Mest - Jose Augusto - Esao

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 96

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Cap QMB JOSÉ AUGUSTO DA CRUZ MARIANO

TAREFAS DE MANUTENÇÃO DE 1º E 2º ESCALÕES DO SISTEMA DE


ALIMENTAÇÃO DA VIATURA GUARANI: UMA PROPOSTA DE
DIFERENCIAÇÃO.

RIO DE JANEIRO

2017
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

Cap QMB JOSÉ AUGUSTO DA CRUZ MARIANO

TAREFAS DE MANUTENÇÃO DE 1º E 2º ESCALÕES DO SISTEMA DE


ALIMENTAÇÃO DA VIATURA GUARANI: UMA PROPOSTA DE
DIFERENCIAÇÃO.

Dissertação de Mestrado apresentada à


Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Ciências Militares.

Orientador: Cel QMB Nelson de Souza


Júnior

RIO DE JANEIRO

2017
Cap QMB JOSÉ AUGUSTO DA CRUZ MARIANO

TAREFAS DE MANUTENÇÃO DE 1º E 2º ESCALÕES DO SISTEMA DE


ALIMENTAÇÃO DA VIATURA GUARANI: UMA PROPOSTA DE
DIFERENCIAÇÃO.

Dissertação de Mestrado apresentada à


Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais,
como requisito parcial para a obtenção do
grau de Mestre em Ciências Militares.

Aprovado em

Banca Examinadora

________________________
Manoel Márcio Gastão – Cel
Doutor em Ciências Militares
Presidente/EsAO

________________________
Maj Tibério Ferreira Figueiredo
Mestre em Ciências Militares
1º Membro/EsAO

________________________
Nelson de Souza Júnior – Cel
Doutor em Ciências Militares
2º Membro/EsAO
À minha esposa e à minha filha
uma homenagem como
gratidão pela compreensão que
tiveram ao abrir mão de minha
atenção em razão da
conclusão deste trabalho.
AGRADECIMENTOS

Ao coronel Nelson de Souza Júnior pelas orientações seguras desde o


primeiro instante da designação como orientador.
Aos militares do 15º e 25º Batalhão Logístico pela colaboração nos dados
pesquisados e aos demais militares participantes deste estudo.
Ao amigo Elder pela camaradagem dispensada a mim e a minha família
durante o curso deste trabalho.
A minha esposa e filha que tanto souberam compreender a importância desta
empreitada e colaboraram para seu sucesso me ajudando a perseverar nesta
pesquisa.
RESUMO

A pesquisa está inserida no tema da transformação do Exército Brasileiro, através


da adoção do novo veículo blindado Guarani para incrementar a capacidade
operativa da infantaria e da cavalaria mecanizada, entretanto, notou-se que a
inserção do novo veículo trouxe consigo um problema de natureza logística, uma
vez que os manuais da viatura não abordam de maneira satisfatória componentes
importantes, como os do sistema de alimentação – responsável por suprir o motor
de ar e combustível – além de indicar ações de manutenção em escalões acima das
demais viaturas existentes no Exército Brasileiro. Para resolver esse problema, a
pesquisa partiu do pressuposto de que o fator “tempo de execução” prepondera na
definição do conceito de complexidade de uma tarefa de manutenção e, por
consequência, altera sua posição entre os 1º e 2º escalões. Para tanto, esta
dissertação valeu-se de pesquisa bibliográfica onde foram colhidos dados da
legislação institucional que abordam o conceito de escalonamento e informações
dos manuais do próprio veículo. A pesquisa contou ainda com a pesquisa de opinião
reunindo, através de questionários, a compreensão de mecânicos especialistas
sobre as peculiaridades do sistema de alimentação do blindado, alvo deste estudo.
Inclui-se neste trabalho uma observação de campo realizada em duas organizações
militares de manutenção com a finalidade de registrar aspectos importantes para
definição do conceito de complexidade de uma tarefa. Em seguida, listaram-se os
procedimentos de manutenção submetendo-os a observação dos mecânicos, que os
analisaram mediante o critério escolhido pela pesquisa como definidor de sua
complexidade. Os resultados indicaram que o fator escolhido pela pesquisa não é
preponderante, mas importante para classificar a complexidade de um procedimento
de manutenção. Com intenção de buscar diferenças significativas, a lista de tarefas
proposta pela pesquisa foi comparada com a do fabricante. Na conclusão, a
dissertação sugere uma ratificação de sua proposta nas organizações militares e
ressalta a importância de a documentação técnica de manutenção, tanto a do
Exército Brasileiro, quanto a da própria viatura sejam revistas para tornar mais
simples os conceitos de escalões de manutenção e a descrição dos procedimentos
que concernem à viatura adotada.

Palavras-chave: Viatura Guarani. Escalões de Manutenção. Sistema de


Alimentação.
RESUMEN

La investigación está inserta en el tema de la transformación del Ejército Brasileño, a


través de la adopción del nuevo vehículo blindado Guarani para incrementar la
capacidad operativa del arma de infantería y caballería mecanizada, sin embargo, se
notó que la inserción del nuevo vehículo traía consigo un problema de naturaleza
logística, ya que los manuales del vehículo no abordan de manera satisfactoria
componentes importantes, como los del sistema de alimentación, responsable de
suplir el motor de aire y combustible, además de indicar acciones de mantenimiento
en escalones por encima de los demás vehículos existentes en el Ejército Brasileño.
Para resolver este problema, la investigación partió del supuesto de que el factor
"tiempo de ejecución" prepondera en la definición del concepto de complejidad de
una tarea de mantenimiento y, por consiguiente, altera su posición entre los 1º y 2º
escalones. Para ello, esta disertación se valió de investigación bibliográfica donde se
recolectaron datos de la legislación institucional que abordan el concepto de
escalonamiento e informaciones de los manuales del propio vehículo. La
investigación contó además con una encuesta de opinión, reuniendo, a través de
cuestionarios, la comprensión de mecánicos especialistas sobre las peculiaridades
del sistema de alimentación del blindado, objetivo de este estudio. En este trabajo se
incluye una observación de campo realizada en dos organizaciones militares de
mantenimiento con la finalidad de registrar aspectos importantes que sirvan para
definir el concepto de complejidad de una tarea. A continuación, se listaron los
procedimientos de mantenimiento sometiéndolos a la observación de los mecánicos,
que los analizaron mediante el criterio elegido por la investigación como definidor de
su complejidad. Los resultados indicaron que el factor elegido por la investigación no
es preponderante, pero importante para clasificar la complejidad de un
procedimiento de mantenimiento. Con la intención de buscar diferencias
significativas, la lista de tareas propuesta por la investigación fue comparada con la
del fabricante. En la conclusión, la disertación sugiere una ratificación de su
propuesta en las organizaciones militares y resalta la importancia de que la
documentación técnica de mantenimiento, tanto la del Ejército Brasileño, como la del
propio vehículo sean revisadas para hacer más simples los conceptos de escalones
de mantenimiento y la descripción de los procedimientos que se refieren al vehículo
adoptado.

Palabras clave: Vehículo Guaraní. Escalones de mantenimiento. Sistema de


Alimentación.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 10
1.1 PROBLEMA E SEUS ANTECEDENTES.......................................... 10
1.2 OBJETIVOS....................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo geral..................................................................................... 11
1.2.2 Objetivos específicos......................................................................... 12
1.3 HIPÓTESES...................................................................................... 13
1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................. 14
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................ 15
2.1 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS DIESEL................... 15
2.1.1 Circuito de ar.................................................................................... 16
2.1.2 Circuito de combustível.................................................................. 17
2.2 O ESCALONAMENTO DA MANUTENÇÃO...................................... 17
O escalonamento da manutenção no âmbito do Ministério da
2.2.1
Defesa............................................................................................... 18
O escalonamento da manutenção no âmbito da Marinha do
2.2.1.1
Brasil.................................................................................................. 19
O escalonamento da manutenção no âmbito do Exército
2.2.1.2
Brasileiro............................................................................................ 20
O ESCALONAMENTO DA MANUTENÇÃO DE VIATURAS DO
2.3
EB...................................................................................................... 21
2.4 OPERAÇÕES PRIVATIVAS DOS ESCALÕES DE MANUTENÇÃO 21
2.5 A NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS DE RODAS – GUARANI.......... 23
2.6 MANUAIS TÉCNICOS DA VBTP GUARANI..................................... 26
3 METODOLOGIA............................................................................... 29
3.1 O OBJETO FORMAL DE ESTUDO................................................... 29
3.2 AMOSTRA......................................................................................... 30
3.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA..................................................... 30
3.3.1 Procedimentos para revisão da literatura..................................... 31
3.3.2 Procedimentos metodológicos...................................................... 32
3.3.3 Instrumentos.................................................................................... 36
3.3.4 Análise dos dados........................................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................... 38
4.1 RESULTADOS.................................................................................. 38
Identificação dos componentes do sistema de alimentação da
4.1.1
VBTP Guarani................................................................................... 41
4.1.1.1 Circuito de ar..................................................................................... 41
4.1.1.2 Circuito de combustível..................................................................... 43
Identificação das tarefas de manutenção dos componentes do
4.1.2
sistema de alimentação da VBTP Guarani................................... 45
Classificação dos procedimentos do sistema de alimentação:
4.1.3
manutenção preventiva e corretiva............................................... 47
4.1.3.1 Tarefas do circuito de ar.................................................................... 48
4.1.3.2 Tarefas do circuito de combustível.................................................... 49
Apresentação de variáveis que podem influenciar a
4.1.4
complexidade de uma tarefa de manutenção.............................. 50
Resultado das observações realizadas nas OM de
4.1.5
manutenção...................................................................................... 53
4.1.5.1 Resultados obtidos no 15º B Log...................................................... 54
4.1.5.1.1 Circuito de ar - 1º escalão – operador/motorista............................... 55
4.1.5.1.2 Circuito de ar – demais escalões....................................................... 55
4.1.5.1.3 Circuito de combustível - 1º escalão motorista/operador................. 56
4.1.5.1.4 Circuito de combustível – demais escalões....................................... 57
4.1.5.2 Resultados obtidos no 25º B Log...................................................... 59
4.1.5.2.1 Circuito de ar - 1º escalão – operador/motorista............................... 60
4.1.5.2.2 Circuito de ar – demais escalões...................................................... 60
4.1.5.2.3 Circuito de combustível - 1º escalão motorista/operador.................. 61
4.1.5.2.4 Circuito de combustível – demais escalões....................................... 62
4.2 DISCUSSÃO...................................................................................... 64
4.3 CONCLUSÃO PARCIAL.................................................................... 68
Proposta de escalonamento de manutenção do sistema de
4.3.1
alimentação da VBTP Guarani.......................................................... 69
Comparação da proposta de escalonamento da pesquisa com a
4.3.2
especificação do fabricante............................................................... 71
Apresentação e discussão de ideias e sugestões dos mecânicos
4.3.3
da VBTP Guarani............................................................................... 75
5 CONCLUSÃO.................................................................................... 77
REFERÊNCIAS................................................................................. 82
APÊNDICE A - Questionário para coleta de dados.......................... 85
APÊNDICE B - Proposta de diferenciação das operações de
manutenção do sistema de alimentação da
VBTP Guarani entre o 1º e 2º escalões 90
Quadro ...........................................................
APÊNDICE C - //escalões comparativo do escalonamento da
pesquisa com as especificações do
fabricante............................................................. 92
10

1 INTRODUÇÃO

A adoção da viatura Guarani pelo Exército Brasileiro (EB) constitui-se num


marco de modernização tecnológica e uma revolução doutrinária, essencialmente
para a Infantaria Motorizada, desafiada a transformar-se em mecanizada. Dentre
todos os aspectos que envolvem esta transformação, existe a mudança da
mentalidade logística, especialmente a da manutenção do material.

1.1 PROBLEMA E SEUS ANTECEDENTES

A viatura Guarani compõe-se de um sistema integrado de armas, sistemas


mecânicos e de comunicações, que devem funcionar coordenadamente para o
atingimento dos objetivos impostos à tropa que a emprega. Deste modo, se faz
necessário que a mudança da mentalidade perceba um envolvimento maior entre
operador-equipamento, a fim de garantir a conservação, disponibilidade e
confiabilidade do material empregado.
Neste viés, a manutenção da viatura Guarani, conforme foi proposta pelo
fabricante, não está perfeitamente adaptada aos critérios e conceitos militares de
escalonamento da manutenção. As dificuldades em se estabelecer níveis de
responsabilidades sobre as ações de manutenção prejudica o planejamento de uma
série de outras providências gerenciais e estruturais, como por exemplo, o
dimensionamento da infraestrutura necessária para manutenção nas organizações
militares; os conjuntos de ferramentas que cada nível deverá possuir e a quantidade
e sortimento de suprimento necessários dentro do fluxo correspondente, dentre
outras.
Em 2016, foi possível observar, no âmbito da Companhia Logística de
Manutenção do 15º Batalhão Logístico (15º B Log), sediado em Cascavel – PR, a
atuação de mecânicos de viaturas blindadas e constatou-se que as tarefas de
manutenção, descritas no manual do fabricante da viatura blindada de transporte de
pessoal média de rodas (VBTP-MR) Guarani, não estão organizadas na perspectiva
de sistemas – sistema de alimentação, lubrificação, elétrico etc - o que de certa
forma dificulta a interpretação e a correspondência dos conceitos de manutenção
conhecidos pelos mecânicos à realidade da nova viatura. Além disso, ao conversar
11

com os mecânicos civis da empresa Iveco, fabricante do veículo, observou-se que


os mesmos não tinham conhecimento dos conceitos de escalões de manutenção
adotados pelo Exército Brasileiro e que muitas tarefas de manutenção julgadas
possíveis de serem feitas, não haviam sido exploradas pelos manuais técnicos
apresentados pelo fabricante.
A literatura técnica militar concebe uma viatura através de seus vários
sistemas mecânicos como o sistema de alimentação, sistema de lubrificação,
arrefecimento, elétrico, hidráulico, o trem de rolamento, e outros.
Segundo BRASIL (2014, p. 3-8, grifo nosso): “o escalonamento de
manutenção deriva do grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividades de
manutenção, em função da complexidade do serviço a ser executado.”
Por isso, este projeto visualiza como problema de pesquisa saber o seguinte:
O que interfere na complexidade de execução de uma determinada tarefa do
sistema de alimentação da VBTP Guarani?
A resposta a este questionamento permitirá indicar a posição de um
procedimento de manutenção entre os escalões pesquisados.

1.2 OBJETIVOS

Diante do problema apresentado anteriormente, este projeto visa encontrar


uma forma prática para entender como as tarefas de manutenção são classificadas
entre um e outro escalão.
Essa diferenciação é necessária, pois ela permitirá o planejamento de outros
aspectos como, por exemplo, a distribuição de ferramental e de suprimento entre as
organizações militares (OM) detentoras e de manutenção.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do projeto é diferenciar as tarefas de manutenção, de 1º e 2º


escalão do sistema de alimentação do conjunto motopropulsor da viatura blindada
de transporte de pessoal média sobre rodas Guarani.
Pretende-se atingir essa meta analisando a proposição de tarefas de
manutenção do fabricante e as observações das turmas de manutenção de viatura
12

blindada Guarani do 15º Batalhão Logístico e do 25º Batalhão Logístico (25º B Log),
orgânicos, respectivamente, da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada (15ª Bda Inf
Mec) e da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada.

1.2.2 Objetivos específicos

Os passos estabelecidos pela pesquisa para o atingimento do objetivo geral


estão listados nas alíneas a seguir:
a) identificar os principais componentes do sistema de alimentação da VBTP
Guarani;
b) destacar, dos manuais de manutenção da própria viatura, as ações de
manutenção que os componentes do sistema pesquisado estão sujeitos;
c) levantar, com base na literatura técnica de manutenção do Exército
Brasileiro e nas observações da turma de manutenção do 15º B Log e do 25º
B Log, as ações de manutenção que os componentes do sistema pesquisado
podem estar sujeitos, e que não foram listadas pelos manuais da própria
viatura;
d) propor parâmetros que possam ser levantados e medidos nos batalhões
logísticos já citados, que possam condicionar a complexidade da tarefa a ser
executada;
e) atribuir, um valor de complexidade para cada tarefa que foi levantada
segundo indicado nas alíneas “b” e “c”, buscando, quando existente, atender
às exigências da legislação vigente do Exército Brasileiro, referente à
manutenção;
f) relacionar a complexidade da tarefa com o 1º e 2º escalões, propondo um
escalonamento para cada ação, em cada componente; e
g) comparar o escalonamento proposto a cada tarefa com a proposição do
manual do fabricante, observando se existem diferenças significativas.
13

1.3 HIPÓTESES

O mecânico de Guarani ao se deparar com uma operação de manutenção


precisa saber, em primeiro lugar, em qual escalão a operação se enquadra. Primeiro
para compreender se tem responsabilidade sobre ela. Segundo, se não possuir
responsabilidade, poder indicar o encaminhamento do material a quem deva
consertá-lo. Ocorre que, eventualmente, algumas tarefas ainda não estão descritas
nos manuais de manutenção disponíveis e, nesse caso, seria necessário ter um
método para descobrir ou pelo menos inferir a complexidade da operação de
manutenção e poder indicar seu escalonamento.
Quando o mecânico se depara com o conceito de complexidade da
tarefa/operação resta um questionamento: de que se compõe a complexidade de
uma tarefa de manutenção?
Ao se buscar na legislação algo que possa guiar a resposta ao
questionamento anterior destaca-se o conceito de que a manutenção que se realiza
nos 1º e 2º escalões deve ser “executada com a máxima rapidez possível, por
meio da substituição imediata de componentes defeituosos, reduzindo-se o tempo
de indisponibilidade ao mínimo necessário” (BRASIL, 2014. p. 3-9, grifo nosso).
Partindo desse pressuposto, seria possível elencar, preliminarmente um
aspecto como indispensável para a complexidade: “o tempo de execução”. Ora,
parece ser verdadeiro dizer que quanto mais tempo uma operação de manutenção
dispender, mais complexa ou difícil ela se caracteriza. Assim, esta pesquisa aborda
o problema partindo do conceito de que “tempo de execução” é um quesito
importante ao se definir a complexidade. Resta saber se este aspecto é
preponderante ou não quando se fala em manutenção do sistema de alimentação do
Guarani.
Assim, estabeleceram-se as seguintes hipóteses:
“H1: o tempo de execução de uma tarefa de manutenção do sistema de
alimentação da VBTP Guarani é fator preponderante para determinar sua
complexidade e, por conseguinte, sua posição entre os escalões de manutenção.”
E como H0 a afirmação a seguir:
14

“H0: o tempo de execução de uma tarefa de manutenção do sistema de


alimentação da VBTP Guarani não é fator preponderante para determinar sua
complexidade e, por conseguinte, sua posição entre os escalões de manutenção.”

1.4 JUSTIFICATIVA

A literatura técnica militar, ao abordar o termo escalonamento de manutenção,


não explica com clareza os critérios que indicam se uma atividade de manutenção
pertence a um ou a outro escalão.
Como exemplo, ao indicar quais tarefas de “reparação” devam ser feitas no 1º
escalão, o Manual de Logística do Ministério da Defesa (MD) indica que são
reparações “de baixa complexidade”. Ao referir-se sobre o mesmo tipo de tarefa no
2º escalão, indica que são “de média complexidade” (BRASIL, 2014, p. 3-9). Por
outro lado, não há nenhum critério específico que possa indicar qual a diferença
entre “baixa” e “média” complexidade.
Em suma, tem-se buscado as definições pouco específicas sobre o que
significa cada escalão e espera-se que o mecânico militar, ao deparar-se com as
tarefas a serem realizadas, consiga interpretá-las e classificá-las dentro de cada
nível de responsabilidade. Todavia, nota-se grande dificuldade nesta medida, pois
os conceitos são em sua maioria abstratos e não apresentam critérios que possam
ser compreendidos aos elementos mais envolvidos na manutenção.
Outrossim, no tocante a VBTP Guarani, observa-se que o manual
apresentado pelo fabricante contém uma metodologia diferente da praticada nos
manuais técnicos do EB que tratam das demais viaturas automotoras.
Nesse sentido, o estudo se justifica por buscar uma proposta que permita
compreender, pelo menos em parte, que critérios são utilizados para o
escalonamento das tarefas de manutenção da VBTP, e se tais critérios estão
alinhados aos conceitos já consagrados no planejamento de manutenção das
demais viaturas que dotam o EB.
15

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo serão abordados assuntos existentes em legislação de âmbito


civil e militar no que tange ao assunto pesquisado.
Inicialmente, serão explorados conceitos teóricos acerca do sistema de
alimentação de veículos automotores, visto que se faz necessário tomar ciência dos
componentes e do funcionamento geral deste sistema que dota a VBTP, alvo da
pesquisa.
Em seguida serão expostos os conceitos que regem a doutrina de
escalonamento de manutenção, partindo do nível de entendimento do Ministério da
Defesa, no âmbito da Marinha do Brasil, e por fim no contexto do Exército Brasileiro.
Concentrando-se nos assuntos relativos às viaturas do EB, serão
apresentados os principais manuais e documentos que disciplinam o escalonamento
deste tipo de material, especialmente no que diz respeito às operações privativas de
cada escalão.
Por fim será apresentado um breve histórico do surgimento e do andamento
do projeto de modernização do Exército Brasileiro com a adoção dos veículos da
família Guarani. No prosseguimento, serão apresentados, de maneira geral, os
manuais que acompanham a viatura, com as especificações fornecidas pelo
fabricante.

