2004.
7

Essas informações obtidas podem atender a duas finalidades estratégicas: para conhecimento
dos ambientes internos e externos (MORESI7 apud MORITZ e PEREIRA, 2006).

No processo decisório, tem sido utilizado com sucesso, a Pesquisa Operacional como
ferramenta de escolhas gerenciais, fato que ganhou grande impulso a partir da Segunda
Guerra Mundial, dando suporte aos militares na resolução de problemas de estratégia,
logística e tática como afirmam Hillier e Lieberman (1988).

O sucesso e credibilidade ganhos durante a guerra foram tão grandes que, terminando o
conflito, esses grupos de cientistas e a sua nova metodologia de abordagem dos problemas se
trasferiram para as empresas que, com o "boom" econômico que se seguiu, se viram também
confrontadas com problemas de decisão de grande complexidade. Em alguns países, em que
prevaleceu a preocupação com os fundamentos teóricos, a Pesquisa Operacional se
desenvolveu sob o nome de Ciência da Gestão ou Ciência da Decisão e em outros, em que
predominou a ênfase nas aplicações, com o nome de Engenharia Industrial ou Engenharia de
Produção (SOBRAPO, 2012)

Segundo Lachtematcher (2007) a Pesquisa Operacional busca matematicamente redefinir


problemas reais a fim de simulá-los e traduzi-los racionalmente e objetivamente, por meio de
modelos matemáticos, tendo como objetivo auxiliar na tomada de decisão em situações
complexas utilizando ferramentas computacionais e matemáticas.

A Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional afirma que houve um grande avanço em


termos de desenvolvimentos técnicos e metodológicos até os dias de hoje, e que com o apoio
de meios computacionais de crescente capacidade e disseminação, permitem trabalhar
enormes volumes de dados sobre as atividades, não apenas das empresas, mas, também de
instituições do setor público dentro e foram da área econômica. Face ao caráter
multidisciplinar, a Pesquisa Operacional é um disciplina cientifica de características
horizontais com suas contribuições estendendo-se por praticamente todos os domínios da
atividade humana, na Engenharia à Medicina, passando pela Economia e a Gestão
Empresarial.

Na década de 70, começam a surgir os primeiros métodos voltados para problemas discretos
de decisão, no ambiene multicritério ou multiobjetivo, ou seja, métodos que utilizam uma

7
MORESI, E. A. D. Delineando o valor do sistema de informação de uma organização. Revista Ciência da
Informação. São Paulo, v 29, n 1, p. 14-24, 2000.
8

abordagem diferenciada para essa classe visando a representação multidimensional dos


problemas, mas também incorporando uma série de características bem definidas quanto a sua
metodologia (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2009).

As abordagens multicritérios funcionam como uma base para discussão, principalmente nos
casos onde há conflitos entre os decisores, ou ainda, quando a percepção do problema pelos
vários autores envolvidos ainda não está totalmente consolidada (NORONHA8 apud VILAS
BOAS, 2007).

Adicionalmente, define-se que os métodos multicritério não visam apresentar ao decisor ou


aos decisores uma solução para o seu problem, elegendo uma única verdade representada pela
ação selecionada. Visa, como seu nome indica, apoiar o processo decisório, por meio da
recomendação de ações ou cursos de ações a quem vai tomar a decisão. Se a qualidade da
informação disponível ao longo do processo de resolução de um problema complexo é de
inquestionável importância, também é a forma de tratamento analítico daquela mesma
informação (GOMES, GOMES, ALMEIDA, 2009).

Stewart9 (apud Gomes, Gomes e Almeida, 2009) define o Apoio à Multicritério à Decisão,
através de seus vários métodos, é o meio por excelência pelo qual tal simbiose se materializa.

Segundo Schmidt10 (apud Vilas Boas, 2007), estas abordagens foram desenvolvidas para
problemas que incluem aspectos qualitativos e/ou quantitativos, tendo como base o princípio
de que a experiência e o conhecimento das pessoas é pelo menos tão valioso quanto os dados
utilizados para a tomada de decisão. Nota-se, por conseguinte, que a análise multicritérios
leva em conta a subjetividade dos atores (ROY apud VILAS BOAS, 2007).

Segundo Fernandes11 (apud Wernke, 2001), uma outra característica relevante é que os
Métodos Multicritérios de Apoio à Decisão permitem avaliar critérios que não podem ser
transformados em valores financeiros. Sua aplicação é apropriada para comparar alternativas

8
NORONHA, S. M. D.. Um modelo multicritérios para apoiar a decisão da escolha do combustível para
alimentação de caldeiras usadas na indústria têxtil. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção).
Florianópolis: UFSC, 1998.
9
STEWART, T. A scenario-based framework for multicriteria decision analysis in water resources planning.
Water Resources Research, v.31, n.11, p.2835-2843,1995.
10
SCHMIDT, Ângela Maria Atherino. Processo de apoio à tomada de decisão – Abordagens: AHP e
MACBETH. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Florianópolis: UFSC, 1995.
11
FERNANDES, Carlos Henrique. Priorização de projetos hidrelétricos sob a ótica social – um estudo de caso
utilizando análise custo/benefício e uma metodologia multicritério de apoio à decisão – “MACBETH”.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Florianópolis: UFSC, 1996.
9

de projetos, políticas e cursos de ação e também analisar projetos específicos, ações mais
eficazes e as que devem ser modificadas.

Os métodos de multicritério são utilizados quando não é possivel representar todos os


objetivos de um problema em uma única métrica, como a monetária. Isso quer dizer, que tais
métodos auxiliam na resolução dos problemas através da análise custo-benefício. No entanto,
as vezes os agentes de decisão os utilizam inadequadamente, por meio da representação ou
julgamento errôneo de valores dos objetivos.

2.2 Atores no Processo Decisório

Para a melhor compreensão do processo decisório, é importante o conhecimento dos papéis a


serem exercidos. Nesta seção, são definidas as funções do tomador de decisão, analista de
decisão, cliente e do especialista.

Habitualmente os termos decisor e analista são vistos como sinônimos, pois, seja um
indíviduo ou um grupo de decisores, muitas vezes, realizam ambas as funções.

Mesmo no caso de decisão individual existe a situação onde há a influência de vários outros
atores no processo decisório. Estes atores não exercem o poder sobre a decisão em questão,
mas de alguma forma podem influenciar no processo (ALMEIDA, 2011).

As organizações, de algum modo, influenciam ou são influenciadas por agentes presentes


meio em que estão inseridas. Atualmente, há a necessidade destas organizações saber quem
são estes agentes, e de que forma e com que grau são essas influências.Tais agentes, citados
acima, são chamados de stakeholders.

Segundo Freeman12 (apud Gonçalves et al 2011), steakholders são indivíduos ou grupos que
podem influenciar ou serem influenciadas por ações, decisões, políticas, práticas ou objetivos
da organização. A idéia central da abordagem de stakeholders é que o sucesso das
organizações depende da forma como gerenciam as relações com os grupos (clientes,
fornecedores, comunidades, investidores e outros) que podem afetar a realização dos
objetivos.

Encontra-se abaixo a definição dos atores no processo decisório, segundo Almeida (2011):

12
FREEMAN, R. E. Strategic management: a steakholder approach. Boston: Pittman, 1984.
10

 Decisor (pode ser um indivíduo ou um grupo de decisores): é o resposável pela tomada


de decisão e possui poder sobre a decisão em questão;
 Analista: fornece suporte metodológico ao processo decisório. Muitas vezes o analista
exerce um papel mais amplo de envolvimento com um grupo de atores para trabalhar
no entendimento do problema. Neste caso, o analista pode exercer papel denominado
de Facilitador;
 Cliente: apontado como um intermediário entre o decisor e o analista. Isto ocorre em
muitas situações reais e nestes casos, o cliente geralmente exerce o papel de assessor
do decisor;
 Especialista: raramente este, é citado na literatura de MCDA (Multi-Criteria Decision
Analysis), mas está sempre presente na literatura de Teoria da Decisão. Trata-se
daquele profissional que conhece os mecanismos de comportamento do sistema objeto
de estudo e do seu ambiente que influenciam variáveis relacionadas ao problema de
decisão em questão. Podem existir mais de um especialista para uma mesma variável
ou diferentes especialistas para variáveis distintas.

2.3 Classificação dos Métodos Multicritério

Existem vários métodos que podem auxiliar nos problemas de múltiplos objetivos. Na
literatura, há varias formas de classificação. Segundo Roy13 (apud Mota e Almeida, 2007), os
métodos podem ser divididos em três grandes abordagens, relativamente aos princípios de
modelagem de preferências:

 Abordagem do critério único de síntese: consiste em agregar diferentes pontos de vista


dentro de uma única função , que pode ser posteriormente otimizada. Neste caso,
devem-se analisar as condições de agregação da função e de construção de modelo.
Neste grupo, destaca-se a Teoria da Utilidade Multiatributo.

 Abordagem da Sobreclassificação (outranking): inspirada na escola francesa, essa


família, apóia, em primeiro lugar, a contrução de uma relação de sobreclassificação ,
que representa as preferências estabelecidas pelo decisor. O segundo passo, consiste
em explorar a relação de sobreclassificação de tal forma que ajude o decisor resolver o
problema. Neste tipo de abordagem encontra-se os métodos ELECTRE e família de
métodos PROMETHEE.

13
ROY, B. Multicriteria Methodology for Decision Aiding. Netherlands: Kluwer Academic Plublishers,1996.
11

 Abordagem do julgamento Interativo: os métodos interativos, também são conhecidos


como Multi-Objetive Decision Making (MODM), têm como base as técnicas de
programação matemática envolvendo conjuntos contínuos de alternativas com espaços
contínuos de soluções (GARTNER14 apud VILAS BOAS, 2007).

2.4 Tipos de Teorias

Nesta seção são descritas as três perspectivas das teorias, utilizadas nos métodos
multicritérios. Segundo Almeida (2011), são elas:

 Teoria Descritiva: está focalizada em descrever como as pessoas decidem em


situações reais. Ou seja, descrever de que forma o decisor faz julgamentos para a
tomada de decisão;

 Teoria Normativa: focaliza na escolha racional e modelos normativos são construídos,


com base em hipóteses que procuram garantir uma lógica para o processo decisório;

 Teoria Prescritiva: consiste em apoiar decisores no sentido de que estes tomem


melhores decisões com base em modelos normativos, buscando incorporar as questões
práticas que podem surgir quando da aplicação destes modelos;

 Teoria Construtivista: consiste em um processo interativo, onde o decisor interage com


o analista, com apoio de algum método de forma a contruir uma solução para o
problema enfrentado. Nesta abordagem considera-se que há uma dimensão de
aprendizagem, no sentido que o decisor e o analista aprendem sobre o problema
analisado (BOUYSSOU15 apud ALMEIDA, 2011).

14
GARTNER, I. R. Avaliação ambiental de projetos em bancos de desenvolvimento nacionais e multilaterais:
evidências e propostas. Brasília: Editora Universa, 2001.
15
BOUYSSOU, D. Dicision mul t im'terie ou aide multicriteriâ Bulletin du Groupe de Travail Europien 'ítide
Mul l im'tm'e à la Dicision", series 2, n. 2, Pn'ntemps93, 1993.
12

3. MÉTODOS E A SUA METODOLOGIA

3.1 Método AHP

O método no qual nos estamos referindo é o Processo Analítico Hierárquico (AHP). A sua
origem data de 1971, quando o Dr. Thomas L. Saaty trabalhava no Departamento de Defesa
dos Estados Unidos. Foi desenvolvido em 1972, num estudo para o Fundação Nacional de
Ciência dos Estados Unidos (NSF sigla em inglês) sobre o racionamento de energia para
indústrias (durante o mesmo ano Dr. Saaty também criou a escala que relaciona as opiniões
aos números). Chegou à sua maturidade aplicativa com o Estudo dos Transportes do Sudão
em 1973 e houve um grande enriquecimento teórico entre 1974 e 1978 (JORDÃO e
PEREIRA, 2006).

Segundo Colin (2007), o AHP é um método apropriado para tratar problemas com uma
definição ou formulação menos clara. Já não existe mais a função-objetivo e as restrições,
mas sim um objetivo a ser alcançado, com a seleção de vários critérios que permitem o
atingimento do objetivo. Muitos dos pontos negativos levantados pelos críticos dos métodos
de Análise Quantitativa e Pesquisa Operacional são de certa forma tratados pelo AHP.

O AHP usa uma abordagem hierárquica para estabelecer os critérios e para identifcar as
alternativas. O AHP usa um procedimento de comparação par a par para comparar as
alternativas para critério Isto é efetuado por meio de avaliações numa escala semântica de
cinco níveis, apresentada de forma explícita tendo nove níveis no total, pois se há hesitação
do decisor, valores intermediários são considerados entre os cinco níveis. Os critérios são
também comparados entre si. O método utiliza a escalas de razão para todas as avaliações. O
método introduz a possibilidade de avaliar inconssistências no julgamento de valor pelo
decisor (ALMEIDA, 2011).

Para justificar o modo do método AHP, descrito acima, Saaty16 (apud Colin, 2007) comenta
que o ser humano tem dificuldades em examinar várias idéias ao mesmo tempo, ainda que
sejam poucas. Portanto, tal método procura ajudar nesse sentido, fazendo com que no
processo de solução de um problema complexo pensar em apenas um ou dois problemas
menores ao mesmo tempo.

16
SAATY, Thomas L. The Seven Pillars of the Analytic Hierarchy Process. In: Köksalan, Murat; Zionts,
Stanley. Multiple Criteria Decision Making in the New Millennium.EUA: Springer, 2001.
13

Segundo Colin(2007), a metodologia do AHP pode ser dividida em quatro partes:

 Representação da hierarquia: consiste no desenvolvimento da hierarquia de decisão


associada aos vários níveis de elementos inter-relacionados;

 Comparação de pares: avaliação de preferências com relação a cada elemento de


decisão em um dado nível da hierarquia;

 Método do autovalor: uso do método do autovalor para estimar os pesos relativos dos
elementos de decisão em um dado nível e avaliar a consistência das prefências
estabelecidas nas comparações de pares;

 Agregação das prioridades: agregação das prioridades relativas de modo a avaliar o


resultado referente ao objetivo.

3.1.1 Representação da Hierarquia

Para o método AHP, é necessário o mapeamento dos critérios que serão avaliados
posteriormente. Com isso, poderá ser mensurado o impacto de cada solução no problema.

Para elaborar a forma de uma hierarquia, Saaty (apud Silva, 2007) fornece sugestões úteis: (1)
Identificar o problema geral; (2) identificar os sub-objetivos do objetivo geral; (3) identificar
os critérios que devem ser satisfeitos; (4) identificar os subcritérios abaixo de cada critério.
Vale ressaltar que critérios e subcritérios podem ser especificados em termos de faixas de
valores de parâmetros ou em termos de intensidades como alta, média, baixa; (5) identificar
os atores envolvidos; (6) identificar os objetivos dos atores; (7) identificar as políticas dos
atores; (8) identificar opções e resultados; (9) para decisões sim-não, tomar o resultado mais
preferível e comparar os benefícios e custos de tomar decisão com os de não se tomar a
decisão; (10) realizar uma análise de custo-benefício usando valores marginais. Como
lidamos com hierarquia de dominância, deve-se perguntar qual alternativa gera o melhor
benefício, que alternativa é mais custosa e, para riscos, qual alternativa é mais arriscada.
14

Figura 1 - Exemplo de Hierarquia de critérios/objetivos.

Fonte: VARGAS, 2010.

A Figura 1 mostra um exemplo de hierarquia de critérios e objetivos. Uma hierarquia bem


construída será um bom modelo da realidade, podendo trazer vantagens. Primeiramente, a
representação hierárquica de um sistema pode ser usada para descrever como as mudanças em
prioridades nos níveis mais altos afetam a prioridade dos níveis mais baixos. A hierarquia
também permite a obtenção de uma visão geral de um sistema, desde os atores de níveis mais
baixos até seus propósitos nos níveis mais altos. Finalmente, os modelos hierárquicos são
estáveis e flexíveis: estáveis porque pequenas modificações têm efeitos pequenos; já flexíveis
porque adições a uma hierarquia bem estruturada não perturbam o desempenho (SILVA,
2007).

3.1.2 Comparação aos pares

Para qualquer tipo de problema complexo, existe a dificuldade de se escolher a melhor


alternativa, aquela que satisfaz um conjunto de objetivos pretendidos. Portanto, nesta etapa, o
tomador de decisões deve identifcar o grau de importância dos fatores em cada nível
hierárquico.

A escala recomendada por Saaty (Silva, 2007), mostrada no Quadro 1, vai de 1 a 9, com 1
significando a indiferença de importância de um critério em relação ao outro, e 9 significando
a extrema importância de um critério sobre outro, com estágios intermediários de importância
15

entre esses níveis 1 e 9. Além disso, desconsiderando as comparações entre os próprios


critérios, que representam 1 na escala, apenas metade das comparações precisa ser feita,
porque a outra metade constitui-se das comparações recíprocas na matriz de comparações,
que são os valores recíprocos já comparados.

Intensidade da Importância Definição Explicação

Dois elementos contribuem


1 Igualmente importante
igualmente

Experiência e julgamento
3 Moderadamente mais importante favorecem ligeiramente um
elemento.

Experiência e julgamento
5 Fortemente mais importante favorecem fortemente um
elemento.

Muito fortemente masi importante Elemento fortemente favorecido. A


7
ou importância confirmada dominância é provada na prática.

A evidência favorece um elemento


9 Extremamente mais importante em relação a outro na ordem mais
alta

Quadro 1 - Escala de Comparação de pares do AHP.

Fonte: BARIN et al 2010.

3.1.3 Método do Autovalor

Para esta etapa será utilizada a teoria apresentada por Colin (2007), em que as matrizes de
comparações são manipuladas para obtenção das prioridades relativas de cada um dos
critérios. As prioridades deverão ser números entre 0 e 1, e sua soma deve ser 1.

A idéia fundamental, dessa parte considera que o analista soubesse os pesos relativos de cada
um dos critérios de uma matriz de n elementos, então a matriz de comparação dos pares
16

deveria ser quivalente a A, em que para o peso relativo do critério ί. Nesse caso, os pesos
relativos podem ser facilmente obtidos de qualquer uma das n linhas de A porque para
. Em álgebra linear n e w são chamados respectivamente de autovalor e
autovetor direito da matriz A.