2.1 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DE VEÍCULOS DIESEL

Os motores de combustão interna sejam eles movidos à gasolina ou diesel,


além dos órgãos fixos e móveis que os compõem, são dotados de elementos que,
agrupados em sistemas exercem uma série de funções para apoiar o ciclo de
combustão. Pode-se indicar, nesse sentido, o sistema de lubrificação, o sistema de
arrefecimento o sistema de alimentação, dentre outros. Agrupar os elementos em
sistema facilita o entendimento do funcionamento do motor como um todo, já que em
uma mesma categoria estão alocados todos os componentes que, embora cumpram
tarefas diferentes, visam ao mesmo objetivo.
Essa pesquisa objetiva estudar o sistema de alimentação do motor da VBTP
Guarani, por entender ser esse sistema um dos mais importantes do motor.
16

A respeito da importância do sistema de alimentação, Silva e outros (2013, p.


58), por exemplo, ressaltam que as falhas nesse sistema tendem a causar um maior
consumo de combustível sem ganho de rendimento, um desgaste prematuro do
conjunto motopropulsor e pode contribuir para o aumento da poluição atmosférica.
Para o veículo Guarani, projetado para oferecer maior rapidez e mobilidade às
tropas mecanizadas, qualquer interferência no seu rendimento, desempenho técnico
ou autonomia de combustível pode significar o comprometimento da missão
confiada a este tipo de viatura. Daí a relevância do estudo do sistema de
alimentação.
Neste sistema agrupam-se todos aqueles componentes direta ou
indiretamente relacionados com o suprimento básico de qualquer motor de
combustão interna: ar e combustível. Suprir e dosar, de maneira correta e precisa,
estes dois elementos é o seu grande objetivo.
A este propósito, Santos e Varela (2010) comentam que o sistema de
alimentação de motores a Diesel, como é o caso da VBTP Guarani, podem ser
divididos em dois circuitos distintos – um para o ar e outro para o combustível.

2.1.1 Circuito de ar

Dentro do sistema de alimentação, o circuito de ar é o responsável por


conduzir o ar limpo, admitido do meio ambiente na “quantidade que garanta o melhor
rendimento do combustível durante o processo de explosão e, consequentemente, o
funcionamento do motor (TILLMAN, 2013, p. 55). Para isso, o ar recebido pelos
coletores de admissão deve, obrigatoriamente, ser submetido à filtragem, para
retenção de impurezas que podem prejudicar o rendimento e até provocar danos
graves ao motor. Nesse circuito também se incluem os itens que devolvem os gases
da combustão de volta à atmosfera, como os coletores de descarga ou
escapamento.
Ainda pode-se considerar elementos interpostos entre a admissão de ar e o
motor, como o turbocompressor e o intercooler. O turbocompressor funciona como
um superalimentador de ar para dentro das câmaras de combustão, o intercooler
age resfriando o ar antes de ser admitido nas câmaras – mais frio, o ar fica mais
17

denso e por isso é admitido em maior quantidade - melhorando o rendimento do


motor.

2.1.2 Circuito de combustível

Este circuito engloba os elementos responsáveis por conduzir o combustível


desde os reservatórios (tanques) até os cilindros do motor. É composto
basicamente, de acordo com Santos e Varela (2010) pelo tanque de combustível,
bomba alimentadora, filtros de combustível, tubulações de baixa, alta pressão e
retorno, bomba e bicos injetores.

2.2 O ESCALONAMENTO DA MANUTENÇÃO

A atividade da manutenção tem na literatura científica uma série de conceitos


e definições. Mesmo assim, parece haver uma noção consensual de que dentro de
um processo gerencial a atividade da manutenção deva ser categorizada e
escalonada.
O conceito de escalão de manutenção pode ser definido como o que
reconhece a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1994, p.6) quando a define
como: “a posição dentro de uma organização, onde níveis de manutenção
especificados são efetuados em um item”.
No meio militar o conceito de escalão de manutenção foi adaptado para
significar: “O grau de amplitude de trabalho atribuído a uma unidade ou organização
militar, segundo suas capacidades em pessoal e material, como fim de assegurar a
conservação do equipamento”. (BRASIL, 2003, p. E-6).
Alguns manuais e normas, já revogados, no âmbito do Exército Brasileiro
tratavam de elucidar, pelo menos em parte, alguns conceitos relacionados ao
escalonamento da manutenção.
Primeiramente, recorda-se do Manual de Campanha C 100-10, Logística
Militar Terrestre que definia a manutenção de 1º e 2º escalão como:

Manutenção de 1º escalão – [...] engloba tarefas mais simples das


atividades de manutenção preventiva e corretiva, com ênfase nas ações de
18

conservação do MEM, podendo realizar reparações de falhas de baixa


complexidade.
Manutenção de 2º escalão – [...] engloba tarefas das atividades de
manutenção preventiva e corretiva, com ênfase na reparação do MEM que
apresente ou esteja por apresentar falhas de média complexidade.
(BRASIL, 2003, p.9-8, grifo nosso).

Vê-se que a complexidade de uma falha basicamente indicava se ela era de


1º ou 2º escalão e, para afastar qualquer dúvida, esse mesmo manual tratava de
explicar do que se compunha a complexidade das falhas indicando que:

Falha de baixa complexidade - é aquela que requer, para a sua solução,


ações realizadas por pessoal com habilitação básica (CFS e CFC), sem o
emprego de ferramental especializado.
Falha de média complexidade - é aquela que requer, para a sua solução,
ações realizadas por pessoal especializado (CAS), com o emprego de
ferramental especializado portátil. (BRASIL, 2003, p.9-9).

À luz dos conceitos acima, bastava classificar as tarefas conforme a


especialização exigida do mecânico, em conjunto com a necessidade de ferramental
especializado para obter a complexidade da falha. Porém o referido manual foi
revogado em 2003, quando passou a vigorar no Exército Brasileiro a normativa do
Manual de Logística do Ministério da Defesa.

2.2.1 O escalonamento da manutenção no âmbito do Ministério da Defesa

O novo manual de Logística do Ministério da Defesa mantém os conceitos de


que tarefas de “baixa complexidade” são atinentes ao 1º escalão e de “média
complexidade” estão afetas ao 2º escalão, no entanto, suprimiu a definição de
“complexidade da falha” como esclarecia o manual predecessor. (BRASIL, 2014, p.
3-9).
A supressão da definição de “complexidade de falha” abriu uma lacuna na
literatura técnica que não foi resolvida até o presente, gerando grande dificuldade
para os gestores de manutenção e mecânicos entenderem como classificar as
tarefas de manutenção, entre os escalões.
Manual de Logística do Ministério da Defesa diz que a diferenciação das
tarefas em níveis (escalões) tem por objetivo aperfeiçoar os processos de
19

manutenção, atribuindo responsabilidades de execução e visa o emprego judicioso


dos recursos disponíveis.
Esse conceito é complementado por um princípio que norteia todo o
planejamento de alocação de meios disponíveis para manutenção segundo o qual,
todo escalão deve ser capaz de complementar as tarefas pertencentes aos escalões
inferiores (BRASIL, 2014, p. 3-9).

2.2.1.1 O escalonamento da manutenção no âmbito da Marinha do Brasil

Para ilustrar o problema de definição dos escalões, apresenta-se o conceito


de escalonamento praticado na Marinha do Brasil (MB). Os fuzileiros navais da MB
adotam uma viatura com finalidades bastante semelhantes à VBTP Guarani, que é a
Viatura Blindada Especial Sobre Rodas 8x8 Piranha.
Segundo Brasil (2002, p. 3-3), as atividades de manutenção na MB são
classificadas em escalões com base na “complexidade dos serviços a serem
executados, a capacitação técnica do mantenedor e os tipos de manutenção.”
Para o 1º escalão de manutenção a Marinha do Brasil adota a seguinte
definição:

[...] ações realizadas pelo usuário, com ou sem o concurso da organização


militar responsável pelo material, com os meios orgânicos disponíveis, com
o propósito de manter o material em condições de funcionamento e de
conservação. (BRASIL, 2002, p. 3-3)

Quanto ao 2º escalão, a definição admitida é de que neste escalão estão


incluídas as “ações realizadas em organizações de manutenção e que ultrapassam
a capacidade dos meios orgânicos da organização militar responsável pelo material”
(BRASIL, 2002, p. 3-3)
Verifica-se que mesmo na Marinha do Brasil, embora seja considerado o
conceito de “complexidade da tarefa” este mesmo conceito não é perfeitamente
esclarecido.
20

2.2.1.2 O escalonamento da manutenção no âmbito do Exército Brasileiro

No âmbito do Exército Brasileiro, embora não conceituasse o termo escalão


de manutenção, as Normas Administrativas Relativas à Manutenção (NARMNT)
abordavam, em um dos seus capítulos, todos os escalões do Exército Brasileiro,
buscando elucidar, do ponto de vista prático, como as tarefas de manutenção estão
distribuídas entre os vários níveis. As NARMNT atribuíam responsabilidades
diferentes aos vários elementos envolvidos na cadeia de manutenção, desde o
operador do equipamento até a fábrica que o produziu. As referidas normas
descreviam os 1º e 2º escalões da seguinte forma:

Manutenção de 1º escalão - visa a perfeita conservação do material. É


realizada pelo operador ou, quando o material estiver armazenado, pelo
pessoal da OM de suprimento.
Manutenção de 2º escalão - é preventiva, orgânica, corretiva ou de
reparação, é realizada por pessoal especializado da OM detentora do
material. (BRASIL, 2002, p. 11)

No entanto, este documento foi revogado e substituído pelas Normas


Administrativas Relativas aos Materiais de Gestão da Diretoria de Material
(NARMAT), a partir de 1º de janeiro de 2017, e vários conceitos da antiga legislação
foram suprimidos. Em relação ao escalonamento de manutenção, as novas
diretrizes passaram a indicar apenas o elemento responsável pela manutenção,
dentro de cada escalão, o que na prática, não elucida o problema da definição do
escalão: “Os escalões da cadeia de manutenção são: [...] 2º Escalão (2º Esc) - OM
Log GU: B Log e 1º Escalão (1º Esc) - OM detentoras.” (BRASIL, 2016, p. 4-2).
As NARMAT abordam ainda sobre o processo de manutenção. Neste ponto,
indicam que, dentro deste processo, realizar a manutenção é uma das tarefas e
classifica a manutenção em: preventiva, corretiva, preditiva e modificadora. Quando
delineiam especialmente os conceitos de manutenção preventiva e corretiva,
disciplinam que:

[...] A tarefa de execução de manutenção preventiva (1º, 2º e 3º Esc) é


predominantemente de 1º Esc. É encargo do usuário e da OM detentora
executar as ações preventivas, conforme estabelecido no plano de
manutenção, de acordo com as suas capacidades (próprias, apoiadas ou
contratadas), ou recolher o material para o escalão superior.
§ 2º A tarefa de execução de manutenção corretiva (1º, 2º e 3º Esc) é
predominante tanto no 1º quanto no 2º Esc. É encargo da OM detentora
21

e da OM Log GU executar as ações corretivas para retornar o material à


situação de disponibilidade, de acordo com as suas capacidades (próprias,
apoiadas ou contratadas), ou recolher o material para o Esc Sup. (BRASIL,
2016, p. 4-6, grifo nosso)

Vê-se que as normas deixam claro que a responsabilidade pela manutenção


preventiva é predominante – embora não exclusiva – da OM detentora do material,
ou seja, 1º escalão. Porém as normas não são tão claras ao abordar o conceito de
manutenção corretiva, indicando uma responsabilidade “compartilhada” entre as OM
detentoras e as OM logísticas da Grande Unidade (GU) – os batalhões logísticos.
Isso dificulta ainda mais o entendimento do que rege o escalonamento, ou seja,
quais critérios indicariam que determinada tarefa seja do 1º e não do 2º escalão.

2.3 O ESCALONAMENTO DA MANUTENÇÃO DE VIATURAS DO EB

No que tange aos produtos de defesa veículos automotores, onde se


encontram os veículos blindados, o Exército Brasileiro esclarece alguns conceitos de
escalonamento no manual técnico T9 – 2810 – Manutenção de Viaturas Automóveis
do Exército. Neste manual podem ser observados alguns critérios utilizados para
atribuir uma determinada tarefa a um escalão específico. Como exemplo, ao se
definir quais tarefas compõe o 1º escalão – nível operador, o manual traz um
conceito perfeitamente mensurável ao limitá-lo às tarefas que se podem realizar com
os equipamento e ferramentas pertencentes à viatura – de bordo – e pelo grau de
instrução do motorista ou da guarnição. (BRASIL, 1979, p. 1-4). Porém, o manual
não vai mais além do que definir o que se entende por manutenção preventiva, e
nesse caso, considerando o entendimento à época da publicação, apenas o que se
poderia fazer nas OM Detentoras, ou seja, no 1º escalão.

2.4 OPERAÇÕES PRIVATIVAS DOS ESCALÕES DE MANUTENÇÃO

Ainda em relação às viaturas, o Exército Brasileiro adota, desde 1978, o


Boletim Técnico nº 2 – Operações Privativas dos Escalões de Manutenção - da
extinta Diretoria de Motomecanização (DMM) onde se agrupou, de maneira prática,
os principais sistemas e componentes das viaturas sobre rodas e sobre lagartas,
22

existentes no EB, à época da publicação. Para cada um destes sistemas, atribuíram-


se as tarefas possíveis de serem executadas indicando-se as tarefas sobre as quais
cada escalão de manutenção deveria realizar.
O boletim técnico (BT) traz alguns conceitos importantes de serem
observados em pesquisa, a começar por um dos termos que nomeia o documento:
“privativas” trazendo a ideia, do caráter exclusivista que o escalonamento supõe: ao
se dividir as tarefas em escalões se acredita que cada nível possua uma parcela de
responsabilidade de acordo com suas capacidades infraestruturais, técnicas, de
suprimento, de recursos humanos e de disponibilidade de tempo e que, a priori, a
tarefa delegada para si somente pode ser transferida a outro escalão baixo certos
critérios.
O BT nº 2/DMM traz ainda o conceito do “avanço do escalão” – procedimento
no qual uma organização posicionada em um escalão inferior fica autorizada a
realizar a tarefa atinente ao escalão acima, desde que restem comprovadas as
capacidades de execução. Comprovação esta executada pelo escalão encarregado
da tarefa. (BRASIL, 1978, p. 4). O conceito de avanço de escalão é mantido nas
legislações atuais dentro do EB.
Com a finalidade de mostrar como as operações estão descritas no manual
ilustra-se no Quadro 1 algumas tarefas, afetas ao sistema de alimentação para as
viaturas sobre rodas:
SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ESCALÕES
Operações
Componente 1º (Garagem) 2º 3º
Afins
Reparar X
Substituir X
Carburador
Limpar X
Regular X
Substituir X
Bico do Injetor
Reparar X
Bomba de Substituir X
Combustível Reparar X
QUADRO 1 – Operações privativas dos escalões para viaturas sobre rodas (extrato)
Fonte: BRASIL. Exército. Diretoria de Motomecanização. Boletim técnico nº 2: operações privativas
dos escalões de manutenção. Brasília, 1978

Ao manusear o boletim técnico nota-se que ele está estruturado de maneira


bem prática ao apresentar, os componentes do sistema considerado, as tarefas que
se podem realizar e em qual escalão elas estão posicionadas.
23

A normativa ainda está dividida em duas partes: listando na primeira parte as


tarefas para viaturas sobre rodas e na segunda, as que cabem às viaturas sobre
lagartas. De uma maneira geral, os sistemas mecânicos e tarefas de manutenção de
ambas as partes são parecidas, salvo algumas particularidades, próprias das
viaturas sobre lagartas. O que difere, na maioria dos casos, é que as tarefas de
manutenção de viaturas sobre lagartas indicam escalões mais altos para serem
executadas, quando comparadas ao seu procedimento correlato para viaturas sobre
rodas.
Para exemplificar essa diferença vamos compara-se no quadro 2 as
operações privativas para o componente “RESERVATÓRIO DE COMBUSTÍVEL” em
viaturas sobre rodas (Vtr SR) e lagartas (Vtr SL):
Operações
Componente (Vtr SR) (Vtr SL)
Afins
Limpar 1º escalão (oficina) -
Reservatório de
Substituir 1º escalão (oficina) 1º escalão (oficina)
Combustível
Reparar 1º escalão (oficina) 2º escalão (B Log)
QUADRO 2 – Exemplo comparativo de operação privativa dos escalões para viaturas sobre rodas e
sobre lagartas
Fonte: o autor

O boletim não chega a explicar o porquê das diferenças, no entanto entende-


se que as viaturas sobre lagartas são, na maioria das vezes, blindadas, o que as
tornam mais complexas quando comparadas às viaturas sobre rodas, como viaturas
não especializadas de ¾ ton e 5 ton.
Porém cabe notar que existe um grupo de viaturas em uso no EB que são
blindadas e sobre rodas, como é o caso do Guarani. De pronto conclui-se que a
normativa está desatualizada para esse grupo de viaturas o que lança um desafio a
esta pesquisa.

2.5 A NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS DE RODAS – GUARANI

Atualmente o Exército Brasileiro vivencia a pesquisa, desenvolvimento e a


experimentação dos primeiros produtos da Nova Família de Blindados de Rodas
(NFBR) destinados a renovar e modernizar a frota de veículos desta natureza em
toda a Força Terrestre. Dentre os produtos surge na forma de um dos macroprojetos
estratégico do Exército a nova família de viatura blindada transporte de pessoal
24

média de rodas (VBTP-MR) Guarani. O projeto visa em uma escala mais


abrangente, modernizar a Cavalaria Mecanizada e transformar a Infantaria
Motorizada em Mecanizada. (VERDE-OLIVA, 2015, p. 8)
Os estudos que viabilizaram o desenvolvimento desta VBTP iniciaram no fim
da década de 90 do século XX. O Exército Brasileiro buscava iniciar o
desenvolvimento de uma família de blindados que pudesse substituir gradualmente
as VBTP Urutu e as viaturas blindadas sobre rodas Cascavel e para tal, em 1999,
estabeleceu os requisitos operacionais básicos que definiram o conceito do que se
pretendia com o novo veículo VBTP-MR, que embora não existisse, já tinha pré-
requisitos essenciais.
Em 2009 a empresa FIAT Automóveis S.A. – Divisão Iveco foi escolhida para
viabilizar os primeiros protótipos. A pesquisa e desenvolvimento da viatura foram
realizados pela empresa junto à Diretoria de Fabricação (DF) do Exército, sendo
supervisionado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército Brasileiro. A
avaliação do protótipo veio ocorrer no ano de 2013. Em seguida, entre os anos 2014
e 2015, foram produzidas as viaturas do Lote de Experimentação Doutrinária (LED),
produzidas especialmente com a finalidade de participarem dos exercícios
doutrinários da infantaria mecanizada. E finalmente, entre 2015 e 2016, iniciou-se a
fabricação das viaturas propriamente ditas.
Enquanto se desenvolvia a viatura, o Exército Brasileiro buscou aprimorar os
conceitos doutrinários que pudessem absorver as mudanças implementadas pelo
novo veículo. A Infantaria Motorizada haveria de experimentar as mudanças mais
profundas. Em 2010, o Estado-Maior do Exército estabeleceu as bases doutrinárias
da Brigada de Infantaria Mecanizada e do Batalhão de Infantaria Mecanizado.
(DEUS, 2013, p. 38).
A 15ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em cascavel-PR foi escolhida
para ser a grande unidade precursora da Infantaria Mecanizada no EB, e o 33º
Batalhão de Infantaria Motorizado sediado na mesma cidade, foi escolhido para
iniciar os primeiros exercícios de experimentação doutrinária nível pelotão. Os
exercícios iniciaram-se em 2012 e havia a previsão de que treinamentos
subsequentes pudessem ser realizados nos níveis batalhão e brigada.
Os primeiros veículos Guarani, faziam parte do LED e foram recepcionados
pelo já transformado 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado em março de 2014.
(DEUS, 2013, p. 39).
25