O AHP considera que o analista que constrói a matriz da comparação entre os pares não
conhece w e portanto a matriz A contém inconsistência. É comum se estimar w da seguinte
forma, como mostra a equação (1) :

(1)

em que  é a matriz de comparações observada (ou sugerida pela analista), é o maior


autovalor de  e é o seu autovetor direito. Os acentos circunflexos representam
"estimativas".

O valor de sempre será maior do que o número de fatores do nível em análise


representado por n. Quanto mais próximo o valor de estiver do número de fatores, maior
a consistência representado por IC e calculado como:

(2)

e do quociente de consistência QC, o que é calculado como:

(3)

em que ICA é o índice de consistência aleatório. O ICA é obtido fazendo as comparações dos
pares de forma aleatória. Como regra prática geral, é considerado um valor
aceitável. Se recomenda-se que o analista reavalie suas comparações de pares na
matriz Â, pois elas estão muito inconsistentes.
17

Para matrizes de ordem n, os ICAs em função da ordem da matriz  são definidos de acordo
com a Tabela 1.

Tabela 1 - ICAS em função da ordem da matriz

n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

ICA 0 0 0,52 0,89 1,11 1,25 1,35 1,40 1,45 1,49

Fonte: Colin, 2007.

3.1.4 Agregação das prioridades

Na quarta etapa, é realizada a agregação das prioridades relativas dos vários níveis obtidos na
seção anterior com o intuito de produzir um vetor de prioridades compostas que serve como
prioridades das alternativas de decisão na busca do principal objetivo do problema. Em
termos operacionais, são criadas outras matrizes de comparações para cada uma das
alternativas de decisão no nível com relação a todos os critérios do nível i.
Posteriormente, o tomador de decisões deve agregar as prioridades resultantes com as
prioridades encontradas no nível i de modo a obter a melhor decisão para o objetivo do
problema.

As prioridades compostas das alternativas de decisão devem ser calculadas levando em


consideração, os níveis e ; isso é feito multiplicando-se as matrizes de prioridade dos
níveis e i. Para e , respectivamente o vetor de prioridades relativas do nível i e a
matriz de prioridades relativas do nível , podendo dizer que o vetor de prioridades
compostas é definido por

(4)

A seleção da melhor alternativa de decisão é realizada de acordo com o elemento de com


maior valor.

3.2 Método TOPSIS

O método multicritério TOPSIS foi desenvolvido por Ching-Lai Hwang e Kwangsun Paul
Yoon em 1981. Este método auxilia na tomada de decisões por meio da comparação e
rankings. Este método, situa as alternativas em relação aos pontos de referência: situação
18

ideal, em inglês positive ideal solution (PIS) e ao distanciamento de uma situação ideal
negativa, em inglês negative ideal solution (NIS).

A aplicação do método é baseada em duas matrizes. A primeira é uma matriz de decisão com
as diversas alternativas e atributos ou critérios. Posteriormente os dados são normalizados,
determinando a construção de uma segunda matriz. Para minimizar a distância da solução
ideal e maximizar a distância para a solução ideal negativa, ou anti-ideal, utiliza-se a técnica
da distância Euclidiana, que busca a minimização da raiz quadrada da soma das distâncias ao
quadrado para as soluções ideais (VALLADARES, 2011).

Para tanto, são definidos os vetores dos melhores e dos piores valores alcançados em cada
critério na matriz de avaliação (distância ao ideal e ao anti-ideal, respectivamente). De posse
dos parâmetros w e p definidos, calcula-se a distância de cada alternativa à solução como
sendo a solução de compromisso (taxa de similaridade) (MENEZES, 2006).

É importante ressaltar a influência dos pesos atribuídos aos critérios no método TOPSIS.
Atribuir notas ao invés de utilizar as grandezas dos critérios reduz as diferenças, diminuindo a
predominância de um critério de grande valor quantitativo, mas não qualitativo. Isso conta a
favor da escolha do método TOPSIS (VALLADARES, 2011).

Segundo Valladares(2011) a metodologia do TOPSIS consiste nas seguintes etapas:

1º passo - Construção da matriz: a primeira etapa é a construção da matriz do problema ou


matriz de decisão, conforme apresentado na Figura 2, com as alternativas e critérios
selecionados e as respectivas notas ou avaliações.

Figura 2 - Matriz de Decisão (Fonte: Valladares, 2011)


19

2º passo - Cálculo da matriz normalizada: a normalização pode ser realizada por vários
critérios, destacando-se a normalização linear e a por vetor. A normalização linear é um
procedimento simples, resultante da divisão da nota dada a um critério “x” qualquer pelo
máximo valor atribuído ao mesmo critério.

A normalização por vetor é realizada pela divisão de cada critério “x” por um modelo, que
neste caso é a raiz quadrada da soma dos quadrados referente a todas as alternativas, obtendo-
se o valor normalizado “y” para cada critério por meio da equação 5) abaixo:

(5)

3º passo - Cálculo da matriz com os respectivos pesos: a matriz normalizada é multiplicada


por pesos subjetivos para cada critério, que podem ser definidos por um ou mais decisores.
Utiliza-se a seguinte equação:

(6)

4º passo – Identificação da PIS e da NIS: cálculo da solução ideal positiva (S+) e da soluçã
ideal negativa (S-). Os melhores e piores valores são selecionados de cada critério para
identificação da PIS e da NIS. Utilizam-se as seguintes equações:
20

(7)

5º passo - Cálculo das distâncias entre a situação ideal positiva e cada alternativa (∆+) e
situação ideal negativa e cada alternativa (∆-): para cada alternativa uma medida de separação
é calculada em relação às situações positivas e situações negativas. As distâncias euclidianas
entre cada alternativa e a respectiva solução ideal positiva (Di+) e solução ideal negativa (Di-)
que podem ser calculadas da seguinte forma:

(8)

6º passo - Cálculo da similaridade para a posição ideal positiva: Calcular a posição relativa à
solução ideal (Ai) e a definição da hierarquização das alternativas. Utiliza-se a seguinte
equação:

(9)
21

Todas as alternativas são comparadas com a solução ideal positiva e com a solução ideal
negativa. Se uma das alternativas apresenta “Ai = 1”, portanto, essa alternativa é a solução
ideal, em contrapartida, se “Ai = 0”, essa alternativa será a solução ideal negativa. Quanto
maior o valor da aproximação relativa “Ai”, mais próxima da solução ideal é a alternativa, e,
por conseguinte mais afastada da solução ideal negativa. O ranking final é baseado em uma
decisão métrica de proximidade que seja uma função de ambas as medidas de separação.

3.3 Método ELECTRE

O método ELECTRE foi proposto inicialmente por Benayoun, Roy e Sussman, em 1966. É de
origem francesa e significa Elimination Et Choix Traduisant la Réalité, que quer dizer
eliminação e escolha traduzindo a realidade (OLSON17 apud MORAIS, 2006).

Segundo Almeida (2011), estes modelos são aplicados em duas fases:

 Construção da relação de sobreclassificação, onde se estabelece uma comparação par a


par entre as alternativas; e

 Exploração da relação de sobreclassificação, onde se aplica um procedimento ou


algoritmo para resolver o problema em função da problemática específica abordada.

O método Electre (eliminação e escolha expressando a realidade), tem como intuito obter um
conjunto de N alternativas, que sobre-classificam as que não entram no subconjunto N. O
procedimento é continuado até se obter um pequeno subconjunto, representado por
alternativas de melhor compromisso com o problema (Vincke18 apud Alencar, 2003). O
método ELECTRE se propõe a reduzir o tamanho do conjunto de alternativas, explorando o
conceito de dominância. É utilizado um índice de concordância C(a,b) para medir a vantagem
relativa de cada alternativa sobre todas as outras. De forma similar, é definido um índice de
discordância D(a,b), que mede a relativa desvantagem (ROY e VINCKE apud ALENCAR,
2003).

As seguintes versões ELECTRE são aplicadas por Roy (apud Alencar, 2003), cada uma
aplicável a um caso diferente:
22

ELECTRE I: indicado para problemáticas de escolha (P.α), busca selecionar um conjunto de


alternativas dominantes;

ELECTRE II: adequado para problemáticas de ordenação (P. γ) resulta numa ordenação das
alternativas não dominadas;

ELECTRE III: aplicável aos casos onde a família de pseudo-critério se verifica, sendo
indicado para problemáticas de ordenação ( P.γ);

ELECTRE IV: é igualmente aplicável nos casos onde a família de pseudo-critério se verifica.
Sua característica principal consiste na não utilização de ponderação associada à importância
relativa dos critérios, sendo indicado para problemáticas de ordenação ( P.γ);

ELECTRE IS: indicado para problemáticas de escolha (P.α) e para família de estrutura de
pseudo-critério;

ELECTRE TRI: aplicável aos casos da família de pseudo-critério, sendo indicado para
problemáticas de classificação (P.β).

Por existirem muitos métodos ELECTRE, irá ser focado neste trabalho, o ELECTRE TRI, por
ser um dos mais utilizados, se não, o mais utilizado. Abaixo, segue a sua metodologia
segundo Yu19 e Mousseau20 (apud COSTA, SOARES e OLIVEIRA, 2004).

O método ELECTRE TRI, trata de problemas de classificação ordenada onde, dado um


conjunto finito A = {A1,A2,...An} de alternativas avaliadas de acordo com um conjunto de
classes C= {C1,C2,...,Cn}, considerando o desempenho de A frente ao conjunto
F={g1,g2,...,gn} as alternativas apresentadas conforme as preferências do tomador de decisão.

A classificação é realiza considerando a análise do desempenho das alternativas à luz de um


conjunto de critérios F, a avaliação da importância dos critérios pertencentes a F e classes de
equivalência definidas por limites superiores e inferiores de desempenho.

17
OLSON, D. L. Decision Aids for Election Problems. Springer, 1996.
18
VINCKE, P. Multicriteria decision-aid. Bruxelles: John Wiley and Sons, 1992.
19
YU, W. ELECTRE TRI. Aspects méthodologiques et guide d'utilisation, Document du LAMSADE, No. 74,
Université Paris-Dauphine, 1992.
20
Mousseau, V., R. Slowinski, P. Zielniewicz (1999), A User-oriented Implementation of the ELECTRE-TRI
Method Integrating Preference Elicitation Support, Computers & Operations Research, 27, 757-777.
23

Neste métodos, as alternativas são classificadas a partir de dois passos: construção de uma
relação de subordinação S e exploração da relação S.

A construção da relação caracteriza como as alternativas são comparadas aos limites das
classes e permite a comparação de uma alternativa A com um limite padrão para a classe
de equivalência b considerando todo o conjunto de critérios.
Quando se diz aS quer dizer que a opção a é tão boa quanto ou vice versa e, para validar
a afirmação é preciso:

 concordância: para que aS seja aceito uma maioria de critérios deve ser a favor da
afirmação.

 não-discordância: quando na condição de concordância esperada nenhum dos critérios


da minoria deve se opor.

A construção de S pode sofrer interferências de dois parâmetros:

 o conjunto de coeficientes dos pesos (k1,k2,...,km) usado no teste de concordância


quando se computa a importância relativa da união dos critérios que são a favor da
afirmação aS ;

 conjunto de limites de vetor.

Para obter essa relação, devem ser seguidos os seguintes passos:

 computação do índice de concordância parcial (a, )e , a);

 computação do índice de concordância geral c (a, );

 computação do índice de discordância parcial (a, )e , a);

 computação da relação de subordinação fuzzy (objetiva representar a tomada de


decisão humana sob a ótica de subjetividade e do banco de dados modelado que apóia
todo esse processo) conforme índice de credibilidade (a, );

 determinação de um plano de corte da relação fuzzy para obter uma relação de


subordinação.
24

O índice de concordância parcial (a, ) expressa até que ponto que a afirmação a é pelo
menos tão boa quanto considerando que o critério é válido, enquanto o índice de
concordância global , a) expressa até que ponto as avaliações de a e estão de acordo
com a afirmação “a subordina ”.

O índice de discordância parcial (a, ) expressa até que ponto o critério se opõe à
afirmação “a pelo menos tão boa quanto ”, e é considerado discordante se, neste critério,
é preferida à a.

O grau de credibilidade da relação de subordinação (a, ) expressa até que ponto “a


subordina ” de acordo com (a, ) e com (a, ) com j pertencente a F. Os índices de
credibilidade são calculados a partir da soma dos valores estabelecidos na relação de
subordinação, baseando-se em alguns princípios:

 quando nenhum critério for discordante a credibilidade da relação de subordinação (a,


) é igual ao índice de concordância (a, ).

 quando um critério discordante se opõe ao veto para a afirmação então o índice de


credibilidade (a, ) torna-se nulo, ou seja, a afirmação “a subordina ” não é
confiável. (i. é, (a, )=1)

 quando um critério discordante é tal como c (a, ) < (a, ) < 1, o índice de
credibilidade torna-se mais baixo que o índice de concordância, sendo justo o efeito de
oposição.

Portanto, o índice de credibilidade (a, ) é o mesmo que índice de concordância fraca, por
um eventual efeito de veto.

A relação de subordinação fuzzy, acima citada, obtida entre uma relação de subordinação S é
feita sobre o significado de qual é considerado o menor valor de índice de compatibilidade
compatível com a afirmação que “a subordina ” assim, são definidas relações binárias:
preferência (>); indiferença (I); incomparabilidade (R).

aI ↔ aS é Sa;

a> ↔ aS e não Sa;


25

a< ↔ não aS e Sa;

aR ↔ não aS e não Sa.

O passo da exploração é necessário para analisar o modo em que uma alternativa “a” é
comparada com os limites padrão determinados para a classe que “a” deve ser enquadrada.
Para isso, dois procedimentos de classificação são avaliados:

 Procedimento de classificação pessimista ou conjuntivo:


- comparar “a” sucessivamente com , para i=p, p-1,..., 0
- que seja o primeiro limite padrão tal que aS classificando “a” para a
classe (a → ).

Se e denotam os limites inferior e superior da classe , o procedimento classifica a


alternativa “a” para a alta classe tal que aS
Utilizando =1 uma alternativa “a” só pode ser enquadrada em se for igual ou maior
que para cada critério. Se decresce o caráter conjuntivo da regra é fraco.

 Procedimento de classificação otimista ou disjuntivo:


- comparar “a” sucessivamente com , i=1,2,...,p
- seja o primeiro limite padrão tal que > a classificando “a” na classe (a
→ )

Esse procedimento classifica “a” para a mais baixa classe de para qual o limite superior de
é preferível a “a”, i. é, > a . Quando usa-se esse procedimento com =1 uma alternativa
“a” pode ser classificada em se exceder pelo menos em um critério e, ao
contrário do procedimento anterior, quando decresce, o caráter disjuntivo da regra que é
fraco.

A metodologia proposta neste trabalho fundamenta-se nos conceitos da AMD, conforme


reportado por Mousseau e Rogers21 (Moreira e Costa, 2011). A seguir estão as estapas da
metodologia apresentada:

21
ROGERS, M.; BRUEN, M.; MAYSTRE, L. Electre and decision support –methods and applications in
engineering and infrastructure investment. Kluwer Academic Publishers, USA. 2000.
26

1. Identificar e caracterizar o problema. Identificação dos produtos/componentes a serem


fornecidos e os fornecedores habilitados a fabrica-los;
2. Especificar os critérios. Definir os critérios a serem levados em consideração na
seleção de fornecedores. Azevedo e Costa22 (apud Moreira e Costa, 2011) advertem
que os critérios devem ser definidos por especialistas no problema em questão;
3. Especificar a escala para julgamento dos pesos de cada critério. O peso define a
importância ou influencia do critério no grau de competitividade de cada fornecedor;
4. Atribuir pesos para cada critério. Especialistas atribuem pesos a cada critério através
de julgamento de valor com auxilio da escala especificada no item 3;
5. Especificar a escala de julgamento dos desempenhos de cada fornecedor frente a cada
critério. Aqui se podem adotar escalar específicas para cada critério;
6. Identificar as classes de equivalência juntamente com seus respectivos limites. São
estabelecidas as classes de desempenho padrão para classificar os fornecedores
concorrentes;
7. Estabelecer os limites de preferência (P) e indiferença (Q) para cada critério. Isto
permite considerar a natureza imprecisa das avaliações do desempenho dos
fornecedores, à luz dos critérios considerados. Os valores de preferência (P) e de
indiferença (Q) utilizados são 0,5 e 0. Valores foram obtidos com base na escala de
julgamento utilizada e na definição dos perfis das classes;
8. Estabelecer o limite de veto (V) associada a cada critério. Definir o conceito de
rejeição ou veto a uma informação;
9. Emitir julgamento de valor à luz de cada critério. Esta etapa deve ser efetuada por
conhecedores do comportamento de cada fornecedor. Os avaliadores para este critério
não precisam ser os mesmos para os demais critérios;
10. Executar o algoritmo de classificação de ELECTRE TRI. Aqui se obtem a
classificação dos fornecedores analisados (NF) ;
11. Analisar os resultados obtidos pela classificação. Analisar os resultados individuais
frente aos critérios considerados, inclusive avaliando o grau de credibilidade dos
resultados;

3.4 Método Macbeth

22
AZEVEDO, Marilena Coelho de e COSTA, Helder Gomes. Metodologia para o diagnóstico estratégico.
Conferencia Internacionale de Ciências Empresariales. Santa Clara, Cuba: Universidad Central Marta Abreu,
2000. 8 p
27

Segundo Villela (2009), MACBETH é uma abordagem de apoio á decisão multicritério


desenvolvida por Carlos A. Bana e Costa e J. C. Vansnisck, na década de 90. A distinção
fundamental entre MACBETH e outros métodos de análise de decisão com múltiplos critérios
é que MACBETH requer apenas julgamentos qualitativos sobre as diferenças de atratividade
em múltiplos critérios para ajudar um decisor, ou uma tomada de decisão em grupo,
quantificar a atratividade relativa das opções.

O método MACBETH auxilia na resolução de duas questões essenciais (SOARES DE


MELLO e MAIA, 2003):

 Para cada critério, determina uma função que a cada alternativa faça corresponder um
número real. Essa função deve atribuir números maiores a alternativas com maior
atratividade, de tal forma que a maiores diferenças de atratividade correspondam
maiores diferenças no número real correspondente. É assim construída uma escala
cardinal de valores. Se o valor nulo for atribuído a uma alternativa com atratividade
zero, obtém-se uma escala cardinal ratio, ou de razões, que tem as propriedades
matemáticas de uma função utilidade monocritério.