Ao mesmo tempo em que se desenvolvia a experimentação doutrinária,


houve a necessidade de se iniciar a experimentação técnica da VBTP e junto com
ela a experimentação logística - conjunto de estudos que reunisse as informações
técnicas do novo veículo, e demais informações que pudessem subsidiar o
desenvolvimento de uma logística para o produto.
Para possibilitar a utilização da nova viatura nos exercícios, evitar os
problemas decorrentes do desconhecimento técnico acerca do veículo, permitir a
absorção dos conhecimentos técnicos da empresa fabricante pelos militares, foi
contratado pela DF um pacote de suporte logístico integrado que impôs cobertura de
algumas ações conjunturais por parte da empresa Iveco junto ao Exército Brasileiro
pelo período de três anos, a contar do recebimento do veículo, junto à OM
Detentora. Dentre as ações incluiu-se a assistência técnica de reparação das
viaturas com aplicação de peças e emprego de mão de obra especializada. O
fornecimento de conjuntos de ferramentas necessárias à execução da manutenção,
a disponibilização de treinamento especializado aos mecânicos militares e a
disponibilização de literatura técnica que apresentasse a manutenção do veículo, a
catalogação dos equipamentos, ferramental e peças necessárias.
Em novembro de 2015, a Diretoria de Fabricação publicou, em parceria com a
Iveco, um conjunto de manuais técnicos da VBTP Guarani abordando: a descrição e
operação, a manutenção preventiva e manutenção de campanha da viatura.
Até maio de 2016 já haviam sido fabricadas e distribuídas ao EB, entre
veículos do LED e viaturas propriamente ditas, 203 (duzentos e três) veículos
Guarani.
Esta literatura técnica deverá ser utilizada nesta pesquisa como base de
estudo uma vez que ficou decidido em Reunião de Padronização de Atividades de
Manutenção do Projeto Guarani que seriam estes os manuais utilizados pelas
Organizações Militares detentoras e OM de Manutenção em relação à viatura. Em
que pese o fato de os exercícios de experimentação doutrinária ainda estar em
curso e que possíveis modificações ainda possam ser feitas. (REUNIÃO DE
PADRONIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO DA VBTP – MR
GUARANI, 2016).
26

2.6 MANUAIS TÉCNICOS DA VBTP GUARANI

A Iveco apresentou, a pedido da DF, uma família de manuais técnicos (MT)


para serem disponibilizados aos usuários e mecânicos da VBTP, os manuais
fornecidos foram:
a) Manual Técnico 2355-005-12 - Descrição e Operação;
b) Manual Técnico 2355-005-22 - Manutenção Preventiva;
c) Manual Técnico 2355-005-31 – Local de Trabalho, Escalão e Tempo de
Mão de Obra;
d) Manual Técnico 2355-005-34 - Manutenção Corretiva;
e) Manual Técnico 2355-005-50 - Catalogo de Peças Militar;
f) Manual Técnico 2355-005-80 Inspeções Técnicas; e
g) Manual Técnico 2355-005-90 Livro Registro de Viatura.
Em uma análise preliminar, ao manusear a literatura disponibilizada pela DF
para a manutenção do veículo em estudo observa-se que, além de apresentar uma
metodologia diferente da usualmente utilizada no EB, conforme se observa no
Boletim Técnico nº 2/DMM e no Manual Técnico T9-2810, não contempla todas as
tarefas que se julgam passiveis de serem realizadas nos componentes.
Quando se analisa, por exemplo, o componente “RESERVATÓRIO DE
COMBUSTÍVEL” no manual técnico da VBTP Guarani, fornecido pelo fabricante
vemos o quadro 3 a seguir:

MT 2355-005-31
Referência técnica Bol Téc nº 2/DMM (1978) VBTP Guarani
(2015)
Operações
Componente (Vtr SR) (Vtr SL) VBTP Guarani
Afins

1º escalão Não
Limpar Não especificado
Reservatório (oficina) especificado
de Substituir 1º escalão 1º escalão 2º escalão (B
Combustível (trocar) (oficina) (oficina) Log)
1º escalão 2º escalão (B 3º escalão (Pq R
Reparar
(oficina) Log) Mnt)
QUADRO 3 – Exemplo comparativo de operação privativa dos escalões para viaturas sobre rodas,
sobre lagartas e VBTP Guarani
Fonte: O autor
27

Percebe-se que enquanto a “reparação” de um reservatório de combustível de


uma viatura sobre rodas pode ser feita na garagem de uma OM detentora, e a de
uma viatura sobre lagarta em um B Log, para a VBTP Guarani ela deve ser feita no
Parque Regional de Manutenção, ou seja, no 3º escalão. Essas diferenças de níveis
de complexidade projetam a dúvida se não há um superdimensionamento das
tarefas do veículo em questão e se elas não poderiam ser acomodadas em escalões
mais baixos.
Além do que já foi exposto, ao examinar a documentação técnica da VBTP
Guarani nota-se que algumas operações não foram sequer listadas - nem como
procedimento, nem quem as executa. Como exemplo o exposto no quadro 4:
Operações
Componente (Vtr SR) (Vtr SL) VBTP Guarani
Afins

Não Não Não


Limpar
especificado especificado especificado
Bomba de
Substituir 1º escalão 1º escalão Não
Combustível
(trocar) (oficina) (oficina) especificado
1º escalão 2º escalão (B Não
Reparar
(oficina) Log) especificado
QUADRO 4 - Exemplo de operação privativa de VBTP Guarani cuja descrição do escalão não está
especificada
Fonte: o autor

Atenta-se ainda para o fato de que algumas tarefas, consideradas simples,


para a VBTP Guarani parecem indicar serem mais complexas que as demais
viaturas, como é o caso do indicado no quadro 5:

Componente Operações Afins Escalão

Limpar 2º escalão (B Log)


Filtro de Ar
Substituir (trocar) 2º escalão (B Log)
QUADRO 5 – Escalonamento da manutenção de Filtro de Ar da VBTP Guarani proposta pelo
fabricante
Fonte: BRASIL. Exército. Estado-Maior do Exército. Manual Técnico 2355-005-31: Local de
Trabalho, Escalão e Tempo de Mão de Obra. Brasília, 2015c.

Será realmente necessário delegar esta tarefa ao B Log? Ou ela pode ser
privativa dos escalões da OM Detentora?
28

Por esses motivos, entende-se necessária um aprofundamento nos estudos


acerca do que pode contribuir para a definição dos escalões e, no caso da VBTP
Guarani, como aplicar essas definições na manutenção da viatura.
De toda a bibliografia consultada conclui-se que existem algumas definições
que necessitam ser esclarecidas, outras precisam ser atualizadas enquanto outras,
propostas. Em linhas gerais, ao final deste trabalho busca-se obter uma tabela
inspirada no Boletim Técnico nº 2/DMM, tabulando as tarefas de 1º e 2º escalões do
sistema de alimentação da VBTP Guarani.
29

3 METODOLOGIA

Esta seção tem por finalidade apresentar o caminho que se percorreu para
solucionar o problema de pesquisa, especificando os procedimentos necessários
para se chegar aos dados bibliográficos e às opiniões dos participantes da pesquisa,
às informações relevantes e sua análise.
Para alcançar o objetivo geral e específicos foram contemplados a definição
da exploração de campo, a escolha do espaço da pesquisa, da amostra, bem como
os procedimentos e instrumentos metodológicos utilizados para análise dos dados.
Dessa forma, para uma melhor compreensão, esta seção foi dividida nos
seguintes tópicos: Objeto Formal de Estudo, Amostra e Delineamento de Pesquisa.

3.1 OBJETO FORMAL DE ESTUDO

A proposta de um escalonamento de 1º e 2º escalões, das tarefas de


manutenção relacionadas ao sistema de alimentação da VBTP Guarani se constitui
no objeto formal de estudo.
Neste contexto, esta pesquisa buscou, ao analisar as tarefas de manutenção,
caracterizar a variável independente “complexidade da tarefa”, através de seus
conceitos atributivos como tempo para realização e o conhecimento técnico
requerido para sua execução, inferindo acerca da sua influência sobre o escalão de
manutenção correspondente a cada tarefa observada. Fora verificados se existem
outros fatores que influem na complexidade da tarefa que não sejam os já listados
acima.
Sobre “complexidade da tarefa”, embora a literatura técnica militar tenha
suprimido o conceito de seus manuais e diretrizes, pode-se conceitua-la como a
dificuldade em se realizar uma determinada operação, baseado na maioria das
vezes, na incidência de fatores como o tempo de execução, a quantidade de
mecânicos, a necessidade de ferramental específico ou a necessidade de pessoal
especializado. Ou seja, quanto maior for a incidência de aspectos atributivos, maior
a dificuldade e, por conseguinte, a complexidade em se executar uma tarefa de
manutenção.
30

Em relação a variável dependente “escalão de manutenção”, foram


abordados nessa pesquisa os conceitos que definem, ou pelo menos, que orientam
cada escalão constantes da legislação técnica, que aborda o assunto no Exército
Brasileiro e que se destina a todas as viaturas de dotação, razão pela qual, em uma
primeira análise, deveriam orientar também o escalonamento de manutenção da
VBTP Guarani.
O conceito de escalão de manutenção utilizado na pesquisa é o que diz: “O
grau de amplitude de trabalho atribuído a uma unidade ou organização militar,
segundo suas capacidades em pessoal e material, como fim de assegurar a
conservação do equipamento”. (BRASIL, 2003, p. E-6).

3.2 AMOSTRA

Segundo informações do Centro de Instrução de Blindados (CI Bld) sediado


em Santa Maria – RS, desde o ano de 2014, quando iniciou-se o curso de
Manutenção de Chassi da VBTP Guarani, formam-se em torno de 15 (quinze)
militares ao ano. Frente à problemática apresentada, a população pesquisada se
constituiu dos 15 (quinze) mecânicos com curso de manutenção da VBTP Guarani
formados no ano de 2016. O questionário foi respondido por 13 (treze) militares e
esta parcela de respondentes constituiu a amostra em análise na pesquisa. O
período de observação considerado foi o ano de 2016.

3.3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Em relação à natureza desta pesquisa, pode-se caracterizá-la como aplicada,


uma vez que os conhecimentos advindos com ela servirão a melhoria da
compreensão dos processos da manutenção do sistema de alimentação da VBTP
Guarani. Para tal, o estudo se valeu de uma abordagem dedutiva ao buscar nos
referenciais teóricos pesquisados explicar as particularidades observadas na
amostra de pesquisa.
No que tange à forma de abordagem, visualiza-se que a pesquisa tratou o
objeto de estudo de maneira quantitativa, ao interpretar os dados que puderam ser
31

tabulados e medidos, como o tempo de manutenção de cada tarefa. Ao mesmo


tempo, houve a valoração de dados de maneira qualitativa, uma vez que definições
como “complexidade” não podem ser medidos, sendo ao menos atribuídos valores
em escala de complexidade que vai de “simples” para “muito complexo”.
Quanto ao objeto de estudo, esta pesquisa é caracterizada como exploratória,
pois buscou trazer maior familiaridade com a problemática da manutenção da
recém-adquirida viatura Guarani, tornando-a mais explicita e permitindo ampliar a
pesquisa em relação ao assunto.
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, o estudo está classificado em
pesquisa bibliográfica, ao passo que buscou na literatura técnica militar os
parâmetros utilizados na manutenção de viaturas. Além disso, foram levantadas as
ocorrências de intervenções de manutenção que estavam relacionadas ao sistema
mecânico pesquisado que já haviam sido realizadas e registradas nos históricos de
manutenção das viaturas, motivo pelo qual esta pesquisa também pode ser
classificada como ex-post facto.
Como recurso metodológico adicional, a pesquisa também se utilizou de
experimentos realizados com a turma de manutenção de viatura blindada de dois
batalhões logísticos – um oriundo de uma brigada de infantaria mecanizada e outro
proveniente de uma brigada de infantaria motorizada – ambos empregando
efetivamente o veículo em estudo. Por esta razão, pode-se classificar este estudo
também como experimental.

3.3.1 Procedimentos para revisão de literatura

Para o estudo que se propõe com esta pesquisa foram utilizados os manuais
e normativos técnicos vigentes no Exército Brasileiro que abordam a manutenção de
viaturas. Como exemplo o Manual Técnico T 9 – 2810 Manutenção de Viaturas
Automóveis do Exército e o Boletim Técnico nº 2/DMM Operações Privativas dos
Escalões de Manutenção.
Além disso, foram consultados os manuais de descrição e operação, de
manutenção preventiva e corretiva apresentados pelo fabricante da VBTP Guarani.
32

3.3.2 Procedimentos metodológicos

O delineamento da pesquisa seguiu primeiramente pela identificação e


agrupamento dos componentes do sistema de alimentação da VBTP Guarani. Em
seguida, foram verificadas, através da pesquisa bibliográfica do manual apresentado
pelo fabricante e, complementado pelas observações da turma de manutenção dos
B Log, quais tarefas de manutenção, cada componente estava passível de receber.
Por exemplo:
a) filtro de ar: inspecionar, substituir;
b) tanque de combustível: inspecionar, limpar, substituir, reparar, recuperar.

Após esta etapa, cada tarefa (verbo) foi analisada e classificada dentro de um
grau de complexidade, com base nos critérios e aspectos doutrinários conhecidos
para cada um dos níveis de 1º e 2º escalões.
Por fim as tarefas foram escalonadas dentre o 1º e 2º escalões considerados
na forma de uma proposta, cujos parâmetros e justificativas utilizadas possam servir
ao escalonamento dos demais sistemas da VBTP Guarani em pesquisas futuras.
Foram considerados como dimensões da variável Complexidade da Tarefa,
os conceitos de:
a) ferramental necessário;
b) conhecimento técnico do mecânico;
c) tempo de execução;
d) quantidade de mecânicos necessários para desenvolver a tarefa;
e) natureza da manutenção – preventiva ou corretiva.

Em relação ao ferramental necessário a pesquisa se deteve à observação dos


procedimentos que puderem ser realizados com o ferramental de bordo da viatura
ou que puderem ser efetuados sem nenhuma ferramenta. Isto porque, neste ponto
específico da pesquisa, o recurso bibliográfico utilizado foi o constante do Manual
T9-2810 quando considera que as tarefas concernentes ao 1º escalão – nível
operador/motorista são aquelas que puderem ser realizadas apenas com o
ferramental de bordo da viatura. Assim, se uma determinada tarefa exigir
ferramental que a viatura não possui a bordo, não poderá ser realizada pelo
33

motorista devendo ser classificada no 1º escalão – oficina ou no 2º escalão. Como o


conceito em negrito delimita bem o 1º escalão – motorista, somente esse critério foi
considerado para agrupar as tarefas desse nível.
Quanto ao conhecimento técnico do mecânico, entre 1º e 2º escalão, não há
diferenças significativas entre os especialistas alocados nestas duas categorias,
uma vez que a especialização que habilita o mecânico a reparar a VBTP Guarani,
permite que o mesmo trabalhe nas OM detentoras ou no B Log, sem diferenças de
aprofundamento do conhecimento. Neste caso, o conhecimento do mecânico
habilitado para manutenção de VBTP Guarani não vai interferir significativamente na
diferenciação entre 1º e 2º escalão.
Restou apreciar as demais dimensões para diferenciar as tarefas dos níveis
1º escalão – oficina do 2º escalão. Assim, foi estabelecido um valor de complexidade
da tarefa que se identificaria com o símbolo “Ct”. Para encontrar esse valor realizou-
se os passos a seguir:
a) 1º passo - definição do tempo de execução e atribuição de coeficiente (t)
conforme a tabela 1 a seguir:

TABELA 1 – Valor atribuído conforme o tempo de execução


Tempo mínimo Valor

Até 2 (duas) horas 1

Até 4 (quatro) horas 2

Mais que 4 (quatro) horas 3

Fonte: o autor

b) 2º passo - definição de quantidade de mecânicos e atribuição de


coeficiente (H) para cada tarefa, com valores de acordo com o indicado na
tabela 2 que se sucede:

TABELA 2 – Valor atribuído conforme a quantidade de mecânicos necessária


Quantidade mínima Valor

1 (um) mecânico 1

2 (dois) mecânicos 2

Mais que 2 (dois) mecânicos 3

Fonte: o autor
34

c) 3º passo – atribuição de coeficiente de prevalência de natureza de


manutenção (M). A atribuição tem por base atender aos conceitos do
manual de logística do Ministério da Defesa, em vigor e uso pelo EB.

Em relação ao exposto na alínea “c” anterior, a normativa ministerial


caracteriza cada escalão conforme as ideias apresentadas no Quadro 6 que se
segue:
1º Escalão 2º Escalão
“[...] Tarefas mais simples de “[...] Tarefas de manutenção preventiva e
manutenção preventiva e corretiva, corretiva, com ênfase na reparação do
com ênfase nas ações de material que apresente e/ou esteja por
conservação do material e apresentar falhas de média
reparações de falhas de baixa complexidade."
complexidade.”
QUADRO 6– Definição de 1º e 2º escalões segundo o Manual de Logística do MD
Fonte: BRASIL. Ministério da Defesa. EB20-MC-10.204: Logística. Brasília, DF, 2014. 3. ed.

Entende-se que, os 1º e 2º escalões podem realizar ambas as manutenções -


preventiva e corretiva - no entanto, deve haver uma prevalência de manutenções
preventivas no 1º escalão e de corretivas no 2º. Esse entendimento é confirmado
pelas Normas Administrativas Relativas aos Materiais de Gestão da Diretoria de
Material, como já explicado no Capítulo 2.
Assim, após a análise das tarefas segundo o contido nas alíneas “a” e “b”, foi
calculado o produto dos valores encontrados e obtido um determinado escore para
cada operação. À luz da doutrina, se a tarefa for de natureza preventiva, haverá a
tendência a alocá-la no 1º escalão, e se for de natureza corretiva, seria preferível
classificá-la como de 2º escalão. Isso não quer dizer que as tarefas preventivas
teriam que ser reduzidas ao 1º e as corretivas ao 2º escalão. Todavia foi utilizado um
fator multiplicativo que aumentava ou diminuía o valor da pontuação, diferenciando-
as pela prevalência de sua natureza. Para tarefas de natureza preventiva
multiplicou-se o produto (t x H) por 1 (um) e, para tarefas de natureza corretiva
multiplicou-se (t x H) por 2 (dois).
35

Então foi proposta a fórmula (a) para tarefas preventivas, e a fórmula (b) para
tarefas corretivas:

Fórmula a: Ct1 = t x H x 1

Fórmula b: Ct2 = t x H x 2
Onde:
- t é o tempo de execução da tarefa;
- H é o número mínimo de mecânicos necessários para executar a tarefa.
Dentre todas as possibilidades obteve-se a grade de escores do Quadro 7,
para Ct e sua relação com os escalões considerados na pesquisa.
Valor de
Complexidad 1 2 3 4 6 8 9 12 18
e (Ct)
Escalão 1º escalão (oficina) 2º escalão
QUADRO 7 – Grade de escores para complexidade da tarefa (Ct)
Fonte: o autor

Para exemplificar a obtenção do escalonamento listou-se no Quadro 8, as


tarefas com dados fictícios para suposição.

Tempo de Qtde mec. Natureza Escore


Componente Tarefa Escalão
Exec. necessários da tarefa total
(1x2) x
Bomba de Até 2 horas dois mecânicos Corretiva
Substituir 2=4 1º escalão
Combustível (1 ponto) ( 2 pontos) (x2)
pontos
(2x1) x
Bomba de Até 4 horas um mecânico Corretiva
Reparar 2=8 2º escalão
Combustível ( 2 pontos) (1 ponto) (x2)
pontos
QUADRO 8 – Exemplo de obtenção do escalonamento de 02 (duas) tarefas (C t)
Fonte: o autor

Constata-se que sobre um mesmo componente, podem incidir mais de uma


tarefa (substituir ou reparar). Observa-se também que duas tarefas corretivas podem
estar no 1º escalão e outra no 2º, conforme o peso das dimensões observadas.
36

3.3.3 Instrumentos

Os dados foram coletados através de questionários e estudos de observação.


Quanto aos questionários foi realizado no âmbito de mecânicos especialistas na
manutenção do veículo examinado para confirmar se os aspectos sugeridos pela
pesquisa são considerados por eles na definição da complexidade de uma tarefa.
Além disso, este instrumento de pesquisa se propôs a verificar problemas no
escalonamento indicado pelo fabricante para os componentes do sistema de
alimentação da VBTP Guarani.
Com relação ao estudo de observação foi realizada uma observação de
campo, buscando levantar diretamente nas oficinas de manutenção de viatura
blindada do 15º B Log e do 25º B Log os dados relativos à “tempo de execução” e
“quantidade de mecânicos” em relação aos procedimentos da amostra. Foi
observado também se as tarefas compiladas já foram realizadas pelos participantes
e quais delas podem ser realizadas sem ferramental algum ou apenas com o
ferramental de bordo da viatura. Estes questionamentos são importantes para o
atingimento dos objetivos da pesquisa e sua análise está especificada no tópico a
seguir.

3.3.4 Análise dos dados

Observadas as considerações dos mecânicos do 15º B Log e 25º B Log e a


opinião dos mecânicos especialistas ouvidos em questionário, os dados foram
organizados conforme a tabulação do Boletim Técnico nº 2/DMM Operações
Privativas dos Escalões de Manutenção, já que se trata de um documento normativo
de amplo conhecimento dentro da instituição e de fácil assimilação pelos militares
envolvidos.
Ao final, a proposta de diferenciação se deu conforme o exemplificado no
quadro 9 a seguir: (continua)
ESCALÕES SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
2º Escalão
Componente Ação 1º (motorista) 1º (Garagem)
( B Log)
Substituir X
Bico do Injetor
Reparar X
37

(conclusão)
ESCALÕES SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
2º Escalão
Componente Ação 1º (motorista) 1º (Garagem)
( B Log)
Bomba de Substituir X
Combustível Reparar X
Regular X
Bomba Injetora Substituir X
Reparar X
Turbo Substituir X
Compressor Reparar X
Limpar X
Reservatório de
Reparar X
Combustível
Substituir X
QUADRO 9 – Exemplo de proposta de escalonamento da manutenção VBTP Guarani.
Fonte: o autor
38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo tem por finalidade expor os resultados obtidos por meio da
revisão da literatura, pela observação participante do autor, de questionários
aplicados aos mecânicos de viatura Guarani, e das observações de campo de
mecânicos do 15º B Log e do 25º B Log, em relação à manutenção dos
componentes do sistema de alimentação daquela viatura. A seção foi subdividida
nos seguintes tópicos: Resultados, Discussão e Conclusão Parcial.
No tópico Resultados foram apresentados os dados obtidos da revisão
bibliográfica, bem como de questionário e observações de campo. No tocante a
revisão bibliográfica foi efetuada uma listagem dos componentes do sistema de
alimentação da viatura bem como os seus procedimentos recomendados. Quanto ao
questionário, este consistiu de 13 (treze) perguntas, explicitadas no Apêndice A,
destinadas a obter, exclusivamente de sargentos mecânicos de viatura, com curso
de manutenção de chassi de VBTP Guarani, informações relevantes acerca do tema
alvo deste trabalho. As informações da observação de campo – do 15º e do 25º B
Log – também foram expostas neste tópico. Todas estas dados foram condensados
em gráficos e quadros e visam subsidiar a discussão a seguir.
A parte que tratou da discussão dos resultados teve como objetivo analisar,
inicialmente, se o tempo de execução é fator preponderante para definir a
complexidade de uma tarefa de manutenção do sistema de alimentação da VBTP
investigada e assim confirmar ou refutar a hipótese inicial. Discutiu-se também como
os mecânicos das organizações logísticas já citadas entenderam escalonar os
procedimentos em estudo.
Como conclusão parcial, foi apresentada a proposta síntese desta pesquisa,
como forma de diferenciar os procedimentos relativos ao sistema de alimentação da
VBTP Guarani em 1º e 2º escalões. Esta proposta está de acordo com a legislação
vigente do EB, exposta no Capítulo 2, e a valoração indicada no Capítulo 3 deste
trabalho. A referida proposta configura-se o objetivo geral desta pesquisa. A
diferenciação concebida pela investigação foi ainda comparada com as indicações
dos manuais do fabricante, em busca de diferenças significativas que viessem a
sugerir, recomendações ou sugestões de novos estudos. Por fim, apresentou-se e
39

discutiu-se algumas ideias fornecidas pelos próprios mecânicos em relação a


problemática da manutenção da viatura em exame.

4.1 RESULTADOS

Esta seção está estruturada nos objetivos específicos impostos para


pesquisa. Sendo assim, os dados coletados foram apresentados conforme estavam
relacionados aos passos que a pesquisa estabeleceu, tanto para a confirmação ou
refutação da hipótese inicial como para o atingimento do objetivo geral.
O questionário aplicado aos mecânicos teve como objetivo colher destes
profissionais suas impressões acerca do tema “complexidade da tarefa” e dos
aspectos que giram em torno da manutenção dos componentes do sistema de
alimentação da viatura. O público-alvo foi exclusivo de mecânicos com o curso de
manutenção de VBTP Guarani, já que somente estes militares estão autorizados a
acompanhar e realizar a manutenção da viatura.
O questionário obteve respostas de mecânicos oriundos de 08 (oito)
organizações militares diferentes. Dentre estas estão algumas OM dedicadas à
manutenção e treinamento da viatura - como os batalhões logísticos e o Centro de
Instrução de Blindados (CI Bld) - e as unidades detentoras de veículos Guarani,
como os batalhões de infantaria mecanizada. Uma resposta, porém, foi de militar
que realizou o curso de especialização, mas serve em OM que está fora da atividade
pesquisada. Os dados estão representados no Gráfico 1 a seguir:
OM que não
trabalha com a
VBTP
8%
CI Bld 15º Blog
8% 15%
17º R C Mec
8%
25º B Log
15%
34º BI Mec
8% 28º B Log
30º BI 15%
33º BI Mec Mec
8% 15%

GRÁFICO 1 – Distribuição de respostas recebidas de militares por OM


Fonte: o autor
40

Ao universo de respondentes, solicitou-se que indicasse sua situação em


relação à atividade de manutenção da viatura Guarani e o que se colheu está
ilustrado no gráfico 2 a seguir:
Sim, já
desempenhei
porém atualmente Não desempenhei
estou fora da nenhuma
atividade. atividade
8% relacionada à
manutenção da
VBTP Guarani até
o presente.
31%

Sim, estou
desempenhando.
61%

GRÁFICO 2 – Distribuição dos mecânicos respondentes conforme o desempenho na atividade


relacionada à VBTP Guarani
Fonte: o autor

Com o intuito de verificar a experiência dos sargentos participantes da


pesquisa, verificou-se a distribuição por graduação obtendo o indicado no Gráfico 3:

3º Sargento
15%

1º Sargento
62%
2º Sargento
23%

GRÁFICO 3 – Distribuição dos mecânicos respondentes conforme a graduação


Fonte: o autor

Buscou-se ainda, apurar se os mesmos tinham conhecimento e habilitação


para realizar manutenção em outras viaturas blindadas do Exército Brasileiro e
constatou-se que 69% dos mecânicos de VBTP Guarani possuem especialização
em outras viaturas blindadas. Deste universo, 66% estão aptos a executar tarefas de
41

manutenção em pelo menos mais 02 (dois) tipos viaturas blindadas, como a VBTP
Urutu, a VBC Cascavel ou a VBTP M113.

4.1.1 Identificação dos componentes do sistema de alimentação da VBTP


Guarani

Os componentes do sistema de alimentação da VBTP Guarani foram


identificados através revisão bibliográfica, para se ter uma compreensão geral e das
ações a que está submetido cada item.
Frisa-se que alguns componentes foram indicados nos manuais técnicos (MT)
próprios da viatura:1) MT 2355-005-22 - Manutenção Preventiva, 2) MT 2355-005-31
– Local de Trabalho, Escalão e Tempo de Mão de Obra e 3) MT 2355-005-34 -
Manutenção Corretiva. Outros, no entanto, foram extraídos do manual técnico T9-
2810 – Manutenção das Viaturas Automóveis do Exército Brasileiro e do boletim
técnico BT nº 02/DMM – Operações Privativas dos Escalões de Manutenção. Uma
última parte dos componentes foi levantada pela própria observação dos mecânicos,
já que não estava presente nestes últimos documentos, muito menos nos manuais
do fabricante.
Nesta seção, organizaram-se os componentes dentro de cada circuito do
sistema de alimentação:

4.1.1.1 Circuito de ar

Os componentes do circuito de ar são os que se dedicam a conduzir o


suprimento de oxigênio para o motor. Os itens levantados são os que se seguem:
a) filtro de ar e filtro de ar segurança:
- na viatura Guarani, a admissão de ar se inicia por uma entrada protegida
na parte superior e central do casco da viatura e atinge primeiramente, o
filtro de ar. Este elemento atua retendo a maior parte dos contaminantes
como poeira, fuligem e areia, de forma a garantir que somente ar limpo
chegue aos sistemas do motor na quantidade ideal para combustão,
evitando desgaste nas partes móveis do motor e prolongando a sua vida
42

útil. (TILLMAN, 2013, p. 56). Um minúsculo grão de areia, admitido nas


câmaras de combustão, por exemplo, pode, indesejavelmente, interpor-se
entre as paredes do cilindro e os pistões causando danos irreversíveis a
estes componentes. A filtragem conta ainda com o elemento de segurança
que tem a finalidade de reter as impurezas que não foram contidas pelo
filtro de ar principal.
b) dutos de ar e expulsor de pó:
- os dutos de ar são as vias nas quais o ar circula desde que é admitido na
atmosfera até o coletor de admissão. A viatura Guarani conta ainda com o
expulsor de pó que tem a incumbência de expelir a poeira residual dos
dutos de ar, mediante acionamento por motor elétrico. Os dutos de ar ainda
alojam conexões que permitem a recirculação dos vapores de combustível
que não foram queimados, forçando-os a serem readmitidos pelo
turbocompressor e então, consumidos definitivamente.
c) turbocompressor:
- após a filtragem, o ar atinge o turbocompressor que consiste em um
compressor centrífugo movido por uma turbina, acionada pelos gases de
escapamento. O turbocompressor tem a finalidade de superalimentar o
motor de ar, assegurando o enchimento dos cilindros sob pressão forçada,
notadamente, maior que a pressão atmosférica. Ao injetar maior
quantidade de ar, o sistema de alimentação pode admitir mais combustível
e por conseguinte, melhorar a potência e o torque do motor. Para se ter
uma ideia da importância deste componente no sistema de alimentação de
motores diesel, segundo Tilman (2013, p. 61) a melhora na potência pode
chegar a 30%.
d) intercooler:
- antes da entrada na câmara de combustão, a partir do turbocompressor, o
ar admitido passa através do intercooler – uma peça complementar que
visa melhorar a mistura ar-combustível. Esse componente é necessário,
pois, após a compressão sofrida na turbina, o ar tende a ficar mais quente,
em função do atrito gerado, e, por conseguinte, menos denso. O intercooler
tem a finalidade de resfriar o ar recebido do turbocompressor. Uma vez
resfriado o volume do ar admitido adquire maior densidade e assim permite
a entrada de maior quantidade de oxigênio dentro dos cilindros.
43

e) coletor de admissão:
- após a passagem pelo intercooler o ar admitido segue pelo coletor de
admissão que tão somente conduz o ar filtrado e resfriado até os cilindros
do motor.
f) coletor de escape e tubos de exaustão:
- os gases residuais da combustão produzidos pelos seis cilindros da VBTP
Guarani são expulsos pelo coletor de escape e pelos tubos de exaustão
que nada mais são do que uma tubulação rígida de ferro fundido que
conduz os gases produzidos na combustão de volta para atmosfera.

4.1.1.2 Circuito de combustível

Neste grupo se relacionam as peças que levam o combustível para a


combustão no motor. Os itens levantados na revisão bibliográfica são os que se
sucedem:
a) tanques de combustível:
- o circuito de combustível da VBTP Guarani conta com dois reservatórios
de combustível, sendo um localizado no compartimento da tropa,
chamado de “tanque traseiro” e outro no compartimento do motor –
indicado como “tanque dianteiro”. Os tanques tem, cada um, o volume
total de duzentos e setenta litros e foram projetados para fornecer juntos,
uma autonomia de seiscentos quilômetros à VBTP (2015a , p. 42). No
interior das paredes dos reservatórios existem espumas antiexplosão,
que, como o nome indica, servem para atenuar o risco de explosão
causado por impacto de projetil. Os tanques contam ainda com um bujão
na parte inferior do tanque para drenagem e limpeza das impurezas
decantadas. Para o enchimento dos tanques o combustível passa pelo
bocal de enchimento que conta com um filtro preliminar, que serve para
reter grandes partículas de sujeira como galhos e folhas.
b) bomba elétrica de combustível:
- localiza-se junto ao tanque de combustível e destina-se a sugar o
combustível do tanque e impulsioná-lo através da tubulação de baixa
pressão.
44

filtro separador de água e óleo:


- após a passagem pela bomba elétrica, o combustível passa por uma
filtragem no filtro separador de água e óleo, também chamado de
sedimentador, tem a finalidade de decantar a água contida no diesel.
Apresenta um parafuso para drenagem da água, quando necessário.
c) sistema de aquecimento:
- o sistema de aquecimento funciona através de uma resistência elétrica e
tem por objetivo aquecer o combustível, melhorando sua queima, quando
a operação ocorrer sob temperatura abaixo de 0º Celsius (2015a, p. 42).
Localiza-se junto ao pré-filtro sedimentador.
d) tubulação de baixa pressão e filtro de combustível:
- após a filtragem no pré-filtro sedimentador, o combustível segue pela
tubulação de baixa pressão e passa pelo filtro principal de combustível,
destinado a reter as impurezas contidas no óleo diesel e proteger o
sistema de alimentação. A tubulação de baixa pressão também está
presente no retorno do combustível. É considerado um componente
irreparável.
e) acumulador hidráulico – common rail:
- após a filtragem principal o combustível está pronto para ser admitido no
sistema common rail ( do Inglês, “trilho comum”). Esse sistema conta com
uma bomba que impulsiona o combustível sob alta pressão, deixando-o
disponível em um trilho acumulador – rail - comum a todos os bicos
injetores. Quando necessário, a injeção de combustível está pronta para
ser disponibilizada para o cilindro, conforme o controle da central de
injeção eletrônica.
f) tubulação de alta pressão:
- os tubos de alta pressão são desenvolvidos para conduzir o combustível
do acumulador hidráulico para os bicos injetores. Essa tubulação tem
paredes rígidas e espessas para resistir à passagem do combustível em
alta pressão pelo sistema (TILLMAN, 2013, p. 70). É considerado um
componente irreparável.
45

g) bicos injetores:
- o combustível é conduzido pela tubulação de alta pressão até o bico
injetor. A VBTP Guarani possui seis bicos injetores, um para cada cilindro.
Os bicos injetores pulverizam o diesel dentro da câmara de combustão,
onde se encontra o volume de ar comprimido e superaquecido, permitindo
a explosão que gera a força ao motor.

4.1.2 Identificação das tarefas de manutenção dos componentes do sistema de


alimentação da VBTP Guarani

Como parte dos objetivos específicos desta pesquisa, existe a necessidade


de se realizar a identificação, através revisão bibliográfica, das ações de
manutenção que estão presentes nos manuais da VBTP Guarani, bem como a
verificação, na legislação técnica do EB, se existem ações que se entendem
necessárias para o bom funcionamento dos componentes do sistema de
alimentação da VBTP Guarani.
Após a identificação das ações de manutenção, há como se fazer as análises
de tempo de execução e quantidade de mecânicos necessária para executá-las e
assim, prosseguir com o atingimento dos demais objetivos específicos da pesquisa.
Os procedimentos levantados na pesquisa para o sistema de alimentação são:
a) drenar:
- a ação de drenar corresponde ao esgotamento, ou escoamento de fluido -
no caso do sistema de alimentação da VBTP Guarani - o esgotamento de
combustível. Também é comum referir-se a drenagem em relação à água,
que inconvenientemente está presente no diesel e precisa ser esgotada do
sistema de alimentação.
b) inspecionar:
- o ato de inspecionar está relacionado, segundo Brasil (2017, p. 3-7) a:
“verificar as disponibilidades, identificando possíveis falhas elétricas ou
mecânicas”. Visa de certa forma, ter uma noção preliminar sobre como
estão as condições dos componentes e seus aspectos gerais. Consiste em
uma verificação que utiliza, muitas vezes, os próprios sentidos do mecânico
ou operador, como a visão e a audição. Sobre esta ação o Manual Técnico
46

T9-2810, aprofunda que quando se observa uma tarefa de “inspecionar um


componente para ver se está corretamente montado”, isto deve ser
entendido como uma inspeção visual para ver se ele está em sua posição
correta na viatura. Para isso o mecânico pode valer-se das ilustrações do
manual que indica onde cada componente deve encontrar-se no conjunto
e, em alguns casos, nem necessita de ferramental. Por outro lado, quando
o mecânico precisa “inspecionar para ver se está firme” deve entender,
além da checagem visual, uma checagem à mão ou com uso de
ferramenta (BRASIL, 1978, p. 2-7). O manual da VBTP Guarani, por sua
vez, complementa que o foco da inspeção é “observar o correto
posicionamento, a fixação, lubrificação, ausência de vazamentos, desgaste
excessivo, amassados, deformações, rasgos, cortes ou outros danos
evidentes.” (BRASIL, 2015b, p. 27).
c) limpar;
- a limpeza está vinculada com o ato de manter o material livre de sujeiras.
Para isso, muitas vezes há a necessidade de se remover “resíduos,
ferrugem, óleos, graxas, poeiras e outros corpos estranhos” (Brasil, 2017,
p. 3-6). Neste diapasão, para a limpeza da VBTP Guarani deve-se utilizar
apenas os materiais recomendados pelo fabricante buscando não utilizar
água, vapor ou ar sob pressão para o fazê-lo no interior do veículo.
d) reparar:
- o procedimento de reparação consiste, de acordo com Brasil (2017, p. 3-
8) na “remoção de falhas apresentada pelo material, com a finalidade de
restabelecer as suas condições de uso.” Isso significa que o componente
danificado a ser reparado deve estar ao final desta operação, pronto para
uso.
e) substituir:
- a tarefa de substituição corresponde à permuta ou troca do componente
inservível, por outro novo, em perfeito estado. Como inservível pode ser
considerado tanto aquele componente que não admite reparação, quanto
àquele que admite, mas a sua reparação se torna inviável (BRASIL, 2017,
p. 3-9).
47

4.1.3 Classificação dos procedimentos do sistema de alimentação:


manutenção preventiva e corretiva.

Após a identificação de componentes e de procedimentos cabíveis, há que se


considerar na pesquisa a listagem dos componentes do sistema de alimentação da
VBTP Guarani com seus respectivos procedimentos de manutenção e classificar se
as tarefas correlatas são de caráter preventivo ou corretivo. Isto porque, conforme
consta no Capitulo 3, esta condição pode interferir diretamente na complexidade da
tarefa.
Para se ter uma compreensão da importância de se diferenciar tarefas
corretivas de preventivas, apresenta-se o resultado de pesquisa feita no âmbito de
mecânicos especializados na manutenção da VBTP Guarani, constante do quadro
10. O questionamento feito está assinalado a seguir:
Na opinião do Sr, em se tratando da manutenção do sistema de alimentação da
VBTP Guarani, quando se comparam as tarefas de manutenção PREVENTIVA
com as tarefas de manutenção CORRETIVA, quais são, em geral, mais complexas
de se executar?
a) Manutenção Preventiva
b) Manutenção Corretiva
c) Os dois tipos de manutenção tem, em geral, igual complexidade
d) Prefiro não responder
QUADRO 10 – Pergunta 8 do questionário do APÊNDICE A.
Fonte: o autor

O resultado das respostas apresentadas está indicado no Gráfico 4:

90%
77%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 15%
8%
10%
0
0%
alternativa a) alternativa b) alternativa c) alternativa d)
GRÁFICO 4 – Comparação de complexidade entre manutenção preventiva e corretiva
Fonte: o autor
48

A seguir buscou-se relacionar as tarefas de manutenção conforme o circuito –


ar ou combustível – a que ela pertence e se são de natureza preventiva ou corretiva.
Essa divisão se baseou na literatura de mecânica de motores diesel, nos manuais
da VBTP Guarani e nas normativas do Exército sobre manutenção de viaturas.