Em alguns casos existe uma forma natural atribuir valores sendo custo de uma
mercadoria o exemplo clássico. Em outros casos a avaliação é qualitativa, sendo
necessário transformá-la em quantitativa. Mesmo no caso em que há uma forma
natural de atribuir valores, pode ser desejável o uso do MACBETH: é o caso em que a
atratividade de uma alternativa não guarda relação de proporcionalidade com o valor
atribuído pela escala usada.

 Tendo os valores de cada alternativa relativos a cada critério, é necessário agregá-los


em um valor de síntese através de uma soma ponderada. O problema consiste na
atribuição de coeficientes de ponderação aos vários critérios, respeitando as opiniões
dos decisores. Note-se que, embora os coeficientes de ponderação sejam,
tecnicamente, coeficientes de escala, a expressão “pesos” é normalmente usada para
designá-los.

Para o problema de construção da escala cardinal é usado o módulo scores do


programa MACBETH. No método MACBETH, quando ao decisor forem solicitados
julgamentos de valor sobre as ações potenciais (alternativas) em uma determinada
situação, ele o fará em termos da atratividade que sente por essa alternativa. Essa
28

tarefa é definida (Bana e Costa e Vansnick apud Soares de Mello e Maia, 2003) como
a construção de uma função critério vj, tal que:

- para a, b  A, v(a) > v(b) se, e somente se, para o avaliador a é mais atrativa
(localmente) que b (a P b);

- qualquer diferença positiva v(a) > v(b) representa numericamente a diferença de


valor entre a e b, com a P b sempre em termos de um ponto de vista fundamental j
(PVFj), ou critério j.

Assim, para a, b, c, d  A com a mais atrativa que b e c mais atrativa que d, verifica-se que
v(a) - v(b) > v(c) - v(d) se, e somente se, “a diferença de atratividade entre a e b é maior que a
diferença de atratividade entre c e d”.

A questão fundamental nessa abordagem é (Bana e Costa e Vansnick apud Soares de Mello e
Maia, 2003): “Dados os impactos ij(a) e ij(b) de duas alternativas a e b de A segundo um
ponto de vista fundamental PVFj (critério), sendo a julgada mais atrativa que b, a diferença de
atratividade entre a e b é “indiferente”, “muito fraca”, “fraca”, “moderada”, “forte”, “muito
forte” ou “extrema”.

É introduzida uma escala semântica formada por categorias de diferença de atratividade, com
o objetivo de facilitar a interação entre o decisor e o analista. O decisor deverá escolher uma,
e somente uma, entre as categorias apresentadas.

Se por um lado, o método MACBETH introduz um intervalo da reta real associado a cada
uma das categorias, por outro lado, esse intervalo não é fixado a priori, sendo determinado
simultaneamente com a escala numérica de valor v que está sendo procurada.

Assim, esse método liga-se ao problema teórico de representação numérica de semi-ordens


múltiplas por limiares constantes de Doignon23 (apud Soares de Mello e Maia, 2003),
representado por m relações binárias (P(1), P(2), ..., P(k), ..., P(m)), onde P(k) representa a
relação de preferência tanto mais forte quanto maior é k, dado um critério j.

23
DOIGNON, J. P Threshold representations of multiple semiorders. SIAM Joumal of Algebraic Discrete
Methods, v. 8, p. 77-84, 1984.
29

As preferências são representadas por uma função v e por funções limiares sk: a P(k) b,
sk  v(a)  v(b)  sk 1 , ou seja, é possível representar numericamente categorias semânticas de

diferença de atratividade através de um intervalo de números reais.

Não há restrição ao número de categorias semânticas a ser utilizado. No entanto, uma pessoa
é capaz de avaliar, simultaneamente, um número limitado de classes quando da expressão de
um juízo absoluto de valor, sendo algo em torno de sete fatores.

No MACBETH, a expressão dos julgamentos do decisor é feita por uma escala semântica
formada por seis categorias, de dimensão não necessariamente igual:

 C1 diferença de atratividade muito fraca  C1=[s1, s2] e s1=0

 C2 diferença de atratividade fraca  C2=]s2, s3]

 C3 diferença de atratividade moderada  C3=]s3, s4]

 C4 diferença de atratividade forte  C4=]s4, s5]

 C5 diferença de atratividade muito forte  C5=]s5, s6]

 C6 diferença de atratividade extrema  C6=]s6, +[

As categorias são delimitadas por limiares constantes s1, ..., s6, determinados
simultaneamente à obtenção da escala de valor v.

"Matematicamente, o método MACBETH é constituído por quatro PPLs seqüenciais


que realizam a análise de consistência cardinal, a construção da escala de valor
cardinal e revelam fontes de inconsistência. Os primeiro, terceiro e quarto
problemas destinam-se a verificar a existência de inconsistências e a sugerir sua
solução. O 2º PPL é responsável pela construção da escala de valor cardinal que
representa o conjunto de julgamentos do decisor. A formulação desses PPLs pode
ser encontrada em Bana e Costa e Vansnick e Corrêa (apud SOARES DE MELLO e
MAIA, 2003)."

Para o segundo problema apontado (atribuição de coeficientes de ponderação e construção da


função que conduz ao critério síntese) utiliza-se o módulo weights do programa MACBETH.
Ao contrário do método AHP que compara a importância dos critérios diretamente, o
MACBETH faz a comparação de forma indireta, ao considerar alternativas fictícias que
30

representam cada um dos critérios. A alternativa fictícia ai representa o critério j quando


apresenta a maior atratividade em j e a pior em todos os outros critérios. É ainda introduzida
uma outra alternativa, correspondente a um critério artificial, com a pior avaliação em todos
os critérios, com a finalidade de evitar que um critério real tenha peso nulo. A eventual
atribuição de peso zero a um critério relevante violaria o axioma da exaustividade (Roy e
Bouyssou apud Maia e Soares Mello, 2003 ). Por meio da comparação da atratividade das
alternativas são atribuídos os pesos aos critérios (e a faixa de variação). Os PPLs são
semelhantes aos anteriores, excetuando-se a restrição de normalização.
31

4. APLICAÇÃO DOS MÉTODOS MULTICRITÉRIO EM ENGENHARIA


DE PRODUÇÃO

Como pode ser visto na Figura 3, a pesquisa inicia com a definição das principais fontes de
pesquisa e, em seguida, são selecionados os artigos publicados no período de 2002 à 2012.
Para filtrar as publicações com o tema de métodos de multicritério, a exclusão foi realizada a
partir da leitura do título resumo de cada trabalho. Por fim, com a leitura desses artigos,
somente 30 artigos foram selecionados por se tratarem de problemas da área da Engenharia de
Produção.

Figura 3 - Filtragem dos artigos.

A pesquisa sobre aplicações dos métodos multicritérios foi realizada por meio da busca por
artigos publicados no período de 2002 à 2012 nas seguintes fontes: Encontro Nacional
Engenharia de Produção (ENEGEP); Simpósio de Engenharia de Produção e acontece
anualmente em Bauru (SIMPEP); Simpósio de Pesquisa Operacional e Logística Marinha
(SPOLM); Revista Produção; Revista Gestão Industrial; Revista Sistema e Gestão; Revista
em Pesquisa Operacional Desenvolvimento; Revista Gestão e Produção.
32

Segundo a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), existem dez áreas


da Engenharia da Produção. São elas: Engenharia de Operações e Processos da Produção;
Logística; Pesquisa Operacional; Engenharia da Qualidade; Engenharia do Produto;
Engenharia Organizacional; Engenharia Econômica; Engenharia do Trabalho; Engenharia da
Sustentabilidade; Educação em Engenharia de Produção

4.1 Resultados e Discussão

Ao todo, foram encontrados trinta artigos que utilizam os métodos multicritério como apoio
nas tomadas de decisões envolvendo Engenharia de Produção.

A Figura 4 apresenta a quantidade de artigos publicados no período de 2002 à 2012,


envolvendo problemas de multicritério na área de Engenhria de Produção. Os anos de 2010 e
2012 apresentam o maior número de artigos, lembrando que é provável que haja crescimento
do número de artigos ainda este ano, pelo fato de não terem sido realizados encontros como
por exemplo, o ENEGEP e o SIMPEP, que ocorrem no período de outubro e novembro.

Figura 4 - Número de artigos publicados por ano.


33

A Figura 5 representa a quantidade de artigos publicados por fonte de pesquisa. O Simpósio


de Engenharia de Produção aparece em primeiro com 9 artigos, seguidos pelas fontes do
ENEGEP e da Revista Produção, cada uma com cinco artigos.

Figura 5 - Número de artigos por fonte de pesquisa.

Para melhor visualização, os artigos foram separados em quadros a cada dois anos e com as
seguintes informações: título do trabalho, ano de publicação, fonte, o método multicrtiério
utilizado, a área da Engenharia de Produção e a ferramenta que foi utilizada.