4.1.3.1 Tarefas do circuito de ar

As tarefas de caráter preventivo do circuito de ar do sistema de alimentação


da VBTP Guarani contam 08 (oito) procedimentos indicados conforme quadro 11.
Componente Tarefa
Dutos de ar Inspecionar
Filtro de ar Inspecionar
Filtro de ar Limpar
Filtro de ar Substituir
Filtro de segurança do ar de admissão Substituir
Intercooler Limpar
Tubos de exaustão Inspecionar
Tubulações de expulsão de poeira Inspecionar
QUADRO 11 – Tarefas de manutenção preventiva relacionadas à componentes do circuito de ar do
sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor

Quanto às tarefas de natureza corretiva, estas somam 11 (onze)


procedimentos indicados conforme quadro 12:

Componente Tarefa
Coletor de admissão Reparar
Coletor de admissão Substituir
Dutos de ar Reparar
Dutos de ar Substituir
Expulsor de pó Reparar
Expulsor de pó Substituir
Intercooler Reparar
Intercooler Substituir
Tubos de exaustão Reparar
Tubos de exaustão Substituir
Tubulações de expulsão de poeira Substituir
QUADRO 12 – Tarefas de manutenção corretiva relacionadas à componentes do circuito de ar do
sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor
49

4.1.3.2 Tarefas do circuito de combustível

As ações de características preventivas do circuito de somam 22 (vinte e dois)


procedimentos indicados conforme quadro 13:

Componente Tarefa
Bujão de dreno de combustível Inspecionar
Combustível Drenar
Combustível Inspecionar
Esponja do tanque dianteiro de combustível Inspecionar
Esponja do tanque dianteiro de combustível Substituir
Esponja do tanque traseiro de combustível Inspecionar
Esponja do tanque traseiro de combustível Substituir
Filtro de combustível Inspecionar
Filtro de combustível Substituir
Filtro do bocal de enchimento Limpar
Filtro do bocal de enchimento Substituir
Filtro separador de água e óleo Drenar
Filtro separador de água e óleo Substituir
Mangueiras de conexão do tanque de combustível Inspecionar
Tanque dianteiro de combustível Inspecionar
Tanque dianteiro de combustível Reparar
Tanque dianteiro de combustível Substituir
Tanque traseiro de combustível Inspecionar
Tanque traseiro de combustível Reparar
Tanque traseiro de combustível Substituir
Tubulações de alta pressão de combustível Inspecionar
Tubulações de baixa pressão de combustível Inspecionar
QUADRO 13 – Tarefas de manutenção preventivas relacionadas à componentes do circuito de
combustível do sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor

Sobre as tarefas de natureza corretiva, estas foram relacionadas em 15


(quinze) procedimentos indicados conforme quadro 14:
(continua)
Componente Tarefa
Acumulador hidráulico (rail) Reparar
Acumulador hidráulico (rail) Substituir
Bicos injetores Reparar
Bicos injetores Substituir
Bomba alimentadora de combustível Reparar
Bomba alimentadora de combustível Substituir
Bomba de combustível Reparar
Bomba de combustível Substituir
Bujão de dreno de combustível Substituir
Mangueiras de conexão do tanque de combustível Substituir
50

(conclusão)
Componente Tarefa
Sistema de pré-aquecimento Substituir
Tubulações de alta pressão de combustível Substituir
Tubulações de baixa pressão de combustível Substituir
Turbocompressor Reparar
Turbocompressor Substituir
QUADRO 14 – Tarefas de manutenção corretivas relacionadas à componentes do circuito de
combustível do sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor

4.1.4 Apresentação de variáveis que podem influenciar a complexidade de uma


tarefa de manutenção

Identificados e organizados os componentes e ações de manutenção do


sistema de alimentação, para diferenciar os escalões em que cada tarefa deva estar,
é necessário estabelecer um grau de complexidade.
Como hipótese inicial esta pesquisa considerou confirmar se a variável
“tempo de execução” é fator preponderante para determinar a complexidade de uma
tarefa de manutenção e, por conseguinte, sua posição entre os escalões. Na
intenção de verificar a viabilidade da hipótese, foi realizada uma pesquisa
exclusivamente com mecânicos de viatura Guarani, sobre qual a importância de
determinados parâmetros para o entendimento do conceito de complexidade da
tarefa. A pergunta 7 do Apêndice A tinha por finalidade medir como os mecânicos
compreendem, a variável “tempo de execução” na conceituação de complexidade da
tarefa. Ainda assim, a referida dimensão em estudo não foi salientada perante as
demais apresentadas para não influenciar nas respostas dos perguntados. A
pergunta apresentava o seguinte teor:
Na opinião do Sr, dentre os fatores listados abaixo, qual é o mais importante a ser
considerado para se definir a complexidade de uma tarefa? (Ordene todos os
fatores usando a escala de 1 – “MAIS IMPORTANTE” a 4 – “MENOS
IMPORTANTE”)
a) A necessidade de ferramental e/ou equipamentos específicos
b) O tempo de execução da tarefa
c) O valor do suprimento empregado
d) A natureza da manutenção - se ela é preventiva ou corretiva
QUADRO 15 – Pergunta 7 do questionário do APÊNDICE A
Fonte: o autor
51

O resultado para o aspecto “mais importante” está explícito no gráfico 5 a


seguir:
90%
85%
80%

70%

60%

50%

40%

30%

20% 15%

10%
0 0
0%
alternativa a) alternativa b) alternativa c) alternativa d)

GRÁFICO 5 – Resposta do aspecto mais importante na pergunta 7 do questionário do APENDICE A


Fonte: o autor

Persistindo nesta variável, a coleta de dados permitiu obter que, embora o


“tempo de execução” não tenha sido considerado pelos mecânicos como primeiro
aspecto mais importante foi considerado como segundo mais importante, por mais
da metade dos entrevistados, como pode ser observado no quadro a seguir:
Classificação
1ª mais 2ª mais 3ª mais Menos
de
importante importante importante importante
importância
Percentagem
de respostas 0 54% 23% 23%
(%)
QUADRO 16 – Classificação da variável “tempo de execução” conforme opinião dos mecânicos
entrevistados
Fonte: o autor

Considerando a possibilidade de “tempo de execução” não ser fator


preponderante para definir complexidade da tarefa, foram propostos, no capitulo 3
desta pesquisa, outros parâmetros que podem influir no grau de complexidade de
um procedimento de manutenção, como a “quantidade de mecânicos necessária”
52

para execução da tarefa e a “natureza da manutenção”, se ela é preventiva ou


corretiva.
Quanto a este último aspecto, o resultado da pesquisa entre especialistas já
foi apresentado na seção anterior, no gráfico 4.
Por sua vez, com relação ao aspecto “quantidade de mecânicos necessária”,
foi formulada a pergunta 6 no questionário e foi apresentada da seguinte forma:
Na opinião do Sr, dentre os fatores listados abaixo, qual é o mais importante a ser
considerado para se definir a complexidade de uma tarefa? (Ordene todos os
fatores usando a escala de 1 – “MAIS IMPORTANTE” a 4 – “MENOS
IMPORTANTE”)
a) A quantidade de mecânicos necessária para executar a tarefa
b) A habilitação requerida do mecânico para executar a tarefa
c) O risco de acidentes envolvido na execução da tarefa
d) A frequência com que a tarefa é demandada
QUADRO 17 – Pergunta 6 do questionário do APÊNDICE A
Fonte: o autor

A respeito deste questionamento o resultado obtido é o que está apresentado


pelo Gráfico 6.
60%
54%

50%

40%

30%
23% 23%
20%

10%

0
0%
alternativa a) alternativa b) alternativa c) alternativa d)

GRÁFICO 6 – Resposta do aspecto mais importante na pergunta 6 do questionário do APÊNDICE A


Fonte: o autor

Enfim, os aspectos “tempo de execução” e “quantidade de mecânicos


necessária” foram analisados juntamente com as listas de tarefas já apresentadas
pelos mecânicos de VBTP Guarani, de OM Logísticas, de forma a permitir a
atribuição de um valor para a complexidade de acordo com o proposto no Capítulo
3.
53

4.1.5 Resultado das observações realizadas nas OM de manutenção

O 15º B Log e o 25º B Log, sediados, respectivamente, em Cascavel-PR e


Rio de Janeiro – RJ são os responsáveis por realizar a manutenção até o 2º escalão
das Grandes Unidades (GU) que os enquadram. Por esse motivo, estas
organizações logísticas foram escolhidas para realizar a observação de campo em
relação à manutenção dos componentes do sistema de alimentação da VBTP
Guarani, alvo desta pesquisa. A observação das turmas de manutenção obedeceu
aos seguintes critérios:
a) verificação de conhecimento da tarefa: tal medida visava coletar se a
equipe do B Log já tinha acompanhado ou realizado a tarefa em observação;
isto poderá ser relevante quanto à qualidade dos dados apresentados, visto
que, presumivelmente o procedimento dito conhecido será mais fiel à
realidade;
b) necessidade de uso de ferramental: a observação a este quesito foi a
primeira a ser feita. Os mecânicos destacaram se a tarefa poderia ser
realizada sem ferramental ou somente com o ferramental de bordo. A
resposta a este critério é importante, pois, uma vez verificado que a tarefa
pode ser realizada nas condições anteriormente descritas torna-se possível
relacioná-la como de 1º escalão – nível motorista, conforme as diretrizes da
legislação técnica do EB (BRASIL, 1979, p. 1-4);
c) tempo de execução: nesse aspecto, os mecânicos assinalaram se a tarefa
indicada demorava até duas horas, até quatro horas ou mais que quatro
horas. De acordo com o tempo observado, sobre a tarefa atribuir-se-ia um
valor de 1 a 3;
d) quantidade de mecânicos: sobre esta dimensão, os mecânicos apontaram
se a tarefa indicada necessitava, para ser executada por no mínimo um
mecânico, mínimo dois ou mais que dois mecânicos. De acordo com a
quantidade indicada, sobre a tarefa atribuir-se-ia um coeficiente de 1 a 3;
e) no caso de um procedimento elencado não ter sido ainda realizado pelo
mecânico deveria ser marcada a expressão “não observado”.
54

Para efeito de apresentação dos resultados das observações dos mecânicos,


as tarefas foram organizadas, dentro de cada circuito e por fim tabuladas em dois
grupos: o primeiro com as tarefas do nível “1º escalão – operador/motorista”, já que
estas não necessitam da valoração dos critérios “tempo de execução” e “quantidade
de mecânicos”; o segundo grupo inclui todas as demais tarefas não absorvidas pelo
“1º escalão – operador/motorista”, pois, para estas importa o cálculo da pontuação
estabelecida entre as dimensões “tempo de execução” e “quantidade de mecânicos”,
além da multiplicação pelo coeficiente de natureza de manutenção – preventiva ou
corretiva. Ao final, os escores totais para cada tarefa foram tabulados e convertidos
dentro do escalonamento proposto pela pesquisa em 1º escalão - oficina da OM e 2º
escalão (B Log). A tabulação das tarefas, a partir deste tópico está estabelecida no
Quadro 18 que se sucede:
Critérios de análise para apresentação dos resultados
Valoração dos aspectos:
Necessidade de “tempo de execução”,
ferramental de bordo ou “quantidade de
Escalões/critério
execução sem mecânicos” e “natureza
ferramenta da manutenção” (Ct1 = t x
H x 1 ou Ct2 = t x H x 2)
1º escalão – Circuito de Circuito de
-x-
operador/motorista Ar Combustível
1º escalão - oficina da OM Circuito de Circuito de
-x-
Ar Combustível
Circuito de Circuito de
2º escalão (B Log) -x-
Ar Combustível
QUADRO 18 – Organização dos resultados das observações das OM de manutenção
Fonte: o autor

4.1.5.1 Resultados obtidos no 15º B Log

Os mecânicos do 15º B Log, sediado em Cascavel-PR são os responsáveis


por executar e acompanhar a manutenção na VBTP Guarani, no âmbito da 15ª Bda
Inf Mec.
No tocante ao conhecimento das tarefas apresentadas, observou-se que 42%
das tarefas do circuito de ar já tinham sido realizadas ou acompanhadas pelos
mecânicos desta OM, quanto às tarefas relacionadas ao combustível esse valor gira
em torno de 25%.
55

A listagem dos componentes e procedimentos de manutenção do sistema de


alimentação foi verificada pela turma de manutenção daquela unidade logística,
conforme as observações já mencionadas anteriormente.

4.1.5.1.1 Circuito de ar - 1º escalão – operador/motorista

Não existe, segundo as observações dos mecânicos do 15º B Log, nenhuma


tarefa do circuito de ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani que possa ser
realizadas sem ferramentas, ou somente com o ferramental de bordo. Nesse caso,
para esse circuito não tem como classificar nenhuma tarefa nesse nível de
complexidade.

4.1.5.1.2 Circuito de ar – demais escalões

As tarefas do circuito de ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani


foram organizadas conforme os dados levantados pela turma de manutenção de
viaturas blindadas do 15º B Log e os resultados obtidos estão no Quadro 19 a
seguir:

(continua)
Qtde
Tempo de Natureza Escore
Componente Tarefa mecânicos Escalão
execução (t) da Mnt total (Ct)
(H)
Não Corretiva
Coletor de Mínimo dois 12 2º escalão
Reparar observado (3
admissão (2 pontos) (x2)
pontos)
Corretiva
Coletor de Até 4h Mínimo dois 8 2º escalão
Substituir
admissão (2 pontos) (2 pontos) (x2)
Preventiva 1º escalão
Até 2h Mínimo dois 2
Dutos de ar Inspecionar
(1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
Não Corretiva
Mínimo dois 12
Dutos de ar Reparar observado (3 2º escalão
(2 pontos) (x2)
pontos)
Corretiva
Até 4 h Mínimo dois 8
Dutos de ar Substituir 2º escalão
(2 pontos) (2 pontos) (x2)
56

(conclusão)

Qtde
Tempo de Natureza Escore
Componente Tarefa mecânicos Escalão
execução (t) da Mnt total (Ct)
(H)

Não Não Corretiva


Expulsor de pó Reparar observado (3 observado (3 18 2º escalão
(x2)
pontos) pontos)
Corretiva
Até 2h Mínimo dois 4 1º escalão
Expulsor de pó Substituir
(1 ponto) (2 pontos) (x2) (oficina)
Até 2h Mínimo dois Preventiva 2 1º escalão
Filtro de ar Inspecionar
(1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
Até 2h Mínimo dois Preventiva 2 1º escalão
Filtro de ar Limpar
(1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
Até 2h Mínimo dois Preventiva 2 1º escalão
Filtro de ar Substituir
(1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
Filtro de
Preventiva
segurança do Até 2h Mínimo dois 2 1º escalão
Substituir
ar de (1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
admissão
Preventiva 1º escalão
Até 4 h Mínimo dois 4
Intercooler Limpar
(2 pontos) (2 pontos) (x1) (oficina)
Não Corretiva
Mínimo dois 12
Intercooler Reparar observado (3 2º escalão
(2 pontos) (x2)
pontos)
Corretiva
Mais que 4h Mínimo dois 12
Intercooler Substituir 2º escalão
(3 pontos) (2 pontos) (x2)
Preventiva 1º escalão
Tubos de Até 2h Mínimo dois 2
Inspecionar
exaustão (1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
Não Corretiva
Tubos de Mínimo dois 12
Reparar observado (3 2º escalão
exaustão (2 pontos) (x2)
pontos)
Corretiva
Tubos de Até 4 h Mínimo dois 8
Substituir 2º escalão
exaustão (2 pontos) (2 pontos) (x2)
Tubulações de Preventiva
Até 2h Mínimo dois 2 1º escalão
expulsão de Inspecionar
(1 ponto) (2 pontos) (x1) (oficina)
poeira
Tubulações de Corretiva
Até 2h Mínimo dois 4 1º escalão
expulsão de Substituir
(1 ponto) (2 pontos) (x2) (oficina)
poeira
QUADRO 19 – Lista de componentes e tarefas do circuito de ar do sistema de alimentação da VBTP
Guarani conforme as observações dos mecânicos do 15º B Log
Fonte: o autor

4.1.5.1.3 Circuito de combustível - 1º escalão motorista/operador

Conforme as observações dos mecânicos do 15º B Log, as tarefas do circuito


de combustível do sistema de alimentação da VBTP Guarani que podem ser
realizadas sem ferramentas, ou somente com o ferramental de bordo são as
seguintes:
57

Componente Tarefa
Combustível Inspecionar
Filtro do bocal de enchimento Limpar
Filtro do bocal de enchimento Substituir
Filtro separador de água e óleo Drenar
Tanque dianteiro de combustível Inspecionar
Tanque traseiro de combustível Inspecionar
QUADRO 20 – Lista de componentes e tarefas do circuito de combustível do sistema de alimentação
da VBTP Guarani indicados para o nível 1º escalão motorista/operador conforme as
observações dos mecânicos do 15º B Log
Fonte: o autor

Há que se considerar que, embora o combustível em si não se caracterize em


um componente do sistema de alimentação, sua inspeção pode e deve ser
realizada, uma vez que a falta desse insumo, dentro do referido sistema pode
ocasionar a denominada “pane seca”, uma falha, com um grau de complexidade
relativamente simples que pode causar danos irreversíveis ao veículo. A inspeção
de combustível deve seguir, de acordo com BRASIL (1979, p. 2-25), a frequência
estabelecida no manual técnico T9-2810 – Manutenção de Viaturas Automóveis do
Exército Brasileiro, em 03 (três) fases distintas:
a) antes da utilização, a fim de constatar a presença do combustível e
recompletar, se for o caso;
b) durante a execução do movimento buscando atentar-se para o consumo
do combustível, conforme as exigências do deslocamento;
c) após a utilização, em busca de vazamentos anormais.

4.1.5.1.4 Circuito de combustível – demais escalões

Excluindo-se as tarefas listadas no tópico anterior, as demais tarefas do


circuito de combustível do sistema de alimentação da VBTP Guarani, totalizando 31
(trinta e uma) operações, foram organizadas conforme os seguintes resultados:

(continua)
Tempo de Qtde Escor
Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total Escalão
Mnt
(t) cos (H) (Ct)
Não Mínimo Corretiva 2º
Acumulador 12
Reparar observado dois (2
hidráulico (rail) (x2) Escalão
(3 pontos) pontos)
Mínimo Corretiva
Acumulador Até 4 h 8 2º
Substituir dois (2
hidráulico (rail) (2 pontos) (x2) Escalão
pontos)
58

(continua)
Tempo de Qtde Escor
Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total Escalão
Mnt
(t) cos (H) (Ct)
Não Mínimo Corretiva
Bicos injetores Reparar observado dois (2 12 2º Escalão
(x2)
(3 pontos) pontos)
Mínimo Corretiva
Até 4 h 8
Bicos injetores Substituir dois (2 2º Escalão
(2 pontos) (x2)
pontos)
Bomba Não Mínimo Corretiva
alimentadora de Reparar observado dois (2 12 2º Escalão
(x2)
combustível (3 pontos) pontos)
Bomba Não Mínimo Corretiva
alimentadora de Substituir observado dois (2 12 2º Escalão
(x2)
combustível (3 pontos) pontos)
Não Mínimo Corretiva
Bomba de 12
Reparar observado dois (2 2º Escalão
combustível (x2)
(3 pontos) pontos)
Não Mínimo
Bomba de Corretiva 12
Substituir observado dois (2 2º Escalão
combustível (x2)
(3 pontos) pontos)
Não Mínimo
Bujão de dreno de Preventiva 6
Inspecionar observado dois (2 2º Escalão
combustível (x1)
(3 pontos) pontos)
Não Mínimo
Bujão de dreno de Corretiva 12
Substituir observado dois (2 2º Escalão
combustível (x2)
(3 pontos) pontos)
Mínimo Preventiva
Até 2h 2 1º escalão
Combustível Drenar dois (2
(1 ponto) (x1) (oficina)
pontos)
Esponja do tanque Não Mínimo Preventiva
dianteiro de Inspecionar observado dois (2 6 2º Escalão
(x1)
combustível (3 pontos) pontos)
Esponja do tanque Não Mínimo Preventiva
dianteiro de Substituir observado dois (2 6 2º Escalão
(x1)
combustível (3 pontos) pontos)
Esponja do tanque Não Mínimo Preventiva
traseiro de Inspecionar observado dois (2 6 2º Escalão
(x1)
combustível (3 pontos) pontos)
Esponja do tanque Não Mínimo Preventiva
traseiro de Substituir observado dois (2 6 2º Escalão
(x1)
combustível (3 pontos) pontos)
Mínimo
Filtro de Até 2h Preventiva 2 1º escalão
Inspecionar dois (2
combustível (1 ponto) (x1) (oficina)
pontos)
Mínimo
Filtro de Até 2h Preventiva 2 1º escalão
Substituir dois (2
combustível (1 ponto) (x1) (oficina)
pontos)
Mínimo Preventiva
Filtro separador de Até 2h 2 1º escalão
Substituir um (1
água e óleo (1 ponto) (x1) (oficina)
ponto)
Mangueiras de Mínimo Preventiva
Até 2h 2 1º escalão
conexão do tanque Inspecionar dois (2
(1 ponto) (x1) (oficina)
de combustível pontos)
59

(conclusão)
Tempo de Qtde Escor
Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total Escalão
Mnt
(t) cos (H) (Ct)
Mangueiras de Mínimo
Até 2h Corretiva 2 1º escalão
conexão do tanque Substituir dois (2
(1 ponto) (x2) (oficina)
de combustível pontos)
Mínimo
Sistema de pré- Até 2h Corretiva 4 1º escalão
Substituir um (1
aquecimento (1 ponto) (x2) (oficina)
ponto)
Não Mínimo Preventiva
Tanque dianteiro 6
Reparar observado dois (2 2º Escalão
de combustível (x1)
(3 pontos) pontos)
Não Mínimo Preventiva
Tanque dianteiro 6
Substituir observado dois (2 2º Escalão
de combustível (x1)
(3 pontos) pontos)
Não Mínimo Preventiva
Tanque traseiro de 6
Reparar observado dois (2 2º Escalão
combustível (x1)
(3 pontos) pontos)
Mínimo Preventiva
Tanque traseiro de Até 4 h 4 1º escalão
Substituir dois (2
combustível (2 pontos) (x1) (oficina)
pontos)
Tubulações de alta Mínimo Preventiva
Até 2h 1 1º escalão
pressão de Inspecionar um (1
(1 ponto) (x1) (oficina)
combustível ponto)
Tubulações de alta Mínimo Corretiva
Até 2h 4 1º escalão
pressão de Substituir dois (2
(1 ponto) (x2) (oficina)
combustível pontos)
Tubulações de Mínimo Preventiva
Até 2h 1 1º escalão
baixa pressão de Inspecionar um (1
(1 ponto) (x1) (oficina)
combustível ponto)
Tubulações de Mínimo Corretiva
Até 2h 4 1º escalão
baixa pressão de Substituir dois (2
(1 ponto) (x2) (oficina)
combustível pontos)
Não
Não Corretiva
observa 18
Turbocompressor Reparar observado 2º Escalão
do (3 (x2)
(3 pontos)
pontos)
Mínimo Corretiva
Até 4 h 8
Turbocompressor Substituir dois (2 2º Escalão
(2 pontos) (x2)
pontos)
QUADRO 21 – Lista de componentes e tarefas do circuito de combustível do sistema de alimentação
da VBTP Guarani, dos demais escalões, conforme as observações dos mecânicos do
15º B Log
Fonte: o autor