O Quadro 2 mostra os artigos publicados em 2002 e 2003. O primeiro artigo relata um caso da
área de Engenharia de operações e processos da produção, usando o método Macbeth,
diferente dos outros dois artigos, que atua na área da Engenharia Organizacional, com apoio
dos métodos Promethee e o ELECTRE TRI.

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta


Apoio Multicritério à Engenharia de
decisão na escolha da Operações e
2002 ENEGEP Macbeth M-Macbeth
localização de uma Processos da
estação radiobase Produção
34

Modelo de decisão
multicritério para Revista
Engenharia
priorização de sistemas de 2002 Gestão e Promethee
Organizacional
informação com base no Produção
método Promethee
Análise multicritério
ELECTRE Engenharia
aplicada à implantação de 2003 SIMPEP
TRI Organizacional
Projetos Industriais
Quadro 2 - Artigos publicados nos anos de 2002 e 2003.

O Quadro 3 mostra quatro artigos que foram publicados em 2004 e 2005. Dois artigos, que
foram selecionados no SIMPEP, utilizam o método AHP para resolver o problema de
multicritério. Já o segundo artigo, utiliza o método ELECTRE TRI com o obejtivo de
solucionar um problema logístico.

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta

Emprego do método Engenharia de


ELECTRE III na ELECTRE Operações e
2004 ENEGEP
seleção de III Processos da
equipamentos Produção

Aplicação de dados da
literatura sobre a
Engenharia
implantação doQFD 2004 SIMPEP AHP
Organizacional
utilizando o método
AHP
Avaliação de
transportadoras de Revista
ELECTRE
materiais perigosos 2004 Gestão e Logística
TRI
utilizando o ELECTRE Produção
TRI
A metodologia de
multicritério como
ferramenta para a Engenharia do
2005 SIMPEP AHP ExpertChoice
tomada de decisões Trabalho
gerenciais: um estudo
de caso
Quadro 3 - Artigos publicados em 2004 e 2005

O número de artigos publicados relacionados com problemas de multicritério aumenta para


cinco nos anos de 2006 e 2007, como pode ser visto no Quadro 4, sendo três deles na área de
Engenharia de operações e processos da produção.
35

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta


Definição do grau de
automação para a
fabricação de carroceria ELECTRE Engenharia do
2006 ENEGEP M-Macbeth
bruta de automóveis a TRI Produto
partir da aplicação da
análise multicritério
Avaliação multicriterial
Engenharia de
de desempenho e
Revista Operações e
separação de fornecedores 2006 AHP
Produção Processos da
críticos de uma
Produção
manufatura OKP
Modelagem de problemas
Engenharia de
de decisão sobre arranjo
Operações e
físico: utilização do 2007 SIMPEP AHP
Processos da
método de decisão com
Produção
multicritério AHP
ELECTRE TRI aplicado a
Revista ELECTRE Engenharia
avaliação da satisfação de 2007
Produção TRI Organizacional
consumidores
Método multicritério de Engenharia de
Revista
apoio à decisão na gestão ELECTRE Operações e
2007 Gestão
manutenção: aplicação do I Processos da
Industrial
método ELECTRE I Produção
Quadro 4 - Artigos publicados em 2006 e 2007.

O Quadro 5 apresenta os artigos publicados em 2008 e 2009 nas áreas de Engenharia de


Operações e processos da produção e Engenharia Organizacional.

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta

Planejamento sistemático Engenharia de


de layout com apoio de Revista Operações e
2008 AHP
análise de decisão Produção Processos da
multicritério Produção

Enfoque multicriterio para Engenharia de


Revista
localização de instalação Operações e
2008 Sistema e SMARTER
de serviço: aplicação do Processos da
Gestão
método SMARTER Produção
36

Utilização de metodologia
multicritério na escolha da
ferramenta adequada para Engenharia
2009 ENEGEP AHP Excel
o desenvolvimento de Organizacional
painéis indicadores em
uma empresa de seguros
Decisões por mulcritérios
e objetivos no
planejamento agregado da Engenharia de
GAMS-
produção e na 2009 SIMPEP AHP Operações e
Solver
comercialização e Processos da
distribuição de uma usina Produção
sucroalcooleira
Modelo de apoio à
Engenharia de
decisão multicritério para
Revista Operações e
terceirização de atividades 2009 SMARTS
Produção Processos da
produtivas baseado no
Produção
métodos SMARTS
Aperfeiçoamento da
Gestão Organizacional Revista
Engenharia
por meio da abordagem 2009 Gestão MCDA-C M-Macbeth
Organizacional
multicritério de apoio à Industrial
decisão
Quadro 5 - Artigos publicados em 2008 e 2009.

Em 2010 e 2011 foram publicados sete artigos, com predomínio das áreas de Engenharia de
Operações e processos da produção e da Engenharia Organizacional, como pode ser visto no
Quadro 6.

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta


Abordagem
multicritério para
Engenharia de
selecionar a localização
ELECTRE Operações e
de uma jazida de 2010 SIMPEP
I Processos da
minério para construção
Produção
civil situado no estado
de Pernambuco
Diagnóstico e avaliação
de desempenho das Engenharia
2010 SIMPEP AHP Excel
organizações através da Organizacional
análise multicritério
37

Auxílio multicritério a
decisão para seleção de
Engenharia
linguagem de 2010 SIMPEP AHP ExpertChoice
Organizacional
programação usadas na
construção de sistemas
Identifcicação e
priorização dos fatores
Revista Engenharia
críticos de sucesso na 2010 AHP
Produção Organizacional
implantação de fábrica
digital
Um estudo de caso
sobre gerenciamento de Revista
Engenharia
portfólio de projetos e 2010 Gestão MCDA-C M-Macbeth
Organizacional
apoio à decisão Industrial
multicritério
Aplicação do método
multicritério para
Prometheé
priorizar projetos 2011 ENEGEP Logistica D-signht
II
hidroviários nos eixos
estruturantes
Um enfoque
multicriterial para a
destinação final dos
resíduos sólidos da Engenharia da
2011 SIMPEP AHP
agroindustria canavieira Sustentabilidade
do município de
Campos dos
Goytacanazes /RJ
Quadro 6 - Artigos publicados em 2010 e 2011.

Nesse ano já foram publicados cinco artigos relacionados aos métodos de multicritério na
Engenharia de Produção, como pode ser visto no Quadro 7. Acredita-se que esse número
possa aumentar já que dois simpósios, que estão nas fontes de pesquisa deste trabalho, ainda
serão realizados.

Título Ano Fonte Método Área da EP Ferramenta


Modelo multicritério
para avaliação e seleção
de projetos de pesquisa Revista Gestão Engenharia
2012 MCDA-C M-Macbeth
e desenvolvimento em Industrial Organizacional
uma empresa
distribuidora de energia
38

Abordagem do método
de apoio à decisão
multicritério para
determinar o 2012 SPOLM Promethee Logistica
desempenho da
localização de
plataforma logística
Análise multicritério
aplicada a tomada de
decisão estratégica de
escolha entre os modais
2012 SPOLM SMART Logistica M-Macbeth
de transporte-um
estudo de caso da
indústria de eletrônicos
de Manaus
Análise multicritério
para identificar
Engenharia
benchmarks de Projetos 2012 SPOLM AHP
Organizacional
de Embarcações
regionais da Amazônia

Modelagem com AHP Pesquisa


e BOCR para seleção Operacional para
2012 AHP Logistica
de prestadores de o
serviços logísticos Desenvolvimento

Quadro 7 - Artigos pubicados em 2012.

Como já foi dito anteriormente, esta pesquisa selecionou somente artigos que atuaram na área
da Engenharia de Produção. A quantidade de artigos por área é apresentado na Figura 6. Dos
trinta e um trabalhos selecionados, doze deles atuaram na área da Engenharia Organizacional,
envolvendo problemas de sistema de informação, avaliação de desempenho organizacional e
seleção de projetos. Em seguida, aparece a Engenharia de Operações e Processos da Produção
com dez artigos. Não foram encontrados trabalhos na área de Pesquisa Operacional,
Engenharia da Qualidade e na Educação em Engenharia de Produção.
39

Figura 6 -Gráfico em relação ao número de artigos publicados por área da Engenharia de Produção.

No Capítulo 3 foram apresentados metodologias AHP, família ELECTRE e TOPSIS que


auxiliam tomada de decisão de multicritério. No entanto, através da Figura 7, que mostra a
quantidade de vezes que o método multicriério foi usado, pode ser visto também, que o
método TOPSIS não foi empregado nos artigos selecionados. Entre as metodologias o AHP
foi o mais popular, usado em treze artigos, seguido pelos métodos da família ELECTRE, com
sete trabalhos.

Figura 7 - Gráfico do número de artigos por métodos multicritério utilizado.


40

4.1.1 Aplicações em Engenharia de Operações e Processos da Produção

Como foi visto na Figura 6, foram encontrados dez artigos na área da Engenhia de Operações
e Processos da Produção.

Desses artigos, três deles relatam problemas relacionados com à decisão de localização. O
primeiro trabalho, do Quadro 2, é um estudo fictício que propõe o método Macbeth para
auxiliar na escolha de uma Estação Radio Base, o que geralmente não é realizado pelas
operadoras de telefonia móvel. Quatro prédios foram considerados para a possível instalação
da ERB, levando-se em conta os seguintes critérios: a altura em que a ERB deve ser instalada;
a área disponível para a instalação; a viabilidade técnica; a forma de transmissão e o preço do
aluguel da área de instalação (MAIA et al 2002).

Em 2008, foi publicado um artigo que frisa a importância da decisão da localização de


instalações, na qual afeta o desempenho da organização, a satisfação do cliente e os custos
com a logística. Os critérios considerados para este problema foram: o tamanho da população,
que refere-se ao número de clientes que a alternativa esta localizada; ditância média entre as
áreas; custo de instalação e de operação; a infra-estrutura do varejo; e a acessibilidade, que é
o críterio qualitativo quanto ao fluxo do tráfego no local. Com o método multicritério
SMARTER, procurou solucionar o problema considerando multiplos atributos envolvidos e a
subjetividade inerente (LOPES e ALMEIDA, 2008).

O terceiro artigo analisa as alternativas existentes para a localização de uma jazida mineradora
no estado do Pernambuco. Para o perfil da empresa do setor de mineradoras de agregados é
importante levar em conta a qualidade da rocha, se já proximidades com moradias, a distância
do centro comercial, acessibilidade, proximidade de insumos, se há disponibilidade de mão-
de-bra e a infra-estrutura. O método escolhido foi o ELECTRE I por ser uma metodologia
simples e prática (XIMENES, FONTANA e MORAIS, 2010).

Dois dos trabalhos procuraram solucionar problemas de seleção de equipamentos. Em 2004,


um problema aparentemente simples, utilizou o método ELECTRE TRI para selecionar um
modelo de impressora para atender às necessidades de alunos da Graduação e da Pós-
Graduação de uma Universidade. Na análise foram considerados seis modelos e julgados
pelos critérios de valor da impressora, a velocidade de impressão, resolução e o custo por
página (Freitas, Rubim e Manhães, 2004). No outro artigo, o método multicritério ajudou o
41

Gestor da Manutenção a selecionar os equipamentos críticos no processo produtivo. O


elemento se torna crítico devido aos riscos que ele causa à segurança, ao meio ambiente e à
produção (HELMANN e MARÇAL, 2007).

Um trabalho aplicado foi em um grupo de seis estrategistas focado, obteve sucesso ao utilizar
um dos métodos multicritério, o AHP, para avaliar o desempenho de dez fornecedores de
OKP (one-kind-of-product). Esse tipo de produto é projetado e construído segundo
especificações e requisistos únicos. Eles identificaram as necessidades como qualidade, custo,
entrega, flexibilidade e tecnologia e avaliaram os fornecedores através de questionários
(ROSA, SELLITTO e MENDES, 2006).

Com relação a definição de layout, em 2007, uma pesquisa foi feita com as empresas do Vale
do Paraíba nos ramos Aeronáutico, Automotivo, Químico/Fotoquímico, afim de obter um
ranking da importância dos critérios como o aspecto ergonômico e de segurança, facilidade na
moviementação dos materiais, flexibilidade na produção, natureza do trabalho e o nível de
investimento de cada ramo para elaboração de um arranjo físico de produção (Fino, Marins e
Solomon, 2007). Um ano depois, uma empresa do ramo automativo procurou selecionar um
método SLP (Planejamento Sistemático de Layout), pois necessitava aumentar seu espaço
fabril de modo a possibilitar a instalação de novos equipamento (TORTORELLA e
FOGLIATTO, 2008).

Quanto ao Planejamento e Controle da Produção, o AHP foi utilizado para priorizar os


objetivos e assim, auxiliar no planejamento agregado da produção, comercialização e
distribuição de uma usina sucroalcooleira. Os aspectos operacionais, tecnológicos, financeiros
e logísticos foram analisados (Silva, Marins, Salomon, Montevechi e Neves, 2009). No
mesmo assunto, o método SMARTS auxiliou uma empresa na decisão de quais atividades da
organização deveriam ser terceirizadas. O decisor, com a ajuda de uma consultoria
independente e um facilitador externo, definiu os atributos importantes quanto à terceirização,
que refere-se ao impacto da atividade no negócio, o investimento, os riscos de transferência
de tecnologia, o nível de dificuldade com a mão-de-obra própria para a atividade e a
satisfação com o desempenho atual do processo. A aplicação deste modelo mostrou-se uma
ferramenta simples e adequada ao problema decisório (VALOIS e ALMEIDA, 2009).

4.1.2 Aplicações em Logística


42

Na área de Logística, o artigo do Quadro 3, apresentou um estudo de caso com uma empresa
distribuidora de combustíveis, com a finalidade de classificar e escolher prestadores de
serviços para transporte de materiais perigosos. Os critérios, definidos pelo Chefe de
Desenvolvimeno de Transportes, foram a segurança, o custo do frete, o nível de serviço, o
sitema de Gestão e Qualidade e a capacidade de negociação (COSTA, SOARES e
OLIVEIRA, 2004).

O artigo publicado no ENEGEP em 2011 tem como objetivo definir o ranking dos projetos
hidroviários nos eixos estruturantes do Brasil com o método Promethee II. O ranking
estabelece conjunto de hidrovias prioritárias, por eixo, que contribui para elevar o
desempenho do modal, garantindo um melhor equilíbrio do sistema de transportes. Nove
eixos de hidrovia foram avaliadas quantitativamente em relação aos critérios de custo,
econômico e ambiental. Já qualitativamente, pelos critérios de acessibilidade e integração
(CARDOSO, SANTOS, SILVA e MOITA, 2011).

Plataforma logística é definida como um local, em posição estratégica, que reúne serviços
interligados ao sistema de logística em portos e aeroportos. Esse artigo foi publicado esse ano
com o objetivo da pesquisa, que é determinar o desempenho das Plataformas Logísticas
candidatas ao benchmark para o projeto de Campinas. A localização proposta deve reunior
características como a integração com o Governo Central, centralidade geográfica, localização
na área Metropolitana, pré-existência de acessos (rodoviários, ferroviários e fluviais), entre
outros. Utilizou-se o método Phomethee (SANTOS, CARDOSO e MOITA, 2012).

Dois artigos, ambos publicados nesse ano, relataram o uso de métodos multicritério de apoio
na escolha do transporte de seus produtos. No entanto, o artigo encontrado na SPOLM,
analisa a escolha de modais para o transporte, de uma empresa do segmento eletrônico, entre
a Zona Franca de Manaus e o estado de São Paulo, com a ajuda do SMART (Amaral,
Holzhey, Montibeller e Yoshizaki, 2012). Já o trabalho encontrado na Revista Pesquisa
Operacional para o Desenvolvimento, propõe a solução de um problema de seleção de
prestadores logísticos em uma indústria química. Esses dois artigos levantaram alguns
critérios semelhantes, como a confiabilidade, flexibilidade de operação, segurança, custo,
entre outros (TRAMARICO et al 2012).

4.1.3 Aplicações em Engenharia do Produto


43

Devido à crescente concorrência das fábricas automotivas, acarretou na redução do lead time
no lançamento de novos modelos. Portanto, houve a necessidade de produzir nova carroceira
para cada novo modelo de veículo. O método ELECTRE TRI foi utilizado para saber qual o
grau de automoção que deve ser aplicado ao processo produtivo, ou seja, definir a relação
adequada entre a automação e a mão-de-obra. É importate a verificação quanto à qualidade do
produto, ao custo das operações, ao volume de produção, ao asseguramento do processo
produtivo, a repetibilidade do processo, a flexibiladade para a integração de novos modelos e
as exigências do produto (ZAGO e COSTA, 2006).

4.1.4 Aplicações em Engenharia Organizacional

Uma subárea da Engenharia Organizacional é a Gestão de Projetos, na qual o sucesso da


mesma depende do modo em que é implantada. Portanto, a necessidade de tomar decisões
corretas para procurar maximizar as oportunidades e minimizar as falhas. O artigo do Quadro
3, propõe a utilização do método ELECTRE TRI para avaliar três projetos, selecionados pelos
empreendedores, quanto ao seus aspectos de prazo, custo e qualidade (SILVA e COSTA,
2003).

O QFD (Quality Function Deployment - Desdobramento da Função Qualidade) é um


importante método para o desenvolvimento de produtos, na qual traduz e identifica as
principais necessidades do cliente, no entanto, apresenta várias dificuldades ao implantar o
QFD. Este artigo, com a ajuda do método AHP, visa auxiliar na identificação das principais
dificuldades, requisitos e recomendações do QFD (CARNEVALLI, MIGUEL e CALARGE,
2004).

Ainda envolvendo Gestão de Projetos, o artigo "Um estudo de caso sobre gerenciamento de
portfólio de projetos e apoio à decisão multicritério" apresentou um estudo de caso que foi
realizado em uma organização desenvolvedora de software que utiliza o MCDA-C para
identificar, mensurar e integrar as dimensões julgadas pelo decisor como necessárias e
suficientes para assim, avaliar os projetos. Alguns dos requisitos são: produtos compatíveis
com players internacionais, custo de ciclo de vida, pioneirismo, falhas, alianças estratégicas,
velocidade no desenvolvimento de novas funcionalidades, entre outros (LACERDA,
ENSSLIN e ENSSLIN, 2010).