4.1.5.2 Resultados obtidos no 25º B Log

A turma de manutenção de viaturas blindadas do 25º B Log, sediado no Rio


de Janeiro-RJ, é responsável por executar e acompanhar a manutenção na VBTP
Guarani, no âmbito de sua guarnição.
60

No tocante ao conhecimento das tarefas apresentadas, observou-se que 33%


das tarefas do circuito de ar já tinham sido realizadas ou acompanhadas pelos
mecânicos desta OM. Quanto às tarefas relacionadas ao combustível, esse valor
fica em torno de 31%.
A listagem dos componentes e procedimentos de manutenção do sistema de
alimentação foi verificada pela turma de manutenção daquela unidade logística e o
resultado obtido foi o seguinte:

4.1.5.2.1 Circuito de ar - 1º escalão – operador/motorista

Conforme as observações dos mecânicos do 25º B Log, são 08 (oito) as


tarefas do circuito de ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani que podem ser
realizadas sem ferramentas, ou somente com o ferramental de bordo e, por isso, são
sugeridas para o nível 1º escalão – operador/motorista são as seguintes:
Componente Tarefa
Dutos de ar Inspecionar
Filtro de ar Inspecionar
Filtro de ar Limpar
Filtro de ar Substituir
Filtro de segurança do ar de admissão Substituir
Intercooler Limpar
Tubos de exaustão Inspecionar
Tubulações de expulsão de poeira Inspecionar
QUADRO 22 – Lista de componentes e tarefas do nível 1º escalão – operador/motorista do circuito de
ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani conforme as observações dos
mecânicos do 25º B Log
Fonte: o autor

4.1.5.2.2 Circuito de ar – demais escalões

De acordo com as observações dos mecânicos do 25º B Log são 11 (onze) as


tarefas do circuito de ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani que podem ser
classificadas nos demais escalões (1º escalão OM e 2º escalão):
61

Qtde Escore
Tempo de Natureza da
Componente Tarefa mecânicos total Escalão
execução (t) Mnt
(H) (Ct)
Mais que
Até 2h Corretiva 6 2º
Coletor de admissão Reparar dois (3
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos)
Mais que
Até 2h Corretiva 6 2º
Coletor de admissão Substituir dois (3
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos)
Mais que
Até 2h Corretiva 6 2º
Dutos de ar Reparar dois (3
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos)
Mais que
Até 2h Corretiva 6 2º
Dutos de ar Substituir dois (3
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Não Mais que
Corretiva 2º
Expulsor de pó Reparar observado (3 dois (3 6
(x2) Escalão
pontos) pontos
Mais que
Até 2h Corretiva 2º
Expulsor de pó Substituir dois (3 6
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Mais que
Até 2h Corretiva 2º
Intercooler Reparar dois (3 6
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Mais que
Até 2h Corretiva 2º
Intercooler Substituir dois (3 6
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Mais que
Até 2h Corretiva 2º
Tubos de exaustão Reparar dois (3 6
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Mais que
Até 2h Corretiva 2º
Tubos de exaustão Substituir dois (3 6
(1 ponto) (x2) Escalão
pontos
Mais que
Tubulações de Até 2h Corretiva 2º
Substituir dois (3 6
expulsão de poeira (1 ponto) (x2) Escalão
pontos
QUADRO 23 – Lista de componentes e tarefas dos demais escalões para componentes do circuito de
ar do sistema de alimentação da VBTP Guarani conforme as observações dos
mecânicos do 25º B Log.
Fonte: o autor

4.1.5.2.3 Circuito de combustível - 1º escalão motorista/operador

Alinhado com a constatação dos mecânicos do 25º B Log, somam 10 (dez) as


tarefas do circuito de combustível que podem ser classificadas no 1º escalão
motorista/operador, visto que somente necessitam de ferramental de bordo ou não
necessitam de ferramental para a execução
(continua)
Componente Tarefa
Bujão de dreno de combustível Inspecionar
Bujão de dreno de combustível Substituir
62

(conclusão)
Componente Tarefa
Combustível Inspecionar
Esponja do tanque dianteiro de combustível Inspecionar
Esponja do tanque dianteiro de combustível Substituir
Esponja do tanque traseiro de combustível Inspecionar
Esponja do tanque traseiro de combustível Substituir
Filtro separador de água e óleo Drenar
Mangueiras de conexão do tanque de
Inspecionar
combustível
Tanque dianteiro de combustível Inspecionar
QUADRO 24 – Lista de componentes e tarefas do nível 1º escalão – operador/motorista do circuito de
combustível do sistema de alimentação da VBTP Guarani conforme as observações dos mecânicos
do 25º B Log.
Fonte: o autor

4.1.5.2.4 Circuito de combustível – demais escalões

Conforme o obtido pela observação do 25º B Log, calculam 28 (vinte e oito)


as tarefas do circuito de combustível que podem ser classificadas nos demais
escalões.

(continua)
Tempo de Qtde Escor
Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total Escalão
Mnt
(t) cos (H) (Ct)
Mais
Acumulador Até 2h (1 que dois Corretiva 6
Reparar 2º Escalão
hidráulico (rail) ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Acumulador Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
hidráulico (rail) ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Até 2h (1 que dois Corretiva
Bicos injetores Reparar 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Até 2h (1 que dois Corretiva
Bicos injetores Substituir 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Bomba
Até 2h (1 que dois Corretiva
alimentadora de Reparar 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
combustível
pontos)
63

(continua)

Tempo de Qtde Escor


Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total
Mnt Escalão
(t) cos (H) (Ct)
Mais
Bomba
Até 2h (1 que dois Corretiva
alimentadora de Substituir 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
combustível
pontos)
Mais
Bomba de Até 2h (1 que dois Corretiva
Reparar 6 2º Escalão
combustível ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Bomba de Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
combustível ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Até 2h (1 que dois Corretiva
Combustível Drenar 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Filtro de Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Inspecionar
combustível ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Filtro de Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Substituir
combustível ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Filtro do bocal Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Limpar
de enchimento ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Filtro do bocal Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Substituir
de enchimento ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Filtro separador Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
de água e óleo ponto) (3 (x2)
pontos)
Mangueiras de Mais
conexão do Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
tanque de ponto) (3 (x2)
combustível pontos)
Mais
Sistema de pré- Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
aquecimento ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Tanque
Até 2h (1 que dois Corretiva
dianteiro de Reparar 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
combustível
pontos)
Mais
Tanque
Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
dianteiro de Substituir
ponto) (3 (x1) (oficina)
combustível
pontos)
64

(conclusão)

Tempo de Qtde Escor


Natureza da
Componente Tarefa execução mecâni e total
Mnt Escalão
(t) cos (H) (Ct)
Mais
Tanque traseiro Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Inspecionar
de combustível ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Tanque traseiro Até 2h (1 que dois Corretiva 6
Reparar 2º Escalão
de combustível ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Tanque traseiro Até 2h (1 que dois Preventiva 3 1º escalão
Substituir
de combustível ponto) (3 (x1) (oficina)
pontos)
Mais
Tubulações de
Até 2h (1 que dois Corretiva 6
alta pressão de Inspecionar 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
combustível
pontos)
Mais
Tubulações de
Até 2h (1 que dois Corretiva
alta pressão de Substituir 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
combustível
pontos)
Mais
Tubulações de
Até 2h (1 que dois Corretiva
baixa pressão Inspecionar 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
de combustível
pontos)
Mais
Tubulações de
Até 2h (1 que dois Corretiva
baixa pressão Substituir 6 2º Escalão
ponto) (3 (x2)
de combustível
pontos)
Mais
Turbocompress Até 2h (1 que dois Corretiva
Reparar 6 2º Escalão
or ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Turbocompress Até 2h (1 que dois Corretiva
Substituir 6 2º Escalão
or ponto) (3 (x2)
pontos)
Mais
Acumulador Até 2h (1 que dois Corretiva
Reparar 6 2º Escalão
hidráulico (rail) ponto) (3 (x2)
pontos)
QUADRO 25 – Lista de componentes e tarefas dos demais escalões do circuito de combustível do
sistema de alimentação da VBTP Guarani conforme as observações dos mecânicos
do 25º B Log.
Fonte: o autor

4.2 DISCUSSÃO

Em relação à análise dos dados do questionário, infere-se que a maioria dos


mecânicos participantes da pesquisa está inserida na atividade de manutenção
(61%). Isto é uma boa constatação, haja vista a necessidade de se aprofundar o
65

quanto antes no conhecimento do veículo. Quanto mais mecânicos habilitados


estiverem envolvidos na manutenção, maior será a absorção de conhecimento por
parte do Exército Brasileiro. Adverte-se para o fato de haver mecânicos habilitados
fora da atividade, o que de certa forma é um desperdício de recursos humanos,
financeiros e logísticos. Com especial destaque, examina-se que quase a metade
dos perguntados (45%) está trabalhando em unidades logística – 15ºB Log, 25º B
Log e 28º B Log – o que enriquece a coleta de dados, reunindo informações de
mecânicos que estão trabalhando em organizações voltadas exclusivamente para
manutenção. Sobre a experiência e qualificação dos militares, acentua-se que a
maior parte já está na graduação de 1º sargento (62%) e que, três em cada cinco
mecânicos também possuem especialização em outras viaturas blindadas. Tal fato
fortalece a qualidade dos dados emitidos, tendo em vista, que o embasamento
teórico dos sargentos está diversificado em outras viaturas - similares a VBTP
Guarani - que trabalharam em sua carreira.
Em relação às seções deste capítulo dedicadas à identificação dos
componentes do sistema de alimentação da VBTP Guarani, e das tarefas
correspondentes, pôde-se constatar que os itens levantados, tanto no circuito de ar,
como no circuito de combustível, são comuns a outros veículos diesel. Verificou-se,
porém, a importância de se relacionar componentes como o “filtro do bocal de
enchimento” e “bujão de dreno do tanque” que não constam dos manuais técnicos,
mas estão previstos no manual técnico T9-2810 – Manutenção das Viaturas
Automóveis do Exército Brasileiro e do boletim técnico BT nº 02/DMM – Operações
Privativas dos Escalões de Manutenção. Mesmo estes dois últimos documentos,
deixam de tratar de uma série de componentes que, à época de sua publicação, não
existiam nos veículos da frota do EB. Como exemplo, cita-se o “intercooler” e o
“sistema de aquecimento”. Estas inclusões partiram da observação direta dos
mecânicos participantes da pesquisa, por entenderem que os itens necessitam de
atenção destacada, como as demais peças do sistema em estudo.
A respeito da parte que listou os procedimentos de manutenção, observou-se
que a ação de “drenar” além de ser muito comum aos tanques de combustível -
quando se pretende retirar completamente, ou em parte o líquido neles contidos –
pode ser relacionado ao filtro sedimentador para fazer a escorva da água do sistema
diesel, cuja presença é comum naquele combustível, embora indesejada.
66

A tarefa de “inspecionar”, já caracterizada, é muito comum em tubos e


conexões, como os existentes no sistema de alimentação da VBTP Guarani, devido
à possibilidade de haver avarias, como rachaduras e afrouxamentos, tanto no corpo
dos componentes, como nas conexões e abraçadeiras.
Quanto a “limpar”, os cuidados com a intrusão de água no sistema de
alimentação devem ser redobrados buscando-se, por exemplo, a vedação das
admissões de ar, antes da limpeza da carcaça da viatura, a fim de impedir entrada
de água naquele circuito, o que pode danificar irreversivelmente o funcionamento do
motor. Ainda sobre esta ação, a recomendação de uso de produtos autorizados pelo
fabricante na limpeza se justifica, pois o veículo possui várias peças de borracha
como mangueiras e vedações, que podem ser danificadas com solventes a base de
petróleo.
No tocante à ação “reparar”, frisa-se que é um procedimento frequente à
maioria dos itens do sistema de alimentação da VBTP Guarani, exceção feita aos
consumíveis, os quais não admitem voltar ao uso em caso de falha, como é o caso,
por exemplo, de um filtro de combustível já saturado de impurezas.
Com referência ao procedimento “substituir”, nos manuais da VBTP Guarani,
é comum observar esta ação indicada com o homônimo “trocar”; no entanto, nas
demais publicações técnicas do EB, e entre os mecânicos, é mais comum o verbete
“substituir”, motivo pelo qual, para fins desta pesquisa, foi utilizado este verbo.
A seção do capítulo que tratou de listar as ações de manutenção, separando-
as em preventivas e corretivas assim o fez tendo em vista que, como proposto pela
metodologia da pesquisa, o fato de uma manutenção ser corretiva, isto a torna
naturalmente mais complexa. Tal fato é corroborado por 77% dos mecânicos que,
em relação ao sistema de alimentação da viatura Guarani, concordam com esta
assertiva.
Em prosseguimento à apresentação dos dados, após a identificação e
listagem das tarefas (preventivas e corretivas) e dos componentes do sistema de
alimentação, objetivou-se confirmar a hipótese inicial do trabalho. A variável “tempo
de execução” foi confrontada com outros aspectos diante dos mecânicos na
pesquisa, e a mesma não figurou, por nenhum deles, como a característica “mais
importante” para se definir a complexidade de uma tarefa, como se propunha. Este
resultado mostrou, pelo menos inicialmente, que o “tempo de execução” de uma
tarefa de manutenção do sistema de alimentação da VBTP Guarani não é fator
67

preponderante para determinar sua complexidade e, por conseguinte, sua posição


entre os escalões de manutenção. Por fim, conclui-se que a hipótese inicial foi
refutada. Vale a ressalva de que o fato de a variável “tempo de execução” não ter
sido considerada, pelos respondentes, como a mais importante, não significa que a
mesma não possa ter alguma influência sobre o conceito de complexidade. Tanto
que, para mais da metade dos entrevistados, ela foi a 2ª característica mais
importante a ser levada em consideração a respeito da complexidade de
manutenção. Por este motivo, ainda que o “tempo de execução” não seja o mais
importante, foi observado para efeito da pesquisa. Vale lembrar a definição de
escalonamento vigente no Exército Brasileiro, cujo escopo apresenta que ele “deriva
do grau ou amplitude de trabalho requerido nas atividades de manutenção, em
função da complexidade do serviço a ser executado.” (BRASIL, 2014, p. 3-8). Nota-
se que nenhum aspecto mensurável é acentuado pela definição anterior, deixando
em aberto a possibilidade de o pesquisador abordar como queira, dentro dos limites
da pesquisa, qualquer variável que entenda estar relacionada à dificuldade de se
executar um procedimento.
Seguindo este raciocínio, apresentou-se uma segunda variável, a “quantidade
de mecânicos”. Os dados relativos a este aspecto foram analisados no gráfico 6 e
apontaram que para cerca de 23% dos mecânicos de VBTP Guarani, a quantidade
de mecânicos é fator “mais importante” a se considerar quando da definição de
complexidade de uma tarefa.
Os resultados apresentados anteriormente sinalizam, pelo menos em parte,
que o caminho metodológico fiado pela pesquisa – de relacionar o “tempo de
execução” e “quantidade de mecânicos” - está alinhado com a opinião de parte dos
especialistas respondentes.
Quando se analisam os dados da observação de campo realizada no 15º B
Log e no 25º B Log, constata-se que, em se tratando do conhecimento prévio das
tarefas de manutenção, os mecânicos das duas OM estão, em média, no mesmo
patamar, algo em torno de 30%. É relevante concluir que os mecânicos já realizaram
ou acompanharam a execução de pelo menos uma em cada três procedimentos
apresentados.
No que diz respeito ao 1º escalão – nível motorista, nota-se uma diferença de
perspectiva entre as OM participantes: enquanto o 25º B Log listou pelo menos oito
tarefas relacionadas ao circuito de ar para este nível, os mecânicos do 15º B Log
68

consideraram ser impossível categorizar qualquer tarefa daquele circuito neste


escalão. A justificativa apresentada é a de que a realização dos procedimentos
pressupõe a retirada da tampa do compartimento do motor da VBTP. Esta tampa,
por sua vez, não pode ser removida apenas com ferramental de bordo. De fato, ao
observar os manuais técnicos, confirma-se esta última observação. Como exemplo,
apresenta-se o componente/tarefa “filtro de ar – limpar”. Para esta ação, o manual
de manutenção de campanha esclarece que a tampa do compartimento do motor
tem que ser retirada previamente para depois executar a medida propriamente dita
(BRASIL, 2015d, p. 255). Esta divergência entre os mecânicos participantes pode
ser explicada pelo fato de a pesquisa não ter deixado claro aos envolvidos, em que
ponto deveriam considerar o procedimento a ser avaliado: o 25º B Log entendeu que
poderia examinar a tarefa somente quando tivesse acesso total ao componente
pesquisado, enquanto que o 15º B Log considerou toda a complexidade de se
acessar o item, e depois resolvê-lo. Em verdade, parece mais prudente acatar este
último posicionamento visto que, quando da ocorrência de uma pane, durante a
execução de uma missão, o veículo não está previamente preparado para a
manutenção. Na verdade, está totalmente montado, e caso a guarnição tenha a
incumbência de executar o conserto, deverá fazê-lo apenas com o ferramental
disponível a bordo.
Quanto aos demais escalões, conclui-se que não houve diferenças
significativas entre os valores de escore encontrados tanto no 15º B Log quanto no
25º B Log.

4.3 CONCLUSÃO PARCIAL

A seguir será apresentada, como conclusão parcial, a proposta de


diferenciação entre os 1º e 2º escalões para os componentes do sistema de
alimentação da VBTP Guarani. Em seguida, o quadro de tarefas proposto, bem
como seu escalonamento será comparado ao exposto nos manuais da viatura. E,
por fim, serão apresentadas e discutidas as sugestões dos próprios mecânicos
sobre a forma como está sendo conduzida a manutenção da VBTP conforme suas
observações práticas.
69

4.3.1 Proposta de escalonamento de manutenção do sistema de alimentação da


VBTP Guarani

A proposta de escalonamento desta pesquisa é fruto da sintetização das


indicações de escalões obtidas a partir das observações das duas OM de
manutenção escolhidas para servir de base de dados. Ressalta-se que, não
havendo consenso entre o obtido nas duas observações anteriormente descritas, o
escalão proposto para cada procedimento é aquele no qual, se marcou o valor mais
alto de escalão. Desta forma, a proposta final de escalonamento está representada
pelos quadros 26 e 27 a seguir e estão destacadas no APÊNDICE B deste trabalho:
a) circuito de ar
1º escalão - 1º escalão 2º
Componente Tarefa
motorista oficina OM escalão
Substituir X
Coletor de admissão
Reparar X
Inspecionar X
Dutos de ar Substituir X
Reparar X
Substituir X
Expulsor de pó
Reparar X
Inspecionar X
Filtro de ar Limpar X
Substituir X
Filtro de segurança do
Substituir X
ar de admissão
Limpar X
Intercooler Substituir X
Reparar X
Inspecionar X
Tubos de exaustão Substituir X
Reparar X
Tubulações de Inspecionar X
expulsão de poeira Substituir X
QUADRO 26 – Proposta de escalonamento para o sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor

b) circuito de combustível (continua)


1º escalão - 1º escalão 2º
Componente Tarefa
motorista oficina om escalão
Acumulador hidráulico Substituir X
(rail) Reparar X
70

(conclusão)
1º escalão - 1º escalão 2º
Componente Tarefa
motorista oficina om escalão
Substituir X
Bicos injetores
Reparar X
Bomba alimentadora Substituir X
de combustível Reparar X
Substituir X
Bomba de combustível
Reparar X
Bujão de dreno de Inspecionar X
combustível Substituir X
Inspecionar X
Combustível
Drenar X
Esponja do tanque Inspecionar X
dianteiro de
combustível Substituir X
Esponja do tanque Inspecionar X
traseiro de
combustível Substituir X
Inspecionar X
Filtro de combustível
Substituir X
Filtro do bocal de Limpar X
enchimento Substituir X
Filtro separador de Drenar X
água e óleo Substituir X
Mangueiras de Inspecionar X
conexão do tanque de
combustível Substituir X
Sistema de pré-
Substituir X
aquecimento
Inspecionar X
Tanque dianteiro de
Substituir X
combustível
Reparar X
Inspecionar X
Tanque traseiro de
Substituir X
combustível
Reparar X
Tubulações de alta Inspecionar X
pressão de
combustível Substituir X
Tubulações de baixa Inspecionar X
pressão de
combustível Substituir X
Substituir X
Turbocompressor
Reparar X
QUADRO 27 – Proposta de escalonamento para o sistema de alimentação da VBTP Guarani
Fonte: o autor
Ressalta-se que a proposta de escalonamento das tarefas, levou em conta as
indicações das OM de manutenção participantes, como já explicado, prevalecendo a
71

marcação de escalão mais alta obtida, já que, se fosse privilegiado o escalão menor,
correr-se-ia o risco de sobrecarregar um nível de manutenção com uma tarefa que
deveria ser alocada em escalão superior.
Convém, por fim, destacar alguns aspectos relacionados aos procedimentos
marcados como “não observado”. A proposta de um escalonamento para uma tarefa
de manutenção desta natureza deve supor que, se a atividade ainda não foi
realizada ou é desconhecida dos mecânicos, possui uma complexidade maior, em
função do seu desconhecimento. Sendo assim, as tarefas marcadas com “não
observado” tanto no campo “tempo de execução” como no campo “quantidade de
mecânicos”, para efeito de cálculo, fora valoradas como a pior hipótese, ou seja, os
valores mais altos de escore. Isto se deu baseado no princípio sublinhado no manual
de Logística do Ministério da Defesa quando diz que “qualquer escalão de
manutenção deve ser capaz de executar as tarefas de manutenção atribuídas ao
escalão inferior”. (BRASIL, 2014 p. 3-9).
A ocorrência de tarefas ainda, de certa forma, desconhecidas dos mecânicos
pode ser justificada pela razão de o veículo encontrar-se em sua fase inicial de ciclo
de vida. Há que se considerar a possibilidade de algumas tarefas só virem a ocorrer
no futuro, com o desgaste usual dos componentes. Neste caso, alguns
procedimentos podem perfeitamente, ser considerados como “não observado”.