Outra publicação semelhante com a anterior, também da Revista Gestão Industrial de 2012,
tem como meta construir um modelo de avaliação que auxilie o decisor a compreender as
44

oportunidades para enfrentar os desafios no processo de desenvolvimento e seleção de


projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. O MCDA-C permite o decisor identificar, organizar,
mensurar, integrar, segundo a sua percepção, os fatores críticos de sucesso na área de
Pesquisa e Desenvolvimento da empresa em estudo (ENSSLIN et al 2012).

O transporte fluvial de passageiros combinado com o transporte de cargas na região da


amazônia é realizado por várias embarcações. Assim, o artigo "Análise multicritério para
identificar benchmarks de Projetos de Embarcações regionais da Amazônia" realiza a
aplicação do método AHP e com isso, buscar condicionantes e implicações para um novo
conceito de embarcação, adaptada às características regionais. As avaliações foram realizadas
quanto à acessibilidade, higiene, iluminação, segurança e outros de cada local (banheiro,
cozinha, bar, etc.) da embarcação (SANTOS, CARDOSO e KUWAHARA, 2012).

Outra subárea da Engenharia Organizacional que autores estudaram sobre tomadas de


decisões foi na Gestão da Informação. Em 2002, a Revista Gestão e Produção apresenta um
modelo de decisão multicritério para priorização de sistemas de informação com base no
método Promethee. O decisor incorpora atributos como impacto dos fatores estratégicos e
aspectos operacionais dos processos de negócio (ALMEIDA e COSTA, 2002).

Ainda na Gestão da Informação, publicado no SIMPEP em 2010, o trabalho tem o objetivo de


selecionar uma linguagem de programação para construção de um software de gestão
financeira para ser utilizado pela Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Es. As
alternativas de liguagem de programação são o ZIM, Delphi, Java e PHP. A seleção das
alternativas foi realizada com base nos critérios de produtividade, continuidade tecnológica,
grau de conhecimento da equipe, compatibilidade para publicação na web e suporte técnico.
Optaram por utilizar a ferramenta ExpertChoice (XAVIER, SILVA e COELHO, 2010).

Quatro trabalhos envolvendo Gestão do Desempenho Organizacional foram publicados com


diferentes objetivos, são elas: avaliar a satisfação de consumidores, escolha da ferramenta
mais apropriada como indicador de desempenho, avaliação de desempenho das empresas
terceirizadas e avaliação de desempenho de atividades.

O primeiro artigo avaliou a satisfação de consumidores quanto aos serviços nos requisitos de
cortesia, rapides, limpeza do local, acesso, preço, variedade, entre outros, oferecidos por uma
pequena empresa do setor gastronômico, com o método ELECTRE TRI (COSTA et al 2007).
45

Indicadores de desempenho é um conjunto de medidas, qualitativas e quantitativas, referentes


à organização como um todo, aos departarmentos, à processos e outros. A utilização de
painéis, ajuda na manutenção e nas estratégias da empresa. No artigo "Utilização de
metodologia multicritério na escolha da ferramenta adequada para o desenvolvimento de
painéis indicadores em uma empresa de seguros", o método AHP auxiliou na escolha da
ferramenta que melhor atende o foco principal. Para os avaliadores eram importante a
infraestrutura tecnológica, o suporte técnico, a funcionalidade, menor custo e a performance
da ferramenta. O método foi considerado ideal para o problema, pela facilidade do uso pelos
especialistas e por agregar subjetivos (COSTA e DUARTE, 2009).

Com a privatização do sistema Telebrás acarretou a adoção da terceirização nos projetos de


expansão e implantação dos equipamentos de voz e dados pela empresas operadoras do
sistema. No entando, a contratação das mesmas, eram baseadas em critérios intuitivos,
favorecendo a possibilidade de ocorrência de retrabalho, custos adicionais e insatisfação do
cliente. O terceiro artigo presente na subárea Gestão de Desempenho busca desenvolver um
modelo de avaliação de desempenho das empresas terceirizadas na área de telecomunicações,
com o auxílio do MCDA-C (GIFFHORN et al 2009).

O método AHP, novamente, contribuiu para a análise multicritério em relação às ferramentas


para o diagnóstico e avaliação de desempenho das atividades de uma organização. Nesse
modelo, sete critérios de desempenho foram aplicados, são eles: eficácia, eficiência,
qualidade, produtividade, qualidade de vida no trabalho, inovação e lucratividade
(RUGGIERO et al 2010).

As grandes empresas hoje, adotam Tecnologia de Informação como forma de buscar melhores
resultados. Portanto, na Gestão da Tecnologia, o método AHP auxiliou na busca dos fatores
críticos de sucesso na implantação de um projeto de fábrica digital em uma empresa
brasileira. Primeiramente, definiram fases de implantação do projeto, como por exemplo, a
fase 1 correspondia a preparação do projeto, fase 2 a definição de processos futuros e assim
por diante. No resultado, foi possível mostrar qual o fator crítico de sucesso mais importante e
em qual fase esse fator se destacou como o de maior prioridade (CARLI, DELAMARO e
SALOMON, 2010).

4.1.5 Engenharia do Trabalho


46

Nessa área, que trata da tecnologia da interface máquina-ambiente-homem-organização, o


trabalho que está no Quadro 4, mostra um modelo de apoio à decisão quanto à escolha do
melhor candidato para o cargo de Gerente de Produção. Este estudo não seria selecionado,
pelo fato de ser um problema de Recursos Humanos, no entanto, envolve um cargo da área da
Engenharia de Produção. Os aspectos relevantes levados em conta, para avaliar os três
candidatos, são a experiência profissional, educação (educação formal e curso de capacitação
realizados) e características pessoais (prova logística) (MARINS, SOUZA e FREITAS,
2005).

4.1.6 Engenharia da Sustentabilidade

Na área de Engenharia da Sustentabilidade, este artigo utiliza a técnica de auxílio multicritério


para selecionar a melhor alternativa de geração de energia renovável utilizando os resíduos
sólidos da agroindústria canavieira do município de Campos dos Goytacanazes, no Rio de
Janeiro. Os critérios mais importantes estabelecidos para a escolha foram o custo de
instalação, custo de manutenção, impacto ambiental, facilidade de comercialização e
incentivo governamental. O problema foi resolvido pelo método AHP (SOARES e ERTHAL,
2011).

4.2 Ferramentas

Somente dez artigos usaram algum software que atribui valores aos critérios, para solucionar
seus problemas. Dentre as ferramentas utilizadas o M-Macbeth, foi o mais empregado,
totalizando seis artigos. Essa divisão pode ser vista na Figura 8.

Figura 8 - Gráfico do número de estudos que utilizaram alguma ferramenta como auxílio.
47

Todas as ferramentas utilizadas são pagas, podendo escolher difentes pacotes como por
exemplo, a licença de um ano ou a compra definitiva. Os softwares Expert Choice, Gams
Solver e o D-Sight são americanos, mas só o primeiro tem suporte aqui no Brasil.

O M-Macbeth, apesar do nome, pode auxiliar outros tipos de métodos, e não só o Macbeth.
Esta ferramenta faz uma abordagem interativa que requer apenas julgamentos qualitativos,
empregando um procedimento que compara dois elementos de cada vez. Uma versão demo do
M-Macbeth existe, gratuitamente, mas só faz o julgamento para no máximo cinco critérios.
48

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Contribuições

De acordo com o objetivo deste trabalho foi realizado um levantamento literário sobre
métodos multicritérios. Em seguida, artigos publicados foram selecionados e analisados nas
respectivas áreas da Engenharia da Produção. Em todos os estudos, os métodos multicritério
se mostraram eficazes.

Este trabalho mostrou a utilidade das metodologias multicritério de apoio à decisão em


aplicações, o qual o uso destas técnicas ainda tem sido pouco explorada. Muitas empresas
ainda resistem à ideia e acabam por tomar decisões baseados por um único critério, o custo.

Notou-se que nem em todos os casos foram utilizados softwares específicos para auxiliá-los.
No entanto, pelo fato de ter cálculos simples, acredita-se que a maior parte deles tenham
utilizado o Microsoft Office Excel. O M-Macbeth foi a ferramenta mais usada, podendo ser
encontrada em versão gratuita, porém com a capacidade limitada de avaliar critérios superior
à cinco.

Os artigos que apresentaram estudo de caso envolvendo avaliação de desempenho


organizacional, utilizam métodos multicritério auxiliadores nas tomadas de decisões e
também fornecem um feedback para a organização. E com isso, permite que os envolvidos
possam propor melhorias às alternativas que não se foram satisfatórios.

Este trabalho serviu para relacionar os métodos multicritérios com problemas da Engenharia
de Produção, comparando diversos estudos de casos que foram solucionados com essas
metodologias.

5.2 Limitações

O desenvolvimento deste trabalho apresentou algumas limitações relacionadas aos artigos que
foram estudados, pois foram considerados somente os trabalhos publicados em português.

5.3 Trabalhos Futuros

A partir das análises realizadas durante esse trabalho é possivel identificar outras
possibilidades para o aprimoramento desse estudo. Uma delas é realizar busca das aplicações
do método TOPSIS.
49

Quanto as fontes de pesquisa, procurar artigos publicados em demais simpósios, mesmo que
de outros cursos, pois podem existir trabalhos que envolvam alguma área da Engenharia de
Produção.
50

6. REFERÊNCIAS

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método multicritério PROMETHEE. Dissertação (Mestrado), Recife, 2003

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