4.3.2 Comparação da proposta de escalonamento da pesquisa com a especificação


do fabricante

Nesta etapa da conclusão parcial, objetivou-se comparar a proposta de


escalonamento da pesquisa com a listagem de procedimentos para o sistema de
alimentação do fabricante. O quadro comparativo constante do APÊNDICE C
apresentou as principais diferenças entre as duas propostas.
Na intenção de verificar se o mecânico da VBTP Guarani conhece o
escalonamento de manutenção dos seus componentes do sistema de alimentação,
conforme foi proposto pelo fabricante e aceito pelo Exército, foi realizada a pergunta
9 a seguir:
72

O Sr conhece o escalonamento de manutenção da VBTP Guarani, constante dos


manuais de manutenção da VBTP Guarani e disponíveis no SisGeM - Sistema de
Gerenciamento de Manutenção?

a) Sim;
b) Não.

QUADRO 27 – pergunta 9 do questionário do APÊNDICE A


Fonte: o autor

O resultado para este questionamento está explicito no gráfico 6 a seguir:

SIM
46% NÃO
54%

GRÁFICO 6 – Resposta sobre se conhece o escalonamento proposto na pergunta 9 do questionário


do APÊNDICE A
Fonte: o autor

Como é possível depreender do gráfico anterior mais da metade dos


mecânicos (54%) não está familiarizada com o escalonamento constante dos
manuais técnicos da viatura. Isto pode ser explicado pelo fato de a viatura ter sido
adotada recentemente, não dando condições suficientes para o total conhecimento
dos mecânicos sobre o escalonamento. Pode ser explicado também, pela razão de
que muitas viaturas ainda contam com o suporte logístico e, por conseguinte, com a
presença de mecânicos da empresa fabricante nas OM. Isto pode naturalmente
afastar os mecânicos das publicações técnicas, para aproveitar a presença dos
mecânicos civis, na atividade prática. Ressalta-se que essas são suposições que
precisam ser mais bem estudadas.
Considerando apenas os respondentes que indicaram conhecer o
escalonamento a que se refere a pergunta anterior (46% dos entrevistados) foi
solicitado aos mecânicos que opinassem sobre como é a abordagem dada pelos
73

manuais da viatura aos componentes pesquisados, de acordo com a pergunta 10


seguir:
Na opinião do Sr, os manuais de manutenção da VBTP Guarani abordam de
maneira satisfatória os componentes do circuito de combustível e circuito de ar
que formam o sistema de alimentação da referida viatura?

a) sim, abordam de maneira satisfatória;


b) não abordam de maneira satisfatória;
c) prefiro não responder.
QUADRO 28 – Pergunta 10 do questionário do APÊNDICE A
Fonte: o autor

O resultado para este questionamento está explicito no gráfico 7 a seguir:


Preferiu não Não abordam de
responder maneira
17% satisfatória
33%

Sim, abordam de
maneira
satisfatória
50%

GRÁFICO 7 – Resposta à pergunta 10 do questionário do APÊNDICE A


Fonte: o autor

Como constatado na pergunta 10, cerca de 33% dos entrevistados indicaram


que os manuais “não abordam de maneira satisfatória” os componentes do sistema
de alimentação. Para este universo de respondentes, foi indagado com o
questionamento 12, a seguir, se a proposta de escalonamento do fabricante estava
alinhada com os fundamentos de escalonamento do Exército Brasileiro com este
questionamento:
Na opinião do Sr, o escalonamento de manutenção do sistema de alimentação da
VBTP Guarani, conforme está proposto pelo fabricante, está alinhado aos
conceitos gerais de escalonamento de manutenção do Exército Brasileiro?

a) Está perfeitamente alinhado;


b) Está muito alinhado, mas não totalmente;
c) Está muito pouco alinhado;
d) Está totalmente desalinhado;
e) Prefiro não responder.
QUADRO 29 – Pergunta 12 do questionário do APÊNDICE A
Fonte: o autor
74

O resultado para este questionamento demonstrou que:


a) para metade dos entrevistados, a proposta de escalões do fabricante está
muito alinhada com os conceitos gerais do EB, sobre este assunto, mas
não totalmente;
b) para a outra metade, o escalonamento proposto nos manuais está muito
pouco alinhado com os conceitos gerais do EB, sobre este assunto.

Aprofundando os questionamentos, em busca das razões para esta


insatisfação, foi indagado aos participantes da pesquisa que indicassem como o
circuito de ar e combustível da VBTP Guarani estava sendo abordado nos manuais
da viatura, de acordo com a pergunta 11 que se sucede:
Na opinião do Sr, senhor quais aspectos caracterizam a abordagem dada pelos
manuais da VBTP Guarani aos componentes do circuito de combustível e circuito
de ar do sistema de alimentação da viatura.

a) Os manuais deixam de abordar componentes importantes desses circuitos;


b) Algumas tarefas parecem estar alocadas em escalão superior ao que
deveriam;
c) Algumas tarefas parecem estar alocadas em escalão inferior ao que
deveriam;
d) Os manuais deixam de indicar satisfatoriamente algumas tarefas ou
procedimentos de manutenção importantes a que os componentes estão
sujeitos;
e) Os manuais apresentam descrições de operação de difícil compreensão ou
que deixam dúvidas acerca do que deve ser executado;
f) prefiro não responder;
g) outro(s) : (caso queira indicar).
QUADRO 30 – Pergunta 11 do questionário do APÊNDICE A
Fonte: o autor

O resultado para este questionamento demonstrou que:


a) para metade dos entrevistados, os manuais deixam de indicar
satisfatoriamente algumas tarefas ou procedimentos de manutenção
importantes a que os componentes estão sujeitos;
b) para a outra metade, os manuais apresentam descrições de operação de
difícil compreensão ou que deixam dúvidas acerca do que deve ser
executado.

De fato, a afirmação de que faltam listar e descrever alguns procedimentos, é


confirmada pela comparação entre as propostas da pesquisa a da Iveco. Observam-
75

se procedimentos que não foram sequer citados nos manuais da viatura e, no


entanto, foram considerados importantes para o bom funcionamento do sistema de
alimentação. Por esta razão, estão propostos neste trabalho, tendo por base,
principalmente, os manuais do Exército Brasileiro.
Em seguida, ocorrem as tarefas que foram citadas, sendo algumas
escalonadas, porém não se encontram descritas operacionalmente. Lembra-se que
não se constituiu alvo desta pesquisa descrever os procedimentos faltantes e, sim,
apontar essas ausências. Depois, ocorreram os procedimentos que o fabricante
considerou de 3º e 4º escalões, enquanto que, para a pesquisa, poderiam ser
indicados em escalões mais baixos.
Corrobora-se neste sentido, a afirmação de parte dos mecânicos de que a
proposta do fabricante não está totalmente alinhada com os princípios gerais de
escalonamento do Exército Brasileiro.

4.3.3 Apresentação e discussão de ideias e sugestões dos mecânicos da VBTP


Guarani

Finalizando esta conclusão parcial, foi franqueada, na pergunta 13 do


questionário do APÊNDICE A, a possibilidade de os mecânicos entrevistados
apontarem outras ideias e sugestões sobre o assunto alvo desta pesquisa. Suas
opiniões estão, de maneira geral, listadas nas alíneas a seguir:

a) como parte conclusiva do curso de manutenção da VBTP Guarani, todos


os mecânicos participantes apresentam, ao final daquela etapa, as
oportunidades de melhoria para a VBTP. Alguns mecânicos observam,
porém, que as melhorias propostas, inclusive nos componentes do sistema
de alimentação, não vêm sendo aplicadas aos veículos;
b) para que não haja perda do conhecimento adquirido, e por se tratar de
uma viatura peculiar, o sargento mecânico, após a conclusão do curso de
manutenção de chassi da VBTP Guarani, deve ser empregado em uma
função diretamente voltada para esta viatura;
c) deve haver o aproveitamento ao máximo da presença dos mecânicos da
Iveco nas OM enquanto vigorar o suporte logístico, para retirar as dúvidas
76

que possam surgir durante as manutenções preventivas e corretivas,


aprimorando ainda mais seu conhecimento técnico;
d) os escalões de manutenção também devem levar em consideração o
suprimento de ferramental, peças e estrutura física da OM para melhor
distribuição das atividades;
e) a complexidade na manutenção do carro não reside na parte de chassi ou
sistema de alimentação, mas sim no que se refere a diagnose da
eletrônica embarcada do veículo. Devido o alto custo das diversas centrais
eletrônicas que o carro possui, acredita-se que em um curto espaço de
tempo, algumas viaturas estarão indisponíveis, pois não terão a cobertura
do pacote logístico;
f) quando se aborda a complexidade de uma tarefa deve ser levado em
consideração, além dos fatores mencionados na pesquisa, o local de
manutenção, pois este também altera o grau de complexidade;

Das sugestões dos mecânicos listadas acima, destaca-se o exposto na alínea


“a”. É provável que o projeto inicial do veículo tenha sido reajustado tendo como
base a observação de mecânicos e usuários da VBTP; no entanto, averígua-se que
há um senso comum entre os militares de que suas colaborações não tenham sido
apreciadas.
Ressalta-se ainda que permanece a impressão entre os mecânicos da
importância de os mesmos serem empregados na atividade fim, principalmente após
a conclusão do curso de manutenção de VBTP Guarani. Especialmente pelo fato de
que, quanto antes houver a transferência de conhecimento entre os mecânicos
IVECO e mecânico militares, melhor para a gestão do ciclo de vida do veículo.
Os demais tópicos sugerem um aprofundamento dos estudos com a
finalidade de esclarecer cada uma das sugestões apresentadas.
77

5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa esteve inserida no tema Manutenção da viatura de transporte


blindada de pessoal Guarani, no âmbito de uma Brigada de Infantaria Mecanizada, e
teve como problema inicial, descobrir o que interfere na complexidade de execução
de uma determinada tarefa do sistema de alimentação da aludida viatura e, por
conseguinte, indica a sua posição entre os escalões de manutenção.
Objetivando resolver o problema, estabeleceu-se como objetivo geral,
diferenciar as tarefas de manutenção, de 1º e 2º escalão, do sistema de alimentação
do conjunto motopropulsor da VBTP Guarani. Na intenção de atingir o citado
objetivo, estipularam-se outros, de categoria intermediária:
a) identificar os principais componentes do sistema de alimentação da VBTP
Guarani;
b) destacar, dos manuais de manutenção da própria viatura, as ações de
manutenção que os componentes do sistema pesquisado estão sujeitos;
c) levantar, com base na literatura técnica de manutenção do Exército
Brasileiro e nas observações dos mecânicos de blindados do 15º B Log e 25º
B Log, as ações a que os componentes do sistema pesquisado podem estar
sujeitos, e que não foram listadas pelos manuais da própria viatura;
d) propor parâmetros que possam ser levantados e medidos nos batalhões
logísticos já citados, que possam condicionar a complexidade da tarefa a ser
executada;
e) atribuir um valor de complexidade para cada tarefa que foi levantada
segundo indicado nas alíneas “b” e “c” buscando, quando existente, atender
às exigências da legislação vigente do Exército Brasileiro, referente à
manutenção;
f) relacionar a complexidade da tarefa com o 1º e 2º escalões, propondo um
escalonamento para cada ação, em cada componente; e
g) comparar o escalonamento proposto a cada tarefa com a proposição do
manual do fabricante, observando se existem diferenças significativas.

Cada um dos passos relatados acima foi estudado, metodologicamente,


mediante a pesquisa bibliográfica, aplicação de questionário e observação de
campo.
78

A pesquisa bibliográfica realizada constituiu-se, basicamente, da família de


manuais técnicos que acompanham a viatura Guarani e a legislação do EB referente
ao escalonamento da manutenção de viaturas blindadas em geral.
Conclui-se que os estudos deste trabalho ampliaram a compreensão do
problema, visto que, até o presente, não havia nenhum trabalho realizado no âmbito
do Exército Brasileiro que se dispusesse a tratar dos fatores contribuintes para o
conceito de complexidade de uma tarefa de manutenção. Ainda mais em relação à
viatura Guarani, dadas as suas peculiaridades técnicas e logísticas. A legislação do
EB considera a complexidade de uma tarefa para determinar a sua posição entre os
escalões e, por consequência, quem a executa. Mas deixa vaga a definição sobre o
que compõe o conceito de complexidade.
A pesquisa então determinou, como ponto de partida para a resolução do
problema, a hipótese de que o tempo de execução de um procedimento de
manutenção é preponderante para determinar se uma tarefa é mais ou menos
complexa. No entanto, os resultados apresentados refutaram a hipótese inicial, pois
notou-se que inúmeros outros fatores podem estar relacionados ao conceito de
complexidade, em maior ou menor grau, como por exemplo, a quantidade mínima de
mecânicos para se executar o serviço.
Vale salientar a distinção necessária em relação ao conceito de tempo neste
trabalho. A medição feita em relação ao tempo, estava vinculada a quantidade de
tempo necessária para executar uma operação de manutenção. Tal conceito é
diferente de tempo disponível para realizar o procedimento. Veja que neste ponto, o
tempo se refere à possibilidade de uma determinada turma de manutenção executar
um serviço. Esta ideia de tempo disponível é muito importante e deve ser
considerada em uma situação de guerra, haja vista a premência de tempo esperado
pelos usuários do veículo em combate. Por essa razão ratifica-se que o conceito
examinado na pesquisa estava inserido em uma situação de paz, com a finalidade
de medir o tempo de executar um procedimento e, posteriormente, classificar a
tarefa entre o 1º e 2º escalões. O fato de uma tarefa estar sendo proposta para ser
relaizada no B Log, por exemplo, não significa que esta tarefa precise ser realizada
exclusivamente pelo escalão definido. Nos capítulos anteriores foi debatido o fato de
os escalões terem a necessidade de complementar, quando necessário, os escalões
abaixo e isso não deve constituir um problema em uma situação de guerra, se não a
solução.
79

De qualquer modo, o objetivo geral foi atingido, com a tabulação de todas as


tarefas do sistema de alimentação da viatura, mediante a inter-relação das variáveis
“tempo de execução” e “quantidade de mecânicos”.
A metodologia empregada valeu-se da observação de campo de mecânicos
especialistas de duas organizações militares dedicadas à manutenção da VBTP em
estudo. Suas medições foram tabuladas em uma grade de pontuação e,
posteriormente, convertidas em posições de escalonamento. Pode-se dizer que a
metodologia, conforme foi organizada, adicionada de uma coleta de dados no âmbito
de mecânicos de várias organizações militares do Brasil, permitiu o atendimento do
objetivo principal. Porém, a recente adoção da viatura pelo Exército e o diagnóstico
de relativo desconhecimento por parte dos mecânicos participantes na pesquisa, em
relação ao tema pesquisado, pode sugerir a utilização tanto de um número maior de
organizações militares, para observação de campo, como um aumento no número
de participantes para responder ao questionário.
A bibliografia apresentada pode ser categorizada em dois grupos: a
legislação geral do Exército e as publicações técnicas oriundas do fabricante do
veículo.
O primeiro grupo se destaca pelo seguinte paradoxo: as publicações que
apresentam maiores detalhes técnicos, como o manual técnico T9-2810 –
Manutenção das Viaturas Automóveis do Exército Brasileiro e o boletim técnico BT
nº 02/DMM – Operações Privativas dos Escalões de Manutenção, estão bastante
desatualizados, deixando de abordar uma série de novos conceitos, importantes
para a execução da manutenção de viaturas com sistemas tecnologicamente mais
avançados, como a VBTP Guarani. Por outro lado, a legislação atual, como a
contida no Manual de Logística e as Normas Administrativas do Material,
apresentam conceitos genéricos e abrangentes, suprimindo assuntos que poderiam
elucidar, por exemplo, a questão da definição dos escalões de manutenção.
O segundo grupo, representado pelos manuais da própria viatura, deixam de
apresentar alguns componentes importantes, sua descrição de manutenção, bem
como não deixa muito clara a execução dos procedimentos que escolheu descrever.
Desta maneira, para os executores de manutenção da VBTP Guarani, a
legislação dificulta a compreensão do escalonamento e até o que deve ser feito.
Como se constatou, isto pode ser o motivo da falta de familiarização dos mecânicos
para com as publicações técnicas que acompanham a viatura.
80

A dificuldade em se compreender a doutrina do Exército Brasileiro, no que


concerne ao escalonamento de manutenção, pode ser também a razão pela qual
não houve, no entendimento dos especialistas questionados, um aspecto unânime
que pudesse predominar na conceituação da complexidade da tarefa. Escolheu-se
desde a quantidade de mecânicos, à necessidade de ferramental, como até
conceitos não explorados na pesquisa como, o valor do suprimento empregado e o
risco de acidentes envolvido na execução da tarefa.
Toda esta problemática justifica a execução deste projeto e como se
organizou este trabalho.
Quanto à suficiência da bibliografia para os objetivos da pesquisa, ela foi
atingida, já que a junção dos dois grupos de bibliografia serviu de base para a
interpretação dos dados colhidos e apresentação da proposta de escalonamento.
Ainda assim, a contribuição que fica é a possibilidade de se estabelecer um
método, que inter-relaciona duas ou até mais variáveis para, ao se analisar um
procedimento de manutenção, chegar a um valor perfeitamente mensurável, e
categorizável em escalões. O foco desta pesquisa foi estabelecer a diferenciação
entre as tarefas do sistema de alimentação, mas o método sugerido pode ser
estendido para outros sistemas como o de lubrificação, arrefecimento, podendo
contemplar todos os demais sistemas mecânicos da viatura.
Sugere-se, no entanto, o aprofundamento dos estudos, submetendo a
tabulação proposta para validação dos próprios executores da manutenção –
mecânicos, motoristas e operadores - que confirmarão a alocação das tarefas
conforme foi sugerida, ou contribuirão com a correção do que for necessário.
Esta validação poderá tomar como base, além das variáveis já apresentadas,
as observações práticas de manutenção e a inclusão de novos fatores contribuintes
da complexidade de uma tarefa.
Por fim, sugere-se que, para mitigar os problemas da legislação técnica,
citados anteriormente, seja feita inicialmente, uma atualização dos manuais e
boletins que abordam a conceituação de escalões de manutenção, no âmbito geral,
do Exército Brasileiro.
A respeito de atualização de normas, como indicado no parágrafo anterior,
especial atenção deve ser dada àquela documentação que indica as operações
privativas de manutenção de cada escalão. Como já comentado anteriormente, o
verbete “privativas”, constante do BT nº 02/DMM, presume exclusividade e isso se
81

reflete em toda a cadeia de manutenção. Quando se delimita o exato alcance de


intervenção de manutenção para cada nível da cadeia, pode-se planejar melhor o
emprego de recursos humanos e logísticos, além de facilitar a compreensão do
executor de manutenção sobre o que ele, dentro de sua posição no escalão, está
autorizado a fazer. No caso do emprego e manutenção de uma viatura como o
Guarani, que envolve elevada tecnologia e exige tanto de seus operadores, quanto
mais os recursos humanos forem conhecedores do alcance e limite de seu trabalho,
tanto melhor será a incorporação deste novo equipamento ao Exército Brasileiro
quanto à gestão do seu ciclo de vida.
82

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5462:


confiabilidabilidade e mantenabilidade. Rio de Janeiro, 1994.

BRASIL. Exército. Comando Logístico. EB 40-N-20.001: norma administrativa


relativa aos materiais de gestão da diretoria de material - NARMAT. Brasília, DF,
2016. 1. ed. Disponível em: <
http://www.sgex.eb.mil.br/sistemas/be/copiar.php?codarquivo=479&act=sep> .
Acesso em 12 maio 2017.

_____. Exército. Departamento de Educação e Cultura do Exército. EB 60-ME-


22.401: manual de ensino: gerenciamento da manutenção. Rio de Janeiro, 2017. 1.
ed.. Disponível em:
<http://bdex.eb.mil.br/jspui/bitstream/1/788/1/Mnl%20Mnt%20EB60-ME-22.401.pdf>.
Acesso em: 10 junho 2017.

______. Exército. Diretoria de Motomecanização. Boletim Técnico nº 2: operações


Privativas dos Escalões de Manutenção. Brasília, 1978.

______. Exército. Estado-Maior. C 20-1: glossário de termos e expressões para uso


no exército. Brasília, DF, 2003. 3. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-12: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) - descrição e operação. 2015a. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-22: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) - manutenção preventiva. 2015b. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-31: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) - local de trabalho, escalão e tempo de mão de
obra. 2015c. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-34: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) - manutenção corretiva. 2015d. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-50: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) - catálogo de peças militar. 2015e. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. MT 2355-005-80: viatura blindada de transporte de


pessoal – Guarani (VBTP 6x6 - MR) – inspeções técnicas. 2015f. 1. ed.

______. Exército. Estado-Maior. T 9-2810: manutenção preventiva de viaturas


automóveis do exército. Brasília, DF, 1979. 1. ed.
83

______. Exército. Separata n° 02 ao Boletim do Exército nº 27 de 05 julho de 2002.


Aprova as normas administrativas relativas à manutenção (NARMNT). Boletim do
Exército. Disponível em: <www.2icfex.eb.mil.br/doc/NARMNT.doc>. Acesso em: 23
maio 2016.

______. Marinha do Brasil. Estado-Maior da Armada. EMA-420: normas para a


logística de material. Brasília, DF, 2002. 2. rev.

______. Ministério da Defesa. EB20-MC-10.204: Logística. Brasília, DF, 2014. 3. ed.


Disponível em: <http://www.decex.ensino.eb.br/pdfs_/apa/teto/01-
manual_de_campanha-EB20-MC-10204-logistica.pdf.>. Acesso em: 24 maio 2016.

DEUS, Walter Henrique Amaral de. A infantaria mecanizada: uma realidade no


exército brasileiro. Doutrina Militar Terrestre em Revista, Brasília, 001, ed. 2., p.
38-45, abr./jun. 2013. Disponível em:
<http://pt.calameo.com/read/0012382062f6ee152be3b>. Acesso em: 23 maio 2016.

GUIMARÃES, Marcos Miranda. Uma análise crítica da administração da


manutenção orgânica. 1991. 87 f. Monografia (Diplomação do Curso de Comando
e Estado-Maior do Exército)-Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de
Janeiro, 1991. Disponível em:
<http://redebie.decex.ensino.eb.br/vinculos/000013/00001373.pdf>. Acesso em: 30
maio 2016.

OLIVEIRA, Danilo André Carrapateira de. O blindado Guarani e a base industrial


de defesa: medidas para enfrentar situação econômica desfavorável. 2014. 54 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Politica, Estratégia e Alta
Administração Militar)- Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em:
<http://redebie.decex.ensino.eb.br/vinculos/000008/0000085c.pdf>. Acesso em: 30
maio 2016.

PADOVAN, Luiz A. et al. Manutenção de tratores agrícolas. São Paulo, 2010.


Cartilha do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Administração Regional do
Estado de São Paulo. Disponível em: <
http://www.esalq.usp.br/departamentos/leb/disciplinas/Milan/leb332/Manut_SENAR.p
df >. Acesso em: 28 mar. 2017.

REUNIÃO DE PADRONIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO DO


PROJETO GUARANI, 1., 2016, Cascavel. Ata... Cascavel, 2016.

RODRIGUES, Maria das Graças Villela. Metodologia da pesquisa: elaboração de


projetos, trabalhos acadêmicos e dissertações em ciências militares. 3. ed. Rio de
Janeiro: EsAO, 2005.
84

SANTOS, Gilmar de Souza; VARELLA, Carlos Alberto Alves. Noções básicas de


motores diesel. 1. ed. Seropédica, 2010. Disponível em:
<http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/varella/Downloads/IT154_motores_e_tratores/Lit
eratura/No%E7%F5es%20B%E1sicas%20de%20Motores%20Diesel.pdf>. Acesso
em: 28 março 2017.

SILVA, Mario Lucas Santana et al. A importância da manutenção em motores diesel.


Perspectivas Online. v. 3, n. 7, set./dez. 2013. Disponível em:
<http://seer.perspectivasonline.com.br/index.php/exatas_e_engenharia/article/view/5
0/103>. Acesso em: 08 ago. 2017.

TILLMAN, Carlos Antônio da Costa. Motores de combustão interna e seus


sistemas. 1. ed. Pelotas: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia,
2013. Disponível em: <
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos/ifsul/tecnico_biocombustivel/motores_combus
tao_interna_e_seus_sistemas.pdf >. Acesso em: 28 mar. 2017.

VERDE-OLIVA. Brasília, n. 227, abr. 2015. Disponível em: <


http://pt.calameo.com/read/00123820660b5c8449895>. Acesso em: 23 maio 2016.
85

APÊNDICE A – Questionário para coleta de dados

Prezado Subtenente/Sargento
Sou o Capitão do Exército do Quadro de Material Bélico, JOSÉ AUGUSTO
DA CRUZ MARIANO, formado no ano de 2007 na Academia Militar das Agulhas
Negras (AMAN) e encontro-me realizando o Mestrado Profissional na Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO).
O presente questionário constitui-se em instrumento de pesquisa parte de
trabalho acadêmico, requisito parcial para a obtenção do Grau de Mestre em
Ciências Militares, cujo tema é: TAREFAS DE MANUTENÇÃO DE 1º E 2º
ESCALÕES DO SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DA VIATURA GUARANI: UMA
PROPOSTA DE DIFERENCIAÇÃO. Gostaria de agradecer-lhe a disponibilidade em
respondê-lo, salientando que a participação do senhor será importante para a
consecução dos objetivos propostos por esta pesquisa.
A principal finalidade desta atividade é coletar dados, provenientes de
experiências, pessoais e profissionais, de Subtenentes ou sargentos com o curso de
Manutenção de chassi da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Média Sobre
Rodas (VBTP MR) GUARANI para sargentos, realizado no Centro de Instrução de
Blindados (CI Bld), no ano de 2016 de forma a fornecer informações precisas sobre
a atividade de manutenção da VBTP Guarani, especialmente às relacionadas ao
Sistema de Alimentação da viatura, permitindo compreender como se relacionam os
diversos aspectos de manutenção que influenciam o conceito de “COMPLEXIDADE
DA TAREFA”.
O propósito da dissertação é propor uma forma de diferenciar as tarefas de
manutenção de 1º e 2º escalões da VBTP Guarani, vinculadas ao sistema de
alimentação da viatura.
Sinta-se à vontade em responder as perguntas. Lembro que os dados
fornecidos serão tratados estatisticamente e será divulgado apenas o produto desta
análise, ou seja, o conteúdo de cada resposta não será divulgado.
Conto com a valorosa contribuição do senhor. Desde já agradeço o apoio
recebido e coloco-me à disposição para dúvidas, sugestões e críticas ao presente
questionário. Cap EB QMB JOSÉ AUGUSTO DA CRUZ MARIANO,
[email protected], (45) 99851-9957.
86

1. Qual a sua graduação?

a) Subtenente
b) 1º Sargento
c) 2º Sargento
d) 3º Sargento

2. Qual sua faixa etária?

a) Até 25 anos;
b) 26 à 30 anos;
c) 31 à 45 anos;
d) 45 à 50 anos

3. O Sr está desempenhando ou já desempenhou alguma atividade


relacionada à manutenção da VBTP Guarani, após a realização do curso?

a) ( ) Sim, estou desempenhando.


b) ( ) Sim, já desempenhei porém atualmente estou fora da
atividade.
c) ( ) Não desempenhei nenhuma atividade relacionada à
manutenção da VBTP Guarani até o presente.
d) ( ) Prefiro não responder.

4. Em caso positivo para a pergunta 3, indique a última OM na qual o Sr


trabalhou, ou trabalha com a manutenção da VBTP Guarani:

a) ( ) 36º BI Mtz p) ( ) 28º B Log


b) ( ) 41º BI Mtz q) ( ) 17º RC Mec
c) ( ) 3º Esqd C Mec r) ( ) 14º R C Mec
d) ( ) 16º B Log s) ( ) CI Bld
e) ( ) 1º BI Mtz t) ( ) 4º B Log
f) ( ) 2º BI Mtz u) Outra:__________
g) ( ) 25º B Log v) ( ) prefiro não
h) ( ) 57º BI Mtz responder
i) ( ) 30º BI Mec
j) ( ) 33º BI Mec
k) ( ) 34º BI Mec
l) ( ) 16º Esqd C
Mec
m) ( ) 15º B Log
n) ( ) 10º RC Mec
o) ( ) 11º RC Mec
87

5. O Sr realizou outro curso relacionado à manutenção de chassi de qualquer


outra Viatura Blindada do Exército Brasileiro, após a sua formação? Se
sim, de qual(is) viatura(s)?

a) ( ) Viatura Blindada da Família Leopard (qualquer viatura)


b) ( ) VBC OAP M 109 A3
c) ( ) VBC OAP M108
d) ( ) VBTP M 113
e) ( ) VBR EE-9 CASCAVEL
f) ( ) VBTP EE-11 URUTU
g) ( ) VBE SOC M 578
h) ( ) Outro (s)
___________________________________________________
i) ( ) Não.

6. “A complexidade de uma tarefa de manutenção define sua posição nos


escalões de manutenção: Se a tarefa é de baixa complexidade, é do 1º
escalão, já se é de média complexidade, é atinente ao 2º escalão.” Na
opinião do Sr, abordando o tema “COMPLEXIDADE DA TAREFA”,
considerando a manutenção do sistema de alimentação da VBTP Guarani,
quais são os 4 (quatro) maiores aspectos que definem se uma tarefa é
mais ou menos complexa?

[ordene somente 4 (quatro) dos aspectos listados abaixo usando uma


escala de 1 – “MAIS IMPORTANTE” a 4 – “MENOS IMPORTANTE” ]

a) ( ) a quantidade de mecânicos necessária para executar a


tarefa.
b) ( ) a habilitação requerida do mecânico para executar a tarefa.
c) ( ) o risco de acidentes envolvido na execução da tarefa.
d) ( ) a frequência com que a tarefa é demandada.

7. Ainda sobre o tema complexidade de uma tarefa de manutenção” na


opinião do Sr, abordando o tema “COMPLEXIDADE DA TAREFA”,
considerando a manutenção do sistema de alimentação da VBTP Guarani,
quais são os 4 (quatro) maiores aspectos que definem se uma tarefa é
mais ou menos complexa?

[ordene somente 4 (quatro) dos aspectos listados abaixo usando uma


escala de 1 – “MAIS IMPORTANTE” a 4 – “MENOS IMPORTANTE” ]

a) ( ) a necessidade de ferramental e/ou equipamentos específico.


b) ( ) o tempo de execução da tarefa.
88

c) ( ) o valor do suprimento empregado.


d) ( ) a natureza da manutenção - se ela é preventiva ou corretiva.
e) Outro(s) (Favor indicar nas linhas abaixo):
_________________________________________________________
_________________________________________________________

8. Na opinião do Sr, em se tratando da manutenção do sistema de


alimentação da VBTP Guarani, quando se comparam as tarefas de
manutenção PREVENTIVA com as tarefas de manutenção CORRETIVA,
quais são, em geral, mais complexas de se executar?

a) ( ) as tarefas de manutenção preventiva.


b) ( ) as tarefas de manutenção corretiva.
c) ( ) os dois tipos de tarefa tem igual complexidade.
d) ( ) prefiro não responder

9. O Sr conhece o escalonamento de manutenção da VBTP Guarani,


constante dos manuais de manutenção da VBTP Guarani e disponíveis no
SisGeM - Sistema de Gerenciamento de Manutenção??

a) ( ) Sim.
b) ( ) Não.

10. Na opinião do Sr, os manuais de manutenção da VBTP Guarani abordam


de maneira satisfatória os componentes do circuito de combustível e
circuito de ar que formam o sistema de alimentação da referida viatura?

a) ( ) Sim, abordam de maneira satisfatória.


b) ( ) Não abordam de maneira satisfatória
c) ( ) prefiro não responder

11. Em caso de resposta negativa a pergunta anterior, na opinião do senhor


quais aspectos caracterizam a abordagem dada pelos manuais da VBTP
Guarani aos componentes do circuito de combustível e circuito de ar do
sistema de alimentação da viatura.

a) Os manuais deixam de abordar componentes importantes desses


circuitos
b) Algumas tarefas parecem estar alocadas em escalão superior ao
que deveriam
c) Algumas tarefas parecem estar alocadas em escalão inferior ao que
deveriam
89

d) Os manuais deixam de indicar satisfatoriamente algumas tarefas ou


procedimentos de manutenção importantes a que os componentes
estão sujeitos.
e) Os manuais apresentam descrições de operação de difícil
compreensão ou que deixam dúvidas acerca do que deve ser
executado;
f) prefiro não responder;
g) Outro(s) : (caso queira indicar).

12. Na opinião do Sr, o escalonamento de manutenção do sistema de


alimentação da VBTP Guarani, conforme está proposto pelo fabricante,
está alinhado aos conceitos gerais de escalonamento de manutenção do
Exército Brasileiro?

a. ( ) Está perfeitamente alinhado.


b. ( ) Está muito alinhado, mas não totalmente.
c. ( ) Está muito pouco alinhado.
d. ( ) Está totalmente desalinhado.
e. ( ) prefiro não responder

13. Caso o senhor desejar expressar mais alguma ideia, sugestões ou críticas
relativa ao assunto em questão, por favor, utilize o espaço abaixo para
isso.

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Chegamos ao final do questionário. Reitero os agradecimentos pela


contribuição.

Respeitosamente,

JOSÉ AUGUSTO DA CRUZ MARIANO – Cap


Aluno CAO 2º ano / EsAO-2017
90

APÊNDICE B – Proposta de diferenciação das operações de manutenção do


sistema de alimentação da VBTP Guarani entre o 1ºe 2º escalões

O presente quadro destina-se a apresentar a proposta que se constitui no


objetivo geral desta pesquisa de diferenciar as tarefas de manutenção do sistema de
alimentação da VBTP Guarani, entre o 1º e 2º escalões.
a) Circuito de ar;
1º escalão 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão
– motorista oficina OM
Substituir X
Coletor de admissão
Reparar X
Inspecionar X
Dutos de ar Substituir X
Reparar X
Substituir X
Expulsor de pó
Reparar X
Inspecionar X
Filtro de ar Limpar X
Substituir X
Filtro de segurança do
Substituir X
ar de admissão
Limpar X
Intercooler Substituir X
Reparar X
Inspecionar X
Tubos de exaustão Substituir X
Reparar X
Tubulações de Inspecionar X
expulsão de poeira Substituir X

b) Circuito de combustível.
(continua)
1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão
motorista oficina om
Acumulador Substituir X
hidráulico (rail) Reparar X
Substituir X
Bicos injetores
Reparar X
Bomba alimentadora Substituir X
de combustível Reparar X
91

(conclusão)
1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão
motorista oficina om
Bomba de Substituir X
combustível Reparar X
Bujão de dreno de Inspecionar X
combustível Substituir X
Inspecionar X
Combustível
Drenar X
Esponja do tanque Inspecionar X
dianteiro de
combustível Substituir X
Esponja do tanque Inspecionar X
traseiro de
combustível Substituir X
Inspecionar X
Filtro de combustível
Substituir X
Filtro do bocal de Limpar X
enchimento Substituir X
Filtro separador de Drenar X
água e óleo Substituir X
Mangueiras de Inspecionar X
conexão do tanque de
combustível Substituir X
Sistema de pré-
Substituir X
aquecimento
Inspecionar X
Tanque dianteiro de
Substituir X
combustível
Reparar X
Inspecionar X
Tanque traseiro de
Substituir X
combustível
Reparar X
Tubulações de alta Inspecionar X
pressão de
combustível Substituir X
Tubulações de baixa Inspecionar X
pressão de
combustível Substituir X
Substituir X
Turbocompressor
Reparar X
APÊNDICE C – Quadro comparativo do escalonamento da pesquisa com as especificações do fabricante

O presente quadro destina-se a apresentar as diferenças entre o escalonamento proposto na pesquisa e o proposto pelo
fabricante1. Com o símbolo (X) está indicada a proposta deste trabalho, enquanto que o símbolo (O) sinaliza a recomendação da
Iveco:
a) Circuito de ar; (continua)
1º escalão 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão OBSERVAÇÃO
– motorista oficina OM
Substituir X Manual do fabricante não aborda como
Coletor de admissão realizar estes procedimentos, embora indique
Reparar X que são afetos ao 3º escalão.
Inspecionar O X
Manual do fabricante não aborda como
Substituir X realizar este procedimento, bem como não
Dutos de ar indica quem deva fazê-lo.
Manual do fabricante não aborda como
Reparar X realizar este procedimento, embora indique
que deva ser feito no 3º escalão.
Substituir XO
Expulsor de pó Manual do fabricante não aborda como
Reparar X realizar este procedimento, embora indique
que deva ser feito no 4 º escalão
Inspecionar X Manual da VBTP não aborda esta tarefa
Filtro de ar Limpar X O
Substituir X O
Filtro de segurança do
Substituir X O
ar de admissão
Manual da VBTP não aborda este
componente

92
(conclusão)
1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão OBSERVAÇÃO
motorista oficina OM
Limpar X
Intercooler Substituir X
Reparar X
Inspecionar O X
Tubos de exaustão Substituir X Manual da VBTP não aborda esta tarefa
Reparar X Manual da VBTP não aborda esta tarefa
Tubulações de Inspecionar O X
expulsão de poeira Substituir O X

b) Circuito de combustível. (continua)


1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão OBSERVAÇÃO
motorista oficina om
O manual da VBTP descreve esta tarefa e a
Substituir X
Acumulador considera de 3º escalão
hidráulico (rail) O manual da VBTP considera esta tarefa de
Reparar X
4º escalão, porém não a descreve.
O manual da VBTP cita a tarefa porém não
Substituir X indica qual escalão realiza nem descreve o
procedimento
Bicos injetores
O manual da VBTP cita a tarefa porem não
Reparar X indica qual escalão realiza nem descreve o
procedimento
Bomba alimentadora Substituir X Os manuais não abordam a tarefa
de combustível Reparar X Os manuais não abordam a tarefa

93
(continua)
1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão OBSERVAÇÃO
motorista oficina om
O manual da VBTP cita a tarefa porem não
Substituir X indica qual escalão realiza nem descreve o
Bomba de procedimento
combustível O manual da VBTP cita a tarefa porem não
Reparar X indica qual escalão realiza nem descreve o
procedimento
Bujão de dreno de Inspecionar X Os manuais não abordam a tarefa
combustível Substituir X Os manuais não abordam a tarefa
Inspecionar XO
Combustível A medida é referenciada apenas como tarefa
Drenar XO preliminar quando da substituição dos tanques
e/ou mangueiras de conexão de combustível
Esponja do tanque Inspecionar XO
dianteiro de
combustível Substituir XO
Esponja do tanque Inspecionar XO
traseiro de
combustível Substituir XO
Inspecionar O X
Filtro de combustível
Substituir X O
Filtro do bocal de Limpar X Os manuais não abordam a tarefa
enchimento Substituir X Os manuais não abordam a tarefa
Filtro separador de Drenar XO
água e óleo Substituir XO
Mangueiras de Inspecionar X O
conexão do tanque de
combustível Substituir XO
Sistema de pré-
Substituir X Os manuais não abordam a tarefa
aquecimento

94
(conclusão)
1º escalão - 1º escalão
Componente Tarefa 2º escalão OBSERVAÇÃO
motorista oficina om
Inspecionar X
Tanque dianteiro de Substituir XO
combustível O manual da VBTP considera esta tarefa
Reparar X
como de 3º escalão
Inspecionar X
Tanque traseiro de Substituir X O
combustível O manual da VBTP considera esta tarefa
Reparar X
como de 3º escalão
O manual da VBTP considera esta tarefa
Tubulações de alta Inspecionar X
como de 3º escalão
pressão de
O manual da VBTP considera esta tarefa
combustível Substituir X
como de 3º escalão
O manual da VBTP considera esta tarefa
Tubulações de baixa Inspecionar X
como de 3º escalão
pressão de
O manual da VBTP considera esta tarefa
combustível Substituir X
como de 3º escalão
O manual da VBTP considera esta tarefa
Substituir X
como de 3º escalão
Turbocompressor
O manual da VBTP considera esta tarefa
Reparar X
como de 4º escalão

_______________
1
A comparação foi feita tendo de um lado, a proposta elaborada na pesquisa, e de outro, o disposto nos manuais técnicos (MT) da VBTP Guarani: MT 2355-
005-22 - manutenção preventiva, MT 2355-005-31 - local de trabalho, escalão e tempo de mão de obra e MT 2355-005-34 - manutenção corretiva.

95

Você também pode gostar